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Evilasio Salvador ¢ Elaine Behring Ivanete Boschetti # Sara Granemann (Orgs.) Financeirizacao, fundo publico € politica social Apolo Edital MCTICNPq 14/2010 — Universal ACP SESH @enra Sis 2» Fundos de pensao e a metamorfose do “salario em capital” Sara Granemann* Introducio A hipétese que percorre o presente texto ancora-se na seguinte compreensao: a busca de saidas — sempre provisérias, inclusive quan- do exitosas! — pelo capital para 0 enfrentamento de suas crises nio somente comprometem o Estado e 0 fundo puiblico tomado em abs- trato como resultado de impostos e contribuigées. Implicam, ao con- trério, uma necessdria, concreta e profunda alteracao das politicas sociais que, nos dias presentes, constituem-se na mediagao central — talvez prioritéria' — de transferéncias da riqueza social para o capital. ofessaraadjunta da Escola de Servigo Socal da Universidade Federal do Rio de Jancir, mail sgranemann@uol com. br 1, Conforme noticiow o dirio Valr Econémico em 2 de mango de 2012, para o governo da presidente Dilma Roussef“O Funpresp é uma das pricridades do governo para2012 oi apro Ocorre, porém, que tal riqueza social encontra-se sob a forma de fun- do puiblico e operada pelo Estado capitalista. Cabe ao Estado dos ca- pitais transferi-la— a riqueza social, de todos — para o capital, sob as mais variadas formas, dentre as quais esto: os empréstimos subsidia- dos, os contratos de gestao, as parcerias puiblico-privado, a criacao de subsidiérias e de novos “entes puiblicos” as privatizagdes explicitas e as nem tanto, em momentos de crise ou de bonanga—e, assim, abre- Ihes espacos para a inversio, diversificagdes e expansao dos negécios por meio de novas mercadorias e mercados. Se ao Estado nao é pro- priamente novidade a utilizacao das politicas sociais como instrumen- tos econdmicos — praticas sobejamente desenvolvidas sob o Estado debemestar social, sob a forma de poupanga piiblica para impulsionar investimentos —com a metamorfose operada nessas politicas, também, 0 trabalho necessério passa a ser capturado pelos capitais, transmuta- do em capital e, por isto, componente fundamental na reprodugio das relagdes sociais capitalistas de producao. Fundos de Pensao: nova contratendéncia queda da taxa de lucro? £ comum em estudos sobre os fundos de pensao apontar-se sua origem como decorréncia das caixas de aposentadoria e dos institutos de pecilio existentes desde o século XIX, em diversos paises do mun- do, Refuta-se, aqui, essa arqueologia facil — porque evolucionista—, pois ela pretende explicar a origem dos fundos de pensdo como uma continuidade tranquila e necesséria de antigas protoformas previden- vado essa semana na CAmara. No Senado, tera que passar por és comiss6es, com a possbilc dade de receber sugesides na Comissto de Assuntos Socisis (CAS)". Disponivel em: . Aeesso.em? maio 2012. Adems, so evidéncias desse processo de apropriagio da parte dofundo pablico destinads 20 desenvolvimento de politiss secias pelo capital, eriagso {da Fmpresa Brasileira de Servigos Hospitalares (EBSERH); por meto dessa institu ocorrers a privatizagio dos hospitis universisris ao transforms em empresas subsidisrias, organs ‘das por emistiae agéessgualmente a transformagio de importantes stores — casulment, aqueles que permitem @ produgio de mais-valia — da Fundagio Oswaldo Cruz em empresa subeidsicia, também operada por ages em bolsas de valores Fnuictmengo,FUNbO PORLEOE POLMIA SOC 8 cidrias; vale dizer, sem as lutas de classe. A comprovacao de sua exis- téncia linear pretende “eternizar” sua necessidade e serve somente aos defensores da exploragdo dos trabalhadores — sejam eles burgueses ou antigos dirigentes e representantes dos trabalhadores — empenha- dos em demonstrar que a solidariedade presente nos sistemas puiblicos, universais, coletivos, esta fadada ao fracasso. A,anilise aqui assumida nao se aferrard aos tracos gerais e even- tuais similaridades possiveis entre os fundos de pensao eas iniciativas previdenciérias resultantes de associagGes de trabalhadores no passa- do, Na captura da esséncia desse novo instrumento do capital — os fundos de pensio— demonstrar-se-d a particularidade de sua génese ede seu desenvolvimento como uma necessidade intrinseca do capital constituida como uma resposta politico-econémica em um preciso momento da histéria e das lutas das classes sociais. Nos anos finais da década iniciada em 1951, quando se passaram mais de dez anos do término da Segunda Guerra Mundial, 0 substan- tivo dos investimentos na reconstrugao da Europa destruida pelo conflito bélico jé havia sido realizado. Com a aproximagio do ocaso de um perfodo de crescimento e lucratividade, anteciparam-se para os capitais nao somente o imperativo de encontrar novas éreas para sua expansdo mundial senao 0 de descobrir novos “achados” no interior da dinamica mesma da reproducao das relagdes sociais capitalistas de produgao. Tais “achados” deveriam ser mobilizados, inclusive, sob a forma de respostas antecipadoras &s lutas dos trabalhadores; lutas contrérias a0 capital e a sua légica que floresceram de diferentes modos e tiveram lugar em todos os quadrantes do planeta, na passagem do 1950, e prolongaram-se por toda a década de 1960. A derrota das lutas dos trabalhadores e da juventude nos anos finais da década de 1960, em escala global, tornou possivel ao capital implementar “solugées” novas para o enfrentamento de mais uma das suas grandes crises abertas nos anos de 1970. Os “achados” consistiam, sobretudo, na possibilidade de novas mercadorias portadoras de duplo sentido: econdmica e politica; uma nova mercadoria que tivesse a ca- pacidade de enfeiticar quantidades significativas de trabalhadores para © seu consumo, Uma mercadoria com a capacidade de enredar os trabalhadores na rentincia de partes de seu trabalho necessério em favor do capital; na aceitacao cordata e irremediavel de que uma par- tedo salério pode ser transformada em dinheiro; uma mercadoria com a capacidade de extrair trabalho excedente e, realizada esta condigao, tornar-se capital. A disseminagao dos fundos de pensao em importante nimero de paises data do periodo imediatamente posterior ao fim da Segunda Guerra Mundial. A criacdo da previdéncia complementar na modali- dade fechada,? também conhecida por fundos de pensio, foi, talvez, 0 mais importante “achado” do grande capital na época, Nao ao acaso, essa resposta foi construfda pelo grande capital monopolista apés a longa greve operdria de 113 dias no interior da General Motors (GM) nos anos de 1945 e 1946, nos Estados Unidos. A implementacéo desse pacto capital-trabalho revelou-se muito eficiente, econémica e ideologicamente, para o capital. Economicamen- te, porque oportunizou aos grandes capitais a captura de montantes generosos de recursos monetérios renovados e ampliados todos os meses, para eventual devoluco num largo prazo, com custos muito baixos para a burguesia; ideologicamente, por ter conseguido difundir entre os trabalhadores a cultura de que a solidariedade intraclasse esté em crise, Os argumentos mencionados disseminaram —e continuam. a fazé-lo com razoavel competéncia — a cultura de que a forma poli- tica de previdéncia social esté em crise e tem menor importancia, so- lidez e confiabilidade para as aposentadorias do que a forma previ- déncia como investimento financeiro e do mercado de capitais, como poupanca individual, como nova mercadoria comercializada em in: tituigdes bancério-financeiras. Para substituir as aposentadorias puiblicas difundem como “a alternativa” a previdéncia complementar sem, evidentemente, explicar 2 Previdénca complementar fechada: consttuida por trabalhadores empregados em uma ‘empresa, grupo ou formada por uma categoria profissional. Previdéncia complementaraberta _mereadoria comercalizada por bancos einstituigGes financeiras; dependem, exelusivamente, 0 contrato estabelecido a partir da escola individual do consumicor. Fnuictmengo,FUNbO PORLEOE POLMIA SOC oi que tal forma individualiza a aposentadoria de cada trabalhador e, a0 mesmo tempo, oculta-se do trabalhador que essa individualizagao é 0 necessério modus operandi, a mediagao imprescindivel para a realizagio de aplicacdes e investimentos sob as formas monetéria e financeira, cfetuados pelo capital e difundidos por ¢ com a conveniéncia de re- presentantes dos trabalhadores. Aos trabalhadores, especialmente seus representantes, que se tornam a voz. do capital no interior da classe trabalhadora, em feliz. designacao Lénin (1986, p. 585) os caracterizou “agentes da burguesia” por serem responsaveis pelo apoio social (nao militar) aos projetos do capital. Registre-se: ndo é de menor importan- cia na consolidacao do apoio social A burguesia a difusdo do confor- mismo por antigas liderangas sindicais, partidarias e de movimentos sociais no ambito da classe trabalhadora? Afirmou-se acima a desmedida importancia da forma “previdén- cia complementar” para a reprodugao das relagses sociais capitalista de produgao, no tempo presente, na medida em que esse negécio é capaz. de portar um duplo e complementar movimento econémico e cultural. Todavia, muito além da forma previdenciéria, encontrou-se nela (mas também com validade aplicavel para outros direitos sociais para além das aposentadorias) a possibilidade de consumo pela propria forga de trabalho de uma nova “mercadoria” fundamental’ para a reprodugao da forca de trabalho, Mercadoria que 6 ao mesmo tempo igual e diferente das outras mercadorias cuja possibilidade de expro- priar 0 trabalho em beneficio do capital realiza-se sob a forma de contribuigdes monetérias, também e em partes significativas constitu- tivas do trabalho necessario, do salério que o trabalhador renuncia usar para melhorar sua condicao de vida e todos os meses entrega a0 “fando de pensdo” como sua contribuigio “previdencidria” que, nas maos do capital, se transmutaré em capacidade de extrair trabalho 3. Importants estudos desvelam esses fendmeno na histria recente do Brasil. Ver, sobre ‘ud: Las (2005), Tumolo (2002), Badaré Mattos (2008), Neves 2005) e Martins (200). 4. Em outro texto iniiamos um debate sobre a importincia da previdéncia, saide © as steténcia para as hitas dos trabalhadore e loalizamos suas primeira expresses na Comuna de Paris excedente. O resultado é um crescente aumento da exploragao dos trabalhadores pela combinagio da extragao do trabalho excedente devolusao, pelo trabalhador individual, de parte do seu trabalho ne- cessério ao capital A expropriagao do trabalho necessario® consiste, precisamente nesse caso, na adesio dos trabalhadores aos propésitos do capital quando parte do salério do trabalhador, todos os meses ¢ ao longo de décadas, é direcionada para a formacao de fundos que sao utilizados como capital. Asses achados e saidas, apologetas ¢ mistificadores* servigais do capital os denominam o novo no modo capitalista de produgao ¢ o al- cance de uma condicao superior de socializacao, propriedade e contro- le da riqueza pelos trabalhadores. O fetiche é expresso em termos de ““socialismo dos trabalhadores", “controle da producao por seus préprios produtores” que teria sido atingido nos marcos da sociedade burguesa e sem a necessidade de insurreigdes e de levantes revolucionérios A producao da riqueza e da propriedade, vale dizer das bases da exploracéo do trabalho, estaria, enfim, sob o controle dos préprios trabalhadores, que, por meio de seus representantes em Conselhos Administrativos e Fiscais, indicariam os rumos do desenvolvimento do modo de produgéo e passariam a impor formas menos brutais de relagao social Em livro que alcangou importante vendagem no pats, cujo titulo Os novos capitalistas & expressivo do potencial atribufdo aos trabalha- dores nas decisées sobre os rumos do capitalismo,’ seus autores reali- 5. Trabalho necessiio em Marx consist: (..)“ trabalhador, durante uma parte do proces 0 de trabalho, 6 produz 0 valar de sua forca de trabalho, isto 6,0 valer des meios de subsis ‘cia que lhe eto necesito...) Chamo de tempo de trabalho necessério essa parte do dia de ‘rabalhona qual sucede esea reproducio;e de trabalho necessrioo trabalho despendido duran te esse tempo” (Nak, 1988, p. 241-242), 6. Apologetas emistfcadores orsuncos das mais diferentes fragdes de classe: da burguesia, edo trabalho, tais como: teérices, executives, ex-sindicalsta, x-assessores de drpios de pes- {quisae sindical de trabalhadores, parlamentares, docentes, jomalstas ec 7. Ver, Davis, Lukomnik e Pitt Watson. 2008) zam REA AO,FUNDD PUBLICS POLTICA SCI 8 defesa apaixonada e contundente de uma sociedade na qual os investidores-cidadaos assumem sua responsabilidade, fiscalizam e definem a natureza e o comportamento dos negécios nos quais apli- caro seus recursos poupados como "previdéncia”, Pareceu-me peda- g6gico transcrever o seguinte trecho: crito: Mas qual é 0 novo estilo de fazer negécios almejado pelos cidadaos in- vestidores? A guisa de resposta, considere uma segunda histéria, que estabelece uma relagao improvavel entre a General Electric, uma das empresas mais poderosas do mundo, e uma obscura coalizao de freiras catélicas. Em 2002, os fundos de pensdo de vérias ordens religiosas, detentores de participacio infinitesimal na empresa, requereram inclu- sio de proposta de deliberacao na ordem do dia da assembleia geral ordindria dos acionistas da GE. A pretensao das freiras era a de que o conselho de administracao divulgasse relat6rio sobre as emissoes de gases do efeito estufa ¢ indicasse as medidas a serem adotadas para promover a eficiéncia energética e combater as mudancas climsticas. As freiras argumentavam que a responsabilidade ambiental seria favorével aos resultados financeiros da empresa © CEO Jeffrey Immelt de inicio rechagou a proposta ¢ determinou sua rejeigo formal pelos meios rotineiros. Mas a reacéo dos proprietérios de agdes que compareceram a assembleia geral foi surpreendente, Nada ‘menos do que 23% deles votaram contra a administracdo ¢ apoiaram a proposta das freiras. Depois daquela admoestacio, os executivos deci- diram analisar com mais cuidado a recomendacao dos noves proprieté- rios capitalistas e determinaram que se analisassem em profundidade as implicagdes da reducio das emissdes. Os resultados desses estudos foram espantosos. Se a GE mudasse de curso e convertesse a eficiéncia energética em missio basica da empresa, ela nao sé reforgaria sua repu- tagdono mercado, mas também geraria receitas adicionais de pelo menos USS10 bilhdes nos cinco anos seguintes. Por fim, em 2005, a empresa anunciou um grande projeto, abrangendo toda a organizagao, denomi- nado “ecomagiation”, para realizar os objetivos propostos pelas freiras. (Davis, LUKOMNIK e PITEWATSON, 2008, p. iv). Duas imediatas perguntas sio possiveis para o texto acima trans- a) executives especializados em mercado financeiro e de capitais movem-se por mistificagdes tao irracionais ao ponto de sequer conseguirem ver, no ambito mesmo da légica do aumento dos lucros — atividade para a qual sdo nababescamente remune- rados—, as “novas” dimensées ou novos “achados”, passiveis de captura para o aumento dos lucros? b) “coalizdes obscuras de freiras catélicas” racionalizam suas vidas terrenas e “aposentadorias” muito além das motivacées postas pelos preceitos divinos, posto que sao capazes de iden- tificar quais os “novos” ambitos da sociabilidade burguesa —aresponsabilidade ambiental — podem ser imediatamente convertidos em lucros, ainda que isto signifique empobrecer e explorar com maior profundidade os “pobres e mansos de coragao”? Todavia, ainda que bastante diferenciados entre si, executives ¢ freiras catdlicas parecem ter em comum a necessidade de transformar reservas monetérias em capital; em investimentos ativadores da curva ascendente dos lucros; de realizar o objetivo primério dos capitais, “0 actéscimo dos lucros capitalistas através do controle dos mercados" (NETTO; 1992, p. 16), seja por meio de uma nova mercadoria em um setor produtivo consolidado, seja na producdo em novo setor ou de uma nova mercadoria. Esses fundos constituem-se saidas —e as contratendéncias & que- da da taxa de lucro sao sempre provisérias — momentaneas aos movi- mentos internos ¢ insuprimiveis de desestabilizacao do modo capita lista de producao. Provisérias, posto que, caso obtenham sucesso, potencializarao e reporao continuamente a situacao original ede modo ampliado. Ao voltar ao ponto inicial projetam novos problemas e crises para um futuro nem sempre distante, dado que as crises do modo ca- pitalista de produgéo, analisadas no percurso da histéria, ocorrem cada vez com maior proximidade e frequéncia umas das outras. Mas, tais ideias de conversio dos trabalhadores em “controlado- res” do capital pela propriedade de aces e titulos ptiblicos sao neces- Fnuictmengo,FUNbO PORLEOE POLMIA SOC » sariamente novas? Nao! Em 1976, no curso de uma importante crise do capital, Peter Drucker,’ nos Estados Unidos, langou mais um de seus livros, intitulado: A revolucéo invistve! — como o socialism fundo de pensao inoadiu os Estados Unidos. Para o autor, entusiasta dos fundos de pensio, o controle da pro- priedade dos meios de producao, nas maos dos trabalhadores, é sufi ciente evidéncia de que os Estados Unidos tornou-se o “pais no qual © socialismo esté mais desenvolvido em todo o mundo”. Veja-se: Na realidade, com excecéo do setor agricola, os trabalhadores america- ros sao donos, através do seu agente de investimento, 0 fundo de pensio, de uma parte da economia americana, maior do que a que Allende transformou em propriedade governamental, para fazer do Chile uma “nacao socialista”; maior do que foi realmente nacionalizado na Cuba de Fidel Castro; e maior do que foi nacionalizado na Hungria ou na Polénia, no auge do stalinismo. Utilizando a terminologia da teoria socialista, os empregados dos Esta: dos Unidos sio os tinicos “donos” verdadeiros dos meios de produsao. Por intermédio dos seus fundos de pensio, eles sao os tinicos “capita- listas” verdadeiros em existéncia, possuindo, controlando e dirigindo o “capital” da nacao. Os “meios de producao”, ou seja, a economia ame- ricana, de novo sendo a agricultura a Gnica excecio importante, operam visando o beneficio dos trabalhadores do pais. Os lucros, cada vez. mais, 5. Sobre ole registrou-sena contracapa dea Reoluploinvisivel "Os leitones de Peter Drucker, bbem como os mifhares de execulivose estudantesbrasletos que ouviram suas conferéncias em Sto Paulo, Porto Alegre ¢ Rio de Janeiro, sabem que ele n8o & um futurélogo € nem simpatiza for considerado o pai dessa especilizasso, pu blicou cerca de uma centena de livros, muito dos quais editados no Brasil Austiaco, nasceu em 1909 ¢ faeces ery 2005 nos Fated Unis, sua pteia de adosio. ‘Também nso & ‘com aqueles que pretendem sé-1o”. Administe mais anotar:o langamento dese livo no Brasil constituiu importante cstratégia de convencimento aos trabathadores para envolvé-los na construpto dessa forma de * previdéneia privada” no pais. Fxatamente no an de 1977, em plena ditadura do grande exp {al (ANN! 1981), quando 0 presente do pais, general Emesto Geisel homolog a Ie institu ora da “previdéncia privada”, 0 autor do livro tem astegurado espago de publieagio ¢ de rnamerosas conferéncas em grandes cidades brasileira como elemento da difusso das benesses os fundos de pensio para os trabalhadores melhor alocados na estrutora ocupactonal bras leira:eapecialmente os concursados nas estatas os contratados por filine das grandes trans pacionais gut instaladas vvao se tornando pensées de aposentadorias, isto 6, “pagamentos diferi- dos” dos empregados. Nao existe a “mais-oalia”; a receita das empresas vai para o “fundo salarial”. (DRUCKER, 1977, p 5, grifos meus) Na concep¢ao de socialismo do autor, evidencia-se * a propriedade privada nao precisa ser necessariamente supri- mida; a0 contrario, para ser socializada basta aos trabalhadores convergirem suas poupangas para um fundo de pensio, 0 agente de investimento comum por ele caracterizado e responsé- vel pela vida socializada, Se 0 autor demonstra seus limites intelectivos ¢ ideolégicos na compreensao de socialismo e de seu papel na socializacao da proprie- dade, 0 mesmo nao se pode dizer com relacdo & natureza dos fundos de pensdo. Ali, seu entendimento é medularmente claro: trata-se de um agente de investimento, um instrumento do mercado de capitais; em suma, de uma instituigao nao previdencidria. A hipétese coma qual hé algum tempo tenho trabalhado sugere: a denominacao previdéncia complementar é profundamente pedagégica ao difundir o fetiche de uma forma previdenciéria que é ao mesmo tempo 0 seu oposto e ne- gacdo e apresenta-se como a forma previdenciéria mais evoluida e com a capacidade de resolver os possiveis fracassos da previdéncia por reparticdo e puiblica. Fetiche porque deve parecer previdéncia a nto previdéncia, isto 6, deve parecer solidariedade entre trabalhadores, relacdo entre homens, algo que é 0 seu exato contrério: um investimen- to monetério-financeiro, sob a forma de transferéncia de trabalho ne- cessario ao capital para tornar-se capital, deve parecer o pice da so- ciabilidade emancipada, o socialismo dos fundos de pensio. Arrazao em adjetivar um investimento monetério-financeiro por previdéncia remete & histéria mesma das lutas da classe operéria a0 longo de sua constituigso como classe para si. Nao 6 demais lembrar; antes de os trabalhadores arrancarem do capital, pela via do Estado burgués, alguma protecdo social na velhice, era comum eles trabalha- rematéa morte e igualmente quando afetados por graves doencas, em geral, decorrentes do proceso de trabalho. Fnuictmengo,FUNbO PORLEOE POLMIA SOC 2 Foi a Comuna de Paris a claborar as primeiras medidas previden- cidrias da historia da classe trabalhadora no mundo (GRANEMANN, 2011). Desde entdo, a politica previdencidria tem sido uma luta de primeira ordem para a classe trabalhadora em todo o mundo. Talvez, mais do que em qualquer outra, nos marcos da sociedade regida pela propriedade privada, essa luta transmutada em direito dos trabalha- dores alcancou um duplo potencial. O primeiro, claramente econdmico: A politica social de previdéncia, mais do que as outras politicas sociais, tem a potencialidade de formar um significativo volume de recursos monetarios decorrentes das contribuigdes mensais dos traba- Ihadores para suas aposentadorias futuras. Sao transferéncias de largo prazo. Em quase todo o mundo essa politica social é “contributiva”, e isto quer dizer que ao trabalhador nao basta ser o gerador da riqueza que constitui ¢ alimenta 0 modo capitalista de producao. Deve ele, ainda uma vez, separar uma parte de seu salrio mensal para constituir a sua aposentadoria no futuro. Ao Estado cabe o recolhimento das contribuigdes do capital e do trabalho e a posterior distribuicao entre os que tenham direito a previdéncia No pés-Segunda Guerra Mundial e ao longo das tltimas sete décadas, coube ao Estado do capital gerenciar o fundo piblico resul- tante dessas contribuigdes e impostos em geral e garantir a previdén- cia aos trabalhadores que cumprirem os requisitos para a aposentado- ria. No entanto, a grandeza desses recursos, na vigéncia das recorrentes crises do capital, especialmente dos anos de 1973 para cé, se impés como uma das novas alternativas para o capital na equacao da queda da taxa de lucro. O fundo pitblico de modo geral ¢ 0 fundo piiblico alocado na politica social previdencidria, em particular, passou a funcionar como elemento basilar para as provisérias resolugdes das crises. Tal equagao econémica, isto 6, a utilizagao dos recursos da previ- déncia dos trabalhadores, ndo se restringe apenas “formacao de poupanca interna”; ademais da manutencao dessa medida, os direitos previdencidrios devem ser rebaixados em seus valores, potencializadas as “condicionalidades” sempre restritivas de acesso ao direito 4 apo- sentadoria, por exemplo, por exigéncias de aumento de idade e de tempo de contribuicao para o alcance do direito. A “simples” imple- mentagao dessa nova condisao tornou vidvel a expansao de um mer- cado previdenciério que funciona diretamente como espaco de inver- sao de capitais em busca de valorizacao. Aqui, basta conferir 0 crescimento dos fundos de pensao (previdéncia complementar fecha- da) e das mercadorias previdencidrias (previdéncia complementar aberta) oferecidas por instituigées bancério-financeiras. £, precisamente, a gigantesca capacidade “econdmica” da politi- ca previdencidria de acumular recursos que faz dela uma alternativa € um instrumento para o enfrentamento das crises do capital e nao 0 contrario; dito de modo diverso, nao é porque esta em crise que a politica social previdenciaria sofre tantos ataques; é sua exuberancia acumulativa de recursos, sua possibilidade de largo prazo de mobilizar extensas quantidades de dinheiro que faz dela uma importante saida para o capital e que nao deve estar — do ponto de vista do grande capital e de seu Estado — subordinada ao trabalho sob a forma de reparticao solidéria da classe trabalhadora e como elemento potencial para a formagao da consciéncia de classe para si. segundo, perigosamente politico Com todas as limitagdes facilmente conferidas na andlise do de- senvolvimento hist6rico das politicas sociais no seu conjunto e a ge- neralizacdo da politica social previdenciéria, em particular, na segun- da metade do século XX, ainda que muito diferenciada na implementacao de pais para pais, elas podem e devem ser considera- das como vitérias da “economia politica do trabalho” sobre a “econo- mia politica do capital”, na direcao das formulagies marxianas em O capital ao tratar das lutas dos trabalhadores para limitar ¢ reduzir a duragao da jornada de trabalho. Todavia, parece-nos que no elenco das politicas sociais tipicas do Estado burgués o potencial politico-ideolégico pode ser bastante mo- bilizador quando se ultrapassam, a) os limites da alienagao presentes no fetiche do déficit previdenciério; b) a oposigao entre categorias de Fnuictmengo,FUNbO PORLEOE POLMIA SOC 28 trabalhadores na constituicao da previdéncia social e c) a errénea com- preensao de que as escolhas individuais — também no que diz respei- to a previdéncia— propiciam aos trabalhadores garantias de protecdo mais sélidas do que as decorrentes da solidariedade existente no inte- rior da classe trabalhadora. A “opeio” por saidas individuais consiste em hipotecar as aposentadorias ¢ a protesao social na velhice (dito de modo diverso,o futuro), nao raramente, para as “confiaveis eidénecas”® instituigdes bancério-financeiras que sio, conforme constatou-se de 2007 aos dias atuais ¢ em plena vigéncia da crise do capital, “perfcita- mente imune: "® aos fendmenos de quebras ¢ faléncias econémicas. A solidariedade presente em sistemas previdenciérios puiblicos contém a possibilidade de aglutinar largas fragdes (ou todas!) da clas- se trabalhadora sob um mesmo sistema de protecdo. Tais sistemas, empirica e teoricamente, comprovam que a repartico é a mais impor- tante e confiével forma previdenciéria. Ela consiste em repartir o que se arrecada entre os que precisam da protecdo em um dado momento. Assim, ademais de um exercicio no interior da classe entre distintas geragées de trabalhadores — os atuais proveem os anteriores traba- Ihadores, os jovens sustentam os idosos —, a previdéncia pode reunir em um tinico sistema as diferentes fragdes da classe trabalhadora: os {9 Ni € demats lembrar aqui dos estudos de nin em O imperialism, fse superior do op cides, roubos eas trapacas si tragos con: stitotivos dos negécios dos eaptas eencontram seu plene desenvolvimento 08 cs monapélics 10. erise que eclois em 2007, nos Estados Unidas, demonstrou largamente: as mesldas 4e salvagao 20s bancos ealizadas por quase todos os estadoscapitalistas do planeta nao impe falismar para o grande tesricoe revolucionsro, 35 dram intenea quebradeira que, 5 ance e muitos bilhdes de dslares depois, ainda nfo foi debe- Jada e, parece-nos, ainda estélonge de ocorrer. Em 1S de setemibro de 2008, um dos simbolos do império estdunicense,o gigante bancério Lehman Brothers, anuncioa concondats, Quando o overno de G. W. Bush fez aprovar no Senado ena Ckmara dos Deputaos dos Estados Unidos ‘um bilionsrio plano de “resgate dos mercados”,tratava-se de uma ajuda de 700 bilhées de dé- Jares aoe bancos quebrados do pais. Tal aprovagio supunha uns lenta e instivel recuperagio ‘ecanémica projtada até 2010, Deis anos apés o prazo estimado pelo Congrestoestadunidense, constata-se: a solidariedade de bithées de délares a capitaisnio foi sufcente: a) nem para ecuperacio econdimica capitalists com o “almejado” im da rise; b) nem tampouco para evi- enciar aos tabathadores, de modo profundo e ireversvel, que os bancos nto podem ser os epesitrios (das apesentadoris e previdéncia) do faturo da classe trabalhadora perque sua loi éa do lucro operdrios ¢ os médicos, os professores e os trabalhadores rurais, as trabalhadoras domésticas e os bancérios. Em um tal sistema previdenciério hi o potencial de os trabalha- dores reconhecerem-se acima das atividades concretas por eles desem- penhadas e objetivarem a experiéncia da classe para si. Todavia, a potencializagao e a radicalizagao da experiéncia previdenciéria como um elemento para a construcao politica da classe ndo se faz magica- mente endo pode prescindir de instrumentos organizativos da propria classe na diregao de ultrapassar os limites de compreensio da aposen- tadoria como direito individual e auténomo dos rumos da classe na sua totalidade Previdéncia complementar e reproducio das relacdes sociais Dois elementos sdo centrais na demarcacao da importancia da previdéncia complementar para a reprodugao das relagies sociais de produgao tipicamente capitalistas. Aqui, refuta-se ainda uma vez a mistificacdo de que a previdéncia complementar 6 a forma privilegiada de chegar ao socialismo pela supressio dos “traumas” revolucionérios. O primeiro elemento a destacar diz respeito ao mecanismo de transformacao da aposentadoria em capital ficticio sob a forma de investimentos em ages de capitais Na formagao do fundo de pensao os capitais sao atrafdos para os investimentos mais lucrativos, sob o argumento da manutencao ¢ elevagio dos valores das aposentadorias de seus “participantes”. A busca por investimentos lucrativos tem na compra de acées pelos fundos de pensdo um promissor negécio. Acdes, entretanto, sao tao mais lucrativas quando expressam niveis de lucratividade realmente existentes, ainda que a especulacao seja um componente, em certa medida, “autonomizador” da lucratividade em face da vida real. To- davia, relativizada a capacidade autonomizadora de os papéis produ- zirem lucratividade, o fenémeno real que desejamos iluminar diz respeito exclusivamente a extragao de trabalho nao pago do trabalha- Fnuictmengo,FUNbO PORLEOE POLMIA SOC i dor pelo capital, ao mecanismo de extragio de mais-valia, conforme brilhantemente o decifrou Karl Marx em O capital Mas trata-se de indagar as conexdes entre a previdéncia comple- mentar ou os fundos de pensio e a extracdo de mais-valia ou, em outros termos, como um trabalhador preocupado com sua aposenta- doria pode ser confrontado (e responsabilizado!) com 0 aumento da (sua) exploragao. Fazem, ainda que nao o saibam. Os fundos de pensio, a0 procurarem e comprarem as ages mais lucrativas de uma dada empresa, passam a coadjuvar com as taxas de lucro necessérias & pro- duo daquela empresa. A queda dos lucros implicaré, nesta légica, ‘uma possivel baixa nos valores das aposentadorias. Desse modo, um. fundo de pensio — por meio de sua participacao nos Conselhos de Administragio e Fiscalizacao das empresas nas quais se tornou acio- nista — deveré exigir indices de lucratividade para suas ages, os mais altos possiveis. Por um tal mecanismo, 0 fundo de pensao de um con- junto de trabalhadores— as vezes da mesma empresa na qual o inves- timento dos recursos previdenciérios esta aplicado — passa a exigir dos trabalhadores da empresa na qual é acionista niveis de produtivi- dade cada vez mais elevados. © alcance dos lucros supée, desde ha muito, acionar varios mecanismos, todos eles potencializadores da exploragio e de medidas que nao excluem as reestruturagdes produ- tivas poupadoras de trabalho vivo Ao trabalhador que faz sua opedo por uma previdéncia comple- mentar (aberta ou fechada) nao é imediata e ébvia a relacdo entre previdéncia privada e reproducao das relagdes de producao. Tampou- coa dinamica da vida social — individualizada e aparente — propicia odesvelamento das relagdes com as quais o trabalhador “participante” de um fundo de pensao est envolvido. Trata-se, entao, de sem meias palavras explicitar: na busca individual de uma melhor aposentadoria os trabalhadores tém contribuido para o aumento da exploracao dos trabalhadores. Esse fendmeno de aguda gravidade opera na diregso contréria a solidariedade dos regimes previdencidrios organizados por repartigdo. Hé muita engenhosidade na captura da previdéncia priva- da e em sua transmutacao em capital e o trégico desse engenho é que 05 trabalhadores podem gozar de relativo distanciamento quando “seu” fundo de pensao investe provoca sobre outros trabalhadores todas as tragédias e barbaries decorrentes da busca de lucros; todavia, aimposicao da vida real sob o capitalismo é a necesséria elevacao dos lucros mesmo que o fundo de pensdo deva investir na empresa — e explorar — na qual trabalham os “préprios proprietérios” do fundo de pensdo, Nesse caso, a exploracao do trabalhador nao ocorre distan- ciada, sobre o outro trabalhador — de uma outra empresa e até de um. outro pats. Ela ocorre patrocinada pelo mesmo trabalhador que, de um lado, poupa como previdéncia e, de outro, como capital, como pro- prietério capitalista por meio do fundo de pensao, autoexplora, demi- tee degrada a si e aos seus companheiros de jornada de trabalho. segundo elemento refere-se ao mecanismo de transformacao da aposentadoria em capital ficticio sob a forma de investimentos em titulos ptiblicos. Em termos répidos, deve-se indicar em primeiro lugar que os fundos de pensdo tém na aquisi¢ao de titulos publicos um importante mecanismo de realizagao de suas metas de investimento para o cum- primento das promessas de aposentadorias aos seus “participantes”. No Brasil, os fundos de pensdo controlam parte privilegiada da propriedade dos titulos puiblicos que sao remunerados com os recursos mobilizados pelo fundo puiblico. J4 afirmamos acima que o fundo pliblico é 0 montante de recursos que o Estado detém para realizar suas fungSes em dada sociedade e indicamos a existéncia de uma tendéncia continua de o Estado mobilizar os recursos das politicas sociais para propiciar alternativas as crises do capital. Nesse sentido, das politicas sociais tém Ihes sido exigidos crescentes superavits para remunerar com juros os proprietérios dos titulos e para quitar os va- lores dos titulos vencidos. A relacao com as politicas sociais ¢ a contribuicao da légica dos superdvits para a sua destruico— total ou parcial, a depender do caso —6 intima. Ao tomarmos a previdéncia complementar como exemplo de “proprietéria” de titulos publicos temos: Fnuictmengo,FUNbO PORLEOE POLMIA SOC 2s As contrarreformas da previdéncia social e de outras politicas sociais so apresentadas pelos capitais e por seu estado como medidas que devem ser implementadas para impedir os crescentes déficits e as insustentaveis mobilizagdes de riqueza para a protecdo social. Como saida para esse problema implementam-se as contrarreformas no Es- tado e nas politicas sociais, mecanismo por meio do qual constituem- se os novos espacos e “achados” para os capitais. Para a consecugio desses mercados é imprescindivel as politicas sociais encolherem ¢ restringirem a sua abrangéncia na vida social, na reproducao das re- lagdes sociais de producao. Em resumo, as politicas sociais devem deixar de realizar os direi- tos sociais para que os espacos até entao por elas ocupados sejam li- berados aos mercados. De outro lado, esta redugao das politicas sociais somente ¢ viabilizada ao mobilizar argumentos de que a previdéncia social e por reparticao nao é vidvel nos dias atuais. No entanto, sdo os superavits das politicas sociais ditas em crise, elementos centrais para a formagao da riqueza social que remunera os titulos publicos de pro- priedade dos fundos de pensao, dos fundos de investimentos ¢ 0 ca- pital bancério-financeiro. Neste ponto, uma evidéncia é possivel: como a0 mesmo tempo uma politica social dita insustentavel pode gerar superdvits? Se hé nela uma capacidade de arrecadar mais recursos do que gasta, nao seria esta uma forte indicacao de sua potencialidade em crescer de modo piblico e descartar as saidas postas pelo mercado de capitais, presentes nos fundos de pensio? Referéncias bibliograficas BADARO MATTOS, Marcelo. 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