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FX ap ESCALAS E DEMENCIA FICHA TECNICA ESCALAS E TES! IA DEMENCIA (3.* Edigao) INDICE pos Profacio -3* Ediedo B Nota do Prosidente. oO pz ‘Avaliagio Clinica da Doméncia (CDR). [Bel Sertann Noaxads Vist, Sond Fes, Basie Sango fama sas Oe pas "Mini Mental State Examination (MMSE). Santa eas, Mera R, Snes, ara Aves, sbel Sanisns 03. p2a ‘Montreal Cognitive Assessment (MoCA)- ‘Sonora ofa, Maro, Snes, Lara ves elestel Sort 4 paz ‘Addenbrooke's Cognitive Examination-Revised (ACER). fasion. Ses M. Sate Pnho, Goran Pt, Liar B- Suse, 8s Fore, cata cngaves, Pio ever Frmons Seto © Horo Das pas ‘Teste do Desenho do Relogio (TDR). tte! Satan, Dina Du, Senet, Lav Anes © Nd Sides 06. Daa Escala de Queixas Subjectivas de Memoria (QSM). Sanda Gi, Togo Merde, Alexandre de Mondonga e Manuela Gur p50 Teste de Leitura de Palavras Iregulares (Tell). Um aes, Maio Stes e Cristina Mans 08, p56 ‘Mattizes Progressivas Colorides de Raven (MPCR). Sona Morine, Mee R Simba, Mien Varin, Sota Ande ana ‘Nod Patina Arla, Manvel Wi M. Salone Pho 8 Hrsco Frio a por Escala de Avallagdo da Deméncia~2. sara Coro 10 pee Bateria de Avaliagdo Frontal (FAB). otra EsrieSanto (aura temas, ns aes Pe, Flora Viet (Gael Faia Sha, Nr Cosa, Marana Marques, Sia Simoes, Sn WW pie INECO Frontal Screening. aia Joi Clio, Els Weta © Bro Potato 12 par Bateria Computorizada de Testes Neuropsicolégicos de Cambridge para Avallagao da Deméncia. Nata. Goneles Salome Pro ei Sines pes Escala de Memoria de Wechsler — 3° ediedo (WMS), Cate Consists Salem Pino, Vir Cruz Holera Gers Fk ‘het, una Pal, 06 Rene, abe Santana Jose Manvel Senos Ja pot ‘Teste de Recordaedo Selectiva Livre e Gulada (TRSLG). Raquel cerca Maso Sides fl Satara po ‘Teste da Figura Complexa de Rey-OsterrethrA. elonaEsrrtobarto tava Ler, Le ert, are Motion cs Pn Paina Rodrae, nossa Vigra, Maron Navas, Sia Semdes ean ait 16 p.108 ‘Trall Making Test (TMT) Seracaxoco pi ‘Teste de Stroop. Telos Espriesarto, au Lome, Danis Fanandes, Dens Caos, Coto Gus Neve, ea Cues, Vera Paces, Marin Moraes, Sia (Gbadeupe manda Dania Inventario Neuropsiquiatrico (NPI). Ise Santana, Cate Cunha, Oar Do, este artigo, MR SSmors Ana ita Ferre, Seria Marin, rgvea Rb © ia rand pr Gotlatric Depression Scale (GDS-30). Maro 8. Sines, Geratdo Preto, Salas ro Hol Fino pigs Inventério de Comportamento Frontal. ia Boca, Cuda Gund, Aa Stes, Dana Gu ese! Senta ee pia Escala de Atividades Instrumentals de ‘Sofa Madu, Crs Wel, a Vraao o Manuca Genero Escala cle Atividades de Vida Disiia para Defeito Cognitive Ligeire (ADCS MCI ADL). ola Pecos Aer de Netdonca e Meruca Guero Inventério de Avallaco Funcional de Adultos © dosos, (ARAN). ‘nn Sous, Mania Vilar © Maro Sides 8.158 Confusion Assessment Method (CAM). Us Francs, Sia Martins e Waa Sines prea Family Confusion Assessment Method (FAM-CAM). Us Fertndes, sia Martins © Mar Ses 170 Elder Assessment instrument (EAI). la Femandes oss Ganges Diéria (AIVD). pam Camberwell Assessmont of Need forthe Elderly (CANE), a Femandes © Manoel Gacahes Paria 26 p.182 Vulnerable ders Survey (VES-43) 0.188 Quailty of Life-Alzheimer's Disease scale (QOL-AD). otra Bros, Ane Vode, Nace, M. Ganges Aixandie a pa World Health Organization Quality of Life - Old Module (wHogoLoLp).. anus Vi, Ulan 8 Suse, Mito. Siies 3 200 Entrevista de Zarit para a Sobrecarga do Culdador. Questiondrio de Personalidade de Eysenck Forma Revista (EPQR). Poco Armeim nip, Catarine Mewes Costa Mo Snes 3 pata Outros instrumentos, PREFAGIO - 38 Desde a sua formagio em 1985, 0 Grupo de Estudos de Eniethecimento Cerebral e Deméncia (GEECD) tem procurado ‘congyegar os principais especialistas nacionais nas vertentes dda cognigdo e eruzando conhecimentos que articulam & psicologia, a neurologia e @ psiauiatia, com 0 objectivo de promover 0 desenvolvimento, a adaptacso e a validacao de Instrumentos de avallagéo e com émbito nacional. Nesse ‘Sontido © GEECD, com a colaboracgo do Labortrio Novartis, promoveu uma série de encontros de trabalho, reunindo as brincipais equipas de investigacao nacional, com 0 objectvo de confrontar protocolos de trabelha € propor metodologias Ceinstrumentos de avaliagdo de uso comum. Desta primeira fase de intercambio clentico, resultou uma soleccao de cit instrumentos estandardizados considerados essenciais para a avaliagao brove do estado mental e caracterizacSo do declinio cognitiv, publicades em 2003, no 1° volume do Livro de ESCALAS E TESTES NA DEMENCIA. Em 2008 {oi publicada 2 2° edlcZo do livto, desta vez com um am bito de evaliacdo mais holistico e incomporando também rows instrumentos, num total de 14 provas. Neste volume \delineou-se o que vria@ ser 0 objecto essencial de futuras. publicagSes: apresentar uma sinogse operscionalizads dos Instrumentos seleccionados, referenciando as principals publicagdes nacionais ou estrangeiras e incluindo os respe- ctivos dadios de validacso para 8 populagao portuguesa, Este timo odjectivo era especialmente ambicioso uma vez que fom relagao a muitos destes instrumentos foi necessério desenvolver no terreno ¢ publicar os primeiros estudos nacionais. Concretizau-se gragas a0 esforgo cancertado e 0 dlidlage muttidisciplinar das principals equipas clinicas © de investigago. Os resultados divulgados foram sendo apresentados e discutios nas reunibes anuals co GEECD e. finaimente, foram colectados nesta 3° EDIGAO DO LIVRO DE ESCALAS TESTES NA DEMENCIA. Neste volume mar- tivemos a concepedio e organizac’o das edicdes previa, ddande'se maior énfase aos instrumentos de interesse goral hhabltualmente incorporados nos protacolos de avallagao das principals consultas de deméncia. Tal como jé era enunciado na 2 edigdo, as publicagdes do ‘GEECD tem fomentado uma utilizacao uniforme e cada vez mais alargada das Escalas e Testes na Deméncia nonosso pafs e estdo actuaimente referenciadas pelas autoridades do sauide como documentos de consulta. Neste particular, salientamos o “Plano Nacional para as Deméncias” © @ “Anordagem Terapéutica das Alterages Cognitvas" -Norma 1°LL, da Direog0 Geral de Saude, EDICAO 0s captiulos apresentados nesta 3* EDIGAO incluem igual mente outras propostas entretanto recebidas. Todos os ‘textos ttm em comum a referénela a instrumentas com estudio na rea do ernelhecimentoe incluem quase sempre investigagdes orientadas pare @ validagso destes testes com amostras chicas. As investigacBes associadas 2 estes 32 instrumentos aprasantam um valor @ alcance distintos. alguns casos, 0s estudos apresentados sao ainda de natureza exploratsria. Nestes casos, os respectivos instr ‘mentos carecem de investigagao consideravelmente mais sistematica(p. ex, dersificagdo e acréscimo do tamanho das amostras clinicas ¢/ou normativas, novos estudos de valiéa¢30) e/ou maior profundidade no tratarnento estatistico dos dados na apresentacdo dos resultados. Foi nossa ‘oped rio exclur estes estudos com menos informacao mas potencialmente vteis para a investigagao e a clinica Esperamos que @ prdxima edicao deste lvro possa acres- Centar importantes melhorias relativas a estes instrumer tos. Inversamente, os capftulos relatos 2 outras oscalas € testes compreenclem numerosos estudos com amostras. chicas, inciuindo grupos de pessoas diagnosticades com ‘deméncia @ esto, nao raras vezes, associados a um cres- ‘cente ntimero de publicagées nacionais ¢ intenacionais. Na bibliogafia de cada um destes capitulos associados a ‘escalas e testes com melhor fundamentagio e validagao templricas 6 possivel obter informagao mais exaustiva rele tva as investigagdes realizadas em Portugal com esses instrumentas. ‘Salvaguardanda importantes diferengas esta tereira edigao do lv Escalas @ Testes na Deméneia lia-se numa tradigao de publicagdes congéneres centradas em instrumentos de aveliag3o nos dominios da neutologia (ct. Hemdon, 2008), pelquiatria (ef. Rush, First, & Blacker, 2008), nauropsioologla (cf. Strauss, Sherman, & Spreen, 2006) ou psicologia (cf Almeida, Simoes, & Goneslves, 2014) A quase totalidade dos instruments referenciados nesta publicagao correspondem a provas originalmente deser- volvidas noutros pafses. Apenas 2 instrumentos, TeLPl e IAFAL, remotom ara provas originalmente deservoWvidas entre nés, Relatvamente &s anteriores edigdes (que inctufem no ‘essencial os instrumentos e respectivos itens e, nessa ‘medida, desempenharam iquaimente um papel de diulgacao importante), houve, agora, @ preocupagao de fundamentar ‘0 uso dos instrumentos do ponto de vista da teoria, da prética € da Investigagao clinica, Neste sentico foram propostos 4208 autores linhss orientadoras (rubricas especticas) pare 8 submisséo de propostas relativas a instrumentos de avaliaeao: (i) desorigao; (i) administragao e cotacdo; (li) propriedades psicometricas; v) normas/interpreta¢ao; V) comentario: (vi) referéneias bibllogréficas; (vi) Contactos. Investigadores e Insttulgbes; (vi) Instrumento de avaliacso. Relativamente & rubrica “instrumento de avaliacao” foi ‘nossa ope final no ncluirestet6pico na maior parte dos ccapitulos, excepto quando existe informacao adicional iti (p- 0x, irvestigador, empresa ou instiuleae que comercializa 2 prova). Nos outros casos, 0s clinicos e investigadores, interessados devem contactardiractamente os autores dos capttulos para eventual disponibiizagse dos instrumentos & ‘manuals, bem como para solcitar outros esclarecimentos cu informagdes. Neste particular, pode também ser dtl a consulta das anteriores edigées do lio Escalas e Testes na Deméncia. Importa ainda referir que nao foram recebidos contributes relativamente a alguns dos Instrumentos que constavam {a edigdo anterior, como a Escala de Deterioragao Global (GDS), a Escale de Avaliac3o da Doenca de Alzheimer (ADAS), a Escala de Cornell para a Depresséo na Deméncia (CSDD), a Escala de Avaliago da Incapacidade Funcional ‘na Deméncia (DAD) € a Escala de Satisfacio com a Vide (SWLS).Interessa também referr que as autores dos traba thos iniciais de adaptacio para @ populacSo portuguesa dos instrumentos aqui apresentados nao sé0 necessariamente ‘0s mesmos autores que enviaram as propostas dos textos ‘ara publicacao. [Nao podemos terminar sem primetro relembrar @ enaltecer| ‘© nosso queride Professor Doutor Carlos Garcia, fundador do GEECD e o grande impulsionador deste projecto pioneiro ‘no nosso pals. Esta iniciatva foi secundeda e extraordinari- ‘mente desenvolvida pelo Professor Doutor Alexandre de Mendonca e pela Professora Doutora Manuela Guerreiro, 05 ‘coordenadores das adicdes anteriores. Para eles também 0 nosso sincero agradecimento pelo trabalho desenvolvido @ Pela colaboracao permanente e activa nesta nova edi. ‘Uma palavra de agradecimenta também para o laboraterio Novartis. pelo generoso e continuado apoio ao projecto © pelo patrocinio desta nova edigao do lio de ESCALAS E TESTES NA DEMENCIA. 0s coocenacones sabes Sante REFERENCIAS BIBLIOGRAFI Almeida, L. S., Simoes, M. R., & Gongalves, M. (Eds,) (2014). Instrumentos € contextos de avaliagao psicoldgica (Vol. Il). Coimbra: Almedina Edigdes. Herndon, R.M. (Ed.) (2006). Handbook of neurological rating scales (2nd ed.). New York: Demos Medical Rush, A. J., First, M. B., & Blacker, D. (Eds.) (2008). Handbook of psychiateie measures (2nd ed.). Washington, DG: American Psychiatric Publishing. Strauss, E., Sherman, E. M. S., & Spreen, 0. (2006). ‘A compendium of neuropsychological tests: Administra- tion, norms, and commentary (3td ed.). New York: Oxford University Press, 10 NOTA DO PRESID ENTE [A3? Eti¢do do Lio “Escalas e Testes Na Deméncia” repre- ssnta o trabalho de varios profissionais que ao longo destes ‘anos conseguiram implementar um projecto cormum cabendo 80 GEECD servir de platafarma para essa artioulagao © ‘transiagao de conhecimentos. ‘Acrecitamos que 05 instrumentos aqul publicados vao ser Gteis para os seus utlizadores, uma vez que permitem uma _evaliagdorgorosa e estandertizade, beneficiando os doentes e ‘08 Seus cuidadores, Neste sentido, a presente ecigdo constitu lum contibuto importante, simultaneamente numa vertente assistencial e numa perspective de investigacdo clinica ‘Ans, profissionais, cabe-nos darthe bom uso, respeltando as normas de utilizagio de cada instrumento e divulgara sua relevancia como instumentos de trabalho. (0 GEECD nao poderia estar mais satisfeito por conseguir rmanter 0 set objectivo estatutério © continuar a abragar 0 eal dos seus fundadores. Donte Sertage AVALIACA‘ CLINICA DEMENC! (Clinical Dementia Rating Scale, CDR; Hughes, Berg, Danziger, Coben & Martin, 1982; Morris, 1993; adaptacdo portuguesa: Garrett, Santos, Tracana, Barreto, Sobral, Fonseca, 2008) {Isabel Santana, Margarida Vicente, Sandra Freitas, Beatriz Santiago © Mario R. Simoes 2 a ‘ANALIAGAO CLINICA DA DEWENCIA Or DESCRICAO A Avaliagdo Clinica da Deméncia (Glnical Dementia Rating ‘Seale; COR) 6 um instrumento de avaliagao global desen- volido por Hughes et al. (1982), e posteriormente revisto ‘por Morris (1993), no ambito do Memory & Aginé Project (Alzheimer's Disease Research Center) da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington. A CDR ode ser _admministrada por médicos e outros téenlcos de saide com formacao para 0 efeito (psicblogos, enfermeiros, ¢ outros) (Hughes et al., 1982). A escale fot inicialmente construida para a detegao e estadiamenta da Doenga de Alzheimer (OA), mas tom-se mostrado eficaz na avallacdo de outras formas de deméncia (Rosness, Haugen & Engedel, 2011; Knopman et al., 2014) ¢ do Defeito Cognitive Ligeiro (DCL) (Morris et al, 2002; Duara et al., 2010), ACDR consiste em dues entrevistas indegendentes e semi cestruturadas com o paciente e um informadar fama péximo, ‘cuidador informal) com o objetivo de recolher informacdo acerca das seguintes categorlas que compbem a escala: Memiéria, Orientagao, Critica e Resolugéo de Probiemas, Atividades na Comunidade, Casa e Pascatempes, © Culdada Pessoal. Cada uma destas categorias é avaliada separade- ‘mente numa escala de severidade/dectinio: 0 (nenhum), 0,5 (questionsvel ou muito igeiro), 4. (ligeto},2 (moderato), © 3 (severo), & excopodo da categoria Cuidado Pessoal na qual a opcdo 0,5 (questiondvel ou muito ligeiro) & omissa, sendo apenas possivel a ootacéo de 0,1,2 ou 3. 0 Score Giobal (CDR-SG) corresponde depois a uma escala ordinal 0 (auséncia de deméncia), 0.5 (deméncia muito ligeira), 1 (deméncialigeira), 2 (deméncia moderada), 3 (deméncia severa). A CDRSG 0,5 encerra uma entidade heterogénea, incorporando varias condigGes: deméncia questionével ‘doméncla inclplente ou muito ligera, @ alnda demencia do tipo Alzheimer (Mortis et al., 2001; Morris, 2012) ‘Além da CDRSG, 6 possivel ainda extrair uma medida ad. cional desta escala: a CDR Soma de Boxes (CDRSB), que 6 composta pela soma das pontuacdes obtidas em cada tuma das categorias (ou boxes), com uma amplitude de 0 418, em que pontuagdes mais altas correspondem a maior severidade (Hughes eta, 1982; Mortis, 2993}. Durante mais e 20 anos @ CDRS tem sido usada como medida global standard, tanto na pratica clinica como em investigacéo, ssendo considerada como primary outcome measure em en: salos mutticéntricas de DA. Mais recentemente, @ CORSB ‘oi também considerada como urna potencial e promissora primary outcome measure (Coley et al., 2011, Cedarbaum et al, 2013). Além disso, a CDR-SB parece ser um indicador mais preciso de veiagSes intoreintaindividuals eter menor aculdade para veriicar alteracdes 20 longo do tempo no DCL @ na DA (0" Bryant et a., 2008; Obryant et al., 2010). A CDR foi amplamente validada, modificada © edaptada interacionalmente (e.g. Duare et a, 2040; Galvin et al. 2009; Knopman at al., 2014; Lim et al, 2005; Marin et a, 2004; Okereke et al., 2011). Realgamos duas grandes vantagens desta escala: a sua independéncia das medidas psicométricas e efeitos de escolaridade (Morris, 1993), ¢ 2 ‘ua validado transculural (e.g. Ousseteta., 2003; Montano 4& Ramos, 2005; 0'Bryant et al. 2008, 2010; Meguro etal. 2004; Chaves et al., 2007). 0 estudo de tradugao © adaptacao para a populagao por- ‘tuguesa fo! realizado por Garrett, Santos, Tacane, Barreto, Sobral e Fonseca, publicado na primeira edigao do Livto de Escalas @ Testes na Doméncia do GEECD, em 2003. Desde lento, esta verso portuguesa da COR passou a ser usada fem contexto clnico e de investigacdo, incluindo ensaios cihicas, e por diversos tipos de profissionals de sauce. “Mais recentemente foi realizado um estudo de validagao da COR para a populagao portuguesa nos seguintes 3 grupos ‘amostrais: idasos saudveis da cormunidade (a=102), DCL (0=155) © DA (n=109) (Santana, Vicente, Freitas, Santiago, & Simées, 2013} 13 [AVALIAGRO CLINICA DA DEME: ADMINSTRACAO E CO ADR consiste numa entrevista semiestruturada com © ‘cuidador e 0 doente, @ um tompo de aplicagao de aprox ‘madamente 30 minutos. Para obter 0 Score Global {COR SG) 80 tidas em conta a categoria principal (Meméria) e a5 Categorias secundiias (todas as rastantes). ‘A pontuacao em cada uma das categorias é feta de acorda com 0 jufza clinico e experiéncia do avaliadr, tenda em conta o nivel de funcionamento pré-mérbido da pessoa PROPRIEDAD © estudio de validagzo da CDR nas populagdes alinicas de DCL € DA permitiu contimar a relatva Independencia das Dontuagdes na COR em relacdo a veridveis demograficas ~ sem livluéncia da idade ou do género, enquanto a escolaridade representava 4.6% da predic2o total dos resultados. ‘As pontuacdes na CDR-SG correlacionaram-se inversamente ‘com as pontuagGes obtides no MMSE nos grupos controla © DA(p=.001),incloando validade eoneorrente. Na analise 1a validade discriminante ds CDR-SG © da CDR-SB, os re sultadas revelaram diferences estatisicamente sigificetivas centre todos os grupos. S PSICC |AC avaliada com o objectivo de determinaro seu nivel atual de funcionamento cognitive e funcional, independentemente de variéveis confundentes (limitagbes fisicas ou outras limitagdes nao-cognitivas) 0 Score Global € obtido @ partir das regras de cotagao es- tabelecidas polos autoros da escata, ou por um algoritmo ctiado para oefeito (hitp://www.biostat.wustl.edu/~adrc/ cedrpgm/index. html). 0 valor da soma das boxes (CDR SB) 6 obtida adicionando as pontuacdes em caca uma das categorias, Também no que conceme &s categorias, verficaram-se dliferengas estatisticamente significativas ontro todas as categorias © entre todos os grupos. Considerando as categorias Memoria/ Orientacdo/ Jutzo Resolucdo de Problems como “Cluster Cognitiva”, @ 0 dominios Casa e Passatempos/ Atvidades na Comunidade/ Cuidado Pessoal como “Cluster Funcionat”, observes: (i iferencas estatisticamente signifcativas entre todos os fupos no “Cluster Cognito (i diferencas estatistcamente significativas entre todos os grupos clicos no “Cluster Funcional’; i) no se verficaram diferencas entre Controlo DCL no “Cluster Funcional”. NORMAS/ INTERPRETAC, Nas tabelas seguintes so apresentados os elementos 8 considerar na interpretagao dos resultados, relativa Tabola 1. mente a capacidade dlagnostica da CDR-SG (Tabele 1) ¢ (COR-SB (Tabela 2) Pontos de corte precisée diagnéstica da CDR'SG em grupos clinicos sume | operoue | mv ve sn cps pre Ey sone |e a0 xe he) a [oe 3 er as ws a wm Nota: Os resutados sto spresantados em percertag. PP (valor precha postha), NPY (lor precio nego a1 AYALIAGKO CLINICA DA DEMENCIA Tabela 2. Pontos de corte preciséo diagndstica da CDRSB em grupos cinicos L swattaie_| twee | mr vet | pata upc oan laa Bele | me mu 1 Pn es Dass. ] _— a ‘maa wa as wo ms — 325 2 100.0 ua Aa 100.0 813 oe Nts: 0s resides S30 apresonatos em percentage. COMENTARIO Vantagens /Potencialidades: incluso de sujeitos enalta- betos; grupos equivelentes em termos de idade e esco- laridade; contirmagao da validade transcultural da CDR, ‘mesmo no contexto particular da populacéo portuguesa com baixa escoladade e numero elevado de enalfabetas. Limitagdes/ Problemas: classiicacdo ¢ operacionalizacao dos partic/pantes da comunidade como sujeitos controlos “cogpitvemente saudaveis",felta exctusivamente com base em informacbes subjetivas de terceiras @ numa avaliagao rneuropsicol6gica breve; amosta clinica de conveniénci (pret postuo, NPV Le precio reget) recrutada no Centro Hospitalar Universitario de Colmbra; ‘auséncia de estudo sobre 0 acordo interavaliadores, Estudos futuros: estudo longitudinal com pacientes ‘com DCL. © DA; validacao da escala noutras populagies (Demencia Frontotemporal) e das suas vers6es adapta- das; andlise da relagdo dos resultados da CDR com blomarcadores no DCL € na DA (ApoE, LCR); estudos de validade concorrente com MMSE, Blessed, MoC&, @ ‘outros instrumentos, on ‘ANALIAGAO CLINICA DA DEF REF Borg L. (2988). Clinical Dementia Rating (CDR). Psychopharmacology Bulletin, 24, 637-639. Cedarbaum, J.M., Jaros, M., Hernandez, C., Coley, N-, Andriou, S., Grundman, M., & Vellas, B. 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Clinical Dementia Rating (COR): Estudo de validacao {da versa0 portuguesa no defeito Cognito Ligelro © na Doengs de Alzheimer. Comunicacao apresentada na 27.* Reuniao do Grupo de Estudo de Envelhecimento Cerebral e Deméncias. Coimbra E INSTITUICOES Isabel Santana. Servigo de Neuroiogia, Centro Hospitalar € Universitario de Coimbra Pracota Mota Pinto, 3000-075 Coimbra, Portugal. malt isabel/santana@gmall.com Tel: ($351) 239 836 244, ‘Margarida Vicente. Servigo de Neurologia, Centro Hospitalar & Universitario de Coimbra. Praceta Mota Pinto, 3000-075 Coimbra, Portugal. Ema margarida-vicente@hotmall.com Tel. (+354) 239 836 244. Sandra Freitas. Faculdade de Psicologia e de Ciéncias da Educacéo, Universidade de Colmbra, Rua do Colégio Novo, Apartado 6153, 3001-802 Coimbra, Portugal Email: sandratreitasO208@¢mail.com Tel: (+354) 239 851.450. ESTIGADC Beatriz Santiago. Servigo de Neurologia, Centro Hospitaler © Universitario de Coimbra, Praceta Mota Pinto, 3000-075 Coimbra, Portugal. Emait: nomesantiago@hotmell.com Tel: (+351) 239 836 244, Marlo R. Simées. Laboratério de Avaliagdo Psicoldgica e Psicometia, Faculdade de Psicologia e de Ciencias da Educacao, Universidade de Coimbra, Rua do Colégio Novo. Apartado 6153, 3001-802 Coimbra, Portugal. Emait simoesmr@fpce.uept Tel. (+354) 239 851 450. ” MINI MENT/ STATE EXA- MINATION (MMSE) (Folstein, Folstein, & McHugh, 1975; adaptacdo portuguesa: Guerreiro, Silva, Botelho, Leltdo, Castro-Caldas, & Garcia, 1994). Sandra Freitas, Mario R. Sim6es, Lara Alves, ¢ Isabel Santana (MINI MENTAL STATE EXAWINATION Q2- DESCRIGAO (O MMSE (Folstein, Folstein & McHugh, 1975) 6 um instru mento breve de avaliacao cognitiva global amplamente utiizado er contexto clinica e de investigaco. € composto Por 30 itens dicotémicos que avallam sels dominios co- gnitivos:() 5 itens de orientagao temporal e cinco itens {de orientagao espacial permitem a avaliagéo do dominio Orientagao (10 pontos); (i) a capacidade de evocacao imediata de trés palavras avalia 0 dominio Retengdo (3 Pontos}; il) uma tarefa de subtracco em série possiblita (0 exame do dominio Atengao e Céleulo (5 pontos); (iv) para a avaliago da Evocagao Diferida 0 oxaminando dove evocar as ts palavras aprendidas anterlormente (3 pon- 105); (v) cas tarefas de nomeagao, um item de repeticao de frase, trés itens de compreensao de ordem verbal, um item de compreensao de ordem escrita e um iter de capacidade de expressao escrita comptom o dominio da Linguagem (8 pontos); fnaimente, (vi) a c6pia de uma imagem constituida por dois pentagonos intersetados permite @ avaliacao da Capacidade Construtiva (1 ponto). Na década de 70, e do ponto de vista da avaliac30 cogn: tiva breve, esta prove constituiu um incontestével avanco, comparativamonte aos testes de rastrolo até entao exls- tentes. Gradualmente, a sua utlizag30 generalizouse & nivel intemacional e © MMSE assumiu um lugar prepon: derante, torando-se no teste de rastrelo cognitive breve ‘mais utlizado, mais amplamente validado para diversas populagdes e mais referenciado na literatura, A evolugdo dos conhecimentos clinicos sabre a patologia neurodegenerstiva no ambito da deméncia, nomeadamento 2 emergéncia do diagnéstico de Détice Cognitive Ligeia (DCL) e a alteragao de foco para a deteccao precoce {dos estados mais ligeitos de declinio cognitiva, fez com que comecassem a surgir algumas ertticas apontadas 0 MMSE. Contudo, o MMSE continua a ser um teste de rastreio cognitivo muito utilizado em estudos nacionais e Internacionais, representando uma linguagem comum na ‘comunicacao entre técnicos de satide (nomeadamente, Psicdlogos, neurologistas e psiquiatres). O estudo de adaptacéo transcultural para a populagdo Portuguesa fol realizado por Guerreiro e colaboradores (Guerreiro, Siva, Botelho, Leitio, Castro-Caldas & Garcia, 11994; Guerreiro, 1998). Desde entdo, o MMSE passou 2 ter um uso generalizado na populacao portuguesa, em ccontexto clinico ¢ de investigagdo e por diversos tinos de profissionals de satide. Deste proceso de tradug30 ‘ adaptacio para a populagéo portuguesa importa salien: tar que tareta original de atencao © calculo constitulda Por cinco subtraccdes sucessivas de 7 a partir de 100 {oi substituida na versio portuguesa por uma tarefa de cinco subtracgdes sucessivas de 3 a partir de 30. Os autores optaram por esta alteracio depois de verificarem ‘em estudo plloto que a populaggo controlo revelava uma reduzida taxa de acerto nestes itens, © mesmo no se verificando com a op¢ao 20 menos 3. 0 (MINI MENTAL STATE Exa\ ADMINISTRACAO E CO O MMSE é uma prova de papel e lapis, de administracdo facile cujo tempo de aplicagao 6 de aproximadamente 5 a 10 minutos. Todos os itens $80 dicot6micos, sendo pontuades com zero no caso de erro e com um ponta no ‘caso de resposta correcta. A pontuaco méxima é de 30 Pontos, com as pontuacées mais elevadas ® correspon: dorem a melhores desempenhos cognitvos, PROPRIEDADES PSICO Com recurso a uma amostra comunitatia de 850 adultos e ldosos cognitivamente saudévels, Freitas e colaboradores (2014) encontraram adequatdas propriedades psicométicas ‘os resultados neste teste. O alfa de Cronbach, enquanto indicador de consisténcia itera da prova, fol de 46, nB0 ‘se tendo abservado o aumento deste valor com a excluséo Tabela 4. Propriedades Psicométricas do MMSE em grupos clinioos| ope linen . va 2 on 0 or 7 wv a - Frese, 20128 > rs, etl, 20120 Freitas © colaboradores (2014) ouservaram coeficientes de correlacao estatisticamente significativos entre os resultados do MMSE e a escolaridade (r= 463, p01) @ a Idade (r = -.207, p<.01), | regressao linear multipa (método Enter) pemitiu analisar a inluéncie destas varidveis nas resultados no MMSE, resultando dois modelos de regressao signficativos. © primeira modelo (F.,,= 260.926, 9 <.004) apenas incu a varigvel escolaridade (8 = .485, t = 16.153, p <.001), que signifcativamente explica 23% da varlancia total Ey ite Coto geo; DA ~ Doenga de Alnemer: OFT = Deméci ronttemsea: OW = de nenhum dos itens. 0 coeficiente de correlago entre os resultados obtidos com 0 MMSE e oom 0 Montreal Cognitive Assessment (MoCA; Nasreddine ot al., 2005; SimBes ot al, 2008) foi de 61 (p<.01), sendo sugestivo de validade concorrente. Estes valores S80 mais elevados quando consideradas amostras clinicas (Tabela 1) dos resultados no MMSE, No segundo modelo as duas, variéveis s80 combinadas (nao se detectou evidencia de ‘muiticolineardade;F. * 181.468, p <.001), tendo ambas as varidvels contibuido signifcativamente para a predilo dos resultados ne MMSE (escoleridade: 8= .412,t= 12.819, p =.001; idade: 6 =-.183, ¢=-6.688, p <,001], em conjunto explicam 26% da variéncia total dos resultados do MMSE. Com base nestes resultados, @ escolaridade e a idade foram consideradas como critérios para o estabelect: mento de dados normativos do MMSE para a populac3o Portuguese. 02 MINI MENTAL STATE EXANNN NORMAS/INTERPRETAGA Em Portugal, 0 primelro estudo sistemético com o MMSE ‘i realizado por Guorrolro o colaboradores (Guerreiro, Siva, Botelho, Leltdo, Castro-Caldas & Garcia, 1994; Guerreiro, +1998). Para além do estudo de adaptagao transcultural € da andlise psicomética, os autores elaboraram dados de natureza normativa com base numa amostra de 137 ‘controlos ¢ realizou estucos de validagao num grupo clinica heterogéneo de 151 pacientes. De acordo com a forte in ‘fuBncia de escotaridade no desempenho na prova, os dados ormathos e pontos de corte identiicados foram definidos ‘com base no seguinte critrir I) Analfebetos: 15/16 pom 10s (sonsiblidade = 63.6%; espociiidade = 91.4%); I) 1 ‘a 11 anos de escolaridade: 22/23 pontos (sensibiidade 7.4%; especifcidade = 96.8%); e il) mets de 11. anos de escolaridade: 27/28 pontos (sensibilidade = 66.7%; cespecificidade = 90%) Mais recentemente, Morgado colaboradores (2009) efe- ‘ctuaram uma actualizacio dos dados normativos do MMSE para a populacdo portuguesa. 0 estucdo fol conduzido numa ‘amostra de 411 oarticipantes da comunidade. Ainda que se tenha encontrado um efelte reduzido mas signiicativa da Idade, este estudo corrobora que a escolaridade constitul 2 varidvel com maior capacidade prodiva do desempenno no teste. Deste modo, estes titimos dados normatives foram cestabelecidos considerando trés grupos de lteracia I) 0.8 2 anos (M = 25.18; OP = 2.16; ponto de corte: 22} I) 3a 6 anos (M = 27.82; DP = 1.78; ponto de corte: 24); il) 7 ‘ou mais anos (M = 29.05; DP = 1.11; ponto de corte: 27), Estes estudos do MMSE pare a populacdo portuguesa no Tabela 2. Dados normatives do MMSE para a populagéo portuguesa * contempiaram uma amostra estratifcad e representativa {da populacéo portuguesa, sendo as respectivas amostras ‘esidentes apenas na érea metropolitana de Lisboa. Por esta 12240, Freitas e colaboradores (2014) provederam a um ‘novo estudo noriativo do MMSE na popuiagde portuguesa, ‘com uma amostra estratficada por dversas variévels socio. \demograticas e representativa da populacdo portuguesa. ‘A amosta deste estudo foi constituida por 850 adultos © idosos cognitvamente saudéveise estratiicada de acordo com diversas veridvels sociodemagréfcas (0) género i dade (iW escotanicade, (west googrética (lassitcacae NUTS, Instituto Nacional de Estatstica),() localizaco geogrsica (itoral vs interior) ¢ (i) rea de residéncia(classiicagao Tipologia das Areas Urbanas, Instituto Neclonal de Estats- tical] de modo a ser equipardvel& cistibuigbo observada na populagdo portuguesa e, deste modo, assegurar tanto quanto possivel a su representatvdede. De salientar que esto estuco inclu paticipentes com 25 ou mais anos, de ‘modo a obter datos normativos pare idades mais ovens € assim viablzar a utiizacéo desta prova na avaliagdo cognitna breve em outrs condigbes ciicas para além do espectto das deméncias (0. ex: patologia oncoliea, traumstismas cranio-encetéieos, abuso de substncia, ec. 0s datos normativos S60 apresentadios na Tabela 2 {A Tabela 3 apresenta os pontos de corte do MMSE para {grupos clinicos especificos, © os respectivos valores de sensiblidade, espesifcidade, valor preditivo posto, valor Dreditivo negativo ¢ precisdo classificatéra, ry vate ia i me aie ae on) C © 2 we | eres meue masses nalsoue wie | 2 2 2 ao |e e a a wm | posit aneuio asteon ise wie | ® 2 2 | a a = a we | atst aaecr auseor mises wise | ae 8 2 A 0 ann mn am a = iris | eas aiseose aiatss amnsost aussi we | 2 2 * 2 2 ce MINI MENTAL STATE EXAMINA) Tabela 2 Pontos de corte e preciséo diagnéstica do MMSE para os grupos clnicos ogo | reoieore | ue | Semntte | pete ve | w|i tei vex «a | ow | @ 2 a « @ on a = Nota: DOL = Défice Cogito Lge: DA = Doene de Alceimers DFT = Dernca Fortotompara: OV ener sel Os port de crt nda valermnine a potusts toa no MMSE paras murcia de anal Os valoroa de snsibicede, especcdede, VPP (valor erecta posto. PA (olor precio repatie)e oresiso daescatiria sao expressos em pacenegen, ia e 3, 2013 * fot, ea, 20128 > Fron, eta, 20120 COMENTARIO No actual contexto clinico € de investigacao, em aue todas as orlentagdes reforcam a importancia de uma identifi. cacéo precoce do défice cognitivo, na fase mals ligeira do declinio, tém sido apantadas na literatura algumas limitagdes a esta prova, enquanto teste de avaliacao cognitiva breve, designadamente: (i) 8 baixa sensibili dade aos estédios de declinio cognitive mais ligelras, 0 ue conduz a uma elevada taxa de falsos negativos a uma relativa insensibilidade aos quadros clinicas de DCL; (i) a reduzida complexidade de muitas das tarefas Incluidas na prova, principalmente ao nivel da maméria © da linguagem, 0 que gera um frequente efeito tecto dos desempontos, sobretudos nos individuos com escolaridade mais elevada; (il) a relativa incapacidade para diferenciar distintas condigdes clinicas;e, nalmente, (iv) a auséncia Ge tarefas para a avaliagdo das funcdes executivas, © 2 ‘que compromete a sua sensibilidade na identificagao de condigdes clinicas como a deméncia Frontotemporal (OFT) 0 0 défice cognitivo de origem vascular (Freitas, Santana & Simdes, 2040; Ihl, Frélich, Martin, & Maurer, 1992; Markwick, Zambon! & Jager, 2012; Naugle & Kawczak, 1989; Tombaugh & Mcintyre, 1992; Wind et al., 1997). Apesar destaslimitacdes, que podem conduzirao questions: ‘mento da utiizagao desta prova como instrumento nico de rastreio para a identiicagio precoce do decliio cognitivo, a utlidade do MMSE na avaliacao da disfuncdo cognitiva ‘com nivel de severidade moderado a severo encontre-se bem documentada. Adicionalmente, esta prova poderd ser uma das mais adequadas como teste cognitive brave om Populagdes de baixa escolaridade, nomeadamente nas idades mais avancades. (MINI MENTAL STATE EXAMINA REFER Folstein, M., Folstein, S,, & McHugh, P. (1975). MiniMental State: A practical method for grading the cogn- tive state of patients forthe clinician, Journal of Psychiatric Research, 12(3), 189-498, Guerreiro, M., Silva, A. P, Botelho, M., Leitdo, 0, Castro- Caldas, A., & Garcia, C, (1994). ‘Adaptacao & populacdo portuguesa da traducao do Mini Mental State Examinetion. Revista Portuguesa de Neuro logia, 4,9, Guerreiro, M. (1998). Contributo da Neuropsicologia para 0 estudo das deméncias (Dissertagdo de Doutoremento ndo publicada). Universidade de Lisboa, Lisboa. Morgado, J., Rocha, C. S., Maruta, C, Guerreiro, M., & Martins, 1. P. (2008). Nowos valores normativos do Mini Mental State Examina tion. Sinapse, 2(9), 10-16. Morgado, J., Rocha, C. S., Maruta, C., Guerreiro, M., & Martins, 1. P. (2040). (Cutoff scores in MMSE: A moving target? European Joural of Neurology, 17(5), 692-695, CONTACTOS. INV E INSTITUICOES ‘Sandra Freitas. CIINEICC. Faculdade de Psicologia ede Ciencias da Educacdo, Universidade de Coimbra, Rua do Coléglo Now, Apartado 6153, 3001802 Coimbra, Portugal Tel: (+361) 239 861 450. Ema: sandrafretas0209@gmail.com, Matto R. Simdes. Laboratério de Avaliagdo Psicol6gica e Psicometria, CINEICC. Faculdade de Psicologia e de Ciénoias da Educaca0, Universidade de Coimbra.Rua do Colégio Novo, Apartado 6153, 3001-802 Coimbra, Portugal. Tel: (+351) 239 851 450. Email: simoesmr@fpce.ucpt ENCIAS BIBLIOGR/ Af Freitas, $., Simdes, M.R., Alves, L, Duro, D., & Santana, 1 (aon Montreal Cognitive Assessment (MoCA): Validation study {or Frontotemporal Dementia. Journal of Geriatric Psychiatry and Neurology, 2513), 146.154, Freitas, S., Simdes, M.R., Alves, L., & Santana, |. (2044). Mini Mental State Examination (MMSE): Normative study for the Portuguese population in a community stratified sample. Applied Neuropsychology: Adults, dai 110.1080/23279095.2014.926455. Freltas, S., Simoes, M.R., Alves, L, & Santana, |. (2023). Montreal Cognitive Assessment (MoCA): Validation study for Mild Cognitive Impairment and Alzhoimer's disease. Alzheimer Disease and Associated Disorders, 27(1), 37-43. Freitas, S., Simdes, M. R., Alves, L., Vicente, M., & San- tana, |. (20426). ‘Montreal Cognitive Assessment (MoCA|: Validation study for Vascular Dementia, Journal of Internatianal Neuropsychology Society, 18(6), 1031-1040, ESTIGADO! Lara Alves. CINEICC. Faculdade de Psicologia e de Ciéncias da Eau cago, Universidade de Coimbra Rua do Coléglo Novo. Apartado 6153, 3001-802 Coimbra, Portugal Tel: (#351) 239 851 450. Email laralvesT9@giall. com, leabel Santana, Servigo de Neurologia, Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra. Praceta Mota Pinto, 3000-075 Coimbra, Portugal Tek: (4351) 239 836 244 Email {sabelisantana@gmail.com MONTREA COGNITIV (Nasreddine, Phillips, 1, Charbonneau, Whitehead, Collin, Cummings, & Chertkow, 2008; adaptacdo portuguesa: Simées, Freitas, Santana, Firmino, Martins, Nasreddine, & Vilar, 2008), Sandra Freitas, Mario R. Simdes, Lara Alves, & Isabel Santana 24 Q3 DESCRICAO (© MoCA (Nasreddine et al., 2008; Simoes et al., 2008) um teste de avaliagao cognitiva breve, especificamente desenvolvido para a avaliacao das formas mals ligeiras de declinio cognitivo. Os resultados neste teste constituem lum método répido, prético e eficaz na diferenciacso entre alteragdes cognitivas resultantes do processo do cenvelhecimenta normal @ défices cognitivos patolégicos. 0 MoCA avalia sels dominios cognitives. As Fungdes Exocutivas s80 avaliadas através de ume tarefa adaptada {do Trail Making Test B (1 ponta), de urna prova de fluéneia verbal fonémica (1 ponto) e de dois itens de andlise de ssemelnangas para a avaliagaio de capacidade de abstracao (2 pontos), A cépia do cubo (1. ponto) eo desenho do reldgio (3 pontos) permitem o exame da Capacidade Visuoespacial. A Meméria a curto prazo ¢ avaliada atr \vés da aprendizagem de uma lista de 5 palavras em dois ‘ensaios no pontuaveis com subsequente evacagao diferiia ‘ap6s 5 minutos (5 pontos). Diversos estudos tém cor. roborado as boas propriedades psicométricas do MoCA e a sua elevada sensibilidade na ldentificagao precoce de pacientes com Défice Cognitiva Ligeito (DCL) ¢ Doenga {de Alzheimer (0A) (Fujiwara et al., 2020; Lee et al, 2008; Koski et al., 2009; Luis et al., 2009; Smith et al., 2007; Rahman & Gaafary, 2009; Zhao, Guo et al., 2011), No tentanto, ainda que tenha sido originalmente desemohivo para a avaliacao cognitiva global destas ponulagdes clin: ‘cas, a sua preciso na identificagsio do declinio cognitive Imais ligeiro © o5 resultados consistentemente mais ls ‘iminativos do que os co Mini Mental State Examination (MMSE; Folstein, et al., 1975) instigaram 0 uso cada vez mais generalizado do MOCA, e 6 multiplicaedo eo ‘alargamento dos estudos de valldagdo a outros grupos clinicos: p. ex., Défice Cognitive Vascular (Hachinski et al., 2008) ¢ outras condigdes clinicas cerebrovasculares, (Aggarwal & Kean, 2010: Pendlebury et al.,2010); Doenca {de Parkinson (Hoops ot al, 2009); Doenga de Huntington (idenovic et al., 2010); perturbagdes do sono (Gagnon ‘et al., 2010); populagdo oncol6glca (Olson etal, 2040); HIV (Kosi! etal. 2011); perturbagdes de abuso de substancias ‘(Copersino etal, 2009); défice visual Witch etal, 2010). A.tlidade e eficdcia corroboradas pelos diversos estudos Impulsionaram a répida disseminacao internacional do MoCA, atualmente adaptado e validado em 36 palses. Adicionalmente, o MoCA tem sido regularmente destacado em vérios estudos comparatives ontre Instrumentos: de avaliagdio neuropsicol6giea (Lerch et al., 2010; Zhao. et al., 201.1); estudos de revisao (Appels & Scherder, 2010; Ismail et al., 2010; Jacova et al., 2007; Levey et al., 2006; Lonie et al., 2009; Moorhouse & Rockwood, 2008; Zhou & Zhao, 2008); e destacado em guidelines felativas a0 DCL e DA (Chertkow et al., 2007; Gauthier et al., 2044; Robillard, 2007), mas também relativas 2 outras condicdes clinicas, nomeadamente ao Défice Cognitivo Vascular (Hachinski et al,2006) ¢ a patologias cardiovasculares (Arnold ot al., 2007), £m Portugal, importa ands sublinnar que a recente Norma dia Direc Gerl de Sai [053/2041; "Abordagem Tera P@utica das Alteracdes Cognitivas"| © as orientagdes da Liga Portuguesa Contra a Epilepsia recomendam a utllzago da versio portuguesa do MoCA para a avaiagao cogitiva (© MoCA (versao 7.1) fol alvo de um plano sistematico de estudos para @ populagao portuguesa. Atualmente esta prova esta adaptada transculturalmente para @ nossa populacao (Freitas et al., 2010) e validada em pacientes com DCL e DA (Freitas et al., 2043), Deméncia Frontotemporal (DFT; Freitas et al., 2012a) © Deméncia Vascular (DV; Freitas et al., 2012b), Para além do estudo normativo (Froitas ot al., 2011), foram ainda realizados dois outros estudos psicométricos: 0 estuda da influsneta das varisveis sociodemogréficas ¢ de sauide (Freitas et al, 2012c € 0 estudo de validade de constructo (Freitas 2% 03. MONTREAL COGNITIVE ASSES: et al., 20124). Recentemente, Nasreddine e colabore: dores deserwolveram duas versbes alternativas do MoCA, (verso 7.2 € 7.3; www.macatest.org) com o objective de reduzir os possivels efeitos de aprendizagem resultantes da administrago repetida da prova. Esta vantagem acrescida da prova assume especial importancia em ccontexto clinico, pela necessicade de uma monitorizacao frequente da evolugdo das manifestacdes cognitivas e ADMINISTRACAO (0 MoCA € constituido por um protocolo de uma pégina, ‘uj tempo de aplicagao é de aproximadamente 10 a 15 minutos, inclul um manual (Simdes etal, 2008) onde so PROPRIEDAD 0s estucos realizados na popuia¢ao portuguesa corroboran transversalmente as boas propriedades psicométrices do MOCA. A andlise da dlstribuicdo das respostas em cada Fem, releva que os itens Contorna, Leo, Lugar e Localidad ‘presentam uma elevada taxa de acerto (respetivamente: 97.8; 90.3; 96.7; 99.2) 0 que sugere um menor nivel de dificuldade destes itens, Por outo lado, atarefa de Fluéneia Verbal Fonémica surge como o item com menor taxa de acerto (26.9% (Freitas et al, 20124), 0 alpha de Cronbach, enquanto indicador da consisténcia Interna da prova, revelou valores adequades em todas as _amosiras portuguesas estudladas, vaiando entre 723 (Freitas etal, 2012a) ¢ 908 (Freitas, et al., 20120). 0 estuda original reporta um af de Cronbach ce 83 (Nasreddine etal, 2008). ‘A estabilidade tomporal dos resultados obtidos com 0 [MoCA foi estudada em Individuos cognitiamente saudévels| Considerando um follon-up de 3 meses e um folon-up de 18, ‘meses. Em ambos os cases, 0 MCA revelou uma excelente estabilidade temporal dos resultados (respetivamente 903 e 877) Fretes et al.,2012a).0s autores originals enoantraram uma establlidade temporal de .92, num intervalo temporal de 35.0 £ 7.6 das (Nasreddine et a., 2005). 0 grau de acordo entre avalladores revelou excelentes resultados om duas amostras cistintas: .988 (Freitas et al, 20128) © 976 (Freitas, et al, 20126). 0 menor acordo 26 particularmente no contexto da investigacéo de novas terapauticas. A autorizagaio para a adaptagao destas duas verses paralelas para a populacao portuguesa fol solloitada ¢ abtida em 2043, estando actuaimente fem curso um plano de Investigacdo que visa a validacao dostas versbes para diversos grupos clinicos, bem como ma sérle de estudos de natureza psicométrica, CNT LAT PA explictadas as instrugdes para 2 administracdo dos itens & dotinido, ce modo objetivo, orespetivo sistema de cotagao. ES PSICOMETR ‘ocorreu no item correspondente aos Nimeros do deseno do reldgio ens dois tens de Semethances, ‘Ao nivel da vaidade de constructo das pontuacdes no MoCA, foram encontradas correlagoes positvas o signifcativas centre cada item 2 pontuacdo total na MoCA, cada item © 0 respetivo dominio cognitiva e entre os dominios cognitivos © ‘a pontuagdo total na prova (Freitas et al., 20424). Avalitade de constructo foi ainda examinada de um modo mais sis temético, através do estabelecimento da respetiva validade fatorial, convergente © dlvergente ‘Ao nivel da valida fatoria, com recurso a Andlise Fatoral CConfitmatéria foi encontrado um ajustamento do modelo de 6 Fatores conceptuaimente proposto pelos autores orginals signficatvamente superior ao ajustamento encontrado para 08 outros modelos testados. A valldade convergente fol analisade através dos resultados das varigncias extaidas ‘médias (VEM). Os valores encontrados situararmse entre AG @ .75, sugerindo uma apropriada validade convergente (VEM >.5; Fornell & Larcher, 1981), Acicionaimente, e ainda do acordo com Forel e Larcker (1984), dois fetores revelam validade disriminante quando o valor VEM € superior a0 valor do quacrado da corregdo entre esses fatores, Excoto no caso das Fungbes Executivas e da Linguagem, que partiham 2 variancia do tem de Fluéncia Verbal Fonémica, fol encontrada \alidade discriminatha entre todos 08 outros fatores (Fratas, et al, 20122). Em suma, estes resultados estabelecem @ \alidade fatorial,comergonte e discriminante, proporeionando boa evidéncia de validade de constructo dos resultados no ‘MoCA, ¢ legitimam a andlise de perfis cognitives com base nas (seis) dimensdes subjacentes,facltando a clinicos & ivestigadores uma interpretago mais compreensiva das ‘ungdes cognitwas com base numa avaliagdo breve. De um modo consistente o transversal a todos os estudos realzados na populac2o portuguesa, os resultados obtidos no MoCA correlacionaramse positive significativamente ‘com os resultados obtides no MMSE, varlando entre .60 25 (Fetes et al, 20122), sugerinco a existéncia de validade ‘concorrente. No estudo original ol eneontrade um coericiente de correlacao de 87 (Nasteddine et al., 2005). ‘Ao nivel da validade diseriminante, « capacidade do MoCA para distingur entre aduitos e idoses cognitivamente sau- \daveise inaiviuos com decinio cognitive fol analisada com recurso 2 diversos grupos clnicas (DCL, DA, DFT © DV). As {analises entro grupos demonstram a eficdcia do MoCA na dlstingdo entre as condigdes saudévels e patoldgicas, tendo sido observadas dlferencas estatisticamente significativas entre 05 grupos controlos e os grupos clinicos, em todas fs anélises. Uma andlise mais pormenorizada identifica ainda diferenges estatisticamente significativas 20 nWvel dos ‘dominios cogntivos examinados pelo MoCA ent: () grupos ‘controle © os grupos cinicos, em todos 0s dominios cogn ‘vos; () pacientes com DCL pacientes com DA, em todos ‘03 dominios cognitivos;e (ii) pacientes com DA DFT, no dominio da Memria e da Atengao, Concentracao © Memoria de trabalho, com pior desempenho dos pacientes com DA; no tendo sido encontradas diferengas estatisticamente signficativas entre os pacientes com DA e DY (Felts etal, 2012a; 2012, 20120). 0s resultados preliminares do estudo longitudinal com p> cientes com DCL € DA evidenciam a sensibiidade do MoCA ‘20 dectinio cognitive progressivo num curto espaco de tempo, bem come a sua potoncialidade na identifcagdo de perfis de deterioracao cognitiva no curso da doenca. Comparando 08 resultados de dois momentos de avaliagao (176.81 67.09 alas, foram observadas aiferengas estatisticamente signficatias entre os dois momentos de avaiagao, conside- rando a totalidade dos pacientes ou isoladamente cada um dos grupos clinicos. Uma anélise mais detalhada revela ainda diferencas estatisticamente significathes ao nivel dos: {dominios cognitivos do MoCA entre os dois momentos de ‘avaliaco. Considerando todos as pacientes, foram encontra. das aorencas estatisticamente significativas no dominio da Capacidade Visuoespacial; Meméria; Atene30, Concentragdo @ Meméria de Trabalho; © Orientago. Atendendo apenas 220 grupo DCL, as aiferengas encontracas foram ao nivel da ‘Meméria, enquanto nos doentes de Alzheimer se verfcou um decréscimo significative no desampenno nos dominios dda Atenco, Concentracao e Meméria de Trabalho e da Orien- ‘taedo (Freitas otal, 20122), NORMAS/INT Tabeta 2. Dados normatives do MoCA para a populacdo portuguesa * ERPRETACAO cade Maes a a2 Be (Gan Ede o | es | (oa) a) (oo) ea) 0 2385155 sane masta nasi 203825 o 2-18 wan 24 3-1-8 wn.2 ® et 9) 3) 9) ae 061 21782205 wss225 masisim aes “o 10-18-16 ann 2-2 Bun a19-18 ® (39 © my wy ia) 2s anes naens20r musi Pear nine | es 20-1 2-2-1 Bue so. 0D 50) am) ry a2) i) eed nantes 25852250 am 235, ots ioe aid s367 “oe | az B22 6-4-2 15-21 2-19-17 = Not: Pntuagies ne MOCA sao de {DP4.SOP ¢ 209 respsctamente Sproat 9, 2011 a @ MONTREAL COGNITIVE A: Tabela 2. Pontos de corte e preciso dlagndstica do MaCA para os grupos cinicos nge | Ponetscote | auc | Staite ytate we | wn | reste cst Se ete (eco a ale = on «| aw e | @ 8 ® «| ow [we [om 7 » [a a Note: OC. = Dee Cogito Liga: BA = Daanga de Ahoimor; DFT = Demin Fertstomporl DV = Domércla Vescuar. Os pentose corte incleam valor mmo de pauses aa no Moca auseneta de sna. Os valores de sensoicae, espe cace, VP alr pretive pesto), VPN (soe previo negate) rein cscs so egress en percentage 2 Frets et, 2013 COMENTARIO De entre as prineipais vantagens deste plano de estudos, salientamos 0 recurso @ uma amostra representativa «da populagao portuguesa, estratificada de acordo com a8 principals varlavels sociodemograficas, © com uma distriouigao real muito préxima de distribui¢ao da popu Jaga portuguese, para 2 realizagao do estudo normative, Relativamente aos estudos de valldagzo clinica parece- nos importante salientar que foram desenvolvidos num contro de exceléncia do nosso pats (Servigo de Neurologia dos Hospitais da Universidade de Coimbra), com acesso ‘a meios de diagnéstico sofisticados, 0 que permite a: sogurar uma elevada aculdade de diagnéstico. 2082 Por outro lado, na analise dos resultados foram const derados grupos controlo emparethados quanto ao géner0, dade @ escolaridade com os diversos grupos clinicos estudados, sendo que 05 grupos clinicos entre si tam- bem foram emparelhados quanto a0s mesmos oritérios @, adicionalmente, quanto & pontuagao no MMSE (com vista a aproximar os grupos quanto ao nivel de severidade), seguindo-se rigorosamente esta metodologia em todos 08 estudos realizados, © tamanho das amostras fol igualmente alvo de atenc&o, procurando-se assegurar uma maior representatividado, ‘sem prejulzo para o rigor dos critérios de inclusao e exclusdo adotados. A homogeneldade dos grupos clint 60s Investigados com 0 MoCA constitul uma vantagem 8 adicional dos estudos reslizados. Em amostras clinioas heterogéneas, as andlises e subsequentes conclusdes cextraldas podem facilmente ser enviesadas. Ainda que tenha tio implicagBes ao nivel do tamanho (mais reduzido) dos grupos clinicos, optémos por incluir apenas o subtipo ‘amnésica (dominio Unica au multialos dominios) no grupo de pacientes com DCL, a variante comportamental no grupo de pacientes com DFT, ¢ pacientes com OV “pura ‘A homogeneidade foi ainda extensivel & equivaléncia no tamanho dos grupos intra-estudo, reduzindo assim possiveis enviesamentos resultantes de diferentes ‘tamanhos dos grupos nas andlises estatisticas. importa ainda salientar a reduzida variablidade entre os avalla- ores no processo de recolha de dados. Uma vex que todos os participantes cognitivamente saudavets foram ‘avaliados por apenas duas psicélogas com experiéncia em avallagao neuropsicolégica @ que os pacientes foram Imaioritariamente avaliades por uma destas psicélogas, fol possivel maximizar a estandaraizagao dos procedimentos Inerentes ao processo de avaliacao. Contudo, 06 varios estudos realizados com 0 MoCA apresentam algumas limitagdes. 4 primeira limitagaio, ainda que derive de uma premissa conceptual inerente a0 instrumento, & a exclusdo dos individuos Hletrados. Para além da comprovada influéncia da escolaridade no desempenho no MoCA, alguns dos seus itens sdo es MONTREAL COGNITIVE ASS ‘objetivamente inadequados para avaliar individuos anal fabetos. De registar também que na amostra de indi- viduos cognitivamente saudléveis,o subgrupe mals jover presenta uma escolaridade média signifieativamente ‘superior ao subgrupo mals idoso, dificultando assim a tarefa de equiparar todas as faixas etérias consideredas ra estratificagaio quanto ao nivel de escolaridade. Esta Aifculdade reflete o perf demogratico real do nosso pas, ‘onde apenas nas ultimas décadas se instituiu 0 aumento 78) € niveis/anos de escolaridade (1-4; 5-9 @ > 10) Incluindo médias (desvios-padréo) [Quadro I] e percentis para a interpretacao dos desempenhos (Simdes etal, em preparacao). A idade e escolaridade explicam 39.6% da varidncia dos resultados, 4 [ADDENBROOKE’S COGNITIVE ExA' Tabola 1. [ACE-R: Dados Normativos por idade e escolaridade oe aad " mss Mo 14 = Tas 1035 ro 88 2 ast 540 1-98 on a 098 2435 0.98 2 a fe 548 a3 14 18 en502697 Shee 5s " 0525 a.m ase son 2 cao 538 1-98 ] a oor 2433 79:99 6 7330976 3h 8 emir e723 5-98 0 a engi 8.65 7-90 é u sag 63t 16-99 1@ T2880 aha 8 6 95 645 em 4 so 6 ent 519 14.96 oa a sass 5.05 72-96 Fy 70 Tri6z8a 36-95 58 o 360809 65.96 wn sme 6 738499 71-95 ec >a a 213.362 2-99 7 © Tas 1L38 aa a Py a eumeant 70-94 os 4 erasin32 9.93 oa a 0ss.=612 15-96 COMENTARIO ‘$0 muito positivas as apreciagdes comparativas do ACER com outros testes de avaliagao cognitiva breve (p. 0x. Volayuahan ot al., 2044). ‘Alguns estudos evidenciam falta de utilidade diagnéstica dda pontuagao total do ACE-R, mas vantagom no recurso a ontuacies parciais de dimensdes especificas na detecgao de declinio ou défice cognitivo: p. ex., sensibilidade especificidade adequadas da componente linguagem do ACE-R na deteocdo da afasia associada a acidente vascular cerebral (Gaber et al., 2011), ulilidade precitiva relative @ défices cognitivos mais especticos identificados através de subtestes/dominios particulares ~ Viso-espacial, Fluénela, Atengdo e Orientag2o ~ no acidente vascular ccorobral (Mortis et al., 2012) ‘Aversio portuguesa do ACE-R evidenciou utiidade como, Instrumento de exame cognitvo breve de condutores idosos encaminhados para avaliagao psicoldgica por médicos de famiia (Ferrera et al., 2012) e esta presentemente 2 ser uilizada nos protocolos de varias investigacdes. Uma nova verso do Addenbrooke's Cognitive Examina- tion (ACEI) for recentemente disponibilizada (Hsieh et al., 2013), % o ‘ADDENEROOKE'S COGN ‘Alexopoulos, P., Ebert, A., Richter Schmidinger,T., Scholl, E., Natale, B., Agullar,C.A., ...Komhuber, J. (2010). Validation of the German Revised Addenbrooke's Cognitive Examination for detecting mild cognitive impairment, mild dementia in Alzheimer's disease and frantotemporellober ‘degeneration. Dementia and Geriatric Cognitive Disorders, 29, 488-456. Bogetl,F, Tan, A. Y-K., Cummins, 6. A., Collin, LM., Guz- ‘man, N.V., Mason, S.L., & Barker, R.A. (2013), The Addenbrooke's Cognitive Examination Revised accurately tects cognitive in Huntington's disease. Journal of Neuro- logy, 260(11), 2777-2785. Davies, R.R., & Lamer, A.J (2043). ‘Addenbrooke's Cognitive Examination (ACE) and its revision (ACER), In AJ. Larner (Ed), Cognitive screening instruments: ‘A practical approach (pp. 61-77). London: Springer. Forreira |. S., Simoes, M. 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(em preparacdo).. ‘Addenbrooke Cognitive Examination — Revised (ACER): ‘Analysis of the Portuguese version with the Rasch model 3. & Firmino, \Velayudhan, L, Ryu, S:H., Raczok, ML, Philpot, M., Lindesay, Ja, 2» Livingston, @, (2044). Review of brief cognitive tests for patients with suspected domentia. International Psychogeriatrics, 26(8), 1247-1268, Yoshida, H., Terada, S., Honda, H., Kishimoto, Y., Takeda, Nx Oshima, E., Hirayama, K., Yokota, 0, & Uchitomi, Y. (2042). Validation of the revised Addenbrooke's Cognitive Examination (ACER) for detecting miki cognitive impaiment and dementia ina Japenese population. Intemational Psychageriatics24(1),28-37, oF ‘ADDENBROOKE'S COGNITIVE EX CONTACTOS. INV INSTITUICOES Maio R. Simées. Laboratério de AvaliagSo Psicoligica © Psicometria Faculdade de Psicologia © de Ciéncias da Educacaio da Uni versidade de Coimbra Ema: simoesmr@fpce.uc.pt Matta Salomé Pinho. LLaboratério de Memoria, Linguagem e Fungées Executivas Faculdade de Psicologia © de Ciéncias da Educacao da Uni versidade de Coimbra Emait: salome@tpce.ot Gerardo Prieto. Departmento de Psicologia Basica,Pscoblologia e Metodoiogla Facultad de Psicologia, Universidad de Salamanca, Espanha Emait: gpieto@usal.es LUllana B. Sousa, Laborat6ro de fuliagso Psicoldgica ePsleometla. Faculdade de Psicologia e de Ciéncias da Eduoacéo da Universidade de Coimbra Ema: bapt.lilana@gmail.com Inés Ferreira. Laborat6rio de Avaliagdo Psicoldgica ePsicometia. Faculdade de Psicologia e de Ciéncias da Educacdio da Universidade de Coimbra mai ines.rsfereira@gmall.com ESTIGAL Catia Goncalves. Laboratério de Memoria, Linguagem e Fungoes Executives: Facuklade de Psicologia © de Ciencias da Educa¢ao da Unk versidade de Coimbra Email: catiagoncalves@net sapo.pt Paulo Pimentel, Departamento de Psiquiatria do Centro Hospitalar Tés-0s- ‘Montes e Alto Douro, EPE. Email paulo_pimentel@sapo.pt Fllomena Santos. Unidade de Psicologia Cinica/Psicogerontolog{a do Hospital Magalnaes de Lemos, Porto Email: flomenasentos@hmlemos minsaude.pt Horacio Firmino, Servigo de Psiquiatria. Centro Hospitalar e Universitario de Coimbra Email: hfrmino@mac.com Trabalho realizado no 4mbito do projecto financiado pela Fundagao Calouste Gulbenkian: "Validation of memory tests, functional assessment and quality of life inventories" Process ‘74569; SDH 22 Neurosciences) TESTE DO DESENHO DO RELOGIC (Clock Drawing Test; CDT; Battersby, Bender, Pollack, & Kahn, 1956; adaptacao Portuguesa: Santana, Duro, Freitas, Alves, & Simdes, 2013). Isabel Santana, Diana Duro, Sandra Freitas, Lara Alves e Mario R. SimBes 06, ‘TESTE DO DESENHO DO RELOGIO (TDF 05 DESCRICAO 0 Testo uo Desenho do Reldgio (TOR) é uma prova classica de papel e lapis que funciona como teste de rastreio para deméncia © para a avallaca0 de dificuldades visuosspa- cialis, construtivas e executivas. Pelas suas caracteristicas, integra miltiplas baterias de aveliagéo neuropsicolégica, bem como outros instrumentes de screening para defeito cognitive como p.ex., 0 Montreal Cognitive Assessment (MoCA}, 0 MintMentar State Exemination-2 (MMSE-2), 0 ‘Addenbrooke Cognitive Examination Revised (ACER) ou 6 Wechsler Memory Seale: (WMS1V). (0 TDR fo objecto de normalizacao para a populacao por. tuguesa (Santana et al, 2013). Foram elaborados dados. normativos para os sistomas de cotagao de Rouleau etal. (2992), Cahin et al, (1996) © Babins et al. (2008). Foram iguelmente deservoWvidos estudos que examinam ainiuéncia ‘das variévels soclademograticas @ de satide (Duro et al., 20112). Estdo actualmente em curso estudos de validacao citica em pacientes com Deteito Cognitive Ligeiro (DCL) © Doenca de Alzheimer (DA, Deméncia Frontotemporal (DFT), Deméncia Vascular (DV) e Doenga de Parkinson (DP). 8 05 ‘TESTE DO DESENHO DO REL: ADMINISTRACAO Deve ser pedido ao sujeito que desenhe um relégio de acordo com a seguinte instrugao: “Quero que desenhe um relgfo redondo, com todos os ndmeros, © que marque as ih e 10°. A referencia a “pontelros” devers ser evitada, (0 tompo da administragaa € de cerca de 5 minutos. Existem t@s sistemas de cotacdo normalizados para @ 0 alpha de Cronbach, indicador da consisténcia Intema da prova, evidenciou valores adequados em todas as amostras portuguesas investigadas apenas para sistema de cotag8o de Babins ¢ cols. (2008), variando entre .878 em populacao ‘contiolo (Santana ot a., 2013) ¢ 888 em populeeao clinica (Ouro etal, 2013), Foram encontradas comelacdes positives © ‘Sigfiatives entre 0s resultados abtidos no TDR e os resultados ‘obtidos no MMSE € no MoCA,variando entre 45 & 80 (MMSE) e entre .60 e 64, (MoCA) (Santana et a., 2013), sugerindo «2 existéncia de valldade concorrente com outres provas de NORMAS/ INT! Tabola 1, RPR CO populacdo portuguesa: o sistema de 10 pontos de Rouleau © cols. (1992); 0 sistema de Cann ¢ cols. (1996) que ‘combina pontuaco quantitativa e uma andlise dos 8 tipos de erro mais comuns no desenho do relégia (de acordo com Freedman et al, 1994); € 0 sistema de 18 pontos de Babins e cols. (2008). PROPRIEDADES PSICOIV rastrelo cognitive. Relativamente & validade discriminante, estudos preliminares cam amostra clfica sugerem que as ppontuacbes no TOR diferencia desempenhos de sujitos ‘com patologa degenerativa com ervolvimento parietotemporal (BAe DCLeny) de outras formas de deméncia (OFT, DV e DP) (Dur eta, 201.4). Essa capacidade discriminatoria assentou na andlse de erros subjectivos sugerida criginalmente por Freedman et al. (1994) © operacionalizada no sistema de ‘cotaedo de Cahn e cols. (1996), romesdamente aos eros resposta “stimulusbound” e “dfice conceptual”. Dados normativos para o sistema de cotagBo de Rouleau e cal. (1992) de acordo com a idade e escolandade (Gantana et a., 2013) eae me 0-0 om 28 ater take Cy B @ rey aM +1908 062 1.927 co 185 554 e @ = ass2518 64932408 var =2.39 532 432 543 @ ‘8 59 gore Lat 782 1585 + tt 116 ae 1967 aa 165 aras1700 165 o 5 Ey 2 9514 ons 1015 0 a8 Rat ausiza ant 16 ous a7 0 o ow 2 550785 oust “” 998 5 oxas0z61 588 108 ese+0st7 9.88 o | = 21 (uae Ecidae | 92221373 65. 1600 “0 aut 768 * Nts: Fortunes no TOR abso do 4DP1.50Pe 202 respsamente cy 716 15642281 BAS. = 6 1.983 165 05. ‘TESTE DO DESENHO DO RELOGIO Tabela 2. Dados normativos para o sistema de cotagdo de Cahn e col. (1996) de acordo com a idade e escolaridade (Santana et al, 2013) @ dolerite Es ete 2349 0-66 os em 28 alr fa: ® a o 250 ras 2868 rote26is 606.074 Sosa 69522006 | sea 432 324 204 320 [ee % « 105 | ems2a0 e102 2008 raster apte2a18 | ase 854 5.2 Los S 2 8 106 | eopstee aezeisi0 ‘571.509 agr21506 (oan 18 1.66 aa [ca u 8 108 | oats ans eigsus70 ass21350 save 1261 al | ant Bit Da 216 oo | ansioo 79322318 5645072 ns 2581 785 63) 420 5aa Nota: Pomuagtes no TDR ababo de 102: SOP e 207 respethemente Tabela 3. (Dados normativos para o sistema de cotagao de Babins € col, (2008) de acordo com a idade e escolaridade (Santana et al, 2013) ate Senda 25-40 1-6 26 on 28 unre an) mo) al @ a © Ey 14 waaseasi0 | ssress0 raweasss | uatsems | arisen oy 2108 1086 a5 182 364 a S Ey 16 59 ssone2g | asatezan 3896: 2067 ‘* | sew 1.2.11 1.189 nm 5 = 106 wn | poeta | easiee | ener 0 L768 “0 wage | 5.1413, 1131 35.1419 0 o u 8 10 > masts | uestes | rzsnee 70951200 8 weas | .tete 16.15.15 16,1514 o 8 at 216 en qaimersicdiiete —s64i+2000 | swonsaam | sao8s ane sae 3667 © win 2.108 a1 1,108 ‘ies: Pontus no TDR ababo de 1072.50? 0 207 rospotharante a 0 TESTE DO DESENHO DO RELOC COMENTARIO Vantagens: (i) ecurso @ uma amostra representativa da populagao portuguesa, estratificada de acordo com as principals variivels soclodemograficas, e com uma dis tribuigdo real muito préxima da distrbuigao da populacao portuguesa, para a realizagdo do estudo normativo; estudos de validaeao com grupos elinicas relevantes em curso (DCL, DA, DFT, DY e DP); (il) elaboraedo de normas, para trés sistemas de cotagto distintos. Limitagdes: (i) exclusio dos individuos tletrados; (i) na _amostra de indviduos cognitivamente saudavels, o subgrupo ‘mais jovem apresenta uma escolaridade médi tivamente superior ao subgrupo mais Idoso, cifcultando a tarefa de equiparar todas as faixas etdrias considerades: REFERE Babins,L., Sater, WE, Whitehead, V.,& Cherthow, H. (2008). Can an 18-point clock-drawing scoring system predict, dementia in elderly incividuals with mild cognitive impair ment? Journal of Cinical end Experimental Neuropsychology, 30(2), 173.86. Battersby, W.S., Bender, M.B., Pollack, M., & Kahn, R.L. (4956). Unilateral “spatial agnosia” ("inattention") in patients with cerebral lesions. Brain, 79, 68:93, ‘Cahn, D. A., Salmon, D. P., Monsch, A. U., Butters, N., Wiederholt, W. C., & Corey-Bloom, J. (1996). ‘Screening for dementia of Alzheimer type in the community: ‘The ulility of the Clock Drawing Test. Archives of Clinical ‘Neuropsychology, 2, 529539. 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Esta dificuldade reflete 0 perfil demografico real do nosso pals; (ii) classificagao e operacionalizaeao dos participantes da comunidade “como cognitivamente saudaveis", sem acesso @ avaliagSo clinica e/ou meios complementares de diagndstico e exclusivamente com base na colheita de Informacdes e de avaliacdo neuropsicolégica Estudos futuros:() vaidacdo do TOR junto de novos grupos ciinicos; (i) elaboragao do estude longitudinal com pacientes com DCL e DA; (i) andlise da retagao dos resultados no TDR om biomareadores no OCL.e na DA; i) elaboragdo de mais estudos no &mbito da andlise da validade e delidede da prova (acordo inter aveliadores, establlidade teste-reteste. NCIAS BIBLIOGRAFIC Duro, D., Pereira, M., Jesus, S., Costa, V., Santiago, H. B., & Santana, L (2014). Clack Drawing Test: validation studies with multiple forms ‘of dementia. Eurozean Journal of Neurology, 24(Suppl.4), 108-387, Freitas, S. & Simées, M. R, (2010). 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(+351) 239 836 244 Diana Duro. ‘Servigo de Neurologia, Centro Hoszitalar da Universidade de Coimbra, Praceta Mota Pinto, 200.075 Coimbra, Portugal. Email: diana. duro@gmall.com Tel: (+351) 239 836 244 ‘Sandra Freitas. Faculdade de Psicologia e de Ciéncias da Educacéo, Universidade de Coimbra. Rua do Coléglo Novo, Apartado 6153, 3001-802 Coimbra, Portugal Email: sandrafreltas0209@gmall.com Tel: (+351) 239 851 450 ACTOS. INV ESTIGADORES Lara Alves. Faculdade de Psicologia e de Ciéncias da Educacso, Universidade de Coimbra, Rua do Coléglo Novo, ‘Apartado 6153, 3001-802 Coimbra, Portugal Email: laralves79@gmall.com Tel. (+351) 239 851 450 Marlo R. Simdes. Faculdade de Psicologia e de Ciéncias da Educacdo, Universidade de Coimbra, Rua do Colégio Novo, ‘Apartado 6153, 3001-802 Coimbra, Portugal Email simoesmr@fpoe.ue.pt Tel. (+354) 239 851 450 2

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