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TRABALHO DISCENTE EFETIVO – TDE

NOME: RODRIGO DE SOUZA SANT’ ANNA RGM: 3205-19-2

TURMA: 2019/2

NOME: TAMIRIS TASSONE RGM: 3278-19-2

TURMA: 2019/2

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DISCIPLINA: DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

ACÓRDÃO: Recurso Ordinário Trabalhista – Nº. 0102501-02.2017.5.01.0481


(data da autuação: 10/01/2.020) Valor da Causa: R$ 50.000,00

Partes:

Recorrente: Sindicato dos petroleiros do norte fluminense


Advogado: Geovana Cristiny Carvalho de Oliveira
Advogado: Carlos Eduardo Azevedo Pimenta
Advogado: Jorge Normando de Campos Rodrigues
Advogado: Adilson de Oliveira Siqueira
Advogado: Isabela Ceschin Celjar
Recorrido: Petróleo Brasileiro S/A- Petrobras

EMENTA:

DIREITO DE GREVE. CONDUTA ANTISSINDICAL. NÃO


CARACTERIZAÇÃO. A greve é direito social expressamente previsto na Carta
Maior, em seu artigo 9º. Trata-se, portanto, de meio de autotutela, utilizado pelos
trabalhadores, através do ser coletivo por eles constituído, o sindicato
profissional, único modo de igualar a relação jurídica mantida com o empregador,
aptos naturalmente a produzirem atos coletivos. Assim, é por excelência o modo
de expressão dos trabalhadores, mecanismo necessário para que a democracia
atinja às relações de trabalho. Nesse sentido, ao empregador não é dado impedir
ou utilizar de meios que dificultem ou impeçam o exercício de tal direito,
garantido constitucionalmente. Certo que tal direito não é absoluto, eis que não
pode ser ilegal ou abusivo, devendo ainda observar o disposto na legislação que
regula tal direito, a Lei no 7.783/89. Ocorre que durante a greve, a manutenção
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de equipes de trabalhadores em atividades deverá ser previamente acordada com
o sindicato da categoria, nos termos de seu artigo 9º. Recurso improvido.

RESUMO

Em 07/11/2017, o sindicato dos petroleiros do norte Fluminense ajuizou ação


contra Petróleo Brasileiro S/A – PETROBRÁS, alegando ser a mesma, substituto
processual dos empregados associados da entidade sindical.

Para tanto formulou as devidas pretensões e apresentou os pedidos acostando


aos autos documentos, que viabilizassem à instrução processual.

Destaca-se que, tal distribuição da ação versa sobre a pretensão de nulidade das
punições aplicadas aos trabalhadores pela participação nas manifestações
ocorridas no dia 31 de agosto e 1º de setembro de 2016, com o pedido de
retificação de todos os apontamentos funcionais pelo réu mantidos.

Sustentou para tanto que as inúmeras práticas antissindicais perpetradas pelos


gestores da ré inclusive já denunciadas em várias oportunidades como
perseguições e assédio aos trabalhadores, negligências recorrentes nas questões
de saúde e segurança, mobilizou toda a categoria do Norte Fluminense em uma
manifestação de 48 horas a partir do dia 31/08/2.016.

No entanto, alega que após e as manifestações dos dias 31/08/2016 a primeiro


de setembro de 2016, uma nova “caça as bruxas” iniciada pelos gestores, vez
que vários trabalhadores envolvidos com as liberações de permissão de serviços
(emitentes e técnicos de segurança) vêm sendo advertidos de forma escrita.
Destaca ainda que o modus operandi dos gestores do presente caso, gerou
inclusive, a instauração de inquérito civil pelo Ministério Público do Trabalho nº
0000397.2016.01.005/2-502. Entende que a empresa ré optou por,

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covardemente, punir seus trabalhadores que estavam em uma manifestação
legítima.

Levando em consideração todo o narrado fora postulados os seguintes pedidos:

a) Que fosse declarada a nulidade material absoluta das punições aplicadas


aos trabalhadores pela participação na manifestação ocorrida no período
destacado delas não podendo a de ver nenhum efeito jurídico;
b) Que fosse a demandada condenada a retificação de todos os
apontamentos funcionais por ela mantidos tanto na carteira de trabalho e
previdência social, na ficha de registro dos empregados etc., em função
da procedência do item anterior;
c) Que fosse a demandada condenada no pagamento dos honorários
advocatícios no percentual de 20% do total do valor da condenação;

Respeitando várias tentativas frustradas de composição de acordo e vários


pedidos de vista processual, qual foram deferidos pelo juiz, findou-se a instrução.

Deferida a produção de prova pericial técnica sobre a insalubridade e


periculosidade, a respeitosa sra. perita se manifestou juntando as respostas dos
quesitos complementares arguidos pelas partes.

Analisado todo o mérito, levando em consideração a fase de conhecimento e das


decisões anteriores proferidas, sobreveio sentença condenatória julgando
improcedente os pedidos em face da condenação da Petrobras.

Irresignada a parte autora interpôs recurso ordinário, sendo concedido prazo ao


réu para as contrarrazões no prazo de 8 dias. Os autos foram remetidos para
órgão jurisdicional competente para processar o recurso.

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Diante do recebimento dos autos pelo MM. Sr. desembargador Juiz de Direito
Dr. Leonardo Dias Borges, decidiu por intimar o Ministério público do trabalho
para que se manifestasse nos autos.

Em manifestação do Ministério público do Trabalho, no aparecer de identificação


FB 6049D, rogou pelo não provimento do recurso.

Fora proferido Acórdão sobre o caso em tela, ora analisado, qual fora indeferido
pelas razões de fato e de direito que serão explanadas na fundamentação deste
trabalho, bem como, pela irresignação da decisão proferida pelos nobres
julgadores, a parte autora interpôs R.R. (recurso de revista), qual ainda está para
análise de admissibilidade pela MMª. Sra. Dra. Edith Maria Corrêa Tourinho.

FUNDAMENTAÇÃO:

Imperioso, explanarmos quanto ao conceito de greve para que seja melhor


inteligível esta fundamentação, a greve é direito social expressamente previsto
na carta maior em seu artigo 9º nos seguintes termos:

“Art. 9º é assegurado ao direito de greve, competindo aos


trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre
os interesses que devam por meio dele defender”.

Com definição legal no artigo 2º da lei 7.783 de 1989 que dispõe sobre o exercício
do direito de greve, temos:

“art. 2º para os fins desta lei, considera-se legítimo exercício do


direito de greve a suspensão coletiva, temporária e pacífica, total
ou parcial, de prestação pessoal de serviços a empregador”.

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Ressalta-se que a legislação é contundente quanto aos movimentos de greve,
ainda despertam muitas discussões sobre as suas relações com as leis brasileiras,
principalmente entre os juristas no que tange a aplicabilidade das normas verba
como assim menciona Guilherme Costa:

“A dificuldade para se definir os limites do direito de greve se


acentua quando se buscam responsabilidades pelo exercício
inadequado desse direito. Daí a importância de se determinar a
responsabilidade civil pelo abuso do exercício da greve,
principalmente a responsabilidade dos grevistas pelos prejuízos
sofridos não só pelos empregadores, mas também pela
sociedade”.

Normalmente, apenas por meio de greves os trabalhadores podem encontrar a


força necessária para defender os interesses que eles acreditam estar
relacionados à melhoria de suas condições sociais e econômicas.

Diante do exposto do processo, o movimento de greve não foi acionado, pois o


próprio sindicato autor admitiu que houve apenas uma mobilização.

Diante deste aspecto, foi indeferida a ação, pois não houve conduta anti-sindical
da empresa ré tendo em vista que quem não observou as normas pertinentes foi
o próprio sindicato.

PARECER:

Em análise ao conteúdo acima explanado, estes acadêmicos vão de encontro com


a respeitosa decisão dos nobres julgadores.

Tendo em vista que, a parte autora deixou de cumprir obrigação fundamental


para que se configurasse ao da greve, ou seja, não comunicou anteriormente a

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ré no tocante dá paralisação dos serviços que seriam cessados no período de 48
horas.

Importante salientar que, que a ré para não prejudicar os colaboradores decidiu


não avançar como falta o respectivo período não laborado, comprovando assim
sua boa-fé.

Restou se evidenciado a paralisação do serviço, conduta enquadrada como


desídia assim a aplicação das advertências aos empregados que efetivamente
participaram da paralisação, cumprindo destacar que não houve desconto
salarial, o que tornou indevida a pretensão do sindicato, ora autor.

De acordo com as palavras dos nobres julgadores, ocorre que no presente caso
não foi deflagrado o movimento grevista, eis que o próprio sindicato autor
reconhece que se tratava apenas uma mobilização. Os diversos documentos
trazidos aos autos pelo réu, que se trata de notas emitidas por meio de informes
na internet, no site do próprio sindicato, demonstram que havia a orientação de
paralisação do serviço rotineiros. Restando cabal a pretensão ilegítima da parte
autora.

BIBLIOGRAFIA:

COSTA, Guilherme. Greve no Direito Brasileiro. Revista do Tribunal de Contas do


Estado de Minas Gerais, Minas Gerais, n. 3, ano XVI, 1988. Disponível em:
http:\\200.198.41.151:8081\tribunal_contas\1998\03\-sumario?next=4 Acesso
em: 15/09/2021.

Constituição Federal

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Lei: 7.783/89

RODRIGO DE SOUZA SANT’ ANNA

TAMIRIS TASSONE

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