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GERAL E DO
MOVIMENTO
PROF.a SYLVIA CHEDID SEIDINGER
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior
“
A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à
geração, sistematização e disseminação do conhecimento,
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emissão de conceitos.
FISIOLOGIA GERAL E DO
MOVIMENTO
PROF.a SYLVIA CHEDID SEIDINGER
SUMÁRIO
AULA 01 METABOLISMO, FONTES DE ENERGIA E 05
EXERCÍCIO FÍSICO
AULA 02 BIOENERGÉTICA 16
INTRODUÇÃO
AULA 1
METABOLISMO, FONTES DE
ENERGIA E EXERCÍCIO FÍSICO
1. Introdução
Para a manutenção da vida são necessários processos que vão desde o nível
micro até o macroscópico. Como o movimento humano faz parte desses processos
é importante aprender os principais aspectos relacionados a ele.
Título: Célula do músculo esquelético em seu formato tubular e seus vários núcleos.
Fonte: Vetores de O Músculo Esquelético De Fibras e mais imagens de Musculoso - iStock (istockphoto.com)
velocidade em que uma reação ocorre. Elas são assim denominadas, pois catalisam
as reações bioquímicas, o que significa que elas são responsáveis por diminuírem a
energia necessária para uma reação começar. As enzimas, portanto, não fazem uma
reação bioquímica acontecer, apenas regulam a velocidade em que essa reação irá
ocorrer.
Toda energia existente na Terra advém do Sol. As plantas utilizam a energia luminosa
do Sol para realizarem reações bioquímicas responsáveis por formar carboidratos na
forma de açúcares simples, pelo processo denominado fotossíntese. É pela fotossíntese
que as plantas sintetizam esses nutrientes a partir da interação entre gás carbônico
(CO2), água e energia solar. O ser humano e os animais se alimentam de vegetais e
outros animais para sobreviverem, e assim ingerem carboidratos, gorduras e proteínas.
Todas as células do corpo humano têm uma constante necessidade de energia
e, por isso, são capazes de converter esses nutrientes dos alimentos em energia
biologicamente utilizável. Esse processo celular que transforma os nutrientes presentes
nos alimentos em energia utilizável pelas células é conhecido como bioenergética.
A energia se apresenta em vários tipos (química, elétrica, térmica, mecânica) e
cada uma delas pode ser convertida em outra. A transformação dos nutrientes dos
alimentos em energia utilizável pelo corpo somente ocorre por conta dessa capacidade
de conversão de uma energia em outra. O corpo então utiliza os nutrientes como as
gorduras, proteínas e carboidratos para fornecer energia necessária à manutenção
das atividades das células, tanto em repouso quanto em exercício.
Para realizar uma atividade como pular ou correr, por exemplo, as células musculares
esqueléticas convertem a energia química desses nutrientes ingeridos em energia
mecânica a ser utilizada nas contrações musculares, para dar continuidade à realização
dos movimentos. Em casos assim, as gorduras e os carboidratos são os nutrientes
primários utilizados para a obtenção de energia durante o exercício, sendo que as
proteínas contribuem somente com uma pequena parte da energia total utilizada.
Quando o corpo utiliza energia para realizar um trabalho, há liberação de calor. A
produção de calor pelas células acontece por meio da bioenergética e do trabalho celular.
A taxa de produção de calor é proporcional à taxa metabólica de um indivíduo. Nesse
sentido, a medida da produção de calor de um indivíduo, fornece a mensuração direta
da sua taxa metabólica. A unidade mais comumente utilizada para mensurar energia
do calor é a caloria. A caloria é definida como a quantidade de calor necessária para
elevar a temperatura de um grama de água em 1°C (POWERS; HOWLEY, 2014). Pelo
fato de a caloria ser muito pequena, o termo quilocaloria (kcal) é mais utilizado para
designar o gasto e o valor energético dos alimentos, já que uma kcal é equivalente a
mil calorias.
1.4.1. Carboidratos
Título: Longas cadeias de glicose que formam uma molécula de glicogênio. Cada uma das estruturas vermelhas é uma molécula de glicose.
Fonte: Adaptado de Kraemer, Fleck e Deschenes (2016, p. 55).
1.4.2. Gorduras
• Ácidos graxos: tipo primário de gordura utilizado pelas células musculares para
obtenção de energia. Cada ácido graxo apresenta em sua composição um número
par de 4 a 24 átomos de carbono ligados em cadeia, um grupo ácido (COOH)
e um grupo metila (CH3).
• Triglicerídeos: são compostos por três moléculas de ácidos graxos mais uma
molécula de glicerol. São armazenados em maior quantidade nas células adiposas
(adipócitos), mas também são encontradas na musculatura esquelética. Em
casos de necessidade, a molécula de triglicerídeo inteira é útil como fonte de
energia para o corpo, sendo quebrada pelo processo chamado de lipólise, e os
três ácidos graxos são utilizados como substrato energético pelos músculos e
tecidos e o glicerol é utilizado pelo fígado para sintetizar glicose (gliconeogênese).
Os estoques de gordura são bem abundantes em qualquer indivíduo, e, portanto,
não há depleção total dos estoques durante o exercício, mesmo durante eventos
prolongados.
1.4.3. Proteínas
ANOTE ISSO
• Lipólise: processo de quebra de triglicerídeos em ácidos graxos e glicerol.
• Glicogênese: as moléculas de glicose podem se combinar, no fígado ou na
musculatura esquelética e formar glicogênio.
• Gliconeogênese: formação de glicose a partir de outras substâncias que não os
carboidratos (lactato, glicerol, aminoácidos). Esse processo geralmente acontece
no fígado.
• Ciclo de Cori:
O ciclo de Cori tem início com a produção de lactato pelo músculo
esquelético ou outros tecidos, o qual chega ao sangue e é
transportado para o fígado, onde é usado para sintetizar glicose.
Em seguida, a glicose recém-formada pode servir para manter os
níveis de glicose sanguínea ou para sintetizar glicogênio hepático
(KRAEMER; FLECK; DESCHENES, 2016, p. 85).
CONCLUSÃO
AULA 2
BIOENERGÉTICA
2. INTRODUÇÃO
Existem várias vias para a produção de energia para a contração muscular no corpo
humano. Essas vias são responsáveis por produzirem a molécula de ATP (trifosfato
de adenosina) aeróbia ou anaerobiamente, de forma lenta ou de forma rápida. Esse
ATP será degradado liberando energia para a contração muscular.
O trifosfato de adenosina, mais conhecido como ATP, não é a única, mas é a molécula
de energia mais importante das células e, por isso, costuma ser chamada de doador
de energia universal. O ATP é a fonte de energia imediata para a contração muscular.
Sua estrutura é composta basicamente de adenina, ribose e três fosfatos. A adenina
e a ribose, quando combinadas também são chamadas de molécula de adenosina,
que juntamente com os três fosfatos formam o trifosfato de adenosina ou ATP.
A formação de ATP pelas vias ATP-CP e glicólise são denominadas vias anaeróbias,
pois não necessitam do uso de oxigênio (O2). O sistema ATP-CP, por não necessitar de
O2 e não ter como produto final o lactato, também pode ser chamado de metabolismo
anaeróbio alático. A glicólise também é anaeróbia, porém, tem como um dos produtos
finais a formação de lactato e por isso pode ser chamada de metabolismo anaeróbio
lático. Já a formação oxidativa de ATP é denominada aeróbia, pois envolve o uso de
O2 e também pode ser chamada de metabolismo aeróbio..
O sistema ATP-CP é utilizado para gerar ATP para substituir aquele usado durante
o exercício físico. Nesse caso, o grupo fosfato da fosfocreatina (PC) é transferido
para o ADP para formar ATP. Esse sistema tem a capacidade de manter um exercício
por cerca de 30 segundos apenas. Conforme o exercício continua, a glicólise será a
responsável por repor o ATP por, aproximadamente, três minutos.
A formação oxidativa de ATP se torna dominante para exercícios com mais de três
minutos. Dessa forma, as duas vias anaeróbias são as principais fontes de energia em
atividades com duração curta e intensidades elevadas, com um sprint, por exemplo.
A via aeróbia se torna a principal fonte de energia em atividades prolongadas, como
uma caminhada.
ANOTE ISSO
É o sistema mais simples e rápido para produção de ATP. Conforme o ATP é quebrado
em ADP + Pi em decorrência do exercício, ele já é ressintetizado por meio da doação de
um grupo fosfato da fosfocreatina e de sua energia de ligação ao ADP. Essa reação é
catalisada pela enzima chamada creatina quinase. Essa reação vem ilustrada a seguir:
É a segunda via que produz ATP rapidamente e sem a participação do O2. Por meio
dela a energia de ligação da glicose é transferida para juntar o Pi ao ADP. Essa via
acontece no sarcoplasma da célula muscular, e a glicose a ser utilizada advém de
reservas sanguíneas de glicose e também dos estoques intramusculares de glicogênio.
É uma via que envolve uma série de 10 reações químicas e algumas enzimas que
serão responsáveis pela quebra do glicogênio ou da glicose para formação de duas
moléculas de ATP, e duas moléculas de piruvato ou lactato para cada molécula de
glicose. A glicose é uma molécula composta de seis carbonos, enquanto o piruvato e
o lactato são moléculas compostas por três carbonos cada, por isso, a produção de
duas moléculas de piruvato ou lactato a partir de uma molécula de glicose. Quando
o glicogênio é utilizado, o saldo líquido da glicólise são três ATP.
do ATP pela via aeróbia. Esses hidrogênios podem ser aceitos por uma molécula
carreadora de hidrogênios chamada nicotinamida adenina dinucleotídeo (NAD+)
originando uma molécula, o NADH, que transporta os hidrogênios para a mitocôndria
para serem utilizados na via aeróbia.
Com as quantidades adequadas de O2 presentes na célula, a glicólise produz uma
molécula chamada acetil-CoA que pode penetrar na mitocôndria e participar da produção
aeróbia de ATP. Se o metabolismo aeróbio não entrar em ação, os hidrogênios do NADH
se juntam ao piruvato que se transforma em lactato. O metabolismo anaeróbio fornece
a maior parte do ATP em exercícios físicos de curta duração e elevada intensidade. Com
o decorrer do exercício, acontece maior dependência da glicólise e do metabolismo
aeróbio para fornecimento do ATP necessário.
Conforme a duração do exercício vai além de três minutos, a sua intensidade diminui
e há maior dependência do metabolismo aeróbio para obtenção do ATP necessário.
Alguns exercícios obtêm a maior parte do ATP necessário de uma via em particular,
porém sempre há uma grande interação entre as três vias. Nenhuma fonte de produção
de ATP é desligada, e todas as fontes suprem parte do ATP a todo o momento, o que
acontece é que o metabolismo aeróbio ou o anaeróbio pode fornecer a maioria do
ATP para determinado exercício.
Para exemplificar, aproximadamente 90% da energia necessária para uma corrida
de 100 metros rasos, é fornecida por fontes anaeróbias, com grande parte da energia
proveniente do sistema ATP-CP. Para uma corrida de 400 metros rasos, cerca de 70-
75% da energia é fornecida por fontes anaeróbias, com a glicólise suprindo a maior
parte do ATP para essa atividade. Em um evento como uma maratona, que envolve
correr 42 quilômetros, é a produção aeróbia de ATP que atenderá à quantidade de
energia necessária.
ANOTE ISSO
Para cada molécula de glicose que entra na glicólise anaeróbia, são formadas
duas de piruvato, e com a presença de O2 o piruvato é convertido em duas moléculas
de acetil-CoA. O acetil-CoA é uma molécula de dois carbonos, portanto, o carbono
remanescente é liberado na forma de CO2. A seguir, a acetil-CoA combina-se com o
oxaloacetato, formando citrato. Conforme vai ocorrendo a remoção, no decorrer do
ciclo de Krebs, dos hidrogênios dos diversos substratos e da energia a eles associada,
são formadas três moléculas de NADH e uma molécula de FADH2. Além disso, após
essa série de reações ocorre a formação de oxaloacetato novamente para o ciclo de
Krebs se reiniciar. O NADH e o FADH2 seguirão caminho e passarão pela cadeia de
transporte de elétrons para a produção final de ATP e água.
ANOTE ISSO
Titulo: Esquema que resume a produção aeróbia de ATP dentro da mitocôndria. CTE: cadeia de transporte de elétrons.
Fonte: Adaptado de Powers e Howley (2014, p. 56).
CONCLUSÃO
AULA 3
METABOLISMO NO EXERCÍCIO
3. INTRODUÇÃO
ANOTE ISSO
Segundo Powers e Howley (2014, p. 16) trabalho é “o produto da força pela distância
em que a força atua”, onde: Trabalho = força X distância. A unidade de medida utilizada
para a força é Newton (N), enquanto a distância é o metro (m).
O VO2máx pode ser expresso em valores absolutos pela unidade de medida litros por
minuto (L/min) ou em valores relativos, pela unidade mililitros de massa corporal por
minuto (mL/Kg/min). Este último é mais adequado para exercícios como a corrida ou
o ciclismo em ladeira, pois é preciso carregar o próprio peso corporal.
Título: Gráfico hipotético que demonstra as alterações no consumo de oxigênio durante o exercício incremental, em que o platô representa o VO2máx.
Fonte: Adaptado de Powers e Howley, (2014, p. 76).
O limiar do lactato ainda pode ser definido como “a intensidade do exercício na qual
o ácido láctico sanguíneo começa a se acumular acima da concentração de repouso”
(KRAEMER; FLECK; DESCHENES, 2016, p. 94). O limiar de lactato de indivíduos sem
treinamento geralmente acontece entre 50-60% do VO2máx. Já para indivíduos treinados
aerobicamente o limiar de lactato pode ocorrer aproximadamente entre 65-80% do
VO2máx. Isso quer dizer que o limiar de lactato representa “a intensidade do exercício que
pode ser mantida por um longo período” (KRAEMER; FLECK; DESCHENES, 2016, p. 94),
pois permite a realização de exercícios mais intensos sem elevação da concentração
sanguínea de ácido lático.
ANOTE ISSO
Ácido lático e lactato são moléculas relacionadas. Lactato diz respeito ao sal do
ácido lático. Após a dissociação e liberação dos íons de hidrogênio pelos ácidos, a
molécula que resta se chama base conjugada do ácido, portanto, lactato é a base
conjugada do ácido lático. Em um pH corporal normal o ácido lático se dissocia e
rapidamente o lactato é formado.
É importante lembrar que a concentração de ácido lático pode não ser a responsável
direta pela elevação da acidez sanguínea e muscular. A degradação de ATP produz um
íon de hidrogênio, conforme a intensidade do exercício aumenta a acidez metabólica
também aumenta, afinal mais ATP são degradados. A acidez metabólica (redução do
pH) interfere na capacidade do músculo de gerar força, o que pode contribuir para
incapacidade de manutenção de determinada intensidade de exercício.
Título: Gráfico hipotético para demonstrar concentrações de lactato durante exercício incremental.
Fonte: Adaptado de Powers e Howley (2014, p. 77).
ANOTE ISSO
Estado estável: este termo pode ser definido como um ambiente interno constante,
mas não necessariamente o ambiente interno está em repouso e normal. Quando o
organismo se encontra em estado estável, quer dizer que “foi atingido um equilíbrio
entre as demandas impostas ao corpo e a resposta deste a essas demandas”
(POWERS; HOWLEY, 2014, p.33).
Considere agora mais uma situação: você está correndo em esteira ergométrica de
maneira confortável há aproximadamente 30 minutos, e então resolve sair da esteira.
O seu consumo de O2 não diminui instantaneamente para os valores de repouso, ele
continuará alto por vários minutos imediatamente após o exercício. A magnitude e
a duração do consumo de O2 após exercício são influenciadas pela intensidade do
exercício realizado.
CONCLUSÃO
AULA 4
SISTEMA CARDIOVASCULAR
4. INTRODUÇÃO
O sangue percorre o coração sempre em um único sentido, indo dos átrios para
os ventrículos. Para evitar o movimento retrógrado do sangue para os átrios, existem
válvulas de mão única, as valvas atrioventriculares esquerda e direita. A valva
atrioventricular esquerda impede que o sangue retorne do ventrículo esquerdo para o
átrio esquerdo e é denominada valva bicúspide (Conforme ilustrado na figura Sistema
Condutor do Coração). A valva atrioventricular direita que impede que o sangue retorne
do ventrículo direito para o átrio direito é denominada valva tricúspide (Conforme
ilustrado na figura Sistema Condutor do Coração).
Ao sair dos ventrículos, o sangue é bombeado para dentro das artérias, para ir
para o pulmão ou para o corpo. O fluxo de volta do sangue das artérias para dentro
dos ventrículos é evitado pela valva semilunar pulmonar no ventrículo direito e pela
valva semilunar aórtica no ventrículo esquerdo (Conforme ilustrado na figura Sistema
Condutor do Coração). A parede do coração possui três camadas, sendo uma camada
externa (ou epicárdio), uma camada muscular média (ou miocárdio) e uma camada
interna (ou endocárdio).
ANOTE ISSO
a pressão dentro dos átrios sobe, forçando os 30% restante do sangue ali presente
para dentro dos ventrículos.
Durante o enchimento dos ventrículos, a pressão dentro deles é baixa. A pressão dos
ventrículos vai sofrendo elevação discreta durante a contração dos átrios, e conforme
os ventrículos vão se contraindo a pressão dentro deles aumenta abruptamente, o que
faz com que as valvas atrioventriculares se fechem para evitar o refluxo de sangue
para os átrios. Dessa forma, a pressão dentro dos ventrículos ultrapassa a pressão
das artérias aorta e pulmonar e as suas respectivas valvas se abrem levando o sangue
para as circulações sistêmica e pulmonar, respectivamente.
Quanto mais grossa for a parede de uma câmara cardíaca, maior será a força com
que ela ejetará o sangue. O ventrículo esquerdo bombeia sangue para todo o corpo
contra uma pressão arterial mais alta, e, dessa forma, certa resistência ao fluxo, por
isso, ele tem maior espessura de parede. Durante exercícios físicos, principalmente
os treinos de força que são realizados contra uma alta resistência, a pressão arterial
sistêmica se eleva. A realização do treinamento físico por algumas semanas pode
resultar em um espessamento da parede ventricular esquerda facilitando para que o
ventrículo esquerdo supere essa elevação de pressão arterial durante realização da
atividade mais facilmente.
A hipertensão arterial crônica também pode aumentar a espessura da parede
ventricular esquerda, porém muitas vezes ultrapassando um aumento que é considerado
normal (13 mm aproximadamente), o que pode prejudicar a quantidade de sangue a
ser ejetada pelo ventrículo. Com isso, existem diferenças na magnitude da alteração
da espessura ventricular esquerda quando comparada a adaptação ao treinamento
e a alteração pela hipertensão.
Débito cardíaco (DC) é a quantidade de sangue bombeada pelo coração por minuto,
e é determinado através do produto da frequência cardíaca (FC) pelo volume sistólico
(VS), então: [ DC = FC x VS ]. Volume sistólico (VS) é a quantidade de sangue bombeada
por batimento cardíaco. Dessa forma, o DC pode aumentar em decorrência da elevação
da FC, do VS, ou de ambos. O DC apresenta valores geralmente entre 4,0 a 5,0 L/min
em indivíduos saudáveis em repouso.
Indivíduos treinados e não treinados apresentam valores diferentes tanto de FC,
quanto de VS e, consequentemente, de DC. Por exemplo, uma mulher saudável não
treinada e em repouso, pode apresentar um VS de aproximadamente 60 ml e uma FC
de 75 batimentos por minuto e, com isso, um DC de repouso de 4,5 L/min e um DC
em exercício de 18,0 L/min. No entanto, uma mulher treinada tem um DC de 4,4 L/min
e 23,8 L/min em repouso e em exercício, respectivamente. Geralmente, o VS e o DC
são diferentes também entre homens e mulheres devido às diferenças do tamanho
corporal existentes entre os sexos.
Se o DC aumenta, a pressão no sistema arterial aumentará para que maior quantidade
de sangue seja ejetado para as artérias. Por isso, a pressão arterial sistêmica se eleva
durante o exercício porque o DC é elevado. O aumento na pressão pelo aumento no
DC é compensado parcialmente pela elasticidade das artérias periféricas saudáveis,
permitindo que elas se dilatem quando mais sangue é ejetado em seu interior pelo
ventrículo esquerdo. Essa capacidade de elasticidade das artérias de se dilatarem
conforme mais sangue é ejetado nelas, resulta em um menor aumento de pressão
quando há elevações no DC.
Indivíduos treinados, principalmente os de endurance, apresentam FC menores em
repouso quando comparados a indivíduos não treinados, porém ambos apresentam
aproximadamente o mesmo DC. Isso acontece devido ao fato de que os treinados
têm menor pressão arterial em repouso, e um VS maior, afinal, como adaptação ao
treinamento o coração bate menos vezes, porém, consegue ejetar maiores quantidades
de sangue a cada batimento, pois fica mais eficiente.
ANOTE ISSO
CONCLUSÃO
AULA 5
SISTEMA RESPIRATÓRIO
5. INTRODUÇÃO
5.1.1. Função
das moléculas de forma aleatória de uma área mais concentrada para uma de menor
concentração. Nos pulmões há maior concentração de O2 do que no sangue e a
concentração de CO2 no sangue é maior do que a dos pulmões. Dessa forma, ocorre a
difusão de gases entre o sangue e o pulmão devido a esse gradiente de concentração.
A taxa de difusão é determinada pelo tamanho da superfície e pela diferença de
pressão, assim, quanto maior a área de superfície e a pressão condutora, mais facilitada
será a difusão. O pulmão apresenta uma área de superfície total disponível para difusão
bem ampla e a membrana dos alvéolos é extremamente fina, dessa forma, o pulmão
é projetado para que a difusão de gases ocorra através da membrana alveolar, para
dentro e para fora da circulação sanguínea de forma eficiente.
5.1.2. Estrutura
Os órgãos do sistema respiratório são: nariz, cavidade nasal, faringe, laringe, traqueia,
árvore brônquica e os pulmões. Ao ser inalado, o ar passa pela chamada zona condutora
e depois pela zona respiratória. Fazem parte da zona condutora todas as estruturas
anatômicas (traqueia e árvore brônquica, por exemplo) pelas quais o ar passa até
chegar à zona respiratória. A zona respiratória é a região pulmonar onde acontecem
as trocas gasosas e, por isso, inclui estruturas como os bronquíolos respiratórios e
os sacos alveolares.
O ar ao entrar ou sair da traqueia, passa pela epiglote, que é uma abertura parecida
com uma válvula que fica localizada entre as cordas vocais. Os brônquios são
ramificações da traqueia e dividem-se em direito e esquerdo, e entram um em cada
pulmão, respectivamente. Os brônquios ramificam-se então em árvore brônquica, depois
em pequenos ramos da árvore brônquica, os bronquíolos. A árvore brônquica constitui-
se de passagens responsáveis por conectar a traqueia aos alvéolos. Os bronquíolos
ramificam-se extensivamente até formarem os ductos alveolares. Os ductos alveolares
levam aos sacos alveolares e à zona respiratória.
ANOTE ISSO
Para saber mais sobre os músculos que participam da respiração consulte: Powers
e Howley (2014, p. 223) e Kraemer, Fleck e Deschenes (2016, p. 261).
Os volumes pulmonares podem ser medidos por meio de uma técnica chamada
espirometria. Nesse procedimento “o paciente respira dentro de um dispositivo que
ANOTE ISSO
O treinamento físico não exerce impacto sobre a capacidade pulmonar total, volume
residual ou capacidade vital (POWERS; HOWLEY, 2014).
Conforme a lei de Dalton, “a pressão total exercida por um gás em uma mistura é
igual à soma das pressões exercidas independentemente por cada gás” (POWERS;
HOWLEY, 2014, p. 227). Portanto, a pressão que cada gás exerce independentemente
pode ser obtida pelo produto da composição fracionada do gás pela pressão absoluta
(pressão barométrica). “Pressão barométrica é a força exercida pelo peso do gás contido
na atmosfera” (POWERS; HOWLEY, 2014, p. 227), e ao nível do mar vale 760 mmHg.
O ar é composto basicamente de oxigênio, nitrogênio e dióxido de carbono (gás
carbônico). O oxigênio ocupa aproximadamente 20,93% dessa composição em uma
fração de 0,2093. Portanto, a pressão parcial de oxigênio (PO2) ao nível do mar pode
ser calculada da seguinte forma: PO2 = pressão barométrica do ar multiplicada pela
fração de O2 no ar. Então: PO2 = 760 x 0,2093 = 159 mmHg. Dessa maneira, a pressão
parcial de O2 é de 159 mmHg. A pressão parcial do dióxido de carbono (PCO2) pode
ser calculada da mesma forma.
CONCLUSÃO
AULA 6
SISTEMA CARDIOPULMONAR
E EXERCÍCIO
6. INTRODUÇÃO
sangue é importante, pois aumenta a quantidade total de oxigênio que pode chegar
aos tecidos metabolicamente ativos possibilitando que os atletas se saiam melhor
tanto em esforços máximos como submáximos.
Cerca de um segundo após o início do exercício a descarga elétrica (via nervo vago)
para o coração cessa, e se segue um aumento da estimulação simpática do coração. Ao
mesmo tempo ocorre a vasodilatação das arteríolas na musculatura esquelética ativa
e um aumento na resistência dos vasos em locais menos ativos. Em consequência,
há aumento do débito cardíaco, para que o fluxo de sangue atenda às necessidades
metabólicas dos músculos.
Ao início do exercício a atividade cardiovascular pode ser modificada por
mecanoceptores cardíacos e musculares, quimiceptores musculares, e baroceptores
das carótidas e do arco aórtico. Os quimiceptores musculares são sensíveis à elevação
da concentração de metabólitos musculares e enviam informações para o centro de
controle cardiovascular no bulbo para que as respostas cardiovasculares ao exercício
ocorram. Os mecanoceptores musculares, como o fuso muscular e o órgão tendinoso
de Golgi, são sensíveis à força e à velocidade do movimento muscular (POWERS;
HOWLEY, 2014).
Assim como os quimioceptores musculares, os mecanoceptores musculares enviam
mensagens aos centros cerebrais superiores para que os ajustes cardiovasculares ao
exercício ocorram. Os baroceptores são receptores sensíveis às alterações da pressão
arterial, e também se comunicam com o centro de controle cardiovascular para auxiliar
na modificação das respostas cardiovasculares ao exercício. Os baroceptores são
importantes, afinal regulam a pressão arterial em torno de uma pressão sistêmica
aumentada durante exercício (POWERS; HOWLEY, 2014).
ANOTE ISSO
O ajuste fino da resposta cardiovascular ao exercício pode ser realizado por essa série
de feedbacks a partir dos receptores musculares e arteriais. Porém, existe também a
teoria do comando central, aceita como o principal impulso para aumentar a frequência
cardíaca durante exercício, que propõe que o sinal no início do exercício advém dos
centros cerebrais superiores (POWERS; HOWLEY, 2014). Essa teoria diz respeito a um
sinal motor desenvolvido junto ao encéfalo e propõe que:
ANOTE ISSO
É importante entender que nem todo ar que passa pelos lábios chega
ao compartimento de gases alveolar, onde as trocas gasosas ocorrem.
Parte de cada respiração permanece nas vias aéreas condutoras
(traqueia, brônquios, etc.) e, desta forma, não participa das trocas
gasosas. Essa ventilação «não utilizada» é denominada ventilação de
espaço morto (Vm), e o espaço ocupado por ela é conhecido como
espaço morto anatômico.
Título: Alteração na ventilação (VE) de um maratonista altamente treinado durante exercício incremental e o respectivo ponto de inflexão (limiar ventilatório)
em aproximadamente 75% do VO2máx.
Fonte: Adaptado de Powers e Howley (2014, p. 236).
Título: Ponte e bulbo, onde está localizado o centro de controle respiratório do tronco encefálico.
Fonte: https://view.officeapps.live.com/op/view.aspx?src=https%3A%2F%2Fsmart.servier.com%2Fwp-content%2Fuploads%2F2016%2F10%2FNervous_system.
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CONCLUSÃO
AULA 7
SISTEMA ENDÓCRINO
E EXERCÍCIO FÍSICO
7. INTRODUÇÃO
7.1.1. Os hormônios
7.1.2. Os receptores
Receptores são “mediadores dos sinais hormonais para o DNA da célula ou sua
maquinaria bioquímica” (KRAEMER; FLECK; DESCHENES, 2016, p. 304). A ligação
hormônio-receptor é complexa além de ser diferente para cada tipo de hormônio. Os
hormônios são classificados de acordo com a sua estrutura química e os três principais
tipos de hormônios são os esteroides (derivados de esteroides), peptídeos (derivados
de proteínas e peptídeos) e aminas (derivados de aminoácidos). Os receptores de
esteroides interagem diretamente com o DNA celular, já os receptores de hormônios
peptídicos dependem de sistemas mensageiros secundários para retransmitir os seus
sinais para o DNA.
pâncreas adulto, cerca de 60-80% das células das ilhotas são células beta, responsáveis
por sintetizar insulina. As células alfa compõem de 15-20% e são responsáveis por
sintetizar glucagon. As células delta compõem os 5-10% restantes e secretam
somatostatina, que inibe a liberação endócrina de insulina e glucagon.
7.2.6. Androgênios
CONCLUSÃO
AULA 8
EXERCÍCIO FÍSICO E O
CONTROLE HORMONAL DA
MOBILIZAÇÃO DE SUBSTRATOS
8. INTRODUÇÃO
ANOTE ISSO
plasmática. O GH, assim como o cortisol, pode ser influenciado por uma gama
de estressores físicos, químicos e psicológicos, portanto descrever a resposta
do GH e do cortisol ao exercício é uma tarefa difícil. A concentração de GH
plasmático se eleva ao longo de um exercício de 60 minutos a 60% do VO2máx.
Hormônios de ação rápida: são aqueles hormônios de resposta muito rápida cujas
ações fazem com que a glicose plasmática retorne rapidamente ao normal.
• Adrenalina e a noradrenalina: já foi relatada, na aula anterior, a ação desses
hormônios na mobilização de glicogênio muscular. Porém, esses hormônios
também estão envolvidos na mobilização da glicose hepática, na mobilização
de AGL do tecido adiposo e na absorção de glicose pelos tecidos. A adrenalina
é a principal catecolamina para a mobilização da glicose hepática e dos AGL
do tecido adiposo.
As concentrações plasmáticas dessas duas catecolaminas aumentam
linearmente em relação à duração do exercício, devido a necessidade de ajustes
cardiovasculares como aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial,
mas também para a mobilização do combustível para a atividade. A mobilização
do combustível envolve a mobilização da glicose e dos AGL para manter a
concentração de glicose plasmática.
Durante exercício a adrenalina e noradrenalina geralmente aumentam em cerca
de 50% do VO2máx e conforme a intensidade do exercício vai chegando próximo
ao máximo, essas catecolaminas aumentam exponencialmente. A adrenalina
tem uma meia vida aproximada de apenas dois minutos e, por isso, ela retorna
aos níveis de repouso dentro dos primeiros minutos da recuperação do exercício.
Quando o estresse físico gerado é grande o bastante, como em protocolos
de treinamento resistido com intervalos curtos, a adrenalina pode se manter
elevada por até cinco minutos após o término da atividade. As adaptações
das catecolaminas ao exercício “mostram reduções nas respostas do exercício
submáximo, de modo semelhante às respostas da frequência cardíaca, com
respostas maiores durante o exercício máximo” (KRAEMER; FLECK; DESCHENES,
2016, p. 329).
Em suma:
CONCLUSÃO
AULA 9
CONTROLE NERVOSO DO
MOVIMENTO HUMANO
9. INTRODUÇÃO
O sistema nervoso “é o meio que o corpo tem de perceber e responder aos eventos
que ocorrem nos ambientes interno e externo” (POWERS; HOWLEY, 2014, p. 140). Esse
sistema controla o movimento voluntário, integra as atividades corporais ao controlar
o ambiente interno, além de ser responsável pela memória e pelo aprendizado.
De forma anatômica, o sistema nervoso é dividido em duas partes principais: o
sistema nervoso central (SNC) e o sistema nervoso periférico (SNP). Fazem parte
do SNC o encéfalo e a medula espinal, e do SNP as células nervosas localizadas fora
do SNC, que são responsáveis por conectar as partes do corpo com o SNC.
ANOTE ISSO
Parte motora somática: responsável por controlar as funções que estão sob o
controle voluntário consciente. Inervam a musculatura esquelética;
As fibras nervosas que conduzem os impulsos do SNC para o corpo são chamadas
de fibras eferentes.
9.1.2. Os neurônios
Cada neurônio tem somente um axônio que pode se dividir em ramos que terminam
em outros neurônios, células ou glândulas. Os pontos de contato entre o axônio de um
neurônio e o dendrito de outro neurônio são denominados sinapses. Quando um axônio
é muito amplo, como pode acontecer com aqueles que inervam músculos esqueléticos,
ele é coberto por uma camada isoladora de células, as células de Schwann.
ANOTE ISSO
Sódio (Na+)
Meio extracelular
(a)
Potássio (K+)
Meio intracelular
Sódio (Na+)
Estímulo limiar
Meio extracelular
(b)
Potássio (K+)
Meio intracelular
Sódio (Na+)
Meio extracelular
(c)
Título: (a) Potencial de repouso. (b) Membrana atinge o limiar, abertura canais de sódio e despolarização. (c) Abertura de canais de potássio e
repolarização.
Fonte: Adaptado de Receptors_channels.ppt (live.com)
ANOTE ISSO
CONCLUSÃO
AULA 10
SISTEMA NEUROMUSCULAR
E EXERCÍCIO I
Objetivos da aula:
• Identificar e reconhecer os proprioceptores musculares
• Reconhecer e diferenciar os três tipos de músculo do corpo humano
• Identificar a estrutura e função do músculo esquelético
• Constatar e comparar os tipos de ação muscular bem como os tipos fibras de
musculares
10. INTRODUÇÃO
Cada fuso muscular tem dois tipos de terminações nervosas sensoriais, as primárias
e as secundárias. As primárias são sensíveis a alterações dinâmicas do comprimento
muscular enquanto as secundárias são responsáveis por enviar informações ao SNC
sobre o comprimento estático da musculatura. Além desses neurônios sensoriais,
motoneurônios gama inervam os fusos, e são responsáveis por estimular as fibras
intrafusais a se contraírem ao longo das extrafusais.
ANOTE ISSO
Órgãos tendinosos de Golgi (OTG): são localizados junto aos tendões e, com isso,
encontram-se em série com as fibras extrafusais. Os OTG têm função de prevenir
tensões ou forças excessivas em contrações musculares. Para que isso ocorra, eles
enviam, via neurônios sensoriais, a informação para a medula espinal que, por sua
vez, excitam os neurônios inibitórios para evitar que neurônios motores disparem. Isso
diminui a produção de força, e protege a musculatura esquelética de possíveis lesões.
ANOTE ISSO
10.5. Sarcômero
Título: Visão microscópica de sarcômeros. Um sarcômero vai de uma linha Z até outra linha Z.
Fonte: File:Human skeletal muscle tissue 2 - TEM.jpg - Wikimedia Commons
ANOTE ISSO
Para saber mais sobre os tipos de fibra muscular e suas características, consulte
Kraemer, Fleck e Deschenes (2016, p. 124-127).
CONCLUSÃO
AULA 11
SISTEMA NEUROMUSCULAR
E EXERCÍCIO II
Objetivos:
• Compreender o conceito de unidade motora e junção neuromuscular
• Compreender a cadeia de eventos durante contração muscular
• Aprender quais são as principais adaptações neuromusculares ao treinamento
11. INTRODUÇÃO
amplos, um único motoneurônio pode inervar até 2000 fibras musculares, enquanto
músculos que executam controle motor fino (músculos do olho, por exemplo), um
motoneurônio inerva aproximadamente 23 fibras musculares apenas (MCARDLE;
KATCH; KATCH, 2016).
Quando um motoneurônio é ativado todas as respectivas fibras por ele inervadas
são estimuladas a contrair. Uma das formas que o sistema nervoso central (SNC)
aumenta a força de contração muscular é elevando a quantidade de unidades motoras
recrutadas. O conceito de recrutamento de unidades motoras diz respeito à ativação de
um número crescente de motoneurônios. Quanto mais unidades motoras recrutadas,
mais fibras musculares são ativadas e, consequentemente, maior a força de contração
voluntária de um músculo.
Geralmente, as unidades motoras são recrutadas de acordo com o princípio do
tamanho, que nada mais é do que o recrutamento ordenado e sequencial em função
do tamanho da unidade motora. Ou seja, primeiro os motoneurônios menores são
ativados progredindo para motoneurônios cada vez maiores.
Esse princípio é conhecido como lei do tudo ou nada. Essa lei é válida somente
para unidades motoras individuais dentro de um músculo, e não para os músculos
inteiros, como o quadríceps, por exemplo. Assim, se uma unidade motora é recrutada,
somente uma quantidade muito pequena de força é desenvolvida. Já, se muitas
unidades motoras são ativadas, maior força é desenvolvida.
Para iniciar este subtópico será necessário recordar que “o conjunto composto
pelo motoneurônio e todas as fibras musculares por ele inervadas é denominado
unidade motora” (POWERS; HOWLEY, 2014, p.168). O estímulo vindo dos motoneurônios
inicia a contração muscular, e o local em que o motoneurônio e a célula muscular se
encontram é denominado de junção neuromuscular. Nesse local de junção o sarcolema
(membrana da célula muscular) forma um “bolso” chamado de placa motora terminal.
Treinos resistidos são aqueles treinamentos com peso, como a musculação por
exemplo. A função do músculo é que determina o tamanho e a distribuição de suas
fibras, porém todos os músculos, independente de função ou composição, possuem
a capacidade de aumentar em resposta ao treinamento resistido. Esse crescimento
CONCLUSÃO
AULA 12
AVALIAÇÃO DO
CONDICIONAMENTO
FÍSICO E DO DESEMPENHO
12. INTRODUÇÃO
CLASSIFICAÇÃO DESCRITOR
0 Repouso
1 Muito, muito fácil
2 Fácil
3 Moderado
4 Um pouco difícil
5 Difícil
6 Difícil
7 Muito difícil
8 Muito difícil
9 Muito difícil
10 Máximo
Título: Escala de percepção subjetiva de esforço.
Fonte: Adaptado de Powers e Howley (2014).
Determinação direta do limiar de lactato: esses tipos de teste devem ser específicos,
simulando os movimentos da modalidade ou da competição em questão. Os protocolos
baseiam-se em um aquecimento submáximo entre dois a cinco minutos, seguido por
um pequeno e gradativo aumento da taxa de trabalho a cada 1-3 minutos.
Para se determinar a concentração de lactato sanguíneo, amostras de sangue
são coletadas a cada taxa de trabalho, e após o término do teste as amostras são
analisadas em laboratório. Feito isso, a concentração de lactato em cada estágio é
lançada em um gráfico com o consumo de oxigênio no momento de cada coleta.
Como o limiar de lactato é o ponto após o qual há elevação contínua e sistemática
do lactato sanguíneo, o procedimento mais usado é observar no gráfico o momento
em que há esse “ponto de virada” nas concentrações do lactato. Geralmente esse
procedimento deve ser realizado por duas pessoas experientes e independentes, para
que, por meio de dois pontos de vista diferentes, chegue-se a uma conclusão.
Uma forma mais prática é utilizar uma régua e “pelo traçado de uma linha reta que
passa pelas concentrações de lactato em algumas das primeiras taxas de trabalho”
(POWERS, HOWLEY, 2014, p. 465). O último ponto nessa linha é o limiar de lactato.
Apesar de ser um método simples, nem todos os especialistas concordam com
a utilização desse procedimento, sugerindo que nem sempre promovam resultados
válidos e confiáveis. Nesses casos, para uma previsão mais acurada é proposta a
utilização de programas de computador ou que seja usado um valor fixado para a
determinação do limiar de lactato (4 mM, por exemplo).
ANOTE ISSO
Podem ser criados testes anaeróbios para qualquer esporte, desde que atendam às
necessidades da modalidade em questão O tempo ou a distância coberta podem
ser mensurados ao invés da medida direta do nível de potência.
Enquanto o teste de 1RM nos fornece o resultado final da força, não passando
informações sobre diferenças na geração de força durante toda a amplitude do
movimento, o instrumento isocinético computadorizado, além de altamente confiável,
calcula a força média e o ângulo articular ao longo de toda a amplitude de movimento.
Porém, apesar dessa vantagem sobre o teste tradicional de 1RM, o isocinético é um
procedimento mais caro.
CONCLUSÃO
AULA 13
EQUILÍBRIO ÁCIDO-BÁSICO
E TERMORREGULAÇÃO
13. INTRODUÇÃO
Exercícios intensos podem produzir íons hidrogênio (H+) o que limita o desempenho
nesse tipo de atividade, por que os H+ inibem as vias metabólicas de produção do
ATP ou ainda interferem no processo muscular contrátil. Além disso, a regulação da
temperatura corporal é essencial, já que estruturas celulares bem como o metabolismo
podem ser afetados por mudanças na temperatura corporal central.
Uma das maneiras mais importantes de o corpo controlar o seu estado ácido-
básico é com o auxílio de tampões. Um tampão em geral é um ácido fraco e sua base
associada. Os tampões resistem a mudanças do pH, pois removem H+ quando as
concentrações desse íon aumentam e o liberam quando sua concentração está baixa.
Entre os tampões intracelulares mais comuns estão as proteínas e os grupos
fosfatos. E no sangue estão três principais sistemas tampões extracelulares: proteínas,
hemoglobina e bicarbonato. As proteínas estão em pequenas concentrações, portanto,
sua utilização durante o exercício é limitada. Quanto a hemoglobina, sua forma de
desoxiemoglobina é mais eficiente do que a oxiemoglobina, portanto a desoxiemoglobina:
ANOTE ISSO
ANOTE ISSO
CONCLUSÃO
AULA 14
EXERCÍCIO FÍSICO,
AMBIENTE E SISTEMA IMUNE
14. INTRODUÇÃO
Título: Imunoglobulinas
Fonte: Blood_immunology.ppt (live.com)
ANOTE ISSO
Infecções do trato respiratório superior (ITRS) são as infecções mais comuns que
acometem as pessoas. Elas podem ser causadas por 200 tipos de vírus diferentes e
apresentam sintomas como congestão nasal e febre, sendo comumente chamadas
de resfriados.
O risco de ITRS em função da intensidade e duração do exercício foi proposto
pelo professor Dr. David Nieman como uma “curva em J”. Esse modelo sugere que
indivíduos praticantes de exercícios moderados e regulares apresentam menor risco
para o desenvolvimento de ITRS, quando comparados a indivíduos sedentários ou
Essa imunossupressão que ocorre após uma maratona, por exemplo, é responsável
por criar um período de “janela aberta” no qual o organismo fica mais suscetível à
ação de patógenos, o que aumenta o risco de infecção. O motivo mais plausível para
isso está relacionado a efeitos imunossupressores de hormônios do estresse, dentre
eles o cortisol. Exercícios extenuantes contam com a elevação significativa do cortisol
circulante, e o cortisol pode deprimir a função do sistema imune. Altos níveis de cortisol
podem inibir a função de células natural killer e a produção e função de células T.
Atletas envolvidos nesse tipo de exercício podem apresentar também falta
de sono, estresse mental, dieta inadequada, excesso de viagens, contato com
aglomerações em competições, que podem contribuir para o risco aumentado de
infecção. É interessante lembrar que a função imunológica volta ao normal entre
3-24 horas após exercícios físicos intensos e prolongados, então não ocorre um
estado crônico de imunossupressão. Em repouso, a função imunológica desses
atletas não difere de não atletas.
As possíveis explicações para a fadiga muscular induzida pelo calor são a elevação
do metabolismo de carboidratos e do acúmulo de lactato; a produção acelerada
de radicais livres durante o exercício; tensão cardiovascular e diminuição do fluxo
sanguíneo muscular devido à competição entre o fluxo sanguíneo para a musculatura
e para a pele; e o comprometimento do sistema nervoso central pela hipertermia e
desidratação. Os atletas podem evitar essas situações ao ingerirem líquidos antes e
durante os exercícios, principalmente os prolongados e aclimatando-se ao calor.
ANOTE ISSO
Título: Poluição do ar
Fonte: https://www.freepik.com/free-vector/air-pollution-with-two-girls-dirty-smoked-city_5597197.htm#page=1&query=pollution&from_query=polui%C3%A7%C3%
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CONCLUSÃO
AULA 15
SAÚDE, CONDICIONAMENTO
FÍSICO E DESEMPENHO
15. INTRODUÇÃO
Atividade física (AF) pode ser definida como qualquer forma de atividade muscular
que resulta no gasto energético proporcional ao trabalho muscular, estando relacionada
ao condicionamento físico. Condicionamento físico é definido como um conjunto
de atributos que as pessoas têm, ou desenvolvem, relacionados à capacidade de
realizar AF. Exercício representa um subgrupo da AF que é planejado com o objetivo
de melhorar ou manter o condicionamento (POWERS; HOWLEY, 2014, p. 352).
aconteçam e seja possível mantê-las pelo tempo necessário, pois caso os estímulos
do treinamento diminuam ou cessem, os benefícios e adaptações subsequentes a
ele, podem ser perder.
Título: Fadiga
Fonte: Academia Pesos Labuta - Imagens grátis no Pixabay
15.3.2. Overtraining
ANOTE ISSO
CONCLUSÃO
CONCLUSÃO
ELEMENTOS COMPLEMENTARES
WEB
REFERÊNCIAS