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Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Geografia

O pensamento geográfico e sua relação com o ensino de geografia

Nome do estudante: Lordita Pereira Cussumanga

Código de estudante: 9623055625

Lichinga, aos 28 de Agosto de 2023


Universidade Aberta (UnISCED)
Faculdade de Ciências de Educação
Curso de Licenciatura em Geografia

O pensamento geográfico e sua relação com o ensino de geografia

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura em
Licenciatura em Ensino de Geografia da
Universidade Aberta UnISCED.

Tutor:

Nome do estudante: Lordita Pereira Cussumanga


Código de estudante: 9623055625

Lichinga, aos 28 de Agosto de 2023


Índice
1. Introdução............................................................................................................................ 3

1.1. Objectivos .................................................................................................................... 3

1.1.1. Geral ......................................................................................................................... 3

1.2. Específicos ................................................................................................................... 3

2. Metodologia ..................................................................................................................... 3

3. O pensamento geográfico e sua relação com o ensino de geografia ................................... 4

3.1. Posições e contornos .................................................................................................... 6

3.2. Localização e Distribuição........................................................................................... 6

3.3. A relação homem-natureza .......................................................................................... 7

3.4. Espaço geográfico ........................................................................................................ 7

3.5. Principais correntes do pensamento geografico .............................................................. 8

3.5.1. Determinismo geográfico para o meio ambiente ..................................................... 8

3.5.2. Possibilismo geográfico ........................................................................................... 9

3.5.3. Método regional ....................................................................................................... 9

3.5.4. Geografia teorética ou quantitativa ........................................................................ 10

3.5.5. Geografia crítica ..................................................................................................... 10

3.5.6. Fenomenologia ou Geografia humanística ............................................................. 11

3.5.7. Geopolítica ............................................................................................................. 11

3.6. A relação entre o Pensamento geográfico e o Ensino de geografia............................... 12

4. Conclusão .......................................................................................................................... 14

5. Bibliografia........................................................................................................................ 15
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1. Introdução

Ultimamente à construção da geografia têm obrigado os pesquisadores a se debruçarem sobre


sua epistemologia que historicamente, tem sido eram refém do método positivista
desenvolvendo pesquisas pragmáticas, técnicas úteis, estudo de áreas, contagem da
população, economia e estatística. A complexidade que cerca o conhecimento geográfico é
antigo, pois estudar o homem em sociedade, como ele se organiza, transforma ou produz o
espaço, a natureza, a descrição da terra, o lugar onde este vive, trata-se de tudo que há na
superfície terrestre.

Com o surgimento da geografia como uma ciência, também foram surgindo as primeiras
correntes do pensamento geográfico. A partir do século XIX, diferentes concepções e
abordagens tomaram o campo da geografia, no que diz respeito às relações entre ser humano,
sociedade, meio ambiente, espaço.

Algumas linhas de pensamento valorizaram mais a sociedade e a capacidade do homem de


transformar o espaço onde vive. Outras correntes se ocuparam mais das forças da natureza,
colocando-as à frente. A seguir delineamos as principais correntes de pensamento na
geografia moderna e suas diferentes abordagens e formas de entender o mundo.

1.1. Objectivos

1.1.1. Geral
 Analisar categorias fundamentais do conhecimento geográfico: Espaço, Território,
Paisagem e População

1.2. Específicos
 Definir as seguintes categorias fundamentais do conhecimento geográfico: Espaço,
Território, Paisagem e População;
 Estabelecer a relação entre o Pensamento geográfico e o Ensino de geografia;
 Descrever o papel do Determinismo geográfico para o meio ambiente.

2. Metodologia
Para realização do presente trabalho foi necessário a consulta de bibliografias recomendadas
pelo docente e outras confrontadas cujo foram do fruto da pesquisa pela internet.
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3. O pensamento geográfico e sua relação com o ensino de geografia


A sistematização das ciências do homem, mais especificamente da Geografia se dá no século
XIX, após as ciências da natureza, sustentadas pelo método experimental e o cientificismo ao
seu lado. As ciências humanas inseridas num contexto histórico, político e ideológico, se viu
diante de dificuldades no que tange sua objectividade.

Straforini (2008, p.56) sobre o assunto escreve que: O papel da


educação e, dentro dessa, o do ensino de geografia e trazer à tona as
condições necessárias para a evidenciação das contradições da
sociedade a partir do espaço, para que no seu entendimento e
esclarecimento possa surgir um inconformismo e, a partir daí, uma
outra possibilidade para a condição da existência humana.

Segundo Harvey (2001),caso não haja uma atitude reflexiva, a educação ficará a mercê da
hegemonização do capitalismo monopolista, pois a sociedade actual tem vivenciado a
compressão espaço-tempo de forma contundente, o que implicações severas para o ensino de
uma disciplina que lida com conceitos de espacialização, lugar, paisagem, região, e
territorializações de fenômenos sociais e naturais, como a geografia são consequência de
transformações ocorridas nas políticas educacionais, bem como do surgimento de novas
abordagens da ciência geográfica, estas, por sua vez, também influenciadas pelo actual
contexto político, econômico e cultural.

Podemos mesmo afirmar com segurança que nenhuma outra disciplina escolar- a Matemática,
a Biologia, a Química, a História, a Língua Portuguesa etc. vem conhecendo uma pluralidade
tão grande de tentativas de renovação quanto a Geografia. Não que inexistam renovações,
tentativas de mudar conteúdos e estratégias nas demais disciplinas escolares. Existem sim,
mas elas, por via de regra, seguem caminhos mais ou menos previamente traçados e
amplamente discutidos. (VESENTINI, 2004; p. 220-221).

O contexto educacional segundo o autor precisa que o professor seja também um cientista,
que vá além das expectativas e se torne bacharel, geógrafo. Desse modo o ensino de geografia
passaa ser uma disciplina escolar fortalecida com o apoio da ciência, ligados a epistemologia
da geografia que é ao mesmo tempo cercada de dúvidas e incertezas.Destaca-se assim que o
professor de geografia, deve ter a compreensão de conceitos para entender o contexto onde
está inserido.
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Ultimamente à construção da geografia têm obrigado os pesquisadores a se debruçarem sobre


sua epistemologia que historicamente, tem sido eram refém do método positivista
desenvolvendo pesquisas pragmáticas, técnicas úteis, estudo de áreas, contagem da
população, economia e estatística. A complexidade que cerca o conhecimento geográfico é
antigo, pois estudar o homem em sociedade, como ele se organiza, transforma ou produz o
espaço, a natureza, a descrição da terra, o lugar onde este vive, trata-se de tudo que há na
superfície terrestre No ensino da Geografia Tradicional, os estudos se desenvolvem por meio
de blocos que não se relacionam internamente nem entre si. (DIFEL, 1982. p. 17.).

Apesar de comprovada a dificuldade da geografia Tradicional em explicar a relação entre o


homem e seu espaço geográfico, muitos profissionais da educação segue essa linha de
trabalho e muitas obras didáticas adotam o estudo fragmentado do espaço geográfico.
(KOZEL, FILIZOLA, 1996, p.14).

Santos (2004) em seu livro “Por uma nova Geografia”apud, Camargo, (2004), argumenta que
a percepção de Espaço Social, para ele é uma aglomeração de trabalho que incorpora o capital
na superfície da terra, no que consiste uma distribuição de renda desigual, combinada para
privilegiar o burguês, que nesse sentido o Estado Capitalista manifesta sua forma de produção
em toda a terra.

Nesse contexto, pode-se dizer que a Geografia Critica trata de questões


sociais desvendando os problemas gerados pelo sistema, propostas
formuladas pelos Marxistase nas grandes Revoluções Socialistas,
estudo de extrema importância para se entender o mundo actual onde
reina as desigualdades e as constantes luta de classes. Em parceria com
as outras ciências a educação geográfica passa a estudar afundo
movimentos sociais, passa reflectir o passado, para entender o presente,
as transformações no espaço, e os elementos que transformam esse
espaço. (DIFEL, 1982. p. 11- 36.).
Pode-se dizer que, hoje a geografia crítica é a corrente, mais relevante, adequada para o
ensino, pois esta procura romper com o a compartimentalização dos estudos geográficos, que
é ainda tão presente no sistema educacional. É através da concepção crítica que o ensino de
geografia, sairá das amarras alienantes imposta pelo Estado-maior, pois esta possibilitará um
norte, para a constituição de futuros cidadãos, com plena autonomia, capacitados de
criticidade, reflexivos, sujeitos de sua própria história. (SANTOS,2006,p.10-13).
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3.1. Posições e contornos


Os homens desenvolveram esforços consideráveis para poder se situar e ter uma ideia da
forma, dos contornos e da articulação entre os continentes. De diversas maneiras, o homem
enfrentou as difíceis etapas do reconhecimento da Terra; os navegadores foram os principais
descobridores dos limites das terras e dos litorais. Sobre seus barcos, guiados pelo fio
condutor das costas, impulsionados pelos ventos e pelas correntes, esses homens
empreenderam viagens e expedições em direcção a terras míticas, imaginárias ou reais.

Eles desenharam os contornos das costas; depois, com seus barcos mediram as distâncias, a
duração das navegações, identificaram as posições topográficas. Deram às terras descobertas
milhares de nomes. Foi subindo e descendo rios ou acreditando descobrir suas
desembocaduras ou mares interiores que os homens adentraram os continentes. As viagens de
exploração por via terrestre, mais difíceis, foram raras e tardias. (DIFEL, 1982. p. 11- 36.).

Veja que a identificação da configuração dos continentes e oceanos necessitava da resolução


de três séries de problemas:

1. O conhecimento da forma da Terra;

2. O conhecimento de suas dimensões; e

3. A definição das coordenadas de um lugar. A esfericidade da Terra foi admitida e suas


dimensões foram medidas desde a Antiguidade. Entretanto, enquanto a latitude e a
longitude não foram definidas com precisão, os homens não puderam “dominar”
efectivamente o seu Planeta. A partir disso, fica claro que a atitude de se orientar
constitui uma das bases de todo saber geográfico. (MERCATOR, 2004. p. 07-17).

3.2. Localização e Distribuição


Você já deve estar sabendo que o saber geográfico se particulariza por sua primazia com os
dados de localização. É importante salientar que, além de colectados através de critérios
rigorosos, é necessário que eles sejam cartografados.

O que o geógrafo procura ver na paisagem não é a simples localização deste ou daquele
objecto geográfico particular (fazenda, cidade, capela e outros), mas a distribuição de todos os
objectos de uma mesma espécie (as casas, as cidades, as vilas, a vegetação, as florestas) e as
diversas fisionomias de conjunto que revelam o meio. (KOZEL & FILIZOLA, 1996, p.14).
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3.3. A relação homem-natureza


Os homens se colocam, desde sempre, questões relativas às relações entre as sociedades e o
seu meio, mesmo antes de ter um saber geográfico sistematizado. Hipócrates (século V antes
de Cristo), em seu tratado Sobre os Ares, as Águas e os Lugares, já opunha os povos das
regiões elevadas e húmidas a povos de regiões sem água e de variações climáticas bruscas.

Veja que foi e ainda é normal que, inseridos em meios naturais diversos, os homens tenham
de retirar desses meios o seu sustento, os materiais para construir suas casas, as matérias-
primas para sua produção, dentre outras coisas. Bem como que se interroguem sobre as
influências desse meio no seu comportamento. (DIFEL, 1982. p. 11- 36.).

1. O saber geográfico como totalizador da superfície terrestre

Por sua vez, no século XIX, o nível de descrição da superfície da Terra já permitia uma
visualização de sua totalidade. Além das descrições de lugares particulares, de inventários
sobre as diversas partes da Terra, o saber geográfico segue na direcção de compreender os
conjuntos de elementos naturais e humanos e a solidariedade entre seus componentes, numa
dimensão totalizante. (MERCATOR, 2004. p. 07-17).

3.4. Espaço geográfico


O espaço geográfico, na geografia, é o lugar de interacção entre os elementos naturais e
culturais. Os elementos naturais são produzidos pela própria natureza e os culturais, são
produzidos pelos seres humanos.

É importante saber que não há espaço geográfico sem a presença e intervenção do indivíduo.
Ou seja, sem a intervenção do homem sobre a natureza. A agricultura foi um dos factores
importantes para a existência do espaço geográfico, já que ela e responsável pela grande
interacção entre os seres humanos e a natureza. (ROCHA,2013,p.22).

O espaço geográfico é diferente do espaço natural. O espaço geográfico sofre as


consequências das práticas económicas e sociais dos seres humanos, seja meio rural quanto o
meio urbano. Já o espaço natural é todo lugar que ainda não sofreu esta interacção.

Exemplos de espaço geográfico e categorias geográficas

Para entender como ocorrem as diferentes relações humanas com a natureza, o espaço
geográfico é dividido em categorias geográficas, como: lugar, território, região e paisagem.
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O lugar é onde existe a afectividade, ou seja, se materializa o seu jeito de ser, a sua cultura e
costumes.

 Exemplo de espaço geográfico (lugar): sua casa e seu quarto. Porém, há também os
lugares artificiais como os shoppings, por exemplo. São lugares artificialmente criados
para os indivíduos se sentirem bem.

Os territórios são espaços delimitados, onde o Estado impõe o seu poder de posse,
principalmente a partir de leis.

 Exemplo de espaço geográfico (territórios): as fronteiras entre países.

A paisagem é tudo aquilo como a nossa percepção distingue como natural ou construída.

 Exemplo de espaço geográfico (paisagem): uma comunidade, um conjunto de


prédios, ilhas artificiais de Dubai.

A região é o local usado para facilitar a administração.

3.5. Principais correntes do pensamento geografico

3.5.1. Determinismo geográfico para o meio ambiente


O determinismo na geografia surgiu primeiramente no século XIX, na Alemanha, com
Friedrich Ratzel. O estudioso acreditava que o meio seria o determinante na vida do ser
humano – em outras palavras, o ser humano reflecte apenas o espaço e as características
naturais e fisiográficas do local onde vive.

Na visão do determinismo, o homem é um produto do meio – o que hoje seria visto como
uma visão preconcebida da sociedade. O determinismo surgiu numa época em que o
imperialismo tomava o mundo. As potências europeias, por sinal, encontraram nele uma
“explicação” adicional para validar os seus direitos de submissão e conquista de nações ao
redor do mundo.

Segundo a interpretação imperialista, o determinismo ambiental fazia com que as nações em


colônias africanas, asiáticas e americanas produzissem um povo indolente e atrasado
tecnologicamente. Assim sendo, a conquista e controle pelas metrópoles seria uma verdadeira
“dádiva” para esses povos.
9

Entre as principais ideias dessa corrente está a teoria do espaço vital, em que o espaço é
determinante e características físicas como relevo, clima, vegetação e hidrografia são
decisivas na formação da sociedade. Ainda que tenha mais de dois séculos, a corrente
determinista ainda é em muito utilizada pelo senso comum, para generalizar aspectos
regionais e locais de desenvolvimento.

O determinismo influenciou no que podemos chamar de expansionismo, além de fomentar o


imperialismo. Segundo a corrente, a riqueza está no espaço geográfico o que vai ao encontro
da ideia de que para expandir recursos é preciso conquistar novos territórios.

O Determinismo considerava o homem com um produto do meio, logo, deveria adaptar-se ao


meio ambiente para que pudesse sobreviver. Para seus defensores, as condições naturais,
especialmente a climática, determinam o comportamento do homem, interferindo inclusive na
sua capacidade de progredir. (ROCHA,2013,p.22).

3.5.2. Possibilismo geográfico


O possibilismo nasceu na França, no final do século XIX e início do século XX, com o
pensador Paul Vidal de La Blache. Para ele, o homem (sociedade) consegue adaptar o meio
pela técnica, pelo trabalho. O termo possibilismo foi cunhado pelo historiado Lucien Febvre –
como forma de confrontar as ideias do determinismo.

La Blache dedicou-se à ideia de gênero de vida, com base na relação entre sociedade e
espaço. O homem não era mais um produto do meio – ao contrário – era o agente capaz de
modificar o meio através da técnicas, das revoluções tecnológicas e da sua própria ocupação e
estilo de vida. Ou seja, o ser humano consegue transformar o espaço, adaptando o relevo,
superando o clima, modificando o curso dos rios, construindo hidrelétricas, transformando
zonas desérticas em áreas férteis.

3.5.3. Método regional


Corrente que enfatiza a aplicação do princípio da analogia, isto é, da comparação entre duas
situações, locais ou circunstâncias.

Também conhecida por geografia regional, essa corrente busca a separação e segregação de
características conforme áreas específicas, ou regiões. Por essa razão, por exemplo, o Brasil é
dividido em regiões, além da divisão política por estados. Cada região compartilha de
características climáticas, de flora e fauna, de relevo e até sociais que a distingue das demais.
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Assim, para entender melhor o espaço e as interações sociais dentro dele, a comparação e a
diferenciação de áreas são elementos fundamentais.

Essa corrente ganhou maior notoriedade na década de 1940, com Richard Hartshorne e Alfred
Hettner, que defenderam a importância de criar referenciais de análise por meio da
comparação dos lugares – a comparação se dá por fatores ambientais e humanos, englobando
aspectos defendidos pelo determinismo e pelo possibilismo ao mesmo tempo. Apesar de
recente em sua profundidade, a divisão geográfica por regiões era já comum no século XIX e
era defendida muito antes por pensadores, filósofos e estudiosos, tais como Immanuel Kant,
no século XVIII, e Karl Ritter, no século XIX.

3.5.4. Geografia teorética ou quantitativa


Essa teoria considera os números como fundamentais para explicar a sociedade e a natureza.
Defende o uso de métodos matemáticos e estatísticos de quantificação dos fenômenos naturais
e sociais para seu melhor entendimento.

Como exemplo claro de utilização dessa abordagem, grande parte dos estudos, dados e
pareceres desenvolvidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
empregam análises quantitativas – entre elas o Censo.

Essa abordagem também ficou conhecida como Nova Geografia quando surgiu, após a
Segunda Guerra Mundial, na década de 1950. Com dados e números, governos podiam criar e
desenvolver indicadores socioeconômicos, bem como de institutos de análise baseados em
recenseamentos para entender melhor a sociedade – entre eles o IBGE.

3.5.5. Geografia crítica


A corrente começou a se consolidar como escola de pensamento a partir da década de 1970,
inicialmente na França, com o advento da obra “Geografia: isso serve, em primeiro lugar, para
fazer a guerra”, de Yves Lacoste. A postura de contracultura dessa abordagem garantiu o seu
sucesso nos anos 1970 e 1980.

No Brasil, a geografia crítica foi defendida por Milton Santos, expoente da geografia
brasileira, que acreditava no papel de denúncia, crítica e transformação social dos estudos
geográficos. Também conhecida como Geografia marxista (ainda que não possua qualquer
influência directa do filósofo alemão), enxerga a sociedade procurando identificar seus
problemas, suas contradições.
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Essa nova corrente foi em muito influenciada por movimentos de rompimento com a
academia e o establishment – protestos “hippies” e contra a Guerra do Vietnã, o movimento
feminista, correntes anarquistas durante a Guerra Fria, assim como críticas intelectuais ao
regime militar no Brasil.

3.5.6. Fenomenologia ou Geografia humanística


A corrente tem como fundamentos os trabalhos realizados por Yi-Fu Tuan, Anne Buttimer,
Edward Relph e Mercer e Powell. A fenomenologia é uma corrente empregada em diversas
áreas das ciências humanas – trata-se do estudo da consciência, uma metodologia filosófica
que ganhou espaço em diversas ciências.

São claras as influências de Hegel e do filósofo Edmund Husserl (1859-1939). Sob o olhar da
fenomenologia, a geografia depende da valorização da percepção do indivíduo e do grupo
social na busca de compreender a forma de sentir das pessoas em relação aos seus lugares. É
uma geografia focada nas relações humanas e sociais, onde o lugar, fisicamente falando,
recebe menor atenção.

3.5.7. Geopolítica
Entre as maneiras de estruturar o pensamento geográfico, a partir do século XIX ganha
destaque o avanço da geopolítica. Nesse sentido, evidencia-se o teórico da expansão
imperialista Halford Mackinder. Por definição, a geopolítica é uma geografia centrada no
poder e na forma com que ele intervém e influencia o ambiente – os conceitos de território,
ocupação, estratégia, delimitação, guerra são essenciais nesse sentido.

Mackinder estabeleceu, ainda em 1904, uma divisão do mundo baseada em duas grandes
faixas circulares, as quais denominou “crescente interior” ou “marginal” e “crescente
exterior” ou “insular”, tendo como centro aquilo que chamou de “Heartland” – uma região da
Ásia Central jamais conquistada por qualquer uma das potências navais imperialistas do
século XIX. Sob sua visão, o domínio geográfico desse “coração do mundo”, em conjunção
com uma saída para o mar, criaria a “potência final” em termos imperialistas. Uma nação
capaz de dominar toda a Eurasia e o mundo.

Apesar da contribuição de Mackinder, coube ao sueco Rudolf Kjellen empregar pela primeira
vez o termo geopolítico que conceituava a ciência do Estado como dominador do espaço.
Dessas premissas a geografia emergiu, no século XX, como uma forma de estratégia e
domínio – e, porque não, gestão por parte de um governo.
12

Na segunda metade do século XX, a geopolítica abrandou um pouco a sua visão imperialista –
e passou a juntar componentes econômicas, assim como diplomáticas. Hoje, quando se fala
em geopolítica, não falamos apenas de eixos de poder e territórios: também falamos de
aspectos econômicos, tratados internacionais, políticas externas e comércio exterior.

3.6. A relação entre o Pensamento geográfico e o Ensino de geografia


Portanto, o professor de geografia deve abordar em suas aulas, questões que possibilite uma
visualização reflexiva da zona rural, urbana, a ligação campo cidade, as mais diversas
culturas, as histórias, as novas linguagens tecnológicas. É neste prisma que o aluno deve ser
incentivado a desenvolver o conteúdo tratado em sala de aula na sua vivência interagindo com
o mundo, aproximando assim, a geografia do real vivido por ele. (ROCHA,2013,p.22).

Nesta fase intermediária da pesquisa percebemos que o ensino de geografia no Ensino


Fundamental apresenta-se como um componente curricular importante na formação de
crianças e adolescentes matriculadas na escola pública, mas o que observamos quanto aos
conceitos, características e estruturas do desenvolvimento do ensino da disciplina, e sua
relação com o pensamento geográfico, decorre de uma fragmentação do conhecimento
geográfico, e que apesar de os professores compreenderem a relevância da Geografia

Críticas, ainda persistem práticas docentes mais próximas da Geografia considerada


Tradicional. Mas ao professor de geografia compete relacionar estes campos para fazer com
que o educando amplie a sua visão de mundo. Sobre essas situações, os depoimentos dos
sujeitos que vivenciam o contexto escolar assim como as suas práticas inseridas neste sistema,
exemplificam com maior fundamento nossos argumentos. (DIFEL, 1982. p. 11- 36.).

Os problemas enfrentados pela geografia, tem deixado parecer que professores e alunos não
possuam um modelo para seguir, como também a opção pelo senso comum, deixando dessa
forma, de interpretar a ciência geográfica visando as mais diversas noções. Actualmente a
geografia é entendida como uma ciência social, mas que enfrenta vários problemas em relação
a seus métodos, a busca de uma identidade, a utilização de novas metodologias para revigorar
a ciência, como também desprender da amarra positivista. (MERCATOR, 2004. p. 07-17).

A relação geografia e educação deve priorizar o diálogo entre docente e discente, o professor
deve ter uma leitura ampla de vários temas, o diálogo com vários textos, e relaciona-los ao
cotidiano do aluno, entender que há uma pluralidade de realidades em sala de aula.
13

Actualmente a geografia é entendida como uma ciência social, mas que enfrenta vários
problemas em relação a seus métodos, a busca de uma identidade, a utilização de novas
metodologias para revigorar a ciência, como também desprender da amarra positivista. A
relação geografia e educação deve priorizar o diálogo entre docente e discente, o professor
deve ter uma leitura ampla de vários temas, o diálogo com vários textos, erelaciona-los ao
cotidiano do aluno, entender que há uma pluralidade de realidades em sala de aula.
(BUITONI & SANTIAGO,2010,p.17-21).

Portanto, o professor de geografia deve abordar em suas aulas, questões que possibilite uma
visualização reflexiva da zona rural, urbana, a ligação campo cidade, as mais diversas
culturas, as histórias, as novas linguagens tecnológicas.

Nesta fase intermediaria da pesquisa percebemos que o ensino de geografia no Ensino


Fundamental apresenta-se como um componente curricular importante na formação de
crianças e adolescentes matriculadas na escola pública, mas o que observamos quanto aos
conceitos, características e estruturas do desenvolvimento do ensino da disciplina, e sua
relação com o pensamento geográfico, decorre de uma fragmentação do conhecimento
geográfico, e que apesar de os professores compreenderem a relevância da Geografia Crítica,
ainda persistem práticas docentes mais próximas da Geografia considerada Tradicional.
(DANTAS & PERES,2005,p.7).
14

4. Conclusão
Desta feita conclui-se que, o pensamento geográfico ao longo dos tempos foi se aprimorando,
como também o ensino de geografia quanto a sua natureza. A imposição capitalista marca o
processo educacional com implicações sobre o processo de ensino e aprendizagem tratados
em sala de aula. É através da concepção crítica que o ensino de geografia, sairá das amarras
alienantes imposta pelo Estado Maior, pois esta possibilitará um norte, para a constituição de
futuros cidadãos, com plena autonomia, capacitados de criticidade, reflexivos, sujeitos de sua
própria história.

Nesse contexto, pode-se dizer que a Geografia Critica trata de questões sociais desvendando
os problemas gerados pelo sistema, propostas formuladas pelos Marxistase nas grandes
Revoluções Socialistas, estudo de extrema importância para se entender o mundo actual onde
reina as desigualdades e as constantes luta de classes. Em parceria com as outras ciências a
educação geográfica passa a estudar afundo movimentos sociais, passa reflectir o passado,
para entender o presente, as transformações no espaço, e os elementos que transformam esse
espaço.
15

5. Bibliografia
1. CAMARGO, Jose Carlos Godoy; ELESBÃO, Ivo. O problema do método nas
ciências humanas: O caso da geografia. In: revista de geografia da UFC. 06 ed. São
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CHRISTOFOLETTI, A. (Org.). Perspectivas da Geografia. São Paulo: Difel, 1982. p.
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3. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2008.
4. HARVEY, David. Condição pós-moderna. 10 ed. São Paulo: Edições Loyola, 2001.
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In:O espaço vivido/São Paulo: FTD, 1996. P.11-17.
5. LACOSTE, Yves. Uma Disciplina Simplória e Enfadonha?EDa geografia dos
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primeiro lugar, para fazer a guerra.19ª Ed. Campinas, SP: Papirus, 2012.P.21-35.
6. ROCHA, G. O. R. O ensino de Geografia no Brasil: As Prescrições Oficiais em
Tempos Neoliberais. In:Revista Ciência Geográfica.São Paulo: Contra pontos, 2010.
P. 14-28.
7. STRAFORINI, Rafael. Dilemas do Ensino de Geografia. In Ensinar Geografia: o
desafio da totalidade-mundo nas series iniciais/2ª Ed. São Paulo: Annablume, 2008.
p. 47-73.
8. VESENTINI J. W. Realidades e Perspectivas do Ensino de Geografia no Brasil. In: O
Ensino de Geografia no Século XXI. (Org.) 7ª Ed – Campinas, SP: Papirus, 2004. p.
220- 248.
9. DANTAS, Aldo. Pierre Monbeig: um marco da geografia brasileira. Porto Alegre:
Sulina, 2005.
10. KAERCHER, Nestor André. A geografia é o nosso dia-a-dia. In:
11. CASTROGIOVANNI, António Carlos (Org.). Geografia em sala de aula. Porto
Alegre: Editora da Universidade/AGB, 1998.
12. SANTOS, Milton. A natureza do espaço. São Paulo: EDUSP, 2006.

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