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9, AESCOLA DE FRANKFURT BARBARA FREITAG ROUANET INTRODUGAO gm meu livro A Teoria Critica ontem je (FREITAG, 2004), recorri 20 ange Dhl Slater, a Origem eo Signfieado da Escola dt Frankfurt (1978), para esclarecer 0 alcance do terme scola de Frankfurt’. Segundo 0 co- fega americano essa “escoli” estar referindo simltaneamente a Um grupo de intelectual € a uma tore social, em outra palavras, a “Yeoria + ani por Max Horkeimes pasos 9 siderados trite Esse conceit, ce Fak. Pare sine ea ea nar wa no nem rg see rot FE con EE edrich Pollock, Karl sc i Nt Turgen Haber gust Wiwonel HES gram oes da ‘eranba € 10 oo rat foram decisivos para consoliar Pee fora cn, exes € 42a en rela ua Revs rnd ne begat ee ricaseempicas sm conoregY PE Son and ua revista chamade sao primeito niimero foi langado em 1932. Horkheimer foi editor dessa Re mantendo sua periodicidade em Frankfurt, Genebra, Paris en 1956, dando vor. vera todos os cenisas eintlectuns da oe, hme otk des, que contribuiram para um nticleo de conhecimentos subsunige ida. o titulo de “Teoria critica’. Durante 0 naib Unidos, filiaram-se a essa teoria muit 4 tados manha Nazista e das perseguigd Hitler. Nos Estados Unidos 0 O termo “Escola” abrange um conjunto d dee os fatos sociais no: context ‘$es filoséficas e sociold le tedricos que 0 de sua cultura, de gicas. Pressupoe que s Pensam a socieds. Seu tempo, de suas tradi. us integrantes desenvolvam que © grupo de intelectuais ¢ discente, procurando publ integrem um corpo docente balhos em um orgio, evista ou site/blog eletrdnico Com ciplinar. Via de regra, € Pesquisadores at 08 Seus tra. ardter interds. "us trabalhos em € criticando-os, Escola de Frankfurt” em sua fase 08 discipulos tentam. orientar os set seus modelos - os mestres -, » aprofundando, reformulando Esse €pelo menos 0 caso dos tedricos da“ “cléssica’ que apresentarei neste capitulo, a saber: Max Horkheimer, Theo- dor W. Adorno e Jurgen Habermas, comegando com una breve biogra- fia de cada um, seguida de uma sintese de suas obras tedrcare empiricas mais importantes. Seus trabalhos for basicamente no século XX, critican sobre 0 iluminismo, o estatuto da razio, a emancipagae dos i da sociedade, produzi Max Horkieimer (1895 ~ 1973) Seu pai queria que o filho aprendes amizade com Friedrich Pollock levot 8‘ ‘ cicar-se a0 estu- deempresirio para de nara carreira de empresr = sorkeimet Pens e seguir uma carreira académica, | 1919 omen gui -s or um ano na Universi¢ ia filoso ue, matriculou-se por vesiade de - eh " yara a Uni- = Cr ae \ecionava Huse rane se dep pra Un ee doutorado e sua live Bee ‘kfurt, onde fez seu = versal e ve A crtca do julzo de Kant, que eee at beagot se evel para a compreensio da filosofa tn pies (929. i pea tes, Horkheimer ficonidadoa tlercomo ast Conclude odor, Hans Cornelius na época pro ee oe ean ‘Em 1931 dois eventos consolidaram sua care em Frankfur jiretor i lee tornow-se 0 di ctedra de filosofia social na Universidad assumitt @ soeenan Ins entagio da polticanacion « \da de Hitler o poder ea implene cie SaatsplizeD com i seria de seu govern, 4G doo prédio para seus pro- e Instituto de Pesquisa Soc ope de abandonat 2 Aleman, fecho o Insite Peano ju roe Cao iu rios fins. Horkheis ‘dade americana et a de Pesquisa SO- buscando obter& aces de Felix Weil, o Instituto ceiramente, gragas- Genebra, sa tranferencia para. ‘onomo, Horkheimer assegurou sus trans NTE A Com a autonome, om an e Nowa Yorks feando 20 ars ¢ No final di ~ pee - reaver sua citedra Guerra Mundial, Horkheimer conse di ja II Guerr Univetadade de Frankfurt para seu antigo eer ou and parte ie sivonde sab lage {io na Senckenberga? cs oo aculdade de Filosofia. Aqui : ‘a diregio ao seu col ass0u nao até 1956, quando Pe cexercendo esse fans! “ ‘amigo, Theodor W. Adore: pul 5 bats dS a (1995) for a indent ae 1 7 aol de Te to Fd ~ sta de Pesquisa So se tema foi € heme fe uma contrapes> aa Teg. Nesse ensaio, Horkh ificado com a teoria € sti © ic eseartes~ aqui identicado com 2 te0rl8 ¢ © trains eT Ie Descartes 20 copensimeto mare pare pete nto cientifico yalar uma teoria Ps do Perjunto de concetos novos formula ma eo um conjunt ‘Osconeeitos, que emergem s0b st rie ego publica p28 508, Hbuidos 245 {85 mil operirios, der: cr Alemanha a pa, leram ser concluidos westionérios, que como ram uma taxa de retorno rr de 1939 5 a0! Pela mesma caus ana eral nunca chegou a say con pescisadores judeus Fealizada em sua integra. 2 ned eatiea 0 dec Hen he Theorie’ i rankfar, 1967, 957. Reine ox ese das in Naparte tebrica de “Autoritdt und Familie”, Horkheimer esboca a tese de cue no cso da sociedade adem da década de 30, se trtava de uma so- Gecade autortiria, que pressupunha a existnciae aceitagfo de uma hie. rarguia em que “os de cima” e “os debaixo’,acetavam essa estrutura. Para Horkheimer os mecanismos sociais ¢ culturais que produziam essa est tura encontravam-se na familia burguesa, responsével pela mediagao entre individuos e sociedade, rich Fromm desenvolvew nesse mesmo estudo o embasamento psicolégico- social para completar essa tese. Apoiado em Freud e Reich, Fromm explica 10a estrutura de classe da sociedade tem nas estruturas“caractereoldgi- cas’ (do sado-masoquismo ou caréter autoritério) uma correspondéncia p quica para as estruturas materiais cristalizadas na dualidade senhor/escravo, empresitio/operario, classe dominante/classe subalterna (FREITAG, 1958) Na década de 40 do século vinte, Horkheimer,jée ainda nos Estados Unidos, nos brinda com dois trabalhos brilhantes: 0 primeiro, escrito em inglés, foi ‘publicado como “The Eclipse of Reason” (HORKHEIMER, 1947). Fst traba tho foi posteriormente traduzido para o alemao (com textos adicionsis) oa coletanea como “Zur Ki fred Schmidt em 1967 (HORKHEIMER, 1967) com o sub tras e anotagdes desde o final da Guerr’O segundo publica com Theodor W. Adorno como “The Dialectic of Enlight foi traduzido para 0 portugues como A Dialética do der instrumentellen Vernunt’, edtado por Al com pales- Esses dois estudos deixam claro ue Se (mas também de Adormo, ‘como veremos a segult smanxistas para UMA Or de 1946 ~ Eclipse da razdo,jé anuncid oi joe conceito do qo da razio. A instrumentalizagio da rax40 enotaao de beta € pt nde aa, peste cots a, Co uo eda sociedad — imento Cal juntamente com ic do Be a Aid Menem emor eam ras808 rune aima a auodescuio da alo. A mie e transforma, no ecrer 3 perc so teol6gicos da juve tude e da religia the a ° 808 seus eu Até enta i Ga nararae ene rtReImES, Quanto Adorno haviam yes fana rerio critica = conforme tematizada por Kant. quew@® 58 confay correr do isto rae * ma do process histrica gerandoamodernidade neal retin de $86 aesar dos percalcose tetrocesson s humanidade chepeya tenia instancia, a realizar a promessailumisic ae da razdo libertadora te com a liberdade, Propria historia rece rte da II Guerra, lancamento sob foe re Hiroshima e Nagasaki, em busca da par Kant. Horkheimer foi o primeiro dos cientists Para resgatar sua ci igang Goethe e nela 8’ Cuja diretoria reassumiu até 1956, tir por varios semestres essas idade Livre de Berlim, depois solidaram os fundamentos da nas décadas de 50 e 60 na Alemanha, lois classicos que con: assim chamada “Escola de Frankfurt” THEODOR WirseN¢runp ADORNO (1903 - 1969) Theodor W. Adorno € o sinico filésofo e sociélogo dos tres frankfurtianos a tapresentados que nasceu, pesquisou e morteu em Frankfurt am Main, & capital de Hessen (Land). A cidade, além de sua boa Universidade, abria Pistas para o maior aeroporto da Europa Ocidental continental, além de set 508 TT aaa bém se tornou famosa por johann Wolfgang Goethe, tam ‘ ond ne Buchmesse’ a Feira do Livro, ot ost sera eee ‘egociadas as maiores obras lterrias do mundo. ntadas e neg sio apreset salizou-se em outubro a Feira do Livro com destaque especial a oer W. Adomo, que estar completando 0 seu cong a para Theo dade, para homenageélo,inaugurou psi Sekrer Yer Universidade, uma praca com o nome de “Theo er Wc Adore sorbet © stag de metrb nas imediagbes da deni ene ua de amigos Horkheimer-Ador 0 do a dupla de amigs no decd a han prfndera da ead com mes ages 0) eo ‘0 visitante desavisado, que aqui saa ns — el ‘publicaram dois dos maioresintelectais onaram metade do século XX. inda em 2003, a cidade de Fr joven concertos de autoria do concertos de auto idade de Frankfurt prom z Ainda be : Nimbém misico T.W. Adorno, entio apresentados ns £8 de Opera re construld ou debates sobre sua obra teréria no Ins to de Pes it truida, organizou debates sobre $¥ ia, a Teoria Esttica ¢ a Di usa Social fez exposicio sobre 0 auto Te a Universidade © equiva na Bie Ce Suen terturhau,retrnsmiiss por 40 © OT oor co teraturhaus’ ys ua ei 2, entre ot rank organzos Um ethan, a Seiad a me te Mahle ee eric, told extn a eo ge ensign. IN alti nc mas Cee one 2 correspondeni wm volume eu revel ees sr bic io a e Gidos (em exo os Estados smentagio tes momentos di FREITAG, 2003)- desua vids Foi fio a aos dessa vid Foo judatca CT de exgem fics ee imeiros igador egaatd foi ori if) sobre a est mreado instvar (Pr Po na prépria Universidade em 1931, da qual fo sua ascendéncia judaica,Pelas mesmas tazdes. es anos depois com a ascensio de Hitler a0 pode Adorno a deixar a Alemanha. PUls0 logo em Sua tese foi Poder na Alema Seguig, a aalade py % forcang. ; for Em 1934 eallou se no Reino Unido, ond reco 7 a scales para validar seu Ph.D. No oe rkheimer para juntar-se ao i a de Hors junta grupo de intelect iin ole fork que jé formavam uma espécie de “dens 808 cx ine rabalhos da depois chamada “Escola de Frankie” comant vrankfurt’ 2 em Oxford, NO, aceitou yt Durante sua estadi ie ia nos Estados Unidos, Ac publcagdes que se tornaram famosas: uma oe aca soi quo os tHe Th Waders tes of Enlightenment” (1947) (A Dita do aces Autheitaran Personality Studies in Pre ees aria: estudos sobre 0 preconceito) (AD LEVINGSTON e SANE ead LEVINGSTON « SANFORD, 1950), puliada em Nova for Tratvase de um estudo empitico coletivo do qual es Frenkel Bras Daniel Levinson; Neri R Saee onean : i Horkheime Samuel H. Flowerman, Este esto pode i igeaine {tembm existe uma verso em espanhol) as até agora epee luzido ao alemao ou (1985) re i oie a portugués. Rouanet Ske ee (ilies ¢ Pcondise a bases tebricas cea c studo. Nesta obra, apresenta 2 tipologa de personalidade elaborada com cuidado perspedeia arena rns por Adorno. S€ Por duas topico ante. ‘The Dialec. : aoutra,* "(A personalidade set” lade 0; FRENKEL-BRUNSWE a ee ie 08 estudiosos sabem da contribuigdo decisiva de distingue seis tipos d lessa tipologia psico-social em que o frunkfurtiano ee personalidade “high scorers” e cinco tipos de “low pais fect eliehier ieee sonia tecmrnop ana ean cae ran Estados Unidos, analisados e classiticados na ecrare ape une oar Entre os seis tipos de indice elevado de erie raruieas ae ressentido superficial, 0 convencional, 0 bagiadice ae —— © lunético, o manipulador. Entre os tipos de aed itarismo destaca: o low scorer rigido, o contestador © : , 0 descontraido e o liberal genuino (ROUANET, 1989: 157-197). ‘omentando a atuagio de Adorno de volta na Alemanha em 1950, nomea- do diretor do Instit igun io tuto de Pesquisa S g6es bem elucidativas sobre fe cee eee 6 que, em retrospective, pode parecer trivial naa tina de obvio, Guando entei no Instituto de Pesquss Social: 0 fato de que a reputa sep da Casa dependia mais de prodiidade nnterops de Ador- si que somente agora comecava a ating seu age, que do éxito das empfricas, com as quais Instituto deveria legtimar-se. ‘dos 0s fios do trabalho do Instituto convergissem para 1a lidar com o poder administrativo. Ele era 0 Jlexo campo de tensdes, Quando cheguei icos entre Horkbeimer, Gretel ] Para mim, Adorno passou @ pesquises Embora to dle, Adorno nao sabi ‘centro passivo de um compl fm 1956, havia antagonismos simétr ‘Adorno ¢ Ludwig von Friedeburg adquirir outro significado. O sempo no Tasituto tinha fundo du- plo. Durante a década de cinguenta no havia provavelmente em vga a Republica um segundo lugar em que 0s ane 20 estivessem intelectualmente to presentes ¢ com tanta naturalidade como em Frankfurt. £ verdade que os velhoscolaboradors do Instituto como Herbert Marcuse, Leo Lowenthal e Erich From Franz Neumann € ‘Ouro Kirchheimer tinham ficado nos Estados Unidos. Mas circula- Ome também entre Adorno, Gretel Horkheme! absoluta natt- validade os nomes de Benjamin e Sholem, Krakauer ¢ Bloch, Brecht 3 Thomas ¢ eos ged Sohn-Rethel e Norbert Elis ber COT eee ‘ou Karl Eisler, Lotte Lenya © Erika Mann, Alban Berg e SchOnbers, Frit Lang (HABERMAS, 20032: 1° 20). E ina Universidade de Frank: ee critica ainda lecionavam Horkhel- furt em 1961, 08 alas sobre as tories toe eu eet a rc es ae netgo pea eitora Subrkamp em 2005 srgia, que acabou sendo Pl = ssame 2 Socio panrungin de See vefralmente Pou ons 8892, gentadorias HOHeIMer | ‘adomo oferecera Fo muito concorrid® Hos ea cttica durante um sem ‘de comunicagio de massa ‘a tindsteia cultural” sro politico das ideas 2 vp cmpreender olcance ttc wit ce ergularem S38 208 pubeads © oe ee ptprees€ cS OHNE pis ros de seus sepsis it : $5 8 ect Wel, Matin RO Wigeat reer parson 0 ae mes Pofes ier eras, ere ours, Fi est 5 et ried - excelente po sina" M2 ‘Universidade de Ber st yl Be coor de una pesmi importante “Stu BERRA tl, 16 iada no Instituto de Pesquns "4 Pol tenporaamente dion ¢continuads em Healing gn ttl sso Aled Weline rouse post nu TOS meadog gel entrevisté-o, assumindo posterior \a8de ee iormente Kong uma - i, senvolviment i = to e importancia politica)’, ae pprofundar seus conh boda gs rime, fe conhesimentos em toro dese pode eae ' em um tr uma : _ pre rabalh : fente embasada em estudos eee erode : icos. a ‘om essas letras, apoios e and: . Pitulo o pensam: e apresento aos oe 'aimes procurei reconstruii I neste custo ca. que aqui introdu- tbo de Rolf Tidemann, seleci frankfurtiano”: A Dialética ) a " tndoapesenaronideo de eee oe Adorno trabalh _ ou na Dialética Ne bon fegativa de 1959 até coop om eno, Um dos se redone pe de © inglés admi de que na : ier nao compreendera nada do original ivi ivros do verdadeiro ) ea Te Este seu pensamne gg ria Estetica, (1973), ten 70> €U proporia a “Negatiy ca Neguinc 2, ROUANET, 3, Negative Dialktik.E preciso ler ele tavelment Tee svete nei justifica sua preferéncia: a Dialét- fe LJ" (ROUAI ipa, perplexid Mines econ INET, 1989: 875 lades que surgem in c a essa Di lo. Simpli lética? . Simplifcando mates ania et owas jet conte =e desenvolvida ee negativa rejeita a positividade {NeW ae pacar dees 'enomenologia do Espirito, em que ie des ening, ae oats, 2002 como: A Escola de Frankfort Histrs, desenvavient® ra formulagao de uma tese (momento afirmativo) gera sua antitese {constutacio negative) © (necesaramente) uma superacio dess conta: Gigdo nos leva a tma “sntee’, em que se dé uma radcel reorganizacio. cognitivaesocial em um novo patamat. Tomando pr exemploa “iste Srsenhor e do Escravo": 0 senhoroprime o escravo, ira-lhe sua liberdade ctego tere que est se revolt; no esravo ressentidos chegard um momento fm que esse se revolta¢ luta por sualiberdade, matando ou oprimindo seu senhor, para inverter a relagdo, Para que esse conflito/contradicao. nose perpetue, torna-se neessrio superar esuprimir ese antagoniso ¢en- ajar uma nova relagio social em que ambos possam ser livres e cooperar. “sintese”consistiria na superasio da a me No modelo analisado por Hyppolite:a telagio de opressioe perda da liberdae (da socedade captalisa) imple- ve enrando uma nova relacio de trabalho, dissolvendo as classes ¢ insta rando a igualdade e liberdade num novo contexto societrio. ‘o socialsta. Para Adorno, essa e todas as sintesesremetem a uma utopia nesiste0S se faletcn do escarecimento tematizada por Adorno ¢ Horkheints des: Ceca ne mecaniamo dos trés momentos. De fat, 2 modernidads verymento abort a sintese devido &transformacio de jonalidade instrumental no interesse 43 [ogics ptesesresalta em Auschsit2 cOmo MOS itam em conclit velou que o terceiro razio emancipadora em 13 do mercado € na pior das hi eae tos de “negaci’s “ne- ‘Weller, estudio de Naot fete os conteidos da filosfia Wealisa de Hegel e Kant co pensar consiste em NEB y “Wellmer “simpatiza” com esse pensamet- recisa ser compreendido nio como mudanya “Bducagio depois de Auschwita” We wwe Adorno defende que ja 9s t 9 ido nos campos de cor ‘A importincia produtiva, acim Como professor de filosofia, 313 Alemanha do pés-guerra, moral. aside p € materialmente Ta Seo Possivel nao tivesse ele confiado no lade, em suas tradigdes culturais e nos dade, quer dizer tam e amb ‘ ea ne et tabi ma pas devast etl dos ne oqeoria Estéti , encerrarei aqui minha exposicao sobre esta obra final js obras de arte dividem com os enigmas a ambiguidade do deter rminado e do indeterminado. Elas sio ponto de interrogacao, ¢ mes- mmo sua sintese no é univoca. (..] Como nos enigmas, a resposta fica silenciada e simultaneamente levada & forga pela estrutura A lbgica imanente, o aspecto legal da obra serve precisamente a iso, ¢ ‘constitui a teodiceia do conceito de finalidade na arte. A finalidade da obra de arte éa determinacao do indeterminado. As obras de arte tim a sua finalidade nelas mesmas, sem fim positivo para além de sua estrutura interna, mas seu caréter de finalidade se legitima como figura de resposta ao enigma (ADORNO, 2011: 178). JORGEN HABERMAS Habermas nasceu em 1929 perto de Diisseldor,e vive hoje em Starnberg na Baviera pr6ximo a Munique. Tinka 16 anos quando aI! Guerra Mundial ‘onal da Alernanha nazista 20s “dades de Bonn onde concluiu seu doutora- ge feznainiversiade de Marburg seu pés- th com quem conclvin sua tese acabou, com a rendigio incon Habermas estudou nas Uni do com uma tese sobre Schel -doutorado sob orientagdo de W. Abendr de Habilitacao em 1962, inttalada “Strukturwandel der Off Zu tier Kategorie der birgerlichen Geselshaft” (Mudanca estrutural da esfera Dblica Sobre uma categoria da sociedade burguesa) (HABERMAS, 1962) Pica 0 & como wane ‘Em Dialogando com frgen Habermas, Jos ¢ duas entrevistas publ * febricos de Jirgen Habermas durant ao como um dos malotesfilsofos e socidlogos vivos da ispesar de suas abordagens de carat * que agitam a segunda metade do século XX e a pri- fermas ainda continua Sendo visto como um “des- Do ponto de produ ¢ temporelle ae ado paraas quest ae tra pede da obra de meira do sécul Com uma Passagem , luciana cendente do pens mer ou de A aan je Frankfurt, nfo deixaramy, ao morrer, descendentes 15 Nanci fl aluna de Habermas, pois durante suas duas estadag Tho em Frankfurt de 1956 até 1964, e de1980 a 1989, ew estuda - Thava em Belin e Brasilia, Contado, sempre fa sua adios eet stenta Iso se deveu ao fato de que Forestan Fernandes seen hava feito parte de minha tese de mestrado ~ sugerin que eye uma coletinea part a Editora Ate 05 estitos mais imp, socidlogo alemao de importincia © dos mais promisson. daa om Ocidental. Esse convite dew Alemania me a oportunidade de conhecer @ entio jd reconhecido socidlogo e filbsofo, Jirgen Haber eet meate auadrava muito bem na tedigdo do pensamento flosoheg a, 8 en "0 traba. Straba. ®Prendiy querda” e na tradicao da “teoria critica” da Escola de Frankfurt. oo acabou sendo realizado por mim e Sergio Paulo Rouanet, @ i> tblbo colegio Cientistas Sociais publicado ; ivr sa pela referida editora em Sao pat ™® ano de 1980. 0 Paulo no, O leitor atento deve lembrar que Habermas fez referéncia a0 Instituto Pesquisa Social em 1956 (passagem incluida no t6pico anterior), quands foi assstente de Adorno, na época, diretor do Instituto de Pesquivs Social Nessa ocasiéo, Habermas participou da pesquisa “Student und Poms Para a qual escreveu o capitulo introdutério, intitulado do Conceito de Participacdo Politica” (1959), Nesta obi tipologia contendo as atitudes e predisposicgdes dos uni versidade de Frankfurt. Inspirado na tipologia adornian; autoritéria americana, Habermas classificou os universitarios de Frankfurt em: (i) politicamente engajados, (ii) 0s cidadaos refletidos, (iit) os cidadios ingénuos, (iv) os racionalmente distanciados, (v) os irracionalmente dis. tanciados ¢ (vi) 0s despolitizados. Enquanto os dois primeiros tipos pode- iam ser considerados “politizados', os quatro demais foram classificados como “Mitléufer, do tipo “Maria vai com as outras’. O estudo realizado der anos depois em Berlim com Ludwig von Friedeburg, no qual tomei parte como pesquisadora e entrevistadora, baseou-se no mesmo quadro tedricoe ‘rabalhou com a mesma metodologia (EREITAG, 1998: 89-112). No conjunto de sua obra, até hoje conhecida e publicada, darei énfase nas Paginas que se seguem a quatro campos teméticos que fizeram de Haber mas no somente um discipulo e seguidor dos dois classicos da Escola de Frankfurt, mas 0 tornaram em um dos intelectuais mais conhecidos da v- rada do século XX para o XXI, por ter aberto o didlogo com seus colegss americanos ¢ franceses eter feito reformulagbes substanciais dos conceitos de “razio", “sociedade, por ter introduzido concelts “Reflexses acerca ra, elaborou uma iversitarios da Uni- 1 da personalidade fandamentais de outrasdisciplinas como “linguagem’ “speech act “ego centrismo” “moralidade’, “direito deliberative’, “discurso” “democrac “cidadania” € muitos outros. Pela limitagdo de tempo ¢ espaco, passarei a focalizar somente quatro des- ses campos tematicos: (1) a Teoria da Agao Comunicativa; (2) 0 Discurso Filoséfico da Modernidade; (3) a Teoria do direito deliberative e a questdo da democracia (in cluindo as “Tanner Lectures"); (4) a Questio religiosa eo didlogo entre Saber e Fé. Na Teoria da Agdo Comunicativa, Habermas (1981) desenvolveu uma Teo ria critica da Sociedade calcada em um novo conceto de “razio” - a razio comunicativa. O conceito de “sociedade” ¢ diferenciado em duss éticas: a otica do sistema (visio objetiva, externa) € a dtica do eae oe yo Gisio 8 mma) os ES gd de tebricos ¢¢s e desenvolveram seu pensamento jalmente americanos) qve nae eons “Bscolas’,e que nestasteorias da maturidade de Hi ee valioso para a compreensio da berm, encontrar tH conga a ‘egos! 10 sociedade contemporénea. Habeas ona ens ymo Honneth, Benhabib, Rawls ¢ ™ * de refundamen- Ca noosa ee Seretgve doar tagio da teoria critica” ‘caso Peter Sloterdijk’ ou Derrida, ia critica” como €0 ter Sloterdi ria criti ; hamado de obra de a sategoria do “trabalho” (como: srenn como categorie fundante da Coma mudanga para o que bid set sa remem fatizado por Marx), redefinindo ae ee sociedade aoe ee Montel rae hie mie nes i Hh Coan as jando-o em razio so) dos po einen 7 Aorta "Cais ran srs ter uma conotagao positiva, 8 Processos de modernizag fazer uso da linguagem ~ 2 poder ~ garantem a Teproduca 4 “Lebenswelt” e (b) cooperar com out a linguistic, psicologia,histria, entre outa) interesads me aquestoesuniversalistas, fornecendo estratégis que permtam aconprec siio critica a correcio da modernidade de suas patologias que afetam 0 “Sistema societério” como um todo, Engu amto 0s socislogs tém toderazio em concentrar sua atengio no sistema e na “modernizacdo socitirs: os filésofos poderiam ocupar-se mais intensamente com o mundo da dae modernidade cultural. A modernidade somente seri compreendida em sua complexidade, suas poten: ros ramos das ciéncias humanas lo interpretativo que abranja os dois aspecto: a modernidade cultural ea modernizagao societaria, Ao estudar os modelos interpretativos da modernidade desenvolvidos pla i 4 semelhanga das tipologias Jos filbsofos do marxismo. No primeir grupo &semelhang : ceria prc meno em Sten ta” dae de ilsofo: os “ovens conservadore ete os quis Lyotard Baal Foucault Derrida outs" vebos ose en osu dens ‘Leo Strauss, Hans Jonas, Robert Spaemann e como teri conservadore renin Armld Gl Gated Ben Caco jover Wiens. can exe grap ter aidades dts Ft com Nietzsche e Heidegger. que parece estar perdo durante o perfodo nazista. 80. A racionalizacdo refere-se a procesas ém que meios sio ajustados a fins, expul- tunicativa de subsistemas como a cultura. senceriam os filésofos marxsta, reine 08 de esquerd ene ees Ks dena os ree lo seu espaco, impond i como owe da auton, £0. impondo a légica da eficécia em detriment art REA Ot ao © desengates on nen PUGAO dos suites. A “Enthoppeting ralment its como Claus Of, Pe Bode. oO ‘sprendimento, faz 01 jeit subme suas: | Vidas 20s ditames do mereade Sa ear ea ai ¢ do Estado burocratizado, encarando ests wimo.uma espécie de “destino” (Geschick), Com isso, aut 2 “Colonizacao” do “mu | 0, do mercado e do Estado autoritarin wore des Recs” 10 Democracia € Di (1999), Habermas (1992) desenvolvera em suas Tanner Primeiro apresentadas em Harvard, como um nova teoria do ae, liberativo, 0 terceiro bloco tematico que me propus abordar, mesmo de maneira mais sucinta que os blocos anteriores sobre a pee gue comunicativa e © Discurso Filoséfico da Moderns sociol6gico efiloséfico, ria da idade, de cunhy «Af A complicada dialética entre facticidade e validade sub 4 cutida por Max Weber entce legtimidadeelegalidade Pree Wiarton midade de uma ordem social poderiaalimentar-se de ving fontes (fe dade, radicao, uso, direito). Uma vez transformadas em “Gesat me grdem constiuconal a leptinidade se transormava en eg depencia, pois, date escrita ¢sancionada. Para Habermas “do, aconeceo contro: aordem institucional (egalidade or ca) en ade da ordem socetria, desde que_atendida a aa wan) io €passam ater valdade as les nsiuigbs depos ge “scutso tesco ou seja, depos de terem sido aprovedas poy se oa (eprantes de um process argumentato, busca da melhor olshenes Problems depois de wma argumentagio cra eracional sendoigenc spentadas dbase (consensual) do melhor argumento.O proprio Haba y é alguns exemplos: a egislagio do meio ambiente; a lei do aborte fem casos, éxtremos (como estupro, anencefalia, transplante de érglos), Nao eee pois, de uma lei ou instituigio admitida pela maioria do grupo ar- gumentativo. Na reflexio, titica e contradicio dos constituintes do grupo incluidos no debate deve estar aberto 0 acesso de todos ao debate de tere sem o exercicio da violencia e uso da forga ( como no caso de ditaduras). A ‘WitGria deve caber ao melhor argumento. Resumindo: no caso ideal, legit midade nas democracias modernas passa por um processo argumentative Linguisticamente mediatizado, sem violéncia, em que a razao communicative prevalece verteu a rela Como quarto foco de andi lise, optei pela discussao da questéo entre 0 “Sa- ber ea Fe’ Além disso, sobre a reflexio da questio religiosa, assuntos de iDeresse recente a Jirgen Habermas, sempre ligado aos grandes temas da modernidade e pés-modernidade, mas que neste caso, sfo claramente da- \ivels, Trata-se, por um lado, do ataque as Torres Gémeae por Mohamed Atta em Nova York em 11 de setembro de 2001 (para os americanos 0 “nine eleven”) praticado por um grupo de terror! ; € por outro lado, pelo en Sontro organizado pela “Sacra Congregatio pro Doctrina Fidei” entre Jirge? Habermas ¢ o tedlogo Joseph Ratzinger (antigo Papa Bento XVI), Ness®s 20 Habermas introduz 0 conceito de socedades “pésseculres? dois tem nos fizeram “ibrar uma corda relgiosa no mais into da so. Asnbos ala levando pessoas desnorteadas cam ete evento inespeado age igrejas e mesquitas” (HABERMAS, 2035). alo [REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ADORNO, T. W. (1975). Textos escolhidos. (Walt Been, az aes , a Vol.X ydor W. Adorno, Jirgen Habermas), es ero. Arates, So Par Abril (Ca 10 Os Pensadores). yparice 0. F. (2011 [1977]). Teoria Estética. Obras completas, vol. 20. _. (1966). Negative Dialektit. Suhrkamp Verlag Frankfurt/M. Verla (1970). Aesthetische Theorie. Suhrkamp Verlag Frankfurt/M. ADORNO, T. Ws HORKHEIMER, a rae ‘Tradugio de Guido Antonio de. Pers Se Authoritari eae FORD, R. Neri 1955 pre samuelH.Flowerman Nova Yor dice. . Por Max Sl noma a re) ars) 208-2 RETA eno 10) reedicao da 5*. 004 A teria Cries onten «hae so, * iro, Tem- Bape 90 oP Habermas. 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