You are on page 1of 8

Parque Oswaldo Magalhães de Carvalho: História, importância e sustentabilidade

Ao contrário de diversos parques e reservas naturais, o Parque Ecológico Oswaldo


Magalhães de Carvalho, apresenta uma história simples, porém com consequências quase
irreversíveis. Em algum período entre os anos de 1950 e 1970, um fazendeiro chamado
Oswaldo Magalhães de Carvalho, possuía os territórios referentes ao atual parque e decidiu
doar ao município. O motivo, porém, não foi identificado porque tal doação. A partir dos
anos de 1970, a cidade de Vespasiano apresentou uma grande chegada populacional, em que
diversos bairros foram criados e foram cada vez mais se estruturando, como Centro, Célvia,
Caieiras, Santo Antônio, Názia, Jardim Itaú, Lourdes, Jardim Alterosa, Central Park e
Fagundes. O bairro em que a reserva em questão se encontra, é o Caieiras. Contudo, na época
a Copasa ainda não havia se instalado completamente na cidade, e por isso não havia
saneamento básico para a limpeza de dejetos. Por isso, os moradores da região construíam
fossas sépticas, para despejar os produtos de sua necessidade básica. Além disso, o prefeito,
como não havia encanamento na cidade, decidiu canalizar o rio que havia na região para
realizar o abastecimento. Nesse período, as mulheres do local lavavam roupas e cabelos nos
rios, as crianças costumavam nadar nas águas límpidas, e a população tinha água em suas
casas, o único problema eram as consequências dessas ações. Pelo fato do saneamento não ter
sido instalado, os habitantes, que cresciam cada vez mais, continuavam a realizar despejos
nas fossas e, por conseguinte, o solo foi se contaminando cada vez mais, trazendo as bactérias
dos coliformes fecais para os lençóis freáticos, poluindo a nascente. Ademais, a canalização
não foi realizada da maneira correta, o que causou complicações no crescimento do rio,
reduzindo seus níveis. Após um tempo, com a chegada da Copasa na região, os moradores
não tinham mais que se preocupar com as canaletas que foram construídas e aproveitavam a
região da mata para realizar trilhas. Ao longo do tempo, aquele espaço foi sinônimo de lazer e
caminhadas, festas, reuniões e churrascos eram comuns de serem realizados. Mas, como nem
tudo são flores, queimadas, lixos, poluentes e outros problemas estavam afetando a mata da
região, que já estava ameaçada. Como forma de proteção, a estratégia de transformar o lugar
como um parque ecológico começou a ser iniciada. Atualmente, com diversas trilhas, aulas
de educação socioambiental, dicas para cuidado da natureza e diversas espécies a serem
mostradas, o parque concentra aulas e experiências de cuidados com as matas remanescentes.
Com características tanto do Cerrado, quanto da Mata Atlântica, a zona de transição
desses dois biomas chamada de Mares de Morros possui árvores de grande porte e vegetação
com pequenos arbustos, e o relevo característico do Planalto Atlântico. Encontramos diversas
relações ecológicas, como parasitismo, mutualismo e competição. Uma das relações comuns
de parasitismo é do ser humano com algumas árvores. Por conta das queimadas, algumas
árvores foram perdidas e outras ainda permanecem com as áreas do resultado do fogo. Outro
exemplo de parasitismo, são algumas larvas de insetos que ficam no interior das árvores e se
alimentam da seiva, porém são salvas da relação de mutualismo com os Pica-Paus que se
alimentam das larvas. Uma característica impressionante dessa espécie, é que eles conseguem
bicar uma árvore 22 vezes por segundo. Bônus: ao bicar as árvores, a ave enrola sua língua ao
redor do cérebro, protegendo-o de possíveis danos. Um dos problemas que ameaça essa
espécie são os tucanos, com a competição, predadores dos pássaros de cabeça vermelha e
uma espécie exótica invasora. Por não terem um predador natural, os tucanos são um risco
para algumas aves da região, e estão cada vez mais se reproduzindo. Ao mesmo tempo que
correm perigo, os pica-paus possuem um instinto natural de seguir o lema "matar ou morrer",
onde protegem seus filhotes a troco de sua vida, ou a troco da vida do predador. Outra espécie
invasora que assola uma fauna inofensiva, são os caramujos africanos. Esse animal, além de
transmitir doenças por meio de dois vermes que causam grandes estragos na parede intestinal
e meningite, ele possui uma alta capacidade de reprodução. Por falta de informação, alguns
cidadãos matam um caramujo inofensivo chamado aruá do mato. Esse caramujo apresenta
divergências na tonalidade, mas por apresentar um porte maior, constantemente é confundido
por seu concorrente de origem africana. Enquanto aquele apresenta uma tonalidade mais
rosada em sua concha, esse se apresenta com uma tonalidade em tons mais escuros,
aproximando-se de tons terrosos. Com a confusão, os moradores acabam matando o
aruá-do-mato, se dando conta apenas do tamanho que é parecido com seu parente e acabam o
exterminando. Tanto ele, quanto o pica-pau estão sendo ameaçados de extinção, e as duas
espécies se encontram na antiga fazenda de Oswaldo.
Diversos fungos, musgos e samambaias podem ser encontrados em diversos pontos da
mata, com diferentes formas de cogumelos, orelhas-de-pau, avencas e “tapetes vegetais”. Um
inseto bastante comum, que não consegui captar com a câmera, são as borboletas. Elas se
apresentaram com a beleza de suas cores em algumas regiões, enquanto tomavam seu “banho
de sol” ou se alimentavam das seivas. Enquanto víamos sobre as borboletas, nos foi explicado
também a diferença entre elas e as mariposas. Além da diferença do tamanho, as mariposas
são maiores, e da coloração, as borboletas apresentam cores mais vivas, em repouso as
mariposas continuam com suas asas abertas, e as borboletas têm o costume de fechá-las.
Aracnídeos também são encontrados com bastante facilidade. Como exemplo, há a aranha
nephila, uma aranha que possui uma teia extremamente resistente, também chamadas de “fios
de ouro” por terem uma coloração mais amarelada. Além disso, a espécie se apresenta muito
lenta ao andar pela terra, porém se desloca com bastante facilidade e rapidez em suas teias.
Dividindo alguns metros, a aranha-lobo também ganha destaque com sua teia em formato
diferencial. Ao tecer, a aranha faz uma forma de funil para atrair sua presa despreparada. Ela
recebe esse nome por ficarem em tocas, comportamento parecido dos lobos.
Em relação ao clima do local, por ser úmido e quente, há uma proliferação de fungos
e alguns musgos, como citados anteriormente. Em um dos percursos, podemos observar uma
grande quantidade de orelhas-de-pau e também alguns musgos apresentando seu esporócito,
entrando na fase reprodutiva. Sobre o solo em que algumas dessas espécies se encontram, o
parque apresenta diferentes tonalidades. Foi nos ensinado que quanto mais escuro o solo,
mais fértil e propício a plantações ele será, em decorrência de altas quantidades de matéria
orgânica. E quanto mais claro o solo for, mais pobre de nutriente ele se torna por conta da alta
concentração de ferro em sua composição.
No início da aula tivemos uma pequena gincana sobre as ações negativas do homem
e o parque é um exemplo prático perfeito sobre isso. A sustentabilidade é algo de suma
importância para a natureza e para o planeta em que vivemos. A poluição, emissão de gases
poluentes, caças ilegais, desmatamento, entre outros fatores, cada vez mais ajudam na
retirada da cobertura vegetal e da vitalidade que habita na Terra. Com isso, alguns animais
precisam se deslocar em decorrência de ações antrópicas negativas ao meio ambiente. Foram
localizados no entorno do Caieiras, por conta da construção de um shopping na entrada de
Lagoa Santa, algumas jaguatiricas foram identificadas em regiões que não eram encontradas
por terem feito o deslocamento. Ademais, há um ponto da MG-010 que por vezes são
encontradas jaguatiricas atropeladas, por tentarem atravessar a rodovia. Algumas espécies de
serpente também foram identificadas ao redor do parque e no bairro, queixas que não eram
comuns a alguns anos. Dessa forma, a relação entre o ser humano e a natureza deve ser
construída e cada vez mais estruturalizada de uma forma mutualística. O parasitismo advindo
das atitudes antrópicas geram consequências que afetam diretamente ao meio ambiente e ao
ser humano. O que fizeram antes da feitoria do parque, é um exemplo perfeito de ação e
reação das negatividades sofridas por aquele ecossistema. E o parque é o exemplo perfeito
das atitudes positivas a serem idealizadas e realizadas sobre nosso cuidado com a biosfera. O
amor que é colocado pelos biólogos que apresentaram e nos guiaram, demonstra e aproxima
os visitantes do comportamento que devemos ter e nos policiar sobre o que assola a natureza,
além de se manifestar uma paixão sobre a biogeocenose e tudo que circula sobre o tema.
Estes projetos de preservação ambiental devem ser difundidos, e divulgados para a
população. Com aquele clima de ambiente tranquilo e familiar, o parque abraça os visitantes
para esse relacionamento com os diversos ecossistemas e essa conduta poderia ser
incentivada em áreas que poderiam ser muito bem retratadas. Os bioindicadores, os
fotossintetizantes, os decompositores e todos aqueles que ajudam nas diversas funções vitais
que são gerais nos seres vivos, são muito importantes e a preservação deles é necessária para
toda a biocenose, seja daquela região, seja do ambiente de sua casa, seja em alguma trilha, ou
qualquer espaço do planeta. A Ecologia apresenta os estudos necessários de como podemos
realizar essas mudanças das melhores maneiras. É óbvio e evidente que não será um processo
rápido. Por mais que o estragar aconteça rapidamente, o efeito reverso respeita o natural e é
realizado em um ritmo mais lento. Em contrapartida, o efeito não é impossível de ser feito.
Os novos parques, propagação das ideias ambientais, e projetos nas escolas com excursões
desse tipo que permitem esse contato direto com a natureza e com os profissionais que
trabalham incessantemente com essa recuperação, e com as questões ambientais.
O que foi visto na excursão, não é algo que será esquecido facilmente, pois além das
memórias construídas o ensinamento acaba ficando e permite uma internalização sobre o
assunto e os diversos problemas, porém também com as soluções que ajudam a resolvê-los.
Acredito que com essas pequenas mudanças de hábitos, a qualidade de vida animal, incluindo
os seres humanos, por mais que seja um processo lento, irá cada vez mais melhorando e
inovando de maneira que permita a reconstrução da vitalidade que foram tirada a força do
planeta. Como foi dito no percurso, “De grão em grão, a galinha enche o papo”. A seguir, as
fotos do parque serão apresentadas abaixo junto com um link do Drive de 3 vídeos que foram
feitos e editados por mim sobre o dia que tivemos no parque, com a vegetação, a fauna e
flora, e nossas brincadeiras de crianças no playground, e outra pasta no drive com os vídeos
que foram gravados (fiz mais gravações do que fotos).

Link do drive:
https://drive.google.com/drive/folders/1Utbtgd0FsLIc1q10kiduWoOGYEMU4QZZ
Fotos:
Link do drive com vídeos da natureza:
https://drive.google.com/drive/folders/1V9MKG_h0qruWOKvT8MGxJ48UHni3d4q-

You might also like