You are on page 1of 52
Ua GRANDE LIVRO DO FUS CA EM FASCICULOS Tyo) =1;,0 ee Ta TaN CEN MUIR RM KS¢ Loo eee SOT a SUMARIO ‘AORIGEM: ashes por traséa ‘tag do Caro do Povo alerao ‘TEMPOS DE GUERRA: vcuos mares cbr aplataforma do Fusca BIOGRAFIA: Ferdinand Porsche, pal doFusca POS.GUERRA: a produao cu eo mci das exportagpes ‘SPLIT.WIMDOW: os detahes scrap a es Z2WITTER: a oyae dora Online se see, ‘eraoconvg Spc mow HME i KOMBI: trajetrtapartcular de versatidade e sucesso, Tepodupo ial upura eta a ‘tot rolarine coe TAs O11 SOTE TT ‘TECNICA: cursiadesesolugoes ‘Agroscinento: Fuca Ce fo Br squats) Imecancas ns prinordlos do bsouro gurige.90 mscuewoscermuanos mos. rReouo cm SHEE ze cena commie Ee ts ‘-rusca wwrowova) Meron LUD, AVERDADEIRA HISTORIA trajetsria de sucesso do Volkswagen Sedan j foi contada em muitos livros e revistas ‘mundo afora. Como o “patinho fio” da fi bla, 0 curioso carrinho, projetado numa época de grande turbuléncia mundial e apadrinhado por um dos mais odiados déspotas da historia universal, acabou su- perando todos os estigmas e adversidades para se tornar 0 ‘modelo mais popular produzido pela inckistria automobilli tica mundial, além de ter ficado em linha de montagem por ‘ais de meio século, mantendo basicamente a mesma conf gurago. O mais curioso é que ele s6 chegou efetivamente a0 ‘mercado uma década apés ter sido concebido por Ferdinand Porsche e sua equipe. Mesmo assim, confirmando a pro- posta de vanguarda, manteve-se atualizado nas décadas, seguintes. E foi também a principal e mais efetiva al- temativa de motorizagao, acessivel confivel, para milhoes de pessoas na Europa, nas Américas, na ‘Oceania e até na Africa e na Asia. Tanta po- pularidade acabou gerando muitas histérias, Jendas e mitos. E também alguns exageros e in- formagoes conflitantes, que muitas vezes nao reletem com vveracidade diversos detalhes dessa trajetiria vitoriosa. PPor isso, a Editora On Line, que hé sete anos langou de forma pioneira no mercado brasileiro a revista Fusca &eCia, de dlicada a resgatarahistéria do popular modelo e seus derivados, decidiu ampliarsua cobertura ao tema langand agora esasérie denominada 0 Grande Livro do Fusca. Publicada em der fas- ciculos de 48 péginas cada, mais capas, que serio dstibuidos (quinzenalmente).A equipe de Fusca Cia realizou uma longa ceapurada pesquisa, durante varios meses, para contar em todos, os detalhes a "Verdadeira Historia do Fusca’. Divididos em épocas, cada fisciculo vai abordar nao s6 a trajetdria historiea do Volkswagen Sedan, mas também da fibrica, além de mostrar todos os detalhes técnicos de cada uma das séties de produto do modelo, ao longo dos anos, ‘bem como mostrar todos seus derivados, diretose alternati- vs. Mas, o mais importante, é que os detalhes desta saga se- 10 relatados tendo como base avisto brasileira da histéria do Fasca, como ee foi carinhosamente apelidado aqui no Brasil, onde se transformou nio s6 em sinénimo de motorizagao do Pais, mas também no principal simbolo de industralizacao, desenvolvimento e modernidade. O CARRO DO POVO LENDAS, MITOS E MUITAS HISTORIAS CERCAM A VERDADE SOBRE O NASCIMENTO E 0 DESENVOLVIMENTO DO VOLKSWAGEN, UM DOS MAIORES SUCESSO: S NA HISTORIA DO AUTOMOVEL rojetos bem-sucedidos ge- ralmente costumam ter muitos “pais”, Eo Volks- ‘wagen no fugin a esta re- gra. Isso, somado a opinides diver- sas de “especialistas” de plantio, acabou gerando enorme massa de informasio ~ nem toda necessa- riamente precisa ou até mesmo ve- ridica ~ sobre as origens do nome do desenvolvimento do besouro. Por: tanta polémica fez com que 0 ditador Adolf Hitler acabasse tendo ‘muito mais destaque na criago do “carro do powo" do que aqueles que realmente se dedicaram 20 projet. Hitler, € verdade, foi um dos primeiros — senao o primeiro — a sugerira produgao de um automé- vel popular naAlemanha. Politico ladino, ele aproveitou a dificil si- ‘tuagao econémica do pais apés a 18, Guerra para langar a proposta de mobilidade para o powo. Na Epoca, ele era membro do pe- queno Partido dos Trabalhadores, Alemaes e procurava cativar sim- patizantes para 0 movimento com 4 promessa de uma Alemanha re- > GRANDE LivRo DO FUSCA vigorada e mais justa, na qual os operirios também teriam direi- 10 ao carro proprio, assim como ja ocorria na América do Norte (leia-se Estados Unidos). ‘A Alemanha, entretanto, s0- fria 05 pesados encargos relativos ds sangdes impostas pela derrota za guerra — 0 que, inclusive, gerou rno pais um dos mais dramaticos pprocessos de inflacao da histéria. E, para o powo alemao, que sequer tinha dinheiro para a comida, ter ‘um automével nao passava de um sonho aparentemente inalcancivel. ‘Mas foi justamente naquela ‘ocasito que o futuro ditador come- gou a formalizar sua proposta de popularizagao do automével, mais precisamente enquanto esteve pre- s0, durante 0 ano de 1924, aps 0 insucesso do epissdio denomina- do “putsch” da cervejaria, quando ele e seus comparsas tentaram dar uum golpe de estado “armado” mum boteco. Considerado 0 principal culpado pela rebelito, Hitler foi confinado no decaido — mas ainda confortivel ~castelo de Landsberg, onde, durante os nove meses em que esteve preso, teve toda mor cdomia possivel. Ali, pode se de- dlicar, dentre muitas atividades, a ler a autobiografia de Henry Ford. ‘A leitura o deixon fascinado pela pproposta de mobilizagio difundi- da pelo empreendedor americano, j@ entdo mundialmente conhecido devido 20 sucesso do Modelo T. POPULARIZAGAO DA PROPOSTA Nao existem informagbes pre- cisas se 0 termo Volkswagen jé estaya em voga quando Hitler divulgou sua proposta (apés sair da pristo no fim de 1924), ou se ficou popular posteriormente. O aque se sabe é que a denominagao ppassou a ser bastante difundida na ‘Alemanha na segunda metade da década de 1920, inclusive com a divulgagio de alguns projetos te6- 1icos antecipando o conceito de au- tomével popular. Todas as propos- ‘tas, entretanto, esbarravam na falta de recursos para se investir mum pprojeto de tamanho porte, sem falar nna improvivel possibilidade de um cidadio comum poder comprar tum. carr, pois 0 automével softia ele- vvada tributaga0 no pais na ocasio, Veiculo popular para os alemaes, na Epoca, aa motocicleta. ‘Mesmo assim, a proposta do automével_ popular fascinou mui- tos empreendedores. Um dos mais ativos defensores da idéia foi Josef Ganz, dublé de engenheiro ¢ jor nalista, ningaro de origem ju‘ ca mdicado desde a juventude na Alemanha. Além de atuar como consultor de empresas como Adler, BMW e Daimler-Benz, Ganz tam- bém desenvolvia projetos indepen- dentes atuava como editor-chefe da revista Motor Kritb, que passon a circular em 1928. Desde o comesp,a publicagto divulgou a idéia do ear 10 popular que, em alguns aspectos, acabou se antecipando a0 primeiro projeto do Volksauto, desenvolvido por Porsche e sua equipe em 1931, ee prado ecg eae ees ee s Gar, qu tanbant era 0 ‘stor dapotea> 6 | 0 GRANDE Liveo Do FUSCA proprio Ganz também de- senvolveu projetos de modelos, pplares no comego dos anos trin- ta, como o Ardie-Ganze 0 Adler ‘Maikiifer (que nao passaram de pprototipos), até conseguir viabili- zar o Standard Superior, apresen- tado no Salao de Berlim de 1933. Por sina, fio primeiro evento de que Hitler participou logo apés ser snomeado Chanceler da Alemanha. ‘No material publicitirio divulgado na exposicao, o Standard era defi- rnido como “The fastest and quickest German Valtswagen". Segundo consta, isto nao agradou nem um ppouco o futuro ditador, que em seu discurso na abertura do even- to relembrou sua antiga proposta de carro do povo. Nao por acaso, Ganz fugin para a Suiga pouco tempo depois, por conta da perse- wheter pabaste _guigao dos nazistas aos judeus. Jé 0 modelo que ele de- senvolveu para a Standard Fabrreugfabrit, uma peque- nna fibrica de motocicletas de Ludwigsburg, erana verdade um rristico mini-carro propulsiona- do por um motor de motocicle- ta de 500 cm’, refrigerado a ar € montado & frente do eixo trasei- ro. Suas linhas também faziam embrar as de um besouro, jé que Ganz basicamente colocou uma capota no projeto do Maikafer, que havia desenvolvido sem su- ceesso para a Adler ~ além das limitagdes mecinicas e do espa- 0 reduzido (levava apenas duas pessoas), o Standard teve produ- a0 limitada entre 1933 e 1935 devido a0 custo de aproximada- mente 1.500 Reichmarks (mar- 0 aparente pioneirismo faz com que alguns historiadores revisionistas afirmem ter sido Josef Ganz, e nado Porsche, o verdadeiro criador do conceito técnico e de estilo do Volkswagen, o “Carro do Povo” alemao cos imperiais), uma quantia ain- da bem elevada para os padroes alemaes da época. PROJETOS PARALELOS Esse aparente pioneirismo faz com que alguns historiadores re- visionistas afirmem ter sido Ganz, no Porsche, o verdadeiro cria- dor do conceito técnico e de esti- lo do carro do pow. Entrevistado sobre oassunto em 1965, dois anos antes de falecer, Ganz usou de di- plomacia e afirmou que Porsche apenas “tomou emprestada” a sua ideia, bem como 0 desenho do Volkswagen. Contudo, apesar de, sem nenhuma diivida, ter sido um dos principais propagadores do conceito do automével_ popular alemao, Ganz acabou cometendo ‘uma injustiga no seu depoimento, pois na mesma época em que fez © projeto do Standard, Porsche também jé trabalhava no desen- volvimento da primeira propos- ta do Volksauto, oferecida para a empresa Ziindapp. Além disso, vale destacar ainda que, na mesma ocasito, Hans Ledwinka construiu na Checosloviguia 0 protétipo do Tatra V-570, um modelo bem ‘mais parecido com o futuro VW, com motor boxer de dois ci dros. Iss0, aliés, acabou gerando outra polémica: apés a 2%. Guerra, © govemo comunista checo che- gou a insinuar que o projeto do ‘VW nio passava de um pligio do Tatra, modelo que nem chegou a ser produzido em série. O fito é que, como Porsche e Ledwinka eram amigos de longa data, é bem. provivel que eles tenham trocado informagoes sobre as caracteristi- cas bisicas de um carro popular. ‘Outro fato incontestivel & que Porsche, com sua longa experién- cia ja de trés décadas como proje- tista de automéveis, tinha como ‘nenfum outro uma visio bem mais, pragmatica sobre como deveria ser ‘carro popular. Mesmoassim, teve dificuldades para “vender” a ideia, recusada por dois de seus emprega- dores: a Daimler-Benz, onde tra- balhou de 1923 2 1928, e a austré- aca Steys, para a qual se transferin posteriormente. Somente quando ‘virou um projetista independente fe montou seu proprio escritério (0 Konstraltionbiro), em Stuttgart, no ano de 1930, Porsche pode dar asas a imaginasio e fazer os dese- hos iniciais do projeto que acaba- ria criando 0 automével mais po- pular da histéria. E importante ressaltar que, tan- too desenho do Standard de Ganz como o Tatra V-570 ou o segun- do prosétipo do Volksauto (como Porsche denominava sua proposta de veiculo populas), desenvolvido para a NSU, nao tinham nada de original. Alguns anos antes, em meados da década de 1920, 0 re- nomado Le Corbusier, considera- do o pai da arquitetura modems, dlivulgura esbosos de como imagi- ava o estilo do carro no futuro. ‘Aesquerd,desenosfatos na ‘decada de 1920 pe reromao argutet Le Corbuser ‘antecgavam 25 formas de un ‘esauro emautomoves ‘ema ogrostpo fra 270 astra Samegp os Scat aetse cur ‘noslocom cameras Senet aoprace ‘olstapen © GRANDE LiVRO DO FUSCA I 7 ‘cima, 0 protetpo to Votkso esomotnso or Porsche paraaenpresa ‘iemodeeleas “tmaspe Kare, cones proto Esses desenhos jé antecipavam 0 perfil de um besouro, o que aca- ou influenciando as linhas bi- sicas dos automéveis populares posteriormente. Além disso, no comego da década de 1930, tam- bbém ja comesava a ser difundida a tendéncia de estilo denominada Streamliner, carro aerodinimico em inglés, que marcaria uma mu- danga radical no design de auto- miéveis a partir de entio. PROTOTIPOS DO VOLKSAUTO ‘Denominada Tipo 12, mme- rasio relativa ao décimo segundo projeto desenvolvido na firma de Porsche — alguns bidgrafos afir- FuscA ‘mam que, na verdade, se tratava do quarto ou quinto projeto, mas que cle decidiu saltar alguns mimeros sno comego do negécio para dar a Jimpressto de um volume maior de ‘trabalho e impressionar potenciais clientes -, a primeira proposta de carro popular do escritrio foi ini- ciada por conta propria, em setem- brode 1931. Somente depois acabou sendo oferecido para a Ziindapp, que na ocasito era a maior fi ca de motocicletas do mundo. No acordo, fechado em fins de 1931, Porsche convenceu o presidente da ‘Ziindapp, Fritz Neumayer, a inves- tira proposta do carro popular. ‘Trés.protétipos foram mon- tados nas oficinas do proprio Konstruktionbiiro. A ideia ini- cial de Porsche era construir um ‘motor bastante compacto de trés cilindros em “W" que, monta- dos paralelamente, reduziriam consideravelmente o seu volume. No entanto, para ganhar tempo e baixar custos, Neumayer preferiu utilizar um complexo motor radial de cinco cilindros que a Ziindapp tinha desenvolvido para uso aero- néutico. Esse motor, entretanto, apresentou diversos problemas, como dificuldade na refrigeraga0 dos cilindros, que era liquida, e vazamento de leo, além do peso excessivo na traseira do veiculo. ‘Mas Porsche nem mesmo teve tempo para tentar solucionar os defeitos: como a situagio econé- Tanto a Ziindapp como a concorrente NSU mica da Alemanha se deteriorava novamente ~ reflexo da recessto COntrataram Porsche para desenvolver o Re ee es tne projeto de carro popular. Nenhuma das da de motos caiu sensivelmen- jai, i ii Oo re ee haa mee vingou, nas ambas serviram de Zindapp, por cautela, a desistir. ~“enncubadoras” para o Fusca do projeto de produzir automéveis. Com a desisténcia, a empresa teve dos no comegode'1933.Contudo,de _subsidiado pelo Departamento de de indenizar Porsche pelo rompi-__formasurpreendente,aempresatam- Propaganda do governo Nacional- mento do contrato com a razoivel bém acabou desistindo da proposta _Socialista com o objetivo de difun- quantia de 85 mil marcos. alguns meses mais tarde. Segundo dir a superioridade da engenharia (© projeto da Ziindapp acabou _consta, aNSU foi advertida pela ita- ale, com recursos injetados na chamandbo a atengao de outro im- liana Fiat, para a qual havia vendido Daimler-Benz e na Auto Union, as portante fabricante alemaodemo- _ sua fabrica de automéveis em 1928, duas maiores fabricantes de vefcu- NSU. Fritz von Falkenheim, de que sofreriaum processo por que- los da Alemanha na época. presidente da companhia, sondou _bra de acordo caso voltasse a fabricar Além do carro de corrida, 0 es- Porsche sobre o assunto e resolveu _veiculos de quatro rodas. critério de Porsche também come- bancar um novo projeto, que teve sou a eceber outras soicitagdes de inicio na segunda metade de 1932. 0 CARRO DE CORRIDA projetos, estimulados agora pela ‘A nova proposta, além das linhas A desisténcia da NSU, entre rapida recuperagao econdmica da ja bastante semelhantes is do fi- tanto, nfo causou problemas fi- Alemanha apés a posse do novo turo Fusca, antecipava detalhes nanceiros para Porsche. Na oca- _governo. Com isso, o projeto do mecinicos como o motor boxer de sio, ele jé havia fechado um bom carro popular acabou esquecido quatro cilindros. Também refri-_acordo com a Auto Union para no biiro até Porsche ser procurado gerado a ar, esse novo motor era desenvolver um prototipo para por Jacob Verlin, um antigo com- baseado mum de aviagao desenvol-_competir nas corridas de Formula _panheiro de trabalho na época da vvido pelo proprio Porsche durante Livre, a principal categoria inter- Daimler-Benz que se tornara con- a1 Guerra, nacional do automobilismo es- — sultor de Hitler para assuntos re- ‘Ties protétipos foram construi- portivo na época. Este projeto era lativos a automéveis. Verlin disse aS. Unger tne abies eee, ieee © GRANDE LiVRo D0 FUSCA I 5 Adeta, Fey Parsene digo pret pr%atipo ie Cabriolet a Porsche que 0 Chanceler que- ria falar com ele sobre o carro do ovo. O engenheiro foi convidado para fazer uma visita a Berlim, em outubro de 1933, onde foi recebi- do por Verlin e pelo proprio Adolf Hitler no Hotel Kaiserhof. ‘No encontro, Porsche foi sur- preendido pelo grande conheci- ‘mento demonstrado por Hitler em relagdo 20s projetos do Volksauto. (O futuro ditador disse também que {gostara muito do estilo em forma de besouro do modelo desenvol- vido para a NSU, afirmando que as formas inspiradas na natureza cram perfeitas. E demonstrou ter copiniao muito bem formada sobre © asvunto: para ele, o carro do povo deveria transportar quatro ou cinco pessoas, alcangar emanter uma ve- locidade de 100 km/h e fazer uma média de 14 km/litro. Além disso, deveria custar “qualquer prego”, desde que menos de 1.000 marcos Jimperiais (Reichmarls). Para Hitler, o carro popular deveria transportar de quatro a cinco passageiros, manter velocidade de 100 km/h, consumir em média 14 km/litro e custar qualquer prego, desde que abaixo de 1 mil marcos imperiais Hitler se mostrou intransigen- te em relagto 20 prego. Segundo consta, ele se baseava em céleu- los rudimentares, nem um pouco cientificos, feitos por seus asses- sores. Estes tomaram como base © prego de um modelo americano da Buick e simplesmente dividiram pelo peso do carro, resultando um custo médio de 1,5 marco por quilo- sgrama. Como o protétipo constru- {do por Porsche para a NSU pesava (660 leg, eles deduziram que o pre- {g0 do carro do povo alemio deveria ser de, no méximo, 990 marcos. Na cocasito, 0 DKW Front, equipado com motor bicilindrico de dois tem- pos, era o automével alemao mais bbarato e custava 1.600 marcos, sem contar o minicarro desenvolvido por Ganz para a Standard. 0 DESAFIO DO DITADOR Porsche nao saiu muito anima- do do encontro com Hitler. Sua experiencia Ihe dizia que seria um verdadeiro desafo projetar um au- tomével eficiente dentro daquelas limitagdes. Mesmo assim, a0 re- tornar para Stuttgart, dedicou-se durante trés meses no desenvolvi- ‘mento do Exposé: documento em que descreveu sua proposta sobre © projeto do carro popular alemao, apresentado a Hitler em 17 de ja- neiro de 1934, Nele, estava deta- Ihada a ideia, bem como as etapas do desenvolvimento, ao mesmo tempo em que reforgava ser muito dificil vender por menos de 1.500 RM. Como Hitler se mantinha inredutivel em relagao a0 prego, Porsche sugeriu a criagao de um subsidio governamental para man- tero prego abaixo dos mil marcos. Esta proposta, entretanto, logo foi torpedeadapelosfabricantesalemtes, quejindoestavam gostando nemum, ppouco da ideia do governo se envol- ‘ver no desenvolvimento de um auto- ‘mével, quanto mais subsidiar 0 pre- 0 do carro, Isso, inchusve, colocou Hitler em uma situagao embaragosa, principalmente porque o discurso do partido Nacional-Socialistaeradte se ‘por radicalmente ao capitalismo de «estado propagado pelo regime comu- nistasovitico. A solueao para o pro- ‘Hema surgin por meio de um acordo ‘no qual o projeto seria desenvolvido sob a tutela da Reichsverband der Deutschen _Automobilindustrie (RDA, anual VDA, Verband der Automobilindustrie) assocagao que resine os fabricantes de veiculos au- tomotores da Alemanha, equivalen- te & brasileira Anfivea (Asxciago ‘Nacional dos Fabricantes de Veicu- Jos Automotores) ‘Assim, a RDA assinou um acor- do com Porsche, que passou a rece- ber a quantia de 20 mil marcos por més com o propésito de desenvol- ‘ver 0 projeto e construir trés pro- t6tipos para serem avaliados pelos téenicos da associagao. Se o modelo experimental alcangasse resultados satisfatorios nos testes, sua produ- sg20 em série seria recomendada a ‘um ou mais fabricantes que se inte- ressassem pela proposta. Foi dado a Porsche um prazo de dez meses, 1 partir de julho de 1934, para ele 3 - dos ests, custo copay de term, east ounpirs sere SeS0 nade: etndas WD, os om on na ac arate Dar er osubmatas 3.24 oes de ut metas de testes nas mas de sldaos da ‘SSentre 1936 e 1998. Ate eta, nenhum oviroawamoral Rava pasado por taadurabatera de prov po, principalmente,arigidez.com 0 GRANDE LivRo DO FUSCA | a3 sss it “ces wha ae ae ‘Bem como fara, seaaga 3 carn Pa quea RDA pretendia avaliar o mo- delo, atormentaram o projetista, ‘Com sua experiéncia, Porsche sa- biaqueiriaenfrentarnmitos advers- riosdentro da RDA. jque, no fun- dd, os fibricantes estabelecidos nto tinham o menor interesse no carro do povo. O maior problema, nesse sentido, fei a definigto do motor. A. principio, ee pensou em utilizar 0 ‘mesmo motor boxer desenvolvido para o protétipo da NSU. Porém, como o custo de procugao deste era emprodyn ‘coneral > GRANDE LIVRO DO FUSCA bem mais elevado, o biro também estudou altemativas de dois etrés ci- lindros, a dois e quatro tempos, e até ‘um pequeno motor diesel Tudo para obter os indices de consumo projeta- dos. Isso fez com que o prazo de dez ‘meses dobrasse para vinte: somente em fevereiro de 1936 Porsche pode, finalmente, apresentaro Vi, primei- 10 protitipo do futuro Volkswagen. TESTES SEVEROS motor deste protétipo jé era definitivamente 0 quatro-cilin- dros boxer. Porém, como ainda havia algumas diividas em relagao aos indices de consumo, foi dado uum prazo extra de seis meses para © inicio da avaliagio, que 86 co- ‘megou em outubro de 1936. Cada sum dos trés protétipos rodou cer ca de 50 mil quilometros nos til- timos trés meses daquele ano, numa média de 800 quilémetros por dia. Apesar de alguns proble- ‘mas mecanicos apresentados du- zante a avaliagio, o engenheiro da RDA, Wilhelm Vorwig, aprovou © projeto num relatério com mais de 100 paginas, no qual destacava aque pela primeira vez. um automé- vel foi submetido a tio severo teste pela associagao, Com a aprovagio, © passo se- aguinte foi a produgao da pré-sé- rie de 30 unidades numa linha de montagem da Daimler-Benz, ‘também sob a supervistio da RDA. ‘Com essas unidades, foi iniciada, na primavera européia de 1937, a ‘mais dura bateria de testes a que ja fora submetido um automével até entao. Nas maos de integrantes da tropa de elite SS, eles rodaram em conjunto mais de 2,4 milhdes de quilometros, enfrentando as mais diversas € dificeis condigdes de uso. Na mesma época, Porsche fez, uma visita a fibrica da Ford, em Detroit, nos Estados Unidos, onde foi recebido pelo proprio Henry Ford, e voltou para a Alemanha convencido de que, com o sistema de produgio em massa, era bem possivel reduzir custos ¢ tentar chegar a proposta de Hitler, com modelo vendido abaixo de 1.000 Nos meses seguintes, enquan- to Porsche e sua equipe tratavam de aperfeigoar detalhes técnicos e dar forma definitiva 20 desenho e acabamento da carroceria, ocor- reu a ruptura do govero com a RDA. O motivo foi o pedido de subsidio de 200 marcos feito pe- los fabricantes. Segundo relatério da RDA, baseado na producto das unidades pré-série, essa seria a ‘inica forma de viabilizar a comer- cializagao do carro do povo pelos 990 marcos propostos por Hitler. Foi a gota d’égua para o ji ento ditador decidir que 0 governo as- sumiria toda a responsabilidade pela produsao do Volkswagen. Aceon em Seta inden pars ‘onsiaoda irs Voksen ‘Ges Bartipazio do Steeda omen atta 0 GRANDE Live DO FUSCA | 43 aeniae : meee eae Ss aoe ofa abana 1S ae a Apés 0 episédio, 0 governo ction a Genwor - Gesellschaft zur Vorbereitung des Deutschen Volkswagen ou Onganizagio para © Desenvolvimento do Carro do Powo Alemio. Porém, para evi- tar outros possiveis atritos com a RDA ea inckistriaem geral, Hitler decidiu confiar a responsabilida- de pelo levantamento de fundos para a construgao da nova fabrica 4 frente de trabalho alema, tam- ‘bém conhecida pela denomina- to KaF (Kraft durch Freude, ou Forga pela Alegria), organizacao controlada pelo partido Nacional- Socialista com mais de 30 milhdes de associados e recursos na ordem de 10 bilhoes de marcos. CALOTE NO POVO Por tudo isso, ao ser ancado of- cialmente, em 1938, 0 Volkswagen acabou batizado como KdF-Wagen, uma sugestio de Robert Ley, lider dda organizagto que assumiu a res- ponsabilidade pela construsio da fibrica. Ley também indicou um executivo de sua confianga, Bodo Lafferentz, para cuidar da admi- nistragio geral da nova empresa, enquanto Porsche recomendou seu geno, Anton Piéch, casado com sua filha Louise, para administrar alinha de producto e suprimento da fibrica. Lafferentz era um executivo de ideiasbrilhantes. Foi ele, por exem- plo, quem viabilizou a proposta de comercializagao e entrega do KAF- ‘Wagen por meio de um sistema que eliminaria os intermedisrios: © carro seria vendido diretamen- te aos clientes por uma espécie de poupangi-crédito, semelhante a0 nosso consércio, pela qual o inte- ressado pagaria médicas parcelas, de 5 marcos semanais compran- do selos, em qualquer agéncia do Correio, que deveriam ser colados ‘numa cartela especifica. Assim, a construgio do carro do powo seria financiadla pelo préprio povo. Com a cartela preenchida, 0 comprador entraria em contato para ‘marcar a data de buscar seu carro nna porta da fibrica Por isso, a fim de faclitar a logistics, Lafferentz também sugeriu que as instalagies dda futura fbrica deveriam ser em uma érea central da Alemanha, de preferéncia na Baixa Saxdnia, nna época uma regito muito pobre. A construgao da fabrica acabou financiada pelo prdprio povo alemao, que pagava 5 marcos semanais na compra de selos. 0 interessado receberia o carro assim que completasse a cartela com os selos a - te © Omar pane ep karlognraza osrapes do sea sesiaiseaala ‘elidiovamaftesde daantastenaa ‘br do Caraga Povo FUSCA | a5 E foi ele quem negociou a compra de uma enorme rea de 50 quilé- metros quadrados, que ficava bem préxima do pequeno vilarejo de FPllersleben, com a tradicional fa- milia Schulenberg, propritéria da terra desde o comego do século 18. Em 26 de maio de 1938, 0 pré- prio Hitler colocou a pedra funda- ‘mental paraa construgio da fbrica. ‘Mais de 70 mil pessoas participa ram da ceriménia. A previsio era de que os primeiros carros deve- iam sair da linha de montagem no fim de 1939, Em agosto de 1938, foram colocados a venda os selos e as cartelas para os interessados no aautomével. Mais de 150 mil carte- las foram adgquiridas pelo povo ale- ‘mio nas primeiras semanas. Como o sistema de poupanga- crédito de prestagdes semanais, obrigava 0 comprador a esperar cerca de quatro anos para por as ‘mos no carro, as vendas deram uma arrefecida. Isso, entretanto, fi resolvido rpidamente, quando a KAF afrouxou as regras, permi- tindo a possibilidade de pagamen- tos adicionais, que possibiltariam a retirada do automével no prazo ‘miximo de dois anos. Isso também. possbilitou adiantar recursos para acelerar a construgao da fibrica. ‘Assim, no comeso de 1939, mais de trezentos mil alemaes jé haviam aderido ao sistema. Em maio, boa parte da equipe de Porsche foi deslo- cada de Stuttgart para a nova fibrica com a finalidade de instalar o ma- quinitioe fazer os ajustesnecessirios para iniciar a produgao, que estava programada para meadosde outubro. ‘Porém, no dia primeiro de setembro daquele ano, Hitler ordenow a inva- sto da Polonia, marcando o inicio da Segunda Guerra Mundial. Nenhum comprador das cartelas.consegui receber seu automével e 0 pow ale- ‘mio teve que postergar por mais de uma década 0 sonho do carro po- pula. (Roberto Marks) Mais de 300 mil trabalhadores aderiram a compra do Kdf-Wagen por meio do sistema de selos e cartela. Nenhum deles, entretanto, conseguiu receber o carro > GRANDE LiVRO DO FUSCA | a7 TEMPOS DE GUERRA 1939-45 BOM DE BRIGA DESERTO, LAMA E NEVE. AS DURAS CONDIGOES NOS CAMPOS DE BATALHA DA 2* GUERRA SERVIRAM DE EXAUSTIVOS TESTES PARA A MECANICA DO VOLKSWAGEN NAS MAOS DO EXERCITO ALEMAO invasto da Polénia plas. tropas alemas, em setembro de 1939, ‘marcou nao somente 0 inicio da Segunda Grande Guerra Mundial, mas também o adia- ‘mento do sonho do Carro do Povo alemio. A fibrica de WolfSburg, 48 | © GRANDE LivRO D0 FUSCA aque estava sendo finalizada, foi imediatamente requisitada para 0 esforgo de guerra. Inicialmente, cla foi utilizada para a montagem da primeira série de unidades do Fusca, reservadas para uso oficial ppelas autoridades nazistas. Nao demorou, entretanto, para tam- bbém serem montados por lé os utilitaios Kitbelwagen, primeiro derivado produzido em larga es- cala utilizando o chassi-platafor- ma VW e que serviu como carro de apoio ao exército alemao. desenvolvimento de veiculos ppara fim militar, montados sobre a plataforma do Fusca, teve inicio em 1937. O primeiro protétipo era ‘bem rudimentar: sobre aplataforma bisica foram afixados somente os pnéis de ago para cobrir as rodas, € 0 eixo dianteiro, bem como as r0- das traseirs eo conjunto mecanico. Esse veicul tinha a capacidade para transportar trés soldados e arma- ‘mento leve, como fuzis e metralha- dora. Como tanto 0 motorista como (0s outros dois soldados sentavam-se fem pequenas conchas fixadas rente 8 plataforma, que nto tinham apoio para as costas, 0 protétipo foi ape- lidado Kabelsitewagen (carro com bbancos balde). ‘A finalidade da proposta rudi- mentar era de reduzir ao méximo no 86 0 peso do veicul, para gi- santir mais velocidade e maior agili- dade, mas principalmente os custos de produgio —jé que, inicialmente, a com sidecar. Pouco depois, Porsche apresentou uma versio mais desen- Versa emquaquer trem, oKabehagntve mal de5 mi unas monadas durant icp anos de que. Una ds cracenstkas _mabeniteciaspeb exarctoaemao ea o bab peso do wel, podend ser faclnente“desatado por apenas das ov es solados volvida do protitipo,jé com carro- _ bombardeiro de mergulho alemao}. ceria melhor dlaborada. Além de © Stuka passou por rigida ava- bbancos mais confortiveis, o modelo liagto pelo exército e se mostrou tambémtinha portas delona.O pro-_agille valente, mas acabou descar- ttipo pesava cerca de 400 kg e foi tado por se mostrar mais vulne- apelidado de Stuka (diminutive de ravel e ter um custo de produgao Sturzkampfoomber, popular avio bem maior que o das motos com 0 desenvolvimento de veiculos para fins militares, montados sobre a plataforma do Fusca, teve inicio em 1937; dois anos antes, portanto, do inicio da 2* Guerra Mundial \ FUSCA | a9 TEMPOS DE GUERRA 1939-45 Aesquerda 0 primate prsetipo | oe eeu miear ‘manado sobre a plaatorma do Fist: nda em 1937 tina consip26 bbagame dmentar, Wa foto de bab 2 Drimera versio tb ‘Kehoe ‘tea pl ‘oltados dened ‘problemas de "mobdade sidecar. Somente quando a guerra comegou Porsche redefiniu a pro- posta do Kiibelwagen, que passou serum veiculo de apoio em vez de linha de frente. A primeira versio, tipo 62, teve carroceria fabricada pela Reutter, de Zaffenhausen, bairro de Stuttgart, e suas linhas se assemelhavam mais as de um utomével da época do que as de ‘um utiitério ~ apesar da cons- ‘trugao bem simples e de pesar em tomo dos 650 kg. CRITICAS DOS MILITARES Os comandantes do exército alemio, porém, criticaram 0 pro- jeto. Para eles, o modelo era muito simples e, além disso, o protétipo 20 | O GRANDE LiVRo Do FUSCA apresentou problemas de mobili- dade, principalmente em terrenos acidentados, enquanto a relagio final de diferencial ~ muito lon- ga dificultava sua condugio no ‘mesmo ritmo de marcha dos sol- dados. Porsche resolveu rapida- ‘mente esse problema adaptando caixas de redugao nos cubos de r0- das traseiros, 20 mesmo tempo em. © eixo dianteiro, ou aumentar 0 v0 livre do solo e, com isso, melho- rar o angulo de ataque. Também foi adotado o diferencial autoblo- queante, tipo came, fabricado pela ZF. Tado isso aprimorou a agili- dade do modelo, principalmente em estradas ruins ou enlameadas (mesmo mantendo tragio apenas nas rodas traseiras) ‘Com as melhorias, 0 Kiibel- ‘wagen passou a ser denominado Tipo 82, além de ter ficado cerca de 100 kg mais pesado - ainda assim pesava apenas 750 kg, bas- tante leve para um veiculo militar. O baixo peso também era usado como argumento pelos defensores do Kabel. Estes destacavam que emcondigdes onde até mesmo um veiculo 4x4 poderia atolar, o leve “balde” poderia ser empurrado com facilidade por dois ocupan- tes, voltando a rodar novamente. (O Kiibelwagen também atuou em toda a ofensiva alema, da Russia a0 deserto da Libia. ‘Um comandante ficou tao im- pressionado com o modelo duran- te 2 ocupagto da Franca que, a0 ser destacado para a campanha no norte da Africa, insistiu para que seus veiculos fossem substituidos por Kabelwagen. Sibia decisio, a que, no deserto, os motores refi- {getacos a ar se mostraram menos afetados pela posira que os pro- ppulsores convencionais. Além dis- so, quando um Kiibel capotava nas, unas, dois homens podiam facil ‘mente viré-lo e seguir sem proble- ‘mas. Com relagio & tragto, outro Com relagdo a capacidade de tragao, um comandante satirizou afirmando que, nos desertos enfrentados durante conflitos na Africa, o Kiibelwagen podia ser dirigido até mesmo onde um camelo mal pudesse andar comandante satirizou afirmando que no deserto o Kiibelwagen po- dia encarar trechos até onde um camelo mal pudesse andar. ‘A produgao do Tipo 82 teve inicio em fevereiro de 1940, na fi- brica de Wolfsburg (exceto as dez primeiras unidades, montadas nas proprias instalagdes do Biird de Porsche, em Stuttgart). Depois, 1 produgao das carrocerias foi entregue para a filial da empre- sa americana Ambi Budd, em Berlim, que eram enviadas para a linha de montagem da fabrica Durante este periodo, Porsche ¢ sua equipe continuaram desen- volvendo um grande mimero de aprimoramentos e novas versdes para o Kiibelwagen, como o fur- go de carga ou ambulancia, 0 10- dado duplo e a tracao por lagartas, no lugar das rodas traseiras, e até vversbes de veiculos leves de assal- to, com blindagem. Em 1943, em tardia resposta as reclamagdes de falta de forga, acapacidade do mo- tor foi aumentada de 985 em? para 1.131 cm’, fazendo a poténcia sal- tar de 23 ev para 25 cx. MOVIDO ALENHA ‘A falta de petrdleo na Alemanha durante a guerra leyou ao desenvolvimento do sistema de combustiveis sélidos inflamaveis, o gasogénio (que também i utilizado na época aqui no Brasil), adaptado tanto no Kilbelwagen como no KdF-Wagen. O projeto incorporava uma fornalha geradora de gis montada sob 0 capé dianteiro, a frente do péra-brisa, que podia usar qualquer combustivel disponivel, desde lasea de ma- deira até carvio e pedagos de turfa. Depois, “acendia-se” e 0 carro estava pronto para andar. TEMPOS DE GUERRA 1939-45 Arena, um dos ‘ros exemplares sdoScvimmeagen ‘oéontes Bra em pao durante ui ‘adelonal encore ‘de moddlos ago fusca VEICULO MULTIUSO Em dezembro de 1940, quando foi produzida a milé- sima unidade do Kiibelwagen, Porsche apresentou a versio anfibia do modelo, que deno- minou Tipo 128. Apesar de a Alemanha jé estar em guerra, as autoridades internas do pais fFizeram diversas exigéncias com relacao ao modelo. Assim, 0 an- fibio s6 pode entrar em produ- 20 apés ser homologado pela comissto da Marinha, que, en- tretanto, exigiu diversas altera- g0es no projeto para ele obede- cer as normas de navegagao, ja que era definido como barco e nao automével. © mesmo nao ocorreu com a versto mais famosa de veicu- lo anfibio montado com com- ponentes do VW. O Tipo 166 Schwimmwagen (carro nadador), como ficou conhecido, foi um projeto feito a pedido da tropa de elite, a $8, a0 filho de Porsche. [Nio satisfeita com o desempenho das motos em terrenos dificeis, em especial na neve e na areia do deserto, a SS pediu para Ferry Porsche criar uma moto com motor VW equipada com carro lateral (sidecar) e roda traciona- da. Ferry achou o pedido muito complicado e propos 0 projeto de um veiculo miltiplo, anfibio, porém mais curto e leve do que 0 Kiibelwagen. Assim, ele reduzin em 400 milimetros 0 entreeixos do chassi original do Fusca. O Schwimmwagen de Ferry se ‘mostrou mais agil eeficiente que © desenvolvido por seu pai e foi aprovado pela SS. Esta, com a sua influéncia junto a Hitler, ra- pidamente obteve a homologa- 0 do veiculo, que logo se tor- nou o preferido das forgas alemas por enfrentar todo tipo de terre- no devido a0 pritico sistema de acoplamento da hélice & polia do virabrequim, quando precisava entrar na égua. Outra vantagem eraa tragao integral, que permi- tia fécil acesso as margens dos ros e lagoas, possibilitando o ré- pido avango as forcas alemas na frente russa, apesar da neve. O Schwimmwagen teve producto de 15 mil unidades no periodo do conflito. Montado sobre a plataforma do Kiibelwagen, a versdo militar do Volkswagen Sedan foi denominada Kommandeurwagen e era destinada ao alto escalao do exército alemao. Foram fabricadas 670 unidades desta versao VERDADEIRO FUSCA DE GUERRA (O sistema de trasao nas quatro rodas chegou a ser desenvolvido para 6 Kiibelwagen, mas acabou aproveitado mesmo na versio ‘milita” do Volkswagen Sedan, denominado Kommandeurwagen (fio aim). Destinado 20 ato escalao, o Kommandeurwagen era um Fusca monta- do sobre um chassi com tragio integral, desenvolvdo inicialmente para o Kiel, e que também podia ter ainda um amplo teto solar de tecido, otiginalmente apresentado como opgio por ocasio do langamento oficial do KAF-Wagen, em 1938. Segundo consta, nto mais de 670 unidades do Kommandeurwagen foram construidas. A maioriadelas oi enviada para -Affk Korps. Outra verso desse modo, denominada Tipo 82E, tam- bhém foi montada, mas tinha trago somente nas rodas traseiras. GRANDE LIVRO DO FUSCA | 23 BIOGRAFIA O PAI DO FUSCA ENGENHEIRO POR VOCACAO, PROJETISTA E VISIONARIO, F) DINAND PorscuE £ 0 HOMEM POR TRAS DE ALGUMAS DAS MAIS FANTASTICAS MAQUINAS CRIADAS NO SECULO 20, DENTRE ELAS 0 VOLKSWAGEN orsche, sindnimo de so- iho e de modelos que in- corporam as mais avanga- das tecnologias, distingue a marca de automévels esportivos mundialmente admirada e tam- ‘bém reconhecida como uma das empresas mais eficientes e hucra- tivas da indiistria automobilistica. Poucos sabem, entretanto, que a saga dessa marca, hoje mitica, co- ‘megou hi mais de cem anos, no fim do século 19, quando um ado- lescente teimoso brigou com o pai para correr atrés de um sonho. Ferdinand Porsche nasceu em 3 de setembro de 1875 em Maffers- orf, cidade ao norte de Praga, na regito da Boémia, que hoje faz par- te da Repiblica Checa. Filho de um funileiro, foi batizado como cidadio austriaco, a que, naquela época,o Império Austro-Hlingaro dominava boa parte da Europa e dos Baleas. Aos 15 anos de idade, ja trabalhava com o pai, que s0- ‘hava passar para ofilho o negécio dda familia. Mas o fturo reservava “algo mais” para aquele jovem: 20 | 0 GRANDE Live Do FUSCA consertar as calhas de uma fabrica, viu pela primeira vez. um gerador de eletricidade. Fascinado pela en- to recente tecnologia, sentin que aliestava sua verdadeira vocasao. Depois de muita briga, con- seguin 0 apoio da mie para con- vencer 0 pai a Ihe deixar estudar na Escola de Oficios de Viena, um curso técnico bésico. Dois anos depois, com apenas 18 anos, Ferdinand j trabalhava na em- presa de eletricidade de Viena e aproveitava as horas de folga para freqiientar conferénciase palestras, sobre tecnologia e eletricidade na Escola de Oficios Tecnolégicos, lum curso superior equivalente a Iéurea em engenharia.. GENIO PRECOCE ‘Com pouco mais de 20 anos, Porsche jé era chefe do setor de testes e desenvolvimento de com- pponentes da empresa de eletrici- dade de Viena, mesmo nao ten- do, por falta de recursos, cursado oficialmente a escola superior. Sua reconhecida habilidade chegou 20 conhecimento do rico empresirio Ludwig Lohner, renomado fabri- cante de carruagens da Europa, que pretendia investir num novo segmento: a construgao de carrua- gens elétricas. ‘Com isso, os 23 anos de idade, Porsche largou o que parecia ser ‘um promissor emprego na empresa de eletricidade e foi trabalhar para Lohner. Em pouco tempo, confir- ‘mou seu talento construindo um dos mais eficentes vefculos a tra- sto elétrica produzido no fim do século 19: o Porsche-Lohner, lan- ado naexposigao de Paris de 1900 ~ seu tinico problema era a reduzi- a autonomia, apenas 50 quiléme- ‘ros. Mesmo assim, os aristocratas europeus pagavam uma fortuna ppor uma dessas carruagens. Insatisfeito com a pequena au- tonomia proporcionada pela tra- so elétrica, Porsche desenvolveu uum projeto no qual as baterias passariam a ser alimentadas por uum dinamo que, por sua vez, de- veria ser acionado por um peque- no motor de combustao interna. BIOGRAFIA ‘Ao conceber essa proposta pio- neira de veiculo hibrido, o jovem Porsche mostrava estar quase um século 4 frente de seu tempo. Na ‘mesma época, ele também desen- volveu para Lohner um modelo de competigao de tragao integral com um pequeno motor elétrico para cada roda, Assim, antecipou problemas que os engenheiros da indiistria automobilistica mundial tentam resolver atualmente. SUCESSOR DE DAIMLER Quando Lohner vendeu 0 ne- _gécio de carruagens elétricas para 4 Austro-Daimler - empresa que comegou como filial da Daimler alema, mas logo se tornou inde- pendente -, Porsche também se ‘ransferin para anova empresa. na «qual suceden a Paul Daimler como chefe de engenharia. Este, filho do Aare, tangas 2m1900,0 ors a me ste bine apes. ‘avon ‘teapers 50 ‘name Tanbem ‘esomolmdo por Porsche ara Lofne, ‘ste mode deconperka srazia mma letico part ala uma is ‘quatro rods 26 | O GRANDE Livro Do FUSCA Pioneiro em varias frentes, Porsche mostrava estar um século a frente de seu tempo, antecipando problemas que os engenheiros da industria automobilistica mundial tentam resolver atualmente pioneiro Gottlieb Daimler - um dos precursoresdoautoméveljuntamen- te com Karl Benz - recebeu convite ppara retornar & matriz. da Daimler que, no comego do século 20, jé nao pertencia mais sua familia. Durante quase vinte anos, Porsche trabalhou para a Austro- Daimler. Ali, desenvolveu diver- 0s tipos de veiculos e até motores de avito. Um deles foi premiado ppor sua originalidade: com nove cilindros, Porsche o denominou de motor em W, jé que tinha trés bancadas de 3 cilindros que for- ‘mavam um “T” quando visto in- vertido e de frente. Seu trabalho na empresa austriaca acabou Ihe rendendo o titulo de Engenheiro “Honoris Causa” conferido pela Universidade de Viena, a mesma fem que ele costumava acompa- har as palestras quando jovem. Em 1923, apés brigar com a dliretoria da empresa, Porsche dei- xou 0 emprego na Autro-Daimler. Mas imediatamente recebeu um convite da propria Daimler e foi para Stuttgart onde, novamen- te, sucedeu a Paul Daimler, que dixara a empresa para assumir 0 cargo de diretor técnico da Horch. Paul era um engenheiro muito conceituado, competente, mas que ino gostava de pér a mao na graxa como Porsche. ‘No novo cargo, Porsche as- sumiu o desenvolvimento de um projeto que Paul havia deixado sem coneluir: 0 compressor vo- lumétrico.Com este equipamen- to, a marca voltou a se impor nas pistas e Porsche criou a famosa linha de modelos Mercedes 8, SS, SSK e SSKL, que fez muito sucesso na segunda metade da década de 1920. © sucesso Ihe rendeu 0 segundo titulo de en- genheiro Honoris Causa, desta ver conferido pela Universidade de Stuttgart. ‘Mas a fusto da Daimler com a Benz, em 1926 (formando a Daimler-Benz), nao agradou a Porsche, que acabou deixando a companhia pouco tempo depois, sobretudo devido i dificil con- vivéncia com Hans Nibel, outro engenheiro de muito talento, que desde 0 comego do século traba- hava na Benz. Os dois dividiram. panhia, mas logo ficou claro que nao havia espago para dois “egos de tamanha proporgio” Porsche aceitou um convite da Steyr e voltou para a Austria. Os tempos, porém, eram dificeis. Em 1929, com a quebra da Bolsa de Nova York, o mundo entrou em recessio e a Steyr foi uma das pri- meiras a softer as consequéncias. Com dividas elevadas, a empresa acabou assumida pelos bancos, que a repassaram para a Austro- Daimler, na qual Porsche havia feito muitos inimigos. Quando foi comunicado do acontecimen- to, Ferdinand estava no Salao de aris; es6 voltou a fibrica da Steyr para buscar sua velha companhei- ra:arégua de céleulo, POR CONTA PROPRIA ‘Ao completar 55 anos de ida- de, Porsche nao pretendia mais trabalhar dentro de uma fibrica, onde fatalmente acabaria ficando subordinado a pessoas mais novas geralmente bem menos com- petentes do que ele. Ao mesmo tempo, sentia-se responsvel pela cequipe que foi com ele para a Steyr fe que também ficou desemprega- da. A recessto mundial do come- 0 dos anos 1930 foi muita dura altaya emprego mesmo para pro- fissionais experientes e gabarita- dos. Porsche resolveu entio langar ‘mito de seu fundo de aposentadoria para montar a propria empresa, 0 Konstruktionbiiro, iniciando a ati- vvidade de consultor independente com uma equipe formada por 12 de seus principais colaboradores. Apesar de atuar hamais detrinta anos no desenvolvimento de auto- méveis e de ser reconhecido por sua grande competéncia na comu- nidade da indiistria automobilist- ca européia, Porsche ainda estava para realizar sua obra prima, 0 que acabaria mudando radicalmente sua vida e a de sua familia — para fo bem e para o mal ~ e 0 torna- ria mundialmente famoso como 0 criador do automével mais popu- lar da historia. Apesar de frustrados, 0s pro- jetos do Volksauto realizados pelo escritério de Porsche para a ‘Zundapp e para a NSU no come- ¢g0 dos anos trinta ganharam certa repercussao. E foi exatamente por conta deles que Porsche foi con- vvocado para desenvolver o projeto 0 GRANDE LivRo DO FUSCA | 27 BIOGRAFIA do Carro do Povo alemao quando Hitler chegou ao poder. PRISIONEIRO DE GUERRA No final da guerra, Ferdinand Porsche estava prestes a comple- tar 70 anos de idade - e quase cingiienta dedicados ao projeto e 4 construgio de veiculos. Mas ele nnio tinha nada a comemorar. A. derrota da Alemanha o fazia te- ‘mer pelo pior, pois, além do pro- jeto do Volkswagen encomendado ppelo governo nazista, seu escritd- tio também desenvolveu boa par- te do equipamento de guerra ale- ‘mao. Foram cerca de 300 projetos, tanques de combate, veiculos de assalto, caminhdes, motores de avito, além de sistemas avangados ppara quase todo tipo de veiculo do exército alemao. Em novembro de 1944, pou- cos meses antes da rendicto da Alemanha, ele féchou seu escri- ‘6rio em Stuttgart, que chegou 2 contar com mais de 500 funcion- ios no auge dos conflito. E, junto com os familiares e os assistentes, ‘mais préximos, foi para uma pro- priedade que tinha em Gmiind, na fronteira da Austria com a entio Checoslovaquia, sua terra natal. A decisto foi tomada porque o exér- ‘A eramenia a “Ginaddo de compan faa ste ‘Gland sea so Feranand Porshe da prsco anes 28 | O GRANDE LiVRO Do FUSCA Apés 0 fim dos conflitos, a familia Porsche passou por tempos dificeis, trabalhando até mesmo em troca de cigarros e chocolates, culminando com a prisdo de Ferdinand, acusado pelos franceses de crimes de guerra cito alemto, na defensiva, nao se preocupava mais com a mobilidade ¢ Hitler gastava os tltimos recur- sos no desenvolvimento da bomba vwoadora Vi edo foguete V2. Quando foram encerradas as hostilidades, Porsche e a familia permaneceram em Gmiind. Para sobreviver, passaram a se dedicar 4 produgio de utenslios para os fazendeiros da regio, de carti- mho-de-mio a nisticas ceifade 12s construidas com 0 que encon- travam dos veiculos de combate abandonados pelas estradas das redondezas. ©. servigo geralmen- te era pago na forma de escambo, como na troca por comida. De vez fem quando aparecia um soldado dds tropas aliadas dirigindo um ‘Kiibelwagen precisando de algum reparo, servigo que também cos- ‘tumava ser pago com cigarros ou barras de chocolate. ‘MasPorscheeraum homem can- sado. A guerra havia acabado com suas forgas. Durante todo o periodo do confito ele passou vigjando no ceixo Stuttgart-Berlim-Fallesleben (ebatizada de Wolfsburg apés o fim da guerra), correndo contra tempo ppara entregar projetos de veiculos de combate solicitados. Agora, snuma idade em que a maioria das, pessoas ja estava aposentada, ele ainda tinha de se preocupar com futuro, j que a inckistria alema, completamente arrasada, nto po- dla contratar seus servigos. Contudo, mal sabia ele, o pior ainda estava por vir. No comego de 1946, um oficial do exército francés foi visti-lo em Gmiind acenando com uma proposta de trabalho. Desconfiado, Porsche ‘mandou seu filho Ferry e 0 genro ‘Anton Pigch, que era advogado, 20 primeiro encontro. Como os dois voltaram bastante animados com as sondagens dos franceses, ele resolveu ir & segunda reuniao na cidade alema de Baden-Baden. Durante o encontro, porém, apa- receram integrantes da Sireté, a policia francesa de investigagio, dando vor de pristo para Porsche, seu filho Ferry e a Piéch. Enquanto Ferry era libertado, Porsche e 0 genro Piéch foram levados para a Franca como pri- sioneiros de guerra, acusados de pilhagem — acusagao feita pelo patriarca da familia Peugeot, Jean-Pierre, que afirmou. ter Porsche visitado diversas vezes nas suas fibricas durante a guer- a para coordenar a produgao de veiculos e componentes que de- pois foram enviados para utili- ‘ago das tropas alemas. Porsche realmenteesteve lé, masa mando do governo alemao e com a auto- rizagao do entao primeiro- nistro francés Piérre Laval, que comandava o governo da Franca nto-ocupada, em Vichy. ‘Mesmo assim, Porsche nao foi libertado. Durante alguns meses atuou como consultor na finaliza- 0 do projeto do Renault 4CV, 0 primeiro da marca de motor trasei- 10. Como a concepgao do 4CV era semelhante a do VW, o projetista, com sua experiéncia, colaborou no acerto final do modelo, apesar dos franceses negarem esse fato. Porém, mesmo tendo colaborado, cle continuou preso es6 foiliberado em agosto de 1947, depois que sua familia pagou a fianga de 1 milhao de francos. Essa quantia fora obti- da como adiantamento pelo projeto do modelo de Grande Prémio para a Cisitalia, um dos mais interes- santes veiculos de competigao con- cebidos naquela época. ‘A MARCA PORSCHE A temporada na Franga, porém, afetou seriamente sua saide, A ar- trite the provocava dores terriveis e ele se tomou um homem mais uieto ecircunspecto do que jé era Enquanto os filhos Ferrie e Louise, junto com o genro Anton Piéch, se dedicavam a criaglo da marca que iia perpetuar seu nome na hist6- ria, Porsche costumava se isolar na propriedade de Gmiind. Talvez no vviste mito propésito em criar a ‘marca da familia, algo que ele nun- a cogitou seriamente, E mal pode ria imaginar que a pequena fibri- queta denominada Dr. Ing. hc. F Porsche AG (Doutor Engenheiro “honoris causa” Ferdinand Porsche SA), fandada quando ele ainda es- tava preso na Franga, acabaria se tomando uma poténcia mundial sessenta anos mais tarde e que aca- baria, inclusive, se associando ao proprio Grupo Volkswagen. No comego de 1950, a familia Porsche recebeu de volta a confor- tivel residéncia localizada na rua Feuerbachweg, em Stuttgart, que durante a ocupagto aliada servin de sede para o comando militar ali do, transferindo para lé a produsao dos carros esporte. Em novembro, Heinz Nordhoff os convidou para visitara fabrica de Wolfsburg, onde Ferdinand nao colocava os pés des- de 1944. O velho construtor exibia a alegria do garoto de Maffersdorf ‘vendo os carros na linha de prod #0, contou Nordhoff anos mais tar- de. Algumas semanas depois, sofreu infarto que o levou & morte aos 75 anos de idade, em 30 de janeiro de 1951.4 (Roberto Marks) FUSCA | 29 POS UERRA 1945-49 DIAMANTE BRUTO As PRIMEIRAS UNIDADES DO Fusca PRODUZIDAS APOS 0 FIM DA GUERRA PECAVAM PELO ACABAMENTO POBRE E POR FALHAS MECANICAS. Mas JA DEMONSTRAVAM POTENCIAL PARA SER LAPIDADAS E CONQUISTAR O MERCADO — INCLUSIVE FORA DA ALEMANHA final da 24 Guerra reser — 0 que significaria também o fim ‘vou dures golpes para a do sonho do Carro do Povo alemio. fibricalocalizada na érea Maso destino quis diferente. do KdF-Stadt, ou cidade Um fito curioso 6 que nos mapas KAF. No final de 1944, um bombar- dos aliados no constava oficalmen- dio aéreo destraiuboa partedas ns- te nem a fibrica, nem mesmo a lo- talagdes edeixou 73 mortos,a maio- _calidade que, mais tarde, ficaria co- ria prisoneires de guerra oriundos mhecida como Wolfiburg. Primeiros dda Polonia e da Rissia, que fiziam a chegarem ao local, os soldados ‘trabalho forgado. Em maio de 1945, americanos ficaram espantados com quando finalmente as tropas nazistas 0 que viram: no meio dos escombros fagiram do local, os trabalhadores sobrevivia um grupo de operérios na ro mais vigiados também aprovei- mais completa miséria. O cenétio taram para debar seus postos— no _pessimista, no entanto, ganharia um sem antes vandalizarem a maquina- fio de esperanga gragas a um golpe ria mum marde volta. Abandonada de sorte: quando as Forgas Aliadas em situagio precéria, sem finalidade tragaram os limites para a divisio dl produgao e com operirios emes- de ocupasdo da Alemanha rendida, tado de pemtiria, o destino apontava 2 fibrica cain no setor destinado aos para o féchamento definitivo da li- britinicas — tivesse ficado em rea nha de montagem do KdF-Wagen sob 0 comando dos russos, muito STE Lp) Grane abut normale {ene monads am soporte TSP ase parser doparatama Shee exer, kos a D) arse parce: patos tes de rt Grehow Hell) mareados com ogotpe VW. para penmuratubina do motor Substiu2o do ranqe clndico peso aspirar ar de arrfeciment. Tampa provavelmente teria sido desmonta- da transferida par sol soviético. © comando da regio ficou a cargo do coronel Michael McEvoy, oficial do exército britinico da Real Engenharia Elétrica e Mecinica (REME), A ideiainicial de McEvoy cera utilizar 0 que restou das instala- @es bombardeadas como base para reparago de veiculos e armamentos cla forgas inglesas. Pouco depois, em. agosto de 1945, ele indicou o major van Hirst para administrarespecifi- camente a fabrica e cuidar do grupo de operitios que ali teimavam em fi- car, sem ter para onde ir. Nessa época, nemo proprio Hirst poderia imaginar que acabaria se tomando personagem essencial no futuro de sucesso do Fusca. Foi ele quem comandou os trabalhos para ‘tampa do conpartmento do motor para mantvels de pata. A posiao combraradlras por modelo retangu- do motor escupla em forma de "W" da ponttrado excapament variva, Tarde 36 irascom tampa grandede com area para a placate proeminemte 100 mim, Vig taseeo Spik Window carga para uz de feo apaldada Sobre 42 aleta de ventlaga verticals de “redo papa”. Aberturasob 2 mutts felts a mao sendoo mals ‘comm do ado dre, Baranakas de smalizafao nas cores amareloescuro 30 | © GRANDE Livro DO FUSCA tirar a fibrica das ruinas conser Hirst como Wolfsburg, nome do de estoque de componentes para o tando do maquinario ao sistema de castelo da familia Schulenberg, _Kiibelwagen, o que os levou a rei- esgoto, além de organizar areas de antiga proprietiia daquelas terra. _niciar a produgo do modelo mili- cultivos de legumes e vercuras para Cuuriosamente, a tinica alteragdo tar ~ e assim também fomentar as foecer alguma comida aos operi- que nao “pegou’ foia denominagio _necessidades das Forgas Aliadas nos ros fomee doencas eramameagas. += WMW (WolSburg Motor Works trabalhos de ocupagio. Com isso, 0 constantes na Alemanha devastada — Fibrica de Motores Wolfsburg), Kiibelwagen bisico serviu para uma ppela guerra. Mudangas de imagem embora placas e letreiros tenham série de versdes adaptadas, de am- também fizeram parte doseu plano. sido confeccionados para este fim. _bulncias a furgbes de entregas dos ‘Todo e qualquer nome que reme- correios. Com a linha de montagem. tesse 20 passado nacional-socialista PERIODO DE ADAPTAGAO voltando a se movimentar, foram foi alterado, Assim, toda a éreada Ao assumirem o controle da fi- _fabricadas 2.490 unidades até o fim KdF-Stadt acabou rebatizada por bra, os ingleses encontraram gran- de 1945 — além dos Kiibel, também cu baa. Ve dewesratme Tae deconbustielempo- yo) Viabrequm om danetfo de dreao, Medlcajtes nos anbores Srofno combi cea Pus Sesomatseorada Redo de OO 433mm psraovoane Vor de eestdteiorce eos expe ata com cara amen mio do matron mayo Tae com fro de 45mm. Stra do espaadores suet $3616 mes geist por Bearolms onabsovenes, >. Gabodoaimatorsenmmla, Ge 15mmparaiol am. 5006, araeimente prods Cabo ao com bende ana de deo cam asso ea Coninenal.| Inbicagao.Preus560%16. _y{ longieudinal para trava de » © GRANDE LivRo DO FUSCA | 33 ‘Tanto: Conde do aquec- ‘mento passa ter abo dupl. Fro de ar ganha forma de cagumel, Tomer de gasoia ‘omvedadorde Tiokl, Parte acelerador, Fever Inferior da canalzaaa de at foram produzidos 703 exemplares do Fasca Tipo 82E, montados sobre 0 chassido Kitbel, com suspensto mais clevada em relagto 20 solo, ¢ 58 uni- dades do Sedan convencional, que | no era mais chamado de KaF- ‘Wagen, mas apenas de Volkswagen. ‘qenta— vals de aquecimentosem Aobratga. Encotes dos bancos can ‘tos rte antes eram elias). Gotoel suits chal 0 cabo do 0: Bracaelral Suporte no coetr de admiss20. rovavelmente 0 “padrinlo” de ba- tismo tenha sido 0 proprio major Hnst, embora no haja ceteza Em pouco tempo, o Kitbelwagen deixou de sero carro-chefe da linha cde montagem, em parte porque a fbrica que fornecia a carroceria ha- ‘Adconadas dus gas fongtudnals re comparmante de bagagem 2tras ddobanco eraser; Margo: Elminado ‘onto a vein de arefec- ment, Capieiade de cleo dacamblo com qlatroo padraoanteorera reduzida de 3 ros para 25 os; via ficado em Berlim Oriental, sob © dominio soviético. Em vez de se conformar com o fim da produgao, Jan Hirst tomou uma decisto ou- sada: mandou pintar de verde um antigo KdEWagen 1942 e o apre- sentou para as altas patentes mili- tares das Forgas Aliadas. O major conseguin impressionar seus colegas de armas, wltando para Wolfsburg com um pedido de 10 mil carros. Esse pedido colocou um fim defini- tivo ao fantasma de fechamento que ainda rondavaafibrica,além de of~- cializar a ocupagao inglesa por um periodo de quatro anos. Assim, em 1946, 7.677 unidades, do Sedan deixaram a linha de pro- dugio (em margo, Hirst comemo- zou com os funcionéries o milésimo bbesouro montado no pée-guerra). Essas unidades foram divididas em lotes para os russos (pintadas de cas- tanho-avermelhack), para a Porga “Abr Borba de combustnel com dlafranna Solex az mona com ‘quatrjuneas. Barras de orga — Inferior com cnc laminas, serio Inver), Caras de cambio agora em ‘Aérea Real da Inglaterra (azul, para os anceses (cinza-dlaro) e para os americanos (einza-escuro). Naquele ‘mesmo ano, foram produzidos ainda 102 unidades do Tipo 82E eum tni- co Kitbelwagen, jé que 0 estoque de carroceras dest s esgotou. PRIMEIROS MODELOS ‘Apesarde animadora, a producto dos primeiros exemplares do Fusca neste periodo pée-guerra ainda en- frentava condigbescasticas até por isso, era bastante normal os mode- Jos deixarem a fibrica sem as mes- sas especificagdes. Deftitos meci- Aesuordy 2 nicos Tiler de acabamento Sani ‘earacerstea também erm comuns. A comecar ssexenpares pela pintura da carroceria, que era ‘pos-guerra, com syosseira. Além disso era costumei- agen ro 0 vazamento de éleo do motor e ‘cromado dos amortecedores, o que provocou ‘muita capotagem em curvas fecha- _outubrode 1952).Asaiatraseiraexi- apenas com tinta fosca, também das, mesmo em baixas velocidades. biauma pequena abertura por onde —_usada nas calotas, nas macanetas € ‘Também por falta de componentes, _poderia ser inserida uma manivela nos parachoques. As famosas “ba- alguns exemplares deixavam a fibri- para acionar o motor manualmente _naninhas” cumpriam a fansao de cca apenas com o limpador de pat (embora 0 modelo jé contasse com indicadores de diregio, os farbis risa na frente do motorista, sem motor de partida). O motor, aliés,jé como sistema elétrico de 6 volts nao falar no revestimento interno fixado _noera maiso de 985 cm*queequi-_eram dos mais eficientes ena trasei- com uma cola a base de peixe, que _pavaoriginalmenteo Fusca antesda ra tinham apenas cuas mimtisculas gerava um odor nada agradével nos guerra, masa unidade de 1.131.cm* —_lanternas que nada faziam além de dias timidos. (com poténcia de 25 cv) desenvol- _ficarem acesas & noite, jé que a fun- ‘Do ponto de vista estético, esses vida durante o periodo de conflito gio de luz de freio era exercida pela primeiros modelos jé apresentavam para ser usada no Kitbelwageneno mesma Himpada que iluminava a algumas das caracteristicas bisicas _anfibio Schwimmwagen. placa, Uma mudanga importante em. dasérie Split Window (fubricada até Por fora, o Sedan era pintado _relacioao antigo KdF i a substitu ‘fo do tanque de combustivel origi- Apesar de animadora, a produgdo do Fusca —_almente em formato cilindrico e f- es - i xado diretamente sobre o chassi pelo no periodo pés-guerra ainda enfrentava tanque retengular com capacidade condigdes cadticas. Defeitos mecanicos e nea problemas de acabamento eram bastante mmm de diémetro. Sh No interior, o painel era to si comuns, sem falar na total falta de padrao ples quanto possivel. Além do nstico. Elekeron de sr. Hates dis vabwlsconparameno de bagagen. Tampado repastionada para o bdo dame gasa a6 wks «15 wats. Junho: deescapamenacemenadas. Bode motor naorermas echadura. Par esquerdo dane Caras docabo rave do Expan/Deln cameea Worfesao ena nomaraletaico cheques fcammat tages. Grras de de aqucmenpasam atrminar__em2 Gum de 1989 str 10 ospedals Mafo: Tampa debaquelte parachoque cones substtuldas por embatentes de Boracha,Porta-uvas 106 636) com yolant de rs ralos ‘plied no patnl (nara rade). Cabo novasqaras mals arredondadas ede revstido com matetalfroso antes elinnado no ial de 1989) acabado ‘tipo Bowden paraabrira tampa do menores dimensdes. Cala de fusvels_eratododemeta). Lampatade frelo_emcor de marfim ou novo volante de PP 0 GRANDE LivRo Do FUSCA | 33 POS UERRA 1945-49 volante de trésraios, a instruments «fo tinha apenas 0 velocimetro gra- duado até 120 lam/h, Fora os pedais (inclusive 0 acelerador em formato de rodinha), 0 motorista usava o pé esquendo para acionar o farol alto € co pé direito para operara tomeira de combustivel (que variava nas posi- @es aberto, reserva e fechado). A re- serva era de litrose devi ser usada «quando 0 motor comerasse a engas- {gas poisnao havia marcador do nivel cdo tangue. Quando 0 carro estacio- ‘ava em rampas mais ingremes, com a frente para cima, era aconselhavel fechar a torneira de gasolina para aque combustivel nto vazasse do car- ‘buradorparsos cilindros o que podia provocar o calgo hidréalico, Abae,2 mameiade INICIO DAS EXPORTACOES inane ‘Apesar dos muitos componentes anal do fis Ionge dos padres acitves para a elimnalaa época, o Fusca ~ inexplicavelmen- barurde outubro e949 Mesmo com 0 acabame: nto muito longe dos padres aceitaveis, o VW inexplicavelmente conquistava adeptos dentro e fora da Alemanha. E 0 sucesso cresceu ainda mais apos o langamento da versdo Export/Deluxe te—comecava a conquistar adeptos. Em 1947, 0 modelo foi ofcialmente langado parao piblico civilna Feira de Hannover e a produgao atingiu 8.987 unidades —apesar da escassez de carvao ter interrompido a linha de montagem durante alguns me- ses. S6 que os primeiros clientes nao eram alemies (ainda sem dinheiro devido a crise do pés-guerra), mas sim os soldados das forgas de ocupa- ‘¢20 que utilizavam as economias de seus soldos para adquirir as primei- as unidades civis do Fusca. ‘Na mesma época, o besouro tam- ‘bém iniciouum silencioso movimen- to para fora da Alemanha. O pio- neiro neste comércio de exportagio ‘o-ofical ium comerciante inglés chamado John Coldorne-Barber, «que se aproveitou de uma brecha na [ei inglesa. Esta nao permitia a im- pportagio de carros novos, exceto se 4 compra fose feta por estrangeiros residentes no pais. O comerciante costumava convencer militares ame- ricanos, bseados na Inglaterra a ad- quirirem um Volkswagen. Uma vez nna Inglaterra, 0 automével era des- ‘montado e “customizado” ao gosto dd fregués —jé nto mais um militar americano, e sim um cidadto inglés comum. A carroceria era repintada, inclusive com combinaydes saia-e- blusa, enquanto calotas e para-cho- questecebiam acabamento cromado. (Os bances também ganhavam novos revestimentos, de preferéncia com Jmitagao de couro, Até mesmo um servigo para conversao do volante do lado dirito era oferecido. Na mesma época, em agosto de 1947, 0 holandés Ben Pon fei nome- ado o primeiro importador oficial da ‘VW, paraa Holanda, 20 adquisirum ote de 56 unidades. Com a expansio do negécio, Ivan Hirst tomou duas atitudes que o futuro revelaia fan- cdamentais para a trajetéria de suces- PP dots ratos tambem em marfim, ambos ‘alot, aosdefarole mapanetas—_porta-malas. Buna repasconada amboraedebizna plano. Bots do pascamateracabamento de aluminlo para att do para-aesquerdo, ame, detales da porta emano- polid, Acabamento Iterao de melhor ‘waseras modifeadas, ecesstando remoao do cojuneo do paralama. Grate creulara frente dabuzina cor- para troca de Bmpada. iro nos furos Dia decamblotanbemem marfim. Qualdadealmofadasadiconadas ta no para-lara (grade faba, para te venelao do cabegot, Elminada Porea-luvase emtoro do panel Aosbancestrselros Emblema de combina, no altro fade, sem cores escampagem para placa na ama do amas cromados, Para-choques, alm fuaddo Scio tampa do_noparalama). Caraga: das izes motor Fikro dear de cone de eto, RANDE LIVRO DO FUSCA 34 s0 do Fusca. Primeiro, condicionou que toda exportagio teria que levar lum estoque razoivel de pegas so- bressalentes (uma regra que ajudou o : besouro a manter clientes fgisern di- ferentes paises). Segundo, achou que cera hora de contratar um prfissional stra a ica para dirgir a fibrica. A escolha acabou recaindo a sobre Heinrich Nordhoff, que se tor- Hrs ama 23 nin pononagan fundeméaal no Ssopear desenvolvimento da empresa ao lon- 7 oh eer ertn go dos 20 anos seguintes. © exeautivo alemio assumiu a O HOMEM CERTO, dirego geal da Vallswagen em jo- NA HORA CERTA neo de 1948 —embor,oficialmen- ‘a fabrica tenha ficado sob contro Se Ferdinand Porsche é o pai do Fusca, o major inglés fs basin att step, ce 1889: Ivan Hirst pode ser considerado o tutor da heranca e “pri- Jmplastanele novos meindos de min. meira infincia” do modelo. Nascido na cidade de Yorkshire, anufatura, Nordhoff conseguin elevar cle tinha apenas 29 anos de idade quando chegou a fibrica do 1 produgio do Sedan para 19.244 unidades em 1948, saltando para 46.146 unidades no ano seguinte. Volleewagen, em agosto de 1945. Formada em engenharia 6ti- ca, Hirst acumulou boa experiéncia cuidando da manutencao de veiculos durante a 24. Guerra: além de organizar uma of- ‘Mas o besouro ainda precisava cina para reparar tanques, também foi responsével pelas frotas snabeans: bastante sa que: xtra de caminhdes do exército britinico, Os caminhoes inutilizados compradores,sobretudo estrangeiros. devido a falta de pecas sobressalentes, inclusive, fizeram com ‘Era preciso elevar o padrio de acaba- que ele adotaste mais tarde a politica na qual todo Fusca ex- ‘mento, o que Nordhofffezao langaro portado deveria obrigatoriamente seguir acompanhado de de- modelo Export (hamado de Deine feats Mince de conipolcten cine ‘nomercado interme) emjulhode 1949. Além desse énow-how, o militar ainda falava alemao fiuente- ‘Enquanto a antiga versio continuou a mente e se mostrava um homem gentil, qualidades que o fizeram ser fabricada, passando a ser deno~ 4 pessoa certa para comandar uma fibrica destruida, com traba- minada Standart, 0 medelo Export Ihadores de moral baixa e certa aversto a estrangeiros. Quando oferecia pintura brilhante, além de deixou a Volkswagen, forthe oferecido um modelo Cabriolet frisos laterais, calotis, maganetas e como reconhecimento de seu trabalho. Mas Hirst, como oficial pparachoques cromados. Por dentro, inglés, achou que nilo poderia aceitar um presente tio generoso, bbanoos ¢ painel também ganharam contentando-se com uma miniatura do besouro oferecida pelos acabamento requintado, com tapesa- opetirios. Hirst ainda ficou na Alemana até a autonomia nacio- ria em casimira, além de um volante nal voltaraimperar, em meados de 1950. Depois, trabalho para ‘mais atraente—apelidado no Brasil de ‘uma organizagito francesa de cooperacio e desenvolvimento eco- “asa de morcego’. Este modelo, aids, némico, até se aposentar e voltar aviverem Yorkshire. Em 1981, ¢ idéntico aos do primeiro lote oficial foium dos convidados de honra na festa que celebrou a produgio ‘aoportacks panto Heal, era temo) ‘mundial de 20 milhdes de Fuscas, realizada no México. de 1950.4 (Lue Gusdes.) para omotor (apenas modelo Expord. de 1949para aptsas porasmalatral —_reforads, de dupa 20, ra dana gem reorgado, Rodnka do acelerador Prmeto Karmann Cabrolee produaiotrasera; gost: Forma dotanque de enatrasea.Elmiradoaptedebrapo malo. Tn esquedo do anco do mo- em6 de nho chass daca de 10 de combustnel alerada sem fro de els naportaesquoda; Sefembra:Folantorstalevao em 15 mn. ENminada rmargo de 1989, 0.10099 908),com nobocal agoracom tampa exbindo—depisa0005 mmmalor no 3clidro, mantels de para; Dezembro: Capas Sets emafereasorighalmentamala- Igo VW) e comcapaciadeaumen- seo de embreagemcom cores fos tuchossanoradas na extreme ‘eral dant repeslonaas no final _tada.Amortecedrestelescpies_—_—ratlals;utubre:Gafo deembrea-__dosclindrosapenas © GRANDE LIVRO DOFUSCA I 35 SEDAN SPLIT WINDOW 195 GERACAO PIONEIRA ConHECIDA COMO BREZEL, A PRIMEIRA SERIE COMO PECULIAR VIGIA SPLIT WINDOW INICIOU 0 PROCESSO DE INTERNACIONALIZACAO DO BESOURO. E TAMBEM INICIOU A TRAJETORIA DO MODELO NO BRasIL 36 | © GRANDE Livro DO FUSCA ano € 1950, mais po para convencer um consumi- precisamente dor bastante desconfiado — uma U1 de setembro, das preocupagées levantadas pela quando os pri- mesma imprensa era se um auto- meiros exemplares do Volkswagen mével com motor refrigerado a ar Sedan comecaram a desembar- suportaria as altas temperaturas, car no porto de Santos. Trazidos do nosso clima tropical. da Alemanha para o Brasil pelo Nessa primeira fase de mercado Vapor Defland, os besouros de brasileiro, 0 modelo foi marcado estilo inusitado e aparéncia frdgil pela série que ficaria popularmen- te conhecida como Split Window blico local, acostumado a paisa- _(apelido em razao do vigia traseiro gem dominada pelos enormes e _bipartide), Um ano antes, em1949, pesados modelos americanos. a fibrica havia langado a versio Visto inicialmente como pe- Export para reforgar a conquista queno, esquisito, barulhento e de mercados fora da Alemanha causaram estranhamento no com 0 motor no lugar do porta- — e o Brasil foi um dos primei- malas, 0 carrinho chamado pela ros. Inicialmente, os modelos imprensa nacional de “tipo eco- _eram importados completamente nnémico” precisaria de algum tem- montados pela Brasmotor, mas a Sistema detrkode6 vols SOLUTION Janeiro: Aiscieao "Made completamente drenado do carter, que in Germany" comegoua {eve 0 defetoreliminado. Barras de agarecer em odas as plaqetas toro antlras superior etfertor de mumeragaodecarrocerta——passarama vrcom neo finas. foxadanecompartnente do Manopla malor no cabo de abertura do estepe eo passou aser Portales. Adctoraa junta entre os drs os cabepntes.Adonadas Tuzesmdleadoras de dre, gerador € pressao de ole no panel, Vareta tmelidora de eo fsttizadaeescure- a. Adletoradoanel de vedaao entre aro do fro para lama; Feverire: ‘motor L131. cm, ca Toc se comecds ano Sp Window vn quads com desanplier 25cVde potent, © Cabo do acelradorauntou poeta 12. Margo: Logo VW solide revsaéo Taeras*V" @*W" com espaga etre las ames eramsobraposts) Fars Bosch ames VW. Dametrodo tubo fe escapamento passa de 3 mm para FUSCA | 37 O.smbolo VW 0b" 0C3P0 ‘dante e vidos ds ports ‘enum recarte spits dequebremas empresa logo assumiu por aqui a —simplicidade e as soluges pouco 2am a primeira geragao do besouro ‘montagem em regime CKD, ta- usuais que o tornavam tio dife- _ comercializado no Brasil s0 a sai- refi que desempenhou até 1956, rente quanto surpreendente ao da tinica do escapamento e as pe- ‘mesmo apés a Volkswagen iniciar _primeiro contato. «quenas lantemas com lentes de vi- suas atividades oficialmente no dro da marca Hella, que tém como ais, em 1953. VISUAL EXTERNO ica fungao sinalizar no escuro, ‘Naqueles primeiros anos, nin- As caracteristicas mais mar-_jé que a indicapto de acionamento guém arriscaria que o modelo, cantes daquele primeiro modelo, do freio é feta pela mesma lampa- considerado um “estranho no ni- _além do vigia traseiro dividido, sto da que ilumina a placa, escondida rho’, acabaria fizendo tamanho as hastes de sinalizagao apelida- dentro do proeminente “nariz. do sucesso, a ponto de hojeestaren- das por aquide bananinhas —que Papa’, como fbi apelidada a peya raizado definitivamente em nos- equipavam a maioria dos automé- _montada sobre a tampa do motor. sa cultura, E que seus principais eis importados da Europana épo- -Abaixo do vidro traseiro bi- atributos seriam, justamente, a ca. Outros detalhes que caracteri- partido, a carroceria tem exatos ‘32mm, Abril: Modelos Exporte Stan- 90. 1-0162580).Ineradueao de cortes yo carbuador Solex. Boo em ‘tp sanfona:Reseratoo do udo ardcom ttosolar manval delona apart superior dasjanels tera fonra "T” do aquecedor colorado de frelocombla em vez defo. le dobrar Golde (afona inka quatro dlatetasparaventlarao (ainda rao tras do flo de mao. Mao: Vala Clindro-mestr de rele reduzido de (qumnas quatradas eonome Golde havlaquebra-venos. Hodelos Export de controle do arrefecimento do 22,2 para 19,05 mm, Claas de feo aparece ra macaneta. Aproduyaoco-¢ Cabriolet com feos Mavic de motor manual com macaneta de girar __traelos pasta de 19,05 para 15,9 Imegou em 28 de abl de 1950;ehasst_ Serie Bolacom dobradaaplicada_substutta por termostatoautomacico mm. Elminado rutdona wbua,20 38] Fusca 42 “rasgos” verticais, que permi- tem A turbina do motor aspirar ar para o arrefecimento, A maganeta do cap6 traseiro tem forma de “L” (popularmente conhecida como “rabo de tatu”), enquanto para- choques, frisos (laterais e do cap dianteiro) e macanetas (externas e intemas) sao de aluminio polido vincado. O frontal segue o visual ssbrio, sem nenhum adoro ~ apenas em abril de 1951 0 capé dianteiro rece- teu o brasto de Wolfsburg e o para- bisa passou a vir com uma moldura de ahiminio polido inserido na bor- sacha de vedagao do vidro. O sim- bolo VW exibido no topo do capé dlianteiro desta “saa” ainda nao era ‘vazado, enquanto os fardis trazem —n Sy ces 1 Eee. hana Eine aes le aqecimemto Junho: Adtonados tinztos no panel ena lateral rasta free, Pleo de enbreagem d tna passou a sere ser. ‘alla de exapamentoenduretdas deer, Outubro: Alvanea do slo fe estaconameno matscurta. “Janeiro: Poa do gerador moda para ear que 2earea n°" sakase, ‘Aberturas de venlaea0 Insaladas nas tera dlanteas (gla sco") ‘Adlonada a para ura mola de rtorno docabo do aceerador. Carcara do motor fade Elekon (ants era de alumi rcieade). Margo: isrbuldor marcadocom ‘mer letra ndkando ms © anode produgao,repectnament. Engrenagem do comandopassou aser feta de Restax um material sneico (gersao Export) Medtfcaea0 0 tubo de satdadostencador. Abr: pleado tombe de Wolfsburg ma tampa do porta-mabs (ass no. 1-0288731). ‘aii planas fons do stoma fe aquecimeno realocadas ara FUSCA | 39 DAN SPLIT WINDOW 19 2 .grafadas nas lentes a marca Bosch. ‘Toda a série Split Window € equipada com o recatado — po- 6m eficiente ~ motor de 1.131 em’, com poténcia de apenas 25 eve sistema elétrico de 6 volts. As rodas, fechadas, sto pintadas, nas cores da carroceria, com 0 miolo em creme, além de serem adornadas por generosas calotas cromadas com igualmente enor- ‘mes logotipos da VW em baixo relevo. Os pneus dos primeiros Fuscas tém medida 5,00-16. Woiswges REQUINTE INTERNO mae eae Se externamente o Fusca foi paras: ganhando aprimoramentos visu- Meet) ais aolongo dos anor, nointerior Ghawige, ——_pode-se dizer o contririo: a série Garena) Naqueles primeiros anos, ninguém arriscaria que o modelo faria tamanho sucesso. E que seus principais atributos seriam, justamente, a simplicidade e as solugdes pouco usuais que o tornavam tao diferente ao primeiro contato comhecida como Split Window final de 1951). © volante, que exibe luxo, conforto e materiais ficou popularmente conhecido nobres de acabamento bem su- como “asa de morcego”, usa- petiores 20s oferecidos pelos be- do até a primeira série de 1955, souros fabricados posteriormen-costuma apresentar diferentes te. A comegar pelo revestimento _ tonalidades, mas sempre puxan- dos bancos e das laterais das por- do para o marrom e com 0 botto tas: um elegante tecido marrom central da buzina marfim. Outra acompanhado de duas pequenas _curiosidade é a presenca de dois, almofadas nas extremidades do porta-luvas: um para o motorista assento traseiro (eliminadas noe outro para o passageiro, sendo (terior das camasdear quemte. |——_de amet fa por36 cps). antes era AL 15). Julho: Cota de “Amorecedoestelesceples de dupla ‘Abertura do capd por cabo de ao tipo _orratha Mstalafanaalaranca do frlo ‘ajo sbsteuram os de af20onica, po Bowden (anesera por maraneta). de estaconameno. Agosto: Novas Joeho, na rasera (apenas nasverstes Cabriolet gana porta-inas comchave, else alavancadecomando Export Cabriolet) Adload reo port-mapas nas ports enerruptr™ das alulas do sistema de enta0 ‘fe ferramemas, Qutubre: Poros te apoio do macacoreforados, Novembro: Ehmiradas 2 almotadas ‘as bert do baco tase, Dezembro: Langada to ndcador earn poli sobre aborracha_adcorl az mera ma ort. flacabie. Setembro: Paralusos de de dre;20 no pall pasoua ser de & fe vedaca do para-brea @ mm ‘erator RED1306-2600AL 16 ro detaramde ser nuttosno jogo vos €0,6 wat anes era? wat) ' FuscA que nenhum deles tem tampa. Entre as aberturas, dois nichos centrais acomodam o velocimetro € 0 reldgio, acessério opcional. No centro desses dois nichos, hé ainda o comando para acionar as, bananinhas de sinalizagao e um pequeno cinzeiro, introduzido a partir de junho de 1950. ‘Abaixo do velocimetro, 0 mo- torista encontraos comandos para 0s fardise o afogador, além do ni- cho da chave de ignito. Para dar 1 partida no motor, no entanto, é preciso “virar” a chave e depois apertar o botdo de “start”, locali- zado bem abaixo do cinzeiro. ‘Como ainda nto havia que- bra-vento, a fibrica procurou melhorar a circulagao de ar den- tro da cabina criando, primeiro, lum pequeno recorte nos vidros das portas. Posteriormente, em 1951, a carroceria ganhou tam- ‘bém pequenas aberturas laterais, (que acabaram ficando popular- mente conhecidas como “gela saco”), localizadas logo atrés dos para-lamas dianteiros. ‘Opainel tem dospora-ius ‘einsrumentas ‘anak. 0 ‘ina Gastante ‘ae a ‘ethos also" Locanzada ras sdosparalamas ‘dates, 2 abertirade veniapa0 fo ura ematva ‘demelhorars ‘ratagao ina dear anes do ‘Surgimento 00 ‘qubra-vento| ‘aneira: Adtcionada cofa wo ‘nel daalavanca do frelo de nao (30 ma versao Export). ‘alasem bora. Margo: Elimnado ‘tbo de conexao entre satda do fescapamentoeslenctator. Mara: ‘As molas das valuta passam a ser tnias em vez das duplas wtllzadas, ate entao, Junko: Reduzido 0 ‘lamer da porca-borboleta iia 9 mate Eure (os models pi Window fabrendos at eno com Balnel de dos pons, eam Eomectas cone Brel FUSCA | 4a EDAN ZWITTER 1952-53 Ei | i i = PERSONALIDADE ommoomomne DUPLA MENOS DE UM SEMESTRE MARCOU UMA DAS MAIS IMPORTANTES TRANSICOES DE ESTILO NA TRAJETORIA DO Fusca produgio da série po- importantes divisores de aguas na algumas caracteristicas ‘nica. pularmente conhecida evolugao de estilo do besouro. ‘A existencia de uma série tao como Zwitter durou Em alemio, a palavra Zwitter _curiosa quanto efémera se explica ‘menos de seis meses, significa hibrido, o que se explica pela politica mercadol6gica adota- ‘mais precisamente de outubro de pela presenga do vigia traseir bi- da pela Volkswagen na época, na 1952 a margo de 1953. Neste pe- partido (Split Window) em con- qual aordem era que a evolugao do riodo, exatas 57928 unidades do junto com elementos visuais ado- Fusca ocorresse sempre de forma besouro deixaram a fibrica de tados apenas posteriormente na gradativa e que munca — jamais — ‘Wolfsburg com as novas caracte- verso com o vigiainteirigo (cha-_sobrassem pecas nas prateleiras. risticas, o sufciente para esta ver- mada de Oval). Ou seja,o Zwitter Prova dessa usual falta de padrao é slo entrar para a histéria como. nada mais 6 do que um modelo a série Zwitter ter saido tanto com ‘mais raro exemplar dos anos cin- de transigio entre as séries Split 0 bocal do tanque de combustivel genta e também um dos mais Oval ~além, éclaro, de contarcom de 100 mm de diametro (igual 20s SORE (Ca) tube Aesso Zr‘ selene omer eamia we Nocrade eames aees as Liz mea ean cme Fateefcinene nda” core dopo remasfotapert, EaprComaniydefre™" ean apr eerta Get irre ota sprty poten nar) espe” tne Sequelae nado fog A Sp Ree Ton Bloat wees icersone depute etna Goan Soe ue bae foltoianenteredeseado,agradeeoportz-asreangular_doafogaor (cor demarfim no Export) ratio tras a alavanca do feo de boo deparida aesqueria comtampaariculadaeborzo para drla da tampa dorado antes no. maomarcado com seas decionas Aovolane, weocimetro abr Lizes no panel parapresao tel proxino a alavanca decarbio, Hmals Ae Z(H= Herklaperzug frente domarita,qradedo de oleo(vermeha)egerador (verde), _Saldas dear para opars-besamats — _—contrae do aquecedoy, A AU 42 | 0 GRANDE Livro Do FUSCA dos antigos Splits) como também com pesas ja de 60 mm. MAIS BRILHO Apesar de manter a carroceria com vigia traseiro bipartido, a ver- so Zwitter trouxe uma série de no- vvidades se comparado 20s modelos fabricados até setembro de 1952. Foi a primeira versao, por exem- plo, a adotar as lantemas conhe- cidas como coragio, na qual lentes extras voltadas para cima desem- penhavam o papel de luz de freio, que anteriormente era conjugada com a luz de placa. O escapamento continuou a ter saida nica, mas 0 nariz de papa que acomodava a luz de placa teve suas dimensoes redu- do motor. Zidas. Além disso, umanova maga- neta em formato de “T” substituin ‘antiga em formato de “L’ no capo © Zwitter também ficou mais “brilhante” que os modelos anteces- sores, gragas & adogdo de molduras de aluminio em todas as janelas, clusive no vigia traseiro bipartido. (O modelo também fi o primeiro a finalmente ter as portas equipadas com quebra-vento, 0 que marcou © fim do recorte dos vidros e das entradas de ar laterais (6s popula- res “gela saco”), As dimensoes e 0 desenho dos parachoques também ‘mudaram, além de suas liminas rem perdido 0 antigo vinco— assim como ocorreu com os fisos laterais, ferme sr Bien neues eae =e 3 ann. bi 2 = Zu Fecha 3 eas saa iar para os EUA depots de fomodsos por para Europ) Czerotrassrocromate, frat, Compaen pad ore marin @ formato retanalar Canes era tela Coltor de ames dot eto de pre-aqueciment fundido fmalumm,Carburadr Solex 28 el (anes 26 VEIS). Barras de {organ comets laminas (anes era ‘re. Dmetro da tara org0. ‘eduldo de 25 para 24 mm, Curso do mortecedoraumentado de 90 para 10mm Sineromzayao a 2,3 ‘marcas (somente Export e Cabriolet). Suportes metalborracta na frente eatras docanbio, Preis 56005, ‘rodas 4x15 (antes eram5,00x16). Cina ce rl rset 175 mm (ants era 15 9mm). Qubra-rento ‘as porta. Guta vercals(cromadas to Export e Cabriolet, pads 0 Standard) separando aque deta propa Tes vokas eum para leaner ou aa 03 Stes ela manvel Canes, eran ecsiaras der oas e mei). Macaneea°T sabstun eo vert (Crab de atu na tampa do moor {camera opdonal Revesimento FUSCA | 43 DP foabsorvenee aris do motor em 4 SEDAN ZWITTER 1952-53 © firiso frontal e as hastes das bana- nninhas. Apenas as maganetas inter ‘nas mantiveram os vincos. ‘Na dianteira, além dos pa- rachoques, as principais dife- rengas em relagio aos modelos anteriores se davam nas grades (werdadeira e falsa) da buzina e no logotipo da VW, pela pri- meira ver. “vazado”, Ja nas late- ais, as novidades ficaram pelas, mudangas no acabamento dos Ogratino & melo rcs insane tatty estribos e alteragdes no conjun-_excegto da primeira, que conti- to roda/pneu, que ficou menor, nuou “seca”. porém mais largo. O aro de 16 pol. foi abandonado e os pneus INTERIOR DIFERENCIADO passaram a ser 5,60x15. ‘Mas se por fora o modelo man- ‘A mecanica também rece- _ témmuitas semelhangas comum|e- beu aprimoramentos na série gitimoSplit Window, internamente Zwitter, apesar do motor de eletem"personalidade” diferente. A 1.131 em? com poténcia de 25 ev comear pelo painel com velocime- ter sido mantido. A grande no- tro colocado frente do motorista e vvidade nesse sentido foi a ado- apenas um porta-havas, com tampa, 10 do cambio sincronizado disposto diante do banco do caro- ‘rade asada buzna gana mascara menos esconldasefuneao apenas SeucompartmentParachoques _demetalpretopor dtras. Molfuras de duminara placa), Novas baernas Fedesenhad, ra pesados mals de amino de@ mm adeionadas em tracers tatuadas de 'voraea0", com largos,com vines elmiados. Caras todasasJaneas.Emblema VW nocapo desea oval, ao cromadoeente curvadase mas fortes eromadas”feltodealuminioestanpatoevazado entra para un,aode luz defo. Nos ho Export e Cabrele,pnadas femvezdefnaio, Nora menor moos Deluxe para exporayao,acor ro Standard. Grades a uzina ‘arcaga central da uminae2oda paca do olan de drecao fl akerada de (Gerdadetraefalsa) um poucomatoes. (alsa no centr, lamgada elente _muarfimparacimzaboge eo botao de bz gato o base de Wolsbr fm duro (a vrsao Deine para Simereao emo adetou obras, mas volame peraneceu marfim Retrovsor item redesenado cam antes mas aredondaos. Cab das fostets para dere lama teaser miu ara datas opal, 1 Fusca

You might also like