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HEFSIBA – INSTITUTO SUPERIOR CRISTÃO

FACULDADE DE ECONOMIA E GESTÃO

CURSO DE LICENCIATURA EM ECONOMIA E GESTÃO

DISCIPLINA: CONTABILIDADE E GESTÃO FINANCEIRA

3˚ ANO 1˚SEMESTRE
PÓS-LABORAL

TEMA: CULTURA

DISCENTE: DOCENTE:

Juvência Carlos Vieira Porfírio Mateus

ULÓNGUÈ, ABRIL DE 2023


Índice
1.0 INTRODUÇÃO.........................................................................................................................3
2.0 OBJECTIVOS...........................................................................................................................4
2.1 Geral.......................................................................................................................................4
2.2 Específicos.............................................................................................................................4
3.0 METODOLOGIA......................................................................................................................5
3.1 Materiais.................................................................................................................................5
3.2 Métodos..................................................................................................................................5
4.0 REVISÃO DA LITERATURA.................................................................................................6
4.1 CULTURA................................................................................................................................6
4.2 PROBLEMAS DE GÉNERO....................................................................................................6
4.3 SIDA..........................................................................................................................................8
4.4 JUVENTUDE..........................................................................................................................10
4.5 RELIGIÃO..............................................................................................................................12
4.6 AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO EM AMBIENTES MULTICULTURAIS......................13
4.7 PSICOLOGIA E CULTURA EM MOÇAMBIQUE..............................................................14
5.0 CONCLUSÃO.........................................................................................................................16
6.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................17
1.0 INTRODUÇÃO

A cultura representa a identidade de um povo. Todas as sociedades têm uma cultura que
retrata seu modo de viver e, desta forma, suas especificidades são características marcantes que
revelam seus traços do mais simples ao mais complexo permitindo-nos conhecer e assim
estudarmos as diversas culturas.

"Todos os povos, mesmo os mais primitivos, tiveram e têm uma cultura, transmitida no
tempo, de geração a geração. Mitos, lendas, costumes, crenças religiosas, sistemas jurídicos e
valores éticos refletem formas de agir, sentir e pensar de um povo e compõem seu patrimônio
cultural. Em antropologia, a palavra cultura tem muitas definições.

Coube ao antropólogo inglês Edward Burnett Tylor, nos parágrafos iniciais de Primitive
Culture (1871; A cultura primitiva) oferecer pela primeira vez uma definição formal e explícita
do conceito: Cultura... é o complexo no qual estão incluídos conhecimentos, crenças, artes,
moral, leis, costumes e quaisquer outras aptidões e hábitos adquiridos pelo homem como
membro da sociedade."

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2.0 OBJECTIVOS

2.1 Geral
 Fazer uma revisão da literatura acerca da Cultura

2.2 Específicos
 Definir o conceito da cultura;
 Mencionar os elementos associados a SIDA e suas medidas de prevenção;
 Arrolar da cultura moçambicana e a nível do continente africano.

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3.0 METODOLOGIA

3.1 Materiais
Durante a realização do presente trabalho, de modo que os objetivos específicos descritos acima
sejam concretizados usou se os seguintes materiais:
 Papel A4;
 Bloco de notas;
 Esferográficas;
 Manual de consulta;
 Computador.

3.2 Métodos
O papel A4 e o bloco de notas nos foi útil para tomar algumas anotações com auxilio das
esferográficas, o manual de consulta foi muito importante para a realização do trabalho, pois foi
o mesmo que foi usado para extração da informação e por fim, a mesma foi compilada com base
num computador.

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4.0 REVISÃO DA LITERATURA

4.1 CULTURA

O conceito de cultura não é – e nunca foi – unânime. Quando um leigo se refere ao termo
cultura, ele geralmente tem em mente o conceito mais erudito, que levaria em conta apenas as
artes, as manifestações culturais de prestígio em uma sociedade: teatro, cinema, dança etc.
Poder-se-ia pensar também em fatos geográficos e históricos relevantes de uma sociedade, como
no termo alemão Landeskunde, a ser discutido mais adiante, que pode abarcar tantos aspectos da
chamada cultura subjetiva, quanto da cultura objetiva (fatos, números) (Butler-Fraser, 2005).

Butler-Fraser (2005) lista e analisa diversas teorias sobre o que seria cultura em sua obra
Linguistic Anthropology. A primeira veria a cultura como tudo aquilo que o ser humano produz
e que seria oposto à natureza. Cultura seria algo que os grupos humanos passariam para seus
descendentes. Franz Boas (1911, 1963) é um dos representantes desse grupo, pois ele via a
cultura como todas as ações do homem face à natureza e aos outros indivíduos. Para Boas, o ser
humano apreende o mundo sob a ótica de sua cultura, a famosa “lente” já citada anteriormente
que de alguma forma molda nossa visão de tudo o que vemos.

A segunda teoria, denominada de cognitiva, veria a cultura como uma síntese dos
conhecimentos que são compartilhados pelos membros de uma determinada sociedade e que lhes
servem de parâmetros para interagir entre si e também para apreender o mundo à sua volta
(Butler-Fraser, 2005).

4.2 PROBLEMAS DE GÉNERO

“Mulheres” como sujeito do feminismo Em sua essência, a teoria feminista tem


presumido que existe uma identidade definida, compreendida pela categoria de mulheres, que
não só deflagra os interesses e objetivos feministas no interior de seu próprio discurso, mas
constitui o sujeito mesmo em nome de quem a representação política é almejada. Mas política e
representação são termos polêmicos. Por um lado, a representação serve como termo operacional
no seio de um processo político que busca estender visibilidade e legitimidade às mulheres como
sujeitos políticos; por outro lado, a representação é a função normativa de uma linguagem que
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revelaria ou distorceria o que é tido como verdadeiro sobre a categoria das mulheres (Butler-
Fraser, 2005).

Para a teoria feminista, o desenvolvimento de uma linguagem capaz de representá-las


completa ou adequadamente pareceu necessário, a fim de promover a visibilidade política das
mulheres. Isso parecia obviamente importante, considerando a condição cultural difusa na qual a
vida das mulheres era mal representada ou simplesmente não representada.

Recentemente, essa concepção dominante da relação entre teoria feminista e política


passou a ser questionada a partir do interior do discurso feminista. O próprio sujeito das
mulheres não é mais compreendido em termos estáveis ou permanentes. É significativa a
quantidade de material ensaístico que não só questiona a viabilidade do “sujeito” como candidato
último à representação, ou mesmo à libertação, como indica que é muito pequena, afinal, a
concordância quanto ao que constitui, ou deveria constituir, a categoria das mulheres. Os
domínios da “representação” política e linguística estabeleceram a priori o critério segundo o
qual os próprios sujeitos são formados, com o resultado de a representação só se estender ao que
pode ser reconhecido como sujeito (Butler-Fraser, 2005).

Em outras palavras, as qualificações do ser sujeito têm que ser atendidas para que a
representação possa ser expandida.

Certamente, a questão das mulheres como sujeito do feminismo suscita a possibilidade de


não haver um sujeito que se situe “perante” a lei, à espera de representação na lei ou pela lei.
Talvez o sujeito, bem como a evocação de um “antes” temporal, sejam constituídos pela lei
como fundamento fictício de sua própria reivindicação de legitimidade. A hipótese prevalecente
da integridade ontológica do sujeito perante a lei pode ser vista como o vestígio contemporâneo
da hipótese do estado natural, essa fábula fundante que é constitutiva das estruturas jurídicas do
liberalismo clássico.

A invocação performativa de um “antes” não histórico torna-se a premissa básica a


garantir uma ontologia pré-social de pessoas que consentem livremente em ser governadas,
constituindo assim a legitimidade do contrato social. Contudo, além das ficções “fundacionistas”
que sustentam a noção de sujeito, há o problema político que o feminismo encontra na suposição
de que o termo mulheres denote uma identidade comum. Ao invés de um significante estável a

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comandar o consentimento daquelas a quem pretende descrever e representar, mulheres mesmo
no plural tornou-se um termo problemático, um ponto de contestação, uma causa de ansiedade.
Como sugere o título de Denise Riley, Am I That Name? (Sou eu este nome?), trata-se de uma
pergunta gerada pela possibilidade mesma dos múltiplos significados do nome (Butler-Fraser,
2005).

4.2.1 A ordem compulsória do sexo/gênero/desejo

Embora a unidade indiscutida da noção de “mulheres” seja frequentemente invocada para


construir uma solidariedade da identidade, uma divisão se introduz no sujeito feminista por meio
da distinção entre sexo e gênero. Concebida originalmente para questionar a formulação de que a
biologia é o destino, a distinção entre sexo e gênero atende à tese de que, por mais que o sexo
pareça intratável em termos biológicos, o gênero é culturalmente construído: consequentemente,
não é nem o resultado causal do sexo, nem tampouco tão aparentemente fixo quanto o sexo.
Assim, a unidade do sujeito já é potencialmente contestada pela distinção que abre espaço ao
gênero como interpretação múltipla do sexo (Butler-Fraser, 2005).

Se o gênero são os significados culturais assumidos pelo corpo sexuado, não se pode
dizer que ele decorra, de um sexo desta ou daquela maneira. Levada a seu limite lógico, a
distinção sexo/gênero sugere uma descontinuidade radical entre corpos sexuados e gêneros
culturalmente construídos. Supondo por um momento a estabilidade do sexo binário, não decorre
daí que a construção de “homens” aplique-se exclusivamente a corpos masculinos, ou que o
termo “mulheres” interprete somente corpos femininos. Além disso, mesmo que os sexos
pareçam não problematicamente binários em sua morfologia e constituição (ao que será
questionado), não há razão para supor que os gêneros também devam permanecer em número de
dois (Butler-Fraser, 2005).

4.3 SIDA

De acordo com Lyotard (2002) a SIDA é uma doença provocada pelo Vírus da Imunode-
ciência Humana (VIH). Este vírus é transmitido por contacto com uma pessoa infetada, contacto
este que pode ser por via sexual, através de contacto com sangue infetado, e da mãe para o lho
durante a gravidez, parto ou amamentação.

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O VIH (Vírus da Imunodeciência Humana) é um vírus que ataca e destrói o sistema
imunitário do nosso organismo, isto é, destrói os mecanismos de defesa que nos protegem das
doenças. Uma pessoa infetada pelo VIH revela-se progressivamente débil e frágil, podendo
contrair ou desenvolver infeções muito variadas e/ou mesmo certos tipos de cancro (Lyotard,
2002).

Este vírus pode permanecer “adormecido” no organismo durante muito tempo, sem
manifestar sinais e sintomas. Durante este período, a pessoa portadora do VIH é designada de
seropositiva e pode infetar outras pessoas se tiver comportamentos de risco. Ser seropositivo não
signica que se tenha sida, mas sim que foi infetada pelo vírus e que o seu sistema imunitário
começou a produzir anticorpos, os quais são detectáveis através da realização de uma análise de
sangue especíca.

Nos dias de hoje, existem medicamentos que ajudam a pessoa seropositiva a retardar o
aparecimento da Sida, conseguindo uma melhor qualidade de vida.

A Sida (Síndrome da Imunodeciência Adquirida) é uma doença causada pelo VIH (Vírus
da Imunodeciência Humana) e está relacionada com a degradação progressiva do sistema
imunitário, podendo ter vários anos de evolução. Uma vez instalado, o vírus invade e destrói um
certo tipo de células do sangue, que são responsáveis pela defesa do nosso organismo contra as
infeções. Pode ser diagnosticada quando aparecem doenças oportunistas (doenças que
normalmente não atacam o sistema imunitário saudável), quando determinadas análises clínicas
têm valores alterados ou quando se fazem análises especícas para a deteção do VIH (Lyotard,
2002).

4.3.1 Como se transmite o VIH

O vírus VIH encontra-se principalmente no sangue, no esperma, no líquido pré-


ejaculatório e nas secreções vaginais de pessoas infetadas. Assim, a transmissão do vírus só pode
ocorrer se estes -uídos corporais entrarem diretamente em contacto com o corpo de uma pessoa,
pela via sexual e/ou sanguínea (Lyotard, 2002).

4.3.2 Vias de transmissão:

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Sanguínea: Sangue (produtos e seus derivados); Sexual: Contacto sexual (líquido pré-
ejaculatório, esperma e secreções vaginais); Vertical: Mãe-Filho/a (durante a gravidez, parto e
amamentação) (Lyotard, 2002).

4.3.3 Como NÃO se transmite

O VIH não se transmite através de contactos sociais: aperto de mão; toque; abraço; beijo
social alimentos; água; espirros; tosse; picadas de insetos; utilização de piscinas ou de casas-de-
banho/sanitários (Lyotard, 2002).

4.3.4 Como prevenir o contágio do VIH

A infeção pode ser prevenida: utilizando o preservativo, masculino ou feminino, em todas


as práticas sexuais, que impliquem a passagem de fluídos corporais de uma pessoa para outra;
não partilhando objetos cortantes, agulhas ou seringas (Lyotard, 2002).

Na prática de sexo oral (cunnilingus – sexo oral feito à mulher) poderá ser utilizado a
banda de látex (Dental Dam) que deverá ser colocada sobre a área vaginal, evitando assim a
passagem de fluídos corporais de uma pessoa para outra. Outra opção, é utilizar o preservativo
masculino ou feminino. O risco de contágio de uma mãe seropositiva para o seu bebé pode ser
diminuído signicativamente realizando terapêutica adequada durante a gravidez e o parto e não
amamentando (Lyotard, 2002).

4.3.5 Como se sabe se está infetado

O diagnóstico a realizar é feito através de análises sanguíneas, especícas para o VIH. Esta
análise deteta os anticorpos que o sistema imunitário do organismo produz contra o vírus ou
mesmo o próprio vírus (Lyotard, 2002).

4.3.6 Quando é que se pode fazer o teste

É preciso respeitar o chamado “período de janela”, período este durante o qual não são
detetados quaisquer anticorpos ao VIH. Atualmente, existem dois testes disponíveis: Teste
rápido “picada no dedo” - 12 semanas (3 meses) após um contacto de risco Teste Western Blot -
6 a 8 semanas após um contacto de risco (Lyotard, 2002).

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4.4 JUVENTUDE

A juventude é o período de vida que normalmente ocorre entre a infância e a idade


adulta. De acordo com as disposições estabelecidas pelas agências das Nações Unidas
agências, para determinar exatamente quando o período de anos no qual a juventude acontece,
poderíamos dizer que ocorre entre 15 e 25, sendo, portanto, uma das etapas mais importantes
da vida de intrinsecamente definir a pessoa, seus interesses, seus projetos e suas relações com
o mundo ao seu redor (Meijer, 2002).

De acordo com Fraser (1991) sempre foi muito complexo tentar definir as idades e
fases do homem com termos definitivos ou parâmetros preestabelecidos. Isto pode ser
apreciado de forma mais acentuada no caso do conceito de juventude, já que tais elementos
variam em cada caso presente, por se tratar de uma fase de busca de identidade, com certa
desesperança ou desespero implícito, uma grande quantidade de energia e de entrada para o
mundo social independente.

No entanto, existem alguns elementos que podem nos ajudar a entender melhor sobre o
que é a juventude. Por sua parte, como já foi dito, a juventude é o tempo de vida quando se
começa a estabelecer sua identidade, a identidade que irá acompanhá-lo mais ou menos pelo
resto de sua vida. Aqui entram não apenas as formas de se mover, se comportar ou agir, mas
também todas as projeções, expectativas e sonhos que o indivíduo pode começar a moldá-las
para sua vida futura (Fraser, 1991).

Nesta fase as funções vitais atingem a sua plenitude e máximo desenvolvimento. É a


idade de ouro da vida, onde a energia e vitalidade são a característica principal, mas também a
mais exigente na preparação para a entrada no mundo adulto, tentando encontrar a própria
identidade, mas nem todo mundo acha a possibilidade de inclusão em um mundo cada vez
mais competitivo (Fraser, 1991).

A juventude é também a toma de consciência da necessidade de independência da


família, bem como a entrada ao mundo, composto por grande parte da sociedade.
Esta situação é certamente preocupante, pois envolve encontrar um equilíbrio entre as relações
parentais e familiares por sua parte, e as relações sociais e outros pela outra. Ao mesmo tempo,

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isso implica que o jovem deve começar a pensar seriamente sobre como, ou por quais métodos
podem se manter por si mesmos e conseguir “dar um jeito” para ter “o seu” e conseguem lidar
com o mundo da vida adulta (Fraser, 1991).

A juventude é lembrada por muitos dos indivíduos como uma das etapas mais bonitas e
interessantes da vida, mesmo com todos os seus contras. Isso é especialmente verdade porque
a juventude marca o tempo das amizades, da construção e dos relacionamentos duradouros, a
definição da nossa própria identidade, tomando posições sobre certos fatos e, finalmente, a
aquisição de certos níveis de maturidade emocional, intelectual e social (Fraser, 1991).

4.5 RELIGIÃO

A religião é geralmente definida como um sistema sociocultural de comportamentos,


práticas, moralidades, crenças, visões de mundo, textos considerados sagrados, lugares
santificados, profecias, ética ou organizações, que geralmente relacionam a humanidade com
elementos sobrenaturais, transcendentais e espirituais; no entanto, não há
consenso acadêmico sobre o que precisamente constitui uma religião (Ianni, 1988).

Diferentes religiões podem ou não conter vários elementos que vão desde o divino, coisas
sagradas, fé, um ser sobrenatural ou seres sobrenaturais ou "algum tipo de ultimidade
e transcendência que fornecerá normas e poder para o resto da vida".

As práticas religiosas podem incluir rituais, sermões, comemoração ou veneração (de


divindades e/ou santos), sacrifícios, festivais, festas, transes, iniciações, serviços funerários,
serviços matrimoniais, meditação, oração, música, arte, dança, serviço público ou outros
aspectos da cultura humana (Ianni, 1988).

As religiões têm histórias e narrativas que podem ser preservadas em escrituras, símbolos
e lugares sagrados, que visam principalmente dar sentido à vida. As religiões podem conter
histórias simbólicas ou metafóricas, que às vezes são consideradas verdadeiras pelos seguidores,
que também podem tentar explicar a origem da vida, o universo e outros fenômenos.
Tradicionalmente, a fé, além da razão, tem sido considerada uma fonte de crenças religiosas.

Há uma estimativa de 10 mil religiões diferentes em todo o mundo. Cerca de 84%


da população mundial é afiliada ao cristianismo, islã, hinduísmo, budismo ou alguma forma

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de religião popular. A demografia religiosamente não afiliada inclui aqueles que não se
identificam com nenhuma religião em particular, ateus e agnósticos. Embora os religiosos não
afiliados tenham crescido globalmente, muitos deles ainda mantêm várias crenças religiosas
(Ianni, 1988).

O estudo da religião compreende uma ampla variedade de disciplinas acadêmicas,


como teologia, religião comparada e estudos científicos sociais. As teorias da religião oferecem
várias explicações para as origens e o funcionamento da religião, incluindo os
fundamentos ontológicos do ser e da crença religiosos (Kumar, 1997).

4.6 AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO EM AMBIENTES MULTICULTURAIS

Ao longo dos últimos anos o tema da multiculturalidade tem sido amplamente analisado
quando se fala na gestão de pessoas e nos desafios da liderança. O termo multiculturalidade
significa, em sentido literal, uma multiplicidade de culturas presentes num mesmo espaço, que
implicam, necessariamente, o encontro de diferentes histórias, tradições, princípios e valores.
Há duas formas distintas de lidar com esta diversidade: responder aos choques culturais,
como uma barreira etnocêntrica, tornando a multiculturalidade numa fórmula de divisão entre
pessoas, ou gerir a diversidade de forma a torná-la numa experiência multicultural onde a troca
de princípios e valores de cada cultura envolvida conduza ao intercâmbio de ideias e
experiências, que promovam a inovação, a criatividade e o desenvolvimento, numa fórmula
multiplicadora de criação de valor para a sociedade e suas instituições (Geertz, 1989).
Economias em crescimento, como Angola e Brasil, vivem hoje, um dos mais acentuados
e estimulantes contextos de multiculturalidade da sua história. Desde o setor petrolífero,
passando pelo mercado financeiro, bancos, serviços, educação, indústria, agricultura, construção,
distribuição e outros, encontramos equipes constituídas e geridas por indivíduos das mais
diversas nacionalidades e é uma grande oportunidade para capitalizar o que há de melhor em
cada uma destas culturas.
A gestão multicultural implica, sobretudo, a consciência de que as diferenças culturais
existem e que podem ser estimulantes à criação de valor. Neste sentido, é essencial que se
promova o ajustamento cultural para lidar com a ambiguidade das situações e se procure agregar
todas as experiências, tendo a capacidade de reduzir os níveis de fricção cultural e os conflitos

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provenientes de modelos mentais culturalmente diferenciados. Só desta forma se terá a
possibilidade de atingir uma gestão multicultural, que seja sinónimo de compromisso e
desenvolvimento (Geertz, 1989).
Estes mercados encontram-se em pleno processo de desenvolvimento e cabe a todos os
gestores, sem exceção, a exigente tarefa de consolidação estratégica e busca de soluções
responsáveis que produzam sucesso e tornem as organizações mais competitivas neste contexto
multicultural (Lasch, 1983).
Será uma tarefa bastante exigente, já que a multiculturalidade obriga a uma constante
flexibilidade, polivalência e capacidade de adaptação à mudança, mas fazer parte deste processo
de desenvolvimento e ter a oportunidade de fazer a diferença, também será extremamente
aliciante e gratificante, inclusive porque os valores, a cultura, os comportamentos e a identidade
serão, por si só, elementos claramente distintivos e estratégicos (Lasch, 1983).

4.7 PSICOLOGIA E CULTURA EM MOÇAMBIQUE

Moçambique pode ser pensado como sendo uma bela donzela ou um belo adolescente na
fase da puberdade, com todas as suas mutações lógicas e (i)lógicas, conscientes e inconscientes,
ou melhor, na fase da adolescência, diríamos que a donzela e o adolescente estão numa fase
(i)rracional, com várias nuances e desempenhando vários papéis no seu quotidiano rumo a uma
identidade que naturalmente não se quer linear e vertical, mas sim, complexa, curiosa, flexível,
elástica, horizontal e diferente na sua diversidade (Savage, 2009).
A Psicologia actual pode ser vista como sendo a ciência do comportamento e dos
processos mentais, mas, outrora ela foi pensada como sendo o estudo da alma, do espírito, da
mente e da consciência. Qual destas nuances melhor se enquadra no contexto moçambicano? A
nuance da psicologia de ‘faz de conta’, não diríamos fake, mas sim, ‘agimos’ na nuance da
psicologia do comportamento e dos processos mentais, mas pensamos e vivemos na
espiritualidade, cuidamos e acarinhamos os nossos espirítos, os nossos antepassados, cuidamos
das almas. Enquanto uns têm médico de família, nós temos médicos tradicionais de família,
temos os corpos com 111 ou 1111, temos os corpos embelezados pelas lâminas, mas as roupas
nos modelos ocidentais feitas a capulana cobrem.
Segundo Savage (2009), a psicologia moçambicana que deve espelhar os anseios
diversificados da donzela e do adolescente, ela se faz a partir dos significados, das percepções,

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dos pensamentos, dos sentimentos, das espiritualidades, das culturalidades, das emoções, das
tradições, dos mitos, dos tabus, das crenças, ou seja, o lugar da localidade (o local) na análise da
donzela e do adolescente, o que significa ser moçambicana e ser moçambicano para os locais, e
que significado tem os não locais sobre esta forma de ser, estar e fazer em Moçambique.
Como operacionalizar a psicologia moçambiana, num contexto diverficado, simples e
complexo, num contexto de várias línguas nacionais, de várias culturas, de várias etnias, de
várias tribos, de gastronomia rica, da mucapata, da mucinka, do tufo, do mapiko, do yao, da
marrabenta, das capulanas, das rainhas, das donas do vale do Zambeze, mas também dos ghules,
o que seria psicologia aqui neste país da donzela e do adolescente (Sposito, 1997).
 No processo de renascimento cultural, espiritual e mental, precisamos participar de uma
‘cerimónia tradicional’ para nos despirmos dos nossos preconceitos, para termos uma
open mind e não close mind;
 Aceitar que o país é livre na sua elasticidade e dimensão mental, cultural e territorial;
 Aceitar e perceber com base nos ethos local que o país é diferente e deve ser assim
pensado e percebido de forma open;
 Encontrar o belo nas tribos, no lugar de tranforma-lá num jargão;
Portanto, a psicologia moçambicana não é inside the box, mas sim, out of the box, ou
seja, elástica e diversificada, pois, psicologicamente as pessoas são diferentes e por meio da
comunicação, da socialização, da cultura, do comportamento, elas passam a criar um eu social,
que não substitui eu local, real e pessoal (Sposito, 1997).

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5.0 CONCLUSÃO

Podemos concluir que a cultura possui caráter transversal, pois perpassa diferentes
campos da vida cotidiana. Além disso, o termo é utilizado em áreas multidisciplinares de
conhecimento, o que amplia o leque de possibilidades de compreensão da cultura. As interações
entre pessoas são sim marcadas e muitas vezes norteadas pelo seu background cultural, como
vimos anteriormente, mas também há outros níveis de análise a serem levados em consideração
quando se aborda um tema que parece ser culturalmente marcado como o humor.

Cultura está ligada com tudo o que o homem produz, faz e pensa. Ações, hábitos,
crenças, valores, pensamentos e as relações que temos com tudo e todos que nos cerca. A Cultura
é a nossa vida. Todos os nossos movimentos, costumes, gestos e modo de viver serão também a
nossa cultura. Cultura é o povo, é uma mistura de raça.

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6.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Butler-Fraser”. Revista Gênero, Nuteg, v. 4, n. 1. Disponível em: http://


www.portalfeminista.org.br/ artigo.phtml?obj_id=1390&ctx_cod=5.2. Acesso em: 23
jan. 2005.
2. FRASER, Nancy; NICHOLSON, J. Linda. “Crítica social sin filosofía: un encuentro
entre el feminismo y el posmodernismo”. In: NICHOLSON, J. Linda (Org.). Feminismo/
posmodernismo. Buenos Aires: Feminaria Editora, 1992. p. 7-29. HEIDEGGER, Martin.
Carta sobre o humanismo. São Paulo: Editora Moraes, 1991.
3. GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e
Científicos, 1989.
4. IANNI, Otávio. Dialética e capitalismo: ensaio sobre o pensamento de Marx. Petrópolis,
RJ: Vozes, 1988.
5. Kumar, K. (1997). Da sociedade pós-industrial pós-moderna (pp. 78-158). Rio de janeiro:
Jorge Zahar.
6. Lasch, C. (1983). A cultura do narcisismo. Rio de Janeiro: Imago.
7. LYOTARD, Jean-François. A condição pósmoderna. Rio de Janeiro: José Olympio
Editora, 2002.
8. MEIJER, Irene; PRINS, Baukj. “Como os corpos se tornam matéria: entrevista com
Judith Butler”. Revista Estudos Feministas, v. 10, n. 1, 2002. Também disponível em:
http:// www.portalfeminista.org.br/ artigo.phtml?obj_id=1118&ctx_cod=5.1. Acesso em:
18 de abril de 2023.
9. Savage, J. (2009). A criação da Juventude. Rio de Janeiro: Rocco.
10. Sposito, M. P. (1997). Estudos sobre juventude em educação. Revista Brasileira de
Educação, (5), 37-52. Disponível em:
http://www.anped.org.br/rbe/rbedigital/RBDE05_6/RBDE05_
6_06_MARILIA_PONTES_SPOSITO.pdf. Acesso em: 19 abril 2023.

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