A “liquidação de sentença”, é um procedimento a ser executado na fase
intermediária entre a sentença (emitida no processo de conhecimento) e o cumprimento da mesma. Tal procedimento, visa definir os parâmetros da sentença para que a mesma possa ser cumprida posteriormente. Definindo o objeto da condenação imposta ao réu, caso essa não tenha sido disposta na sentença. Para que assim, se acerte o direito e faça-se executar a sentença. Ela tem o desígnio de definir valores e coisas desprovidas de aporte econômico. Podendo ainda ser feita por “arbitramento” (quando não se tem que provar um fato novo e visa-se definir apenas gênero, espécie e quantidade do que foi definido na sentença) ou pelo “procedimento comum” (quando se alega um fato novo, devendo prova-lo. Como quando houverem documentos a serem apurados e opção por inspeção judicial).
2. Quais são as modalidades de liquidação de sentença existentes no CPC?
O CPC/15, apresenta duas modalidades de liquidação de sentença. A
liquidação “por arbitramento” e a “pelo procedimento comum”. A primeira, é executada quando há que definir gênero; espécie ou quantidade do que foi definido na sentença. Já a segunda é utilizada quando se há a necessidade de provar novos fatos apresentados, antes de se definir o disposto na sentença. A sentença pode ser “ilíquida” ou “líquida”. A primeira, satisfar-se-á quando não apresentar gênero; espécie ou quantidade, podendo ocorrer caso não for possível mensurar o dano a ser julgado. Já a segunda, se fará mediante a definição de gênero; quantidade ou espécie da sentença.
3. Explique o que vem a ser a “liquidação por mero cálculo aritmético”?
A “liquidação por mero cálculo aritmético”, refere-se a definição da sentença
depender apenas de um cálculo matemático simples, não sendo necessário portanto, o procedimento de liquidação pela via do procedimento comum e nem pela do arbitramento, podendo ser requerido o cumprimento de sentença de pronto, em acordo com o art. 509 do CPC/15.
4. Explique a diferença entre a liquidação de sentença por arbitramento e pelo
procedimento comum.
A liquidação “por arbitramento”, se dá quando se define gênero; espécie ou
quantidade do que foi definido na sentença. Já a liquidação “pelo procedimento comum”, é utilizada quando se há a necessidade de provar novos fatos apresentados (como documentos), antes de se definir o que foi disposto na sentença.
5. Explique se é possível que no procedimento de liquidação de sentença haja
a rediscussão da coisa julgada? Atentando-nos ao art. 505 do CPC/15, tal artigo, elucida a hipótese de que nenhum juiz, decidirá novamente as questões já decididas, relativas a lide, salvo se tratando em caso de relação jurídica de trato continuado em que se sobreveio modificação no estado de fato ou de direito.
6. Qual o recurso cabível contra a decisão que fixou o valor da sentença
liquidação de sentença?
Em acordo com o art. 1015 do CPC/15, o recurso cabível a sentença dada na
liquidação, é o “agravo de instrumento”.
7. Indique o que vem a ser o cumprimento de sentença?
O “cumprimento de sentença”, é a fase que se segue a “liquidação de
sentença” (caso for cabível) e a, “sentença”, no processo de conhecimento. Ela visa dar execução à sentença que foi definida nos dois processos anteriores citados. O “credor exequente”, exige do “devedor executado”, o cumprimento da obrigação, a qual foi estipulada na mesma. Para isso, o credor, deve possuir um “título executivo judicial” ou, um “título executivo extrajudicial”, para se exigir o cumprimento. O título executivo judicial, no caso seria uma sentença determinada pelo juiz. Já o título executivo extrajudicial, seriam documentos que comprovem a existência de que uma obrigação foi estabelecida, como um contrato. Os dois apresentam procedimentos de requisição intrínsecos e distintos. Caso o credor detenha o título judicial, ele deverá adotar o “procedimento de cumprimento de sentença” para se fazer cumprir a obrigação. Já em casos de o mesmo possuir o título extrajudicial, ele poderá recorrer a meios mais ágeis, para que se faça cumprir a obrigação, passando para isso “pelo processo de execução”. Caso o credor seja detentor do título judicial, ele deverá ainda comprovar que não houve o pagamento no tempo e ou, no modo determinado na sentença. Já nos casos de o credor, deter o título extrajudicial, ele deverá comprovar ainda que o mesmo é líquido; certo e; exigível, além de comprovar o não pagamento no tempo e ou, no modo exigido na sentença, também.
8. Explique quais as diferenças entre o cumprimento de sentença e processo
de execução.
O “cumprimento de sentença”, é um meio de se fazer cumprir a obrigação,
adotado pelo credor que possua “título executivo judicial” (sentença). Já o “processo de execução”, é um meio de se requer o cumprimento da obrigação, a ser adotado pelo credor, que possua “título executivo extrajudicial” (que comprove a existência de que a obrigação foi firmada. Como contrato e cheque). No primeiro procedimento, o credor deve demonstrar além de tal título, que não houve o pagamento no tempo e ou, no modo disposto na sentença determinada. Já no segundo procedimento, o credor, detentor de tal título, deve demonstrar além da existência da obrigação, comprovada pelo título executivo e além, do não pagamento de tal, que o título é líquido; certo e; exigível.
9. Explique o princípio da patrimonialidade.
Tal princípio, contido no art. 789 do CPC/15, elucida o fato de que o devedor, responde por suas dívidas não pagas, com seus bens presentes e futuros. Dentro dele está contido o “princípio da dignidade humana”. Contido no art. 833 do CPC/15. O qual, visa proteger o mínimo existencial do devedor ante as suas dívidas. Julgando ser impenhoráveis alguns bens do mesmo.
10. Explique o princípio da dignidade da pessoa humana na
execução/cumprimento de sentença.
O princípio da dignidade, nas fases citadas, é importante para proteger o
mínimo existencial do devedor, configurando a impenhorabilidade de alguns bens do mesmo. Como, de equipamentos necessários a sua profissão. Portanto, ele não responderá por suas dívidas não pagas, com esses tipos de bens especificados no art. 833 do CPC/15.
11. Explique o princípio da nulla executio sine titulo.
Tal princípio, infere a ideia de que é nulo o processo de execução/
cumprimento de sentença, se o credor, instaurar o procedimento sem a existência de título judicial ou extrajudicial.
12. Quais são os títulos executivos judiciais previstos no CPC?
Podem ser alvo de cumprimento de sentença pois, são títulos executivos
judiciais: as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa; a decisão homologatória de autocomposição judicial; a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza; o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal; o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial; a sentença penal condenatória transitada em julgado; a sentença arbitral; a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça; a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça.
13. Quais são os títulos executivos extrajudiciais previstos pelo CPC?
Podem ser alvos do “processo de execução” pois, são títulos extrajudiciais: a
letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas; o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal; o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele garantido por caução; o contrato de seguro de vida em caso de morte; o crédito decorrente de foro e laudêmio; o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio; a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei; o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas; a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei; todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva.
14. Quais são os requisitos para se instaurar o cumprimento de sentença?
Para se instaurar o cumprimento de sentença, exigindo o cumprimento da
obrigação, o credor, deverá comprovar a existência de um título executivo judicial (sentença); o não cumprimento desta sentença e; que o título é certo; líquido e; exigível.
15. Explique o conceito de inadimplente.
“Inadimplente”, é aquele devedor que não cumpriu com a obrigação
estabelecida com o credor, no modo e no tempo certo, determinado.
16. Explique o que vem a ser um título executivo líquido, certo e exigível.
O título executivo é líquido, quando há a determinação certa da quantia disposta na
obrigação. Ele é certo quando se tem comprovada a existência da dívida. Ele é exigível quando não há a ocorrência de decadência ou prescrição. Ou seja, a dívida, ainda pode ser exigida do devedor.