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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

Centro de Ciências Exatas


Departamento de Química

ERROS E TRATAMENTO DE DADOS


ANALÍTICOS

Profa. Sandra Aparecida Duarte Ferreira


sandraufes@gmail.com
ERROS EM MEDIÇÕES - Revisão
ERROS SISTEMÁTICOS- Revisão

E  xi  x v Exatidão
E = erro absoluto
Xi = valor medido
Xv = valor verdadeiro ou mais
provável
ERROS SISTEMÁTICOS- Revisão

xi  xv
E 
r
.100% Exatidão
xv
Er = erro relativo
Xi = valor medido
Xv = valor verdadeiro ou mais
provável
ERROS INDETERMINADOS OU ALEATÓRIOS
Lei de Distribuição de Gauss
Quanto se tem um número significativo de
medidas, os resultados se distribuem, em geral, de
forma simétrica em torno da média.

O modelo matemático que se ajusta a esta


distribuição é chamado de distribuição normal ou
gaussiana.
ERROS INDETERMINADOS OU ALEATÓRIOS
Lei de Distribuição de Gauss
Y


Grandeza , variável X

1 Desvio,X i1(xi   )2 
y exp   
 2  2 
2
-3 -2 -1 0

1 2 3

Xi  
Desvio,

ERROS INDETERMINADOS OU ALEATÓRIOS
Lei de Distribuição de Gauss
A probabilidade de ocorrência de um
determinado resultado é igual à relação entre o
número de casos em que o resultado ocorre e o
número total de resultados observados.

Exemplo: se em 20 determinações um resultado


ocorre 4 vezes, a probabilidade de sua ocorrência é:

4/20 = 0,20 ou (4/20) x 100 = 20%


ERROS INDETERMINADOS OU ALEATÓRIOS
Lei de Distribuição de Gauss
ERROS INDETERMINADOS OU ALEATÓRIOS
Lei de Distribuição de Gauss
ERROS INDETERMINADOS OU ALEATÓRIOS
Lei de Distribuição de Gauss O valor médio ocorre no
ponto central de distribuição de
frequência;
Existe uma distribuição
simétrica de desvios em torno do
ponto máximo, ou seja, do valor
médio.
Existe um decaimento
exponencial na distribuição de
frequência à medida que o desvio
aumenta.
z = representa o desvio de um
resultado da média da população
em relação ao desvio padrão.
ERROS INDETERMINADOS OU ALEATÓRIOS

Lei de Distribuição de Gauss

68,3 % de probabilidade que a incerteza aleatória de qualquer


medida não ultrapasse 1.
ERROS INDETERMINADOS OU ALEATÓRIOS
Lei de Distribuição de Gauss
Existe 95,4 % de chances que a incerteza aleatória de qualquer
medida não ultrapasse 2.
ERROS INDETERMINADOS OU ALEATÓRIOS

Lei de Distribuição de Gauss


99,7% de chances que a incerteza aleatória de qualquer
medida não ultrapasse 3.
ERROS INDETERMINADOS OU ALEATÓRIOS

INTERVALO DE CONFIANÇA DA MÉDIA


Com base nos conceitos da distribuição gaussiana,
podemos estabelecer um intervalo ou faixa de valores ao redor da
média determinada experimentalmente, no qual se espera que a
média da população  esteja contida, considerando certo grau de
probabilidade.
O intervalo de confiança (IC) para a média é a faixa de
valores entre os quais se espera que a média da população 
esteja contida, considerando uma certa probabilidade.
s
IC para a   X  t
N
ERROS INDETERMINADOS OU ALEATÓRIOS

NÍVEL DE CONFIANÇA
Esta certa probabilidade é chamada nível de
confiança, NC.

O nível de confiança é a probabilidade de que a


média verdadeira esteja localizada em um certo intervalo.

Muitas vezes é expresso em termos porcentuais.


ERROS INDETERMINADOS OU ALEATÓRIOS
Teste t de Student
O teste estatístico t é muitas vezes chamado teste t de
Student.
Student foi o nome usado por W. S. Gossett, quando
escreveu o artigo clássico sobre o teste t, que apareceu no
periódico Biometrika, 1908, 6, 1.
Gosset foi contratado pela Cervejaria Guinness para
analisar estatisticamente os resultados de determinações do
conteúdo alcoólico em seus produtos. Como resultado desse
trabalho, ele descobriu o agora famoso tratamento estatístico
de pequenos conjuntos de dados. Para evitar a descoberta de
qualquer segredo comercial de seu empregador, Gossett
publicou o artigo sob o nome de Student.
ERROS INDETERMINADOS OU ALEATÓRIOS

Teste t de Student
ERROS INDETERMINADOS OU ALEATÓRIOS

Exercício – teste t de Student para cálculos de IC.


1) Um analista obteve os resultados para o teor
alcoólico em uma amostra de sangue, %C2H5O = 0,084;
0,089 e 0,079.
Calcule o intervalo de confiança para a média, com
nível de confiança de 95%, considerando que s = 0,005 %.
a) X = 0,084
b) da tabela, t = 4,30 para dois graus de liberdade e
nível de confiança de 95%.
c) IC, 95% = 0,084 +- (4,30 X 0,005)/3
R: 0,084+- 0,012%
s
  X t
N
ERROS INDETERMINADOS OU ALEATÓRIOS
ERROS INDETERMINADOS OU ALEATÓRIOS

Exercício – teste t de Student para cálculos de IC.

2) Um analista fez quatro determinações de ferro em


uma certa amostra e encontrou um valor médio
de 31,40 e uma estimativa de desvio-padrão, s, de
0,11% m/v. Qual o intervalo em que deve estar a
média da população, com um nível de confiança
de 95%?
ERROS INDETERMINADOS OU ALEATÓRIOS

Exercício – solução

a) Consultando a tabela t para N = 4 (três graus de


liberdade) e 95 % de nível de confiança, t = 3,18.
s
b)   X  t  = (31,40  0,17) % m/v
N
ERROS INDETERMINADOS OU ALEATÓRIOS

Teste t para comparação entre duas médias


3) Dois barris de vinho foram analisados quanto ao
seu teor de álcool para se determinar se eles eram
provenientes de fontes distintas. Com base em seis
análises, o teor médio do primeiro barril foi
estabelecido como 12,61% de etanol. Quatro análises
do segundo barril forneceram uma média de 12,53%
de álcool. As dez análises geraram um desvio padrão
combinado scomb de 0,070%. Os dados indicam
uma diferença entre os vinhos?
Teste t para comparação entre duas médias

A hipótese nula H0 : µ1 = µ2

x1  x2
t
scomb ( N1  N 2) / N1* N 2
O valor crítico de t para N = 10 – 2, 8 graus de
liberdade, em um nível de confiança de 95%, é 2,31.

Como 1,771 < 2,31, aceitamos a hipótese nula em um


nível de confiança de 95% e concluímos que não há diferença
no teor médio dos vinhos, para as duas médias.
Teste t para comparação entre duas médias
TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE DADOS

REJEIÇÃO DE DADOS – TESTE Q

Em que situação um
dado analítico deve ser
rejeitado?
TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE DADOS

REJEIÇÃO DE DADOS – TESTE Q

Somente quando o analista


identificar algum problema
evidente durante a realização da
análise química, que resulte em
perdas do analito.
TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE DADOS

REJEIÇÃO DE DADOS – TESTE Q

Em qualquer outra situação ou


condição, a rejeição de um dado
experimental deve ser decidida
com base em testes estatísticos.
O teste Q é uma ferramenta
estatística para esse fim!
TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE DADOS

REJEIÇÃO DE DADOS – TESTE Q


Teste Q

Q = valor suspeito – valor mais próximo


maior valor – menor valor
Se o valor de Q calculado for maior que o valor de
Q tabelado, o dado pode ser rejeitado. Caso contrário, o
dado será considerado estatisticamente válido.
TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE DADOS

REJEIÇÃO DE DADOS – TESTE Q


Teste Q - Exemplo
Uma análise de latão, envolvendo dez
determinações, resultou nos seguintes valores
porcentuais de cobre:
Cu, % (m/m): 15,4; 15,5; 15,3; 15,5; 15,7; 15,4; 15,0;
15,5, 15,6; 15,9.

Determinar quais resultados podem ser


rejeitados, considerando nível de confiança de 90%.
TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE DADOS
REJEIÇÃO DE DADOS – TESTE Q
Teste Q - Solução
a) Em primeiro lugar, ordenar os valores em ordem
crescente: Menor valor
15,0
15,3
15,4
15,4
15,5
15,5
15,5
15,6
15,7 Maior valor
15,9
TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE DADOS
REJEIÇÃO DE DADOS – TESTE Q
Teste Q - Solução
b) Calcular o valor de Q

Q = valor suspeito – valor mais próximo


maior valor – menor valor

Qc = 15,0 – 15,3 Qc = 0,3 Qc = 0,333


15,9 – 15,0 0,9
TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE DADOS
REJEIÇÃO DE DADOS – TESTE Q
Teste Q - Solução
c) Comparar com o valor Q tabelado, 90% de confiança nesse exemplo.
ERROS INDETERMINADOS OU ALEATÓRIOS

Comparação da precisão – Teste F


É utilizado para comparar a precisão entre dois grupos
de dados analíticos.

Para tanto, estabelece uma razão entre as variâncias s2


de dois grupos de dados analíticos.

Permite comparar a precisão de resultados obtidos


por dois métodos analíticos diferentes.

Baseia- se na hipótese nula de que as variâncias de


duas populações ou amostras estatísticas sejam iguais.
ERROS INDETERMINADOS OU ALEATÓRIOS

Comparação da precisão – Teste F

F = s1 / s2 2 2

2
(s1 > s2 2)
ERROS INDETERMINADOS OU ALEATÓRIOS

Exercício
Um método oficial usado para a determinação dos
teores de monóxido de carbono, CO, em misturas gasosas
possui desvio padrão de 0,21 mg L-1 de CO, obtido a partir de
um número elevado de medidas. Um pesquisador propõe
uma melhoria no método e encontro um desvio padrão de
0,15 mg L-1 de CO, para 12 graus de liberdade. Uma
modificação posterior, também com 12 graus de liberdade
apresenta um desvio padrão de 0,12 mg L-1 de CO.
Os métodos modificados são estatisticamente mais
precisos do que o método original? Os dois métodos
modificados têm precisões equivalentes?
ERROS INDETERMINADOS OU ALEATÓRIOS

Exercício - solução

H0: s12 = s22


F = s1 2 / s 2 2
(s12 > s22)
a) F = (0,21)2 / (0,15)2
F = 1,96
1,96 < 2,30
* A hipótese nula é aceita, não há diferença
estatisticamente significativa na precisão do método
modificado em relação ao original.
ERROS INDETERMINADOS OU ALEATÓRIOS

Exercício - solução

F = s12 / s22 (s1 > s2)

b) F = (0,21)2 / (0,12)2
F = 3,06
3,06 > 2,30
* Aqui a hipótese nula é rejeitada, portante há
diferenças estatisticamente significativa na precisão dos dois
métodos.
ERROS INDETERMINADOS OU ALEATÓRIOS
Comparação da precisão – Teste F
ERROS INDETERMINADOS OU ALEATÓRIOS

Exercício - solução

F = s12 / s22 (s1 > s2)

c) F = (0,15)2 / (0,12)2
F = 1,56
1,56 < 2,69
* Aqui a hipótese nula é aceita, as precisões dos
métodos modificados são estatisticamente equivalentes.
Química Analítica Clássica

ERROS INDETERMINADOS OU ALEATÓRIOS


Comparação da precisão – Teste F

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