RT ESF LACERDINA – Carangola - MG Pós - graduada em Saúde Pública. REFERÊNCIAS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE NA ABORDAGEM A SAÚDE DA MULHER.
Política Nacional de atenção integral à Saúde da
Mulher (PNAISM); Rede Cegonha;
Caderno de atenção básica ao pré-natal de baixo
risco nº32; Diretrizes para a organização da Atenção Integral e humanização do RN no SUS, portaria nº 371, 7 de maio de 2014. Protocolos da atenção básica, 2016, saúde da mulher. EIXOS ESTRATÉGICOS DO ATENDIMENTO À SAÚDE DA MULHER PELA PNAISM. Prevenção de câncer do colo do útero e mama; Atenção à saúde das mulheres no planejamento reprodutivo, prevenção e controle de ISTs/Aids na população feminina; Atenção às mulheres no pré-natal, parto, puerpério e promoção do aleitamento materno; Violência doméstica e sexual; A saúde de mulheres adolescentes; Saúde da mulher no climatério/menopausa; Saúde mental e gênero; Doenças crônico-degenerativas; Saúde das mulheres negras; Saúde das mulheres indígenas; Saúde das mulheres lésbicas; Saúde das mulheres residentes e trabalhadoras na área rural; Saúde das mulheres em situação de prisão. Controle social na definição e implementação das políticas de atenção integral à saúde das mulheres. EIXO 1 - PREVENÇÃO DE CÂNCER DO COLO DO ÚTERO E MAMA.
O QUÊ É O CÂNCER DE COLO UTERINO?
Lesão invasiva intrauterina ocasionada principalmente pelo HPV, o papilomavírus humano, podem evoluir em um prazo de 10 a 20 anos. RASTREAMENTO X INVESTIGAÇÃO:
• É a realização de testes ou exames
diagnósticos em populações ou pessoas assintomáticas, com a finalidade de diagnóstico precoce, ou seja, viabiliza a Rastreamento identificação de indivíduos que têm a doença, mas que ainda não apresentam sintomas.
• Realização de testes ou exames
em indivíduos sintomáticos e têm por objetivo estabelecer Investigação diagnóstico. RASTREAMENTO DE CÂNCER DO COLO UTERINO.
Realizado através do exame citopatológico
papanicolau a partir de 25 anos em todas as mulheres que iniciaram atividade sexual, a cada três anos, se os dois primeiros exames anuais forem normais. Os exames devem seguir até os 64 anos. RECOMENDAÇÕES PARA COLETA CITOPATOLÓGICA:
Não ter relações sexuais com penetração vaginal, nem
mesmo com camisinha, 48 horas antes do exame. Não usar duchas ou medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais 48 horas antes do exame. Não deve ser feito quando estiver menstruada.
Além do câncer uterino a coleta
citopatológica possibilita a detecção de infecções vaginais, o exame clínico é fundamental para diagnosticar IST’s. CÂNCER DE MAMA. Tumor maligno que se desenvolve na mama como consequência de alterações genéticas em algum conjunto de células, que passam a se dividir descontroladamente. O câncer de mama é o que mais acomete mulheres em todo o mundo, constituindo a maior causa de morte por câncer nos países em desenvolvimento. SINAIS E SINTOMAS DO CÂNCER DE MAMA: RASTREAMENTO DO CÂNCER DE MAMA:
No Brasil, a estratégia preconizada para o
rastreamento de câncer de mama é a mamografia a cada dois anos para mulheres entre 50 e 69 anos.
¨O autoexame das mamas,
que foi muito estimulado no passado, não provou ser benéfico para a detecção precoce de tumores e por trazer falsa segurança, dúvida e excesso de exames invasivos.¨ FUNÇÕES DO ACS NA PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO UTERINO E MAMA:
Acolhimento com escuta qualificada.
Agendamento dos exames e preenchimento das requisições de rastreamento. Identificação da população feminina na faixa etária prioritária para os rastreamentos ( listas, planilhas, fichário rotativo). Monitoramento dos casos encaminhados para confirmação diagnóstica e tratamento. Identificação das mulheres com resultados positivos à investigação ou ao rastreamento para vigilância do caso, acompanhamento segundo recomendação e convocação quando necessário. Orientações individuais e coletivas para mulheres : Sobre detecção precoce do câncer de mama: possíveis alterações nas mamas, principais sinais e sintomas do câncer de mama, limites e riscos das ações de rastreamento. Sobre o objetivo e importância do rastreamento para câncer de colo uterino e mama. Sobre sexo seguro e prevenção do câncer de colo do útero. Quanto à periodicidade, recomendações do exame e cuidados a serem tomados antes da coleta citopatológica. EIXO 2 -ATENÇÃO À SAÚDE DAS MULHERES NO PLANEJAMENTO REPRODUTIVO, PREVENÇÃO E CONTROLE DE ISTS/AIDS NA POPULAÇÃO FEMININA. PLANEJAMENTO REPRODUTIVO
Chamado também de planejamento familiar,
designa um conjunto de ações de regulação da fecundidade, as quais podem auxiliar as pessoas a prever e controlar a geração e o nascimento de filhos, e englobam adultos, jovens e adolescentes, com vida sexual com e sem parcerias estáveis, bem como aqueles e aquelas que se preparam para iniciar sua vida sexual. As ações do planejamento reprodutivo ou planejamento familiar são definidas e amparadas pela Lei nº 9.263/1996, que também estabelece penalidades e dá outras providências. FUNÇÕES DO ACS NO ACONSELHAMENTO DO PLANEJAMENTO FAMILIAR
Registrar os antecedentes pessoais obstétricos e
patológicos ( relatório de visita domiciliar). Abordar, sempre que pertinente, as questões referentes às parcerias, à identidade de gênero, à orientação sexual e à satisfação sexual pessoal ou do casal. Questionar se há medicações em uso ou algum método. Investigar presença de dispaurenia e de sangramentos vaginais pós-coito ou anormais, principalmente se há intenção de uso do DIU. Questionar sobre o desejo de concepção ou anticoncepção por parte da mulher ou do casal. Ofertar preservativos masculinos e femininos para as usuárias e usuários. Orientar sobre o uso e formas de inserção dos preservativos masculinos e femininos, sua função como método de barreira e a importância da dupla proteção. Atentar em especial para aquelas(es) desproporcionalmente afetadas(os) pelo HIV/aids: profissionais do sexo, homens que fazem sexo com homens, população transgênera e transexual, pessoas que utilizam substâncias psicoativas injetáveis e população em privação de liberdade. Abordagem de jovens e adolescentes sobre sexualidade e métodos contraceptivos. Responsabilização da figura masculina na anticoncepção. Abordagem da usuária ou do casal em possibilidade ou confirmação de gravidez indesejada. EIXO 3 -ATENÇÃO ÀS MULHERES NO PRÉ-NATAL, PARTO, PUERPÉRIO E PROMOÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO
A unidade básica de saúde (UBS) deve ser a porta de
entrada preferencial da gestante no sistema de saúde. É o ponto de atenção estratégico para melhor acolher suas necessidades, inclusive proporcionando um acompanhamento longitudinal e continuado, principalmente durante a gravidez. DIAGNOSTICO DE GESTAÇÃO: O QUE É O PRÉ-NATAL?
São os cuidados prestados à gestante, desde
a concepção até o início do trabalho de parto.
Objetivos: Identificar, tratar ou controlar patologias.
Assegurar boa saúde materna e bom
desenvolvimento fetal. Preparar a mulher para a maternidade, parto e pós parto. Evitar complicações, acidentes e doenças. A consulta de pré-natal é uma avaliação clínico- obstétrica que deve ser periódica e contínua, deve ser realizada por médico e enfermeiro na atenção básica de saúde- ESF; o pré-natal de alto risco é feito na atenção secundária com o obstetra. A gestante deve fazer no mínimo 6 consultas , sendo ideal que ela comece no primeiro trimestre da gestação. CALENDÁRIO DE CONSULTAS
MENSALMENTE • Até a 28ª semana
30 /30dias gestacional
QUINZENALMENTE • Da 28ª a 36ª semana
15/15 dias gestacional.
SEMANALMENTE • De 36ª até a 41ª
7/7 dias semana gestacional. O QUE É FEITO DURANTE AS CONSULTAS?
Em todas as consultas, os profissionais de saúde verificam:
O peso da gestante e sua altura; Estado nutricional; Pressão arterial; Tamanho da barriga; Batimento cardíaco fetal ; Se há edemas, e outros sinais e sintomas clínicos na gestante. São aplicadas as vacinas. São solicitados exames. São realizadas orientações sobre a gestação, parto e puerpério. Suplementação de ferro e ácido fólico. Realizados testes rápidos EXAMES SOLICITADOS: Devem ser solicitados na primeira consulta os seguintes exames complementares: Hemograma; Tipagem sanguínea e fator Rh; Coombs indireto (se for Rh negativo); Glicemia de jejum; Teste rápido de triagem para sífilis e/ou VDRL/RPR; Teste rápido diagnóstico anti-HIV; Anti-HIV; Toxoplasmose IgM e IgG; Sorologia para hepatite B (HbsAg); Exame de urina e urocultura; Ultrassonografia obstétrica (não é obrigatório), com a função de verificar a idade gestacional; Citopatológico de colo de útero (se necessário); Exame da secreção vaginal (se houver indicação clínica); Parasitológico de fezes (se houver indicação clínica); Eletroforese de hemoglobina (se a gestante for negra, tiver antecedentes familiares de anemia falciforme ou apresentar história de anemia crônica). VACINAS FUNÇÕES DO ACS NO ACOMPANHAMENTO E ACONSELHAMENTO DO PRÉ-NATAL, PARTO E PUERPÉRIO.
Recomenda-se que as visitas domiciliares sejam
realizadas da seguinte forma: • Para mulheres com gestação de risco habitual, uma visita mensal até a 36ª semana; • Para gestantes em situação de vulnerabilidade pessoal e risco social, uma visita quinzenal até a 36ª semana; • Para gestantes encaminhadas ao PNAR, uma visita quinzenal até a 36ª semana; • Para mulheres com mais de 36 semanas de gestação, uma visita semanal até o parto; • Para mulheres que o parto ocorreu, realizar uma visita em até o 5º dia após a alta hospitalar e outra visita até 15 dias após o parto. Orientar as gestantes sobre a periodicidade das consultas e realizar a busca ativa das faltosas. Encaminhar toda gestante ao serviço de saúde, buscando promover sua captação precoce para a primeira consulta, e monitorar as consultas subsequentes. Informar o(a) enfermeiro(a) ou o(a) médico(a) de sua equipe, caso a gestante apresente algum dos sinais de alarme: febre, calafrios, corrimento com mau cheiro, perda de sangue, palidez, contrações uterinas frequentes, ausência de movimentos fetais, mamas endurecidas, vermelhas e quentes e dor ao urinar. Acompanhar o processo de aleitamento, orientar a mulher e seu companheiro sobre o planejamento familiar. Incentivar a amamentação exclusiva pelo menos até os 6 meses de vida do bebê. Orientar sobre os cuidados básicos de saúde e nutrição, cuidados de higiene e sanitários. Conferir o cadastramento das gestantes no SisPreNatal, assim como as informações preenchidas no Cartão da Gestante. Acompanhar as gestantes que não estão realizando o pré-natal na unidade básica de saúde local, mantendo a equipe informada sobre o andamento do pré-natal realizado em outro serviço. Estimular as gestantes a participarem de ações coletivas ofertadas pela ESF. Incentivar a realização de pelo menos uma consulta odontológica durante a gestação. Incentivar o parto vaginal. Acompanhar as gestantes encaminhadas ao pré- natal de alto risco, estimulando seu acompanhamento também pela ESF. Encaminhar a puérpera para consulta puerperal. EIXO 4- ATENÇÃO ÀS MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA SEXUAL E/OU DOMÉSTICA/INTRAFAMILIAR.
A violência contra a mulher pode ser
definida como “qualquer ato ou conduta baseada no gênero que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública como na esfera privada”. Considera-se como violência sexual qualquer forma de atividade sexual não consentida. A violência doméstica/intrafamiliar “ocorre entre os parceiros íntimos e entre os membros da família, principalmente no ambiente da casa, mas não unicamente” FUNÇÕES DO ACS NO ACOMPANHAMENTO E ACONSELHAMENTO DAS VITIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA.
Atendimento humanizado: Observar os
princípios do respeito da dignidade da pessoa humana, da não discriminação, do sigilo e da privacidade, propiciando ambiente de confiança e respeito. Atentar para possível situação de violência em mulheres poliqueixosas. Identificar se a situação de violência é recorrente ou não (violência de repetição). Observar possibilidade de violência entre parceiros íntimos. Orientar as mulheres sobre a importância de registrar a ocorrência para sua proteção e da família, respeitando, todavia, sua opinião e desejo. Vale lembrar que o atendimento por parte do profissional de saúde deve ser realizado independentemente da realização de boletim de ocorrência. Preencher a ficha de notificação de violência interpessoal e autoprovocada a partir da suspeita ou da confirmação da situação de violência. Atenção humanizada na situação de interrupção legal da gestação. Estabelecimento de plano de segurança para mulheres com risco de vida. OBRIGADA PELA ATENÇÃO.