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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA


CENTRO DE TECNOLOGIA

MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS

Grupo:Ester Ribeiro da Luz Santos


Felipe Junio de Sousa SIlva
Docente: José Marcílio Filgueiras Cruz
Assunto: Resumo da Unidade I e exercícios

João Pessoa, PB
06 de março de 2023
ESTER RIBEIRO DA LUZ SANTOS
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FELIPE JUNIO DE SOUSA SILVA

MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS


UNIDADE I

O trabalho proposto serve como componente da nota


da primeira unidade do curso de mecânica e
resistência dos materiais, pertencente à graduação de
engenharia química da Universidade Federal da
Paraíba.

PROFESSOR JOSÉ MARCÍLIO FILGUEIRAS CRUZ

JOÃO PESSOA, 2023.

Sumário
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1. Forças no Plano e no Espaço

2. Vetores

3. Produto Interno

4. Produto Vetorial

5. Momento de uma força em relação a um ponto

6. Princípio dos trabalhos Virtuais

7. Equilíbrio de forças no plano e no espaço

8. Tipos de vínculos e suas reações


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1. Forças no Plano e no Espaço

1.1. Forças no plano


A intensidade de uma força é expressa em Newton (N) no Sistema
Internacional de Unidades (SI). A direção de uma força é a reta ao longo da
qual a força atua, sendo caracterizada pelo ângulo que forma com algum
eixo fixo.
Força representa a ação de um corpo sobre o outro e é caracterizada pelo seu
ponto de aplicação, sua intensidade, direção e sentido.

Figura 01: Sentido da força indicado por uma seta (vetor).


Fonte: McGraw-Hill, 2013.

Duas forças P e Q que atuam sobre uma partícula A podem ser substituídas
por uma única força R que tem o mesmo efeito sobre essa partícula. Essa
força é chamada de resultante das forças P e Q e pode ser obtida pela
construção de um paralelogramo.
De acordo com a lei do Paralelogramo, dois vetores iguais (intensidade,
direção e sentido) podem ser representados pela mesma letra, já o vetor oposto
é aquele que tem intensidade, direção e sentido oposto (vetores são expressões
matemáticas que tem intensidade,direção e sentido, que se somam).

Figura 02: Regra do Paralelogramo.


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Fonte: McGraw-Hill, 2013.

Então, considerando vetores duas forças P e Q que atuam sobre um ponto


podem ser substituídas por uma única força R que tenha o mesmo efeito sobre
esse ponto. Essa força é chamada de resultante de P e Q. Portanto, a resultante
de um grupo de forças é a força que, atuando sozinha, produz ação idêntica à
produzida pelo grupo ou sistema de forças. A resultante pode ser determinada
por soluções gráficas ou analíticas.

Soluções gráficas: Quando um ponto material está em equilíbrio sob a ação de


mais de três forças o problema pode ser resolvido graficamente pelo desenho
de um polígono de forças.
Soluções analíticas: Os métodos analíticos utilizam a trigonometria e as
equações de equilíbrio.

Figura 03: Composição de forças.

Fonte: McGraw-Hill, 2013.

Figura 04: Decomposição de forças.


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Fonte: McGraw-Hill, 2013.

Uma partícula está em equilíbrio quando a resultante de todas as forças que


atuam sobre ela é igual a zero.

1.2. Forças no espaço


No espaço tridimensional temos de acrescentar a terceira dimensão através do
eixo cartesiano z cujo vetor unitário é representado por k. A Figura 05 mostra
um sistema de coordenadas cartesianas x y z onde a força F está aplicada na
origem O do sistema.

Figura 05: Representação cartesiana

Fonte: o Autor.

Chamando de θ x , θ y , θ z os ângulos que a força F forma respectivamente com


os eixos x, y e z, os módulos das componentes de F nestes eixos são:
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F x =F .cos θ x
F y =F . cos θ y
F z =F . cos θ z
Os ângulos θ x , θ y , θ z são chamados de ângulos diretores da força F. Os
cosenos destes ângulos são chamados de cossenos diretores de F e são
calculados por:
Fx
cos θ x =
F
Fy
cos θ y =
F
Fz
cos θ z =
F
podemos deduzir que o módulo de F é determinado por
F=√ ❑ (eq.1)
A componente cartesiana da força F na direção x é F=F x i , na direção y é
F y ¿ F y j e na direção z é F z ¿ F z k .
A representação da força F na forma cartesiana é feita somando-se suas
componentes cartesianas, isto é,
F=F x i+ F y j+ F z k (eq.2)
Ou, F=F (cos θ ¿ ¿ x i+cos θ y j+cos θ z k )¿ (eq.3)
colocando u=cos θ x . i+ cos θ y . j+cos θ z . k (eq.4)

Este é o vetor unitário da linha de ação da força F, Substituindo na eq.3 temos,


F=F . u (eq.5)
Isto é, para obtermos o vetor da força F basta multiplicarmos o seu módulo
pelo vetor unitário de sua linha de ação. Pela equação acima o vetor unitário
pode ser determinado por:
F
u= (eq.6)
F

2. Vetores

Ao se considerar dois pontos, A e B, AB é um segmento de reta determinado por estes pontos.


O ponto A é a origem ou ponto inicial, enquanto o ponto B é a extremidade ou ponto final.
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Figura 06: Segmento de reta AB.

Fonte: Duarte Filho, 2011.

Um segmento orientado AB é nulo quando o ponto inicial coincide com o ponto final, ou seja,
A = B. O comprimento de um segmento orientado é a sua medida em relação a certa unidade
de comprimento. O segmento orientado nulo tem comprimento zero. Desse modo, o
comprimento de um segmento orientado qualquer é sempre um número real positivo ou nulo.

Dois segmentos orientados não nulos são equipolentes se têm a mesma direção, o mesmo
comprimento e o mesmo sentido. Pode-se observar a seguir que AB e CD são equipolentes,
AB~CD:

Figura 07: Segmentos equipolentes.

Fonte: Duarte Filho, 2011.

Um vetor pode ser determinado por um segmento orientado AB ao conjunto de todos os


segmentos equipolentes a AB, que é representado da seguinte forma:

Figura 08: Vetor.

Fonte: Duarte Filho, 2011.


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3. Produto Interno

Um produto interno é uma relação que propõe um par ordenado de um vetor a um valor
escalar, ou seja, um novo par ordenado cujo possui uma relação com o par inicial.

Se e são vetores não nulos, o produto interno de por é o número real descrito por a . b e
definido por:

Figura 09: Cálculo do produto interno.

Fonte: Duarte Filho, 2011.

Dessa forma, percebe-se que para calcular o produto interno é fundamental, portanto,
conhecer seus comprimentos e o ângulo que eles formam entre si.

4. Produto Vetorial

O produto vetorial é utilizado para propor uma operação entre dois vetores. Essa
multiplicação entre esses dois vetores gera um novo vetor, e o vetor encontrado é
representado por a x b, entre os vetores a e b.

O vetor adquirido do produto vetorial é, necessariamente, perpendicular aos outros dois


vetores iniciais . Além disso, o sentido pode ser observado pela regra da mão direita aberta e o
polegar formando um ângulo de 90º com o indicador.
Para encontrar o vetor do produto vetorial em coordenadas é necessário saber as coordenadas
dos vetores iniciais. Dados os vetores u = u1i +u2j+u3k e v = v1i +v2j+v3k, ao utilizar as
propriedades do produto vetorial e observar a base canônica {i, j, k}, será obtido:

(eq.7)
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mas também pode-se obter em forma matricial:

(eq.8)

5. Momento de uma força em relação a um ponto

No momento em que uma força é exercida em um corpo, ele reage produzindo uma tendência
de rotação do corpo em volta de um ponto fora da linha de ação da força. Essa tendência de
rotação é conhecida como torque, mas pode ser descrita como momento de força, e esse
momento é diretamente proporcional à força aplicada.

O momento de uma força em relação a um ponto pode ser compreendido como o produto
entre módulo da força exercida pela distância do ponto à linha de ação dessa força. Além
disso, a tendência dessa força possibilita o giro de um corpo rígido. A intensidade do
momento pode ser calculada pela equação a seguir, sabendo que o ângulo é medido entre as
origens de r e F:

MO= F x D x Sen θ (eq.9)

No Sistema Internacional de Unidades, a unidade de medida que caracteriza o momento de


uma força é Newton x metro (N.m).

6. Princípio dos trabalhos Virtuais

Em termos da primeira lei de Newton para uma partícula, as condições de equilíbrio estão
associadas com somatórios de forças e momentos, somatórios esses que são igualados a zero e
embora esses métodos sejam relativamente simples e funcionem bem para problemas
elementares, há uma outra abordagem que, no caso de componentes de máquinas, é
frequentemente superior. Essa abordagem alternativa recorre ao assim chamado Princípio dos
trabalhos virtuais, é o mais antigo dos chamados princípios de energia mecânica.
Os problemas de Estática podem ser classificados em dois tipos, dependendo se a geometria
associada é constante ou não:
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● No primeiro tipo, nota-se que a geometria da configuração de equilíbrio de um corpo,


após a aplicação das forças, é aproximadamente a mesma de antes dessa aplicação.
Várias estruturas civis, tais como pontes, torres e represas, são exemplos desse tipo
● O segundo tipo diz respeito aos casos em que a geometria da configuração de
equilíbrio pode ser significativamente diferente daquela de antes da aplicação das
forças. Máquinas e seus componentes são exemplos particulares desse tipo.

Problemas assim são frequentemente difíceis de se resolver através da primeira lei de Newton,
o princípio dos trabalhos virtuais, aplicável aos dois tipos, é especialmente adequado para
esse segundo tipo.

6.1. Deslocamentos Virtuais


Um conjunto de deslocamentos virtuais (ou simplesmente variações de
deslocamentos) é composto de deslocamentos com as seguintes características:
● São pequenos (isto é, parcelas de segunda ordem, ou superior, de uma
expansão em série de Taylor são desprezíveis).
● São arbitrários, mas compatíveis com os vínculos internos e externos
do sistema mecânico, em um corpo elástico, diz-se que as condições de
contorno geométricas (vínculos externos) são respeitadas e que ela não
apresenta fissura ou outros vazios pois a configuração assumida pelo corpo é
tal que sua continuidade também é respeitada.
● São deslocamentos da posição verdadeira do sistema mecânico (por
exemplo, deslocamentos da posição de equilíbrio estático, ou da trajetória
verdadeira de cada ponto do sistema, num dado instante).
● São diferenciais, satisfazendo, pois, as regras da diferenciação, comuns
ao cálculo infinitesimal e não são deslocamentos verdadeiros, são virtuais.
Dizer que não são deslocamentos verdadeiros equivale a dizer que não ocorrem
efetivamente, sendo assim, imaginários, ou virtuais, o tempo
transcorrido durante sua ocorrência é nulo. Para
lembrar esta característica, são ordinariamente
representados por ∂ , em vez de d.

6.2. Princípio dos trabalhos virtuais – Formulação vetorial


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Uma partícula mi de um sistema constituído de pontos materiais ligados entre si


de forma arbitrária, como ilustrado na figura 10. Indicando as grandezas
vetoriais por letras em negrito, seja Ri a resultante de todas as forças que atuam
em mi. Se a partícula estiver em equilíbrio estático, Ri será nula.

Figura 10: Sistema de partículas.

Fonte: Lopes, 2017.

Uma forma equivalente de se dizer isto é afirmando que o trabalho executado


por esta força (nula) ao longo de um deslocamento virtual é nulo:
δ τ i=Ri ∙ δ r i=0 (eq.10)
O símbolo ∙ significa que produto escalar entre os vetores Ri e r i . De um modo
geral, Ri resulta da soma vetorial de forças externas aplicadas ( F i) e forças de
interação ( f i) entre as partes do sistema. Para N partículas do sistema:
N
δ τ=∑ ( Fi + f i )∙ δ r i=0 (eq.11)
i=1

Como as forças de interação ocorrem aos pares, de forma co-linear, seu


trabalho virtual para o sistema global, é nulo.

7. Equilíbrio de forças no plano e no espaço

De acordo com a Primeira Lei de Newton, quando a resultante das forças que atuam sobre um
corpo é nula, o corpo permanece em seu estado de repouso ou em movimento retilíneo
uniforme. Logo, quando a somatória de todas as forças que atuam sobre ele for igual a zero,
dizemos que o corpo está em equilíbrio.
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7.1. Equilíbrio do ponto material e equilíbrio do corpo extenso


No caso de uma pequena partícula, as dimensões de um corpo podem ser
desprezadas e nesses casos, para que o corpo esteja em equilíbrio, basta que o
somatório das forças que atuam sobre ele seja nulo.
Fala-se em equilíbrio do corpo extenso, quando não for possível desprezar as

dimensões do corpo (barras, pontes levadiças, apoios, alavancas, engrenagens


e outros objetos macroscópicos), para que se defina corretamente esse tipo de
equilíbrio, é necessário levar em conta a distância entre o ponto de aplicação
de uma força até o eixo de rotação desses corpos, logo, a condição de
equilíbrio estático ou dinâmico exige que a somatória dos torques (ou
momentos) seja nula, assim como ocorre com as forças aplicadas.

8. Tipos de vínculos e suas reações

O vínculo pode ser entendido como todo o elemento que liga os elementos de uma estrutura
ou entre a estrutura e o meio qualquer externo, que possui a finalidade de restringir um ou
mais números de movimentos rígidos possíveis de um corpo. Além disso, são também
elementos que impedem os deslocamentos de algum ponto da estrutura.
Nas estruturas planas, podemos classificá-los em 3 tipos:

- Vínculos de 1ª classe:
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Este tipo de vínculo impede o movimento de translação na direção normal ao plano de apoio,
fornecendo-nos desta forma, uma única reação. Isto é, vínculos que impossibilitam
deslocamento somente em uma direção, produzindo reações equivalentes.

- Vínculos de 2ª classe:

Este tipo de vínculo impede apenas dois movimentos, estes no sentido vertical e horizontal,
podendo formar duas reações. Ou seja, são vínculos que restringem a translação de um corpo
em duas direções, no entanto não podem restringir a rotação em torno da conexão.

- Vínculos de 3ª classe:

Este tipo de vínculo restringe a translação em qualquer direção, impedindo também a rotação
através de um contra movimento, que impossibilita a ação do momento necessário. Dessa
forma, entende-se como vínculos que impedem qualquer movimento de corpo livre.
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Exercícios
1) Se a e b são vetores quaisquer, mostre que

Solução:

2) Dados os vetores u = (-2,3,5) e v = (1,2,4). Quais as coordenadas do vetor u x v?

Solução: Utilizando a seguinte relação:

as coordenada do vetor u x v serão: (2, 3, -7)

3) Uma força F = (3000 N)i + (7500 N)j é aplicada a um parafuso. Determine a


intensidade da força e o ângulo θ que ela forma com a horizontal.

Solução:
tgθ = Fy / Fx = 7500 / 3000 = θ = 68º.
F = 7500 / senθ = 7500N / 68º = 8090 N

4) Uma caixa A, de peso igual a 300 N, é suspensa por duas cordas B e C conforme a
figura a seguir. Qual o valor da tração na corda B?
(Dados: sen 30º = 0,5)
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Solução:
Podemos usar a definição de seno, pois o ângulo formado entre as cordas é de 30º, e a fórmula
do seno indica que ele pode ser calculado pela razão entre o cateto oposto e a hipotenusa.
Entendendo que o cateto oposto ao seno é o valor do peso da caixa temos,

Logo, o valor da tração na corda B é 600N.

5) Represente o princípio dos trabalhos virtuais formulação vetorial, aplicado a um


sistema de partículas

Solução:
N
A expressão δ τ=∑ F ∙δ r i=0 é uma representação do princípio dos trabalhos virtuais
i=1

aplicado a um sistema de partículas e diz que se um sistema de forças está em equilíbrio, o


trabalho virtual (isto é, devido a um conjunto de deslocamentos virtuais) das forças aplicadas
é nulo.

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