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Disto resultow um evento extremamente rico, com olha- res diversos em relagSo a autores também ti diversos como ‘Wallon, Vigotski, Piaget, Rogers e Skinner, além da contribui- so instigante da psicandlise. 1 sucesso dessa discussfo exighy que organidssemas a presente publicaglo de modo que participants de outras Grupos de Trabalho também pucesser ter acesto ala ‘Mas, outra forte razao nos levoua esta publicagio: obras recentes tm trazido importantes reflexes Sobre alguns dos teéricos mencionados, como Piaget, igotski e Wallon, No en tanto, a contribuigio das outras abordagens éatualmente me- pos conbecida, esquecida ow dimminulda; tem sido pouco analisada, mal interpretada eat distorcida,o que nes levou a valorizar a reeuperacio histsrca da introdugio e/ou ullzaro dessa terias no meio educacioral brasileiro, [Nesta perspectva, esta obra pode ser de extrema valia, pata a formagio de professores: professores e estudantes das Ticenciaturase graduacio em Pedagogia tém buscado inspira- co para sua peica pedagégicanessas diversas énfases tesri- ‘1s Flas lm sido metos de formagio de geragdes deeducadores, ‘nem sempre, entretanto através de um estudo em que se recur pram principlos e direrizes, comparativamente, de modo a ‘possbiltar una escolha pertinentee uma adesto extca. Bos- tes aspectos - melhores excolhas e adesSes comprometidas & consciantes -precisam estar presentes nos educadores dos c= ‘dados do século XXL Vera Mari Nig de Swen Pac ‘So Paulo, 2000 CONTRIBUICOES DEH. WALLON PARA ‘A REPLEXAO SOBRE QUESTOES EDUCACIONAIS. _AbigelAtoarenge Mahoney ‘Ao aceitar este convite assur como meu objetivo com> partilhar com os colegas idélas de Wallon que possam contei= Duir para reflexdes sobre questbes educacionaise apresentar algumas experiéncias priticas, eveladoras de que essas dias contiquam a se manteratuais e instigantes,abrindo posstveis ‘aminfos para enfrents-las, 'Na obra de Wallon podemos distinguir laramente dois eixos organizadores que expressam seus principals e, talvez, mais duradouros interesses:psicologia e educacao A Canga Bo Mato. ea RetagtoNatunats Vital Um dos resultados da teet6ra de Wallon pela psicolo- a foi sua tora do desenvolvimento. ssa teria apreendeu, y- { descreve,expicou a react natural necesséri, vial nice wl crianga eo seu meio. B uma relagio evolutiva, que vai mudan- ante do com a dade, conforme a necesidades da eianga, evela- fenconta ao seu leance para sasazes. i | ] i { ' | » TICOLOGEAMEENEAGKO: REVIRDOCONTRIOUIOES ‘As etapas da maturagio biol6gice si fsadas de maneira relativamenteestvel, mas os recursos siovariéveisconforme as conuigges de existéncia, ante as quaisa crangas sabe reagi. 'E sobre essa relagio evolutiva que se exerce a educagio consciente, ntencional, procurando promovéa, orders, sist ralizvla, Assan, a educagio ¢ também uma rela evolutivae st0 0 conhecimentos derivados do estudo objetivo dessa rela rianga e meio -, no presente eno seu devi, que constitaem 0 fandatnento da acio educativa. A educa deve, entao,apoiat~ se nessa relagio natural. Daf o grande interes da teotia de desenvolvimento de Wallon para a educacao, "A relacioesteita que une acranga 20 seu meio tomou-se, uma das idéias centrais da psicologia de Wallon, Impossivel pensar a cranga fora da sociedade. Separarohomem da sociedad oper como frequent indi vido tsociedade, 6 descortiaiar seu ttebro.~ A sociedad 6 para o homem una nesessidede, una realidadeonginica. Ndo (queele este organzada nose organism. ago sf no Sontidoinverso, Eda sociedade que oindividuo recebe suas de- terminagde ela fo para cl us complementonecesirn; ele tende pare a vida social como para seu estado de equilo (Walon 1939/95, p.8) Eclucar exige, entio, canhecimento da erianea conereta, nas suns condigdes de exsténcia, da natureza das relagdes que fla estabelece com o seu meio, da inluénca dos diversos gru- pos aos quais ela tem acess. "A escola € uit desses grupos ¢ sua responsabilidade € muito grande, pois representa, como a famila, um instrumen- to, um recurso indispensivel ao desenvolvimento da crianga, pois influencia toda a sua personalidade, penetrando em todo ‘0 seu cotidiano, Ao entrar na escola a vida da crianga passa a gitar prineipalmente ao redor dela: seus horéros, sew lazer, nitseatentied, We: ‘Acexcola, a0 se organizar, deve ser a expressio concreta essa unidade indissolivel adulto-rianga-sociedade, encon- trando o ponto de equilbio entre o atendimento das necessi- dades do desenvolvimento da crianga e © atendimento das necessidades de desenvolvimento da sociedade, sem perder Ge vista que sua maior solidacledade & coma cranga. Acrianga traz para.a escola a caraceristicas de seu ser biopsicol6gico «| as conseqiiéncias das condigées materia socials da sua exis- tenia impostas pela sociedade em que vive, 'f importante que a escola tome consciéneia do que ela oferece 3s eriangas como mado de existéncia, como modo de sentir, coma modo dese relacionar com aculturaecomas pes- 035: enfim, ela € uma oficina de relacionamentos, de conheci- mentos ede movimentos. Partcipar desse espaco escolar exige das ciangas varios ajustamentos: motores, afetivos, cognitivos. [sua movimentagio, asa toncidade vao estar submetidas or ‘ganizagio da rotina da escola como atvidades distrioucas no tempo, que no € necessariamente 0 tempo da crianga. a tera que se defrontar com conhecimentosque v8o ex tg que aprenda a controlar sua atengio, sua meméia, seu tempo para acompanhar os conteddos € os horéios das varias atividades, Depara-se com um sistema de relagbes diferentes do da familia. Sai de um sistema fechado, no qual cada perso- fnagem ocupa uma posiglo fixa eas intoragbes ja so mais es truturadas, para um sistema mais aberto,com maior variedade de interacbes e de papéis, dependendo do grupo em que esti- ver atuando, Em multas desias relagbes entra uma certa dose de escolha, de acordo com interessese necessidades comuss. Dafa importincia de a escola permite e estimalar a organiza- ‘lode grupos que expressem intresses diferentes e exam ap~ tides diferentes. Assim, por meio do grupo estar faclitanclo ‘a emergéncia das indivicualidades, que expressa omovimento do sincretismo para a diferenciagt0, um dos prineipios que perpassa essa teovia do desenvalviment. 2 COLOGIAA ENUEAGAO, HIVE CONTRIBS ‘Acescola pode ajudar acriangaa resolver as dificuldades, ‘0s conitos que ela encontraem cada estégio de seu desenvol- ‘vimento e preparda para aetapa seguinte ‘Dos tésaos seis anos (estgio do personalism),acrianga cst dividida entre um desejo ntenso de autonomia © 3eu vin- tulo profundo com a familia. Ao participar, na escola, de uma ‘Comunidade com outras eriangas descontrai um pouco 0 vin- ‘Calo com a familia e encontea um espago em que pode ser mais fell fazer alguns ensaios de autonomia: fazer escolhas (de i- ‘ros, de amigos, de jogos, et..),discordar do colega eda pro- Tessora, nfo fazendo oque he ol pedid,enfim, usar apalavra "nao" sem ser punido ou discriminado por isso. Entender es- sas atividades como promotoras do seu desenvolvimento fci- it encontrar formas de lidar com elas dentro dos limites da situagio escolar. Na fase seuinte esti categoria) o confit & entre s0- Uistaze acuriosidade de conhecer,explorar © mundo (emuitas| perguntas, muitos objetos a serem manuseados, desmembra- foe, econstruidos, muitos ivr a sere idose disctidos) © sentir que o vinculo com as pessoas signifcaivas(incuindo a professors) continua intact. 'Na puberdade e na adolesctcia, confita maior € como santero vinculoafetivo com as pessoas sigrificativasenquan- to explora o mundo teal e vivenciaaitudes, comportamentes, seniimentos ambiguos; 0 adolescente procura descobrir sua verdadeira identidade” eexibir no que & diferente dos que © rodelam; busca 0 nove, real ou imagingrio, stisfazendo seu desejo de aventura com o apoio de seus pares quer entender sua sexualidade, suas inguletagbes, suas aspiragbes. Enfim, € ‘xtra batalha. Interpretar esses comportamentos como indicadores de busca de uma identidade prépra, iferencada e de abertura ddecarinhos para a vida adulta ajuda a colocar limites razod- tyes por meio de didlogos francos,abertos, em que 0 adoles- conte e sente ouvidg,respeitado e querido, ao mesmo tempo que ouve erespeita. E preciso lembrar que €0 enfrentamento ¢ ‘a resolugio dessas ambiguldades que o levardo fase seguinte, om mais trangiilidade, O apoio afetivo garantido e expresso ‘eacordo com suas caracteratcas¢mecessidades tomar mais fécl essa passagem. ‘Dinnte dos confit tipicos de cada estigio a ser superado pela cianga preciso que o professor, aescola encontrem limites, Dtitudes,comportamentos que nio aciem esses conte, mas ‘ejam pontos de apo ereferéoca para enfrenti-lo. ‘0 professor eoaluno constituem um par unitaro, indie sivel quando analisamos 0 que ocorre em sala de aula. A aprendizagem € 0 resultado desse encontv. "A perguita ase fltaé quais comportamentos orerrem esse encontro, em quaissituag®es, para termos esse results do? A andlise, a avaliagao do comportamento do aluno precisa evar em conta as situagées em que acorre. Qualquer anise “que separe esta unidade professor-aluno-situagio perde osen- ido e passa afalar-de abstragdes que nada tém a ver com aex- periéncia conereta do dia-a-dia. ‘A interagio desse par levaa transformacdes na diregio da aprendizagem ra medida em que considera situagGes que s3- tisfacam a0 mesmo tempo necessidaces motoras,aetivas, cog- ritivas dos dois polos do par. ‘Uma das refernclas para orientaro professor na compre- censio das necessidades do aluno sto as teoras de deserve mento, porémt sem esquecer suas proprias observagdes no ontatodidrio com o aluno, valendo-se de procedimentos er ‘cursos oferecidos pela didatica. “Acompantiando uta das tendéndas do desenvolvimento apontada por Wallon, do socal para individuacio (do sincre- tismo com o outa para a sa diferenciagio) as atividades e>- colares lever ser pensadas para stisfazer tanto necessidade social em grupos (que combinam seus esforgos na diregbo do “ FFACOLOGA REDUCACKO:RIVENDO CR TROUGOES _mesino objetivo) como a necessidade de diferenciagso, dando espago para que as diferencas aparesam e se expressem, mar- cando eaprofundando a identidade de cada um. No planejamento das atividades, é preciso também con- siderar que essa icdentidade nia do alano resulta da configu- rasdo que se estabelece a cada instante entre seus conjuntos ‘motores afetivos, cognitves. Isso significa entender que todae ‘qualquer atvidade escolar envolve os ts conjuntas e qual- {quer planejamento precisa responder & pergunta: 0 que esta aividae significa do ponto de vista cognitive, mator eafetivo para aluno? Fm outraspalavras, no que esta aividade conte- bi para o desenvolvimento desta pessoa, dessa personalida- cde? E preciso entao lembrar que 0 papel da escola no se restringe apenas instrugto, mas ao desenvolvimento de toda ‘a personalidade. ‘Todas essas consieragSes em relagdo a0 aluino precisam sex pensalas ao mesmo tempo em relacdo ao professor: os dois esto em constante transformagao na direcfo de sua indivi sluagso e nesse movimento é preciso que o professor plancje sua aslo, lembrando que todas as atvidades propasta para o lung tambérn tm uma ressondneia no seu conjunto motor, Aafetivo, cagntivo essa ressoniacia deve ocoreer na diec30 dd satisfagio de suas necessidades. Afina, é na interaglo do ‘par que os dois se tansformam, A trajetria de Wallon pela educagio culminou no Projeto Langevin- Wallon (1947), que pretendia uma reforma completa do sistema francts aps a Segunda Guerra. Propunha uma es- cola dca para todas. Baseado em um principio dejustga social, toda crianga tem direito cultura do ses tempo, sem discrimi nagdo de qualquer tipo: nica, religioss, socal, O sistema deve loferocer a todas as criangas condigoes para o seu desenvolvi- ‘mento intelectual esttico, moral, deacordo com suasaptidbes a6 estas podem see seus Kimites. Isto significa que toda apti- dao poder ser orientada, cultivada segundo sua natureza, le~ ‘vando em consideracio a fungSesem que poderd sor exerci ‘mais tarde na sociedad A organizacio proposta pelo Projto & de dois graus, cada ‘um dividido em tr ciclo: Ye gry aT anos —ensno comum aS anos opgsee 18.18 anos determinagso Dr yau —preuivertido Reet opecilinacto (Cestuda € obrigatdrio de 6a 18 anos e gratuito nos dois graus, Prope um pré-salsrio no 3° delo do 1° grau (15 a 18 ‘an03) e um slr no 2 gra. ‘A sucessio de grause ciclos acompanha os estigios do desenvolvimento. ‘Ans 3anes, escola maternal ‘Da6a 11 anos ~ programa snico,oferecendo um certo ni reco de instrumentosintelectuais necessérios para todos. A. ‘evolugio intelectual de todos ¢ semellant, se considerarmos ‘0s recurses cognitives de que dispiem eas tarefas a serem en frentadas para a construcio de categorias na organizacio do ‘onhecimento dsponivel na sua cultura. Esses recursos eessas tarefas cognitivas respondem a sa necessidade de absorver| ‘conhecimento, explorando o mundo. ‘Uma ida que perpassa todo 0 Projto 6a de cultura: 0 rndo soca, téenio, cultural eiado pelo homem por meio ‘desuas maltiplas atividadese transmit de geracio em gera- ‘slo. A infincia é 0 periodo especifica para essa apropriagio ea ‘educagio €o ecurs0 para el. ‘Tran-Thang (1969) analisando o Projeto Langevin-Wallon descreve bern o sentido de apropriacto de cultura. “ FSICOLOGA AEDUCAKO:REVENDO NTRS ‘Aapropriago cultura pela cranga nto exencnlmente aado- ‘oe un ideal lta nem mesmo de um ideal human Ela ‘onsite na su capaci cresente de compreender, de fazer Sua cultura de sun épocs,compreensioe apliasso que lhe petmilem fnalment se interac nel, se rencontar nel, de trazeacla su parte desesltuare sus ua aividade especie: Tada que ela ter esolhido do conjunto das tividades hums: has crindores de toda a culira tanto 20 pasado como no tro (158 ‘A orientasio profissional precoce, sem essa compreensio cultural alienaré a eianga de ua humanidade e causaré.oem- pobrecimento da pepe eatuea. 'No2? cielo (11a 15 anos), além do ensino comum,acrian- ‘56 exposta a opcbes entre diferentes atvidades, que podem Tevelar suas aptidaes. Essas opgbes se organizam ao redor de ‘onhecimentos iterros letras clssicas, letras modernas),co- nhecimentos cientiicos (ciencias de observagio, de constr ‘o), conhecimentostéenios, conhecimentos estticos. ‘As opis podem ser iniiadas com exerciios, jogos, ocu- pages: a erianga fica livre para esclher, sob o acompanha mento de orientadores e professoes. Como a primeira escolha ro €necessariamente definitiva,estimula-se acrianga a part- ‘Gpar das tividades das outras opes paca evlar uma especai- zag precoce, ‘A variedade de atividades de que a eranga participa val aunili-ia nas vias dicegbes do seu desenvolvimento intelec- tal: avis mais altos de abstragio, diferentes formas deracio- cisio,enfim,diferenciacSo cogritiva. 1 objetivo & saber quais as criangas com interesses tdti- cos que poderto ir para a universidade; outras,com inicativas ‘concretas para um ensino profssonal superior; outras ainda ‘com compreensio material das cosas para trabalhos manuals ‘A crlansa, assim, se individualiza ese ve como uma uni dade que pode se juntar a grupos diferentes, que pode se cas~ sificar de formas diferentes em cada um deles e que pode Altera os grupos com sua presenca. Através das atividades & de objetivos variados, a erianga diferencia progressivamente suas capacidades, trna-se polivalente; oma consciéncia mals ‘lara de sie percabe o sentido de grupo. 'No 2 ciclo (15a 18 anos), ainteligencia s6 se deservolve cexpecializando-se. O ensino comum terminou ¢ 0 aluno, de acordo com os interessese aptiddes demonstrados, €encami- ‘nhado para uma das secbes: Sash tice Irumanidades clésions humanidades modemas Sndas puras| Septoprofisional excl profsionala ‘comic indstrin. aged, atisica Secfo pein ——_trabalhos manuais ‘Woauowe Atcinas Bxrautsictas PrAmicastn EDvcacho Entrevistel quatro pessoas que cu sabia deantemio trem. alguma ligagao com a teria de Wallon, Naturalmente a pei- ‘meira pessoa que me ocorreu fia doutora Heloysa Dantas 0 ahecida por virias publicagies (livros, artigos), cursos & conferéncias pelo Brasil afora sobre Wallon. Ela é "genetica~ ‘mente walloniana";estudiosa de Wallon, continua atadiao ‘dese pal, doutoe Pedro Dantas, que teve contatos com asidas | de Wallon enquanio trakalhava em Paris etrouxe esse cabedal ppara sua diniea médica em Sto Paulo. Divulgou em livro (1983) seus conhecimentos da teora e da pessoa de Wallon, ‘com o qual manteve coniatos pessoas e por correspondéncia. " [RICOLOGIA EUCAGHO: REVENDO CONTOURS ‘A professora Heloysa,em seu relate, destacou duasexpe- riénciasrecentes que tiveram coma eixo referencia prnctpios wwallonianos para a educagio. A primeira deu origem ao Proje- to Letras e Liveos iniclado em 1988, jt incorporado por das escolas munieipais de So Paulo, ‘A questio que desencadeow o projeto foi a multirrepetén- cia de eriangas nto-alfabotizadas na 1 série ‘A profescora Heloysa fer as experiéncias como asessora {do Niicleo da Faculdade de Educacdo da USP ena primeita ‘ontou com a colaboragao da coordenadora desse Nécleo: Elisabeth Camargo Prado, A experi@acia etd relatada em ca piltula do livro “Alfabetizacio hoje” (1994), Logo de inicio a afirmacio: [A psisagem da dna de oferoe sos lhares do observador ‘uma geande mdanga, em relagfo aos anos 70 nesta mati A Criange caente, necesiada de “educagio compensate”, ede gar ao professor mal-frmado, no Banco doe uz Ser ‘vid ito mm avangor no mnie taza esponsabidade ‘ara ocampo daagso do auto (94) ‘Com isso as autoras quiseram apontar que o discurso, ‘que acaba sendo interiorizado pela socedade, carrega uma andlise pereonaista da origem do fracasso escolar endo leva & Solugio alguma. Absurdo colocat a responsabilidade desse fracasso nos ombros do professor indvidualmente ‘Wallon chama a atengao paraasanalises que fagmentam 0s conjunte,transformando-se em andlisessuperfiais. ‘A questao da alfabetizagao 6 multidimensional esuaand- lise requer aproximar todos 08 fatores em suas maltiplas rela 1 AsinformasSc aul dvalgnds faze pre nt a ctrevita fo jn do 1999 come du tn do cps “Alisetangts recent ‘Sone on do pfeoe™ es, para comes aitmina caminhos. Enquanto isso nose 4,6 possivelacrescenta com sucess algumas atvidades de apoio gio do profesor em sala de aula. Bo que nos mostaa experncta do Projto Leta Liv. (0 Projto comegou com eriangas de 10, 11 ¢ 12 anos smultimepetents a * tre, ‘os poucs foi adquiindo um eater preventvo. Em 1991, a8 erlangas que ndo reoneciam letras eram enca ‘ads para 0 Prjeto, a parle de wna entrevista com acoor- dlenadora, no ato da matecul Resbiam entia tipia angio 8 da salade aula do zeforgo da profeeeor com grupos meno reseado Panjet,em que a atuagio er indivivaizada (© Projeto apenas acrescentou pequenos espagos de int midade ao redor da letura na biblioteca Iicalmente mia hora durante operodo de ass: depois, a pedido des profes sores fora desse oréro ‘As atividades eram simples leo livro para a eiangarler 6 tivro com a ean, apenas completando a Iacunas, como mediador, O leo era sempre a cing, que tambem escola o livros ao completa a letra de uma histra, converse sobre dla diseutela. No para avaiar a compreenszo do texto pela ‘qual arian éjulgado, mas “colocla na situagio dele que svaia juga os personagens eo autor” (Dantas, 199, p 10D. Esse 60 carter diced letra, ‘Abiblioteca foi consieradao hug ideal para ese raba- Ino: quando as eiangas se cistraem époraue “descobrieam ou tro livro mais interessante e a ‘ispersto”& com frequéncia ‘mais produtiva do que a propasta” idem, p. 15) Foi um proceimento pouco onzoso:bastaram dus e+ togieias eo expago da bibioec, Esse espaposde inimidade, como os cama professora ¥Heloysa,deram oportunidade a eringoetstagem de novos cursos para alabetizagio: jogos desenhos et » icoLOca REDUCAGKO: REVINDO CONTIGS (© Peojeto se propds nso s6 desenvolvera competénca da reitura, como tarabém o prazer de les. 'No treino da equipe, fo mais dif aprender aesar uma atmnosfera que permitisse 8 criansa "borbotetear” de um liveo para outro em fungio do seu gosto e da sua fantasia do que aprender a trabalhar com a competénca ‘Abandonat a istria “cata” embusea de outra mals atraen- te dalgo inguictante paraa maloria dos adultos preciso ter ldo com itensidade efreqdénca 0 encantamento das ise orlas tem narradas pace sr capas dito. Talvez eta sa 8 ‘gualfcago mais nessa do protssional para ete abalho. (gern, p 98) Como resultado do Projet reprovest fo ard {x professora Heloysa patcpou do Projet até 1996. Agora ett preducindo un Ura sore ficina de gos aabe- redo interaivos que ua ofa de produiodemateat to com as clangasTodo fia de ana os laos prepara ut {fra com texts fits por ees mesmos ea sugesto € que {Nesieamosimprimam. Com quasistas Wallon colaborou? “Cijaton acetun no destmvavimento da elanga a er= dens da sntalzag para individagio, do sinrelismo com Gute pars adistngto em rasta le oI ‘Os eapago de intinidade avorecem ese dstiminao, pon er que se consi € singular ea elago com asinguar- fade deve er respetada. ‘Noes facta desenvolvimento da cana ofercen- do expayes de ierencagiodenro efor do grape. Cultivar a Connivonca com o grupo, sem perder referenda do indivi= dual eindspersvel. ‘pscacols parece oni esreesie ois plo, comose cies fostem incompatives nist, ainda arraigado no discurso da dea da educiseo, aassociagao entre pedaggico pblic, isto fzer um traba- Tho individual soa mais a terapeutico que a pedagogic. Existe também a associagto entre social ecoletiv, como seointeria- dividual nia fosse soca 2,Outraditingto feta na tora de Wallon eque se meso ‘aside prodativa fia dstingio entre emg eaetvidae Para Wallon, afetividade éum conceto amplo, que incu ‘um componente ofginco corporal, motor, plistico (emogio), um ‘Componente cogritivo, representaconal (fetimentos,e um com= ponents expresivo (comunicagio). [Na sua entrevista, a professora Heloysa explcs ‘As eriangas era series indoiduabmente, ne Blots, com fine delberade interoengi na temperature afetia-emecinal fou, methor,elvagio de tenperatare afin e diminugto da fenioconalComaasituto€didual e Wallon ofeece mus tes sobre eos professores sl nstigadasa observe posta, respi, ro no olkar, Cano Walon diz olhara corpo. No Camegn elas era th anaes ue espireem males cen noun depress, © cansago na aver com x enopto. A melita ue percbiom stungdo no amengedar, im relazand, ¢ 0 feo protutve aumento Ocansap,agent aprenden etree Tigao emopio ea sninentos de medo ede rive. Eno, em sums inten deliereda camper sone atmosfesafetia. Walon ntraonprincpaimente cam esta cantibuet. Do pant de visa nocioedusiro neo da cries ee rlado aor. Coo? Pet redo de ameapa, Nevkums maps, nenbusxolize, nem pergunar eenlondeuo gue ev ow 0 que eseevew Nunca on ull Iso dca una diate que aparecieapiemente tu condie da crag, Teclares dite entre modo esftioe lade €Gt,porquedaneducedor mais um elements paraconhe- cero lind ealequar sus ativtedes.A eefdo,ao Se expreser pelo corpordéo bom observador diese come ealuno est se poriconande ont ar oSrias exig2ncis da escola essstdo, com peo, com uve com trangia, prezer qr 2 ACOLOGIAMEUCAGKO. RENENDO COTES 3, Wallon insste que o afetivo o cogaitiva néo se sepa- ram 340 constittives um do outro, formam um par nitéio. ‘Admit que a afetividade e a intligéncia se constituem rmutuamente, se alternando ma predomiedinciando s6 entre 08 tstigios, mas entre atividades diferentes voltadas ou mais para st mesma ou mais para o exterior satisfaz necessidades vitals para o desenvolvimento da cranga. "A professora Heloysa dé vérios exemplos. -Aprovellando essa ida de ltersicin de direger(betva ou ssjtiva as idades,pode-e propor ous do dese ‘sho para expresso de vivénias erentimertos ou para a obser ‘vagio minucioss de-um objeto; a danga pode dar énfase & ‘execusio de movimentos ow 3 “expeessto corporal" a escrta pode mobilizar compreensto, organiza de urs elo ou ma Fifecingé de ext dos nfimos a leltra pode enfatizar conhec- Inentos ou provocatebulgbe da sbjetvidade pala identiengse ‘aun personagens ou stuags. dem. 109) sss dus cliregbes= para ste para o exterior “macam na teora um process detemminado pela predomindncia de uma ou outa, 0 que sigifiea que as dua esto sempre presents. "A teria do deserwolvimento dave emasar o saber peda s6gico de modo que est sea capas de discernic qual a melhor Cliresio non diferentes momentes da crang. “L Outro aspect extaido da tora @ a telacAo eranga- achulto.A eianga, ra sua imperii, necesita do adulto para Superar suas difculdades. A ago do adult €indispensivel esse proceso. 30 Projo evou também em conta as necessicaes tiie copostuais: adres adequadas ao tamanho das cians =~ tga das posigbes(snlados, em péoutra cad) ellberdade para andar na sala de aula ov no pio quando necssiro, ‘Wallon cham atengio para os prjuios de ranges permane- cerem sentadas por longo tempo. ‘6.Culdar da erianga dessa perspectiva integrada do mo- tor, afeivo, cogntivo, social leva a uma compreensio dela ‘como uma pessoa completa econcreta ‘A segunda experitacia, também da professora Heloysa, ests sendo realizada no Colégio de AplicagSo da USP, com adolescentes. ‘A.questio que desencadeou o projeto foram problemas liscipinares com das lasses de adolescents que os proes- sores “no aglentam mais”. Atividades do projet: 1. Observacia pela professora das duas classes duranteas aulas: * nua exaustiva para os dois lados: profesores e alunos io se ouve; + clima deinguictagao; nto de hostilidade; + ptofessores respeitovos, compatentes; + alunos respeitosos, mais inquetos, em ebulilo 2. Reweiao do grupo com jogos de autoconhecimento, uma ‘ver qué os lanes esto em um momentode decsies-identidade sexual, quem sou eu, quem quero ser. Ni funcionou. 3. Fei dfel a comunicagZo. Ent, foram criados espagos ‘de intimidade ra biblioteca: + vem quem quer; + oportunidade para conversar [A professora Feloysa js tem experiencia com adolescen- {es e organizou um rteiro basante completo, indicando os te ‘mas preferldos sobre os quais os ovens gostam de conversa: falae de si (com releréncia a0 presente, passado, futuro). + Quem sou eu? + Coma sou visto pelos outros? + Quem sere daqui a dex anos? + Quem ex sera, 9 pudesse ser outra pessoa? + Alegrias mais intensas que vivl no passado. “ sic oct MEDUCAGAO:REVENDO CONTRIBS ‘Com essas questbes joga 0 adolescente nas tts dimen ses do tempo atende a uma das suas caracteriticss, que € tomada de consciéncia da continuidade, dire, transitorieda- ‘dee mudanga constante do fuxo temporal alar ds ideais +o professor ideal; + aescola ideal + mundo ideal; + onamorado ideal; 1 Ge posite no 6 a exposigio de valores comoa refle- sao sabrecles. Ficou evidenciada nesses encontros a necessidade senti- dapelos adolescents de relagdes entre pessoas eno entre pa- piso que aponia novamente para o"expaso de ntimidade” como fim recurso aproprindo para uma troca no ameagadora, em queO ndolescente contra um espago de enconto ene pesoas ‘© projelo ainda est em desenvolvimento, a teora na prticarevelou alguns dos seus limites: sexualidade,inconscien- te sio temas, na avaliagdo da professora Heloysa,indispenst ‘eis na compreensio da dindmica das relagSes interpessoais © as expresses dos adolescentes no sto discutidos por Wallon, Nesse caso houve necessidade de recorrer a outros a+ tores; Bkson, Vigotsk e Lacan. ‘A segunda entrevista foi da professora Mara Isabel Galvio. Nel, anaizow a contibuigio de Wallon, principalmenteda per pectiva de adminisradora, uma vez que sua atividade principal fo momento 6 diregio da Escola de Aplicasto da USP. "Tamloém tem varias publicapbese, orientada pela profes- sora Heloysa, fez sua dissertagao e sua tse de doutoramento ‘om oreferencal walloniano, enftizando, na primeira a im- portindia do movimento na pré-escola¢ sua relagfo com pro- ‘lemas disciplinates. Na segunda, estudow emogbeseconfitos mas interagoes de crangas de uma dasse de edueagtoinfartil conecimento das das de Wallon contrbuiu,amplian- do sua compreensio de problemas de indisciplina, ass0u a fanalisilos na sua relagGo com a nio-satistacao de necessida- des caracteriticas do momento de desenvolvimento da crian- (2: E isso valew lanto na sua experigncia de profestora de pré-escoa como na sva experidnca com adolescents. Tem se preocupsdo,entso, em oferecer espagos que propiciem reco- Iheceressas necesidadese as possivels formas de slugso, no ‘ialogo mais pero com os alunos, qu acabam send também ‘nutores nese proceso, Fo ela que toma ainicatva como direto- ‘ada Escola de Aplicacio, de coavidar a professoraHeoysa para ‘organizat os “espagos de intimidade” para os adolescents. “Apontou também outros pontos em que sente que idéias ‘de Wallon tém ido influéncia no sew desempenho: + ver oaluno como um todo, que inclu o motor (postwras {que indicam onivel de tensio ou de relaxamento),0afetivo eo cognitivo, ampli a sua compreensto do jogo diseiptina-indis- - locar'se em seu lugar. Isso fol enfatizado por Rogers, mas Wallon amplia a possbilidade de compreensio porque esi «nas diferentes fee de desenvolvimento, ‘respetaeo aluno significa darthe condighes de apro~ iter integralmente seu tempo na escola; o fundamental nlo ¢ ‘duragio da jomada escolar, maso modo como trabalko pe agégico€artculado eexecutado; + todas as cie liar social eétnica,t mo que sua person ‘peopriae aptides. ‘dovem ser contem tum atendido na suz + acultura ge sional os afasta, ‘A professora 3 mito bem aceitap 1. porque a desenvalvimento nas diferentes fase tos diversifcadas a importst soas leva 0 professor 3 fica atento para os diferentes papels {queestao sendo vivenciados nos diferentes grupos, bem como ‘a oportunizar a formacio de outros grupos além dos esponti- ‘eos, Os grupos devem desenvalvera cooperario, mas, princl- palmente, a soldariedade. Por outro lado, a teoria também cchama a alengio para anecessidade de garantir crianga mo- rmentos de itimidade + a andlise feta por Wallon sobre o contaglo da emoszo chama a atenglo para a importancia da pessoa do formador ~ sua seguranga, seus medos, seus receios, suas alegvias, seu amor pelo conhecimento so contagiantes; + a.anslse mi que Wallon faz sobre o pensamen- todiseursivo,na fase pré-categorial, época da entrada do alu ‘a esol efase em que, via de regra, se instalam a “problemas de aprendizagem”, Mostando como se process 0 desenvolvimento ‘ho perioda pr-categorial~e que fabulagtes,contradigbesincoe- nas na fala ena escrita sto a ldgea dese periodo ~ ajuda 0 professor ter melhor reaconamentoe comunicagio com seu luna, evtando os ais “problemas de aprendizagent ue valoriza o trabalho do professor, oferecendo tra deseavolver sua dente profisional. Dis- ‘muito etimolante, porque reforcaaautorestima ao mostra como um elemento necessirio,in- para o desenvolvimento do aluro 1 eolocou conhecimentas & nossa disposi atra- {eros livros e artigos. Cabe a nds elaboré-los, ten- feréacia o nosso dia-o-da de educadore,tomi-ios fos possiveis caminhos para solugbes, avaliar seus fazer umn balango cio desuas possibilidadese l= sntro de nossa realidade, RerextnciasBrsuiocsAncas ‘Dantas, H.5.P. (1994) Allabetizagio:esposta da escolaou do professor? Ine Masia Amélia Azevedo e Marla Lucia Mar: ‘gues (orgs). Alabetizago hoje. Sio Paulo, Cortez Dantas, PS, (1980) Para concer Wallon: uma psicologia diniti- ‘ct, Sto Paulo, Brasliens, Plano Langevin-Wellon (1947) In: Merani, AL. Psicologie ¥ ‘pedagogia (Las idens pedagégicas de Henri Wallon). Mé- ico, D.F, Editorial Grijab, 1969 ‘Tron-Thong (1969). La penste pédagogique d'Henri Wallon. Paris, PUF ‘Wallon, H. (1949/1989). Les origines ds earacte chez Fenfant les preludes du sentiment de pereannalité. Pais, PUP. Abigl Atvaengs Mahoney Ponta Uniersidade Cte deo Paulo Ran Monto Alegre, 84-014001 = Sse Paulo~S? pedpostipscspbr I

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