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Kathia Marcela Donansan

Psicóloga CRP 12/01066

Ilustríssima Conselheira Presidente da Comissão de Ética do Conselho Regional dê


Psicologia - 12' Região.

Processo Investigativo nº 630/21

Eu, Kathia Marcela Donansan, brasileira, separada, psicóloga, inscrita no


Conselho Regional de Psicologia sob o n° 12/01066 residente em Barra Velha, Estado de
Santa Catarina, CEP 88.390-000, com consultório profissional estabelecido na Av. José
Lino de Aviz, n° 40, Centro, Barra Velha, Estado de Santa Catarina, CEP 88.390-000,
apresenta esclarecimentos preliminares sobre o teor da denúncia levada a efeito por
Wagner Bueno da Silva.
Primeiramente é importante salientar que o processo de alienação parental citado
pelo denunciante, onde estaria sendo verificada a prática de atos alienatórios, não foi
confirmado pela psicóloga perita da comarca, a qual emitiu um laudo negando haver
qualquer alienação. Após o laudo da perita, houve uma decisão judicial onde foi solicitado
a genitora guardiã que comunicasse a psicóloga que acompanha o menor, de que deveria
preparar a criança para retomar o contato com pai, o que deverá ocorrer de forma
gradativa, inicialmente de forma assistida e em ambiente neutro para que ele pudesse se
sentir seguro na presença paterna. Porém, dias antes dessa decisão judicial, a psicóloga
em questão já havia comunicado a ambos os genitores da suspensão do tratamento.
Acreditamos que o fato de o laudo da perita não ter sido favorável ao denunciante,
fez com que o mesmo também fizesse uma denúncia junto a esse órgão contra a
profissional perita. Nossa percepção é de que todo e qualquer profissional que “contrarie”
as vontades e desejos do genitor, faz com que o mesmo faça denúncias, haja vista, que
somos a 3° ou 4° profissional envolvida no caso que tem sua ética questionada, somente
por contrariar as expectativas do denunciante.
Outrossim importante ressaltar que esse menor é vítima de violência intrafamiliar.
A violência intrafamiliar é definida pelo Ministério da Saúde (2001, p. 15)
como "[...] toda ação ou omissão que prejudique o bem-estar, a integridade física,
psicológica ou a liberdade e o direito ao pleno desenvolvimento de outro membro da
família".

(47)984414218
Av.Jose Lino de Aviz, 49 – Centro - CEP 88390000
Barra Velha - SC - E-mail: kmdonansan@hotmail.com
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Não só a genitora, como o menor e mesmo os avós maternos tem ou já tiveram


Medidas Protetivas em desfavor do denunciante. A violência intrafamiliar afeta a todos
que, de alguma forma, envolvem-se com ela, inclusive os profissionais.
A violência, para Chauí (1985), é a ação que trata o ser humano não como sujeito,
mas como objeto. Há violência quando uma diferença é transformada e tratada como
desigualdade. Na situação de violência, o dominado interioriza a vontade e a ação alheia,
perdendo autonomia sem, entretanto, reconhecê-lo, por efeito da alienação. Assim, a
banalização da violência praticada contra crianças e adolescentes só é possível quando as
crianças e os adolescentes não são compreendidos como sujeitos, mas como objetos e
propriedade dos adultos.
No ano de 2015 a genitora nos procurou para atendimento psicoterapêutico, o qual
se estendeu até meados de 2017, quando então, Pedro, após vivenciar uma agressão do
pai contra a mãe, passou a vir como paciente e a genitora somente era chamada como
mãe para devolutivas, inclusive o genitor na época também foi solicitado a comparecer,
porém o mesmo não compareceu e ainda ameaçou a psicóloga em questão, sem antes
saber dos fatos, uma vez que não atendeu as solicitações da psicóloga em comparecer
para uma entrevista, nem como pai, nem como cônjuge, que também já havia sido
solicitado sua presença por inúmeras vezes, porém sem sucesso.
Como dito anteriormente a violência intrafamiliar afeta a todos que, de alguma
forma, envolvem-se com ela. Os profissionais de saúde que estão em contato com crianças
e adolescentes, não fogem à regra.
Após as ameaças à psicóloga, sugerimos uma conversa presencial e o mesmo
concordou em comparecer, inclusive os atendimentos foram estendidos, com permissão
e solicitação do genitor à sua família de origem, aqui no caso a mãe, pois a irmã, que é
psicóloga não pode comparecer.
Foram muitas sessões agendadas e desmarcadas nesse período, as vezes até
ignoradas, mas no mês seguinte a consulta devolutiva, o genitor nos procurou por estar
com problemas jurídicos gravíssimos, nesse momento indicamos o acompanhamento de
psiquiatra Guilherme Duwe e de psicólogo Laercio Baggio, porém Wagner não aderiu ao
tratamento psicológico e ao psiquiatra foi apenas na consulta inicial.
Sempre que o denunciante precisava falar com a psicóloga do filho, ele entrava
em contato via mensagens de aplicativo, raramente era em horário comercial,
normalmente era sempre horários inapropriados. Em uma dessas situações, em que
estávamos indo para a pós graduação em SP, as mensagens via aplicativo eram inúmeras
e insistentes, comunicamos da impossibilidade de comunicação do momento, inclusive
enviando uma foto do embarque no avião e pedimos pra conversarmos pessoalmente na
próxima semana, não obtivemos êxito, as mensagens não só continuaram como também
a mãe dele enviou inúmeros áudios, o que nos impossibilitou não só gravar a aula da pós,

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como também manter o foco. Após esse período e mesmo por ter ficado em débito de
mais de um ano de sessões, o denunciante passou a não nos responder. Bem como o
tratamento com o menor foi interrompido por ambos os genitores, que ao que tudo indica
haviam estabelecido uma trégua ao conflito.
Na sequência, em setembro de 2018, a genitora nos procurou com a queixa de que
Pedro estava se negando a ir ver o pai, pois alegava ter sido agredido, o tratamento de
Pedro foi retomado com a insistência da profissional de que não fosse interrompido dessa
vez. Nesse período emitimos um laudo onde justificamos a negativa do menor em ver o
pai. O trabalho nesse momento foi em conjunto com o CREAS do município que nos
procurou para informações acerca do tratamento, novamente chamamos o genitor para
entendermos o que estava se passando, as profissionais psicólogas e assistente social do
CREAS, e eu, em comum acordo, orientamos que a reaproximação de pai e filho deveria
acontecer de forma paulatina com o primeiro encontro na sede do CREAS, e assim
sucessivamente, mas de forma a respeitar os sentimentos e desejos da criança. Nessa
época os débitos com a psicóloga em questão foram quitados via permuta de camisetas.
Restabeleceu-se então a convivência entre pai e filho.
Crivillé (1997) afirma que, muitas vezes, o discurso dos pais é contraditório às
evidências, tanto aquelas físicas como as manifestas pelo comportamento da criança.
Em meados de 2019 o tratamento do menor teve que ser interrompido pois as
intervenções, somente via aplicativo, do pai chegaram ao nosso limite, as questões na sua
grande maioria eram queixas da genitora e não questionamentos sobre o filho, foram
inúmeras mensagens com violência psicológica e em horários não comerciais, que não
nos restou outra opção a não ser encaminhar Pedro a outro profissional para
acompanhamento psicológico e bloquear o pai . A nossa sensação era de ameaça,
intimidação, desrespeito e ofensas, pois as mensagens eram ameaçadoras, insolentes e
abusivas, portanto, não havia mais confiança entre as partes para a continuidade do
tratamento.
A ausência de contextos protetores e de cuidado à vítima, como os ofertados pela
psicologia, pode constelar complexos afetivos que distorcem o livre fluxo da energia
criativa na psique da vítima.
O analista junguiano James Hollis aponta que: É incontável o número de crianças
agredidas que se relacionaram com agressores, reproduzindo impotentemente o
paradigma primordial. (HOLLIS, 2002, p. 45).
Nesse período, mesmo tendo sido bloqueado, o denunciante ainda enviava
mensagens de outro número, via aplicativo, as quais foram ignoradas, pois nesse
momento não estávamos mais atendendo o filho dele.
Em dezembro de 2020 a advogada Daiane Ramos nos procurou, pois nós já
havíamos trabalhado juntas em outra época no CREAS do município, a mesma nos

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procurou via mensagens de aplicativo, dizendo que eu era a única profissional que poderia
ajudar no caso do Wagner e da Gabriela, dada a complexidade do caso e dada a minha
experiência como profissional, pediu encarecidamente que voltássemos a atender com
urgência o menor Pedro. Ainda salientamos para a mesma que não havia confiança de
Wagner para que atendêssemos o caso, pois já tínhamos encaminhado a outro profissional
justamente por esse motivo, mas a advogada disse que não só Wagner havia concordado
como a sua família também. Agendamos então um horário com a advogada de Wagner e
com o advogado da genitora ambos no mesmo horário, após os apelos, concordei em
reassumir o caso, mas com a ressalva de um contrato bem estabelecido. Os atendimentos
a Pedro eram em torno de duas a três vezes na semana, por solicitação do genitor, dada a
gravidade do caso, e também por causa das férias do judiciário, a expectativa era de que
Pedro aceitasse ver o pai, ainda que por vídeo chamada, antes mesmo do natal, porém o
menor estava temeroso, e frente a menção do nome do pai o mesmo começava a chorar e
pedia para finalizar a sessão, portanto respeitamos a criança e por esse motivo não foi
feita a vídeo chamada. O que ao que tudo indica frustrou ao genitor, embora tenha sido
explicado pela profissional o procedimento técnico e o quanto a criança estava abalada.
O contrato foi rompido pelo genitor no mesmo mês novamente por falta de pagamento.
Barus-Michel (2011, p. 20): A violência é, então, multívoca em si mesma,
referindo-se à experiência de um caos interno ou a ações ultrajantes cometidas sobre um
ambiente, sobre coisas ou pessoas, segundo o ponto de vista de quem a comete ou de
quem a sofre. Porém, de um lado ou do outro, ela sempre se manifesta como excesso,
deixando transparecer nossa impotência, pelo menos momentaneamente, dado seu caráter
de exceção, infligindo aos sujeitos, se não a morte, feridas psíquicas ou físicas, de
natureza traumatizante.
É importante enfatizar, como fazem Azevedo e Guerra (1998, p.25) que “toda a
ação que causa dor física numa criança ou adolescente, desde um simples tapa até o
espancamento fatal, representam um só continuum de violência".
No final de janeiro de 2021 a genitora solicitou atendimento ao filho pois o mesmo
estava apresentando sintomas de TOC e Stress pós traumáticos, diagnosticados pela
psiquiatra que o acompanhava. Retomamos então com a permissão da genitora e
posteriormente comunicamos ao genitor para que o mesmo pudesse agendar uma sessão
inicial também. A sessão não só não foi agendada como também o mesmo voltou a ser
abusivo, intolerante, insolente e ter o tom ameaçador novamente. Considerando que antes
de reassumirmos o caso, ligamos para a conselheira de ética para termos orientações
precisas na condução desse caso em especial, como também buscamos por supervisão
para de fato não haver erros, pois já sabíamos do descontentamento do genitor com a
psicóloga em questão. Os atendimentos de devolutiva sempre eram feitos na mesma
medida com o genitor e com a genitora, porém os do genitor foi em um só momento de
forma presencial, onde o mesmo pôde ler todo o prontuário do filho, nesse dia pedimos
ao genitor que não nos enviasse mais mensagens via aplicativo, mas sim, que sempre

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viesse conversar de forma presencial, o que não acontecia. Os atendimentos a Pedro eram
permeados por queixas referentes a conduta do pai, a quem ele se referia como “aquele
cara”, Pedro inclusive disse que o “cara” havia sido agressivo com os avós, que havia
dado um tiro para o alto no portão da casa do avô materno, questionamos se não poderia
ter sido um barulho de pedra, mas o menor insistiu com voz trêmula que “foi um tiro sim”
e finalizou a fala dizendo que “jamais voltaria para aquela casa monstro” referindo-se a
casa do genitor e dos avós paternos.
Barus-Michel (2011, p. 22), pensando a questão da violência sofrida, pontua que
a vítima de violência “sofre uma fratura moral e física”, destacando os efeitos psíquicos
devastadores da experiência.
A violência, para Chauí (1985), é a ação que trata o ser humano não como sujeito,
mas como objeto. Há violência quando uma diferença é transformada e tratada como
desigualdade. Na situação de violência, o dominado interioriza a vontade e a ação alheia,
perdendo autonomia sem, entretanto, reconhecê-lo, por efeito da alienação. Assim, a
banalização da violência praticada contra crianças e adolescentes só é possível quando as
crianças e os adolescentes não são compreendidos como sujeitos, mas como objetos e
propriedade dos adultos.
Continuamos com os atendimentos, os atendimentos com o menor eram
presenciais, do genitor eram virtuais e eventualmente na presença da sua advogada,
consideramos que apesar de resistência do menor, tivemos algum progresso, como consta
no segundo laudo, em que ele aceitou os presentes do pai, e continuava aceitando,
inclusive em uma sessão Pedro permitiu o registro de uma foto, que sabia que seria
enviada ao pai, na qual recebia os presentes do pai, eram livros que o pai deixava em
nosso consultório para serem entregues ao filho, da primeira vez que os livros foram
entregues, o menor apesar da resistência, aceitou os presentes mas negou a foto.
No mês de maio, mais precisamente no dia 05, a criança nos enviou áudios com a
voz trêmula dizendo estar “muito nervoso” e também que “ele” havia enviado 40
mensagens, as quais algumas o menor nos reenvio e explicando que por isso ele iria
desligar o celular para que não recebesse mais mensagens “daquele cara”.
Em todos os momentos em que acompanhamos a família, sempre orientamos que
ambos os genitores buscassem por acompanhamento com outro profissional, inclusive o
fiz amparada na lei O art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da
Penha). Fizemos indicações de profissionais para ambos os genitores e é de nosso
conhecimento que a genitora acolheu nossa indicação e está em psicoterapia com o
colega Joel Fernando Brinco Nascimento, analista judiciário psicólogo/TJ/ e Analista
psicólogo Junguiano, ao genitor foi sugerido o colega Farley Janusio Rebouças Valentim(
http://lattes.cnpq.br/4626252813037241), sugestão essa feita através da advogada do
genitor, em um momento em que o mesmo estava em profunda crise emocional, enviando
mensagens a mim e a advogada que sugeriam potencial risco de suicídio.

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Porém em meio a isso, o genitor, ainda descontente com nossa atuação


profissional, continuava com as mensagens por aplicativo, mesmo tendo sido solicitado
a ele que não mais nos conectasse por mensagens mas sim que agendasse um horário
enfatizando que não cobraríamos pela sessão, se o problema fosse financeiro, sem sucesso
nessa investida, o denunciante continuou com as ameaças e manifestando seu
descontentamento em relação a nossa conduta, novamente teve que ser bloqueado, porem
a comunicação se dava via advogada, mesmo tendo sido bloqueado, e a comunicação ser
via advogada e sem custos nas devolutivas, ele ainda enviava “torpedos”, em tom
ofensivo e intimidador. Sempre dizendo que não queria o filho sendo tratado por mim.
A essa altura o contrato havia sido estabelecido com a permissão da genitora e os
honorários sendo pagos pela mesma. Inúmeras vezes entramos em contato com a
conselheira de ética e a mesma orientou que buscássemos ajuda de um advogado, o que
o fizemos em certo momento, porém como a orientação foi de que registrássemos um
Boletim de Ocorrência ou abandonássemos o caso, não acolhemos tal orientação do
advogado e não fizemos nenhuma queixa/ocorrência, pois sob nosso ponto de vista isso
iria prejudicar, o tratamento como um todo. Como também passado um tempo
desbloqueei o genitor no aplicativo. Voltaram as inúmeras mensagens no mesmo tom,
porém mais agressivas, e novamente fora de horário comercial, com vários áudios que
incluíam xingamentos e questionamentos insolentes quanto a nossa conduta profissional.
No nosso ponto de vista o que gerou descontentamento ao genitor foram os laudos
nos quais há relatos de violência intrafamiliar que por si só justificam a negativa do menor
em estar com ele. Por isso então, o genitor fez uma denúncia minha no conselho de ética
a qual me defendo nesse momento, esclarecendo os fatos.
Após o genitor receber a confirmação do CRP que havia recebido a denúncia e
iria investigar, o mesmo enviou para a psicóloga a resposta do CRP, ainda via aplicativo,
dizendo que não era pessoal e pedindo que não desistíssemos de “todo esforço que
vínhamos fazendo nesse último ano para reaproximar ele do filho”.
Em decorrência da falta de confiança e também pelo fato de um dos genitores não
validar o trabalho que vinha sendo desenvolvido com o menor, em conversa com a nossa
supervisora chegamos à conclusão de que o mais adequado, seria suspender o
atendimento, ficando então a critério dos genitores procurarem por outro profissional que
desse andamento ao caso.
Ainda segundo MADANES, 1997, todos os problemas trazidos à terapia são
originários do dilema entre o amor e a violência, visto que a principal questão do ser
humano é amar, proteger e ajudar o outro, ou se intrometer, dominar e controlar.
Violência psicológica, é entendida como qualquer conduta que lhe cause dano
emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças

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e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento,


vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, violação de sua
intimidade, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro
meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação. (LEI Nº 13.772,
DE 19 DE DEZEMBRO DE 2018.)
E considerando que violência intrafamiliar expressa dinâmicas de poder/afeto nas
quais estão presentes relações de subordinação e dominação e que as situações de
violência, na maioria das vezes, estão relacionadas ao desgaste emocional do profissional,
achamos por bem que como dito anteriormente que o tratamento do menor fosse
suspenso, e para tal, ambos os genitores foram comunicados desse fato. Ao pai foi enviada
carta registrada e para a mãe entregue em mãos, ambos foram protocolados, como
também foi feita uma sessão com o menor Pedro para esclarecer o que estava
acontecendo, que os nossos encontros estariam suspensos, pois o pai dele não confiava
no nosso trabalho e que talvez outra psicóloga assumiria a partir daquele momento.
Após receber a carta comunicando a suspensão dos atendimentos, novamente, o
genitor enviou mensagens no mesmo tom habitual, sendo, portanto, novamente
bloqueado. Mas como das outras vezes, ele por outros números de telefone continuou
com os assédios, dessa vez, uma ligação via aplicativo as 3 horas da manhã.
Afirmo aqui e posso provar, pelas inúmeras ligações à conselheira de ética Daniela
Furlan e por meio de nossa supervisora Selene Regina Mazza
( http://lattes.cnpq.br/4169212459020724 ) que acompanha o caso desde dezembro de
2020, que agimos com ética e responsabilidade profissional, fazendo jus ao “vocare” e ao
amor e respeito à profissão.
Posto que: Segundo o Ministério da Saúde (2002), devido à exposição desses
profissionais a diversos sentimentos conflitantes, é preciso criar espaços sistemáticos de
discussão, sensibilização e capacitação, os que proporcionem um respaldo à equipe, a fim
de que esta exponha e trabalhe seus sentimentos.
“Quando chegar o momento de vocês deixarem o mundo, não tenham a
preocupação de terem sido bons, isto não é o bastante! Deixem um mundo bom! Onde
reina a violência, o único recurso é a violência. Onde vivem os homens, o auxílio só pode
vir dos homens”. (Bertolt Brecht) Manual de Atendimento às Crianças e Adolescentes
Vítimas de Violência.
Nós vos pedimos com insistência:
Nunca digam - Isso é natural!
Diante dos acontecimentos de cada dia,
Numa época em que corre o sangue
Em que o arbitrário tem força de lei,
Em que a humanidade se desumaniza

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Não digam nunca: Isso é natural


A fim de que nada passe por imutável.
(Bertolt Brecht) Viver: isso a gente curte. NÃO À VIOLÊNCIA! AF Cartilha Defenda o
Adolescente.
Todos os fatos aqui relatados estão embasados com documentos comprobatórios,
disponíveis apenas ao CRP, por serem sigilosos.
Portanto esse é o relato dos fatos, estamos a disposição para eventuais
esclarecimentos que se fizerem necessários.

Atenciosamente
__________________________________
Kathia Marcela Donansan
Psicóloga CRP 12/01066

Barra Velha, 08 de setembro de 2021

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