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Avaliação das manifestações patológicas nas estruturas da Escola

Politécnica da Bahia
Evaluation of pathological manifestations in the structures of the Escola Politécnica da
Bahia

CERQUEIRA, M. B. DOS S. (1); SILVA, F. A. DA (2); BRITO JUNIOR, J. A. (3); GONÇALVES, J.


P. (4); SILVA, F. G. S. (5)

(1) Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal da Bahia.


(2) Graduanda em Engenharia Civil pela Universidade Federal da Bahia.
(3) Graduando em Engenharia Civil pela Universidade Federal da Bahia.
(4) Professor Doutor, Departamento de Construção e Estruturas, Universidade Federal da Bahia.
(5) Professor Doutor, Departamento de Construção e Estruturas, Universidade Federal da Bahia.
Rua Prof. Aristides Novis, 2 – Federação, Salvador, BA, 40210-630 - fgabriel.ufba@gmail.com

Resumo
A Escola Politécnica da Bahia, construída no final da década de 50 na cidade de Salvador/BA, é
considerada a maior unidade da UFBA e o maior centro de ensino de engenharia da Bahia. Embora tenha
passado por manutenções ao longo de 66 anos de construída, sendo a última registrada em 2013, a
edificação apresenta patologias que afetam o conforto dos usuários, e, em alguns casos, que comprometem
o desempenho estrutural. Diante da preocupação com o bom desempenho, garantia da segurança,
economia e conforto do usuário, este trabalho visa analisar as inconformidades presentes na estrutura física
da instituição, principalmente no âmbito do estado limite último. Pretende-se, com este estudo, identificar as
causas das patologias e propor soluções adequadas para contribuir com a preservação do patrimônio. Para
atingir esse objetivo, foram realizadas visitas ao local, mapeamento fotográfico, identificação e classificação
dos danos e busca por informações que auxiliasse no diagnóstico. As ocorrências mais frequentes foram as
infiltrações, descascamento de pintura, corrosão de armadura e fissuras, estando, muitas vezes,
relacionados com a exposição da estrutura a um ambiente agressivo, uma vez que se encontra próxima a
uma região marítima. Os resultados apontam para a necessidade da realização de inspeções periódicas e
manutenções preventivas/corretivas com a finalidade de garantir o bom desempenho estrutural, redução do
agravamento dos danos e consequente prolongamento da vida útil da estrutura.
Palavra-Chave: Patologia, Desempenho estrutural, Vida Útil

Abstract
The Bahia Polytechnic School, built in the late 50's in the city of Salvador / BA, is considered the largest unit
of UFBA and the largest engineering education center in Bahia. Although it has undergone maintenance
during 66 years of construction, the last registered in 2013, the building presents pathologies that affect the
comfort of the users, and in some cases, that compromise the structural performance. Faced with the
concern with good performance, guarantee of safety, economy and comfort of the user, this work aims to
analyze the nonconformities present in the physical structure of the institution, especially in the scope of the
ultimate limit state. The aim of this study is to identify the causes of pathologies and propose appropriate
solutions to contribute to the preservation of the patrimony. In order to reach this objective, site visits,
photographic mapping, identification and classification of damages and search for information that aided in
diagnosis were carried out. The most frequent occurrences were infiltrations, paint stripping, reinforcement
corrosion and cracks, and are often related to the exposure of the structure to an aggressive environment,
since it is close to a maritime region. The results point to the need for periodic inspections and preventive /
corrective maintenance in order to guarantee good structural performance, reduction of the damage and
consequent prolongation of the useful life of the structure.
Keywords: pathology, structural performance lifespan

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2 Introdução
A capacidade de uma estrutura apresentar um bom desempenho durante o prazo
correspondente à sua vida útil, sob influência das ações ambientais ou como resultado do
processo de envelhecimento natural, é chamada de durabilidade e está condicionada ao
projeto e execução realizados corretamente, bem como pela operação e manutenção
especificados. A falta de manutenção pode comprometer a segurança estrutural e implicar
em outros fatores como o aumento de resíduos e impactos ambientais decorrentes de
sucessivos reparos e substituição de materiais e elementos danificados (Silva, 2017).
Nesse contexto, são indispensáveis o uso de programas de manutenção adequados para
auxiliar no controle e garantia da longevidade dessas construções.
O aprofundamento dos conceitos de durabilidade e vida útil são de grande importância
para o estudo de verificação do desempenho dos elementos estruturais nos mais variados
aspectos de segurança, funcionalidade, estética, sobretudo no fornecimento de subsídios
para implantação de programas de manutenção periódica e possíveis intervenções.
Os problemas relacionados à durabilidade do concreto geralmente aparecem no início da
deterioração dos materiais, os quais progressivamente levam a danos estruturais, sendo
que o surgimento de um dano pode estar relacionado ao surgimento de outro anterior a
ele que não foi devidamente tratado. Portanto, a queda do desempenho da estrutura ao
longo do tempo é devida a ação continuada dos fatores de degradação, os quais podem
ser definidos por qualquer agente que afete de maneira desfavorável a estrutura como um
todo ou algumas de suas partes, podendo ser incluso nesses fatores os agentes
químicos, físicos e biológicos, esforços, incompatibilidade e fatores de uso.
Segundo a NBR 6118 (2014) os mecanismos mais importantes pelos quais os fatores de
degradação podem causar alterações nas propriedades do material ou componentes são:
lixiviação, expansão por sulfato e reação álcali-agregado quando relativo ao concreto;
despassivação por carbonatação e despassivação por ação de cloretos quando relativo
as armaduras. Esses últimos relacionados às armaduras são os mais incidentes sobre a
vida útil das estruturas e que implicam nos maiores prejuízos econômicos.
Para análise da degradação de uma estrutura de concreto armado é necessária a
realização de inspeções para mapeamento das manifestações patológicas. Tal ação
requer do responsável o conhecimento dos diversos danos possíveis que ocorrerem, uma
vez que as análises poderão contribuir para a definição das ações necessárias à garantia
da durabilidade da edificação e auxiliar na tomada de decisões de engenheiros e técnicos
da área de manutenção e recuperação de estruturas.
Desta forma, esta pesquisa se insere diagnosticando a situação estrutural da maior
unidade da Universidade Federal da Bahia: A Escola Politécnica da Bahia (Foto 1). Essa
instituição possui 3.250 m² de construção, 8 pavimentos e uma estrutura em concreto
armado não aparente. Ela foi construída no final da década de 50 no bairro da Federação
em Salvador/BA e o ambiente ao qual está exposta é considerado agressivamente forte.
Por se tratar de uma edificação exposta à atmosfera marinha, sua estrutura é classificada,
segundo a NBR 6118 (2014), como classe de agressividade ambiental III e possuindo
risco de deterioração grande.
Além disso, este trabalho visa o bom desempenho em serviço, a garantia da segurança, a
economia e conforto do usuário da referida instituição de ensino, segundo a identificação
das manifestações patológicas, de suas prováveis causas e elaboração de propostas de
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soluções adequadas para contribuir com a preservação do patrimônio, já que a última
intervenção registrada data de 2013 e a instituição apresenta sinais de carência de
manutenção nas suas estruturas.

Foto 1 – Escola Politécnica da Bahia (Autores (2017))

3 Metodologia
A análise das inconformidades presentes na estrutura física da Escola Politécnica da
Bahia, principalmente no âmbito do estado limite último, se deu através de visitas ao local,
mapeamento fotográfico, análise em loco, identificação e classificação das manifestações
patológicas e busca por informações que auxiliasse no diagnóstico dos danos e
elaboração de propostas de soluções adequadas.

4 Resultados e discussões
Durante as inspeções foi constatada a ocorrência de manifestações patológicas que
comprometem o desempenho estrutural da edificação, bem como danos mais simples que
afetam apenas o conforto do usuário.

A Foto 2 apresenta uma manifestação recorrente nos pilares da fachada sudeste da


escola, as fissuras.

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Depois da remoção do
concreto de
cobrimento.

Antes da remoção do
concreto de
cobrimento.
Foto 2 – Pilares da fachada sudeste da Escola Politécnica (UFBA) com fissuras de
corrosão antes da remoção do concreto de cobrimento e seu estado depois da remoção
(Autores (2017))

Foram detectadas fissuras típicas de corrosão de armaduras, no concreto do elemento


estrutural. A comprovação do dano se deu através da remoção de parte do concreto para
verificação do estado da armadura.
Com o uso da fenolftaleína, indicador de pH, foi constatado uma frente de carbonatação
avançada até o local da armadura principal, onde o produto sinalizou baixo pH no
concreto. É provável que a carbonatação do concreto tenha ocasionado a despassivação
da armadura, ocasionando a corrosão desta e neste processo a expansão da armadura
tenha gerado as tensões no cobrimento do concreto, surgindo, dessa forma, as fissuras.
As condições de exposição da edificação à fatores ambientais também é uma provável
justificativa para a frequência de ocorrências desse dano nos pilares da fachada sudeste.
Em Salvador, essa fachada é a menos ensolarada e com maior incidência de chuvas e
ventos, o que associado à umidade relativa alta da cidade em questão (variando de 80%
a 90%) torna os elementos estruturais dessa fachada ainda mais propícios a
manifestação deste tipo de dano. Esse fato também é relevante quando comparada a
situação atual das fachadas opostas sudeste e noroeste.
Como pode ser visto nas Fotos 3 e 4, a manifestação de manchas escuras ocorreu com
maior intensidade apenas na fachada sudeste (Foto 4). As manchas escuras surgem
devido a presença de fungos, estes se desenvolvem comumente em locais úmidos e
quentes, como é o caso das edificações localizadas na cidade de Salvador.

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Foto 3 – Fachada Noroeste da Escola Politécnica - Foto 4 – Fachada Sudeste da Escola Politécnica-
UFBA (Autores (2017)) UFBA (Autores (2017))

Ainda neste contexto de agressividade ambiental acentuada em alguns locais da


edificação, foram observadas algumas manifestações patológicas similares em elementos
estruturais com as mesmas condições de exposição no quesito localização. Observa-se
no esquema representado na Figura 1 que nos cantos formados entre a rampa e a
edificação, bem como entre a escada circular e a edificação, existe uma zona de pouca
ensolação e ventilação (sinalizada no esquema por uma mancha preta).

Figura 1 – Esquema de representação das zonas de pouca ensolação e ventilação,


assim como indicação dos pontos de maiores degradações na rampa de acesso e
escada circular (Autores (2017))

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Nas extremidades das rampas de acesso (Foto 5), situadas próximas à essa zona, foram
constatadas manifestações patológicas em estado avançado de degradação: manchas de
umidade, descascamento de pintura, corrosão de armaduras e desplacamento do
concreto. O mesmo estado de deterioração foi observado nas vigas externas do hall
próximo a escada circular (Foto 6).

Foto 5 – Manifestações patológicas na extremidade de uma das rampas de acesso.


Ponto de maior degradação (Autores (2017))

Escada
circular

Foto 6 – Manifestações patológicas nas vigas próximas a escada circular (Autores (2017))

Nos casos das extremidades das rampas (Foto 5) e das vigas do hall (Foto 6), é provável
que tenha ocorrido uma superposição dos danos “corrosão de armadura” e
“desplacamento do concreto”, sendo o segundo ocorrido em consequência do primeiro.
O aumento do volume das barras de aço, no processo de corrosão, causa a ruptura da
camada de concreto que as envolve, deixando-as à mostra e, nesse caso, agrava ainda
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mais a corrosão. Segundo Fonseca (2007), o desplacamento do concreto é caracterizado
pelo surgimento de escamas (placas), não associados a ataques químicos ao concreto,
mas em decorrência de corrosão das armaduras. Além disso, pode surgir também por
choques ou movimentações térmicas com atrito entre elementos estruturais e aumentar a
susceptibilidade à corrosão.
Outro fator que provavelmente tenha contribuído para a suscetibilidade das armaduras
destas vigas ainda mais à corrosão é a deficiência do cobrimento do concreto, ou seja,
menor que o necessário. Isso se deve ao fato de essa construção ser datada de uma
época em que as normas para projeto de estruturas de concreto armado eram menos
exigentes que as atuais, sobretudo em relação a critérios qualitativos de adequação da
estrutura a certo grau de exposição.
A Escola Politécnica tem, na maior parte, o sétimo pavimento como pavimento de
cobertura, sendo o oitavo pavimento localizado apenas em uma parte acima do sétimo e
abaixo de toda a extensão do reservatório superior.
Nos locais em que o sétimo pavimento é de cobertura, foram constatadas, com dada
frequência, a presença de manchas e indícios de umidade nas lajes (Foto 7).

Foto 7 – Exemplo de manchas de umidade na laje do sétimo pavimento (Autores (2017))

As causas de tal incidência trata-se da impermeabilização ineficiente da cobertura e/ou


danificações do telhado (Foto 8), permitindo o fluxo de águas da chuva para a superfície
da laje de cobertura.

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Foto 8 – Vista da cobertura do 7° pavimento (Autores (2017)).

Portanto, para este caso há a necessidade de tomar as medidas cabíveis de manutenção


do telhado e execução de um novo sistema de impermeabilização da cobertura.
No oitavo pavimento, as lajes também apresentaram manchas de umidade, porém com
maior intensidade (Foto 9), causada pelo alto grau de deterioração do sistema de
impermeabilização da laje de cobertura e do reservatório superior.

Foto 9 – Manchas de umidade, descascamento de pintura e manchas de fungos


(Autores (2017))

As vigas externas dos sanitários do oitavo pavimento também apresentaram fissuras


típicas de corrosão, bem como manchas de umidade. Por meio da Foto 10 é possivel
observar que a mesma manifestações se deu na laje, fato que leva a suspeita de que a
água de infiltração na laje percorre até o local da viga. Mesmo essa água não sendo
agressiva, a presença de umidade é um dos requisitos para a ococrrência do processo de
carbonatação do concreto de cobrimento que pode avançar até o local da armadura,

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acontecendo a corrosão e, consequentemente, as fissuras típicas. A presença de
umidade também ocasionou o descascamento da pintura.

Foto 10 – Viga e laje do sanitário feminino do oitavo pavimento com indícios de umidade
e corrosão de armaduras (Autores (2017))

Durante a inspeção no reservatório superior, com o uso da fenolftaleína nas suas paredes
externas, foi possível verificar a presença de sais dissolvidos pela ação da água de
migração do interior do reservatório para a superfície externa, indicando vazamentos
(Foto 11). Foi observada, em alguns pontos, a presença de estalactites sinalizando um
estado avançado de vazamentos.

Foto 11 – Ocorrências de patologias no reservatório superior (Autores (2017))

Além do reservatório degradado, alguns pontos de manifestação de umidade nas lajes do


oitavo pavimento são, provavelmente, originários de infiltrações de águas da chuva na laje
exposta da cobertura, a qual apresenta um sistema de impermeabilização deficiente, com

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pontos que apresentam vegetação e até mesmo falta de impermeabilização (Fotos 12 e
13). Há a necessidade de remoção deste sistema de impermeabilização e execução de
um novo.

Foto 12 – Impermeabilização deficiente da laje do oitavo pavimento (Autores (2017))

Foto 13 – Vista do reservatório superior e do sistema de impermeabilização (Autores


(2017))

Nos banheiros de todos os pavimentos observou-se a manifestação patológica


apresentada na Foto 14. Para este caso, é notável que os danos ocorreram exatamente
nos pontos em que a tubulação de queda está embutida na laje, o que leva a suspeita de
que a degradação no concreto armado é devida a ação da água. Sejam tubos de quedas,
ralos ou qualquer dispositivo da instalação sanitária que atravesse a laje, é necessário
haver a impermeabilização em volta desse dispositivo.

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Foto 14 – Infiltração e degradação do concreto no local de embutimento das tubulações de
queda (Autores (2017))

A Foto 15 apresenta a alvenaria com empolamento da pintura e descascamento da


mesma.

Foto 15 – Alvenaria do 8° andar com empolamento e descascamento da pintura (Autores


(2017))

Ao inspecionar o lado externo da alvenaria (Foto 16), que trata-se de um local exposto à
ação de chuva e demais agentes climáticos, verificou-se que a causa do dano está
relacionada à ineficiência da impermeabilização da mesma, ao qual apresenta vegetação
em alguns pontos e proteção mecânica deteriorada.

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Foto 16 – Lado externo da alvenaria apresentada na foto 15 (Autores (2017)).

Outra manifestação patológica detectada é o manchamento existente nas bordas da


rampa de acesso à escola Politécnica (Foto 17)

Foto 17 – Vista da rampa com manchamento e descascamento da pintura (Autores


(2017))

A causa do manchamento de bolor na borda da rampa e do descascamento da pintura na


parte inferior da laje está relacionada com o meio vulnerável à água das chuvas, que
escorrem por toda a borda da mesma e à variação térmica ao qual está exposta. Percebe-
se também, que o detalhe arquitetônico e a pingadeira existente na borda da rampa
colaboraram com a deterioração da mesma. Silva (2006) afirma que “os detalhes
construtivos são elementos de fundamental importância no desempenho do revestimento
de fachada, pois contribuem de forma decisiva no comportamento da mesma”. Assim
como, as propriedades dos materiais empregados na superfície (tais como absorção,
textura e cor), e características arquitetônicas.
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5 Considerações finais
As soluções para os diversos tipos de manifestação de danos nas estruturas de concreto
armado vão além de um plano de recuperação das estruturas. Os problemas têm origens,
causas e mecanismos de ocorrência que quando são submetidas a um estudo minucioso
permitem a definição de uma intervenção adequada e possibilitam a tomada de medidas
preventivas que influenciarão de maneira positiva no desempenho das estruturas e na
longevidade delas.
Neste trabalho, foram descritas as condições atuais da Escola Politécnica. Com a
metodologia utilizada foi possível realizar a identificação dos danos e prováveis causas.
Além disso, foram sinalizadas algumas ações a serem adotadas com o objetivo de ter um
diagnóstico completo que possibilite a determinação das medidas de manutenção
corretiva e preventiva, e desta forma, impedir que as patologias se agravem ou até
mesmo provoquem outras. Tais medidas são necessárias à edificação analisada com
urgência, frente ao estado avançado de degradação de alguns elementos estruturais
significantes para o desempenho da estrutura como um todo e que talvez esteja na
iminência ou mesmo já no estado de ameaça à segurança dos usuários.
Durante a análise de resultados foi notada a importância da relação entre as condições de
exposição e a proteção dos elementos estruturais da edificação, uma vez que as
fachadas estão expostas a fatores ambientais diversos e necessitam de um tratamento
diferente, sobretudo no momento da escolha dos materiais de composição dos diversos
tipos de sistemas de revestimento. Nessa pontuação dos fatores de degradação, cabe
ainda destacar que os detalhes construtivos quando não considerados podem
comprometer a edificação com manifestações de danos diversas, como foi constatado a
deficiência no sistema de impermeabilização das lajes e do reservatório superior.
Por fim, a inspeção periódica, a qualificação dos profissionais envolvidos, a escolha de
materiais de boa qualidade, além do estudo prévio do ambiente que ocorrerá a
construção, proporcionam redução das manifestações patológicas das construções e
consequentemente o prolongamento da sua vida útil, além da redução de custos e de
impactos ambientais devido às reformas.

6 Referências
ABNT (2014) NBR 6118: Projeto de estruturas de concreto - Procedimento. Rio de
Janeiro, 2014

FONSECA, R. P. da, A Estrutura do Instituto Central de Ciências da Universidade de


Brasília: Aspectos históricos e tecnológicos de projeto, execução, intervenções e
propostas de manutenção. Dissertação de Mestrado, Brasília, DF, 2007 – Departamento
de Engenharia Civil, Universidade de Brasília.

SILVA, F. G. S. Proposta de Metodologias Experimentais Auxiliares à Especificação


e Controle das Propriedades Físico-mecânicas dos Revestimentos em Argamassa.
2006. 266p. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Estruturas e
Construção Civil, Universidade de Brasília, 2006.
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SILVA, F. A. Estudo da degradação estrutural pelo método GDE/Unb. Estudo de
caso na Escola Politécnica UFBA e na Faculdade de Arquitetura/UFBA. 2017. 119f.
Monografia (Graduação) – Escola Politécnica, Universidade Federal da Bahia, Salvador,
2017.

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