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Revisão de Literatura: Atuação da Fisioterapia em pacientes com

Alzheimer.

SAVASSI,G.1,2; GROTHE,M.J.1,2; GAINO,C.R.M.1,4,6


1 2 3 4
Centro Universitário Hermínio Ometto – FHO, Araras, SP; Discente; Profissional; Docente;
5
Coorientador; 6Orientador.

juliagrothe@alunos.fho.edu.br, gabrielasavassi@alunos.fho.edu.br, martagaino@fho.edu.br 

RESUMO

Introdução: A doença de Alzheimer (DA) é uma condição degenerativa que


causa perda de funções cerebrais, como memória, comportamento, linguagem e
atenção. Não há cura para a doença de Alzheimer, mas enquanto houver formas de
retardar sua progressão, prolongar e melhorar a qualidade de vida, essa condição deve
ser proporcionada a cada paciente acometido pela doença. A fisioterapia precoce para
pacientes com Alzheimer é um trabalho importante, pois pode ajudar a retardar a
progressão da doença, garantindo autonomia prolongada para pacientes com
dificuldades de locomoção ou equilíbrio. Objetivo: Este artigo propõe fazer uma revisão
de estudos da literatura com objetivo de identificar e reunir informações sobre a atuação
do fisioterapeuta no cuidado de pacientes com Doença de Alzheimer. Metodologia:
Para o estudo proposto, os artigos serão coletados em bases de dados como PubMed,
SciELO, Google Acadêmico, Lilacs e PEDro, utilizando-se os termos de busca: Doença
de Alzheimer, fisioterapia, idosos, qualidade de vida. Para este estudo, foram
selecionados artigos entre 2016 e 2022 sobre o papel da fisioterapia em pessoas com
doença de Alzheimer, em português, inglês ou espanhol. Resultados: Com base nos
artigos estudados, pode-se concluir que 91,7% dos autores recomendam a fisioterapia
como parte integrante do tratamento e da qualidade de vida de pacientes com doença
de Alzheimer. Constatou-se que os profissionais da área proporcionaram um tratamento
individualizado e humanizado, indo além da doença e cuidando da saúde física e mental
dos pacientes. São propostos exercícios de resistência com objetivo de aumentar a força
muscular, alongamentos para melhorar a flexibilidade e prevenir o risco de quedas,
atividades relacionadas ao treino de equilíbrio e marcha, uso de estimulação
transcraniana por corrente contínua (ETCC), com objetivo de retardar déficits cognitivos
sem uso de fármacos, pois esta induz mecanismos de neuroplasticidade com baixo
custo. Também foi encontrada a proposta de exercícios de mobilidade e equilíbrio,
caminhada, circuitos funcionais, atividades recreativas, exercícios respiratórios,
relaxamento e consciência corporal como proposta para manutenção do equilíbrio, que
está diretamente relacionada à redução do risco de quedas. Conclusão: A intervenção
da fisioterapia é proposta como um tratamento eficiente para pacientes com Doença de
Alzheimer, quando realizada de forma constante e por tempo indeterminado, salientando
que os resultados também dependem do estágio da doença.

INTRODUÇÃO

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a demência afeta


aproximadamente 55 milhões de pessoas no mundo e estima-se que esse número
aumente para 78 milhões em 2030 e 139 milhões em 2050. A demência é o resultado de
uma variedade de doenças e lesões, no qual o cérebro é o principal ou o segundo mais
prejudicado. A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência e pode
representar 60-70% dos casos. (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 2021)
A doença de Alzheimer (DA) é uma patologia degenerativa que causa perda das
funções cerebrais, tais como memória, comportamento, linguagem e atenção. A doença
pode ser dividida em três estágios: Inicial, intermediário e final. No estágio inicial, a
principal característica é a memória alterada, podendo ocorrer desorientação, alterações
da linguagem, aprendizado e concentração. O estágio Intermediário ocorre de forma
progressiva, porém lenta. Há um maior comprometimento de memória e sintomas mais
agravados. Além disso, podem ser observadas alterações em marcha, postura e tônus
muscular. Já no estágio avançado o organismo se encontra mais debilitado, ocorrendo
perdas muito significativas como dificuldade na fala e incontinência urinária ou mesmo,
sinais mais graves como convulsões e tremores. O resultado final seria de estado
vegetativo, resultando em morte. (SANTOS et al, 2022)
Ao falar sobre a fisioterapia precoce em pacientes com Alzheimer, Lins (2019)
constata tratar-se de um trabalho importante e sugere que seja realizado duas ou três
vezes por semana, desde o início da doença, afirmando que isso permite retardar o
avançar da doença e oferece autonomia por maior período para pacientes com indícios
de dificuldade em andar ou equilibrar. Afirma-se que não há cura para a doença de
Alzheimer, mas enquanto existirem maneiras de amenizar sua progressão, ampliar e
melhorar a qualidade de vida, deve-se proporcionar essa condição a todo paciente
comprometido pela doença. (SILVA et al, 2021).
Com a expansão da população idosa, a doença de Alzheimer vem
acompanhando esse crescimento (LINS; GOMES, 2019). Considerando que a DA
dificulta as atividades da vida diária, há uma necessidade do profissional se manter
atualizado e encontrar formas de trazer métodos que ajudem na qualidade de vida. Este
estudo tem como principal função expor a importância do profissional de fisioterapia em
relação ao acompanhamento de pacientes que possuem DA, visto que estudos apontam
que fisioterapeutas, quando capacitados e incluídos no tratamento, contribuem para
amenizar os sintomas e assim melhorar a qualidade de vida. Para isso, este artigo
propõe levantar na literatura informações atualizadas para facilitar a busca diária de
fisioterapeutas, quando necessitam de evidências e pesquisas relevantes ao seu
trabalho com pacientes com esta doença.
Essa revisão literária procura coletar e agrupar informações com o fito de mostrar
o papel do fisioterapeuta no atendimento de pacientes com a Doença de Alzheimer.

OBJETIVO

Revisar os estudos de literatura, com o fito de identificar e de agrupar


informações sobre o papel do fisioterapeuta no atendimento de pacientes com
Alzheimer.

REVISÃO DE LITERATURA

Para o estudo proposto, foram coletados artigos nas bases de dados como
PubMed, SciELO, Google acadêmico, Lilacs e PEDro, utilizando os termos de busca:
Doença de Alzheimer, Fisioterapia, Pacientes, Qualidade de vida. Para desenvolver o
estudo, foram selecionados artigos entre 2016 a 2022, visando o papel da fisioterapia
em pacientes com Alzheimer, podendo estar nos idiomas português, inglês ou espanhol.
Inicialmente os estudos foram selecionados a partir de seus títulos, que devem conter
pacientes com Alzheimer, atuação do fisioterapeuta em pacientes portadores dessa
doença, efeitos da fisioterapia nesses pacientes, ou informações que têm relação com a
doença proposta. Na sequência os artigos selecionados passaram pela etapa de
análise, onde seus resumos e objetivos foram estudados, para verificar os que incluíam
fisioterapia em pacientes com DA. Foram excluídos deste estudo artigos cujo acesso foi
barrado por ser um arquivo de domínio pago. Ao final dessa etapa, ficaram apenas
artigos que se encaixavam no tema proposto.
Foram encontrados 15 artigos, sendo excluídos 5 por não se adequarem aos
critérios de inclusão e incluídos 10, conforme descrito na tabela 1.
Tabela 1: Descrição dos artigos selecionados.
Autor e Objetivo do Materiais e métodos. Resposta do artigo.
Data de Título do artigo. artigo.
duplicação
do artigo.
Nascimento FISIOTERAPIA Descrever as Foi realizado por A fisioterapia tem
et al. NA DOENÇA causas do meio de uma suma importância no
(2022). DE Alzheimer, pesquisa de revisão tratamento de
ALZHEIMER enfatizar a bibliográfica composta pacientes com DA.
importância por 13 artigos, Traz inúmeros
da atuação da utilizando dados benefícios, entre eles
fisioterapia presentes nos sites a estabilização
nessa Pubmed, Lilacs, da demência
patologia e SciELO e MEDLINE. reduzindo seu
descrever os progresso, além de
principais melhorar suas
tratamentos capacidades
fisioterapêutic funcionais e
os para a habilidades
doença de cognitivas, assim
Alzheimer. melhorando a
qualidade de vida dos
pacientes.

Marinho. A Trazer Foi realizado através Conclui-se que o


(2020). IMPORTÂNCIA evidências de pesquisas fisioterapeuta é
DA científicas bibliográficas, importante para
FISIOTERAPIA sobre a apostilas, seminários, pacientes com DA, já
NA DOENÇA atuação do simpósios, em todo e que apresentam
DE fisioterapeuta qualquer artigo conhecimento para
ALZHEIMER. e a sua relacionado com o tratar complicações
importância tema em questão. adversas, além de
na doença de condutas de
Alzheimer. tratamento
individualizado para
cada paciente.

Moreira ATUAÇÃO DA Visa estudar Utilizou-se artigos, Embora a Doença de


(2021). FISIOTERAPIA um através de pesquisas Alzheimer não ter
NA FASE tratamento em bases de dados, cura, é inevitável citar
PRECOCE EM eficaz para o relacionados ao tema. o papel do
PACIENTES paciente e fisioterapeuta na
COM A orientação da melhoria na qualidade
DOENÇA DE família, de vida desse
ALZHEIMER: avaliando e paciente.
uma revisão notando as
bibliográfica. dificuldades
em realizar as
atividades
cotidianas,
avaliando
marcha, entre
outros pontos
descrevendo
um
tratamento
coerente, que
atenda e
supra as
necessidades
do paciente
com
Alzheimer.
Garcia. FISIOTERAPIA Verificar a Foi realizada uma É possível concluir
(2021) Y ALZHEIMER existência de busca em bases de que, segundo os
evidências dados, como Pubmed, estudos há melhoria
científicas utilizando várias nas variáveis clínicas
sobre os revisões literárias. dos pacientes.
efeitos da
fisioterapia
em pacientes
com doença
de Alzheimer,
analisando a
metodologia
de
intervenção e
determinando
o grau de
tratamento
mais eficaz.
Santos et al INFLUÊNCIA Descrever a Este artigo foi escrito O fisioterapeuta
(2020) DA ação da com bases em artigos trabalha com a
FISIOTERAPIA fisioterapia e literaturas, foram reabilitação, e trata
EM em pacientes usadas dores musculares,
PACIENTES que possuem palavras-chaves fazendo massagem
COM o Alzheimer, como: Alzheimer, ou indicando exercício
ALZHEIMER apresentar neurotransmissores, físico, quando se trata
como a fisioterapia e de Alzheimer o
fisioterapia tratamentos, com tratamento se eleva,
pode retardar intuito de evidenciar a pois se trata de uma
a progressão importância que a pessoa que perdeu
da doença e fisioterapia tem em sua estabilidade
que o ajudar o paciente. cognitiva.
paciente pode
viver melhor
tendo o
acompanham
ento de um
fisioterapeuta
evitando
danos e
garantindo
um bem estar.

Przybysews ATUAÇÃO DA Descrever a O estudo foi realizado


ki; FISIOTERAPIA atuação da por meio de revisão Observou-se que o
Amarantes. NO fisioterapia no literária, na qual foram tratamento
(2021) TRATAMENTO tratamento e encontrados 250 fisioterapêutico é
E prevenção da artigos, dos quais 7 capaz de trazer
PREVENÇÃO doença de foram selecionados efeitos positivos na
DA DOENÇA Alzheimer, que atende aos redução de danos
DE visando critérios de inclusão. cognitivos, além da
ALZHEIMER melhora na diminuição de quedas
qualidade de dos pacientes,
vida. diminuição das
limitações motoras e
colabora para a
preservação da
capacidade funcional.
Silva et al. A Abordar onde Pesquisa realizada em
(2021) INTERVENÇÃ a fisioterapia bancos de dados de Após o término das
O irá atuar de literatura, que análises, foi possível
FISIOTERAPÊ acordo com evidenciam a verificar que o
UTICA NA as reabilitação fisioterapeuta ajuda
REABILITAÇÃ necessidades fisioterapêutica.O na melhoria
O COGNITIVA de cada estudo foi realizado relacionada à
DA DOENÇA indivíduo, por meio de revisão de capacidade do
DE sempre com o literatura, incluindo paciente de adquirir e
ALZHEIMER objetivo de artigos e livros utilizar as adaptações
postergar a publicados entre 2003 para melhor a
doença, e 2021 e em qualidade do seu dia
manter a português, espanhol e a dia.
funcionalidad inglês.
e motora e
sempre dar
uma
orientação à
família ou
cuidadores. 

Ferreira et EFEITOS DA Verificar os Foi realizada uma


al. (2020) FISIOTERAPIA efeitos do revisão da literatura, Foram realizados
NA tratamento não foi imposto alongamentos,
CAPACIDADE fisioterapêutic nenhum limite ao fortalecimentos,
FUNCIONAL E o na período de publicação exercícios de
QUALIDADE independênci e foram incluídos equilíbrio,
DE VIDA DE a funcional e artigos em inglês e respiratórios , dupla
PACIENTES qualidade de português.Foi tarefa, e aeróbicos de
COM DOENÇA vida em realizada através de intensidade moderada
DE pacientes banco de dados como e longa duração, que
ALZHEIMER: com DA. LILACS, SCIELO e apresentaram efeitos
uma revisão da Pubmed. positivos da
literatura. fisioterapia na
capacidade funcional
desses pacientes.

Soares. CONDUTA O presente Trata-se de uma


(2019) FISIOTERAPÊ estudo tem revisão bibliográfica, Foi concluído que a
UTICA NA como objetivo com 9 artigos fisioterapia é de suma
DOENÇA DE mostrar a incluídos, publicados importância para uma
ALZHEIMER, importância entre 1990 e 2011, melhor qualidade de
HUMANISMO da conduta nos idiomas de vida ao paciente de
E ÉTICA. fisioterapêutic português e inglês. DA, pois há um
a no auxílio da
tratamento de manutenção das
pessoas com capacidades
Alzheimer. funcionais e também
a redução do
aparecimento de
. complicações. Sendo
assim, classifica-se
como indispensável
conduta
fisioterapêutica para
pacientes dessa
doença.

González. EFECTOS DE Determinar os Foi realizada uma


(2018) LA efeitos da revisão da literatura, Após a finalização
FISIOTERAPIA fisioterapia na 14 artigos retirados das pesquisas,
EM LA doença do em bases de dados, observou-se que
ENFERMEDA Alzheimer. nos idiomas inglês e apresentam efeitos
D DE espanhol. positivos com o
ALZHEIMER. tratamento
fisioterapêutico para
esses pacientes.

Com base nos artigos lidos, apenas Ferreira et al (2020) citou um estudo onde
não houve melhora cognitiva significativa observada após a intervenção. Nos demais
artigos há respostas positivas após a intervenção, sendo que 30% dos autores propõem
que a fisioterapia é capaz, inclusive, de reduzir o progresso da demência (SOARES,
2019; PRZYBYSZEWSKI; AMARANTES, 2021 e NASCIMENTO et al, 2022). Foram
citados benefícios como a redução do progresso da demência, melhora da capacidade
funcional e habilidades cognitivas, diminuição de quedas dos pacientes, ajuda nas
adaptações para melhorar a qualidade de vida e melhora o sistema motor para que o
paciente tenha certa autonomia.(GARCIA, 2021; GONZÁLEZ, 2018; LINS; GOMES,
2019; MARINHO, 2020; MOREIRA, 2021)
A revisão apresentada por Nascimento et al(2022) traz que a atividade física é
uma ferramenta importante para manter o cérebro ativo, prevenir e reduzir as
consequências do processo de demência. Ele encontrou artigos que apresentam
resultados notáveis na melhoria do equilíbrio funcional, após o uso de exercícios de
mobilidade e equilíbrio, alongamento e fortalecimento, caminhada, circuitos funcionais,
atividades recreativas, exercícios respiratórios, relaxamento e consciência corporal, em
que a estratégia está diretamente relacionada à redução do risco de quedas. Encontrou
também artigo que mostra que treinamentos aeróbicos, exercícios de coordenação,
equilíbrio e fortalecimento muscular conectados ao estímulo da atenção, cognição e
memória podem diminuir os sintomas neuropsiquiátricos e consolidar a capacidade de
realizar AVD 's. Cita ainda que exercícios físicos que usam a tecnologia para ganho de
força, equilíbrio e marcha, afirmando que essas intervenções mantêm a função
cognitiva, a agilidade, assim como o equilíbrio dos pacientes com Doenças de Alzheimer
e previnem a rápida progressão da doença.
O estudo feito por Marinho (2020) explica que, nas fases iniciais, devem ser
avaliados todos os elementos, como amplitude de movimento, força muscular,
alterações posturais e capacidade respiratória e ainda que itens relacionados à
psicomotricidade devem ser observados com mais cuidado e cautela. Coordenação,
equilíbrio, labilidade, marcha, autopercepção, imagem corporal e funções da vida diária
devem ser valorizados. Na avaliação funcional é sugerido o uso do índice de Barthel,
que mede o nível de suporte exigido por um indivíduo, em 10 itens de AVD, relacionados
à mobilidade e cuidados pessoais. O autor também encontrou, em sua revisão, que é
possível retardar déficits cognitivos utilizando a estimulação transcraniana por corrente
contínua, que é de baixo custo e capaz de induzir mecanismos de neuroplasticidade.
Foi verificado que a estimulação magnética transcraniana, combinada com terapia
cognitiva, foi capaz de reduzir a pontuação média do ADAS-Cog em 3,76 pontos no
grupo tratado após 6 semanas em comparação com o grupo placebo e que os efeitos da
TDCS na função cognitiva geral do paciente persistiram por até 3 meses de
acompanhamento, apoiando o uso da TDCS como ferramenta coadjuvante no
tratamento da DA. Embora os mecanismos subjacentes a esses efeitos nas funções
cognitivas não sejam totalmente compreendidos, os efeitos podem estar relacionados à
plasticidade neural e às ações de diferentes neurotransmissores.
Segundo estudo de Moreira (2021), exercícios de alongamento e mobilidade
corporal visam aumentar o comprimento de tecidos moles a fim de melhorar a
flexibilidade da articulação e a mobilidade, melhorando a rigidez e a dor, já que a
mobilização mantém a amplitude de movimento, o que facilita a realização de atividades
de vida diária e transferências. É importante que sejam evitadas as atrofias por desuso e
fraqueza muscular, os encurtamentos de tecidos moles e as deformidades esqueléticas.
São feitos exercícios terapêuticos direcionados para os padrões do funcionamento
cardiorrespiratório para ajudar na capacidade funcional da fala, na respiração, expansão
torácica e função venosa já que estes vão diminuindo progressivamente.
Garcia(2021) cita tratamentos que incluem: relaxamento para diminuir a angústia
e ansiedade em pacientes em fase inicial; massagem para promover a expansão das
costelas e da caixa torácica, feita de forma lenta e semi profunda; hidroterapia, pois a
imersão em piscina, natação leve ou hidrocinesioterapia, proporcionam uma sensação
de relaxamento, estimulação externa e proprioceptiva, o que poderia prevenir ou diminuir
as dificuldades de estruturação do esquema corporal, equilíbrio e desorientação espacial
que começam a se manifestar nesta primeira fase. Na água o paciente poderia ser mais
ativo, com exercícios com bolas e flutuadores para também melhorar a mobilidade e a
funcionalidade das extremidades. Sugere-se também treinos de mobilidade como forma
de prevenir atrofias e limitações articulares e preservar a independência do paciente,
podendo ser bicicleta ergométrica ou caminhada. Ao trabalhar a caminhada, será
necessário trabalhar do mais simples ao mais complicado, como terrenos irregulares,
rampas, declives, escadas, obstáculos e, se necessário, trabalhar com auxílios técnicos.
Para a reeducação do equilíbrio e marcha, podem ser utilizadas plataformas de
propriocepção (tipo Freedman ou Bohler).
Santos et al(2020) expõe que a utilização de exercícios ativos para amplitude de
movimento (ADM), alongamento, fortalecimento muscular, exercícios aeróbicos, treino
de equilíbrio e atividades para a memória que envolvem desde a contagem das séries,
até jogo da memória e palavras cruzadas, afirmando que tais práticas propiciam bons
resultados, pois o paciente pode ter uma manutenção ou mesmo ganhos cognitivos,
detectados através do Mini Exame do Estado Mental (MEEM).
Przybyszewski; Amarantes(2021) revelam que a fisioterapia é uma importante
ferramenta na melhora da qualidade de vida e na recuperação funcional e motora de
pacientes com DA. O exercício físico tem se mostrado benéfico como tratamento não
farmacológico para DA, resultando em melhora da função cognitiva, melhor equilíbrio,
redução de distúrbios comportamentais e risco de quedas, além de melhora da função
motora, considerando o uso de exercícios de alongamento que aumentam a flexibilidade
e previnem o risco de quedas, atividades relacionadas ao equilíbrio e o treino de
marcha. A fisioterapia e a hidroterapia, associadas ao esquema diafragmático, também
contribuem para a função cardiorrespiratória
Segundo estudos de Silva et al(2021) a fisioterapia como intervenção cognitiva
demonstrou melhorar a eficácia através de estudos, embora os ganhos sejam pequenos.
O objetivo é que o paciente alcance uma melhora em seu quadro clínico, consiga
retardar ou até mesmo interromper o progresso, mesmo que temporariamente, sempre
trabalhando os aspectos cognitivos, sociais e comportamentais. Pode-se utilizar de
recursos com atividades que envolvam recursos lúdicos, circuitos , jogos de memória, a
fim de estimular a cognição do idoso na fase inicial da doença, ajudam na diminuição
das resistências durante o contato, na interação em grupo, no movimento o que
possibilita uma interação maior e um desenvolvimento melhor visando a melhora na
saúde. Os jogos de memória também são muito importantes porque, além de estimular
os sentidos, melhoram a cognição e podem ser trabalhados individualmente ou em
grupo. E também os exercícios físicos, que têm a função de prevenir e reduzir os riscos
de maior deterioração do estado de saúde com problemas secundários. O treinamento
aeróbico ajuda a retardar a progressão dos sintomas da DA para alcançar o bem-estar
funcional do indivíduo.
Já Ferreira et al(2020) incluiu na revisão artigos que avaliaram os efeitos da
fisioterapia na independência funcional e qualidade de vida de pacientes com DA. Dois
estudos evidenciaram melhora na capacidade funcional e um estudo não observou
qualquer efeito. Em relação à qualidade de vida, apenas um estudo a avaliou e não
observou efeitos da fisioterapia. De forma geral, os programas fisioterapêuticos
realizados nos estudos foram alongamentos, fortalecimentos, exercícios de equilíbrio,
caminhadas, exercícios respiratórios, de dupla tarefa (estimulação motora e atenção
concentrada simultaneamente) e aeróbicos de intensidade moderada e longa duração.
Soares(2019) revela que o exercício físico é importante para retardar a
progressão da doença, pois mantém o indivíduo mais ativo e independente. A
reeducação postural pode ser feita através de estímulos proprioceptivos e
exteroceptivos, educando as sensações, consegue-se alcançar uma boa integração do
esquema corporal e de atitude, facilitando as atividades diárias. Os movimentos
ativo-livres são utilizados para manter a elasticidade e contratilidade fisiológica dos
grupos musculares participantes, prover estímulos para integridade óssea e articular,
aumentar a circulação, prevenir formação de trombos, desenvolver coordenação e
habilidades motoras para atividades funcionais. Os movimentos passivos ou assistidos,
por auxiliar a circulação, também são necessários para evitar a trombose venosa, que
pode ser uma complicação pela perda do movimento e do efeito de bomba muscular.
Técnicas de remoção de secreções podem ser usadas para otimizar as capacidades de
ventilação e consequentemente as trocas gasosas. As intervenções propostas auxiliam
na manutenção das capacidades funcionais do doente e reduz o aparecimento de
complicações referentes à imobilização no leito quando em estágio mais avançado.
E por fim, no estudo apresentado por González(2018) a variável marcha foi
estudada em 5 artigos, utilizando o teste Timed-Up and Go, ou a Escala Tinetti e os 6W
ou ainda o tempo necessário para percorrer 8 metros. A variável equilíbrio foi estudada
em 5 artigos, avaliada principalmente por meio da Escala de Equilíbrio de Berg e do
Teste de tempo e teste de partida. A variável de função global foi a mais estudada nos
artigos selecionados, estando presente em 9 deles. A principal ferramenta para a
avaliação da função global é o MMSE, que está presente em quase todos os estudos,
exceto no estudo por dois autores, outros instrumentos para a avaliação desta variável
são a variável ADAS-cog, o Índice Barthel, o CDT e o GDS. Os programas de atividade
física geral e de exercício aeróbico afetam positivamente o equilíbrio dinâmico, o
equilíbrio estático e a marcha. Para a Função global o exercício aeróbico pode funcionar
como um fator de proteção da função cognitiva e programas de exercício de "dupla
tarefa" (exercício aeróbico + procura cognitiva) têm efeitos positivos na função cognitiva
e na funcionalidade em indivíduos com AD.
A seguir elencam-se as propostas de fisioterapia apresentadas pelos diferentes
autores de acordo com o objetivo a ser alcançado
1. Redução do progresso da demência - Evidências recentes sugerem que
intervenções que promovem a plasticidade neural podem induzir ganhos
cognitivos significativos, especialmente em indivíduos com DA. Um exemplo que
podemos citar é através da Estimulação transcraniana por corrente contínua
(ETCC). A ETCC é uma técnica de estimulação cerebral não invasiva e indolor
capaz de modular a excitabilidade cortical por meio de estímulos anódicos
(aumentando a excitabilidade cortical) e catódicos (diminuído a excitabilidade
cortical), utilizando correntes elétricas contínuas e de baixa intensidade.
Evidências recentes sugerem que essas intervenções promovem a plasticidade
neural e podem induzir ganhos cognitivos significativos, especialmente em
indivíduos com DA. Minimizando os prejuízos funcionais ocasionados por ela.
(CAVENAGHI et al,2013).
2. Melhora na capacidade funcional - Estudos mostraram que um programa de
exercícios generalizados podem diminuir a deterioração no desempenho das AVD
's significativamente, aumentando a capacidade funcional global e a habilidade
para desempenhar as AVD' s. (LINS; GOMES, 2019). Os princípios do método
KABAT resultam em uma melhora da funcionalidade e mobilidade no paciente que
apresenta a Doença de Alzheimer podendo adiar a necessidade de um cuidador.
Eles estão incorporados no tratamento do paciente com a DA,. devem ser
realizados exercícios de alongamento e mobilidade corporal, onde o alongamento
visará aumentar o comprimento de tecidos moles a fim de melhorar a flexibilidade
da articulação e a mobilidade, melhorando a rigidez e a dor, já que a mobilização
mantém a amplitude de movimento, o que facilita a realização de atividades de
vida diária e transferências. (CARVALHO et al, 2008)
3. Redução do progresso da demência - Evidências recentes sugerem que
intervenções que promovem a plasticidade neural podem induzir ganhos
cognitivos significativos, especialmente em indivíduos com DA. Um exemplo que
podemos citar é através da Estimulação transcraniana por corrente contínua
(ETCC). A ETCC é uma técnica de estimulação cerebral não invasiva e indolor
capaz de modular a excitabilidade cortical por meio de estímulos anódicos
(aumentando a excitabilidade cortical) e catódicos (diminuído a excitabilidade
cortical), utilizando correntes elétricas contínuas e de baixa intensidade.
Evidências recentes sugerem que essas intervenções promovem a plasticidade
neural e podem induzir ganhos cognitivos significativos, especialmente em
indivíduos com DA. Minimizando os prejuízos funcionais ocasionados por ela.
(CAVENAGHI et al,2013).
4. Melhora do sistema motor - quando estimulado, é possível proporcionar melhor
qualidade de vida ao paciente, quando for feito de forma constante e por tempo
indeterminado, visto que é algo essencial para estes e sempre é necessário
salientar que estes resultados também dependem do estágio da lesão.
(MARINHO, 2020).
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Constatou-se que os profissionais fisioterapeutas podem proporcionar um tratamento


individualizado e humanizado, indo além da doença e cuidando da saúde física e mental
dos pacientes. Foram encontradas propostas de exercícios relacionadas à mobilidade e
equilíbrio, alongamento e fortalecimento, caminhada, circuitos funcionais, atividades
recreativas, exercícios respiratórios, relaxamento e consciência corporal como proposta
para manutenção do equilíbrio, que está diretamente relacionada à redução do risco de
quedas. Propõe-se também que a fisioterapia seja eficaz neste tipo de paciente, quando
feita de forma constante e por tempo indeterminado, salientando que os resultados
também dependem do estágio da lesão. É necessária a realização de mais estudos
clínicos, envolvendo amostras maiores para que se obtenham dados mais concretos dos
benefícios da fisioterapia no paciente com DA.

REFERÊNCIAS

CAVENAGHI, VB, Serafim V, Devido-Santos M, Simis M, Fregni F, Gagliardi RJ.


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Palavras-chave: Doença de Alzheimer, Fisioterapia, Pacientes.

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