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Inovando Na Gestão de Projetos
Inovando Na Gestão de Projetos
de Projetos
Conteudista/s
Esther Carvalho (conteudista, 2023).
Enap, 2023
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Diretoria de Desenvolvimento Profissional
SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF
Sumário
Módulo 1: Jornada de Conhecimento .................................................................... 6
Note que todos esses pontos no futuro têm aspectos em comum, como a necessidade
de mínimo entendimento, organização e gestão para se realizar.
Mas, no mundo de hoje, está cada vez mais desafiador seguir um roteiro, certo?
E foi levando em consideração essa situação que foram mapeadas as principais dificuldades
enfrentadas pelos gestores de projetos nos últimos anos. Veja algumas delas abaixo:
São problemáticas como essas que este curso se propõe a resolver, ou minimamente
mitigar – mas não se esqueça de fazer a sua parte e pôr em prática os conhecimentos
compartilhados aqui, certo?
Neste curso, você vai encontrar um conjunto essencial de conceitos, boas práticas,
recursos e aplicações do guia PMBOK, que está em sua 7ª edição e é referência
mundial quando o assunto é gestão de projetos. Esperamos que ele seja útil para o
seu aprendizado e desenvolvimento nessa área tão importante.
1 Jornada de Conhecimento
Na Unidade 2 você terá contato com aspectos relativos a uma brusca mudança de
paradigmas, como a nova declaração de princípios e domínios de desempenho,
que capturam e resumem diretrizes de múltiplas aplicações para guiar o novo
gestor do século XXI.
Bons estudos!
Objetivo de aprendizagem
Para que você compreenda o propósito para o qual o termo “projetos” foi criado,
veja, a seguir, as conceituações mais utilizadas:
Portanto, para ser considerado projeto, a sua iniciativa precisa atender a esses dois
critérios. Saber reconhecer essas particularidades é fundamental para que seja
possível fazer o enquadramento correto e evitar confundir o termo “projeto” com
outros similares. Ou seja, conhecendo essas características, o profissional evita
confundir “projeto” com portfólios, programas, processos ou operações, já que cada
um desses tem características e propósito distintos.
Exemplos de projetos.
Fonte: Adaptado de Freepik (2023). Elaboração: CEPED/UFSC (2023).
• desenvolvimento de um produto;
Agora que você compreendeu a base do conceito de projeto, será mais fácil assimilar
melhor do que se trata a área de gestão de projetos. E, seguindo os exemplos
acima, veja: em todos os casos houve um processo que possibilitou transformar o
que antes eram ideias em resultados.
Uma visão mais expressiva dos projetos no mundo de hoje diz respeito ao fato de
estes serem importantes elementos de integração dos vários esforços (gerentes,
analistas, especialistas etc.) existentes numa organização. Essa integração
intersetorial baseia-se na descentralização vertical, favorecendo o estreitamento
entre áreas estratégicas com as operacionais em processos decisórios.
Cada vez mais a área de gestão de projetos tem sido utilizada com o objetivo de
sincronizar os diferentes níveis organizacionais em um fluxo contínuo de
entrega de valor. E esse enfoque dado à cadeia de valor muda a perspectiva que se
tinha até então acerca dos portfólios, programas e projetos, os quais agora devem
compor um sistema integrado e orientado a resultados metrificáveis na vida dos
usuários finais, que se chama modelo pró-valor.
Vale ainda dizer que todo o conhecimento sobre projetos nos dias de hoje vem
alicerçado no uso mais intensivo de tecnologia, que, entre as inúmeras vantagens
possíveis, envolve a possibilidade de gerar relatórios precisos, por meio da
extração, tratamento e interpretação de dados, transformando-os em informações
valiosas e facilmente comunicáveis pelos gestores de projetos, os quais interagem
diretamente com os problemas.
Nesse ponto, é fundamental refletir acerca das reais atribuições que os gestores
de projetos desempenham face aos novos problemas que as organizações
buscam resolver, sobretudo no contexto da transformação digital, onde fica ainda
mais evidente que o gestor deve saber suportar processos decisórios da alta
administração, que em muitos casos desconsidera incertezas inerentes a cenários
de constantes mudanças, sobre os quais não temos domínio.
Até os dias de hoje, gestores de projeto são remunerados para apenas suportarem
processos decisórios, apesar de raramente participarem deles, mesmo, em muitos
casos, já tendo ciência do fracasso logo no início.
Isso significa que a área de gestão de projetos tem evoluído para um novo patamar
muito mais desafiador.
• Portfólios da Governança;
• Programas de Iniciativas;
• Projetos em Andamento;
• Processos Cadenciados.
Perceba que existe uma cadeia de valor que precisa ser mapeada e expandida
para impactar mais positivamente a vida dos stakeholders. E os projetos são meios
estratégicos de viabilizar isso, por meio de um fluxo contínuo de entregas.
Um pouco de história....
1960-1980
1990
Veja na figura abaixo a mudança disruptiva que foi trazida pela 7ª edição do guia
PMBOK, publicado em 2021, em comparação com a 6ª edição, de 2017.
É importante dizer que existem diversos projetos com necessidades que extrapolam
as áreas de conhecimento elencadas na imagem anterior, e outros que não
requerem tanta sofisticação. Por isso, na 7ª edição o guia respalda também uma
abordagem mais flexível da gestão de projetos, como uma alternativa para a
abordagem preditiva que era a única adotada no guia PMBOK 6ª edição até então.
É importante lembrar, no entanto, que a abordagem prescritiva não foi
substituída e continua em vigor para apoiar gestores de projetos que operam
em ambientes de maior previsibilidade e estabilidade.
Como você pode perceber, novos modelos de trabalho têm impulsionado cada
vez mais a inovação organizacional, que implica na incorporação de novas
abordagens para gerenciar projetos, as quais têm dado maior enfoque na
entrega de valor, para além de resultados. Muitas mudanças aconteceram
no raiar da virada do milênio e foram expressivamente aceleradas durante e
após a pandemia. São circunstâncias que têm feito especialistas reconsiderarem
perspectivas que apoiem a evolução do guia PMBOK, a fim de mantê-lo atualizado
e sincronizado com as necessidades e aspirações contemporâneas.
Sabe-se que uma organização não prospera fazendo apenas as coisas que lhe são
atribuídas da forma certa, ou seja, sendo eficiente. Agora, mais do que nunca, é preciso
investir na eficácia, ou seja, é a hora dos resultados. Portanto, neste tópico, você
irá conhecer as duas ondas de gestão de projetos, que surgiram na contramão dos
processos de trabalho alicerçados nos princípios tayloristas do início do século passado.
Aqui você pode ver uma nova configuração que emerge no ímpeto dessa transição
para a segunda onda em gestão de projetos, que nomeamos modelo de gestão
pró-valor, cujo principal objetivo, em se tratando de gerenciar projetos, evolui
para além do “combinado”, ou seja, projetos entregues dentro do prazo, escopo e
orçamento previstos. O foco deixa de ser a gestão de processos e passa a ser gestão
para resultados, que deve se traduzir em benefícios e valor.
E o fato mais interessante é que, apesar de alguns desses profissionais terem passado
a última década evoluindo seus próprios métodos e ferramentas, na ocasião, eles
não estavam interessados em debater qual de suas metodologias era a melhor.
Evidência disso é que no documento que foi elaborado naquele encontro não
há vestígios de práticas, metodologias ou ferramentas específicas. E isso não
foi acidental, pois para que uma nova forma de trabalho se estabelecesse, novos
comportamentos se faziam necessários.
Os quatro valores:
1. Indivíduos e interações, mais que processos e ferramentas.
2. Produtos em funcionamento, mais que documentação abrangente.
3. Colaboração com o cliente, mais que negociação de contratos.
4. Responder às mudanças, mais que seguir um plano.
A Abordagem Adaptativa.
Fonte: Freepik (2023).
Por serem novos formatos de gestão flexíveis às mudanças e que otimizam a inovação
organizacional, o ideal é aplicar no seu projeto todos os recursos e conceitos
disponíveis sempre com conhecimento de causa e olhar de adaptabilidade.
Para viabilizar resultados efetivos é preciso reconhecer que é necessário um modelo
que reaja rapidamente às mudanças, sem ficar preso a processos antigos e “boas
práticas” enraizadas.
Abordagem Preditiva
Imagine que você queira comprar uma casa simples e procura uma
construtora para ajudá-lo com isso. Um consultor lhe apresenta um portfólio
de modelos populares que já foram construídos muitas vezes antes, e você
escolhe a casa X do catálogo que atende às suas necessidades. Depois disso,
o consultor prepara um contrato e o escopo do projeto é fechado - o que
significa que nada mudará durante o desenvolvimento do projeto.
Nesse caso, você não precisa estar presente durante a construção nem
acompanhar de perto o trabalho da equipe técnica ou do engenheiro. Tudo
Abordagem Adaptativa
Imagine que você queira criar um aplicativo on-line para ajudar mulheres
que sofrem violência doméstica. O aplicativo deve permitir denúncias
on-line e fornecer informações úteis sobre seus direitos perante a lei. No
entanto, você não conhece o suficiente a realidade dessas mulheres para
definir o escopo do projeto. Você não sabe ainda quais funcionalidades
serão necessárias para que o aplicativo seja realmente útil para elas. Se o
aplicativo não for útil, não será usado e todo o esforço, recursos e tempo
investidos no desenvolvimento do projeto serão em vão.
Abordagem Híbrida
Vamos imaginar que você está procurando uma casa e tem gostos bem
específicos. Então, você vai até uma construtora e propõe algo diferente:
uma etapa anterior à construção propriamente dita, na qual você trabalha
com um arquiteto para projetar uma casa personalizada que atenda
exatamente aos seus desejos. Nessa etapa, você participa ativamente, dando
feedbacks, sugerindo alterações e adicionando elementos de acordo com
suas preferências. Esse processo é chamado de abordagem adaptativa, pois
a construtora não tinha certeza do escopo completo, já que seus gostos são
bastante distintos. A ideia é garantir que o projeto atenda perfeitamente às
suas necessidades antes mesmo de começar a construção.
Inovações em Paralelo
Você chegou ao final desta Unidade de estudo. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o
conteúdo e se aprofunde nos temas propostos. Até a próxima!
LEMAY, Matt. Agile para todos: criando empresas rápidas, flexíveis e com foco no
cliente. São Paulo: Novatec, 2019
Para que você possa alinhar suas entregas com a velocidade e as exigências do
mundo atual, você verá não só conceitos e ferramentas, mas também algumas
reflexões sobre o papel dos gestores nas transformações necessárias.
Mas, afinal, você deve fazer certo as coisas, ou fazer as coisas certas?
Eficiência ou eficácia? Qual das duas você tem dado prioridade nas suas ações na
área de projetos?
Produtividade Processualidade
Linearidade Exponencialidade
Simplicidade Complexidade
Reprodutibilidade Criatividade
Trabalho Ócio
Até a versão anterior, de 2017, o guia PMBOK seguia uma abordagem prescritiva,
onde os gestores eram guiados através de um passo a passo para realizar cada
processo (iniciação, planejamento, execução, acompanhamento e fechamento).
No entanto, houve uma mudança significativa na edição mais recente, de 2021. Agora,
o guia valoriza mais as relações humanas e outros fatores que garantem uma entrega
de valor superior. Com essa mudança, a rigidez dos processos foi reduzida e os gestores
têm mais liberdade para adaptar as práticas às necessidades específicas do projeto.
Logo, quando em sua 7ª edição o guia muda o foco de processos prescritivos para
relações humanas, naturalmente se desenvolve um ecossistema mais favorável
para que as pessoas se envolvam e contribuam com maior comprometimento na
direção dos objetivos do projeto. É a primeira vez em que o guia não se configura
como um manual, pois ao invés disso é dado ao gestor uma orientação para que
ele possa decidir o que será feito no projeto.
A seguir, você verá mais detalhadamente sobre a divisão do Guia PMBOK 7ª ed. em
princípios e domínios de performance.
DOMÍNIOS DE PERFORMANCE
A seguir veja uma breve descrição dos 8 domínios de desempenho essenciais para
a entrega de valor.
8. Incerteza – esse domínio diz respeito a uma variável cada vez mais expressiva
nesta era. Logo, ela propõe uma postura proativa à incerteza por parte de todos
os membros da equipe de projeto, no que diz respeito a nossa capacidade de
antever ameaças e oportunidades, incorrendo em uma clara conscientização
da interdependência de múltiplas variáveis que afetam o projeto.
Com base nos princípios e domínios elencados, você pode perceber o nível de
responsabilidade que os gestores de projetos têm hoje ao assumir a frente de uma
iniciativa, qualquer que seja. Isso porque o novo paradigma que rege a gestão
de projetos parte do desenvolvimento de uma nova mentalidade, a qual deve
estar centrada na entrega de valor.
Como você pode ver, o modelo pró-valor de gestão sugerido neste conteúdo acopla
uma gama de conceitos que precisam estar no radar do gestor de projetos. Além
disso, essa mudança brusca de paradigmas nos faz refletir sobre as novas lógicas
em que o mundo está operando, enfatizando que uma boa gestão de projetos
parte da auto-observação, ou seja, de sair do piloto automático para gerir de forma
consciente e mais flexível às mudanças.
Tailoring
A premissa da personalização.
Fonte: Freepik (2023).
Equipe enfrentando
problemas e
Explore as causas raiz para saber se há falhas
riscos imprevistos que
relativas aos processos ou às atividades do projeto.
exigem a resolução
imediata
Que bom que você chegou até aqui! Agora é hora de você testar seus conhecimentos.
Então, acesse o exercício avaliativo que está disponível no ambiente virtual. Bons estudos!
Quer sejam conceitos, ferramentas ou boas práticas, tudo que apoia o gestor na
construção de um projeto pode ser considerado recurso. E neste módulo você
irá conhecer alguns instrumentos essenciais à sua jornada, para que você possa
selecionar, utilizar e adaptar conforme sentir necessidade.
Objetivo de aprendizagem
Ao final da unidade, você será capaz de reconhecer por que a 7ª edição do guia PMBOK
enfatiza que os projetos estão à serviço da estratégia.
Para iniciar o estudo desta seção, perceba como ao longo do tempo, os gerentes de
projetos mudaram o enfoque de suas abordagens:
Fazendo uma breve reflexão à luz do que preconiza o PMBOK nesta 7ª edição, pode-se
chegar à conclusão de que de nada adianta possuir um MBA em Gestão de Projetos,
dominar softwares de gerenciamento de projetos, como Microsoft Project, ou ser
especialista em métodos específicos, se o gestor não souber aplicá-los de maneira
adequada, no momento certo e da forma correta. Essa reflexão é fundamental para
que você possa ser mais assertivo e orientado à adaptabilidade.
Estilos de liderança
Nos dias de hoje, valoriza-se cada vez mais o gestor que consegue se colocar como
um verdadeiro líder, alguém capaz de enfrentar os desafios em conjunto com a
equipe. Para ser um líder de sucesso, é preciso ter uma abordagem mais humana
e se concentrar em construir relacionamentos positivos. Não se trata apenas de
exercer autoridade, mas sim de engajar e reconhecer como a sua posição no mundo
impacta a vida dos outros ao seu redor.
Como fica evidente, a gestão precisa ser vista como um exercício de liderança, um
processo contínuo de descoberta que visa resolver conflitos e disfunções dentro
das equipes, por meio de estratégias eficazes que fortalecem a relação entre
líderes e liderados, criando um ambiente de benefício mútuo. Além disso, o líder
que busca promover o protagonismo de cada membro da equipe deve se esforçar
para dar significado ao trabalho realizado e para quem o realiza, a fim de manter
todos engajados e motivados.
Vale dizer que entre os perfis extremos de líder herói e líder situacional, também
existem diversas formas e possibilidades de exercer a liderança, não existindo um
estilo garantidor de que o projeto logrará êxito.
Como você pode notar, para que a inovação aconteça de forma fluida e traga mais
resultados concretos, é importante assumir uma postura de líder situacional:
quando se permite explorar e navegar entre os diversos estilos de liderança possíveis,
aliando visão e sensibilidade para reconhecer o que é melhor para cada momento,
time e desafio. Essa dinâmica traz uma nova perspectiva de horizontalidade e
colaboração para dentro das equipes.
É fato que o líder não precisa se preocupar em ser o produtor, mas de fazer mais
através das pessoas. Ele deve reconhecer que não faz nada sozinho, e, tendo essa
consciência, se torna muito mais fácil mobilizar as pessoas em torno de um objetivo
comum. Então é essencial que ele reflita sobre o quanto quer ajudar, contribuir e
servir, focando sempre em inspirar e engajar seus liderados, ao invés de recorrer às
antigas práticas de autoritarismo e coerção.
Mas antes de detalhar mais esse estilo de liderança que está bastante em voga, veja
um pouco mais sobre outros estilos de liderança.
E caso ainda tenha ficado alguma dúvida acerca dos aspectos que diferenciam as
habilidades técnicas das habilidades sociocomportamentais, veja na tabela a seguir
alguns dos principais parâmetros de diferenciação:
Alguns sinônimos: hard skills, habilidades Alguns sinônimos: soft skills, habilidades
operacionais, habilidades objetivas e tangíveis. sociorelacionais, habilidades subjetivas e intangíveis
Por isso, uma dica é você se profissionalizar cada vez mais na área e assumir esta carreira
como a sua segunda profissão. Afinal, tudo na vida é gerir projetos, mas nem todo
projeto que gerimos é bem-sucedido. Chegou a hora de repensar os seus processos de
trabalho e de desenhar planos mais factíveis, com vistas a organizar rotinas muito mais
produtivas e, consequentemente, alcançar resultados cada vez mais satisfatórios.
Essa migração apresenta desafios que devem ser levados em conta. Embora não seja
um processo simples, é importante entender as diferentes experiências e relatos
sobre essa mudança. Ou seja, é importante considerar as inseguranças, dúvidas,
limitações e dificuldades que as pessoas enfrentam ao realizar atividades que antes
eram feitas presencialmente.
Nos últimos anos, a gestão de mudanças tem ganhado destaque e vem sendo
aprimorada e estruturada devido à sua importância nas organizações que buscam
desenvolver estratégias centradas no ser humano. No entanto, o desenvolvimento
de uma metodologia que norteie as ações-chave deve ser sempre personalizado de
acordo com a mudança em si, dadas as suas características únicas e específicas.
Afinal, será que as pessoas são mesmo resistentes a mudanças? Ou será que elas
não percebem as vantagens, benefícios e conveniências que essas mudanças
proporcionarão na vida delas?
Resistência a Mudanças.
Fonte: Freepik (2023). Elaboração: CEPED/UFSC (2023).
O ADKAR é uma metodologia que pode ser muito útil para tornar as mudanças
mais bem-sucedidas. Ele ajuda a estruturar e dar ritmo a um processo de mudança
eficaz. Segundo o modelo ADKAR, a mudança em qualquer contexto coletivo, seja
em pessoas, negócios, governo ou comunidade, sempre começa com a perspectiva
individual. Portanto, envolver as pessoas nessa jornada é essencial para alcançar
os resultados desejados.
Essas são as cinco fases, que são identificadas como partes de um processo de
mudança, e que precisam ser seguidas nessa sequência lógica de implantação.
É importante, ainda, dizer que o guia PMBOK em sua 7ª edição sugere esse modelo,
para que gestores procedam com processos de mudança mais efetivos.
Abordagem Adaptativa
A abordagem adaptativa é mais flexível e não exige a conclusão total do
plano do projeto antes de iniciar a execução, sendo dividida em ciclos curtos
de iteração. O objetivo é incorporar constantemente o feedback do usuário
final para o produto em desenvolvimento. Essa abordagem é mais adequada
para solucionar problemas conhecíveis, que requerem informações do
futuro e experiências sensoriais para serem resolvidos.
Certamente você já deve ter notado que é fundamental realizar uma análise minuciosa
das particularidades de cada projeto que será executado e, a partir disso, determinar
qual é o momento adequado para empregar cada uma das abordagens disponíveis,
ou mesmo combiná-las em um roteiro gerencial híbrido, quando fizer mais sentido.
Veja a seguir as principais diferenças entre as duas abordagens na tabela:
Escopo: prevê o futuro com base no passado, Escopo: a base não é o passado, é necessário
por meio de referências. testar e validar hipóteses.
Burocrática: controlar sempre, para Simplista: fazer algo simples e fazer ajustes
alcançar o objetivo pretendido. quando necessário.
Entrega: entrega de uma só vez, com data Entrega: entregas cíclicas para coleta de
predefinida. feedback e ajustes periódicos.
TERENTIM, G. ADKAR Model: O segredo para que uma mudança alcance o sucesso.
[s.l.]: [s.n.], 2018. Disponível em: https://cdn.evg.gov.br/cursos/525_EVG/scorm/
modulo03_scorm01/scormcontent/assets/0YLVL_iH-aEy-_M6_ykyvwaOk1muUBgpJ-
EBOOK%20-%20Adkar.pdf. Acesso em: 15 mai. 2023.
Objetivo de aprendizagem
Ao final do estudo desta unidade, você será capaz de esclarecer sobre modelos, métodos
e artefatos utilizados mundialmente no desenvolvimento de projetos.
• Design de Serviços;
• Design Instrucional;
• Design de Interações;
• Design de Processos;
• Design de Produtos;
• Design de Gráficos;
• Design Organizacional.
Como você pode perceber, não é à toa que o design está sendo cada vez mais
incorporado em diversos outros contextos organizacionais, como no desenho de
processos para torná-los mais funcionais, intuitivos e inteligentes. Por isso, o design
aplicado à gestão de projetos configura uma nova abordagem de trabalho, porque
parte da premissa de criar algo para resolver o problema de alguém. Em outras
palavras, o design traz o fator humano para o centro.
Veja outra definição bastante simples e que resume bem o conceito do design:
O método de gestão que você verá agora foi construído através da lente do
design e combina algumas das ferramentas mais inovadoras da atualidade, todas
organizadas em um ordenamento lógico e sequenciado para você já começar a
realizar. O método pode ser representado visualmente por meio do duplo diamante
do Design Thinking e acopla toda a jornada de desenvolvimento de um projeto, que
vai da concepção à entrega. Veja abaixo:
Duplo Diamante.
Elaboração: CEPED/UFSC (2023).
Então, para dar seguimento ao roteiro para ação, é preciso esclarecer um pouco
mais sobre a importância de utilizar ferramentas nos projetos. E isso deve-se ao fato
de que cada etapa do projeto vai pedir atividades práticas, e é nesse contexto que
esses recursos se tornam indispensáveis, sendo os únicos meios de tangibilizarmos
todas as nossas ideias, informações e marcos. Saiba mais a seguir:
Pode parecer óbvio, mas muitas vezes não é o que acontece na prática. Isso porque
um dos dilemas mais recorrentes nos ambientes organizacionais é justamente
o de muita iniciativa e pouca acabativa. Fato é que diante desse cenário
frustrante as pessoas estão cada vez mais ávidas e sedentas por ferramentas,
que são recursos tangíveis capazes de conduzir até o objetivo de maneira muito
mais funcional, cadenciada e eficaz.
Como você pode perceber, o principal valor das ferramentas se concentra no seu
fator transponível. E se você quiser inovar em projetos, é necessário processos cada
vez mais práticos e visuais para organizar ideias e gerenciar o fluxo de informações
que emergem ao longo do percurso, visando manter os esforços da equipe nos
rumos certos. Desse modo, você estará assegurando que as tarefas sigam sempre
avançando e jamais retornando, ou mesmo que sejam esquecidas.
Que tal integrar agora os conhecimentos sobre design e ferramentas que você
viu até aqui? Você poderá compreender essa integração a partir da representação
do duplo diamante. Na figura a seguir, você pode ver como são distribuídas as ações-
chave e algumas ferramentas de apoio para cada etapa no método projetual.
Agora, você terá acesso a um método de gestão de projetos elaborado por meio da
lente do design e organizado no duplo diamante. É um roteiro para ação simplificado,
afinal, o próprio guia PMBOK nesta 7ª edição dá a “licença poética” de elaborar o
próprio modelo de gerenciamento, em função das infinitas possibilidades que estão
à disposição em termos de ferramentas, frameworks e boas práticas.
Para iniciar um projeto nesta proposta de método, você irá começar pelo primeiro
diamante. Nesse primeiro momento, você estará realizando um diagnóstico e
entendimento contextual do projeto.
• Matriz CSD;
• Mapa do Problema;
• Mapa da Empatia.
• Relatórios.
• Canvas de Projeto;
• Plano de Ação.
Validação e Experimentação
Para testar pequeno, rápido e barato, algumas ferramentas são muito úteis
antes de partir para uma solução mais robusta e cara. É o caso das ferramentas:
• Canvas de MVP;
• Matriz de Feedback.
Nas videoaulas a seguir, você terá acesso a um método que irá esclarecer melhor a
aplicação das ferramentas no processo do duplo diamante do design. A explicação
está dividida em três momentos: a apresentação da metodologia; o foco no primeiro
diamante; e o foco no segundo diamante. Assista!
Em todo caso, sempre teste e valide a sua hipótese de solução antes de tomar
decisões que impliquem em um grande investimento de tempo, recursos e
dedicação. E como você já deve saber, os projetos digitais são caracterizados por
um alto nível de incerteza e complexidade. Por isso, na transformação digital, é
preciso fomentar uma cultura de experimentação e melhoria contínua, a fim de
entregar valor através dos novos softwares.
Então, se você tem interesse em descobrir o que significa OKRs, MVP, Canvas, entre
outras ferramentas baseadas na inovação em projetos, este material foi projetado
para você, pois oportuniza a implementação de um modelo de gestão muito mais
flexível e, portanto, mais assertivo. Por isso, além de lhe ajudar a dar os contornos
necessários ao dia a dia, também é um convite para você repensar o seu atual
formato de gestão e processos de trabalho.
E, claro, para criar processos e rituais diários, é preciso ampliar o repertório de ferramentas,
porque são elas que ajudam na organização da rotina, que deve ser focada em realizar.
O conteúdo a seguir irá guiá-lo em como navegar nestas quatro macro etapas, com o
auxílio de uma gama de ferramentas, recursos e dinâmicas que foram projetadas para
serem realizadas em equipe. Veja, agora, o pack essencial para Gestão de Projetos:
1. Mapa do Problema
#diagnosticar #contextualizar #decidir
Como usar: para essa ferramenta, você deve responder a uma série de
perguntas norteadoras, que deve ser seguida na sequência lógica proposta
a fim de obter mais qualidade no levantamento. É importante também
Mapa do Problema.
Fonte: Gino Terentim (2020). Elaboração: CEPED/UFSC (2023).
5) Lembre-se de que esse pode ser um problema importante, mas que não
conversa com a sua estratégia organizacional.
2. Mapa da Empatia
#contextualizar #expandir a visão #aprofundar
Mapa da Empatia.
Fonte: Dave Gray (2017). Elaboração: CEPED/UFSC (2023).
3. Brainwriting
#cocriar #idear #expandir a visão
Dinâmica Brainwriting.
Elaboração: CEPED/UFSC (2023).
4. Matriz CSD
#contextualizar #expandir a visão #diagnosticar
Matriz CSD.
Elaboração: CEPED/UFSC (2023).
5. Canvas de Projeto
#coletar percepções #planejar #organizar
1
4 8 9 7
10 11 12
3
6
Canvas de Projeto.
Fonte: Leandro e Vieira (2018a).
1ª seção é a do objetivo, aqui você deve ser bem claro e sucinto e evitar
usar o famoso objetivo SMART, porque pode confundir as pessoas que
participam do workshop e não conhecem esse formato. Esse canvas tem
um propósito bem definido: trazer simplicidade ao processo.
10ª seção entregas diz respeito às atividades que já foram concluídas e, por
isso, devem estar registradas para fins de gestão do fluxo de projeto, que
tem uma série de marcos. É importante dizer que há uma correlação direta
entre as entregas, datas e investimento.
11ª seção é a de datas. Trata dos prazos de início e conclusão de cada entrega,
e por isso deve ser preenchida concomitantemente ao que chamamos de
tríade do acompanhamento do projeto, sendo composto por: entregas,
datas e investimento, dada a correlação.
Como fazer: uma maneira altamente eficaz de criar esse material de forma
colaborativa é por meio de um pitch, uma abordagem amplamente utilizada
para descrever de forma concisa e objetiva a essência do projeto. Para isso, é
recomendado convocar um workshop com a participação de pessoas capazes
de contribuir positivamente nessa construção, valorizando a diversidade
de experiências e conhecimentos multidisciplinares, uma vez que essas
circunstâncias costumam gerar resultados surpreendentes. Portanto, inclua
proprietários de produtos, analistas, especialistas e outros profissionais
relevantes. Em seguida, oriente-os sobre o formato da visão e promova
discussões em grupos e subgrupos. Ao final, cada grupo deverá apresentar
sua visão, trabalhando em conjunto até chegarem a uma visão final unificada.
7. Canvas de MVP
#implementar #inspecionar #coletar insights
Canvas de MVP.
Elaboração: CEPED/UFDSC (2023).
1ª Em uma frase, resuma o nome da sua proposta de MVP, que pode ser a
criação de um aplicativo x, melhoria de processo y ou desenho de um serviço.
Por exemplo: “criar um aplicativo para marcação de consulta médica”.
8. Matriz de Priorização
#decidir #cadenciar #alinhar
• itens que forem importantes mas não urgentes devem ser avaliados
quanto a possibilidade de delegar ou mesmo estender os seus prazos
de execução (quadrante 2);
Você pode sofisticar um pouco mais essas classificações considerando critérios para
ordenação na análise dos itens que culminarão em listas para cada quadrante, seja
de tarefas ou projetos.
Matriz de Eisenhower.
Elaboração: CEPED/UFDSC (2023).
Metodologia OKR.
Elaboração: CEPED/UFSC (2023).
Para a definição dos OKRs, seguem algumas etapas específicas. Veja quais são elas.
“Pare de começar e comece a terminar" é assim que o Kanban ajuda você a gerir
projetos, diminuindo iniciativas enquanto dá sustentação a mais acabativas.
Como usar: desenhe um quadro com três campos, designando para cada um
o título correspondente ao avanço das suas tarefas, que são: A fazer, Fazendo
e Feito. Como um sistema que permite a visualização do fluxo de trabalho
como um todo, esse quadro descomplica um dos maiores desafios que os
gestores de projetos enfrentam, que é desenhar, criar e otimizar fluxos de
tarefas. Observe na figura a seguir que os itens de trabalho são organizados
em uma sequência evolucionária e, por isso, fluem da esquerda para a direita.
Quadro Kanban.
Elaboração: CEPED/UFSC (2023).
• crie uma política de aprovação para cada campo, para evitar retrabalho;
“Pare de começar e comece a terminar" é assim que o Kanban ajuda você a gerir
projetos, diminuindo iniciativas enquanto dá sustentação a mais acabativas.
1 Afaste os julgamentos;
5 Aposte em quantidade;
6 Seja visual;
7 Mantenha o foco;
• deixe claro para todos que o encontro é destinado unicamente para a coleta
de percepções e ideias e que, na ocasião, nada será decidido;
• não permita que essa reunião caia no esquecimento. Ao final, colete todas
as ideias, faça curadoria e desenhe planos de ação.
Uma dica valiosa é encerrar a apresentação com uma pergunta que motive
o interlocutor à ação, revelando suas intenções com ele.
Matriz de Riscos.
Elaboração: CEPED/UFSC (2023).
Ficha de Feedback.
Elaboração: CEPED/UFSC (2023)..
• Where – onde?
• When – quando?
• Who – quem?
• How – como?
Plano de Ação.
Elaboração: CEPED/UFSC (2023)..
Que bom que você chegou até aqui! Agora é hora de você testar seus conhecimentos.
Então, acesse o exercício avaliativo que está disponível no ambiente virtual. Bons estudos!
GRAY, D. Empathy Map. Game Storming, [s. l.], 2017. Disponível em: https://
gamestorming.com/empathy-mapping/. Acesso em: 15 mai. 2023.