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CAPITULO 1 5 OSTEOLOGIA EQUINA R. Getty* (com Cabeca Ossea por D. J. Hillmann) ‘Oesqueleto do cavalo consta de 205 ossos,como se indica na tabela seguinte: Coluna vertebral ca Costelas 36 Exerno 1 Cabera(incluindo ossiculas do ouvido) 4 ‘Membres torécicos 40 Membros pélvicos _40 205 Nesta enumeragio considers-se que o nuimero de vértebras cau- dais (cocigeas) € 18, o temporal os coxais nto estio divididos em. partes, considera-se 0 nimero normal de elementos do carpo e do {arso com inclusio dos sesaméides. COLUNA VERTEBRAL A formula vertebral do cavalo € CrTisLsSs Cars2t Na linha média dorsal acham-se as séries de pro- cessos espinhosos, que sao cristas baixas na regio cervical, & excecio da segunda e da sétima vértebras. Atingem o maximo de altura na quarta e quinta vér- tebras toracicas e diminuem até a décima quinta ou décima ‘sexta tordcicas. Caudal a esta, elas S40 apro- ximadamente iguais em altura até a iiltima lombat € primeira sacral, que sao um pouco mais baixas. A segunda espinha sacral € mais ou menos tio alta quanto a lombar média; caudal a esta, elas encur- tam-se um tanto rapidamente & altura e desapare- cem até a terceira caudal. A inclinagao caudal das vértebras é mais acentuada na segunda tordcica diminui desde a sexta ou sétima até a décima sexta, que é vertical e denominada vértebra anticlinal ou diafragmética. Caudal a esta vértebra tornam-se um pouco inclinadas cranialmente até atingir 0 sacro; neste ponto ocorre uma mudanga brusca para incl nagio caudal de modo que se forma um considerd- vel angulo interespinhoso. De cada lado dos processos espinhosos acha-se um. suleo que aloja os misculos profundos da coluna. O assoalho do sulco é formadé pelas laminas dos arcos vertebrais e processos articulares. E largo na regiao cervical e se estreita progressivamente na regio to- rcica. Observada de perfil, a coluna apresenta uma série de curvaturas, Quando a cabeya e 0 pescogo se acham numa posicio ordinéria natural, a parte cra- nial da cohuna cervical forma uma curva suave, cOn- cava ventralmente. A parte caudal e a primeira vér~ tebra tordcica formam uma curva mais pronunciada em direcao oposta. Na juncio das regides cervical € tordcica ocorre uma acentuada mudanca de direc, formando um Angulo ou uma projecdo ventral. Na segunda vértebra tordcica inicia uma suave curva céncava ventralmente. Esta prolonga-se até a junc3o, lombossacral, onde existe uma mudanga de direcéo ¢, por isto, um promontério. O sacro apresenta uma variével curvatura ventral, muito pouco pronun- ciada, que continua de forma muito acentuada na regiao caudal. Observa-se que uma linha tragada através dos vértices dos processos espinhosos das vértebras nao corresponde as curvas mencionadas formadas.pelos seus corpos. canal vertebral apresenta curyaturas que cor- respondem as dos corpos vertebrais. Seu diametro varia extraordinariamente em diversos pontos. Seu maior didmetro esta no atlas, que contém o dente do xis, bem como a medula espinhal e o espago sufi- Giente para permitir extensos movimentos. E muito mais reduzido no axis. Ele alarga-se consideravel- mente na jungio das regides cervical e tordcica para acomodar 0 alargamento cervical da medula espi- hal, Além deste ponto estreita-se ou é bem menor ao meio da régio toracica do que em qualquer dos pontos anteriores; isto esté correlacionado ao ta- manho reduzido da medula espinhal € aos mot ‘mentos muito limitados da cohuna nesta regio. Mais além da metade da regio lombar novamente se amplia consideravelmente para acomodar o alarga- mento lombar da medula espinhal. Seu calibre minui muito rapidamente do segundo segmento sa- cral para trés e o canal deixa de ser completo na quarta vértebra caudal. “Este capitulo foi publicado por C. R. Ellenport e, a excegio da parte referente ao erinio, fot revisto por N. G. Ghoshal. 233 234 EQUINO Figura 15-1. 0 esqueleto do cavalo com o eshogo do contorno do corpo. 1H, Atlas; 7.H,, étima vertebra cervical; L., primeira vertebra toric vertebra lombar epictndllo lateral do timero; 5, cubérculo maior do timer; 3, sexta vertebra lombar; K, sacto; 1S, primeira vertebra caudal; 16, décima sexta vertebra caud costela; 6K, cartilagem costal; 18.8, ltima costela; 1, escipula, tuberosidade deltsidea; 7, corpo da ulna; 8, olécrano; 9, ridio; 1, carpo 11, osso acess6rio do carpo; 12, metacarpo;’13, flanges; 14, esterno; 14”, cartlagem raldide; 15, fh tuberosidade sacral; 17, fsquo; 18, femur (corpo); 19; trocanter maior, 20, patelay 21, tibia (corpo) 25, fibula; 24, uberosidade do calcineo; 25, metatarso; 26, falanges; 27, trocanter menor do femur; 17-R, décima sttima vértebra toréica; 11, primeira GR, sexta T;, cartilagem da escipula; 2, espinha da escipula: 4, mero; 4, 16, tuberosidade coxal; 16", terceiro trocanter do femur. A. patela esti colocada muito mais baixo. (De Ellenberger et al, 1911.) " 0s ditmetros vertical e traniverso do canal vertebral dos vérios pontos sto apresentados na tabela seguinte. As mensuragbes foram. feitas num cavalo de porte médio; elas representa o aumento de largura ealqura 20 meio da vertebra eestio expressas em ceatime- VenTesra C1 C2 C4 Gr To ls Ww Si §% 52 26 26 35 29 24 40 40 42 25 21 25 17 18 25 21 18 ‘Transverso Vertical Os processos articulares so muito largos e sepa- rados no pescoco, muito reduzidos e mais proximos entre si no dorso, mais largos e estreitos na regio lombar. Os processos transversos so longos proemi- nentes no pescogo e formam o limite lateral de um sulco ventral ocupado pelos misculos longos do [pescoco. No dorso sio-curtos ¢ fortes e se caracteri- zam pelas facetas para os tubérculos das costelas. Na imeira vértebra tordcica esta faceta € larga, pro- indamente concava e situada quase imediatamente por fora da cavidade para a cabeca da costela, nas vértebras tordcicas seguintes € cada vez menor € mais plana, gradualmente vem se posicionar caudal 2 cavidade para a cabeca da costela, com a qual'se fusiona na tiltima e freqiientemente também na pe- niiltima vértebra tordcica. Os processos na regio lombar apresentam uma forma caracteristica de ld- mina alongada. Na regio sacral acham-se fusiona- das para formar as asas e as partes laterais do sacro. Na regio caudal apresenta de infcio um tamanho -relativamente considerdvel, porém sofrem uma ré- pida redugdo e desaparecem na quinta ou na sexta vertebra. ‘As cavidades para as cabecas das costelas dimi- nuem progressivamente em tamanho e profundi- dade da primeira a tltima. (Os processos mamilares sio geralmente distintos da décima quarta a décima sétima vértebras toraci- cas. Cranialmente a estas eles fusionam-se com os processos transversos ¢ caudalmente com os proces- S08 articulares craniais. (© comprimento da coluna vertebral (incluindo ot discs interver- tebrais) num cavalo de porte médio ¢ aproximadamente 2,7 m. Os ‘comprimentos reltivos parecem variar mais nas regides cervical € OSTEOLOGIA EQUINA toricica, Os seguintes comprimentos médios das varias regioes foram obtidos pelas mensuragbes de varios animais: cervical, 70 ‘cm; toréciea, 86cm; lombar, 34 cm; sacral, 20cm; caudal 60 em. Os, valores percentuais so aproximadamente 26, 32, 12,5, 7,5 « 22 Vértebras Cervicais As vértebras cervicais séo em mimero de sete igs. 15-2 e 3). primeira vértebra cervical (atlas) € a segunda (axis) sio extraordinariamente modificadas em con- sonincia com as fungoes especiais de suportar ¢ mo- vimentar a cabeca. A sexta e a sétima apresentam caracteristicas especiais, mas nao diferem grande- mente do padrao, Com excecio da primeira, sio cubéides e macicas € mais longas do que as vértebras, das outras regides; decrescem de tamanho da se- gunda até a tiltima. A terceira, quarta e quinta pos- suem as seguintes caracteristicas: © corpo é longo quando comparado com os das demais vértebras. A face ventral apresenta uma crista ventral mediana, que se torna mais proemi: inente cada vez mais caudalmente com um tubérculo na sua extremidade caudal; esta crista separa duas superficies concavas. A face dorsal exibe uma area central lisa, estreita na parte média das vértebras ¢ larga em ambas as extremidades; dé insergao ao li- gamento longitudinal dorsal. Em ambos os lad« desta area observa-se um sulco que aloja a veia espi hal longitudinal. Estes sulcos laterais acham-se em conexio quase a0 meio desta face com outro sulco menos profundo que apresenta varios pequenos ori- ficios através dos quais emergem veias da substancia esponjosa dos corpos das vértebras. A extremidade cranial, ou cabeca, possui uma face articular oval que se dirige para adiante e para baixo; é forte- mente convexa € mais larga dorsalmente do que ventralmente. A extremidade caudal é mais larga € apresenta uma cavidade cotildide aproximadamente circular. O arco é largo e forte. Consisté de duas partes; a parede dorsal ou teto é formado pelas laminas e as Paredes laterais pelos pediculos. E perfurado de ambos 0s lados por um forame que se comunica com © forame transverso. As chanfraduras vertebrais nos, pediculos sio largas. (Os processos articulares sao largos. Suas faces ar- ticulares so extensas, de contorno oval ¢ levemente céncavo; as faces apresentam direcdo dorsomedial; a caudal, direcao ventrolateral. O restante da super- ficie € muito Aspero para insergdes de ligamentos € de misculos. Uma crista une os processos articulares do mesmo lado na quarta e na quinta vértebras; na terceira, nao alcanga o processo cranial. Os processos transversos sio largos e planos. Cada um deles origina-se por duas raizes, uma do arco e outra do corpo; entre ambas existe-o forame transverso através do qual passam 0s vasos verte- brais e um nervo. O processo divide-se lateralmente no ramo cranial e outro caudal, e ambos sio espessos € Asperos para inserges musculares. O processo espinhoso apresenta a forma de uma cxista baixa que se alarga caudalmente e se acha em conexdo com os processos articulares caudais por meio de rugosidades. 235 Processo articular cranial do axis ~ Proceso ~ ‘espinhoso do axis. Proceso transverso~ do axis a Figura 15.2. Vértobras cerviais do cavalo; vista dorsal. 4, Processos aniculares; by processostransversos; 1, arco dorsal do atlas; 2, asa dé adas; 3, forame vertebral lateral do atlas; 4, forame ala do atlas; , forame transverso do atlas; 6, dente do xs; 7, forame vertebral lateral do axis; 8, forame transverse do isis; 9, rocesios espinhosos A sexta vértebra cervical (Fig. 15-4) apresenta as seguintes caracteristicas distintivas: é mais curta mais larga do que a quinta. O arco ¢ largo, particu- larmente caudal. Os processos articulares sao mais, curtos, mais espessos ¢ mais separados; cada um deles une-se com 0 correspondente processo cranial por-uma crista espessa. O proceso espinhoso é menos rudimentar, com cerca de 1,5 cm de altura. 236 ‘Figura 15-3. Vertebras cervicais do cavalo; vista vestral, 1, Procestostransversos; I, tubérculs ventral do atlas; 2, cavida- des articulates cranais do atlas; 3, fossa atlantia; 4, forame ala; 5, forame wransverso; 6, crsta ventral. Os processos transversos apreséntam trés ramos; a lamina ventral espessa, quase uma placa sagital, que forma com a do lado oposto e o corpo um amplo: sulco ventral; os outros ramos correspondem ao de uma vértebra tipica, porém so curtos e mais espes- sos. O féfame transverso é largo; ventral a sua ex- tremidade caudal existe uma fossa. A crista ventral € pequena e menos proeminente caudalmente: O terceiro ramo do processo transverso e a fossa estio algumas vezes ausentes ou reduzidos num dos lados. EQUINO a vertebra cervical (Fig. 15-5) é pronta~ mente diferenciada pelas seguintes caracteristicas; é ‘ais curta e mais larga do que as demais. O corpo € achatado dorsoventraimente e largo, especialmente caudal; neste apresenta uma faceta (fovea costalis caudilis) de cada lado para articulagao com parte da cabeca da primeira costela. O arco € suas chanfra- duras nos pediculos sio grandes. Os processos arti- culares craniais sio mais largos e mais extensos do que o par caudal. O proceso espinhoso tem uma altuga de quase 3 cm. O proceso transverso ¢ indi- visivel e comumente nao apresenta forame. A crista ventral € substituida por um par de tubérculos. Em alguns animais existe um grande forame transverso de um lado ou, mais raramente, em ambos. ATLAS A primeira vértebra cervical & referida como atlas, j4 que, no homem, suporta 6 globo da cabeca € denominou-se de Atlas, que, de acordo com a mito- logia grega, suportava os céus (Gardner etal., 1963; Goss [Gray's Anatomy], 1959). E uma vértebra de- Cididamente atipica na forma e na estrutura (Fig. 15-6). O corpo € o proceso espinhoso estéo ausen- tes. Tem a forma de um forte anel, do qual se proje- tam lateralmente duas laminas curvas que 840 05, processos transversos ou asas. O anel encerra um. forame vertebral muito amplo € consiste de duas ‘massas laterais coligadas pelos arcos dorsal e ventral: ‘As massas laterais apresentam duas cavidades ar- ticulares eraniais (fovea articulares craniales) ovais € profundas, que recebem os céndilos occipitais; acham-se separadas dorsalmente por uma larga chanfradura e ventralmente por uma chanfradura estreita. A borda lateral é também chanfrada e uma depressao triangular nio articular ocorre na parte medial de cada cavidade. As faces articulares cau- dais (fovea articulares caudales) tém uma forma pare- cida com uma sela de montaria; elas confluem-se na parte ventral do-arco, mas estio muito separadas Proceso espinhoso Forame Processo articular Acco Frame ‘ransverso ‘Probesso transverso Processo costal Cabeca Figura 15-4, Sexta vértebra cervical do cavalo; vista cranial. OSTEOLOGIA EQOINA ~ Processo espinhoso Forame Processo Cristh ventral Figura 15-5, Sétima vértebra cervical do cavalo; vista cranial. dorsalmente e no se adaptam as formas das corres- pondentes faces articulares do axis. (© arco dorsal apresenta um tubéreulo dorsal mediano e é céncavo ventralmente. Esté perfurado de cada lado préximo a sua borda cranial pelo fo- rame vertebral lateral. A borda cranial € profun- damente chanfrada; a borda caudal € delgada e c6n- cava. 0 arco ventral & mais espesso, mais estreito ¢ menos encurvado de que o dorsal. Na sua face vei tral acha-se o tubérculo ventral, no qual se insere 0 tendao terminal do misculo longo do pescoco. A face dorsal apresenta caudalmente uma superficie articular cOncava transversalmente, a fossa odon- t6ide, na qual se apdia 9 processo odontdide do axis. Cranial a esta existe uma escavacao rugosa tra vversa ¢ uma crista para inserco do ligamento longi- tudinal é a origem do ligamento do pice do dente, ligament apis dnt, que passa cranialmente & parte basal do:ossg occipital. ‘As asas sio processos transversos modificados. Sao grandes placas encurvadas que se projetam ven- trolateral e caudalmente das massas laterais. A faces dorsal é céncava. Entre a’ face ventral da asa ¢ a massa lateral existe uma cavidade, a fossa atlantal;, nela existe um forame que se abre no canal verte- bral. A borda € espessa ¢ rugosa; sila posicao pode ser reconhecida no animal vivo. Dois forames perfu- ram cada asa. O cranial ¢ 0 forame.alar, que est4.em. conexio com o forame vertebral lateral por um pe- queno sulco; 0 caudal é o forame transverso. Desenvolvimento. © atlas ossifica-se por quatro centros, dois para o arco ventral ¢ um de cada lado para a massa lateral, asa e metade do arco dorsal. Ao nnascer, 0 03s compoe-se de trés pecas — 0 arco ventral e duas partes laterais, que est4o separadas por uma camada de cartilagem na linha mediana “ANAL. denomina “forame vertebral lateral” para substituir 0 antigo termo “forame intervertebral, visto que no caso do atlas © do Axis o forame nto se acha entre das vértebras como sugere © termo inter. transverso 237 dorsal e por duas camadas ventrolateralmente. Estas partes esto comumente fusionadas ao redor dos 6 meses. AXIS ‘A segunda vértebra cervical denomina-se axis ou epistrofeus porque € oxo a0 Yedor do qual ap meira vértebra cervical gira; 0 axis (Fig. 15-7) € a mais longa das vértebras e se caracteriza pela pre- senga do dente. A extremidade cranial do corpo apresenta cen- tralmente 0 dente ou processo odontdide; este pos- sui uma face articular convexa ventralmente para a articulagao com o arco ventral do atlas ¢ duas de- pressoes niigosas dorsalmente para insercao do li- gamento longitudinal. Contornando este’ proceso encontram-se os processos articulares craniais mo- dificados, cujas faces articulares apresentam a forma de sela de montaria, confundindo-se ventralmente com a face articular do mencionado processo. A ex- tremidade caudal apresenta a cavidade cotildide comum. A crista ventral assemelha-se aquela de uma vertebra tipica. arco apresenta, num animal jover, uma chan- fradura de cada lado da borda cranial, que se con- verte no forame vertebral lateral por um ligamento que se ossifica mais tarde. Um sulco que se estende ventral e caudalinente do forame assinala 2 posi¢o do ramo ventrat do segundo neryo espinhal cervical. A borda caudal apresenta as chanfraduras usuais. (Os processos articulares so tipicos. Os processos transversos sao pequenos, simples € projetados caudalmente. O forame transverso ¢ es- treito. oO sso espinhoso é muito largo ¢ rombudo. Sua borda livre € rugosa, espessa-se caudalmente ¢ ‘continua com os processos articulares caudais por meio de duas cristas. Suas faces laterais si cncavas € rugosas para insercao muscular. Desenvolvimento. O axis apresenta seis ou sete centros de ossificacao. Em adigao aos cinico usuais, um ou dois centros aparece para o proceso odon- Figura 15.6. Atlas do cavalo, vista dorsal depois de removido 0 arco dorsal, 1, Cavidades articulares eraniais; 2, 2 faces articulates caudais; 3, face articular ventral da arco pata o dente do ixis; 4, crista ‘wansversa; 3, 3 forames alares; 6,6, forames transversos, 238 t6ide, que é considerado como 0 corpo do atlas des: locado. Um nicleo caudal a0 proceso odontéide, que permanece distinto até os trés ou quatro anos de idade, é considerado como a cabeca do axis. Vértebras Toracicas As vértebras tordcicas sio comumente em nt- mero de 18 no cavalo, mas 3s vezes ocorrem 19 (Ste- cher, 1959) e raramente 17. Como caracteristicas egionais observamos as faces para as articulagoes com as costelas e o tamanho e a forma dos processos espinhosos: As vértebras intermedisrias da série s40 as mais tipicas e apresentam os seguintes aspectos: ‘Os corpos sA0 curtos e contraidos a0 meio. As extremidades sio alargadas e possuem faces articu- Iares.que ndo so muito fortemente encurvadas; a superficie cranial ¢ convexa e a caudal, céncava. Sobre a parte dorsal de cada lado existem facetas costais, cranial e caudal, que com as das vértebras adjacentes e os discos intervertebrais formam soque- tes para a cabeca das costelas. Os arcos sio estreitos. Suas chanfraduras caudais so relativamente largas e freqiientemente se con- vertem em forames. ‘Os processos articulares so pequenos. Os pro- cessos.craniais so, de fato, representados somente por duas facetas ovais na parte cranial do arco que se orientam quase diretamente para cima. Os pro- cesios caudais emergem da base do processo espi- nhoso; suas facetas voltam-se quase diretamente para baixo. ‘Os processos transversos s4o curtos, espessos, coin a extremidade livre tuberosa. Cada-um deles fossa uma faceta pars a circalado com o tubérculo la correspondent costela. O processo espinhoso é longo ¢ estreito e dirigido para cima e para trés. A borda cranial & delgada; a caudal & mais larga e sulcada, O 4pice é alargado e rugoso. A primeita vértebra torécica (Fig. 15-8) apre- senta as seguintes caracteristicas especificas: 0 corpo € largo, achatado dorsoventralmente. Cranialmente Processo espinhoso EQOINO apresenta uma cabeca semelhante ao das vértebras cervicais e caudalmente uma cavidade um tanto mais profunda do que qualquer outra vértebra tord- cica. Duas largas facetas caudais so encontradas de cada lado e uma crista ventral bem acentuada. arco é largo ¢ forte e possui grandes chanfraduras caudalmente. Os processos articulares so muito mais largos do que das demais vértebras tordcicas € assemelfiam-se em muito com os da sétima vertebra cervical. Os processos transversos sio curtos ¢ es pessos, € cada um apresenta, na sua face ventral, uma faceta larga e cOncava para articulacio com 0 tubérculo da primeira costela. O processo espinhoso € encurvado caudalmente e termina em ponta. Seu comprimento é de 8 a 10 cm comumente. Esta vér- tebra pode ser confundida & primeira vista com a liltima cervical, mas é facilmente identificada ela presenca de trés facetas costais de cada lado e pel comprimento do processo espinhoso, A iiltima vértebra torécica distingue-se pela au- séncia do par caudal de facetas costais, e a confluén- cia'do par cranial com as facetas dos processos transversos. ‘A posicao das outras vértebras da série pode ser determinada no mfnimo, aproximadamente, pelos seguintes dados: (1) os corpos diminuem gradual- mente em comprimento e em largura até o meio da regido e depois aumentam paulatinamente. Suas fa- cetas costais tornam-se menores € menos céncavas da primeira a iltima. A crista ventral é distinta em trés ou quatro vértebras de ambas as extremidades da regiao. (2) Os processos transversos diminuem em tamanho € estao dispostos cada vez maig ven- tralmente em direcio caudal. Suas facetas costais tornam-se menores e mais baixas na posicio; na il- tima (¢ algumas vezes na vértebra precedente tam- bém) ela se fusiona com a faceta costal do corpo. A parte dorsal no articular do processo gradualmente torna-se mais claramente definida e, nas ultimas quatro ou cinco, forma um processo mamilar dis- tinto. (3) Os processos espinhosos aumentam em comprimento até a terceira e quarta e entio gra- dualmente diminuem até a décima quinta, além da qual mantém o mesmo comprimento. A inclinaco Figura 15-7. Axia do cavalo, vista esquerda. 4, Arco;2, forame vertebral lateral; 3, chanfradura cau dal; 4, forame transverso. ‘OSTEOLOGIA EQUINA Figura 15-8. Primeira vértebra toricica do cavalo, vista caudal, Faceta para o tubérculo d Faceta para a cal caudal € mais pronunciada na segunda; a décima sexta é vertical (vértebra anticlinal); ¢ as duas dlti- ‘mas esto direcionadas um pouco cranialmente. As espinhas mais longas (.e., aquelas da cernelha) s0 as mais espessas ¢ apresentam seus dpices engrossa- dos, os quais permanecem mais ou menos cattilagi- noses; as outras so mais em forma de laminas esto superpostas por um grosso lébio. A segunda espinha € mais de duas vezes mais larga do que a primeira. As extremidades da quarta € da quinta vértebras formam comumente 0 ponto mais alto da cernelha. Desenvolvimento. Existem seis ou sete centros de ossificagao, trés para o corpo, dois para 0 arco € um para o proceso espinhoso; alguns desses tiltimos tem um centro adicional para 0 4pice. ‘A ocorréncia de uma décima nona vértebra provida de eostelas rio € raro. Em tal cao pode haver somente cinco vértebras omba- res tpicas. Vértebras Lombares ‘As vértebras lombares sio usualmente em né- mero de seis no cavalo; entretanto, cinco vértebras, também tém sido encontradas no cavalo doméstico, burro, cavalo arabe, cavalo de Przewalski, asno € mula (Stecher 1961a, 1961b, 1962; Zieteschmann, et al., 1943; Sanson, 1868; e Brown, 1936): So carac- terizados pelo seu tamanho, pelas formas dos pro- cessos transversos. Os corpos das trés primeiras vértebras sdo semi- lipticos em seco transversal e apresentam uma crista ventral distinta. A partir.da quarta vértebra cles se tornam mais largos e mais achatados e a crista ventral se reduz. ‘Os arcos das trés primeiras vértebras lombares so quase iguais em tamanho e sé assemelham aos da ailtima vértebra tordcica; caudal a isto aumentam em largura e altura. As chanfraduras caudais sobre 0s pediculos s40 mais profundas do que as craniais. (Os processos articulares craniais so fusionados com 0s processos mamilares e apresentam superfi- cies céncavas dorsalmente para articulacio com 0 par caudal da vértebra precedente. 239 Arco Processo transverso Corpo Crista ventral 1a primeira costela boca da segunda costela Os processos articulares caudais projetam-se dis- tintamente do arco na base do processo espinhoso apresentam faces articulares convexas ventralmente € se encaixam nas superficies cOncavas-do par cfa- nial da vértebra seguinte. s processos transversos sao laminas alongadas ¢ achatadas dorsoventralmente, que se projetam ate- ralmente e podem estar levemente inclinados dorsal ou ventralmente; seu comprimento aumenta até a terceira ou quarta, ¢ entao diminuem até a tiltima. 0 primeiro, ou os dois primeiros, comumente curva-se um pouco caudalmente, ¢ os dois tltimos apresen- tam-se decididamente em direcéo-cranial. Os pro- cessos da quinta vértebra exibem uma faceta oval ‘cOncava na parte medial da borda caudal para a arti- culagao com o sexto processo; este por sua vez ofe- rece uma faceta convexa na borda cranial ¢ uma superficie cncava mais larga em’syia borda caudal para a articulacao com a asa do sdcro. As vezes, 0 Proceso cespinhoso Processo articular cranial Faceta para 0 tubéreu Faceta para; a cabeca da costola ‘Corpo Figura 15-9, Sétima vértebra toricica do cavalo, vista cranial. quinto proceso possui uma pequena faceta para ar- ticula¢ao com, a quarta. A porcao medial do sexto processo é espessa e a porcao lateral é mais delgada, ‘mais estreita ¢ encurvada cranialmente (Fig. 15-12). A porcio medial do quinto também esta algo espes- sada. As extremidades mediais das faces articulares dos processos transversos so recortadas por incisu- ras que formam forames pela aposi¢ao com o sacro. Os processos espinhosos assemelham-se aos das dluas tltimas vértebras tordcicas. Geralmente apre- sentam a mesma altura, porém pequenas diferencas séo comuns, a largura diminui nas trés tltimas. Desenvolvimento. E semelhante ao das vértebras, tordcicas. As extremidades dos processos transver- so8 permanecem cattilaginosas por algum tempo _ap6s a ossificacio completa da vértebra. Crista ventral Processo articular EQUINO igura 15-10, Trés ditimas vértebras toréei- cas do cavalo, vista exquerd. 1, Corpo; 2, facets, para a cabega da cos tela; 3, facetas para o tubérculo da costel; 4, 4, processos ariculares; 5, 5°, forames inter: vertebrais; 6, procesto mamilar; 7, processo cespinhoso, Os processos transversos desta regio sao consi- derados equivalentes ao préprio processo transverso mais o elemento costal; dai resulta 0 termo distin- tivo, proceso costal, ser usado para designar 0 ho- mélogo costal. E. comum a ocorréncia de uma costela ‘em conexao com o processo transverso da primeira vértebra lombar. Em outros casos existe um prolon- gamento costiforme do processo. A reducio do ni- mero para cinco vértebras tem sido observada com freqiiéncia, e pode ou nio estar compensada por uma vértebra tordcica adicional. Em casos muito raros € mencionada a existéncia de sete vértebras lombares, embora com 0 niimero normal de vérte- bras tofaécicas. Algumas vezes ocorre a existéncia de uma vértebra anémala com caracteristicas mistas de vértebra tordcica e vértebra lombar na jungao das duas regides. Processo espinhoso Processo mamilar Figura 15-11, Segunda vértebra lombar do cavalo; vista caudal. Processo transverso OSTEOLOGIA EQUINA Figura 15-12, Ultima vértebra lombar do cavalo; vista caudal. ‘Sacro O sacro (Figs. 15-18 € 14) é normalmente for- mado pela fusio de cinco vértebras e é convenien- temente descrito como um osso simples. Entretanto seu mimero no cavalo doméstico, no cavalo de Praewalski ¢ no pénei de Shetland algumas vezes atinge quatro ou seis. No caso da mula e do asno tem sido relatado seis € mesmo sete vértebras sacrais (Stecher, 1962). O sacro é de forma triangular e esté encaixado entre os ilios, com os quais se articula muito firmemente de ambos os lados. Seu eixo lon- ftudinal é levemente curvo e ligeiramente obliquo, je tal modo que a extremidade caudal € um pouco mais elevada do que a cranial, Ele apresenta duas faces, duas bordas, uma base e um vértice. ‘A face dorsal apresenta centralmente as cinco es- pinhas sacrais (processus spinasi), que estdo direciona- das dorsal e caudalmente e (com excecao da pri- meira) possuem extremidades tuberosas que sto al- gumas vezes bifidas. ‘A primeira epina€relativamente delgadae extrita no 60 ae oo odngal do co (heosiade fara A segunda as Tobusta e comomente mals larga ¢ mals sla; 0 comprimento ¢ dlcora diminiem sé dima. As bases das epinhas os snimais iowosfeqentemente se sonar. De cada lado das espinhas existem sulcos nos quais encontram-se quatro forames sacrais dorsais; 0s ratios dorsais dos nervos espinhais sacrais emer- gem através deles. De cada lado destes forames Observa-se uma série de tubérculos representativos da fusio dos processos transversos das vértebras sa- crais que formam a crista sacral lateral. Em cavalos tnais idosos as espinhas dorsais podem fasionar para formar a erista sacral mediana. ‘A face pélviea é cOncava em toda sua extensio ¢ € larga cranial ¢ estreita caudalmente. A curvatura é varidvel € mais pronunciada na égua do que no ga- ranhio. Ela é assinalada por quatro linhas transver- sas mais ou menos distintas que indicam a delimita- ao dos corpos das vértebras. Nas extremidadés des- tas linhas estio os forames sacrais pélvicos (ve trais) que so maiores do que as séries dorsais e di- zat Processo espinhoso Forame vertebral } Process artculares Process wane ‘Supertioe articular para @ asa do sacro Incisura ‘Corpo minuem em didmetro da primeira a ultima; eles transmitem 05 ramos ventrais dos nervos espinhais sacrais. s forames sacrais dorsais e pélvicos comunicam- se com o canal sacral ¢ em conjunto equivalem aos forames intervertebrais usuais, i., das demais vér- tebras. As bordas laterais sao rugosas, espessas cranial- mente e delgadas caudalmente. A base esti direcionada cranialmente ¢ € relati- vamente muito larga. Apresenta centralmente 0 corpo do primeiro segmento sacéal, que é largo transversalmente, achatado.dorsoventralmente € tem uma face arredondada que se articula com a Ultima vértebra lombar por meio de um disco inter- vertebral. A margem ventral projeta-se levemente, formando 0 promontério. De cada lado do corpo existe uma chanfradura lisa que, com a correspon- dente da titima vértebra lombar, forma um grande forame para a passagem do ramo ventral do iltimo nervo espinhal. Dorsal ao corpo esti a entrada do canal sacral, flanqueada por um par de processos articulares craniais, que se projetam dorsal ¢ cra- nialmente do arco’e tém faces cOncavas medial- mente para a articulacdo com as correspondentes da ‘itima vértebra lombar. As partes laterais da base, as asas, so sblidas massas prismaticas com extremida- des pontiagudas. Cada uma apresenta cranialmente uma larga face oval ligeiramente convexa para art: culagéo.com o processo transverso da dltima vér- tebra lombar. Caudalmente existe uma area oval alongada que se volta dorsolateralmente; esta € 2 facé auricular, que se articula com 0 ilio; é leve- mente cOncava em sua extensio € algo rugosa e irre- lar. O restante da face dorsal da asa é rugosa para insergao ligamentosa, enquanto a face ventral ¢ lisa. vértice é 0 aspecto caudal da ultima vértebra sacral e € muito pequeno. Ele representa a face cau- dal eliptica achatada do corpo, dorsal ao qual se acha a abertura caudal triangular do canal sacral, enci- mada pela tiltima espinha sacral. Existe um par de chanfraduras estreitas entre o arco e 0 corpo, dorsal 242 EQUINO Asa ‘Superticie auricular Crista lateral Figura 15-15. Sacro do cavalo; vista dorsolateral. TY, Processos espinhosos; 14, forames sacrais a) dorsis; 5, 5, processos articulates; 6, faces das asas. para articulacio com 0s processos transversos da ‘ltima vértebra lombar; 7, corpo da primeira vér- tebra sacral. As seta indicam 0 canal sacral Processo transverso Figura 15-14. Seer do cavalo; vista ae ‘Sipertce auricular ventral. LV, Corps das cinco véribras pri itv, atinladas por lihas tans- eral 1-4, forames sacras pelo 5 face artical do corpo da primera ‘rtebra 6, chanfraduras,7, faces das {separ rticlaio com os processos traneveros da. itina vertebra lor ‘har; 8, asas. canal sacrat Processo espinhoso OSTEOLOGIA EQUINA iy Fy — Proceto eoinown Pe) forse verb Acco Processo transverso ‘corpo Figura 15-15. Primeira vértebra caudal do cavalo; vista caudal. ao qual podem ocorrer rudimentos de processos ar- ticulares caudais. (O nome canal sacral é aplicado aquela porgao do canal vertebral que atravessa 0 sacro. Sua parte cra- nial é larga e tem a forma de um tringulo, cujos Angulos sio arredondados; sua largura € aproxima- damente duas vezes sua altura. Em direco caudal 0 canal estreita-se rapidamente ¢ a abertura caudal € pequena e também triangular. A parte lateral do sacro representa as asas, a face auricular ea tuberosidade sacral. Desenvolvimento. As varias vértebras sacras ossifi- cam-se de modo tipico. Nos animais domésticos ainda nao foram encontrados centros separados para os elementos costais das partes laterais. A fusio inicia-se cranialmente e é comum nao se completar até a idade adulta. As partes laterais unem-se antes, dos corpos. E algo curioso que-as partes epifisiais dos segmentos adjacentes unam-se umas com as ou- tras antes que se fusionem com.a parte principal dos corpos. Nao raro encontrar-se alguns corpos com fusio incompleta mesmo nos animais adultos. Vértebras Caudais As vértebras caudais (coccigeas) (Figs. 15-15 e 16) so muito variaveis em numero, porém 18 podem ser tomadas como a média, Da primeira a viltima clas 243, Processo espinhoso Proceso transverso Corpo Figura 15-16. Segunda vértebra caudal do cavalo; vista caudal. gradualmente se tornam reduzidas em tamanho e, Com excecae de umas poucas no inicio da série, con- sistem somente de corpos. As trés primeiras apre- sentam corpos que sao algo achatados dorsoven- tralmente, contrafdos ao meio, e apresentam faces articulares elipticas e convexas em ambas as extre- midades. A face ventral exibe um sulco mediano (auews vaseuloss) para a artéria caudal (cocciges) mediana. O arco é pequeno € triangular; est4 for- mado por duas laminas planas que sao prolongadas para formar uma espécie de processo espinhoso com um pice espesso e freqiientemente duplo. Nao apresentam chanfraduras craniais. Processos articu- lares funcionais nao estio presentes, mas comu- mente ocorrem pequenos.rudimentos do par cra- nial. Os processos transversos si placas relativa- mente largas que se projetam horizontalmente para a lateral. Mais caudalmente 0 arco torna-se incom- pleto dorsalmente € logo desaparece; os processos transversos.gradualmente diminuem e as vértebras ficam reduzidas a bastdes cilindricos de tamanho decrescente. A itltima apresenta uma extremidade pontiaguda. Variagbes. Na opiniso de esudioss ancgurase que seu nimero varia de 15 a 25. Nos animaisidoros primeira estéfreqlente ‘mente fusionada com o sacro algumas vezes com a segunda, © arco da terceira pode apresentarseabero, TORAX t6rax dsseo do cavalo é notavelmente compri- mido lateralmente na sua face cranial, mas caudal- mente alarga-se grandemente. A abertura cranial ou entrada do térax (Fig. 15-17) € oval e muito es- treita; no cavalo de porte médio'sua maior largura € de cerca de 10 cm e sua altura de 18 a 20 cm. A parede ventral ou o assoalho est4em torno de 40cm de comprimento e a parede dorsal ou teto entre 95 a 100 cm. A altura no dltimo segmento do esterno atinge 45 cm — mais do que duas vezes a abertura cranial; isto é devido a obliquidade ea divergéncia do.teto € do assoalho. A maior largura da abertura caudal é de cerca de 50 a 60 cm. Os espacos intercos- tais (medidos em seus centros) apresentam cerca de 3 cm de largura em média. O primeiro € estreito, € até 0 quarto ou quinto aumentam. Mais caudal € gradualmente diminuem até as duas ou trés iiltimas, ‘onde entdo voltam a aumentar. Costelas As costelas (cosiae) (Figs. 15-18 € 19) sao ossos alongados e curvos que formam o esqueleto das pa- redes laterais do trax. Elas estio dispostas seriada- mente aos pares, que correspondem em mimero aos das vértebras toracicas. Existem normalmente 18 pares de costela no cavalo, mas uma décima nona costela de um lado ou de ambos nao é incomum. Cada uma delas se articula dorsalmente com duas vértebras contiguas e ventralmente prolonga seu comprimento através da cartilagem costal. Aquelas que se articulam com o esterno por meio de suas 246 cartilagens (8 pares) so denominadas costelas ver- dadeiras ou costelas esternais (costae ‘verae); as res- tantes sao denominadas falsas costelas ou costelas asternais (casiae spuriae). Costelas da extremidade das séries, que apresentam suas extremidades ven- trais livres ¢ nao se inserem numa:cartilagem adja- cente, sao denominadas costelas flutuantes. Os in- tervalos entre as costelas s80 denominados espagos intercostais. Costelas de diferentes partes das séries variam grandemente'em comprimento, curvatura'e outras Caracteristicas. Entretanto consideraremos como uma costela tipica a do centro das séries, ¢ em se- guida notaremos suas diferencas principais. Uma costela tipica (0 termo ¢ empregado aqui como é usual em anatomia descritiva, para designar somente a parte éssea da costela; morfologicamente, inclui-se também a parte cartilaginosa) consiste de um corpo e duas extremidades. O corpo ou disfise em forma de limina varia em comprimento, largura e curvatura nas diferentes costelas. A curvatura nao @ uniforme mas se acentua até tim certo ponto, de- nominado Angulo da costela, que € mais pronun- ciado .no terco dorsal e assinalado por uma crista rugosa’ (um distinto Angulo, escassamente, pode ser dito que exista no osso).,A parte ventral € torcida e inclina-se medialmente, de modo que quando uma costela é colocada com ’sua parte lateral sobre uma mesa a extremidade ventral mantém-se elevada. A face lateral é convexa no seu comprimento e tam- bem transversalmente; sua parte cranial 6, entre- tanto, sulcada longitudinalmente. A face medial ¢ lisa, cOncava em sua extensio e arredondada de um. Primelra vertebra tordcica Primeica costola Cartilage do mandbrio Figura 15-17. Abertura cranial do térax do cavalo. (Segundo ‘Sclumalez, 1901.) EQUINO lado a outro. O sulco costal, situado caudalmente, € muito distinto dorsalmente e-desaparece préximo do centro; ele suporta os vasos intercostais dorsais e ‘0 nervo intercostal, no minimo em direcio as extre- midades dorsais. As bordas cranial ¢ caudal sao fina8 e cortantes em algumas costelas, arredondadas em outras. ‘A extremidade vertebral consiste de cabeca, colo ¢ tubérculo. A cabega é a extremidade real da cos- tela ¢ € arredondada € algo alongada. Apresenta duas facetas convexas (facies artcularis capitis costae), cranial ¢ caudal, para articulagdo com 0s corpos de diuas vértebras tordcicas adjacentes, com excecio da primeira, que se articula com a sétima cervical € a primeira toracica, e 0 disco intervertebral; estas fa- Cetas sto separadas por um sulco para insercio do ligamento intra-articular da cabeca da costela. O colo une a cabeca ao corpo e é rugoso dorsal ¢ cra- nialmente. Varia de comprimento,e de diémetro. Sua face lateral € rugosa; 2 medial, é lisa. O tubér- culo projeta-se caudalmente na jungao do colo com ‘0 corpo; possui uma faceta (faces articulars tuberculi costae) para articulacdo com 0 processo transverso da vertebra caudal das duas com as quais a cabeca se articula. O tubérculo gradualmente se aproxima da cabeca nas costelas caudais e eventualmente fusio- nade com ela. A extremidade ventral é comumente ligeira- mente alargada e rugosa na jungéo com a cartilagem costal (articulacao costocondral). ‘A primeira costela (Fig. 15-20) distingue-se. fa- cilmente. E a mais curta,€ 0 corpo alarga-se demente em direcdo a extremidade ventral. Na parte ventral da borda cranial apresenta ulna im- pressio lisa por onde contornam os vasos axilare: dorsal a isto existe comumente um pequeno tubér- culo que indica o limite ventral da origem do mis- culo escaleno médio. O suco costal esta ausente. A cabeca é larga e exibe duas facetas desiguais, que se encontram em ngulo agudo cranialmente; a menor delas volta-se cranialmente ¢ se articula com a iltima vértebra cervical; a maior delas volta-se medial- mente e se articula com a primeira vertebra toracica. O colo é espesso e muito curto. O tubérculo é maior do que das demais costelas e apreserita uma extensa faceta articular que é convexa em toda sta extensio. A extremidade ventral € mais larga do que das de- mais costelas; € espessa e muito larga e est voltada um pouco cranialmente. Aniltima costela é a mais delgada e mais regu: mente encurvada. Comumente é um pouco mais longa do que a segunda. A faceta do tubérculo con- flui-se com a faceta da cabeca. (Este aspecto, entre- tanto, é comum na décima sétitna também e pode ‘ocorrer na décima sexta.) A posico das outras costelas da série pode ser determinada aproximadamente pelas seguintes ca- racteristicas: 0 comprimento aumenta da primeira até a décima e décima primeira e dai entao diminui. A largura aumenta um tanto até a sexta e a seguir reduz-se. A borda cranial ¢ fina e cortante da se- gqunda a oitava © apés tormase espesta ¢ arredon- iada. O sulco da face lateral é distinto da quarta até a oitava, inclusive. A curvatura aumenta de grau rapidamente-da segunda até a sétima, ele mantém- OSTEOLOGIA EOUINA Cabega Colo Tubérculo Borda cranial Extromidade esternal Figura 154 - Oitava costela'esquerda do cavalo; vista lateral. se aproximadamente o mesmo até a décima:sexta € depois decresce muito perceptivelmente. Quanto & direcéo dorsoventral, a primeira costela ‘inclina-se ‘um pouco cranialmente e a segunda é quase vertical; jemais incliam-se caudalmente em graus cada vez mais acentuados, de modo que um plano trans- verso tangente as extremidades ventrais do tiltimo par de costelas incide sobre a terceira.vértebra lom- bar. A eabeca eo tubéreulo diminuem de tamanho da primeira ® altima. Suas posicdes relativas alte- ram-se em razao do tubérculo da primeira costela estar quase diretamente lateral & Cabeca; nos demais © tubérculo gradualmente se coloca'caudal a ela. O colo é mais longo nas costelas mais longas ¢ se acha ausente nas duas ou trés tiltimas. O forame costo- transverso forma-se entre 0 colo € 0 processo trans- verso. Desenvolvimento. As costelas formam-se por carti- lagens que se ossificam por trés centros: um para 0 corpo (e extremidade ventral), um para a cabeca € 245: Tubéreulo Sulco costal Figura 15-19. Oitava costela direita © sua cartilagem costal do cavalo; vista medial. outro para 0 tubérculo; o terceiro centro esté au- sente em algumas das costelas caudais. Varlagées. A ocorséncia de uma décima nona cosela de um lado ‘ou de ambos nfo € rar, Geralmente seu desenvolvimento ¢imper- feito ¢ muito varével. Em muitos casos constitui-se de uma mera tira de tardlagem em canexio pot tecido fibroso com 0 processo transverso da primeira vértebra lombar, em outros casos & bem ‘desenvolvda e pode estar fusionada com 0 processo transvers0 lombar, outras Yezes ainda pode estar unida a uma vérebra que ‘pode ser toricica ou mbar ou a uma vértebra de aspecto amibiguo. Com freqGéncia € fluuante, mas pode estar inserida na décima citavacartilagem costal A redugio em nimero € pouco frequent. Em casos raros a primeira costela(incuindo sua eartilagem) esth imperfeitamente desenvolvida endo alcanca o esterno, Fuses par- Cais de costelas adjacentes s40 outras anomalias que podem ocor- Cartilagens Costais ‘As cartilagens costais (Fig, 15-21) sio barras de cartilagem hialina que prolongam as costelas. Aque- las das costelas verdadeiras articulam-se com 0 es- Extromidade ‘sternal Cartiiagem ~ Figura 15-20, Primeira costela esquerda do cavalo; vista medial.- temo as das falsas costes superpoem-se ¢ inse rem-se entre si por meio de tecido elastico para for- mar 0 arco costal. As cartilagens das costelas flu- tuantes nao se inserem nas adjacentes. Cartlagem do mandrio. Corpo da primeira costela. Maniibrio do esterno Articulagio esternocondral Segunda esternebra Cantlagem costal Terceiro espago intercostal ‘Jungéo costocondral Processo xitéide Carilagem xitbide FQUINO A primeira cartilagem costal apresenta um com- primento de 3.2 3,5 cm. A extremidade dorsal € muito larga e espessa. A extremidade sternal é curta, O primeiro par articula-se entre si bem como com 0 esterno. As cartilagens das outras costelas es- terndis aumentam progressivamente em compri- mento ¢ se tornam mais arredondadas. A extremi- dade esternal é mais alargada e apresenta uma fa- ceta convexa eliptica para articula¢io com o esterno. As cartilagens das costelas esternais sio longas, del- gadas e pontiagudas; elas se sobrepdem e inserem-se entre si por meio do tecido elastico formando 0 arco costal, como se descreveu acima. A nona esta muito firmemente inserida & oitava; ela ¢ as duas seguintes sao as mais longas e depois diminuem progressiva- mente de tamanho. Exceto no caso da primeira, a cartilagem nao mantém a direcao da costela, mas forma com ela um Angulo aberto cranialmente que aumenta em grau da segunda a iltima. Uma ossifi- cacio mais ou menos extensa das cartilagens costais € um fato comum, principalmente das costelas es- ternais. Esterno O esterno do cavalo apresenta forma algo pare- cida com uma canoa; é comprimido-lateralmente, & excecdo de sua parte caudal, que € achatada dorso- ventralmente. Esté encurvado ¢ inclinado obliqua- mente de modo que a extremidade caudal acha-se cerca de 15 a 20 cm mais ventral do que cranial. A face dorsal apresenta a forma de um triangulo is6sceles munto estreito com o vértice cranialmente. E cOncavo longitudinalmente ¢ aplanado transver- salmente ‘As faces laterais sio convexas dorsalmente, leve- mente céncavas ventralmente e diminuem em ex- Figura 16-21. Esterno e cartilagens costais do cavalo, Vista dorsal, & exquerda vista lateral, direita, OSTEOLOGIA EQUINA tensio caudalmente. Cada uma apresenta na sua parte dorsal sete chanfraduras costais, com as quai se articulam as extremidades esternais das cartila- gens costais da segunda a oitava, inclusive. Estas chanfraduras esto situadas em série nas articula- bes interesternebrais. As primeiras quatro si de forma elfptica, com 0 didmetro vertical maior, € estio separadas por intervalos regulares. As outras (0. progressivamente menores, mais circulares € mais préximas umas das outras. A area ventral a estas chanfraduras dé insercéo aos musculos peito- ris. As bordas dorsolaterais separam as partes dorsal ¢ lateral. Elas dao insercio aos ramos laterais do ligamento esternal. ‘A borda ventral forma a proeminente erista do esterno, semelhanté a uma quilha e que pode ser palpavel no animal vivo; catidalmente ela desapa- rece gradualmente. A extremidade cranial ou manibrio pode ser perfeitamente sentida no sulco ventral do peito. Ele consiste de um prolongamento cartilaginoso com- primido lateralmente, comumente denominado de cartilagem do mamibrio, cartilagem cariniforme. Suuas faces laterais sao planas e fornecem inserces aos miisculos do peito ¢ do pescoco. A borda ventral éarredondada e continua caudalmente com 0 corpo do osso. A borda dorsal é céneava e tem uma chan- fradura articular ao primeiro par de cartilagens cos- tais. 247, A extremidade caudal est formada pela cartila- gem xiféide. Esta é uma fina lamina presa cranial- segmento 63se0, 0 proceso xi- féide, por um colo estreito relativamente espesso, se expande caudal ¢ lateralmente numa forma mais ou ‘menos circular. Sua face dorsal € céncava e sustenta a insercao do diafragma. A face ventral & convexa € fornece insergdes para o miisculo transverso abdo- minal e a linha branca. A borda livre € muito del- gada. Desenvolvimento. © esterno cartilaginoso ests formado pela fusio medialmente de duas barras la- terais que retinem as extremidades ventrais das oito ou nove primeiras cartilagens costais; primitiva- mente nao € segmentado. O mamibrio ossifica-se por um tinico centro, porém os.centros para 0s ou- tros segmentos parecem ser primitivamente pares. O esterno jamais se ossifica completamente. Ao nas- cer, o esterno do cavalo consiste de sete segmentos 6sseos denominados estérnebras, que estio unidos pelas cartilagens.interesternebrais. As duas tiltimas estérnebras fusionam-se no segundo més, porém as demais normalmente nao se unem completamente mesmo em idade avangada. As estérnebras consis- tem de osso esponjoso muito vascularizado reco- berto por uma fina lamina de substancia compacta Oesterno adulto deste modo consiste de uma carti- lagem persistente de consideravel extensio, ou seja, as cartilagens interesternebrais, a crista ventral e aS extremidades; nos animais idosos estas partes so- frem uma ossificacio parcial. APENDICES conhecimento minucioso da anatomia, quer da osteologia quer da radiologia, dos membros é essen- Gal para a perfeita interpretacao das claudicagoes € outras afecgdes dos membros. Conseqiientemente, sempre que possivel, deverdo ser exibidos radio- gramas e tabelas para ressaltar os centros de ossifi- Figura 15.22, Feto de eqdino de 165 dias de gestagdo revelando a ossifica- ‘qo das diafises, mas nio as epifises ‘dos ossos longos. Nota-se em evidéncia o caleéneo (tars fibula) cago maiores (Quadros 15-1 e 15-3) ¢ os tempos de fusio didfise-epifiséria (Quadros 15-2 e 15-4): Por outro lado deve ter-se sempre em mente que os ossos variam muitissimo de acordo com a idade, sexo, de um animal para outro e de espécie para espécie, Variacdes individuais so atribuidas a uma 248 EQUINO Quadro 15-1. Tempos Aprovimados do Aparecimento dos Centros de Ossificagéo do Apéndice Tordcico do Cavalo* “Tempo de aparecimento "Tempo de aparecs Oss0 (dias de gestagio) Oss0 (dias de gestagéo) Escépula Outros ossos carpianos 200-880 dias ‘Extremidade proximal 9.12 meses posparto ‘Metacarpiano TH Corpo 60-70 diss Epifse proximal 270-830 dias ‘Tubéreulo supraglenside Diafise 70-80 dias € processo coracbide 140-170 dias Epifise distal 265-200 dias Parte cranial da cavidade glenside 525 dias ap6s nascer ‘Metacarpiano Ile IV Epifise proximal final da gesagso Omere . ey Disfise 90-110 dias ise proxim: 0.310 dias Epiise distal apts nascer ost ghee a Diafse 60.70 dias, Sesaméides proximsis 290-880 dias ifise distal 290-515 dias Epicdndilo medial 315-535 dias Falange proximal Epifise proximal 290-820 dias Rédio Diafise “7.85 dias Epifise proximal 315-835 dias Epifie distal 265.810 dias Diafise 60-70 diss Epifise distal 268.208 dias smédia Epllise proximal 200-885 dias Uiaa (cite) 120-155 dias Epis proximal 330 dias ap6s nascer 310-530 dias Disfise 65.75 dias Process este 825 dias apés nase (Gusiona com a epifise «cer ou logo apés distal do rio) 30 dias logo apés nascer final da gestagdo 85-135 dias Acessbrio do carpe 250-200 dias ‘*Compilado pelos Drs. V. S. Myers, J, W. C. Bergin e M. M. Gully de exames radiogréficos de mais de 50 embrides efetos variando ‘em idade de 30 a 385 dias de gestacao, OTRO DE UMA or Figura 15.23 MANA DE IDADE A ¢———_+| p—: Figura 15.24 ‘Figura 15.23. Ilustragio esquemitica mostrando ‘os centros de ossficagto do apéndice tordcico de ‘um potro jovem. ‘Tomado de radiografia. Vista lateromedial de todo o membro e 2 parte, vista obiqua medial ‘raniocaudal ou dorsopalmar. Figura 15.24. Ilstragio esquemitica dos ossos do apéndice toricico depois de completar a ‘unido epifisria no cavalo adulto. A, Escapula; B, brago; C, antebrago; D, mio. EQUINO ADULTO 249 OSTEOLOGIA EQUINA eae sou siusuto4anse 3 2 cast sa ea) "sao sauoujous top suegen sou usuoH ae opewouaraop oFu 9 (e961 4p Bue Kise “epRaap ees os seu 9p sapere: 3p opeuRaie9p) OPagTHa 9 OMI) | “961 Sopenged ow) seus SOPeCe ssp 3p 51 up senoagiso ope corte onb nn wade, ep ae) wary spew op sod sore ap nod open) pimp nnedp) shusiaid yeu “oposi epeu “opowepet sane a gg pomp oSarqea coudagd we soem 3p wuss |e seu spsed —_sodap ms aaseu sede ouedagd aoe seoseu ap save “feu sp one ap sw epeu -uosand epew

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