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fa atividade ortante que icglio © a idade do trabalho”. B também 0 jogo que nos ajuda a conhecer dda erianga: pensemos no papel jogos — 0 de mationetes, por exemplo — entre as ‘igagao que se inspiram na psicanslise Mas, em especial, pareceme, seu estudo nos oferece um ver dadeito laboratsrio de'observagoes, de onde podemos ter uma visio slobal da infancia, © jogo poss percepeao total da crianca, 8m seus aspectos motor, afetivo, social ow mor jpgo, tal como a linguagem, se bem que de ‘muito des estrutucas meniais sucessivas da, crianga. Pode-se cons lerar_este trabalho como um dos estudos-piloto da psicologia genética. Era, portanto, imperatiyvo que um dos primeitos volumes iécouverte de Yenfant” Ihe fosse consagrado. uma boa maneira de compreender * paginas que tratam, no fim do livro, das relacbe arte 0 jogo sfo de grande ee Enfim, 0 jogo tem um papel pedagégico que o autor examina e dlscute num, capitulo novo e importante 4 conelusio a Geta nova ediglo de. seu liv, Todos os que conhecem es demsis ras que cle publicou nfo se surpreenderao com suas reservas respeito a certos exageros © possiveis erros. Pesso vil © necessério que |. Chatead exponhay 2 luz de suas Pesquisas psivolégicas sobre o jogo infa lo de vista pessos! Sobre esse grande probleme ci As opinives sio, como se Jsso num twllerio de is sou livro, lee Debosce dda) Sorbonne INTRODUGAO POR QUE A CRIANCA BRINCA?! Seria desnecessério, hoje em dia, assinalar o papel capital do jogo no desenvolvimento da erianga e mesmo do adult ““O homem 86 completo quando brinca”, escrevia Schiller, € 4 frase tem sido constantemente comentada, Arte, cigncia e mesmo teligido so freqiientemente jogos sérios. Brinease de pintar ou de Fimar como se joga xadrez; e muifas obras que encantam geragdes geragses foram para seus autores meras brincadeiras. Admi até que o jogo se insinue em especulagSes aparentemente bem pouco preocupadas com 2 safisfagio intima que proporciona a conduta Tidica? Néo ha algo de jogo nas méximas de La Rochefoucauld? E os mitos que Plato divulge em seus didlogos, nfo foram também tum jogo para 0 filésofo? Pelo jogo, com efeito, podemos abandonar © mundo de nossas necessidades ede nossas técnicas, este mundo interessado que n0s fecha e nos estreita; escapamos da empresa do consttangimento exterior, do peso da carne, para criar mundos de utopia. Pomos entéo em jogo — que admirével a ambigtiidade do termo! — fungées que a aco pritica consideratia indlcis; nés nos realizamos plenamente, entregandosnos por inteiro a0 jogo, Por motivo ainda mais forte, o mesmo se dé com a crianga que «8 solicitude adulta afasta dos contatos muito brutais das coisas inu- manas, Para ela, quase toda atividade € jogo e ¢ pelo jogo que ela adivinha e antecipa as condutas. superiors. i escrevett Claparéde, o jogo & 0 trabalho, o bem, 0 deves dia vida, £ a Gnica almosfera na qual seu’ ser psieoldgico pode respi- ‘Joues" em francés significa tanto “jogae” quanto “brineat” ou “repre- Na verdade, quando a ctiangt brinea, ela joga e representa, Em portugues, ofa fiearia melhor wm termo, ora outro, mas hi Tencia do termo francés. AG rar e, conseqtientemente, pode agit.”* A erianca 6 um ser que brin- cafjoga, e nada mais. Perguntar por que @ erianca brinca, é pergunt criange, ia serve para brincar ¢ para imita Claparéde:* Nao se pode it a infincia sem seus isos e brin- cadeiras, Supunhamos que, de repente, nossas criangas parem de brinear, que 08 pétios de nossas escolas fiquem silenciosos, que no distrafdos pelos gritos ou choros i indo tivéssemos mais perto de nés este mund. ssa alegria © © nosso formento, mas um mundo nservariam por toda a lade de pigmeus, de seres pi 6 pelo jogo, pelo brinquedo, que crescem'a alma e a inteligéncia, E pela trangiiilidade, pelo siléncio — pelos quais os pais as vezes. se alegram erroneamente — que se enunciam freqiientemente no bebé as graves d mentais, Uma crianga io sabe brincar, uma miniatura de velho, seré um adulto que no saberd pensar. A inféincia é, portanto, a aprendizagem necesséria & idade adulta. » concretiza as potencialidades virtuais que afloram sucessivamente & superficie de seu ser, ass i © as desenvolve, une-as e as combina, coord na seu ser ¢ Ihe da vigor. Se 0 jogo desenvolve assim as funcSes latentes, compreende-se que © ser mais bemdotedo & também aquele que joga mais. A planta contenta-se em crescer, seria vao procurar em todas as suas jungdes alguma coisa que se aproximasse do jogo animal. O animal inferior, esponja, verme, absolutamente néo brinca, A : spargio i testetmunha uma 7 pa capi em diregao =| forma evoluida que é 0 homem. Mas, nas for pee a] © lugar tomado pelo periodo do jogo, pela infé smbém um, = | sinal revelador da superioridade ow da inf ima espé A cobai iada, comporta-se como adi 1» enquanto que 0 rato branco, ligente, tem uma infancia de quatro semanas, Se se dle PEs 1, p17. ynpara, sob esse ponto de vista, o homem com o macaco, const se que 0 segundo tem uma infaneia muito mais curta. No chim- panzé, cuja longevidade média 6 de quarenta anos, atingindo as yezes imo conhecide. Pode-se dividi-lo em {08 periodos: um poriodo infantil, que vai do. nasi ‘anos e meio; um periodo de juventude, que vai de dois anos ¢ ‘08 sete ou oito anos; um periodo de maturidade sexual, que Jos sete ou vito anos até, aproximadamente, os doze anos" O ppequeno chimpanzé anda com as quatro patas avs seis meses, ¢ fica em pé com um ano. Essa rapidez do desenvolvimento Tonge lades de aco e enriquece com o fruto de sua idual o fraquissimo capital que Ihe foi transmitido de pré-exeretcio, como dizia Groos. Mas falta precisar que papel é esse, Nao se pode, na verdade, tratar da mesma maneira 0 jogo do animal ¢ os diversos jogos de criangas de idades diferentes. E preciso reconhecer que o jogo do animal depende de sua estrutura ¢ de seus instintos; um cachorrinho ndo brinca de dar eabecadas como um cabritinho, ou com uma bola de li como um fuatinho. Os jogos dos animais dependem dos instintos préprios a cada espécie, e essa & a preparacio para a atividade adulta. & através desses jogos que cada fungio se fortalece e se afirma, A maior parte das funcies instintivas 6, em sua primeira manifestagdo, muito abran- jade que lhe corresponde € muito desa- raves do jogo, exsas fungSes sio exercitadas. Hé um ygo da caminhada © da corrida que desenvolve os misculos das ppernas; os jogos de caca precis intos de caga: € 0 que faz ‘© gato com sua bola de 18. Pode-se aplicar perfeitamente a0 animal ‘0 que, de acordo com a teoria de Groos, disse Lee sobre a erianga: “O crescimento de cada crianga € a hist6ria da Bela Adormecida, jogo desempenha 0 papel do Principe. Existe um corpo iéncia em ato depende de seu uso, © seu us0 Hl a yg08 SG0 observaveis nos bebés, e so meros exer das fungdes. E 0 que se pode chamar, de acordo com Biihler, jogos juncionais. Basta observar durante alguns minutos um bebé de oi ses em seu cartinho para constatar tais jogos: ele bale 0 pé no carrinho, balbucia Jadainhas de sons incompreensfveis, move os bracos como se fizesse gindstica sueca, movimenta a cabeca, pega objetos os deixa eair. Nenbum desses gestos tem, em janca “néo faz nada’ para a manipulacio, Nao concorre para desenvolver Tungées mais dificeis como a palavra ou o andar, que possfveis sem os movimentos de pernas © os balbucios que as pre- ional te a cada funcao explorar sua drea e se expai ento a novos resul- tados, Pode-se também observar que a apariclo, na crianga, de toda va (falar, andar etc.) da sempre.lugar a méltiplos jogos rar a prova de todas as p os espontineos; depois do 9 ano o tempo dessas atividades espontinews de jogo. Eis 08 resultados encontrados por Mme. Ch, Bibler: Idade (em meses) Oiig U2 ASR ake ONT 7 one ees 610 wal cule Duracio das atividudes espontaneas (com base em 144 minutos) 14 24 133 161 94 304 509 575 337 450 492 510 460 Essa atividade espontinea, quase nula no recémnascido, chega, em um ano, a tepresentar dois tergos do tempo que a crianga passa acordads. da crianga durante 0 primeiro ano caracterizam-se por su déneia do material, isto é, a crianea faz os mesmos mo\ ccaracteristicos de seu nivel de desenvolvimento independente da nnatureza do material de que se ocupa. Durante um perfodo, a crianca Paychologique de FEnfant, p. 66. contra os outros ou os atira fora. E um periodo em exerce as fungdes que se desenvolvem, qualquer que se la. O importante aqui ndo é nem o maierial usado, nem o © treinamento da Fungo como tal is observagdes nas parecem de muito , pois — ini — no & apenas o jogo do bebé, mas 0 jogo da cr ia que € totalmente nivel do. jogo se detém af, como se sabe. imos, com Groos, que 0 jogo tem o papel 10 se trata de fungdes formadas por ante- aparecerd na crianga normal o jogo ie consiste em bater. Mas a estrutura humana comport 10 mais amples, 0 na imposstvel esbocar com antecedén- as grandes linhas © delimitar a area. Como prever as atividades ia? Como prever as as fungdes dadas de uuma yez por todas (pelo menos na sua estruture virtual) do que de apresentar uma variedade se encontram no jogo mais ou al. Ao passo que os jogos dos dependem essencialmente da espécie e variam de uma espécie ianga depende, antes de mais nada, de uma personalidade flexivel que se afirma de miltiplas maneiras através dle movas atividades. Nao se pode mais, nessa. érea, apelar para os nem os jogos funcionais dos ani- ligente para . Ha portanto na atividade IGdica da crianga algo de Ieve, de instével que © animal ignors; mas € justamente af que se exprime a preeminéncia do ho- mem, ser autOnomo e criador. No jogo da erianga de dois anos que Gispde os cubos 8 sun mancra, jf se v8 esbogr a reflexdo futira ‘Mas no nos apressemos, ¢ procuremos estudar, ainda que bre- vyemente, a passagem pela qual a atividade funcional se transforma pp.78-80, nesst atividade aul6noma que di ao jogo da erianga seu taco interno compatvel & yoniade qu tems 28 vezes de bocejats particular. ments 8 pemas, ¢ por uma eompulsio comparfvel aqula ia «, 4 i que nos leva as vezes a “esticar as pernas”. Ao contrdrio, 1 smo entre os animaissuperiores jf se observam os jogos que os leva 8 : 5: llaume chama de jogos de experimentaclo; por exemplo, um pret reelich es cuaaclo du ciiozinho brinca com sua imagem no espelho, um maca¢ + 7 ie ee ai 10 de tendéncias, mas numa nece brincar com areia ou com o bafo que el ampla de se afirmar, de revelar seus poderes. Sem di sea eas ees coca a se podem separar completamente esses dois Sigilcngo. que tem para. a cvianga mas, 20 paso que 0 principio jogos sparecem normalmente na crianga aos quatro meses vindo de uma Gnice fungio, 0 impulso ‘senfio mais cedo (Ch. Biihler cita movimentos de exploragio a pé io do jogo propriamente humano vem de todo o ea Cvexprime ao ors Jom nfo. € ma : z resultado interessante; assim, a crianga que por acaso provocou um jungao nova, & afin ‘resultado novo, como o de fazer soar um chocalho, repete seu AAC € desconexas, 0 que joga ‘uma soma) que tem sua personali- lade © se concebe como tinico e singular. De ais consideragaes sumam, evidentemente, muitos problemas quanto i origem © 2 gé- jese da persor 1s ndo podemos abordé-los aqui. Voltemos, portanto, ao jogo propriamente humano, que & 0 que para examing-lo mais de per sm diante usar todos os jogos da i oa as essenciais desses jogos, poderemos apontar qual & motor cujo desenho apenas eshocamos alé aqui. = esto, agora, a0 contritio, 0 sensacio interessante se 2 crlanga € menos o resultado em si mesmo do que o fato de que ela produziu esse resultado. ‘Aparece, entdo, uma a a? Sera para “se diver joclo algum, ou so jogos de bebé que a de um género novo, que 0 qual a crianga afirma seus vonvencionamos deixar de Indo, ou uma atividade séria que nada ide lidica essencialmente Int om a ver com o jogo. E essas observactes levam-nos a uma idéia porque dela nascem todos mportante: no fundo, o jogo do bebé e a atividede séria fonte de (08 jogos posteriores. Mas, antes de anali ‘mos suas origens. Ela provém de uma ‘um resultado’ interessan io 6 mais longamente, fazer sensorial (como chupar 0 dedo ot afagar o braco nu), sio da bie lade interessada (repet t ie uma parte e da outra, é 0 prazer sensual que yoltada para 0 prazer { Portanto, mais de uma stividade prética do que proporcionava esse resultado. Ela se separa, assim, do W ae Perera aeldadaenrbiicato objeto que nada do que uma ocasido a fim de obter um osbeb@rapenasspsetdojog08/Sc0 chamados' jogos porque dao ais que um insteumento, Por isso € totalmente, 408 verdadeiros jogos ulteriores, mas nio procedem, absoli- voltada para 0 sujeito, comportase como uma reflexio sobre si smo principio, A analogia entre eles é, na verdade, = mesma: 0 que conta, para a crianca que construiu uma torre com , residindo na forma exterior do a seus cubos, no 6 tanto a torre, mas sta edificagio, a realizagio de nfusio, nao na esséncia da atividade, no sew principio uma obra sua, Sob esse aspecto, a alividade nova de jogo se apto- motor. O jogo funcional provém de uma necessidade sensual ¢ da xime dos jogos funcionais que também veem no objeto apenas uma - 0 beb& que tem necessidade’ de ‘oportunidade. Podese mesmo considerar que eles sio a continuagio erver suas cordas vocals goza desse exereicio como, quando temos ddos jogos funcionais, Mas o jogo funcional provém unicamente de Qniade de bocejar, gozamos 0 bocejo. Essa & uma atividade que ‘uma necessidade de atividade: se 0 bebé grita, € por uma espécie de Isa a dar um resultado concreto © agradavel, como toda atividade que nos leva a esta: 18 19 prética, Tivemos, portanio, razio, a0 pesquisar a natureza do jogo, Fe deixar de lado esses jogos do bebé. Nao apenas eles ficam no fnivel animal, mas convém acrescentar que nesse nivel nao hf jogo eémodo onde os mantém; e se por acaso alguém a fecha, pdese logo a chorar: os pobres patos e seus filhotes estao presos.” = Tropriamente dito, mis apenas uma alividade pritica mais ou’ menos Que se trata, aqui, de casos encepcionais, & certo, Mas se a = Perldvel em suas formas exteriores. O verdadciro jogo ¢ coisa bem crenga na ilusio, a fusGo total com a situagio arbitrariamente imag SS eeates nada € rara, nao se pode negar sua existéncia, Lembrame 0 choro convulso de uma crianca da escola maternal que se dizia bicada por tum brinquedo de madeira em que via um pato; ndo havia absoluta- ma fenda na madeira. Por mais excepcional que seja dessa ordem, ela testemunha amplamente a importén- mncia infantil. A crianga que joga como 0 jogador de baralho num a Para comecar, ele tem um cardter sério para o que nem sempre ianga, sobretudo em seus primeiros anos, gosta Sempre de "fuzer-se de boba”, de “divertirse”, mas sente perfeits 2 diferenga entre fazerse de boba € brincar/jogar (entre 0 dizem os ingleses). O jogo € sério, tendo quase idas, incluindo fadigas ¢ as vezes levando mesmo ‘€ muito. mais. A se est atento. A 1 seviedade do jogo infantil é, entretanto, diferente daquela que consideramos, por oposigéo ao jogo, a vida séria, Para compreen- der a natureza do jogo infantil, € necessério, portanto, precisar essa aitude Tidice tio misteriosa ¢ tio chela de eneantos. O' problema nao 6 alids, prerrogativa do jogo. A atitude estética, a atitude do sibio, ‘mesmo aquela do homem que reflete, se aproximam extremamente da atitude isso nfo deve nos surpreender, jé que admitimos s_superiores. Por ide Kidica e essas atitu- jo na anélise daquela yoo! observa atentamente uma gscreve com propriedade Lee, ‘‘erefo que a primeira coisa que cha- snard sua atengao serd a seriedade dela, Fazendo uma massa de arcia, uificando com cubos, brineando de barco, de cavalo, de trenzinbo, Ge soldado defendendo a pétria, voce verd, observando seu rosto, {jue ela dé toda sua alma a0 assunto em questio e ¢ 10 absorvida Ge ido isso quanto voce em suas pesquisas mais sérias. Ou 60 a8 fponeces. esto doentes, ¢ as criangas fomam sua temperatura, Ghamam © médieo e administram remédios estranhos e terrivels que frios nos casos de doenca de bonecas, voc’ e que nfo hé nada, mais agressivo WE porque a a absorverse — zombarias. ser jogo a fonte comum de todas as ati Que a seriedude do jogo implica um distanciamento do ambiente real € 0 que nos indicam bastante claramente os exemplos de ilusio que acabamos de citar. A erianga parece esquecer o real ¢ se tomar por um limpador de chaminés, jé que se conhece como crianga. O quadro conereto da vida familiar, tomado cle préprio num quadro ‘mais amplo e social, desapareceu. constataré que so coisas séri i do que intervie com palavras imprOprias ou irbr ferianga pode chegar, sobretudo nos seus primei tio bem no seu papel que ela se identifiea moment fa personagem que representa. Discute-se a existén do" jogo, mas 0s exemplos sao abundantes." Citemos dois casos = lf ‘Uma erianga de ts anos brinca de limpador de chaminés. : Enquanto sua mie dirigese a ela para pentearthe os cabelos, ela se tfasta ¢ gtita: Oh, ndo, mame, 0 cabelo do limpador esti tao sujo que vai sujar seus dedos.” == Uma erianga de dois anos ¢ meio, minha conhecida, ocupa-se, regularmente, em alimentar, com gris imagindrios, 0s péssaros do Tieciro, também imaginérios. Ela pede que se deixe aberta a porta do ‘penas © que esté em primeiro plano na cena aparece niti- damente na consciéncia; 0 fundo se esfuma a ponto de, as vezes, desaparecer completamente, dai a ilusio. O jogo const tum mundo & parte que néo tem mais lugar no mundo dos adultos um outro universo. Nao se vé mais que marionctes que desfilam em ‘cena, ¢ ignoram-se os artistas escondidos sob os disfarces. O teatro ‘conservard algo dessa técnica de focalizar e apagar. Mas idestacat assim"o'muindo idieo, ¢:tambémidesticarse a si» 10. Tee, Play reso cual git i spreseninon fameamgy Eu estou no jogo, nfo estou mais no mundo dos adultos. Scomiece sos com herdls 6 com eles? 12 ‘Erste Kindhell, p. 204 13, Mme, Necker de Saussure, L'éducation Progressive, p. 189. 20 sm mundo meu, onde posso exercer De © Mestre, 0 Rei, Esse enfoque minha ‘soberani jesenha, assim, minha personel io seeesante, a0 mesmo tempo conterindolke novos poderes. Jogo, eresco, escapandome do dominio sob © qual eu nada mais era que um submisso. Sou 0 gro. Compreendese, portanto, que o jogo pode, num de seus aspec- tos, er evasio © compensagio. © pisprio adulo procura a verss © esquecimento de setis problemas e uma grandeza ilusdria, ‘Apapentaiel ‘2 caga sO auxiliares de uma personatidade wura em vio no dominio das duras realidades sociis. ee | Mas essa fuga do real nem sempre & evasio. O arquiteto que faz © planejamento de uma barragem foge também num mundo ele nfo poderia fazer um planejamento com pedras ¢ b so seria fazer a propria barrage. Retirandose no seu inete de trabalho e trabalhando em seus desenhos, ele escapa a tirania do real, do terreno, das rochas, dos operérios. M: the garontiré um dominio maior sobre tudo aqu mento, ele foge. Essa retirada nada mais é do que um artificio, farquiteto afasta-se do terreno para yoltar a cle mais tarde, como 0 ato, diante de um obstéculo que o separa fabandona o alimento por algum t a dificuldade, Nesses casos, projeto. Todo ptojeto, com mento do mundo ambie fa‘reaidade conereta, afastomme do terreno onde cons barragem. conereta futura, Om mundo das ocupagoes s d k ‘nto ve to Tonge, que o jogo néo é um treinamento. és mesmos ferfamos dito sso, Mas « experiencia do jogo concretiza, de fto, um treinamento involuntétio, O jogo pr fa para a vida observou Groos. Pode-se conceber __ Nao tendo a consciéncia do treinamento que de fato realiza, a ia de desempenhar © pa inuto mundo Itidico. Copiando 0 adulto, ass la quando © mundo Idi desejo. de. “faze menos 0 grande, compreende-se que aq ide Iidica opera seja indispensivel ao jogo. E unicamente esse miciamento que permite nio se temer uma comparaggo —~ sempre desfavordvel — enite a realizacio verdadeira no plano lidico eo modelo do plano dos adultos. Pode-se ainda falar aqui de uma eva. si sbsolutamente, a evasio que o adulto 8 jogos. E a evasio diante de uma comparacio. pos. ida mais, em parte, uma fuga diante , mas esse aspecto é secundét ianga’brinca longe © aspecto princi ‘4 crianga a um mundo onde el criar. Um mundo onde as regras do j que no {8m no mundo dos adultos, O- distanc : ‘Quem joga, i mas este é um juramento de esquecer o mundo da vida séria em que as regras liidicas nao valem. Por isso, 0 distan- ciamento surge voluntariamente, de um distanciamento voluntétio que se deve fi leis como as de competicio ou de roda, E iss0 vai comprecnder a verdadeira natureza do. distanciamento 25 tht ce epfio os jogos das tuniverso: € © que acontece nos exemplos de ilusio desejado, escolhido. Sem diivida parecerdo fensa e como que rer sunia feriangas muito pequenas, nos quais a ilusdo cram parece que aqui erianga é como que desligada do ambient? que parece ignorélo de todo. E essas observar Hogora abordar diretamente o problema essen- pode brinear o a Objetes, da situacio na sua t esse mundo se apresenta, se jee das regras segundo as, desaparecer. Esse quadro a idas © 01 itude de mé-fé, na medida em que quando jogo, recu- some a vet 0 que realmente vejo. Essa vara nfo ¢ vara, mas espada, ‘esse risco que we snuro, Dizer que hé nisso apenas uma con ciente: © 10 também representa uma pare’ cient alco trago_ continua um simples trago, um signo. Para. 0 jogador, o trago deve ser considerado um muro, deve ser um muro. ‘(© companheiro que faz: Uh! deve ser um lobo. E acontece que, pot ide de mé-fé, acabo por ou totalmente 0 que a o ratimente que ¢ um lobo, tenho medo e grito, Nunca : ei ei elmente co ben apie, gars de medo sine 8 Ho a feee ci aua ose thtesss um intor eesintara de um lobo. E que, para cle, © signo & apenas do ambiente, sabe que joga e ave, de reps EES Signo; ce também distnciamento) na le € de Coisn, E por isso que durante uma partida de bi a5 uira, natureza, sem nenbuma méé, ade fazer vez em quande o rel6gio para le 5 cat neaer'e real em proveito de sua simples representaglo, ais es aa rdermos a hore do énibus. Mi Mas falar de uma atitude de imé-f6 néo basta, Existem, de faio, dele. Essa idéia pode ser menos ides de méIé que nada tém a ver com 0 jogo. ‘Tratase; no cao se dispersaria, itude de mé-fé de natureza particular. Pode-se estar s¢ tudo 0 que no € porque 0 fo que 6 vara iro pode ser espada no dor (© apagamento do resto do mundo no pode, com efeito, bastar Kquando se recusa ver um determinado fato ou um a ‘Midica, Posso tembé ‘ fear \idica fambém, av longo do. meu Pe ae de um dado probler de bom grado io profundamente numa tarefa que qualquer fa um de meus amigos, estou ‘Minha atividade aproxima-se entio da atividade yeu que jida cm que me entrego a cla de corpo jsse no mundo. Mas nao hé, no caso, de esquecer 0 resto. Pelo contré- ado a todos os trabalhos do io de conjunto. tum véu, excelo apenas. para 0 Niasto de mim o mundo comum, o mundo dos adultos, 0 tho Conserve apenas aquela pequena porsio de universo que Toone que eu, de certa forma, recrei através de meus simbo- jorar por algum tempo esse mundo duro em > gio do campo cogni- tivo vinda da atitu io, ele perde seu jo. a vara néo passa de uma vara e mio uma espada, A scric- do jogo tem entio um significado completamente diferente da seriedade que me faz, no meu trabalho, esquecer o resto do mundo. sa seriedade, na medida em que ajo como se 0 jogo fosse ‘como se 0 mundo se reduzisse a meu jouo, E iva, € néo pelo dever que exige que eu Jos Ave estou confinedo, como que submisso: eoloco-me nese one aM da onde sou como um rei. © distanciamento 6, portanto, nesse caso, mais amplo e também mais di i fo bem que nfo é verdade; mas nfo quero que me di ne confiou um dia um garotinho. Reconhecese af uma Gifinigdo d& mie. A crianga quer se enganar a si mesma. Nas coe enganarse néo mais s “Tum ponto secundatio. Ele co corer io, orienta toda a alma. O jogo, quando consegve realize", um dor Siblenamente, corta entdo todos os elos entre © domi trabalho implicando uma pseudo s20 € enttio calcado no trabalho, mas & ue por iss, nsfitente um pscudo- jade. 24 Nio hé a menor davida de que essa pseudo-seriedade no tem gor. Deve-se dizer também que 0 jogo € sé sua caracteris- E por essa sua seriedade ambi a po do trabalho que ele copi das em pblico até a adolescéncia, Eos icam freqtientemente em préticas mais dolorosas no orgulho que os estudantes prussianos tinham = edo sonho pela limitagéo do campo cognitive. Ora 0 jogo tem == ‘a do trabalho, ora do sonho. © jogo transite entre a = do sonho e a realidade do trabalho, Ou antes, ele parti- SR ess jos dois ao mesmo tempo; e as vezes acontece ser a um 36 como no caso da crianga que cozinha seriae centrelanto, nos jogos rela- fa ete); ela se encontra que se reencontra em certos sar © caminho de uma expli- wgem sofre sem se queixar das torturas apés considerado homem, esté claro que € unicamente por mesmo. No acontece © mesmo com nossas criangas? Nio € para provar a forga de vontade ¢ a valentia que elas se tortu- Alras desses jogos ascéticos € preciso entrever o sentimento ide e mesmo seu orgulho. A presenca de um io. sa seriedade aparece en’ outros jogos. Quando fa ciranca brinea/joga/representa segundo regras abstratas, no jogo sabe-se como o jogo represa toda a aten¢io todas as suas forgas. As regras desde que se brinca/joga, elas A voniade. jogos de até 0 ascetismo, € porque ele envolve festagio. da personalidade is nada uma prova. E é ‘a com todas r aos adul- nada tem a ver com tais consideragées. Ela procede de out Nao vem do objeto, da situacdo: pattio we controla o trabalho, horta. Nao vem de interesses vitais: neces- que chega a cansar 0 a eu tenho cal Mas o jogo € uma oportunidade bem mais 16 pora contar vantagens, ‘desde a mais tenra idade: | 5. amos e 3 meses: “ em € qualquer coisa m: ‘seu poder e sua autonom também posso fazer isso. Posso fazer indo dos jogos infantis, rece nitidamente esse motor ess ‘dos jogos ascéticos, Como ex ica com agulhas, se puxar os cal Le, 5 anos ¢ 8 meses (falando sozinho, nus yo): “Quem consegue fazer isso? Eu consi jogo de constru- Hse desejo de se fazer valer manifestase ja mas caretas do bebe. Com mais razo ainda, encontramos esse desejo nas escola primétis. Naquele de 6/7 anos 0 fadveis, se torturar olhando para o sol, equilibrando-se num pé s6, prendendo « respiragio, pressionando um dente doente, arrancando sparigées desse jogo, optamos por “bar 26 lament uma ‘a dos animais verdadeiro Yoidade infantil raramente vai além dos limites da duragio do jogo. wva do jogo vale apenas no momento da realizagdo e é preciso . A crianga no tem ainda nos 11 anos, A competigio nessa idade mio 6 abs era briga, como a das criangas da escola maternal om conguistas.pussedas ¢ logo exquecidas. Sun va ais, muito fore para dear de prociae sempre noves Se gubar, Porgue se sete peqena, porgue so sent grandeza dos adultos « esmaga, a crlanca fem necessidads ino encorajemento. Porgue toda sua ama Ihe faz ambi- cs' poder do adult, ela precise, sm demo irs a quem no se pode ainda con! ia creseer sengo- por meio desstalvidade a ’& medida que o pit faprecia us provas, © age como juiz. Se as freqiientemente, por raiva do que porque néo podem fazer felo © recuar, Nessa bi idade pode ser mfnima, ou até nula, (08 dois adversérios no wachticarem, mas. pai festarem mutuamente; © que conta, entio, ¢ menos os golpes que ele ‘eu dou, menos os golpes que ele dé que aqueles fangas Jutam, & met ‘que ew recebo; a ear 0 outro, mas subj me. Compreende-se daf que portar regras estritas; mio se até, antes do comeso da luta, clegem-se centio, para a crianea © papel que 0 trabalho lutas podem, como forte por suas ia de qualquer ilgumas’ vezes fpolpes que serao permit ‘que o lugar do combate ‘um jardim im encontro f crianga sente-se crescer com stlas proezas © 0s outros, ‘Mas esse significado da luta nfo impede que cla seja ts vezes violenta; apés 0 embate, os dois adversérios que se cumprimentam Yom um aperto de mio’ podem muito bem estar com o ni grando ou com 0 olho inchado. As Tutas entre grup. icionais (entre criancas de dois bairros ou de dua entre externos e internos, entre duas classes do coléei fais duras ainda; mas nfo hé, necessariamente por isso, animosi ade entre of adversérios que podem muito bem, em alguns segundos, Constituir uma frente comum contra um tereeiro, uma autoridade fou outra toma ja petsonalidade nfo se afirma, que se contents com ser ago, sem futuro. jades vizinhas, podem se ‘Ascetismo, jogos de valentia, Iuta, nos levam entio sempre & ‘mesma conclusio: a crianga procura no jogo uma oportunidade de Mirmagao de seu eit O prazer préprio do jogo nfo é, portanto, um prazer sensol ente moral. Nao se deve, Pntretanto, eter que esse prazer moral que a erianca alcanga em suas Conguistas nos jogos seja compardvel 20 orgulho de um artista ow de um bom artesao, Sem di fa e artesio gozam, com suas ‘bras, uma satisfagdo comparével & da crianga que brinca. O artista mneao de um 3 — ¢ sobretudo — de um futuro que € dese sso mesma conquistado Fentamente Mas, dito, nio se esté esquecendo 0 papel da evasio, do rela nto, da di negar? Nao os desconsiderar & a parte res ro interesse pessoal tem uma jade com que cles encaram sua ati Mas 0 orgulho do artista ou do artesio & toda sua vida este poderé se vangloriar de sua obra;prima, ‘de suas obras particularmente notiveis. Ao contri 29 Que nao se pode explicar o jogo da crianga pelo relaxamento, isso & bastante evidente. Quem fala em relaxamento subentende com i ‘rabatho do qual se descansa. Mas qual é 0 trabalho que te de animal)? O ‘énis pode ser jogo para inagem € para alguns casos, 0 adulto descansa de uma jesempenhando outras fungées. F, jeat 0 jogo do 0 dissemos anteriormente, que a ati ‘a posta apresentar uma atragio desinteressada; como 0 jogo da Ingato do adulto procura uma conquista, Por razo mais Torte, 0 atmento. s6 pode intervit no jogo da crianga como um fator Kecundario, Nao se pode negar que a recreagfo relaxa a crianga do trabalho da escola; mas, st ela brinca durante 0 reerei fapenas com o fim de se relaxar. Esse é um resultado acesséi {que devainos consideré-lo nos planejamentos escolares. ‘Apés 0 desenvolvimento da teoria psican com freqiigneia, a0 explicar o jogo, para os fe le compensagio. Indmeras tendéncias so jemos. As vezes 0 trabalho nfo nos deixa tempo para ior freqiiéncia ainda, € a conscién- que as bloqueia, Acontece até ‘mos nenhuma consciéncia dessas tendéncias, tanto elas foram ‘uma tendéncia ndo ¢, de modo algum, © nno nosso inconscienle e temsse apelado, menos de derivagio idas em nds pelo dos caminhos pelos quais essas gando, a ‘uma vélvula de escape. ¢ gando, ola no revi smente, em toda sua espontaneidadk sabe esconder nada’ dos sentimentos que a animan.”'* © jogo expres- 2, entfo, mais ou menos claramente uma tendéncie inibida. Quando fuma crianga guarda num estojo imagindrio todos os obj wro, Quando uma Nao se pode negar a interferéncia, em iniimeros jogos, de ten- dncies que, & primeira vista, &m pouco a ver com esses rnem sempre & necessério que essas tendéncias soja aria por sua necessidade de. compensa fncontram™ (Claparéde, L'édacation Fonctionelle, 30 19a que quebrou seu rel6gio brinca de ‘yese claramente a tendéncia que jos nas quais elas tio claros que nio se pode sempre dar razio & teoria psicanalitica. Mas sc 0 jogo exprime certas tendéncias subjetivas, se serve as vezes de Tuga, de meio de evasio, se permite a liberagio de. des $05, nao se pode reduzir seu papel a essa lade, Nao se deve pensar que uma crianga morda seu brago para se p nos inconseientemente por uma falta cometida: bi 0 jogo infa Dito isso, devese reconhecer que se 0 jogo & antes de tudo — sempre — um teste da personalidade, ele pode as vezes parecer Ia de escape, dando vazio a tendéncias represadas. Isso € quase sempre verdade para o jogo ficticio em que a crianca imita e inventa sonagens. A crianga procede entio como eseritores que pem em feu personagem o que queriam ter sido. Mas, nos outros tipos de jogo, nio apenas essa interpretacdo é insuficiente, mas cla € quase il ao invés de proceder & sua descricio. apés Stanley lacdo. AS teo! at jogos ido arbitrarios como o de pular corda, o de barra: 6 de xadrez? Se hé analogias entre o desenvolvimento dos fantis € 0 desenvolvimento das atividades humanas, a causa disso € simplesmente que as diversas fungOes humanas no podem Uesenvolverse numa ordem qualquer. Como é preciso saber, andar fantes de correr, falar antes de cantar, & preciso que as correspondem & caga precedam as atividades sociais mais complexas. jogos: [Antes de terminar essa de nossas andlises, uma di do ad © jogo do a 4 procura de um relaxamento, Mas nto & mente também joga-se apenas para “se ocupat”, para passar o tempo, rodugio, restaxnos estabelecer, a pa 0 jogo da crianga c 0 Ta tinica ocupagdo do desccupado, do ocioso, como do senhor de outrora para quem a guerra era 180 jogo quanto a corte, Hi nesse jogo do adulto algo de ney fe nao tem seu io em si é um remédio contra : Ves 1 Que se compare a atmosfera ruidosa ¢ anima 20 de nossas escolas com a atmosfera que circunda os jogadores Gebrucados sobre a ‘ou a dos bailes de sociedade onde se josa do mundo. Pelo fato de exi es mos nele a verdade, & jeemos que evar em busca de uma conqt superio jge apenas para su dade de uma conversagdo dificil e de dar uma descul : ‘ar ainda algum tempo em nossa casa; nds nos deixamos ‘mesmo contra o bom-fom, quetendo provar nosso co- lade, Damos a0 jogo adulto 0 caréter do jue, abandonando o jogo envelhecido, redu- "nds transformamos jogo adulto em esporte. © jogo adul ‘ocupagio € 0 esporte, Dastarda que péde assumir aspectos diversos, de acordo com 32 tem apenas um aspecto porque ipio,e ese principio s6 pode resultar em alegri., m ¢ ‘nao ser no jogo adulto que se deverd pr ete q -yerd procurar, seriedade, porque & 70 fora des me pode encontrar seu, i mesma, na. expressto. da personalidade doar tie imbém aproximar do jogo da crianca a ciéneia e 0 esporte. adiante © apontaremos as diferengas que se- jidades que tém nele a sua origem. Mas resta uma espécie de atividade adulta que é idéntica ao fantil. E a que empreendemos por puro prazer, em vista de jm simples sucesso, sem nenhuma preocupaggo nem da obra de gi sp de lms Nes oe novas podem sei desempenhéls, sentiment cescimento do Quer se trate de crianga que comega a empilhar seus cubos para constr Seine brotar em ns fresco co vigor dab plantas moves nos que sobe ainda uma seiva rica © que ne ¢ forga e em mérito, i: aaa Sin

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