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O sofrimento como forma de redenção do gênero humano

A história humana é repleta de sofrimento, basta observarmos as épocas de maiores


morticínios como a escravidão durante os séculos XVI, XVII e XVIII, o imperialismo durante o
século XIX e o Nazifascismo, juntamente dos regimes socialistas no século XX. O sofrimento é
intrínseco ao gênero humano, pois toda a vida possui um enredo, sendo o sofrimento um dos
elementos mais frequentes e importantes desse enredo; mas sofrer por sofrer não faz sentido
e não é natural do homem busca-lo, no entanto é na Cruz de Cristo que este aspecto da
história humana ganha sentido.

Na União Soviética, durante o fim da segunda guerra, no regime totalitário de Stalin, o capitão
Alexander Issaiévich Soljenítsin foi preso por enviar uma carta à um amigo de batalha
criticando o líder de ferro. Em sua obra “Arquipélago Gulag (1918-1956)”, Soljenítsin relata o
seu sofrimento, junto das histórias de outros prisioneiros fornecendo nomes e sobrenomes
além de denunciar as barbáries do regime soviético, mas o mais interessante é que a obra não
é uma denúncia política, mas sim uma história de redenção do próprio autor que era um ateu
de alta patente no exército vermelho e que, em meio ao caos e as desgraças da vida (o mesmo
descobriu que estava com câncer ao ser liberto do campo em 1956), se redimiu reconhecendo
e abraçando a Cruz de Cristo. Soljenítsin já se encontrava no terceiro Gulag e estava farto,
pedindo para que, se Deus existisse, o permitisse morrer, um outro prisioneiro surgiu e disse
que todo o sofrimento pelo qual o autor passava era culpa de si próprio, o que em parte era
verdade, pois ele criticou Stalin em uma carta, logo em seguida esse prisioneiro foi
assassinado. Naquele momento Soljenítsin olhou para os céus e viu que continuava vivo,
descobriu o sentido de todo o seu sofrimento e se converteu ao cristianismo ortodoxo.

Jordan Peterson, psicólogo canadense, em seu mais novo livro “Beyond the order” escreve na
regra número 12 que “devemos ser gratos ao sofrimento que nos é dado", ou seja, devemos
abraçar a cruz e nos redimirmos, encontrar sentido no sofrimento e oferece-lo a Cristo. O
sofrimento sem Deus é como o inferno na terra, mas com Ele se torna um purgatório para os
céus.

Finalizo esse texto com uma fala de Soljenítsin na recepção do prêmio templeton para o
progresso da religião: 'Os homens se esqueceram de Deus; é por isso que tudo isso aconteceu
(Regime soviético)’.

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