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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 1ª VARA

DOS SISTEMAS DOS JUIZADOS ESPECIAIS DE SIMÕES FILHO/BA.

PROCESSO Nº 0001157-87.2021.8.05.0250

JOTAGÊ ENGENHARIA, COMÉRCIO E INCORPORAÇÕES LTDA.,


pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 14.828.958/0001-80, com sede na
Avenida Antônio Carlos Magalhães, nº 3591, Ed. Empresarial WN, Salas 1403 a 1407, Brotas,
Salvador/BA, por seus advogados, que reputam como autênticos eventuais documentos apresentados
em cópia, nos autos da ação indenizatória em epígrafe, que litiga em face de MAX ASSIS DE
ARAÚJO, vem, perante Vossa Excelência, oferecer as presentes razões de resposta em forma de
CONTESTAÇÃO, aduzindo e requerendo o que segue.

I. DA HABILITAÇÃO.

A defendente requer a habilitação exclusiva do seu patrono, ELADIO


LASSERRE, OAB/BA 15.906, pugnando ainda para que todas as intimações e/ou publicações dessa
ação sejam expedidas, necessariamente, em nome do advogado da Acionada, sob pena de nulidade.

II. PRELIMINARES.

1. DA ILEGITIMIDADE PASSIVA.

A ilegitimidade passiva, condição da ação, representa questão de ordem pública, de


modo que nas ações indenizatórias se apresenta pela exclusão da responsabilidade do Réu em
responder à demanda, por não configurar a sua legitimidade para tal.

No caso dos autos cabe exclusivamente ao 1º Réu qualquer responsabilização,


acaso assim configurada, nada havendo que se falar sobre a 2ª Ré, JOTAGÊ ENGENHARIA,

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COMÉRCIO E INCORPORAÇÕES LTDA.

A Petição Inicial sustenta que o veículo causador do acidente estava, naquela


ocasião, prestando serviços à 2ª Ré na limpeza urbana da cidade, coletando lixo, entulho, etc, o que
não condiz com a realidade.

O caminhão em destaque não se encontrava em serviço, não havendo qualquer


identificação da JOTAGE nem qualquer outro preposto da empresa no local.

Por certo que o serviço de coleta não é realizado unicamente por um motorista de
caminhão, mas sim por uma equipe de trabalho. No momento do evento em debate nos autos o
caminhão não possuía qualquer relação com a dita coleta ou prestação de serviços, de modo que não
há qualquer legitimidade para que a Ré seja mantida na ação.

Neste sentido a jurisprudência pátria é clara, visto que a situação é muito distinta,
por exemplo, de um caminhão de coleta que no momento do serviço colide com um veículo. Esta não
é a situação dos autos. Para tanto, merece destaque o julgado adiante:

RESPONSABILIDADE CIVIL EM ACIDENTE DE TRÂNSITO. ILEGITIMIDADE PASSIVA.


EMPRESA TOMADORA DE SERVIÇOS. A empresa tomadora de serviços não é parte passiva
legítima para responder pelos danos oriundos do acidente de trânsito, pelo simples fato de manter
contrato de prestação de serviços com a empresa transportadora, cujo motorista se envolveu no
evento. AGRAVO DE INSTRUMENTO IMPROVIDO. (TJ-RS-AI: 70042253104 RS, Relator:
Bayard Ney de Freitas Barcellos, Data de Julgamento: 31/08/2011, Décima Primeira Câmara
Cível, Data de Publicação: 05/09/2011)

No tocante ao dever de indenizar decorrente de ato ilícito, elucida o Código Civil


vigente em seu artigo 186 ao dispor que:

“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito
e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.

É impossível se falar na responsabilização solidaria da ora Contestante, na medida


em que no caso em comento não há sequer enquadramento fático ou legitimidade para a Ré

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permanecer no polo passivo da lide.

Diante do quanto exposto, pugna deste D. Juízo se digne a acolher esta preliminar
de ilegitimidade passiva, determinando a extinção do presente feito sem resolução do mérito no que se
concerne a esta Contestante, com espeque no artigo 485, VI do Código de Processo Civil.

2. INÉPCIA DA INICIAL.

A Ré argui ainda a preliminar de inépcia da inicial por ausência de causa de pedir


no que diz respeito a indenização por danos morais. Conforme predispõe o artigo 330, §1º, I, do CPC,
considera-se inepta a petição inicial quando lhe faltar pedido ou causa de pedir.

Durante toda a narrativa da petição inicial não há qualquer fundamento que


sustente a pretensão de danos morais, jamais demonstrado. O inciso I do indicado artigo traz a
essência da ação, de modo que sem pedido ou causa de pedir, a lei determina seja indeferida a petição
inicial.

É inquestionável que apenas na última folha da Inicial é mencionado o dito dano


moral, quando do pedido “b” de pagamento de indenização.

Nesse sentido, ainda que se considere a simplicidade que permeia os processos do


Juizado Especial, é necessário que se tenha o mínimo de desenvolvido fático ou jurídico, ainda que de
maneira pouco aprofundada.

A inépcia da inicial ora apontada prejudica sobremaneira a defesa, posto que não se
sabe o que o Autor imaginou pedir contra esta. Não se diga que a simplicidade assim resolve, pois
estamos diante da total falta de causa de pedir e fundamentação, logo, qual seria a condenação
almejada para impugnação.

Tal situação, acaso mantida, prejudica verdadeiramente o exercício da garantia


constitucional à ampla defesa e ao contraditório.

Dessa forma, a Demandante, na elaboração da peça de ingresso, criou um


verdadeiro óbice ao oferecimento do contraditório, uma vez que a Contestante se vê impedida no

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exercício do seu direito de defesa, pelo que merece ser declarada a inépcia do pedido, com fulcro nos
artigos 485, inciso I, e 330, §1º, incisos III e IV, ambos do CPC, de aplicação subsidiária e necessária.

III. DO MÉRITO.

1. DA PRETENSÃO AUTORAL.

Alega a parte Autora ter se envolvido em acidente de trânsito decorrente de poça de


óleo supostamente proveniente do caminhão do 1ª Réu, e diante disso, seria devida a indenização pelo
reparo no veículo, no valor de R$ 661,76 (seiscentos e sessenta e um e setenta e seis), além do
pagamento de indenização por danos materiais pela suposta quebra do celular que atingiu o solo no
momento da queda do condutor, no valor de R$ 300,00 (trezentos reais) e indenização por danos
morais no valor de 10 mil reais.

Atribui à causa o valor de R$10.961,76 (mil reais novecentos e sessenta e um e


setenta e seis) referente ao somatório/arbitramento dos seus pleitos indenizatórios.

2. INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS.

O pleito indenizatório perseguido é totalmente descabido. Tem-se nos autos a


informação de que em 10 de maio de 2021, por volta das 10h, o veículo do primeiro Réu, que não
estava em serviço, parou no acostamento e foi realizado reparo rápido no local.

Na ocasião acima relatada, a Contestante nega ter havido qualquer derramamento


de óleo na pista que pudesse causar qualquer acidente. O veículo sequer estava parado na pista, a
motocicleta do Autor jamais encostou no caminhão, nem mesmo o suposto acidente aconteceu em
local próximo ao caminhão.

Não há nos autos qualquer demonstração da mancha de óleo que teria ocasionado a
queda, ou até mesmo a identificação da motocicleta caída. O que se tem é o registro de óleo embaixo
do caminhão, no momento em que o 1º Réu realizava o reparo no seu veículo.

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Ao realizar um reparo na parte mecânica de um caminhão, é possível que seja
retirada ou trocada uma mangueira, e nesta oportunidade ocorra algum vazamento de óleo. Todavia,
tal derrame ocorreu unicamente embaixo do caminhão e fora da pista.

A presente Ação Indenizatória, portanto, baseia-se unicamente na chamada


“dedução lógica” do Autor, conforme página 3 da Inicial.

Tanto assim que precisou o Autor se deslocar na pista, supostamente do local do


acidente até avistar o caminhão do 1º Réu parado.

Não houve vazamento nem há qualquer lógica na dedução do Autor, sendo negado
completamente o fato em tela, que jamais ocorreu.

Cabe destacar que o primeiro Réu agiu em perfeita consonância com as Leis de
Trânsito, ao contrário do que foi relatado. As imagens demonstram que o caminhão se encontrava fora
da pista enquanto houve a necessidade de verificação do veículo, evitando a ocorrência de qualquer
acidente.

Portanto, Excelência, os fatos relatados na Exordial não condizem com a verdade, e


muito menos assiste direito, o Autor, a indenização por danos materiais e morais.

As alegações autorais não merecem qualquer acolhimento, pelo que deve ser
julgada totalmente improcedente a ação.

O Autor pleiteou o pagamento de indenização não só pelo reparo na motocicleta,


mas também pela quebra do aparelho celular, que alega terem sido danificados em decorrência da
queda que sofrera, no valor de R$ 661,76 (seiscentos e sessenta e um reais e setenta e seis centavos) e
R$ 300,00 (trezentos reais), respectivamente, além do pagamento de indenização por danos morais, no
valor de 10 mil reais, que não resta fundamentado.

O Autor não demonstrou ou comprovou o pagamento e os danos materiais sofridos,


mas apenas os orçamentos realizados para o serviço, de modo que o pedido de pagamento de
indenização por dano material é totalmente descabido, na medida em que não há prova do gasto a ser
ressarcido.

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Portanto, não há que se falar em procedência do pleito indenizatório.

Ademais, não seria devido o pagamento do maior valor orçado, mas sim o menor.
Neste sentido, segue entendimento jurisprudencial.

JUIZADO ESPECIAL CÍVEL. RECURSO INOMINADO. DIREITO CIVIL. AÇÃO DE


INDENIZAÇÃO DE DANOS MATERIAIS. ACIDENTE DE TRÂNSITO. VALOR DO DANO.
ORÇAMENTO DE MENOR VALOR. MINORAÇÃO DA VERBA REPARATÓRIA.
RECURSO PROVIDO. O bom senso e os critérios da justiça aconselham, na esteira da
melhor jurisprudência, a apresentação de, pelo menos, três orçamentos pela parte, dentre os
quais deve ser escolhido o de menor valor, o qual deveria ser o valor da conação . Recurso
provido. (TJ-RR - RI: 08266460720198230010 0826646-07.2019.8.23.0010, Relator: Juiz(a) ,
Data de Publicação: DJe 15/05/2020, p.)
(grifos nossos)

Improcede o ressarcimento de gasto não comprovado, de modo que não é possível


acolher pedido ilíquido de pagamento sobre supostos orçamentos.

A ausência de identificação, ou sequer quantificação do valor almejado


desqualifica totalmente o pedido ora contestado. Por fim, a ausência da ocorrência do dano a que se
pretende indenizar encerra em definitivo o pleito em questão.

Não há plausibilidade na atribuição de responsabilidade à Contestante por conduta


indevida praticada pelo próprio Autor. Inexistindo ilicitude no comportamento da Ré, não há como
atribuir à mesma reponsabilidade pelo suposto dano material.

Entrementes, não há prova de que a suposta conduta do 1º Demandado tenha


gerado os citados danos materiais. Com efeito, o ônus da prova compete a quem alega, in casu, o
Autor que sequer desincumbiu de se desvencilhar, sendo de per si suficiente a rechaçar a sua
pretensão, consoante entendimento jurisprudencial in verbis:

PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. APELAÇÃO CÍVEL. DANOS


MATERIAIS E LUCROS CESSANTES. AUSÊNCIA DE PROVAS DE LUCROS

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CESSANTES OU DE MAIORES DANOS MATERIAIS. Ainda que se trate de relação de
consumo, onde a parte presumir hipossuficiência, para reconhecermos como devido o pagamento a
título de lucros cessantes, necessário se faz que o autor efetivamente comprove quais foram as
perdas a este título, ao passo que, em se tratando de indenização por danos materiais, impende
a prova concreta de prejuízo, que não pode ser indenizado por mera presunção. Apelação
conhecida e improvida. Unanimidade. (AC 366632005 MA. Relator: ETELVINA LUIZA
RIBEIRO GONÇALVES. Julgamento: 12/06/2007. Órgão Julgador: VARGEM GRANDE.
Disponível em: http://tj-ma.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/4728318/ apelacao-civel-ac-
366632005-ma)
(grifos nossos)

Não existindo comprovação dos requisitos para a configuração da responsabilidade


civil, revela-se clara a solução no sentido da improcedência dos pedidos de condenação da Ré na
reparação de supostos danos patrimoniais nas modalidades de indenização por danos materiais.

Por fim, os valores apontados pelo Autor não poderiam jamais ser considerados, já
que se afiguram unilaterais e claramente aleatórios, em nítida majoração indevida.

2.1. DA INEXISTÊNCIA DE ATO ILÍCITO.

Não se configura no presente caso, cometimento de ato ilícito, ou seja, de


quaisquer atos de negligência que lastreiem o intuito reparatório do Autor.

A justiça deve ser intentada no momento em que o cidadão se vê lesado ou


desamparado naquela situação fática. A nossa Lei Maior prevê ao lesado ou ao desamparado uma
reparação de dano, o que realmente não é este caso que está sendo exposto nesta relação jurídica. O
Autor, que está alegando indenizações, acusou de forma aleatória a empresa requerida, sem se atentar
à verdade dos fatos.

A conduta humana seja ela ação ou omissão é o ato da pessoa que causa dano ou
prejuízo a outrem. É o ato do agente ou de outro que está sob a responsabilidade do agente que produz
resultado danoso seja por dolo, negligência, imprudência ou imperícia. Este ato gera a obrigação de
reparação. A conduta humana pode ser no sentido da prática por parte do agente de ato que não

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deveria fazer, ou do fato de deixar de praticar ato que deveria ter feito. Sílvio Rodrigues (2002, pag.
16) em relação a conduta humana afirma que:

“A responsabilidade do agente pode defluir de ato próprio, de ato de terceiro que esteja sob a
responsabilidade do agente, e ainda de danos causados por coisas que estejam sob a guarda deste.
A responsabilidade por ato próprio se justifica no próprio principio informador da teoria da
reparação, pois se alguém, por sua ação, infringindo dever legal ou social, prejudica terceiro, é
curial que deva reparar esse prejuízo”

Maria Helena Diniz (2003, pag. 37) define conduta humana como sendo "o ato
humano, comissivo ou omissivo, ilícito ou lícito, voluntário e objetivamente imputável, do próprio
agente ou de terceiro, (...) que cause dano a outrem, gerando o dever de satisfazer os direitos do
lesado”. Afirma ainda que a ação ou omissão que gera a responsabilidade civil pode ser ilícita ou
lícita e que a “responsabilidade decorrente de ato ilícito baseia-se na idéia de culpa, e a
responsabilidade sem culpa funda-se no risco, (...) principalmente ante a insuficiência da culpa para
solucionar todos os danos”. E continua sua lição afirmando que o comportamento pode ser comissivo
ou omissivo, sendo que a “comissão vem a ser a prática de um ato que não se deveria efetivar, e a
omissão, a não-observância de um dever de agir ou da prática de certo ato que deveria realizar-se.”

Destarte, a responsabilidade civil está de regra fundamentada no conceito de culpa


civil, devendo existir culpa por parte do agente causador do dano para que exista o dever de indenizar.
Para que se configure a responsabilidade civil devem estar presentes os requisitos da conduta, do nexo
causal, do dano e culpa, sem tais requisitos, não há que se falar em responsabilidade civil.

No caso exposto, não vislumbra-se os requisitos de conduta, pois o condutor de


veículo não contribuiu com a queda, direta ou indiretamente.

Outro requisito que não é observado, é nexo causal, pois não há qualquer relação
com a suposta queda do Autor com o caminhão do 1º Réu, menos ainda com a Contestante.

Por fim, para que a responsabilidade fique caracterizada, bem como o dever de
indenizar, devem ser observados como pressupostos básicos três elementos fundamentais, quais sejam,
a culpa, de forma que só o fato lesivo intencional ou imputável ao agente por omissão de dever

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autoriza a reparação; o dano, como lesão provocada ao patrimônio ou à honra da vítima, e o nexo de
causalidade entre o dano e o efetivo comportamento censurável do agente.

Nas lições de Sérgio Cavalieri:

"Pressupostos da responsabilidade subjetiva


(...)
Há primeiramente um elemento formal, que é a violação de um dever jurídico mediante conduta
voluntária; um elemento subjetivo, que pode ser o dolo ou a culpa; e, ainda, um elemento causal-
material, que é o dano e a respectiva relação de causalidade. Esses três elementos, apresentados
pela doutrina francesa como pressupostos da responsabilidade civil subjetiva, podem ser
claramente identificados no art. 186 do Código Civil, (...)." (Programa de Responsabilidade Civil,
São Paulo: Malheiros, 2005, p. 41)

Todavia, na lide posta, não houve conduta humana por parte de algum preposto da
empresa-requerida, quedando-se ausente a configuração da responsabilidade civil.

Assim, no que se refere aos danos, ainda que se cogitasse da sua existência, os
mesmos haveriam de ser provados, não sendo a simples alegação suficiente ao deferimento de
indenização, mormente no caso em tela, em que inexiste a mínima exemplificação dos danos morais
supostamente sofridos.

Diante da inexistência de culpa da Reclamada, bem assim em virtude da ausência


de comprovação de dano, é inconteste a falta de nexo de causalidade. Portanto, do exame dos fatos
narrados, verifica-se que não restaram evidenciados os pressupostos previstos na legislação civil para
que a responsabilidade de indenizar emergisse.

2.2. DO VALOR DA INDENIZAÇÃO.

Induvidosamente, os danos não ocorreram, tampouco restaram delineados os


demais requisitos para responsabilização da Ré, de modo que não há que se falar em responsabilidade
da Demandada em indenizá-los.

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Mas, na remota hipótese em que se encontre o mais leve indício de
responsabilidade, não se poderá admitir o ressarcimento pleiteado de forma aleatória e sem critério
legal, uma vez que a questão da tradução em dinheiro da reparação de dano moral puro é tormentosa,
na medida em que não existem tarifas pré-determinadas capazes de mensurar a dor alheia.

Dito isto, ad cautelam, entendendo de modo diverso este Douto Juízo, o que não se
espera, pelas lições extraídas da doutrina e da jurisprudência nacionais, vale lembrar que, na
quantificação do valor de eventual indenização, deve ser observada a condição sócio-econômica-
intelectual da vítima, além da extensão do dano e a publicidade do evento danoso.

3. DA IMPUGNAÇÃO AOS DOCUMENTOS.

O Autor colaciona aos autos os documentos de fls. 07 a 28 do Evento 1.

As imagens dos veículos nas folhas 11 a 19 e 26, em nada auxiliam o Autor em


suas argumentações, mas apenas demonstram o quanto defendido pela Ré, sendo aqui impugnados na
forma como utilizados.

O Registro de Acidente de Trânsito, Id. 109047532 - Pág. 20 e Id. 109047533 -


Pág. 21, resta igualmente impugnado. Tal registro se apresenta como mero relato do evento na visão
do Autor, não possuindo cunho oficial ou probatório algum.

Os orçamentos juntados, por seu turno, Id. 109047534 - Pág. 22, Id. 109047535 -
Pág. 23, Id. 109047536 - Pág. 24 e Id. 109047538 - Pág. 25, foram impugnados de forma específica
em tópico específico da defesa, tratando-se de meras estimativas de valores produzidas
unilateralmente, restando igualmente rechaçados. Ademais, os próprios documentos fazem a ressalva
que “NÃO COMPROVA PAGAMENTO”.

O vídeo juntado em Id. 109047541 - Pág. 28, em nada corrobora com a tese
apresentada pelo autor, pois sequer foi realizado no dia acidente, de modo que não havia o caminhão
no local nem se pode relacionar o que se apresenta ao quanto descrito na ação. Ademais, não se pode
associar qualquer rastro ou sujeira na pista ao quanto relatado, até mesmo porque o Autor grava o
vídeo a todo momento se posicionando em cima da suposta marca da pista, sem qualquer deslize.
Resta, portanto, impugnado diante da não comprovação dos fatos apresentados em exordial.

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Por fim, foram juntados o comprovante de residência, documento do veículo e
habilitação, documentos necessários à distribuição da queixa, que não necessitam de impugnação.

4. DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Ex positis, requer sejam acolhidas as preliminares suscitadas, julgando EXTINTO


o feito no que diz respeito a Contestante, ante sua completa ilegitimidade. No mérito, pugna pela
integral IMPROCEDÊNCIA da ação, afastando as pretensões indenizatórias.

Requer provar o alegado por todos os meios de prova em Direito admitidas,


inclusive juntada de documentos, oitiva de testemunhas e depoimento pessoal da parte autora, sob
pena de confissão.

Nestes termos,
Pede juntada e deferimento.
Salvador, BA, em 04 de agosto de 2021.

Eladio Lasserre Judson Rezende


OAB/BA 15.906 OAB/BA 30.134

Ana Caroline Medrado


Estagiária

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