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CAPITULO 2 OSTEOLOGIA GERAL* R. Getty O termo esqueleto é aplicado para a armagio de estruturas duras que suporta e protege os tecidos moles dos animais. Em anatomia descritiva dos ani- mais mais evoluidos na escala zooldgica ele € comu- mente restrito aos ossos € cartilagens, embora 08 li- gamentos que os unem possam muito bem ser dluidos. Em zologaotermo€usado tim sentido muito mais compreen- sivoe inela todo 0 suporte mais duro ¢extratras de proteio, (Quando as estratura dors exo stuadaeextermament, ea for Stam un exeesqleto, deviado do ectederma. Exemplos dio So as conchasecoberura quitinosss de tor invertebrado, a tecamas de pene, ocacon de artaragese xs pens pls ecascos dos rertebrados tals evolidos. O endoesquetet (com o val nos ‘cuparemos)€ envolvido pelos tecidos mes. Ele € derivado do ‘meroderma, com exceg da noocords ‘0 exquelet ail primi tho, que €de orgem endodérmica O esqueleto pode ser dividido inicialmente em trés partes: (1) axial, (2) apendicular, e (3) esplanc- nico. O esqueleto axial compreende a coluna vertebral, costelas, esterno € crinio. O esqueleto apendicular inclui os oss0s dos mem- bros. esqueleto esplancnico ou visceral consiste de certos oss08 desenvolvidos na substancia de alguma das visceras ou drgios moles, como exemplo, 0 oss0 do penis do cao ¢ 0 as30 do coragao do boi e carneiro. © naimero dos éssos do esqueleto de um animal varia com a idade, dependendo da fusio.durante 0 crescimento,de elementos esqueléticos que esto se- parados no feto ou no individuo jovem: Em adultos da mesma espécie, ocorrem variagoes numéricas constantes, por exemplo, o tarso-do cavalo pode consistir de seis ou sete ossos € 0 carpo de sete ou ito; em todos os mamiferos domésticos, o ntimero de vértebras caudais (coccigeas), varia considera- velmente. Os ossos (ssa) sto comumente divididos em quatro classes de acordo com sua forma e funcao. (Esta classificacéo nao ¢ totalmente satisfat6ria;,al- guns ossos, por exemplo, as costelas, nao sao clara- mente classificados, € outros podem ser variavel- mente classificados). Osos LONGOS (ossa longa). Os ossos longos s4o tipicamente de forma cilindrica alongada com ex- tremidades alargadas. Eles aparecem nos membros, onde atuam como colunas de suporte como ala- vancas. A parte cilindrica, designada didfise ou corpo (corpus), é tubular € limita a cavidade medular (cavum medullare), que contém a medula dssea. Ossos PLANOS (ossa plana). Os 03808 plans so ex- pandidos em duas direcdes. Els proporcionam sue iciente rea para inser¢ao dos musculos e protegem os drgios que cobrem. Esta classificacao inclui a es- cépula e muitos ossos do cranio. Os 0550. planos consistem de duas laminas de osso compact com ‘sso esponjoso e medula éssea interpostos. A ca- mada esponjosa nos ossos do cranio ¢ designada di- plos. Ossos GURTOS (assa brevia). Os oss0s curtos, como 0s do carpo € tarso, apresentam dimensdes algo si- milares no comprimento, largura e espessura. Sua principal funcao parece ser aquela de difusao da Concussio. Os ossos sesaméides, que sio desenvolvi- dos nas c4psulas de algumas articulagoes ou em tendées, podem ser incluidos neste grupo. Eles di- minuem a fricg4o ou mudam a direcao dos tendoes ou aumentam a forca de alavanca (alavancagem*) para os risculos e tendées. (Oss0s IRREGULARES. Este grupo incluiria ossos de forma irregular, como as vértebras € os dssos da base crénica; eles s40 medianos e impares. Suas funcdes sao varias e nao tio claramente especializadas como aquelas das classes precedentes. ESTRUTURA DOS OSSOS © osso é uma substincia viva com vasos sangiii- neos, vas0s linfaticos e nervos. Ele cresce, ¢ est su- Jeito 4 doenca, e quando fraturado cicatriza. Torna- ‘se mais delgado e mais fraco pelo desuso e hipertrofia-se para suportar o peso aumentado. Os ossos tém uma estrutura organica de tecido fibroso e células. Sais inorgdnicos proporcionam rigidez aos ‘08505 € 08 tornam opacos aos raios X. (Os oss0s funcionam como uma armagio do corpo € como alavancas para os mtisculos e insergdes de misculos, proporcionam protecao para algumas vis- ceras (como coracio, pulmées, encéfalo e medula espinhal),,contém a medula dssea que esté relacio- nada com a formagio de células sangiiineas e re- serva de mineirais (como célcio ¢ fésforo). Ele € con- siderado um érgéo hematopoiético, pois ele é a fonte de eritrécitos, hemoglobina, granulécitos ¢ plaquetas. Acrigem do oss fi, sinda €, um fasinante etudo.islogos, ‘betes anropélogos e mesmo teblogos fm dcutdo e estudado 2 origem dos oss través dos tempos. E neceséio tm pouco de ‘Para fungdes mecinicas e relagbes veja detalhes no Gap. 5, Bioes- tia e Biodindmica. 19 20 reflexio para realizar e apreciar 2 importante contribuigio e sign- feado do osto para o corpo animal e humane, Quando estamos estudando anatomia estamos in- teressados no que é normal. Entretanto, a dor é fre- qiientemente a principal manifestacao de doencas que afetam um osso. As investigages de Trueta (1968) sobre a origem do osteoblasto, a osteogénese em paleontologia, 0 mecanismo de calcificacao, a es- clerose e dor no osso, as forcas mecanicas e a forma do osso, o crescimento e as glandulas endécrinas € as, vitaminas e o crescimento seriam interpretadas e além disso estudadas em detalhes. A influéncia di Teta de pressées e contrapressies, € as forcas mec: as atuando sobre 0 050 € 0 sistema esquelético € as mecanicas de locomocao sio descritas em detalhe neste livro no Cap. 5. A pesquisa sobre a ultra- estrutura e a funcdo do osso tem sido extensa desde 1958 (McLean). ‘A arquitetura do osso pode ser melhor estudada por meio de cortes longitudinais e transversos de espécime que foi macerada logo apés remocao da maior parte da matéria organica. Estes mostram que ©0550 consiste de uma camada externa de substan- cia compacta densa, na qual est4 a substineia es- ponjosa mais frouxamente arranjada. Em ossos lon- 0s tipicos, a didfise est escavada para formar a cavidade medular(Fig. 2-1) A substincia compacta difere grandemente em espessura em varias situagdes, de conformidade com as pressbes e tensbes para as quais 0 0ss0 esta sujeito. Nos oss0s longos ela é mais espessa na ou prOximo da parte média da didfise e adelgaca-se para as ex- tremidades. Nas iltimas, a camada € muito delgada; ela é especialmente densa e lisa nas superficies arti culares. Espessamentos circunscritos so encontra- dos em pontos que estdo sujeitos & pressao ou tracdo especiais. O osso compacto € composto especial mente de substancia intersticial calcficada, matriz 6ssea, depositada em camadas chamadas iamelas. Uniformemente espalhadas em todas as partes da substncia intersticial do osso hé cavidades, chama- das lacunas. Estas cavidades estio ocupadas por uma célula_6ssea ou ostedcito. Das lacunas irradiam-se finas passagens tubulares em todas as diregoes. Estas penetram na substincia intersticial das lamelas e sio chamadas canaliculos. Estas rami- ficagdes canaliculares anastomosam-se Aquelas de la- unas adjacentes e assim formam um sistema conti nuo de cavidades ou vias que séo essenciais & nutri do das células ésseas. Por outro,lado, as células cartilagineas obtém sua nutri¢ao através da matriz hialina gelatinosa. A deposicao de sais de calcio na substincia intersticial do osso reduz sua permeabi- lidade e, portanto, a necessidade de canais vasculares. A grande maioria das lamelas de osso compacto é arranjada concentricamente em torno dos canais vasculares longitudinais. Estas unidades cilindricas de estrutura sto chamadas sistema de Havers ou ostednio. Elas variam de tamanho e em sec¢do transversa os sistemas haversianos aparecem como anéis concéntricos em torno de uma abertura circu- lar, ‘Os canais vasculares no osso compacto sio orien- tados em relacao & estrutura lamelar do osso circun- dante, Os canais longitudinais no centro dos siste- | GERAL Figura 2-1. Seegio sagital do grande osso metatirsico de cavalo, dieito). Cm, Cavidade medular; Fn, forame nutricio; Sc, substincia compacta; Sx, substineia exponjosa, Note a maior espessura da Substincia compacta da parte proximal da diafise mas de Havers sao chamados canais haversiarios ou canais nutricios. Eles contém um ou dois vasos san- gtiineos ¢ esto unidos a outros, e comunicam-se com a cavidade medular e com a superficie via canais transversos, canais de Volkmann. Os iiltimos nao sao circundados pelos arranjos lamelares concéntri ‘cos mas atravessam o osso em um Angulo perpendi- cular ou obliquo as lamelas. Os vasos sangtiineos do peridsteo e endésteo comunicam-se com aqueles dos sistemas haversianos via canais de Volkmann. A substancia esponjosa consiste de delicadas li- minas dsseas € espiculas que correm em varias dire- Ges e entrecruzam-se (Fig. 2-2). Estas so definiti- vamente dispostas de acordo com as solicitagées me- cdnicas, tanto que os sisternas de laminas de pressio ¢ tensao podem ser reconhecidos de conformidade com as linhas de pressio € 0 puxar dos tendoes ligamentos, respectivamente. Os intervalos entre as Jaminas s40 ocupados por medula dssea e sio desig- nados espacos medulares: A substancia esponjosa forma a massa dos 0350s curtos ¢ das extremidades dos oss0s longos; nos iltimos, ela nao est restrita as OSTEOLOGIA GERAL extremidades mas estende-se também em uma dis- tancia varidvel ao longo da disfise.:Alguns ossos con- tém espacos aéreos na substancia compacta ao invés de oss0 esponjoso ¢ medula dssea e; por isso, si0 chamados ossos pneuméticos. As cavidades si0 de- signadas seios ¢ sio limitadas por membranas mu- cosa; eles comunicam-se indiretamente com 0 ar ex- terior. Em certas situagdes as duas camadas compac- tas dos oss0s planos nao estéo separadas por 0sso esponjoso, mas fundem-se entre si; em alguns casos deste tipo 0 oss0 ¢ tao delgado que se torna transite cido, ou pode sofrer absorcéo, produzindo, neste caso, uma falha. 5 ossos planos da abdbada craniana ¢ lados sao compostos de uma camada externa de substéncia compacta, a Himina externa,uma camada interna de 0580 muito denso, a lamina interna ou tabua vitrea, e entre estas uma varivel quantidade de osso espon- oso, aqui desgnado diplo. O peridsteg.é a membrana que reveste a superfi- ie externa d6 0ss0, exceto onde ele esta caberto por cartilagem. E uma lamina de tecido conectivo espe- Gializado que ¢ dotado de poténcia osteogénica. A lamina peridstica esta ausente naquelas areas das epifises dos ossos longos que sao cobertas por carti- Jagem articular. O periésteo consiste de uma lamina externa fibrosa protetora e uma lamina interna celu- lar osteogénica. Durante o crescimento ativo, a la- mina osteogénica € bem desenvolvida, mas depois torna-se muito reduzida. A lamina fibrosa varia muito de espessura, sendo, em geral, mais espessa ‘em situacdes de exposicao. A aderéncia do peridsteo a0 osso também difere grandemente em varios lo- cais; ele & freqiientemente muito delgado e facil mente destacavel onde € espessamente coberto por Figura 2-2. Secgéo transversa do timero esquerdo de cavalo. aL tecido muscular que tem pouca ou nenhuma inser- gio. O grau de vascularizacio depende da atividade do peridsteo. Q endésteg ¢ uma membrana fibrosa delgada que limita a cavidade medular e os canais haversianos maiores (canal nutricio do 050). A medula éssea (medulla ossium) ocupa os intersti- cios do oss0 esponjoso ¢ a cavidadé medular dos os- sos longos. Ha duas variedades no adulto — verme- Iha €.amarela, No individuo jovem ha somente me- dula éssea vermelha (medulla ossium rubra), mas de- pois esta é substituida na cavidade medular por me- dula éssea amarela (medulla ossium flava). A medula 6ssea vermelha contém muitos tipos de células ca- racteristicas e € uma substéncia formadora de san- gue, enquanto que a amarela é praticamente tecido adiposo ordindrio. A medula 6ssea amarela é for- mada por trocas regressivas na medula éssea ver- melha, incluindo infiltracao gordurosa e degenera- @o das células caracteristicas; logo, encontramos formas de transi¢ao ou estigios no proceso. Em in- dividuos idosos ou mal nutridos a medula éssea pode sofrer degeneracio gelatinosa, resultando na formacao de medula éssea gelatinosa. A medula 6ssea rubra persiste no esterno por toda a vida e, ogo, este € um local ideal para aspiracao ¢ exame (Calhoun, 1954 ae b, 1955). ‘VASOS E NERVOS. Os 03508 so ricamente supridos por vasos sangiiineos. E costume reconhecer dois grupos de artérias — as periésticas ¢ as medulares. As primeiras ramificam-se no periésteo ¢ emitem inimeros pequenos ramos que entram em dimit tas aberturas (canais de Volkmann) na superficie € atingem os canais de Havers (nutricios) da substan- cia compacta. Outros ramos entram nas extremida- dees dos 03505 longos e suprem 0 0ss0 esponjosoe sua medula dssea. No caso dos ossos maiores — e espe- cialmente os 0380s longos — a grande artéria nutri- cia ou medular (arteria nutricia) entra no chamado forame nutricio, passa num canal através da suba- tancia compacta e ramifica-se na medula éssea. Pe- quenos ramos dos vasos periostais também suprem 0 0380 compacto da diafise. Os vasos metafisarios epifisarios que provém de artérias préximas das ar- ticulacées, artérias articulares, suprem 0 0ss0 es- ponjoso e medula éssea das extremidades do osso. Estudos clinicos, experimentais ¢ histolégicos (Gardner, Gray e O'Rabilly, 1969) indicam que a corrente Sangiifnea através da substincia compacta Ge ossos adultos normais € no sentido super Fal em outras palavras, do sistema arterial medular para 05 capilares da substancia compacta, dali aos capila- res do peridsteo e as insergdes musculares. As veias maiores do oss0 esponjoso, como regra, ndo acom- panham as artérias, mas emergem principalmente proximo das superficies articulares. No 0ss0 elas si0 desprovidas de valvulas. Os vasos linfaticos existem como canais perivasculares no peridsteo e nos canais de Havers da substancia compacta, Eles também formam uma delicada rede subperiéstica da qual procedem os vasos maiores, freqiientemente em Companhia de veins. Espatos linfatices existem na periferia da medula éssea. Fibras nervosas acompanham os vasos sangii neos do osso. Algumas das fibras sio vasomotoras, 22 mas outras sio sensitivas par’ o periésteo. O periés- teo é especialmente sensivel a0 arrancamento ou tensdo. Algumas terminagdes encapsuladas no pe- ridsteo s4o proprioceptivas e provavelmente estéo relacionadas & mediacdo de posicio ou sensibilidade muscular. : DESENVOLVIMENTO E CRESCIMENTO DO OSSO Q primitivo esqueleto embriondrio consiste de cartilage e tecido fibroso nos quais os ossos desenvolvem-se. O processo & designado ossificagao ou osteogénese ¢ ¢ claborado essencialmente pelas células produtoras de osso, chamadas osteoblastos. “Qualquer célula que tem a propriedade de deposi tar uma matriz. que calcifica-se, sem morter no pro- cesso, é um osteoblasto” (Trueta, 1968). E costume, portanto, designar como ossos membranosos aque- les que sao desenvolvidos em tecido fibroso € como ossos cartilagineos aqueles que sto pré-formados em cartilagem. Os principais ossos membranosos so aqueles da abébada ¢ lados do cranio e muitos dos (oss0s da face. Os oss0s cartilaginosos compreendem, por conseguinte, a maior parte do esqueleto, Cor respondentemente, distinguimos ossificacao in- tramembranosa ¢ endocondral. O processo em que 0 0880 que se forma diretamente no primitivo tecido conjuntivo é chamado de ossificacio intrantembra- nosa, € no osso formado em cartilagem preexistente & chamado de ossificacdo intracartilaginosa ou en- docondral. Ossificagao intramembranosa é a forma mais simples de formacao dssea. A ossificagao intra- cartilaginea envolve os mesmos processos da forma- Gio dsseia intramembianosa, thas ela € precedida por tum perfodo inicial de erosio cartilaginea e remo¢ao, antes do inicio da deposicao éssea. Detalhes destes dois processos podem ser encontrados em qualquer livro-texto de histologia ou embriologia. Os ossos da base do cranio, coluna vertebral, pelve e extremida- des sio chamados ossos cartilagineos porque so formados primeiro por cartilagem hialina. O cres- cimento em comprimento dos ossos longos depende de ossificagio endocondral. Entretanto, seu cresci- mento em diametro é o resultado da deposicéo de nova membrana dssea debaixo do peridsteo. “A formacao de osso compacto da diffise de um osso longo € quase inteiramente o produto de ossificacao intramembranosa subperiéstica” (Bloom e Fawcett, 1968). Na ossificacdo intramembranosa, 0 processo inicia-se em um definido centro de ossificagao (punctum ossificationis), onde os osteoblastos circundam-se com uma deposicao de osso. O pro- cesso estende-se deste centro para a periferia do fu- turo 0550, desta forma produgindo uma rede de tra- béculas ésseas. As trabéculas rapidamente espessam-se e fundem-se, formando uma lamina ‘ssea que & separada dos ossos adjacentes por tecido fibroso persistente. A parte superficial do tecido original torna-se peridsteo; sobre a face profunda deste, camadas sucessivas de oso periéstico si0 formadas pelos osteoblastos até que 0 osso atinja sua espessura definitiva, O aumento na circunferéncia resulta da ossificagao do tecido fibroso circunja- cente, que continua a crescer até o osso atingir seu tamanho definitivo. GERAL Na ossificagio endocondral 0 proceso é funda- mentalmente © mesmo, mas nao tao simples. Os os- teoblastos migram da face profunda do pericéndrio ou peridsteo primitivo para a cartilagem e provocam a calcificacao da matriz ou substancia fundamental primitiva da tiltima. Os vasos invadem a area de cal- Cificagao e os condrécitos sucumbem e desaparecem, formando as primitivas cavidades medulares que sdo ocupadas pelos pracessos do tecido osteogénico. Esta por conseguinte formada uma espécie de rede de trabéculas calcirias sobre a qual o osso € estrutu- rado pelos osteoblastos. Ao mesmo tempo, 0 030 pericondral é formado pelos osteoblastos do periés- teo primitivo, A cartilagem calcificada’é erosada e absorvida pelas grandes células chamadas osteoclas- tos e € substituida por osso depositado pelos osteo- blastos. Os osteablastos também executam a fungiio de absorcao do osso primario, originando as cavida- des medulares; assim, no caso dos ossos longos, 0 (03s0 esponjoso central primitivo € grandemente ab- sorvido para formar a cavidade medular do corpo persiste principalmente nas extremidades. A des- truicao da parte central e formacio do osso subpe- ridstico continua até o corpo do osso ter completado seu crescimento. Cada 0ss0 longo consiste de um corpo ¢ duas ex- temidades. O corpo é conhecido como disfise e as extremidades do osso longo sio conhecidas por epi- fises. As extremidades das epifises de um osso longo ‘em crescimento so ambas inteiramente cartilagino- sas ou, se a ossificacdo epifiséria iniciou, s4o separa- das do corpo pelos discos epifisarios cartilagineos. A parte do corpo préoxima dq disco epifisdrio contém a zona de crescimento € osso neoformado, ¢.€ cha- mada metifise. O tecido ésseo da metifise e da epi- fise é continuo no adulto. Na superficie articular das epifises dos ossos longos, 2 delgada camada cortical de 050 compacto é coberta por uma camada de car- tilagem hialina, a cartilagem articular. Um osso longo tipico & desenvolvido a partir de trés centros primarios de ossificagao: um, que apa- rece primeiro, para a diffise ou corpo, ¢ um para cada epifise ou extremidade. Muitos ossos tém cen- 1103 secundarios a partir dos quais os processos ou ‘apéfises desenvolvem-se (Figs. 3-1 e 15-27, 28, 87, ae 90), O esbogo precedente é considerado para os ossos em crescimento, exceto quanto 20 comprimento. Aumento no comprimento pode ser brevemente explicado como segue: a provisio para a continui- dade da ossificacao de ambas as extremidades da diafise € feita por uma camada de cartilagem de crescimento ativo — cartilagem epifisaria — que se interpée entre a didfise ea epifise. E evidente que ‘quanto mais tempo esta cartilagem persiste e cresce, novo 0ss0 pode continuar sendo formado a suas ex: pensas € 0 aumento de comprimento € possivel Quando a cartilagem epifisiria cessa o crescimento, ela sofre ossificacao, 0 0330 € consolidado e 0 au- mento em comprimento nao mais é possivel. Esta fuséo ocorre completamente em periodos definidos ‘nos varios 05508 ¢ € importante conhecer a época normal em que ela ocorre, pelo menos nos ossos maiores dos membros, particularmente para a pré- Pria interpretacdo da ariatomia radiografica. No OSTEOLOGIA GERAL caso dos ossos membranosos, 0 aumento em circun- feréncia é proporcionado pela ossificagio e forma- ‘s40 de novo tecido fibroso circundante. ‘6 ooo trem ating 0 amano completo 0 prisen tomseretament edt asta no qu ener nn Cana ong ano oops pod essa por Sins cancomo ¢ butt vite center de auras © Crowe dt alongmens deo ss dian peso cece ov aes to tito ma laos dequeue. 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A remocio da matéria organica pelo calor nao muda a forma geral de um 0350, mas reduz.o seu peso para cerca de um tergo €0 torna muito fragil. Por outro lado, a descal- ificagao, embora nao afete a forma e'tamanho do (0380, torna-o mole ¢ flexivel. A matéria orginica (os- seina) quando fervida produz gelatina, A parte or- inica do osso consiste principalmente de uma pro- teina chamada coldgeno 63s€0 ou osseina. O 0sso mesmo € um tipo de tecido conjuntivo altamente especializado que é duro e branco e contém células peculiares a ele. A dureza do osso é devida a deposi- ao de sais minerais na matriz organica mole. Em adigao ao contetido aquoso, 0 osso consiste de dois principais componentes: (1) a trama organica ¢ (2) 08 sais minerais inorgénicos (cinza dssea). Entre as fibras colégenas ¢ encontrado um fluido, parecendo uum fluido tecidual; uma substancia amorfa. A tabela seguinte representa a composicao, em 100 partes, de 0880 de boi de qualidade médi: Gelatina 33,30 Fosfato de ciclo a 5735 Carbonato de cieio eee a0 Fosfato de magnésio 2.05 Carbonato ¢ cloreto de sédio 345 100,00 0.0550 morto ¢ fresco tem uma cor branca amare- lada; quando macerado ou fervido, e clareado, ele é branco, O peso expeciico do osso compacta fresco € de cerca de 1,9. Ele é muito duro e resistente a pres- so, Sua resistencia 2 compressio € em torno de 1.239 kg/cm, ¢ sua forca de tensio é em média de 23 914,4 kgicm*, consideravelmente mais elevada do que'a do carvalho branco. BIBLIOGRAFIA ‘Bloom, W., and DW. Facet 1968 A Textbook of Histology shed Philadelphia, W.B. Saunders Company. (Calhoun, ML 1854a, A eytluelal study of contl marrow. L. The ‘dull hurse. Am, J. ve. Kes. 19:181-108, Cathoun. MT, 1858 A eytlageal study of costal mato, 1 “The adult cow. Arm. fet Hes. 15:1¥5-404 Calhoun, Me L.'1955. 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Kinesiology Springeld Il Charles € Thomas “Trutt,J 1868, Studies of the Development and Decay ofthe Human "Frime. Plladelphia,W. . Saunders Company. Weinrann,J.?and H Sicher 1047 Boneand Bones: Fundamentals (of Sone Biology. St Louts, The: ¥" Mosby Co, O leitor notard que nem todo osso € descrito neste capitulo; somente aqueles complicados, ou que re- queiram explicacao ou definicao devida a NAV (1968) nomenclatura, assim como aqueles que for- mam um padrao similar que é aplicével aos mamife- ros enumerados neste texto. Esta disposicéo foi se- guida em ordem: para evitar redundancia entre as espécies, COLUNA VERTEBRAL A coluna vertebral é formada por umia série de 0850s chamados vértebras. Ela consiste-de uma ca- deia mediana, impar, de ossos irregulares que estendem-se do cranio 8 estremidade da cauda. No adulto, certas vértebras fundem-se para formar uma simples massa 6ssea com a qual o cingulo péivico articula-se. As vértebras assim fundidas sio desig- nadas vértebras fixadas (ou “falsas"), distinguidas das vértebras méveis (ou “verdadeiras”) A coluna vertebral € subdividida para descrigao em cinco regides, que sio designadas de acordo com a parte do corpo na qual as vértebras esto situadas. Assim, a5 vértebras sao denominadas cervicais, to- racicas, lombares, sacrais e caudais (coccigeas). A primeira vértebra na regido tordcica caudal ou lom- bar que tem sua apéfise espinhosa perpendicular a0 corpo da vértebra é chamada vertebra anticlinal. As espinhas das vértebras precedentes sio inclinadas caudalmente. O niimero de vértebras em uma dada espécie € perfeitamente constante para cada regio, exceto na tltima, tanto que a formula vertebral pode ser expressa (para 0 cavalo, por exemplo) como se-segu CrTinLoSsCa(Cy)isa1 24 As vértebras em uma dada regido tém caracteristi- cas através das quais elas podem ser distin, daquelas de outras regides, e as vértebras indi dualmente tém caracteristicas especiais que séo mais ‘ou menos claramente reconheciveis. Todas as vérte- bras tipicas ¢ém wm plano estrutural comum, que pode de inicio ser compreendido. Uma vértebra consiste de corpo, arco e processos (Fig. 2-3). © corpo da vértebra (corpus vertebrae) & a massa mais ou menos cilindrica sobre a qual as outras par- tes estio formadas. As extremiidades cranial extremi- tas cranialis [caput vertebrae) € caudal (extremitas cauda- lis [fossa verlebrael) esto insetidas nas vértebras ad- jacentes por discos fibrocartilaginosos interverte- brais ¢ sao usualmente convexas € cncavas, respec tivamente. A superficie dorsal é aplanada e entra na formacio do canal vertebral enquanto que a face ventral é limitada lateralmente € esta em relagdo com varios sntisculos e visceras. Na regiao tordcica, 0 corpo apresenta dois pares de facetas (foveae costales) nas extremidades, para articulagao com a parte das cabecas de dois pares de costelas. O arco est formado sobre a face dorsal do corpo. Ele consiste originalmente de duas metades laterais, cada uma das quais é constitufda de um pediculo ventral e uma limina dorsal, pediculo forma a parte lateral do arco e esté cortado cranialmente € caudalmente pelas incisuras,vertebrais (incisura ver- tebralis cranialts, caudalis). As incisuras de duas vérte- bras adjacentes formam os forames intervertebrais para a passagem dos nervos espinhais e vasos; em algumas vértebras, entretanto, ha completos fora- mes ao invés de incisuras. As laminas completam 0 arco dorsalmente, unindo-se uma com a'outra me- dialmente na raiz da apéfise espinhosa. Suas bordas sto rugosas para a insercao do ligamento amarelo O corpo ¢ 0 arco formam um anel ésseo que en- voive o forame vertebral; a série de anéis vertebrais, com os ligamentos que os unem, fecha 0 canal verte- bral que contém a medula espinhal e seus envolt6- rios e vasos Proceso ‘espinhoso Proceso ‘articular Processo transverso Figura 2-3. Primelra vértebra toricica de cavalo. (Desenho idustrativo da estrutura das vértebras}) GERAL Os processos artcalares, dois cranizis (procsus artclaestegapophy) canis) dois cada (prox cessus articulares [zygapophysis) caudales), projetam-se das bordas do arco. Eles apresentam superficies ar- ticulares adaptadas aquelas das vértebras adjacen- tes; a superficie restante & rugosa, para insergdes muscular e ligamentar. © processo espinhoso ou espinha é simples € projeta-se dorsalmente do meio do arco. Ele varia muito de forma, tamanho e direcao em diferentes vértebras. Este proceso proporciona insercio a miisculos ¢ ligamentos. (Os processos transversos sio dois, projetam-se lateralmente dos lados do arco ou da jungéo do arco com o corpo. Na regio cervical, 0s processos trans- versos da terceira & sexta vértebras cervicais apre- sentam uma porcao cranial ¢ caudal. A formacao € referida como proceso costal (Fig. 2-3), que ¢ 0 homdlogo da costela na regio tordcica. A parte caudal, oui processo transverso verdadeiro, sai do arco vertebral caudal ao forame transverso. Os pro- cessos transversos so perfurados pelo forame ‘transverso que, nas seis primeiras vértebras, d4 pas- sagem 4 artéria ¢ veia vertebrais e a um plexo de nervos simpaticos. O processo transverso da sétima vertebra cervical é desprovido de um forame trans- ‘verso € 0s processos transversos séo unicispides, ex- ceto no homem € no porco, que apresentam um forame. Na regido toradcica, cada um presenta uma faceta para articulacio cqm o tubérculo de uma cos- tela (fouea costal transversalis). Eles também dao in- sercao a misculos ¢ ligamentos, Algumas vértebras também apresentam uma crista ventral, tubérculo ventral ou um arco hemal. Processos mamilares sio encontrados, em muitos animais, nas vértebras tordcicas caudais ¢ lombares craniais, entre os processos transversos ¢ articulares cxaniais ou sobre os ailtimos. Processos acessérios, quando presentes, esto si- tuados entre os processos transversos ¢ articulares caudais. ‘Os corpos das vértebras esto unidos ou articula- dos por meio de discos intervertebrais fibrocartila- ginosos. Para a embriologia da coluna vertebral € notocorda o estudante deveré recorrer aos textos dlassicos de embriologia. Entretanto, sera mencio- nado que a notocorda é um suporte axial transit6rio em torno do qual os segmentos da coluna vertebral slo desenvolvidos. A notocorda atrofia-se ¢ final- ‘mente desaparece, mas a porgao que fica nos centros dos discos intervertebrais persiste por toda a vida como parte do miicleo pulpaso central dos discos. O conhecimento deste fato ¢ importante por causa dos problemas clinicos originados de discos interverte- brais herniados, especialmente em pequenos ani- ‘mais (Veja Bibliografia). DESENVOLVIMENTO. As vértebras desenvolvem-se por ossificacio na cartilagem que circunda a noto- corda e formam os lados do canal neural (Figs. 2-4, 5, 6 7). Ha trés centros primarios de ossificacio, um para 0 corpo ¢ um para cada lado do arco. Centros secundérios aparecem mais tarde para o vértice do Brocesso espnhoso (exceto na regio cervica, para as extremidades dos processos transversos ¢ para as delgadas laminas epifisirias nas extremidades do corpo. Os trés centros primérios e as delgadas lami- OSTEOLOGIA GERAL Figura 24. imei vérere tric de poco. Vist tani As proces espinhon; proceso atar; Ce D, corps A 8, C, repreca teas formas doco neural e D do centro oes ‘routes tertns destino sn apes 4 vertebra dl © {Sepo de urna verihra ads int prt doar neural eco trum, clogeo arco verbal menos exten do que o aro neural nas epifisérias constituem os cinco centros normais, de desenvolvimento, para todas as vértebras tipicas; entretanto, o padrao de ossificacao varia em dife- rentes regides da coluna vertebral. Quando a ossifi cagio inicia-se em cada vértebra cartilaginosa, ha freqiientemente um centro no centrum e um em cada metade do arco neural (Arey, 1966; Gardner, Gray ¢ ORahilly, 1969). © crescimento inicia-se em trés, direcdes — em direcao central, para circundar a no- tocorda e formar o Corpo vertebral, em direcao dor- sal, para circundar 0 tubo neural e formar 0 arco neural ou vertebral, e ventrolateralmente para for- mar os processos costais ou primérdios das costelas. ‘As vezes hi, de inicio, dois centros para o corpo, que logo fundemse. O processo de osificagio estende-se ds centros late- para formar nao somente as partes correspondentes do arco,mnas também os processose uma parte do corpo proxima &raiz do arco. No cavalo e boi o corpo e arco esto fundidos 20 nase ‘mento ow unem-ze logo apés, mas as epifises nfo se fundem até que ( erescimento seja completado. No porco, carneiro e co 0 corpo e treo estio unidos por eatlagem ao nascer(sincondraieneurocntal), ‘mat fundem-se nos primeiros meses. COSTELAS As costelas (costae) s20 ossos alongados, encurva: dos, que formam o esqueleto das paredes laterais do trax. Elas estdo dispostas em série aos pares que correpondem em ntimero as vértebras tordci¢as. Cada uma articula-se dorsalmente com duas vérte- 25 bras e é prolongada ventralmente por uma cartila- gem costal. Aquelas que articulam-se com o esterno por meio de suas cartilages sA0 designadas costelas esternais (ou verdadeiras) (costae verae); as restantes sio as costelas asternais (ou falsas) (castae spuriae) As tiltimas costelas da série que tém suas extremida- des ventrais livres e nao inseridas a uma cartilagem adjacente sao chamadas costelas flutuantes (costae ‘fluctuantes). Os intervalos entre as costelas s80 cha- mados espacos intercostais As costelas de diferentes partes da série variam muito em comprimento, curvatura e outras caracte- risticas. Uma costela tipica (0 termo é aqui empre- gado, como € comum em anatomia descritiva, para designar somente a parte dssea da costela [os castale); morfologicamente, ela inclui também a parte carti- laginosa) consiste de um ‘corpo ¢ duas extremida- des. CARTILAGENS COSTAIS As cartilagens zostais sao hastes de cartilage hialina em continuidade as costelas. Aquelas das cos- telas esternais articulam-se com o esterno, enquanto que aquelas das costelas asternais esto superpostas ¢ inseridas umas as outras por tecido eldstico, para formar o arco costal. As cartilagens das costelas flu- tuantes nao estao inseridas aquelas adjacentes. Figura 25. Primeira vértebra tordcica de poreo: Vista caudal. ‘A, processo expinhoso; 8, processo transverso; C, incisura ver~ tebral; De E, corpo; F, pediculo; G, mina; Fe G, arco vertebral A,B, G, D, F, G, formado do arco neural; E, do centrum. 26 GERAL Figura 2-6. Vértebra lombar de porco. Vista ventral ‘A, Corpo; B, lamina epifisiria cranial; C, processotransverso. ESTERNO O esterno- (ou 0350 do peito) € um osso segmen- tado mediano que completa 0 esqueleto do térax ventralmente ¢ articula-se com as cartilagens das costelas esternais lateralmente. Ele consiste de um néimero varidvel de segmentos dsseos (stemnebrae), dependendo da espécie, unidos por meio de cartila- gem no individuo jovem. Sua forma varia com aquela do t6rax em geral ¢ com o desenvolvimento das claviculas nos animais em que estes 0ss0s esto presentes. Sua extremidade cranial, 0 maniibrio es- ternal (presternum), € especialmente afetada pelo il- timo fator, sendo larga ¢ forte quando as claviculas sto bem desenvolvidas e articulam-se com ela (como no homem), ¢ relativamente pequena e comprida Tateralmente quando elas estio ausentes (como no cavalo), ou rudimentar (como no cio). As cartilagens do primeiro par de costelas articulam-se com ela. O corpo ou mesoesterno (corpus sterni) apresenta late- ralmente, na juncdo dos segmentos, facetas céncavas (incisurae costales) para articulacdo com as cartilagens das costelas esternais. A extremidade caudal ou tle tima estérnebra (metasternum) apresenta 0 pro- cesso xifdide. A cartilagem xifoide (cartilago xiphoi- dea) estende-se caudalmente do processo xifdide. Bla é delgada e larga, como no cavalo e boi, ou es- treita ¢ curta, como no cio. TORAX © esqueleto do térax compreende as vértebras tordcicas, dorsalmente, as costelas e cartilagens cos- tais, lateralmente ¢ o esterno, ventralmente. A cavi dade torécica assemelha-se em forma a ui cone truneado irregular; ela € comprimida lateralmente, especialmente cranialmente, ¢ a parede dorsal ou tet € muito mais longa do que a parede ventral ou assoalho. A abertura cranial ou entrada € limitada pela primeira vértebra tordcica, dorsalmente, 0 pri- meiro par de costelas e cartilagens costais, lateral- brio do esterno, ventralmente. A ida pela tiltima vértebra to- racica, o tltimo par de costelas, os arcos costais ¢ a parte cranial da cartilagem xifoide. Pode-se notar aqui que o diafragma (que forma a divsto entre 1s cavidades toréciea ¢ abdominal) ndo segue os arcos cosas em sua insergio caudal, tanto que a8 costelas caudais entram também na formacio da parede abdominal OSS0S DO MEMBRO TORACICO (OSSA MEMBRI THORACIC!) O membro toracico consiste de quatro segmentos nincipais, a saber; cingulo escapular, brago, ante- ago © mao, Figura 2.7. Vertebra lombar de porco. Vista cra- sal. ‘A, Processo espinhoso; B, processo articular caudal; C, procesio mamiler; B, proceso tans: verso; E, pediculo; Fe G, corpo. A porgao entre E eA a lamina, OSTEOLOGIA GERAL © cingulo escaputar (cingulum membri thoracici), quando completamente desenvolvido, consiste de tts 03503 — a escapula (ou 0350 do ombro), 0 cora~ céide (no galo) e a clavicula (ou osso do pescoco). Nos mamiferos domésticos somente a escapula, um osso grande, plano, & bem desenvolvido e o pequeno elemento coracéide funde-se com ela, enquanto que a clavicula esta ausente ou é um pequeno rudimento encravado no miisculo braquiocefitico. Nao hi, por- tanto, articulacio do ombro com o esqueleto axial. © cingulo escapular é completamente desenvolvido nas aves € nos mamiferosinferiores (monotremata). Nos mamniferos mais periotes, ocoractide esti reduzido ao processo coracide da exci pula co desenvolvimento da cavicula esté de eonformidade com a TFungéo do membro, Assim, em quadripedestipicos como 0 cavalo €o boi, nos quais os membros anteriores sfo usados somente para Suporte e locomocio, a clavicula esta ausente. Outros que sam estes membros para agarrar, escavar, Wepar etc, (POr fexemplo, homem, macacos, coupeira:), tém claviculas bem desen- Nolvidas que unem a escapula 20 esterno © brago (brachium) tem um tinico oss0 longo, 0 ‘imero (ou 0ss0 do braco). A extremidade distal do mero consiste do céndilo umeral*, epicéndilo medial e epicéndilo lateral. Os termos capitulum ‘umeral tréclea umeral sio usados para 0 homem, i ¢ gato. O capitulun umeral€ a pequens Area art cular Tateral da extremidade distal que articula-se com a cabeca do radio. O termo tréclea umeral é apli- cado & porcao maior em forma de polia no homem, cao e gato, localizada medialmente. Entretanto, no cavalo, ruminantes € suino 0 termo érdclea umeral pode ser usado encerrando ambos os céndilos, me- dial e lateral. O termo c6ndilo umeral inclui a super- ficie articular,as fossas radial e do olécrano. A fossa radial € 0 termo preferido para o antigo termo “fossa corondide”, visto que a cabeca do radio entra nesta depressao; somente no homem € no gato 0 Process corondide da ulna ¢ acomodado em uma fossa separada (fossa corondide) medial fossa ra- dial (Figs. 15-33 e 34) lo antebrago (antebrachium) ha dois ossos, 0 radio ¢ a ulna, Estes variam quanto ao tamanho € mobilidade. No cavalo e boi os dois ossos estao fun- didos e a parte distal do membro é fixada na posigéo de pronacao. O radio esté colocado cranialmente ¢ suporta o peso, A ulna é bem desenvolvida somente *0 termo cindilo umeral (NAV) € referido a toda a extremidade distal do ossadividido em cOndilos medial e lateral 27 em sua parte proximal, que forma uma alavanca para os miisculos extensores do cotovelo. No porco, a.ulna é 0 maior e mais lorigo dos dois ossos, mas ela esta intimamente unida no lado caudal do rédio. No cio,a ulna é também bem desenvolvida e uma pe- juena extensdo de movimento € possivel entre os lois ossos. A mio, tal como no homem, consiste de trés sub- divisoes, a saber, o carpo, metacarpo e dedos. ‘0 carpo, homélogo do pulso do homem, tem um grupo de assos pequenos, 0s osss do carpo. Estes sio tipicamente em nuimero de oito e estio dispostos em dluas fileiras transversas — uma proximal e uma dis- tal. Os ossos da fileira proximal, designados do lado radial a0 ulnar (isto é, mesolateralmente), si0 03 oss0s cérpicos radial, intermédio, ulnar e acess6- rio. Os 0ss0s da fileira distal so designados, nume- ricamente, na mesma dire¢i0, como primero, se- ‘gundo, terceiro ¢ quarto ossos cérpicos. O Quadro 9-1 indica 0s ossos carpicos presentes nas diferentes espécies: 0 Quadro 2-2 enumera os sinénimos para 08 varios 03505. . ‘© metacarpo tem tipicamente cinco ossos meta- ‘carpicos (ossa metacarpatia 1 a V), um para cada de- do; eles sao ossos longos e sao designados numeri iente do lado radial ov ulnar (ito ¢ mesolateral- mente). Esta disposicao ocorre no cio, ainda que 0 primeiro metacarpico seja muito menor do que os outros e o segundo ¢ quinto sejam um tanto reduzi- dos. Além disso, uma reducao ocorreu em outros animais, resultando nas formas perissodactila ¢ ar- tiodactila. No cavalo, o primeiro € quinto metacirpi- cos esto ausentes, o terceiro é o grande osso meta- carpico que suporta e carrega 0 tinico dedo, en- quanto que o segundo e quarto s4o muito reduzidos. Nos artiodctilos (por exemplo, boi, carneiro, porco) o terceiro € quarto so os metacérpicos principais € sustentam os dedos bem desenvolvidos; eles estio fundidos no boi e carneiro. Os outros sao variavel- mente reduzidos ou ausentes, como apontado nas Aescrgbes especias nos capftuos specifica. ‘Os dedos, tal como no homem, sio tipicamente cinco, em ntimero. Eles s30 designados numerica- mente do lado radial ao ulnar, em correspondéncia aos metacérpicos. O mimero total esta presente no cio. No boi e porco 0 terceiro e quarto sio bem desenvolvidos € suportam o peso, enquanto 0 se~ gundo e quinto sio reduzidos. O cavalo atual tem Quadro 2-1. Ossas Carpicos Presentes em Diferentes Espécies Ono Bovine qin Ovino Suino Feline F Caprino Crier Ineedioradil igo mrmedio calpes una Cafes ter Frc cris Segundo cris ‘Toe carpe Qua ipo Seetndseereaie Sipe Boxxx x we (inconstante) ere * xxx x x xxx RRKK MR KR RKRK He HH K Me DOe * 28 GERAL Quadro 2-2. Sindnimos Usados para os Ossas do Carpo (Ossa Carpi) ‘Nomina Anatomica (1966) ¢ Nav Alternativa Gry MeBadyean 1368) NAV (968) (Goss, 1966) (0953) (0s carpi radiale os scaphoideur ‘excafbide ou navieular ecaftide ou eirpico radial Os carpi intermedioraiale {os scpholunatum) (Ca) Os app inermedium os lunatum Twnado ou semilunar Junado ow imterméaio 03 carpi unare of triquetrum triangular ou eunelforme —_cueiforme ou eirpco ulnar 0s carpi accesorium on pisiforme pisiforme aeessério ou psiforme Os earpale | os tapeium {Capézo ou mulangular maior tapézio (Os earpale It ‘8 traperoideum trapeaside ou mullangular en ‘menor trapesside 3 carpale In oF apittum capitan ou ma oo Or carpal 1V or hamanum itamate ou uncorme ‘unforme Os carpale I et 11 Ru) [os erapezoideocapicarum} (© quadto acima, de sindnimos em uso comum, € anexado para comparacio com aqueles usados em anatomia humana, © osso central do citpo ¢ omitido, embora ele ndo seja um elemento separado nos animals aqui considerados. ‘um tinico dedo, o terceiro de seus ancestrais penta- dactilos. O esqueleto de cada dedo completamente desenvolvido consiste de trés falanges e alguns ossos sesaméides. A falange proximal (primeira) articula-se com 0 correspondente osso metacirpico, proximalmente, com a falange média (segunda), istalmente. A falange distal (terceira) esta incluida no casco ou unha e € modificada para conformar-se 20 iltimo. Os ossos sesaméides sio desenvolvidos a0 longo do curso de tendées ou nas cépsulas articu- lares nos pontos onde ha pressio aumentada. Dois sesamoides proximais aparecem na face flexora da articulagio metacarpofalangica e formam uma polia 1ra 0 tendao flexor. @ sesamdide distal est, seme- rantemente, colocado entre o tendao flexor digital profundo © arculao entre as falanges média e istal; ele esta ausente no cdo, que tem um pequeno sesaméide na face extensora da articulagao meta- carpofalangica, ¢ freqdentemente também na arti- culacao interfalangica proximal. ‘io registrados numerosos casos de ocorréncia de dedos super- ‘numeririos (hiperdaclisme) no cavalo ¢ outros animais (Sis © Getty, 1968). Em alguns porcos, por outro lado, os dois dedos incipais sto fundides, e a condigio (sindactismo) parece ser pines ido ( ) OSSOS DO MEMBRO PELVICO (OSSA MEMBRI PELVINI) O membro pélvico, como 0 toracico, consiste de quatro segmentos, como se segue, 0 cingulo pél- vico, coxa, perna ¢ pé. O cingulo pélvico (cingulum membri pelvini) con- siste do osso do quadril que junta-se ao do lado oposto, ventralmente, na sinfise pélvica e articula-se muito firmemente com o sacro, dorsal- ‘mente. Os dois oss0s do quadril, juntos com o sacro : as primeiras vértebras caudais,‘constituem a ‘Gssea. Sua parede dorsal ou teto € formada pelo” sacro e primeiras vértebras caudais e a parede ven- tral ou assoalho pelos ossos pube e isquio. As pare- des laterais sa0 formadas pelos flios e parte acetubu- lar dos isquios. A falta no esqueleto aqui é suprida no estado fresco pelos largos ligamentos sacrotube- yas e mbsculos stmimembranosos Fig. 1619). A abertura cranial ou entrada da pelve € limitada pela linka terminal, que’é formada pela base do Sacro dorsalmente, as/linhas arqueadas (iiopect. neat}, lateralmente; ¢ 0 pecton do pube, ventral. mente. - Osso Do QUADRIL (Figs. 15-70, 71 € 74). O osso coxal, do quadril ou osso inominado, é o maior dos ‘ossos planos. Ele consiste primariamente de trés partes, 0 ilio, isquio ¢ pube, os corpos dos quais, ajuntam-se para formar o acetdbulo, uma grande cavidade cotildide que se articula com a cabeca do femur. Estas partes estio fundidas no adulto, mas € conveniente descrevé-las separadamente (elas sera descritas em detalhe nos respectivos capitulos espe- cificos). A unigo das trés' partes ocorre e circunda uma cavidade articular em forma de taca designada acetibulo. O ‘lio é a porcao expandida que se es- tende do acetdbulo em direcio cranial e esté situada na parede lateral da pelve; 0 isquio estende-se do acetabulo em direcio caudal e esté situado na parte caudal da parede ventral da pelve; ¢ 0 pube estende-se do acetabulo em direcao medial 20 osso do lado oposto até a sinfise piibica e esté situado na parte cranial (do assoalho) da pelve. O io € divisive em duas partes, o corpo (corpus ossis ili) e a asa (ala ossis ili). O corpo entra na for- macio do acetdbulo e & continuo com a face pélvica di fsquio e pube. A.asa é a grande porcdo expandida que apresenta duas faces, uma crista € duas espi- nas. A face externa ou gliitea (facies glutea) € lisa, profundamente céncava ¢ limitada pela crista ¢ as espinhas dorsal e ventral. A face é cruzada por um niimero variavel de linhas gliteas, dependendo da espécie. A face interna ou pélvica (facies sacropelvina) da asa ¢st4 limitada pela crista, a linha arqueada ¢ as, espinhas dorsal e ventral, A parte externa (ilfaca) da OSTEOLOGIA GERAL face pélviea do tio ¢ lisa ¢ est erurada por suleos vasculares, enquanto a porcio interna é rugosa € desigual e apresenta a porcio auricular (facies auricu- aris), assim chamada por sua aparéncia com a forma da orelha. Esta porcao ventral articula-se com uma face similar do lado do sacro. A porcao dorsal, co- mhecida como tuberosidade ilfaca, é elevada € ru- gosa para inser¢io do ligamento sacro-ilfaco dorsal. Arista do flio é parecida com um arco no contorno ral, comumente encurvada, convexa ou céncava, lependendo da espécie; por exemplo, ela é céncava no boi cavalo e convexa no co, porco e homem. A crista une as tuberosidades coxal e sacral — proje- Ges rugosas variaveis em seu desenvolvimento ¢ forma, dependendo das espécies. Em algumas espé cles (homem, co e gato) 2 tuberosidade sacral est separada por uma incisura em espinhas ilfacas dor- sais, cranial e caudal. fsquio (ou ischii) forma a parte caudal do osso do quadrif ou coxa ¢ entra na formagao do acetabulo, forame obturatério ¢ sinfise pélvica. Ele € divisivel em um corpo ¢ um ramo*, O corpo (corpus as ischii) entra na formacio do acetabulo e fica lateral ao fo- rame obturatério. A tabula é a porcio aplanada que fica caudal a0 ramo e corpo, excluindo o tuber. O tuber isquidtico ¢ uma protuberancia rugosa, fre- \ientemente triangular, que serve como uma area Aa qual sactm masculos. Os detalhes das varias por- oes do fsquio sero descritos nos respectivos capitu- los especificos. pabe é divisivel em um corpo ¢ um ramo cra- nial ¢ caudal. Ele estende-se do ilio ¢ {squio, late- ralmente, a sinfise pabica, met ua borda caudal limita a parte cranial do forame obturatério, O corpo (corpus assis pubis) & espesso ¢ entra na for- magao do tsbale!O tame anal extendese Jo corpo ao plano mediano onde ele encontra com o do lado oposto para formar a sinfise pabica. O ramo caudal caminha caudalmente da porcdo medial do ramo cranial. Ele torna-se estreito & medida que se dirige caudalmente para unir-se a0 ramo do isquio 20 longo do forame obturatério. Sua face externa € mugost para a origem de msculos, por exemplo, gricil, Sua face interna é lisa e dé origem, por exemplo, ao obturatério interno. A borda cranial do pube da insercao ao tendao pré-puibico. (Detalhes de outras insetcdes musculares e proeminéncias serio discutidos nos respectivos capitulos especificos.) O acetébulo é uma cavidade cotilbide (em forma de taga) que aloja a cabeca do fémur. Ele orienta-se ventrolateralmente e consiste de uma parte articular uma no articular. A parte articular (facies lunata) é semilunar ¢ est interrompida internamente por uma depressio rugosa nao articular, a fossa aceta- bular, A parte medial da borda € correspondente- mente interrompida pela incisura acetabular (inci- sura acetabuli), ‘Um completo conhecimento da osteologia normal do quadril é essencial para uma conveniente inter- pretacio de anatomia radiogréfica, especialmente Se acordo com 2 Nomina Anatomica (i966), ramus esis chit ‘esigna a parte que foi chamada ramus syuplysial pelos anatomis- tas veterinirios no passado, Conseqiientemente, o fermo qualifica: tivo.ymphsials € agora desnecessirio pois hd somente um ramno, 0. primeiro ramus acetabularis, que est incuido no corpo. 29 no co, por causa da prevaléncia de displasia do quadril (veja Bibliografia). O esqueleto da coxa (skeleton femoris) é composto do fémur (ou osso da coxa, que se articula como acetbulo, proximalmente, ¢ a patela e a tibia, dis- talmente)'e da patela. A patela é um osso curto que se articula com a tréclea da extremidade distal do femur; ela € considerada como tim oss0 sesaméide grande intercalado no tendo do miisculo quadri- ceps femoral. ‘O esqueleto da perna (skeleton cruris) compreende dois ossos, a saber, a tibia ¢ a fibula. A tibia é um osso longo, grande e prismético que suporta ¢ articula-se distalmente com 0 talus (0ss0 tarsico ti bial), A fibula esta situada ao longo da borda lateral aia, da qual eats separada pelo espaco interéseo da perma, Ela é muito mais delgada do que a tibia e nao se articula com 0 fémur. No porco e cio ela possui um corpo completo ¢ duas extremidades, porém no cavalo e bot é muito reduzida ¢, além disso, modificada. ‘O esqueleto do pé (skeleton pedis), o homélogo do pé humano, consiste de trés subdivisdes,-a saber, 0 tarso, metatarso € dedos. tarso (ou jarrete) contém um grupo de ossds ccurtos, os ossa faisi, em niimero de cinco a sete nos diferentes animais (Quadros 2, 3 ¢ 4). A fileira pro- ximal consiste de dois 0ss0s, 0 talus ¢.calcdneo (tér- sicos tibial e fibular); 0 primeiro esta situado no lado tibial (medial) e tem uma tréclea para articulagéo com a extremidade distal da tia; o tiltimo, situado no lado fibular (lateral), tem um’ processo, 0 taber calcanear que projeta-se proximalmente e em dire- ‘Gao plantar, e constitui uma alavanca para os mtiscu- los que estendem a articulacao do jarrete. A fila dis- tal consiste de quatro ossos quanilo sete elementos trsicos esto presentes, como no porco e cao. Eles séo melhor designados, numericamente, como pri- meiro tarsico, segundo tirsico etc. O tarsico cen- tral est interposto entre as fileiras. ‘Os ossos mnetatirsicos e dos dedos parecem, em geral, com aqueles das correspondentes regides do membro toracico; as caracteristicas diferenciais, serdo anotadas nos respectivos capitulos especificos. cRANIO O cranio constitui um meio de protecdo para o encéfalo, os drgaos dos sentidos especiais (visao, ol- fato, audicao, equilibrio e gustacio), as aberturas para as passagens de ar e alimentos e os maxilares e mandibulas, incluindo os dentes para a mastigacio (Fig. 15-114). O termo “cranium” (ossos do cranio) é as vez indicado para os sos que alofam € prote gem o encéfalo separados da mandibula e ossos da face. A NAV (1968) divide o cranio em ossos crani- cos (ossa cranii) (occipital, interparietal, basiesfe- noide, pré-esfenside, pterigdide, temporal, parietal, frontal, etméide e vomer) e Faciais ossa facizt) (nasal, coneha nasal ventral, maxilar, lacrimal, incisivo, pa- latino, zigomatico, mandibula € hidide). Varios au- tores classificam estes diferentemente. Para evitar alguma possivel confusio na classificacao decidimos no fazer tal distingao neste text ‘A maior parte dos ossos do cranio é plana, desen- volvida em inembranas; aqueles ossos da base cra-

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