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K.

WEBSTER

Terrible Lovely Thing


K. WEBSTER

Distribuição:

Tradução:

Revisão e Leitura Final: é

Formatação:

Agosto/2020

Terrible Lovely Thing


K. WEBSTER

Esta história é uma peça de ficção em flash com base em um


prompt de escrita:
"O riso dele soa como destruição e caos."

Isso deixará seu coração cheio, mas você ainda estará salivando
por mais.

Terrible Lovely Thing


K. WEBSTER

E então essa história começa...


Mensageiro da Morte.

Ceifador.

Tomador de almas.

Seja como for, meu trabalho parece muito mais duro do


que realmente é. Como se eu fosse um vilão que todo mundo
teme. A verdade é que sou chato. Quieto. Um solitário. É o meu
caminho e eu o sigo sem argumento. Retiro aqueles que devem
morrer e os levo para onde devem ir. A única faísca na minha
vida monótona é quando seguro a mão da pessoa na minha
enquanto viajamos. Suas emoções e calor surgem através de
mim por apenas um momento, mas é suficiente para afugentar
a dor da solidão.

Até o próximo.

A repetição está me desgastando, no entanto. Sempre me


pergunto se a vida tem mais para oferecer a Morte. Como se algo
estivesse definitivamente faltando. Às vezes, me pergunto se
tenho direito a esses pensamentos. Será que os poderes serão
arrancados da minha foice e me jogarão com as outras almas
quebradas amarradas pela eternidade em um poço de fogo? Ou
eles me concederão misericórdia e me enviarão com os
bons? Acima das nuvens e no calor?

Nenhum me interessa.

O que puxa os fios soltos dentro da minha mente é


de onde vêm as pessoas. Antes da morte. Durante a
vida. Nesses poucos momentos, quando os guio para seu novo
lar, eles me dão seus pensamentos, sonhos e emoções
avassaladoras, pelas quais sou grato. Mesmo como a Morte, vivo

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toda a vida deles por um piscar de olhos. Adoro, e ainda não é


suficiente.

"Está na hora", digo em voz alta para as sombras, embora


elas nunca respondam.

Meu coração dói e troveja dentro do peito, mostrando-me


a minha próxima alma que devo recuperar. Estou prestes a ir
em direção a ela, meu propósito me levando, quando a
ouço. Ele. Através dos planos da realidade. Penetrando minha
existência silenciosa. Jogando cor no meu mundo preto e
escuro.

Vermelho.

Muito vermelho.

E rindo.

Sua risada soa como caos e destruição.

Mal. Maníaco. Lindo.

Viro as costas para a escuridão e ignoro a luz. Em vez


disso, sigo os sons para ele. Em direção à terrível, terrível coisa
adorável.

Homem?

Anjo?

"Cupido."

Olho para este Cupido com seus lábios rosados e seu


sorriso meio inclinado. Não sei se já vi algo mais bonito. Alguém
tão perfeito. Cabelo escuro e bagunçado paira sobre suas
sobrancelhas e seus olhos azuis brilhantes abrem buracos
dentro da minha alma murcha, expondo cada parte escondida
de mim. Seu corpo é magro, mas tonificado, a metade superior
sem roupas. Uma cinta de couro cruza seu peito, acomodando-
se entre seus peitorais musculosos, segurando uma aljava de

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flechas nas costas. A pele dourada, que brilha com o suor, está
manchada de vermelho carmesim me atraindo, pois estou
ansioso para inspecionar cada parte dele.

"Cupido?" Repito, minha própria voz um sussurro rouco.

"E você?"

"Morte."

"Humm."

Inclino a cabeça, ponderando sua irritação óbvia. "Você dá


amor?"

"Você tira", ele fala, inclinando o pescoço nos


ombros. "Não é?"

Minha foice parece muito pesada para carregar. Um fardo


que particularmente não quero mais. A clareza me encontra
depois de quem sabe quantas eras que já perdi. De repente tudo
está claro.

"Eu nunca tomo amor", explico. "Eu mudo."

"Você divide", ele acusa.

Não tenho vergonha do meu chamado. É um trabalho. Um


dever. Então, por que me sinto culpado? Por que esse homem de
cabelos escuros e olhos azuis me faz sentir mal por fazer o que
é necessário?

“Deixe-me ver seu rosto, Morte”, o Cupido exige; seus


lábios rosados torcidos em um golpe cruel em seu rosto. “Deixe-
me ver quem desfaz tudo o que faço. Um animal perverso. O fim
de todos os princípios.”

Coloco a foice aos meus pés e puxo meu capuz preto. A


vergonha esquenta minha carne por razões que não posso
começar a refletir. Arrisco um olhar para ele por baixo dos meus

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cílios. Eu sou um monstro para Cupido? Uma criatura horrível


que machuca e destrói o que ele cria?

Seus olhos azuis não se estreitam com raiva, não, eles


estão brilhando com lágrimas.

"O que é?" Mordo o lábio inferior, minhas sobrancelhas


franzindo.

"Você é tão…"

"Terrível?"

Ele se aproxima e levanta uma mão, acariciando minha


bochecha com o polegar. Correntes de excitação passam por
mim. Algo familiar me incomoda. Minha carne esquenta e eu
tremo.

"Não, Morte", ele murmura com uma voz suave que fala
com todas as partes de mim. "Não é nada terrível."

"O que então?"

"Não é o que eu estava esperando."

"O que você estava esperando?"

"Que ficaria com nojo." Ele suspira. "E não estou."

"O como você está, então?"

"Deleitado. Mesmo depois de todo esse tempo.”

Sorrio e é neste momento que me pergunto se já sorri


antes. É revigorante. Esclarecedor. "Deleitado? Sobre me ver?”

Finalmente. A palavra me bate forte o suficiente no peito


e suspiro.

“Alguém tem que limpar essa bagunça. Você é a morte,


afinal.” Seus olhos se estreitam como se ele estivesse me
desafiando a argumentar. "Certo?"

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Meu olhar se volta para a pilha de corpos atrás dele. Um


massacre sangrento. A confusão toma conta de mim. Isso não
faz parte do meu trabalho. Algo está errado.

"O que você fez, Cupido?" Grito. E me viro para ele, meus
olhos flutuando em seu peito ensanguentado.

“Eu fiz... eu fiz o que tinha que fazer. Para parar a


monotonia interminável.” Ele passa a mão trêmula e manchada
de sangue pelos cabelos escuros, fazendo-os ficar no ar. Seus
olhos maníacos encontram os meus. "Para fazer alguém
perceber que somos apenas parte de um ciclo vicioso que precisa
desesperadamente de fim."

"Você queria que alguém notasse?" Estendo uma mão


branca pálida em direção a ele. Ele não vacila quando corro as
pontas dos dedos pelos salpicos de sangue, manchando-
os. "Percebi."

Sua respiração trava quando passo os dedos pela coluna


de sua garganta e acaricio sua mandíbula forte e afiada com meu
polegar. "Você certamente está aqui, Morte."

"Eu certamente estou." Toco sua orelha e depois afago


meus dedos pelos cabelos, alisando-os novamente como
antes. "O que acontece agora, Cupido?"

Seus ombros se curvam e ele olha cautelosamente para a


pilha de corpos. "Não tenho certeza. Talvez eles nos punam.”

"Como?"

"Aliviando a cada um de nós de nossos deveres


indefinidamente?" Há um desafio em suas palavras. Quase
como se ele já soubesse a resposta, mas quer que eu descubra.

Pondero suas palavras. "Parece uma recompensa."

Seus olhos azuis se voltam para os meus. "Humm."

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"Ninguém está vindo", eu digo, com meu olhar fixo no


dele. "O que nós fazemos?" Espero a atração familiar me arrastar
em direção aos mortos para que possa levá-los aonde precisam
ir.

Nada.

A única coisa que me puxa é a curiosidade... e outra


coisa. Algo forte e familiar. Algo que não consigo entender.

Para ele.

"Eu quebrei", murmura o Cupido. "Quebrei o amor." Ele


sorri para mim. "E a Morte."

Toco seus lábios porque eles pedem atenção. Separados e


inchados. Eles parecem doces. Minha boca saliva a por um
gosto.

"Talvez tenha sido quebrado antes", digo, empurrando os


dedos em sua boca para senti-lo lá também. Liso e quente. Eu
gosto disso. "Talvez você tenha consertado."

Ele morde meus dedos. Um toque de desejo dispara direto


para o meu pau. Fragmentos de lembranças piscam dentro da
minha mente como um caleidoscópio, colorido e brilhante.

"Fui..." Franzo a testa. "Eu fui homem uma vez." Meus


dedos escorregam da boca dele. "Eu... sinto que há mais."

"Diga-me, Morte", o Cupido zomba. "Você já se


apaixonou?"

Uma dor, violenta e feia, rasga meu peito. Lágrimas


quentes se formam nos meus olhos. Recuo cambaleando,
tentando desesperadamente recuperar o fôlego. "Eu já." Há um
buraco no meu coração cheio de angústia e saudade. Minha
obrigação com meus deveres de alguma forma entorpeceu a dor
- me entorpeceu.

Mas. Agora. Eu. Sinto.

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"Dói", engasgo. "O amor machuca."

"Quando o amor é dividido", ele sussurra. “Quando está


rasgado, destruído ou amassado. E dói mais quando é
esquecido.” Seus cílios estão molhados de lágrimas. "Talvez
pareça a morte."

Eu me inclino, ansioso para provar seus lábios que agora


estão brilhando com a tristeza que escorre por suas
bochechas. É suave no começo, nosso beijo. Um roçar dos
nossos lábios. Seu inspirar. Meu gemido carente.

E então eu sinto a atração.

Forte. Inflexível. Enlouquecedoar.

Por ele. Por ele. Por ele.

Meus dedos emaranham seus cabelos macios enquanto o


puxo avidamente para mais perto. Nossas línguas duelam em
uma batalha épica, onde o amor certamente vence. Ele tem gosto
de doce esperança com um pingo de desespero. Quero beijar a
tristeza e enchê-lo de algo melhor.

Mas sou apenas a morte.

Eu estrago. Eu apago. Eu elimino.

Não estou mais desiludido. Estou cheio de clareza e


tristeza. Lamento pelo tempo perdido. Desesperado pelo tempo
que ainda existe.

"Você é meu", murmuro, segurando-o como se ele fosse


desaparecer se eu o soltar.

“Eu sempre fui. Eu ainda sou. Eu sempre serei.”

"Por que eu?" A dor diminui a cada segundo que passa.

"Há apenas você." Ele começa a se afastar. E enterro os


dedos em sua carne, incapaz de deixá-lo ir. Nunca mais.

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"Não vá", imploro.

"Você não está sozinho." Seus lábios inchados e rosados


se curvam em um meio sorriso. "Nunca estará sozinho."

"Eu vou contigo?"

"Vamos para casa."

Seguro seus quadris, puxando seu corpo para o meu mais


uma vez. Sua proximidade me eletrifica. Meu coração dispara
dentro do peito quando capto seu perfume familiar.

Ele é meu.

"Onde é a casa?" Murmuro, beijando-o mais uma vez.

"Onde quer que a gente faça."

Chupo seu lábio inferior cheio na minha boca, com fome


de passar toda a eternidade provando-o. "E quanto a tudo isso?"

O Cupido ri, desta vez parece com esperança e


paz. "Deixamos para o Acaso."

Passos pesados batem em nosso caminho. Um homem


com um sorriso malandro e cabelos loiros chega ao nosso
lado. "Alguém me chamou?"

"Amor. Morte. Acho que estamos cansados de decidir


essas coisas”, diz o Cupido. "Agora é com você."

"É irresponsável deixá-lo em suas mãos", murmura uma


voz feminina nas proximidades. “Às vezes o Destino deve
intervir. O Acaso não pode decidir tudo.”

O Acaso sorri para o Destino. "Me pegue se for capaz."

Ele desaparece, deixando o Destino a sorrir em nossa


direção.

"Às vezes o Destino é lento, mas ela sempre chega lá no


final."

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Ela nos manda um beijo.

Vermelho desbota para preto.

Ele se foi.

Mas eu também.

***

Meu amante dorme até tarde porque é um homem da


noite. Sua pele pálida não é para se aquecer ao sol, como sempre
faço enquanto ele dorme. Ele observa a lua e conta as
estrelas. Eu sempre conto com ele.

"Eu não sinto cheiro de bacon, amor", ele murmura,


abrindo um olho. "Você está relaxando no trabalho."

Corro os dedos pelo seu cabelo preto manchado de


tinta. "Em breve, D. Deixe-me olhar para você um pouco mais."

Seus cílios escuros se fecham e seus lábios pálidos se


abrem quando ele volta a dormir. Quando eles nos separaram,
eles quebraram meu amante. Todas as partes que o fazem
lembrar são fragmentadas e perdidas. Seu coração, porém,
nunca esquece. O coração dele é meu. Ele me conhece. Ele me
segue para fora da escuridão. Seu coração nunca falha.

Passo a ponta dos dedos sobre a curva de seu ombro


cremoso, admirando a beleza de porcelana ao meu lado. Minha
perfeição. Meu. Não demoro muito no futuro ou no passado. Sou
ganancioso por esse momento. Apenas este. Nos foram negados
tantos. Um momento parece como um tesouro. Um reino. Uma
recompensa.

"Bacon", D murmura. "Estou sonhando com isso agora."

"Você não pode sonhar acordado", provoco.

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Seus olhos se abrem e estão cheios de tanto amor que


rouba minha respiração. “Eu sempre sonho com você. Mesmo
acordado. Mesmo agora."

Eu o rolo de costas e sento em sua cintura estreita e


nua. Agarrando seus pulsos, o prendo na cama e sorrio.

"Você está ficando muito bom nisso", digo com falsa


irritação.

Ele ri — bonito e puro. "Em que?"

"Fazer do seu jeito."

"Bom amor, então me faça um pouco de bacon." Suas


mãos se libertam do meu alcance e ele dá um tapa de brincadeira
na minha bunda. Ele arrasta meu corpo ao longo de seu pau
endurecido. "Mas depois."

"E agora?"

"Deixe-me te amar." Seus olhos escuros brilham com


clareza quando me puxa para ele, para um beijo
frenético. "Como nasci para fazer."

"E depois bacon", provoco, beliscando seus lábios


perfeitos enquanto ajusto meu corpo sobre o dele, afundando em
seu comprimento grosso.

Ele geme de prazer, apertando minha bunda. "Sempre há


tempo para o bacon, mas nunca há tempo suficiente para você."

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