Professional Documents
Culture Documents
Ordenacoes Manuelinas Volume1
Ordenacoes Manuelinas Volume1
I
/ -
fl.,·
'\-
\ . \
\
. \
COLLECÇAÕ .
DA
.....
LEGISLAÇAO
ANTIGA E MODERNA
DO
REINO DE PORTUGALe
PARTE I.
DA LEGISLAÇAÕ ANTIGA.
oP-
, r, , .- ti :i r C? u., J
fi ~~
" 3· '--' I '-( 0 -·~; . '-'
I Í I
I ~)
.,
•.
.'
..~
, ...
,,
·, ·.·' •t •
ORDENA~OENS -
DO
SENHOR REY
D. MANUEL.
LIVRO I.
COIMBRA :
NA· REAL IMPRENSA· DA UNIPERSIDADE~
ANNO•DE MocçL1f.Xxxvu. ,r ,
r ',
r
~.
~.
\'•
l
PRO L O G O.
.,
\
I
"<
\
\
\
I
I
I
D O P R I M E I R O L I V R O.
IN
i,
\
\
~ . I
\
\\
\
'
\
\ I
. I'
/
PREFAÇÃO
rias, que fizeraó o feu objeél:o : mas , por maior que feja a
àiligencia e perícia deítes Colleél:ores , nunca fuas obras
rem edêaó inteiramente o mal , em quanto por auél:ori-
dad e publica fe naó ch~ga a qrdcnar hum a -Collecçaó , a
q ue -exc.lu fiv <.mente fe dê fo!"ça de ohrigar.
Por mais defeituofa que fcja huma Collecçaó fimi-
lhante , he fçmpre muito util , co~p:uando-fe o dl:ado de
€erteza, e facilidade, çm que entaó fica a J urisprvdencia,
com aqudle, em que efiava (!nteriormente , em quanto
a ndavaó disp~lí-fas, e pQuco conhecidas ipnumerav(li.s Lei~,
qu e mutuamente fe contradiziaó ,_limitavaq , declaravaó,
ou ampliavaó. O Cidadaó tem deíla maneira prefente a
L egislaçaó, por que fe ha de governar , feq1 o risco de dar
obfclvancia a Leis • ql;le ja efl:aó xevoga~\f\s por QUt~as,
I
de que naó te1n noticia~ ·
He verda1e, que hun1 Codigo deíte genero formadQ
de Leis feitas por differcntes Al.lél:ores, e em taó diver-
fos tempos , tem neceífariamente inconvenientes\, que fe '
naõ podem evitar-; ainda qu ~ mlo a fua compofi<[aÚ he en-
carregada a hqmens fabios , e·bem intencionados.
Mas he i9ualmente certo ' que amm OS- Romanos' a
quem tivemos por Mefrres neíla fciencia , como nQffos
maiores feus ildmiradares , e imitadones 1 fe pre que fe
propofcraó orden~r hum fyfl:ema de r !egislaçaó ' ou foífe
por arbituio p;articular, ou por auétoridade publica , naõ
tiveraõ ontras viíhts mais , que colligir as Leis anteceden-
t~s, e referi li<,LS' hum as vezes pela ordem de fnas datf!S ,
outras pela da~ materias refpeél:i vas ; de manei1·a que longe
de
Ilf
(a) _ Pode ver-fe o Catalogo del1:as Leis , ou ao menos dug mais importan,te~ ~,
aSynop. Chrollolog. _Tom. I. defde pag. 9 7 até p_ag. 176. '
'Vi
Era portanto nbfolutamente necelfati o recolher em
hum corpo a Legislaçaó d!fperfa ; e os graves incommo-
dos , que refultavaó do grande nu~ero de Leis extrava-
gantes , feitas depois da publicaça6 do Codigo Affonfino,
baftaria6 para fe dever entrar neíla obra , ainda quando o
dito Codigo naó tiveffe defeitos , que foiTe conveniente
reformar.
Sendo pois tal o eG.ado da Jurisprudencia Portugueza,
quando o Senhor D. Manoel fubio ao Trono ; e fendo
- -
efre Príncipe por extremo diligente na e)(pediçaó de to-
dos os negocias pertencentes ao bom governo de feus Rei•
nos ; com razaó fe pode conj eéturar que logo dcfde o
.p rincipio meditaria ordenar hum novo Codigo, e que efl:e
projeélo cobraria maior força , depois qtte o numero de
fuas proprias Lei s augmentou a neceffidade ,- que já ha-
via, de fimilhante C ompilaçaó.
Elle com effeito começou logo a dar providencias fo-
bre alguns artigo:1 , que mais as exigiaó; porque talvez
.diflrahido com os graves cuida?os do governo lhe naó
era ainda poilivel entrar na vafla empreza dâ reformaçaó
do Codigo Nacional ; de maneira que efla importante obra
!ó v&io aprinci piar- fe 1 fegundo parece, no anno de I 505,
que era ja o decirr10 do fcu Reinado, · \·
~e o dito ~nno folfe a epoca , em q te ella princi -
piou 1 fe colhe com toda a probabilidade da combinaçaó de
.d ous lugares da Chronica de Damiaó de Goes, (a) com
hum
Ora a Ordeno~~ó antiga naó pode fer fenaõ o Codigo Affonfino no lugar ~itapo •
Gujo lheor he o feguinte: item fomos certo, que per uftmça antigafe acojlumou lon-
g a mtllft, fjlli! o marido , que acct'[ava a mulher de adultcri.fJ, lhe pr;día. perdoar,
~reconcilia,· em todo, o tempo ; c ln11lo rpte a.. pedia , logo lhe era. cnt,.egue , quando fá-
mente era accufada em cafo de fimpres ad ulterio. Porem Ma11damos , e pocmos po~
·Lry que aify fi cumpra , e guarde· da qui eln diante, porque acha"mos que talrifn71•
xa he guafi con_fLFrme afJ Direito tJmtzmunJ em fa7Jor do .Ai11rimonio. Do que ígua.J.-
mentc fe prova que o Affento, referin•do-fc á o,·d.m:çaú antiga, naó teve em vifta I
Lei alguma anterior ao Codigo Affonfiuo , mas o mefmo Codjgo, c.nde pela pri- \
me ira vez fe fe;. aquella declaraçap , por fer conforme naõ á OsdÓilaçaõ anterior,
mas á ufança, r analogia do Direito Commum. ·
(a) O Affento de2o de Dezemqro de T499, que applica a hum dafo fimil ante
a determinaçaó do Codigo Affonfino Li v. 5· Tit. 17. explica.fe neftef termos : s,.
guJJdo a Jbmm da Orden"ça6: Livrinho da cafa do Civel f. 22. v. O de 15 <le
Mar~o de r5 02 cita~ Ord, dofiv. 2. noTit. de como oJudeo t:oliverfo áflde
Jifus CIJrifk deve htrdm· a.feu Padre, e Madre : Tom. 3· dos Livros ined itos, pu-
lllicados pela Academia Real das Se iene ias de Lisboa pag. 582. O de 26 de j'vfarço
de 1505, que amplia a Legi sl a~ai) do mefmo Codigo Liv. 5· Tit. r6, ex rime-fe
por efras palavras: ulm1 das pmnr da Ordenaça"5: Livrinho, ibidem. UltimaJnente o
de 29 de Agofro de 1511 , que declara o Tit., 67 <lo citado Li v. 5 do mefmo. CÓdigo ,
ufa defra expreflàií: E 'I"'
nejla mmtdmft!-pratique a Órdmaça6 .' ibidem-f. z.}.
(b) Artigo Joaód'Liregas, Tom. 2. pag. 71'2. da Bibliot. L.u.fitana.
Ordenaçaó Manuelina fora im_preffa em Lisboa por J oaó
·de Kempis no anno de 1512: e por certo que a auélori-
dade de hum Efcriptor taó grave , e verfauo em no~
coufas , m,mca deveria fer defpre[ada , [em que razões
muito fortes o exigi[em ; quais naó podem reputar-fe as
-que _contra elle ordinariamente fe allegaó.
He vexdade ·que Barbofa molha ter ideas pouco exa- .
élas .da Hifl:oria da no(fa Legislaçaó , em quanto fe perfua;.
-dio que o Codigo ordenado por Joaó d'Aregas era o mef-
mo Codigo Affonfino , e que elle fe imprimirá em aquelle
anno de I 512 ; mas eíl:a falta de noticia de hum faélo an-
:tigo, e pouco averiguado em feu tempo, naó baíla pai'a ~he
«''egarmos o credito , quando affirma pofitivamente huma
·coufa, de que podia ter conhecimento, ou por haver viílo
algum Exemplar da pi"imeiraEdiçaó do dito Codig9, ou
.por achar a quella memoria em algnm dos livros, e mo-
numentos, de que fe fervia para a compofiçaó da fua obra,
-e que teve o defcuido de naó apontar.
Tarnbem naõ parece bafl:ante razaó rara duvidar deíla
auéloridade o defejo l que o Senhor D. Manoel mofl:rav~
'ile v.er con.cluida a mefma obra ; que1·endo dahi concluir·
fe, que o;; Compiladores naõ confumiriaó nella todo o tem-
po, que mediou entre .o anno . de r5o5 e o de 1512; por
que · efle efpaço naó deve parecer longo a quem attender
qu.e o Codigo Affonfin.o , mandado fazer pelo Senhor D.
Joa.ó I., fó fe acabem no_ Rei n~do de [eu Neto , e que o
methodo adaptado pelos Compiladores Manuelinos ( d~ ~
que logo fe tratará) ainda devi·a fazer a fua tarefa mais dif-
ficil e vagarofa. b 2 Aflim
.
XfJ
XIJ>J;
•
XIlii
•
e naó huma Collecçaó de Ordenações feitas por. d·iverfos-
Principes , e em differ'ente.s tempos.
Porem. , como nreuniaó de fragmentos colligidos de
lugares defvairaclos naó pode fo:mar hum todo exempto de
deformidade , por maior difcriça6, com Cj_lle fe faça a efco-
lha dos meímos fragmentos ; he muito provavel qne fe
eonh~ceffe logo a neci';Hidade de ap~rfeiçoar a nova Com-
pi laçaõ, mo(lrando a experiencia que el~"})elo methodo.
com que fora comporta. , tinha augment~ obfcuridade
e confufaô das Leis , , em vez de as pôr em maior clareza
e em mefhor ordem.•
Naó nos devemos pois admirar de que a Ordenaçaô,
Manueliua fahiffe já cof!'igida e emendada nefia fegunda.
Ediça6 de I 514; muito mais , ·vendo que ef1e novo traba-
lho. do- Chanceller Mor , e de Ieus Collegas , naó bafiou
' ainda p:ua fatisfa-zer o defejo, que ·tinha o Senhor D. Ma-
noel, de deixar hum Corpo perfeito. de Legislaça6 Patria . ;
empenho por certo digno de hum Rei , qué coníiderava·
a feliódade dos po-vos, como o monumento - mais folid0 e
ermanente de. fua gloria.
Foi tambem o reinado defie Príncipe mui fertil em n0•
vas Leis, e Regi rnentos , qtLe alterara6 no.taveln~ente a Ju..
r·ifprudcncia: Portugueza (a); e por coníeguínte cre~éia a
nereffiJade de as ·ínfe.rir na Compilaçaó , para mais facil:.
mente fe confervarem e conhecerern.
Eis-aqui as confideraçoens. E{lile o móveraõ · a recom-
mendar no teíl:ament~, que fez em 1517• que fe acabafferrt ·
de
· (a) Syllop. 'fpm. 1. pag . . l7 5. e feg,
:Xvi·
(a) Soufa : Prov . da Hilt Genealog. da Cafa lt. Portug. Tom, l. pag. 333•
( b) Li v. I I. Ti\. 3. Cap. 9• ~ · 4· ' I ,
( () P art. 1. Dec. 2 r r. n. 6.
.(1) Veja-fe o Li v. z, '!'it, 37· ~ · 13. ibid. Tit. 47 · pr.
xvrr
Huma das maiores difficuldades , qúe te encontraõ na
Hiflori'a defle Codigo , ·h e affignar os. feus Auél:ores ; por.
que nem exifre a Lei , que o mandou ordenar, ou outr<~
91
Porque . as Ordenaç5es do Reino feitas por man~
, dado d'ElRei D. Manoel, que fanta gloria haja ,
, por Chrijlovaõ Ejleves tçm muitas coufas contra o
,.. Direito Canonico ., e que féguido &c. (a)
Havendo pois taõ fortes motivos para julgar' que foi:aó·
Auaore~ do Codigo d.o,us _ dos auétorifados para fubfcre- .
ver os Exemplares, parece fe devem con.tar no mefmo nu-
mero os mais, a quem fe fez a· mcfma l;wnra ; principal-
mente, obfervan,do-fe que o Senhor D. Joaõ III. por feu
Alvará ,de 17 de Julho~ de I5-33 nomeou para iubfcreverem,
os Exemplares da< nova Edi.çaõ , que meditava, dóus d'en-
trc efl:es mefmos ; a faber, .'o Doutor Pedro Jorge , do feu
Confelli\0 , ·e. Chanceller da Cafa do Civel, e .o Doutor
Chrifl:ovaõ EO:eves, Defembargàdor do Paço e Petições •. ,'
Em quan.to porem nos· p€rf~:~adimos , que trodos efl:es
Defembargadores tiveraó alguma parte na compofiçaõ . do.
Co~go, naó negamos que nelle trabalha!Te affim o Chan;-
~eller Mor Ruy B-otto, como o feu fucceffor Ruy da Gráa.
Os Auétores de(l:e Codig,? feguiraõ -tambem Ó plan~
os anteced~rites ; mas_ fi.zeraÕ' nelle naõ f6 aq uellas· altera-
C2 ções,
'(a) Dell:a affitmaçaõ dos Prelados naõ fedeve deduzir, que elles reputavaõ·Chri-
fl:ovaõ E!l:cves unico Aué1:or da Compilaçaõ ; ma~ que julgavaõ, que elle tinha ti-
do parte na abra, . ou talvez, que, fendo o Li.v. 2. das Onf. affento dos lugares
de que elles feaggravavaõ, nomeaffem o Compilador, a quem tiveffe toaado por forte
Q~denar o mefmo Liv. Nem fe pode acreditar, que huma rcformaçaõ de tanta
impmtancia foffe enca~regada a hum fó homem. , por maior que foífe a fua au-
é1:oridade, , quandQ para a fimples correcçaõ de 1514 fomõ D eputados co')' D
Cl1ancellcr Mor Ruy. B'ottoJ outros LetYados do Ce>nfelllo e Defembargo d'EIRei.
~alquer defhs conjeé1:uras tem mais proba.Dilidade· do que a fuppofiçaõ , de que
homens in!l:ruidos ignoraífem il.um faél:o taõ reccnLe; até o ponto de imagi 11are1n
'lUI\ ,era Aué1:or aqu,e!le, 'lue fimplesmente fubfcrevera os Exemplares.
XX
1 '
ufo, que os Compiladores effeétivamente fizeraó defl:a li-
' .
herdade , irítroduzinflo alguns Títulos, e §§. ~avos, que
nem fe encontraõ -nos Codigos mais antigos, ne efl,1 Leis
pofl:eriores , e que, paios termos em que faó concebidos ,
· fe
XXV·
XXVI
I
\
:XXVII
'\
\
F O N'-
FONTES INTERNA$
LIV ..
LIVRO I.
Extravttg.
Tit.·li. Ti.t • .1. T.it. 'I, * C art-.de ~3 de Julh. an.
de .1452, e 19 de Outub. de
1473 ., e Cart. a f. 29 v. do
liviinho da Cafa da Suppl. ,
:Ined. daHift. Portug. t. 3•
pag. 562.
§. 8. • * Cart. ders-d'Abr.ôe I5I'9•
.S:Ynopf. Ohron. t. ~. pag.
234• .
- * Aíf. de 26 deJan, de 1478,
. -.!oporem •e outl'os a f. 2.6 v. do livri-
nho da ;Cafa da Suppl. , e
tde 21 de Novemb. de 1-4-76;
. Ined • .da Hift. Portug ..t. 3•1
I
P~· 538 n. 12 e pen.; Sy- \
nopf. t. I. pag . .no. ,
Ibio, v. Bnos - Aff. 1<1. , fem data , do Se-
outros nhor D. J oa6 II. na Syqopf•
. I
Chron. t. 2. pag. 305, e o
de "12 de Janeiro àe 1478.
Aff. fem data , no livrinho
da Cafa.- da Suppl. f. 51 ';
lned. t. 3• pag_. 572 n. 24;
;J!; Aff. de 14de Fev. de 1478,
L.ea~ P. x. t. 5· L. 4·
Fo.NT. !NTE.RN. no C. MAN• DE ·1521. :x~xv
LIV.I.
I 52 r, 1 s14. Aff. ExtraV,ag.
• Synopf. Chronol, t." 2. pag.
305 ; Ined. da Hifior. Por-
tug. t. 3· pag. 572.
§, 27·V• A Aif. do ai~. de 1457, Jan, 4-,
é fJ«and(J livrinl;o da Caf. da Suppl.
f. 21 ; Ined. daHifl:. fg(t.
t. 3· pag. 551•
• O mefmo , 2. duvida.
- * Aff. ne livrinho da Caf. da
Suppl. f. 1:1 v. ; Synopf. ·
Chron. t. 2. pag. 305.
§. 34· - * Ord. de 31 de Março d~
I so6 i Corp. Chron. :p. 3·
M. 3· D. g--; ,
* C. R.
ní\ Synopf. Çhron.
t. 2. Ng· 307.
- *C. R. iqiQ.. pag. _3 o8.
- * Aff. no livrinho da C~f. da
Suppl. f. s6., nf\ Syn.Chroq.
t. 2. pag.3o5; lqed. da Hil.l.
Port!Jg. t. 3• pag. 576.
it. 2. Tit. 2. Tit_. a.
- Alv. de IO de Dezembro
de .1518 ; ~ynopf. Cbr91}•
t • .,:. pag. 231 •.
l'i.t. 3·
I
Tit. 4· Tit. 4-· * Alv. de 4 ds: Fev. de Xff-90)
§·7·~ fe~. ibid. pag. 127. -
C2
xxxvi FoNT. lNTERN. DO C. MAN. DE 1521.
LIV. I.
152 r .. 1514. Aff. Extravag. ·
T.3.§.xt. - *Alv.de27deMaiodei5Y-'?•
ibid. pag. 218.
- AIT. no livrinho-da Caf. da
Suppl. f. 24 ; lned. da Hiít .
Pormg; t. 3· pag. 555·
.
§.IJ. - *C.de13 de_Nov.de 1478,
P. H. G. t. 5· pag_. 461.
·Tit. 4· Tit.4.pr.
§§. 1.'2.3·
4·5·e6.
§. 7· - * Alv. de 4de Fev. de 1490;
Syn. Chron. t. x.pag. 127.
• *Alv. de 26 de Jul, de 1516
f. 39 D. N;L.
Tit. 5• - Tit. 5.e Tit. 5· * AIT. de 5 de Fev. de 1488;
L. 5 .t. 5 2. Syn. Chron . t. r. pag.124; 1
. I
e 105.
:Princ. e
§§. feg. T. 105.
§·.7· L.5.t.52. L. ·~.t.56. I
I
e L.x.t.5.pr.
§.8. ~ * Aiv. de23 ele J J de 151 ,
ibid. pag. 172.
L._s.t.63.
§+
- AIT. de 15 de Janeir. anno
~e 1443, ibid. -pag. 30.
FoNT. lNTERN. Do C. MAN. D.E 15 21. xxxvn
LIV. L
1521. 15r4. Aff. Extravag.
T. 5. §. I 5. * A !f. de 5 de Fevereir ..de
1488 , ibid. pag. I 24.
,: Tit. 6. Tit.6,e Ti.t. 5· *Aíl'.dc6de]an.der486,e
L.5.t.5~· de 5 de Fev. de 1488, ibid. ... .
Fo · · ·· pag. 121.
§·5· · L. 5 .t.sz. L.s ..t.5 6.
§.6. - Aff.desdeFev.der488,íb-.
§. 7· Ibid.
§.8 .. lbid •
. Tit.7. Tít. 7· Tit. 6.
§. I. v, e Aff. no livrinho da Caf. da
ejlo . Suppl. f. 26; Ined. da Hiíl: •
. Portug. t.3; pag.557· n.u .
. 6. · . - · Aff. de n de J ulh. de IA-741
Synopf. Chron. t.l. p. r"o7.
it. 8. .. - *L. de q: de J un. de I454;
Liv. 2. do MS. Aff. d'Al-
co baça f. I 73 v.
~· 7·
'
A!v. de 6 d'·Abril de 1517,.
f
Synopf. Chron. t . I. p. 217.
ITit. 9: Tit. 8. Tit. 7· * A{f. de 3 d'Abril de 1486,
ibid, pag .. I 2I,
Tit. IO. Tit. 9 .. Tit. 8.
Tit. 11: Tit. 10, Tit. 9· Alv.de 28 de Març. déJsq.,,
i bid, pag. I 76.
Tit. 12.
Tit. 1 3 . Tit. II. Tit. IO.
xx>tvrrr FoNl'. INl'~N. no C. MAN •. D& 152r.
LIV.l.
I 52 r. 1 5 I 4· AJJ. . Extravo.g.
T. IJ. §. I:l. - • Reg.dez6deFev.der474;
L. I. dos Di r. R. de leitura
nova f. 52;* C~rt.de Lisb. de
1498 c.54,ed'E.vora de 1490
c.44, e Sent. ou Determ.R.
de 21 de Març. de.x 51 I, Syn.
t. 1. pag. 168; L. de 19 de
Jun. de 1518; Liv.deLL.do
Senh. D. M. f.6o v;~ Sent.
de2.6 deJulh. de1453i L. 2
do Cod. Aff. d' Alcob. í. 171.
Tit. 14· Tit. x~. Tit. 6o.
Tit. xs.T.[3. ~ T. 5.§. • Cart;de29deDezemb~do
L.s.t·77• 34.efeg. an. de t46o; L. da Ex.f.5t;
L. B. do Port. f. 31.
L.s.t;n.
lbid.
Tit. x6. Tit.J4.. T.n. *L. dezode Jan.de q85;
L. da Ex. f. 124.
Ti.t. 17. Tit.fS· T.rz.
Tit. x8. Tit:1;6. T.I4.
Tit. rg. Tit.17. T.15. '*'Cart. de~ deJu h.deiSI9i
e x6. Liv. das .II.IL. e Reg. do Se-
nhor D. M. f. 39 v.
Tit. zo. Tit.~:H • . T.15. e 16.
§. ~2. * LL. de 4 e 20 de Març.de
1465 , Leaó f. 4-0 , c f. 4~·
FoNT. INTERN. DO C. MA.'N.. DE I S'2.I.. XXXIX
LIV. I.
1 Sz 1. l 5 14. .Aff. . Extravag.
- *L. dexscleMarç.deq6s,
de io d'Agoft. rl.e 146S ,.1rb.
'i.3_9; e 25 ·de Març. de'l47,o,
L.da Ex.i.242 v.ib.f.gsv.
§.,.
T :it. 27. !.ri.t. 4'$· lfit.o.2. e 32.
L.5. T. xos.
:ilit. 28. T.i•t. 418. 'Tit. 33·
~ 29. Tit. 24. .Prov. tle 28 d' Abr. de r~JI6,
e de 23 d'Ag. de 1518, Col.
de Leaó f. 29 e 30 ; * iteg•·
de28 de.Abr. de 14g6.
- Ditp Li1v.. :f. ~9 v.
Tit. 25. < '
Tit. ·2:_4.
T-it. 25·
'r.it. zv. ·lf,it.98• -* Aíl. de x8 deJ unh.deJsx8·~ .
do L.5.. L.das pofles da C. C. f.1.-8 t•
Tit. 27.
lfit. a.8.
- * Sent. ~de2'6,d,eJul. de:14,53; .
L. 2. Aff. deA!cob. f.~JJ:o.-
_ ___;_ .... __ ).
xr. FoNT. lNTERN. oo C. MAN •. DE 152r.
LIV. I.
152 r. 1514. Ajf. Extravag.
Tit. 36. Tit. 31.
Tit. 31· 'Tit. 32r.
Tit. 38. Tit. 33· Tit.r3. *L. de2o de Maio de 14-84;
L. da Ex.f.73 v.; Ord. de 4
de Julho de I 5 r 5 ; Synopf.
Chron. t. I. pag. 200.
§. 4· e 5· - Aíf. de 6 de Fev. de r_5r2,
ibid. pag. 190.
§. 17· L.3.T·5I·
§; 13· L. 3· t. r8. L. 3· t. 22.
§. 32. in -/ Detenninaç. de i de-Julho,
fin. an.de 1434, ib. p.27; e I7
deJunh.dei502, ib.p.I59•
§. 33· L, ,..de 3· d'Abril de 1500,
ibid. pag. I 56.
Cort. de Lisboa de 1498 ,
Art. ro.
Tit. 39· Tit. 34· Tit. 23. - , \
§.40. - Cort.ae Lisb.de r4g8, Art.
r8 e 28 ; e* Cort d'Evora
de 1490, CaP,. I 6.
§. 45· :.. Ditas Cort.- ó;ap. 2.
Tit. 40 •
.Tit. 41. · Tit. 35· Tit. 24.
Tít. 42. . - T-it. 24. * Cort. de Lisb. de 1498 c,6.
Tit. 43· Tit. 36.' Tit. fin. -
.§ .xz. - ~t< Cort.de Lisb.de 14g8c.37·
FoNT. lN'rERN. no C. MAN. DE 152!. xxxxr
LIV. I.
IS2I. 1514. A_f. Extravag.
Tit.44. Tit.37.e T.25.e26.
L.s.t·53·
§.I, L. 5•t.34•
Ver(. eJ~nd11 A!v. dP-29 de Julh. de lSI6;
Synop. Chr. t. r. pag. 206.
Cort. de Lisboa de .I498,
quaes Art. 14.
§. 4!. v. l - L.3-.t.. 38.
fendo
§. 43· l/, ~ Ditas Cert. Art. II.
paffanáo
§. 45· L.s.t·S3· L.s.t·59· Ditas Cort. Art. u.
§.46·47·e48•. lbid.
. so. L. de 26 de Nov. de 14-99;
Synop. t-.- I. pag. I 54·
. s6. Cort. ·de Lisboa de 1498 .,
Art. 42.
• 71. Cart. de 28 de Março de
1518.; Syn. t. 1. pag. 20tf..
Cort. de Lisboa de 14-98.,
Art. 49·
lbid.
* Provimento do Correged. '
de 13 de Setembro de 1486;
Liv. 15 das Ver-. do Porto
foi. 23. v•
. s. L. 3.t.xG> 9• L. 3.t. qs. f
xxxxn FoNT. lNTERN'. Do C. MAN. D·E I 52·r..·
1.1V. I.
1'5'2· I. I 5 I 4· Aff. Extravag~
..
Art. 49~
§. z-g. * A:.iv. dê 20 d' Abr. de 1487;
LivL 15 das Ver .. do Porto
fol. 70 •.v·.
§. 18; Car.t. de Lisbpa de 1498 •
Art. 50.
* L. fem.data do Senhor D.
Joaó I I. citada em o Acord.
, de x8 de Novemb. tle 1497;
Li.v. 19 tlas.Ver. do Porto, .
I
I
8 de N ov. de ' 49-3 ' rYTIOJ.il.
t ••x. pagJ.Í33i Reg. d'a Faz,
"
/
' L I V R O V.
Tit. r. - T. 4.e 71. 'T it. 4·:
P rin cip. v. e .Cart. 'Regi:: de I I d'A gofio
pronunciando de I 5 2 0 , Syn.--t·. I. p . .247
e .feg.
:§. 2 . Tit. 7r. Tit. 88.
§. 13. e L4· Cort, de Lisboa de. 149~,
_Art. 4 1.
T it. 2. Ti t. ~· T.1.eL.2.t.54·
Princip. ... L.2.t.94·e 120.
§.I. L.2.t.96.e 122.
Tit.3.. ':fit·3·• Tit. 2.
§. 9· L.2. -t·53·
'T it. 4· Tit. 3.· Tit. 3~
T.5. pr. v.e ~ Cort. de Lisboa de 149S i
11om paf!àraõ Art ..I2.
T it. 6. Tir. 6. T.5·39· :,. L. de 7 d'.Abr. de r5o'6,
. ' e .82. Corp. Chr.'de LL. do Se-
- nhor D. Man . .P. x. Maç.o
"' ·2. de LL. n. 16.
~Tü·. 7· .. ,T jt, s..-. Tit. 38. i
LXVl FoNT. fN'r'ERN·. oo. C. MA-N.• DE .qzr.
L.IV~ v.•
152r. I5lf. A./f. Extravag.
Tit.8. Tit. 7· T.37·.€J81
'
Tit_. 9· Tit. 8 ... Tit. 38.
Tit. I_o. Tit. 9·. T.32.e33• '
§. 7· L. de 25 de Julho de 1514,
Syn. Chron. t. I. pag. 176.
§.~o. A! v. de 27 de Jul. çle 1-51:9 ·
...
* Arr:..de 23 de Março de
15?1, ib. pag. 157, e· 235·
Tit. II. Tit. 9· Tit. 33·
~•. 2. Alv: de 27 deJul. de~ L5I'9•
Verf. (Je * Re(oluçáó de 23 de Matç.
cqm el/a de t5o1 , ibid. pag. 157·
Ti-t.y~. Tit~ 10. Tit..1-7. *L. de I7 de Abr·., de xso6;.
Corp. Chr. P. 3• Maço 2.
de L f,. n •. r:7.
Aff. de 20 ~e Dez. de I499P
li:vrinho da (;a f. dt~ C. f,zz ~
Alf. de 2 de Abúl de (50:1 ,
I ·, f·• 2J•
.· .1'•b'd \
Tit. 13·
Tit\0 14· Tit~ I-L Tit·. 6.
Tit. 15. Tit. 12. Tit. 7·
§. J!<i . ... - Ti-f" I z.. *-'kfl': ue3o.d' ~gGít. dertj:7(3·,
,
.
L • veFm.; I ned. t.3.' P•470·
\
~ An:. de 6 d.e Maio de xsrz,.-
. \
·livrin. da Caf. do C. f.2(1-.v.;
Air. de 2 ô'At>l'· d~ l5ó:t-,
ibid. f. 23· v..
FoNT. INTERN. Do C. MAN. DE I pr. .~>xvu
LIV. V.
152 I. 15 .14. Aff. Extravag.
T. 15. §. 6.. Atf. de I6 d'Abúl de 1')1·8,
ibid. f. 28.
Tit. I6. Tit. 13· T.it. I8..
Tit. IJ. Tit. 14· Til. 2'3-"'
Tit.t-8. Tit.I). T.u.eq.•
Tir. 19. Tit. z6.. Tit.l4-·, * A!r.de6deMalode 1512,
dito livrinho f-24. v·.
§. 3· v. e t}l9 Ibid.
Tit. 2o. Tit, .17. Tit. I5·
Tit. 2r. Tit. z8. Tit. 25. -
Tit. 22. •
§.r. v. e
pojlo
.§. 2:. v. Pe.rQ.,
§_. $·
·-
§. ~· ·
do -, e * o Afl: feguinte,
Aíf. de 27 de Jnn. de 15r6,
f. 26. v., e Alv. de 23 de
Ow. de r 5 r 5, Syn. Chrou.
t •. 1.. pag.~~QO,
\
Tit. 48. Tit, 4-Io Tit. 40. * Alv. de 27 de Novemb. 'de
e 41. I5I3, Syn. c.hr. t.x. P·I7S•
§. 4· Tit. 4-o,
Tit, 49· Tit. 4-:l· T.44. e 57· e
_I,. 3· t, 123·
/
T-it. 97·
Tit. 98. Ti~. 91·
§. 2· . L. fem. data na Syn. Chr.o .
t,._~, l?a&· 3o6-.
FoNT. !NTRRN. oo C. MAN.
LIV. V.
I 52 L - I5 14· A/f.
T. 98. §. 3· .JC- Aff.de 30 de Nov.de 14-7S'•
L.venn.; Ined. t.3·. P·SII·
Tit~ 99 . Tit. 9 s:
Tit. too. Tit. 99•
Tit. Lor. Ti.t. 91. - *C.d'Ev.de149o,Cap.34-·
· . :Tit. to2• L de 27 de Junho de 1504 1
Corp. Chr. P. 2. Maço 2.
de L L. n. 1 o ; e L. de I 7
de Out. de 1499, Synop.
-Chron. t;.; x. pag. I-53··.
Tit. IOJ·
'Pit. xo4. Tit. xo~.
'l'i't. 105· Tit. IOI'.
Tit •. Jo6. Tit. ro.3. Tit. 96.
Tit. 10.7. Tit. J:o6 •. Tit. 67 . .Mr. fem dnta,. no livrj~hc)
estt- da Cafa do C. f. 22. v.
'Princip. ..- Aff. de 29 d'Agoll.ue xsn,
ibid. f. 24·
1t. xo8. Tit. I07·
it. zog.
Tit. zo8. L. da E:x:·. f. x8s, e Liv. r;
do Goad. f. 217. v.
Tit.ux. Tit.44· Tit.46. *Ord. dezd'~g.dersoz,
Syn. t. I. pag. 'I04, ibid~
pag.ro8.
Tit. 112. Tit. 109. - - "'*L, de 19 deOut: de 1470,
e 31 de Agollo de 1474 ~
k 2 Corp.
:LXXVI FóNT. lNTERN: DO c. MAN. r;E I 5H.·
LIV. V.
l s.z·l. .l sI 4- Aff. ) Extravag . . T
'I I~
Corp. Cnr. P. 2. Maço 2.
de LL. n. I 2 , e de 3 de
Nov. de 1504, e 12 deJun.
de 1515, t6de Dez.de 1517;
L. dos Regimentos, e LL.
do Senhor D. M~n. f. 35 ;
L de Jan. de 1518, 15 de
Fev. do mefmo anno , ibid.
f.44·
L. de 19 de Out. de 1470,
Synop. t. 1. pag. 104.
§.25. *Alv.de4deOut.dei512.·
Tit.113. Tit, no. - - *L. de xso4, Corp. Chr~
Maço :2. de ·LL. IWI4··
L.· de 1 3 . de Set'. d-e·t49/l ;
Extr. de Leaó f. 210. v.
I
\
\
I t
·. • J
•J .I. '{ ;
..
TA-
LXXVII
,; ·TAVOADAS, OU INDICES
'·
Do Codigo Manuelino de I 5 I 4·
"
>J
.
nadc\r d;1 Cafa do Civel ,, fem numero algum; e poriffo
o 'Livro, que verdadeiramente confia de
~
LXIII Títulos' • .fe
• • I
diz no exemplar que tem LXI.
C. A. O. A. T. G.
Por baix0 o titulo do Livro, que começa, com o L pre-
to, e fegue-fe até o.fim com tinta encarnada *a fórma
fegninte. , Liuro primeiro das ordenaçoes cõ fua ta:"
\
, , uoa-
(a) pag. XIIIT.
(b) Daqui fe infere manifeftamep:te, que .todas as nofià11 CompilafõeS fuppoem
as doutrinas dos quafi contraB:os, jll•• que feus AuB:ores deixaraõ de tratar~defta,
m>teria, por- fc perfuadi'r em, que no determinaç6es do Direito Romôlllo erao fuf.
lkic.Q.tCi, e em t~~~~~ confonnçs i j1Hlifa , e e'luidad;. '
INv:tcEs DO CoDIGo MAN. DE r 514. LXXÍ:J!:
,_, uoada .• que afigna os títulos: & folhas: & traÇ.'tafe nelle
,., dos officios de noffa corte : & da cafa da 'fuplicaçâ : &
, do ciuel: & daquel'les que per Nos teé carrego d~ 'mi.
,, ilhar dereyto: & julliça. Nouament~ corregido na fe-
" güda épreffam. Per efpecial rnâdado do muy alw &
, Ínuy poderofo Senhor Rey D~ Manuel noffo Senhór :
, Foy emprimido: Com priuileg,io de fua Alteza , ( co1n
tinta preta. )
No verfo da folha tem o fe~~.!Ínte ~
, Segue-fe a t.auoada, pera fe por ella achare . os tí-
tulos deíl;e 1. liuro das ordenações dtdtes Regnos,
Como
LXXX IN orcEs DO Coorco MAN. DE r 5q ...
Como cónhecera cada veedor dos feitos , que "
lhe viere per detlribuiçã, e fara audiencia. fo. xij.v-
Como as fentenças e cartas outras ferã affi~
nadas per dous veedores. .
Como pelas manháas defembargarâ as partes,
& aa tarde oferuiço de E!Rey. t•
Sobre .quaes pelfoas , e officios hão de proueer
os veedores da fazenda.
Como cónhecerã per auçã noua na corte & a
cinco legoas: & a conthia em que fará fim
nos contadores , e juize~ das cifas. fo. xiij.
O que ha de fazer o contador moor de li~boa.
Como c6nhecerã os veedores das demandas
mouidas pelos rendeiros ou almoxarifcs, po-
íl:o que fejam fobre dereytos reaes. fo. xiij. v.
Cónhecerã de todollcJs feitos mouidos contra
os officiaes da faze 1nda fobre perdimento de
feus officios por erros , mas o crime remet- 1.
terá.
Qye cónheçã dos feitos de uns officiaeS com
outros , ou com qpaefq uer outras pe[oas fo-
bre coufas tocantes aa fazenda d'ElRey.
Como cónhecerã fobre os· defcontos & en-
cãpaçóes.
1
Cónhecerâ dos con~ uyos. fo./
Cartas & defpachos, que pertencem a no!Ta
fazenda, e a nella liurarem &"fazerem, foro
eft.es feguintes.
JNDICES no· Coorco MAN. DE I 514. I.xxn
-"'.
INnrcas Do Cóol'~o MA~. ·D~· .J 5r -f.~~ .u:~·ltU
Tit. xxviiij.• Do prometo r da jtilli~a i: & do fltle a ·
feu officio per~e:nce. fo. lv. "·
Tit. xxx. Do fcri.uam dar chancelaria: &.do que a
feu offici0 pertence. . fo. lvj.fl.
Tit. xxxj. Do fcriua~\ que teé. carrego de. fqli- ·
citado.r da jufti.ça. fõ. lvij.
Tit. Xxlflij·• .!;:>os fcriuaâes que efcreuem perante
os defembargad0res ., &. fobiiejui:z..es., &
mmidares da dita cafa. io. lvij.v.
Tit. xxxiij.. Dos procurach>res: & dos que nó po..:
" dem feer: & dos que os nô podem fazer. fo.lviij .tt,.
Tit. xxxiv. Dos con:eged[Jres das comarcas: .& as
. coufas qu~ a ftms offic;ios. pe!itenee. fo. lxj.
Tit, xxxv. Em que modo há de enquerer fobre o
corregedor clá comarca, quando acaba o
tempo de feu officio. fo. lxvj. fi.
P R 0- ·
/
PRO L E G .U O.
, ·DOM Manuel per graç;! d•e Deos Rey de P<Jrtugal: &
., dos Algarmes rJ!aqu.em & dalem maa·r: é a Afúca fenf.lot:.
., de Gu i:nee: & da conqtFiíla & nauegaçam & comer-
tr ·cio d'Etiopia: ArabÍ:}: Perlla·: & dia India: a todos
, nolfos fubditos & valfallos fa-ude &c. Cõfi.r~e· noi
,. quá necefaria ern todo ~empô he a jMf.li·ça r alfy' na paz
, 1 · é'omo na guerra , pera boa ·gouernáça & c&níeruaçã de
., toda Reep~:~blica & e!làdo real: a qmrt como membro
,. principa1 1 e' mais que as outtas virtudes excellente, alfy
1t •rttais que todas aos príncipes CtHHJé , & neHa como C!n
., verdaMiro efpelho de confciencia fc deuem fetnpre Fe-'
u uer & e<fmerar: porque cemo a j~~fliça cenft·fie em ygua;-
., leza 1 & com jufl:a balláça dar o feu a cada hü; aff)d o bó'"
·" Rey deu·e fer fempre fí uu e~ retribuir
1
&; ygllal a toJos
· ,. a cada húü fegundo fetts merecimentos. E a!fy 'cortlo
., , a juíl:ifa he virtude nõ pera fy mas pera outrem , por
I
~. aprouei ta r f<>omente a , quelles à que fe faz , da'ndolhes I
I
., o feu: & fazendoos bé yiuer : os 1boós eom premies, os
, maos com temor da pena: donde refulta paz & afefeguo, .
\
L I V R O S E G U N D O.
E Stampa igual a primeira.
, Liuro fegundo das ordenações có fua tanoada,
, que affigna os títulos & folhas : & traéla-fe nelle das
, leys & ordenações tocantes ·aas ygrejas & moefteiros
, & pefToas ,religiofas & ecleíiaflicas & outras pelfoas.
, Nouamente corregido na fegunrla emprerfam: Per efpe-
, cial mandado do muy alto & muy poderozo Senhor
, Rey dom Manuel nono Senhor: Foi empremido Com
,; preuitegio de fua Alteza. , .
, S·egue- f e a tauoada pera fe por ~lia aeharé os titulas. ~~
Tit. primeiro em q e cafos os clerigos & r ligia: \
[os deuem refponder perante as jufl:iças
fecnlares. \fo. j.
Tit. ij. Dos q'ue fe coutam aa ygreja em que ca-
fos gonui rã da ymunidaJ'e della: & em
qnaes nom. fo. iiij. v.
Tit. iij. ~1ando ~ ley contradiz aa de.c retal
qmJ.l dell~ fe deu.e guardar. fo.. v.~ .
JNDICES Do CooiGo MAN. DE 1514. txxxxi
i'
Í!Ü .Na rubüca fe lê c~wt<fr.<tn , erro maniíel1:o·, e 'lue porillo fe n.O t.ranfçl·cvilo.
Lxxxxrv IN orcEs oo CoorGo MAN. DE r 5lf·'
delRey gouuir do feu preuilegio & fe-
rem remetidos a feus juizes. (o. xxxij.
Tit. x.x.x. ~~e os thefoureiros, almoxarifes , ou
reeebedores de!Rey nom dee os di-
nheiros do dito fenhor a vfura, ne em-
preftem fem feu h1andado. fo. xxxxij. v.
Ti1:7xxxj. Da pena que hauerâ os thefoureiros,
almo~arifes, & outros officiaes da fa-
zéda , que lenam peyta çlos rendeiros,
ou por pagar os defembargos aas par-
tes : ou dam em cõta os defemb:ugos
que nom teem 'p agos. fo. xxxxiij.
Tit. xxxij. Qye os thefoureiros , almoxarifes', &
recebedores arrecadem, & executem as
diuidas elos 1 temi'e irós átee quatro me-
fes depois clo ãno de feus arrendame-
tos. f o. xxxxiij.
Tit. xxxiij. Qye os th~foureiros, almoxarifes , &
receb·e dores acabado ho tempo do feu
.r ecebimento entregué logo 'ífdo o que
.,
ficarê deué'1o ao que foceder feu offi-
cio ,,pofl:o q ,ue lhe f ua conta 116 fejl to- \
/
LX XXXV
\
Tit. xxxxvij. ~te os prelados. & -fidalgos nó fa-
c;ã nouamête cautos , nem honrras em
\
feus herdamentos. fo. lviiij. '
Tit. xxxxviij. Q.ue os judeus fe fayam deftes re- \
gnos' & no~n in orem ' nem efreem em
- ~
elles. • \ fo. hr.
Tit. xxxxviiij. De copo o xpáao que foi judeu
. deue de herdar a feu pay & a fua rnay
& a outros rarentes. f o. lx: •.
F jm ~a Tauoada.
(a) Nil rubrica f~ 1~ em e/i;~•·
INDICES oo Coorco MAN. DE r 514. Lxxxxvn
L I V R O ·T E R C E I R O .
.. L r uro te·rceiro das ordenações com fua tauoada ,,
, que afigna os titulas & fol~as : & traéla-fe. nelle do au-
" to judicial, nouaméte corregido na fegunda empref-
" fam: Per efpecial madado do muy alto & muy pode-
" rozo Senhor Rey dó Manuel : empremido Corn pre-
1
\
':fít. :x..xv}. ~e o julgador deu e julgar fegüdo
I
achar
INDICES oo Coo:rco MAN. DE 1 514." CI
I
como he theudo de os ap~eueitar. fo. xxxj.
T,it. _xxx:viij. Do reo que íe aufentou do juizo an-
te da lide conteíl:ada. ou depois. fo. xxxj. v .•,
/
cu: IN orcEs Do CoDIGo· MANo, DE I 514.
Tit. xxxv~iij. Do qul'l req,uere d,epois do feito
conclufo que lhe dem termo pera viir
com razam de nóuo., ou per<ll fazer no-
uo pro~urador. fo. xxxij.
Tit. xxxx. Em que cafos os fidalgos & caualei-
ros & clerigos & religiofos podera6 per
outrem procurar em juizo. fo. xxxij.
Tit. X·xxxj. ~e em feito de força noua fe pro-
ceda fumariamete fem owtra ordem
de juizo. f o. xxx,ij .v.
Tit. xxxxij. Das excepçóes dilatarias. fo. xxxiij.
Tit. xxxxiij. Das excepçóes pt;rentorias. f o. xxxiij .v.
Tit. xxxx..iv. Das excepçóes anormalas. fo.xxxiv.v.
':f.'t, xxxxv. Da con~efl:açam da lide. fo. x,x_x v.
Tit. xxxxvj. Em que1 modo fe deuem fazer os
artiigos, & c~uando a parte contra quçrn
fe derem ferá theuda refponder a
elles, fo. xxxv.~.
T.it. X:~X:xvij. Da contrariedade que o r.eo faz \
contr-a a auçam principal. fo. xxxvij)
Tit. xxxxviij. Das ~i i!ações que fe 'dan a as
p;r·tes pera fazerem fuas prouas. fo·.xxxvij.v..•
Tit. xxx-xviiij. Das yeflemunhas que deué f~er
preguntadas, f0. xxxviij.
Tit. 1. Da pena que a'ie.rá as , partes que falam
com as tefl:,e munhas depois qll'e farn
coutadas. fo. xxxx.
Tit.lj. Das côtradita~ & re~rouas. fo. xxxxj.
Ti r.
JNDICI>S DO CoDIGO MAN. DE .r 5I+· CIII
.
das ao regedor , & gouernador,sà,def~
embargadmes da cafa. da fopricaç\ó ,
1
\
,
No verfo da folha quarta Eftampa, mais pequena que
;!S grandes, delRey aff1:nt~do no trono , tendo. na efquerda
~
INorcEs Do Coorao MAN. DE r 5l4: crx:
o fceptro dependúrado , da dereita a esfera , cuja eclí-
ptica tem na esfera : Deo in ca:lo , tibi autem in mu11d1,
Na folha feguinte elRey no trono em audiencia com a
rnefma infcripção, armas , e esfera dos outros liuros,
tendo na mão direita hum papel enrolado, e na mão
efquerda o fceptro leuant:rdo , Alabanleiros e Doutores
de hum , e outro lado , aos pés dous Efcriuaês affe11tados
com penna e papel.
Primeira folha m1merada : , , Das citaçoês. ,
, , Porque toda a virtude das leys eflaa na pratica, e
, execuçã , que dellas f e faz em j uyzo. Portanto em efle
, terceiro tiuro trautaremos do auto judicial & ordem.
, del'le & primeiro das citaçoês , em as quaes toda ordem
., judicial fe começa. -(aJ
Acaba o verfo da folha 88 com o feguinte::
, Acaboufe de emprimir o terceiro liuro das ordena-
' çá,es ; corregido & emeend'a do per o doél:or Ruy Boto
, do concelho delRey noífo Senhor. , & chanceller moor
, defl:es regnos & fenhorios , per autoridade & preuilegio
, , de Sua AI téza em Lyxbóa per Joh á Pedro' de bonho-
" miny aos XI dias de Mar~o de mil e quinhentos e qua..-
''· torze annos •.
L r..
~·-------------------------------------
(") Dcfdc a palavra Por<JUI até fe comera tudO' hc efciito com tinta enca rn~Jla,
ex lNDICES no .Conzco MAN. DE
r.
15 r.,..:
L I V R O Q U A R T O.
Liv. I. t P R 0-
..\ \
\
IN NOMINE DNI NOSTRI JESV XPI.
O PRIMEIRO LIVRO
DAS
._.
ORDENA COES. :S
T I T U L O P R I M .E I R O.
/
6 O PRIMEIRo LrvRo DAS 0RDEN. TrT. I.
, Terras tenham do dito Senhor, que necefiario feja
, de Sua Alteza o faber, e a que eu por mi, fegundo .
,, meu Regimento, e poder, nom poffa prouer, o fa ...
, rei log uo faber ao dito Senhor, pera o prouer co-
,, mo Sua Merce for : as quaes coufas todas como
, aqui fam declaradas outra vez juro aos Sanétos
, Auangclhos , e prometo e dou minha fee de intei-
, ramente as guardar e comprir quanto em mi fór. ,
O qual juramento fe efcreuerá no liurinho da Mefa
da Rolaçarp , e ao pee delle o Regedor ailinará , c
abaixo de Íeu final rodos os Defembarguadores, que
forem prcfentes , ailinaram ifio mefmo como tefte':"
rnunhas do tal auto.
3 OuTRO sr quando Nós Tomarg10s alguu Le-
trado pera a· Noffa Cafa da SopricaÇam , ante que
feito alguü defembargue, o Chanceler Moor lhe to-
rnará juramento na l\(Iefa grande prefente todos os
Defembarguadores, e o dito Letrado o fará na form~
que fe fegue, o qual ferá i!fo mefmo efcripto no di... I
to liurinho da Rolaçafn. ' '
,
Do REGIMENTO Do REGEDOR DA JusTIÇA. 11
..
Do RE~IMENTo DO REGEDOR DA JusTIÇA. t9
conc1ufam. E por femelhant~ modo fará o dito Re..;
gedor quando alguü fe agrauar do Chanceler Moor
d'alguu defembarguo, que por fi foo der, affi fobre
a fufpeiçam , corno qualquer outro cafo que por eHe
foo for defembarguado , o qual Chanceler Moor ao
tempo que derem as vozes fobre o dito agrauo fe
apartar.á pera outra parte, como dito he.
26 h EM quando fe ouuer de cometer alguü fei:.
to de nouo a alguü Defembarguador, no cafo on-
de nom ouue fufpeiçam procedida polo Chancelet
Moor , em tal cafo o Regedor deue cometer taees
feitos a quem lhe bem parecer, que fufpeito nom
feja. ·
~7 A~oNTECENDO-SE que ós Defembarguadores
d'algüas das ditas Mefas fejam affi em vozes defuai-
radas, que fe nom poffa poer defembarguo, em tal
cafo o dito Regedor fará ajuntar com elles outros
Defembarguadores, que vejam o feito fobre que for
o defuairo , e o que a maior parte delles todos affi
juntos acordar fe cumpra. E fendo cafo que em al-
guu feito vifl:o por todos os Defembarguadores , que·
prefentes forem , as vozes forem iguaes em conto •
em tal cafo o Regedor dará fua voz, e aquella parte
a que dle fe acofl:ar preualecerá , e fegundo ella fe
poerá a fentença. E quando o Regedor nom for pre..
fente, e os Defemoargua:dores forem diü::ordes quàn-
to aas cufl:as , fendo em vozes iguaes , ponha-fe na•
fenteAça que -feja fem cuítas, e os Defembarguado-
tes poder-am poer fob·feus finaes eràm cuni./umptibúsa
c2 ou
20 o PRIMEIRO LIVRO DAS ÜRDEN. TTT. I. ..
TI-
D o C n A N c E L E R Mo o 1\. 33
TI TU L O li.
Do Chanceler Moor.
" fllrtos,
, lun·ua
l u 1 ' ~"' r1, 0n
u t 1 furto fi z ·, e
De a .ulleri •
SJE for 'aduLt;rio fuça declarar fe foi leuando
o e r crli a, ou por fi rça , ou f e leu ou com ellõt
nf p :rr . l ;\(}
u rd. ~f .lhe trnz r
· [1·rnhnr u lh ftja
· .l':jblt' 11\ pr [i , to ...
arte d fi' urn , o i. artn. de
pc:rd m lhe :6 r d , a t!in~ dia , u moftre omo
ja deUo he li r or fcnten ,, !1na1.
D e Cam~.r. i -o , o:. oulr..~ eQõa 'Jift! fo · 1 :_pt'ifos.
L E for. 1 uü. ~i :dguü prcfo , ou
prefos , f."l.ça-lhe de larar
maldi ios a a huu jnúl , p r ue modo lhe fogi-
ram • e [e tinha m part s ue os acufa fiê m , ou eram
_acu fados por parte daJu r1 iça ; c declare fe eram Car..
cereiros , fe Meirinhos, ou Gu ar a , ou homens·que
os leuauam pera alguüs Luguares , ou fe os guarda,..
ua:m por coníhangimento, fazendo fempre viír as:
i nquiriçoés deuaffa.s por razam das ditas fogi<jlas ti-
radas , e dos que tinham partes façam trazer perdam
dellas, e dos que eram acufados pola Juftiça certi..
dam por efcriptura pubrica , de como as partes fo ..
raro citadas , e nom quiferam acufar.
De aleuantamento de degredos.
IJ SE forem d'alçamento de degredos decla..
rem por que malefic iQ foi degradado, e ·quanto ha
q ue mantem o degreqo; e. [e o degredo foi pera Lu ...
guar certo, faça;lhe mofhar certidam por efcriptu-
ra pubrica .c om o treslado da verba do liuro , em
q ue fe aífentou quando começou a feruir o dito de..
g redo , e prou.a de tefiemunhas ·que por juramento
G 2 di.
.. ~
------------~--~--------------------
1' I TU L O IV.
IJos Dejembarguadores do Agrauo da Ctifa
da Sopricaçam.
,
Dos 'f.>ESEMB. Do AGRAVO DA CAsA DA SorRrc. 59
Çam mandarem cada huü por fi foo nas Audien-
cias, ou fora dellas em qualquer feito ciuel, ou cri-
me, que fe ha de deípacha r em Rolaçam _, c de que
-nom ha d'auer agrauo da fenrença definitiua. E bem
afli de qualquer interlucutoria , que C<~da huü do~
fobreditos Defembarguadores , que por feu Regi-
mento por fi foo pode' poer interlucutoria em feito
crime,_ pofto que aja de dcípachar em Rolaçam ,. e
pofer a dita interlucutoria por fi foo, poderam agra-
uar por petiçam pera os ditos .Defembarguadores.
12 E QyANTo aas interlucutorias e mandados,
ql:le o Corregedor da Corte dos feitos ciueis pofer,
ou mandar nos feitos , que clle conhecer por auçam.
noua , e aili o Ouuidor das Terras da Raynha nos
feitos ciueis, ou outro Defembarguador femclhante,
ou outro Defetnbarguador a que cometermos alguú
· feito, que por fi foo defembargue, de que aja d'auer
agrauo na fentença final , poferern , ou mandarem ,
nom auerá agrauo por petiçam aa Rolaçam ; . por
quanto no agra~o da fentença final fe pode prouer
aos femelhantes agrauos ; faluo quando tal agrauo
for de interlucutoria, em que fe nom receba por: ca-
da huu dos fobreditos algua contrariedade, ou de..
fefa, ou reprica , ou treprica ., mi parte de cada hü·a
dellas ; nom tendo ja outro termo pera poder corre..
ger, ou fazer outra, ou de interlucutoria, ou man-
dado fobre dilaçarn grande, ou pequena, que {e .der
pera fora do Reyno, ou de incompete-neia do Juizo;
por qu·e neHes cafoii, ou cada huü delles. ,.poderam
· · ' H ·z ·-. · ·, - ' por
6o O PRIMHRO LrvRo DAS ÜRDEN. TtT. IV.
TITULO V.
ora
Do 'CoRREc.• DA CoRTE oos FEITos cRIMEs. 65
ora feja acufado prefo ~ ora folto, pofto que a outra;
parte nom confenta.. Porem quando a aro balas par-
tes aprouuer que o feito fe traute perante os Juizes
do dito Luguar , Mandamos que poifam deHo co-
nhecer.
2 E ~E por vent)lra tal ddinquente qu'ifer to-
rnar Carta de fegurança , que a poífa tomar perante
o Corregedor da Corte ., e querendo-a tomar pemn-
te os Juiz.es do Luguar, onde o crime eflando hi a
Corte foi cometido, que o Corregedor lha poffa dar
com daufula • que fe a parte 'O ante quifer acufar
perante dle Corregedor , que o venha hi acufar a
certo tempo , que lhe na dita Carta ferá affinado~ E
fe parte algúa nom acufar tal delinquente, ou. por hi
a nom auer. ou por nom querer . acufar, e for tal
cafo em que aja I:uguara Jufiíça, ~cremos quefe
nom liure fe nom perante o Corregedor da Corte~
3 E sE efte, que o crime cometer no luguar on-
de affi efl:euer a Corte, nom for Cortefam , q~r feja
morador no luguar do maleficio , quer ·e m 'OUtra
parte, poderá feer acufado na Corte, ou no luguar
do malencio, como o Acufador ante quifer , quer o
tal acufador feja cortefam, quer morador no Luguar
onde a Corte eíl:euer, ou fora della em qualquer ou-
tra parte.
4 ·E sE o tal delinquente quifer tomar Carta, de
fegurança , e o ofenfo for morador no luguar do
maleficio , ou em feu termo , dee-lha o Correge.dor
pera os Juizes do dito lugu.ar dG rnaleficio com a
Liv. I. l fo.
66 o PRtMEfR(} LIVRO I)À;S ÜR.[)EN. TIT. v.
fobredita dallfuia, que fe o ante quifer acufar per-
ante e!lF: Corregedor,. que o venha hi acufar a certo
tempo, que lhe na Cana feja affinado. E fe o ofenfÇ)
for morador fóra do.lug.uar onde for feito o maldi-
cio,. e o ddi.nquente quifer Cana. de fegurança ,. de..
lha· o Corregedor pera fi; e fe defpo~:s. que perante
elle o ofenfo vier. aa ciraç.am ,. diífer que ante quer
acuG"'r o delinquente no luguar do. malefici(}~ reme-
• ta-os.laa o Corregedor , affinando-lhe certo ter.npo.
a que laa pareçam. E fe hi parte nom. ouuer, ~ereo..
mos. que o tal malfeitor poífa feeli acufado· pera.nte
as Juíbças. do luguar onde o crime fer cometido,.
ou perante o Corregedor da. Corte , como elle ante
quifer.
' 5 E NOM Tolhemos porem, que em todos. os ca.
fos fobreditos elle Col regedor com pareeer do Re-
gedor em Rolaçam poffarn mandar viir aa. Corte os
ditos feitos, quando·eprenderem que p()r alguu bom
· refpeito , e bt>m de jtJftiç.a he bc:m de fe affi· fazer,.
ora os delinquentes fejam prefos , ora folros , man•..
dando iífo mefmo vi jr as. peffoas dos acufados aa
Corte, foltos, ou pr~fos • como lhes bem. e razam
parecer.
6 ITEM mandará prender , e trazer aa 1cadea da
Corte todos aquelles d1~ que lhe for querelado de ma..
Ieficios cometidos na Çorte , e a cincG leguoas der-
redor, fendo as quen:las de cafos , porque deuam
feer prefos ; fendG çerto primeiro que na Corte fo-
ram cometidos os taees maleficios, e conhecerá del-
les no modo que em Cfma -D1ífemos. 7 E
Do CoRRI!G. DA CoRTE oos FEITos cRIMEs. 67
----------------r,------------·--------
TITULO VI.-
TI.
8o O PRIMEIRo LivRo DAS 0RoEN~ TIT. VII:
T I TU L O VII.
-----------------------------------------
T I T U L O VIII.
I
S8 - o PRIMEIRO LIVRO DAS ÜRDEN. TtT. VIIf.
TITULO IX.
'l' f,...
)
T I T U L O X.
TITULO XI.
TI TU L O XII.
Do Prometor da Jufliça da Cqfa da Sopricaram.
çam.
4 I TEM o dito frometor entreguará as Cartas
que fahirem dos feitos da Juíl:iça, e dos outros fei-
tos que o Noífo Procurador ouuer em Noff'a Corte,
que lhe por o Noifo Procurador, \OU Solicitador fo ..
rem entregues, e aíq as dos prefos pobres , e defem-
parados , e todas outras que a bem de \Juftiça , ou
aos Noff'os Feitos pertençam, aos Caminheiros da di-
ta Cafa, que as leuerp a aquelks Luguares pera @nde·
fürcm derigidas , e t raguam loguo certidam I da obra,
e deligencia que fe por ellas fezer. E o Solicitador
da Juftiça poerá el'I\ lembrança perante o Prometor
o dia,.
Do PRO.M ET. DA JusT. DA CAsA DA SoPntc. 105
--
efcreue.
-----,
T I T U L O XIII.
Do Eftriuam da Chancelaria.
Do Meirinho Moor.
TI-
Do AL M oT A c E Mo o R. 11.)
1 I TU L O XV.
\
Do A L M O TA cE MO O R. . 1 J9
T I T U L O XVI.
T I T U L O X VII.
Do Meirinho das Cadeas, e do qut aJeu Officz~
pertence.
' •.
14-2 O PRIMEIRo Lrv. DAS ÜRDEN. TrT. XVIII;
6 ITEM o dito Meirinho hirá fempre com a ca ..
dea da Corte, quando for de huu Luguar pera outro,
pera fazer re.ceber, e aprifoar os prefos nos Lugua ..
res onde t:heguar. E nom confentirá que os ditos
prefos fej am mal trautados , nem lhes feja feita ni-
nhüa femrazam por ninhüa peffoa.
7 E QyANDO a cadea da Corte ouuer de parti.r
daram tanta gente a o Meirinho das cadeas , qu~
abafl:e, pofl:o que aja bolfa , e pofto que tenham pri..
tJilegio pera nom receberem prefos; por quanto os•
taees priuilegios fe nom entendem , quando a cadea
da Corte vai por a dita Terra affi priuilegiada.
T I T U L O XVIII.
Do EJm+am dos feitos d' E!Rty.
----~·------------------------·-------
TITULO XIX.
TITULO XX.
I
Dos Esc R. o' ANTE os DEsF.MB. oo PAAÇO ETc. r5r
Cartas, corno nos Procdfos, e Aluaraes, e em todas
as outras efcripturas de que deuem leuar dinheiro ; e
nas Cartas de que .nom deuern _leuar dinheiro, ou
pofto que o ajam de leuar, fe o norn leuarem ponham
nihi!. E na Carta nom pcnbm pagua de pubrica-
çam , nem de proceffo , mas foomente do que !eua-
rem pola efcriptura da Carta. E fe o connairo dello
fezerem, nom poendo pagua, como dito he, pola
primeira vez torne todo o que leuar aa parte , e pa-
gue pera os prefos outro tanto, e pola fegunda aja a
dita pena , c feja fufpenfo do Officio feis mefes, e
pola terceira priuado do Officio.
7 E MANDAMOS que os ditos Efcriuaés ponham
em todas as Cartas, e Sentenças , e Termo que
efcreuerem, o dia, e mez, e anno em que faz a dita,
Sentença , Carta, ou Termo, e affi o nome delle me f-
mo Efcriuam , fob pena de perdimento do Officio,
nom efcreuendo cada húa das ditas coufas ; e mais
paguar aa parte que por ello for danificada todo in-
terefle, e perda, e dãno que por ello receber.
8 E BEM ASSI- Mandamos, que quando alguus
prefos forem remetidos aas Ordens, e feus feitos ie
"traurarern, e começarem na Corte, ou o proprio ori-
ginal vier aa Corte , '<~fi] como fe faz onde eflá a Ca-
fa da Sopric'açam , ou em Lixboa, ou quando por
Noffo efpe,cial Mandado o proprio feito for trazido
aa Corte, os ditos feitos fe tresladem , e os treslados
concertados com os proprios fejam enuiados, cerra-
dos, e ~fielados, aos Juizes Ecclefiafticos. E quando
os
I 52 O PRIMEIRo Lrv, DAS ÜRDB-N. TrT. XX.
os feitos vierem aa Corte por apellaçam com o tres-
lado dos Autos proceHados na Terra , Mandamos
que o proprio treslado, que àa Terra vier, feja enuia-
do aos Juizes, e Viguairos Ecclefiafticos, a que os
prefos forem remetidos, quer na moor alçada, e cau-
fa da apellaçam creceffem nouos autos , quer nom.
Emperó ao Julguador da moor alçada fique, fe viir
que os nouos autos, que em a cauf.:'l da apellaçam cre-
CNam, fam compridoiros por bem de juftiça, os
mandar r.resladar primeiro aa cufta da parte remeti-
da, pera ferem leuados aa terra, e ajuntados com o
proprio original da a_peltaçam , e com e!Ies , e com
o proprio original da Terra teer a Juftiça Secular o
theor de todo, affi como vai nos autos.
9 l:r~M os Efcriuaés em todos os tennos dos
procelfos efcreuam os dias, que peffi>a.] mente as par-
tes em J uizq parecerem foltos, ou prefos. , ou forem
veer jurar as teftemunhas, pofto que Procuradores
tenham; e [e o afli nom fezerem paguem em dobro
aa pane todp o dãno, e perda que por ello receber.
ro E MANDAMOS aos ditos Efcrluaes, que as
Cartas que p.quelles Julguadores, -cujo he o dcfem-
barguo • lhes mandarem fazer , as façam loguo em
effe dia, ou atee 0 outro pola menhã, [e as n~m po-
derem fazer em effe dia. Pero fe elfe Julguador, cu-
jo o defemoarg uo he ~ viü que fe nom pode fazer no
fobredito tempo,affine tempo a que o effe Efcriuam
poffa fazer 1 e fcm malícia.
11 ITEM f<;ram obriguados continuar todos os
fei-
Dos EscR. o' .ANTE os DEsEMB. Do PAAÇO ETc. 153
,.
Dos EscH. D'.ANTE os DESEMB. Do P.AAÇO ETc. 161
TI-
166 O PRIMEIRo Liv. DAS ÜRDEN. Tn. XXI.
TITULO XXI.
o
JJ.o Solicitador da Jujliça.
TI..
168 O PRIMEIRO Lrv. DAS 0RDEN. TrT. XXII.
TITULO XXII.
Do Porteiro da Chancelaria da NoJla Corte.
--------------·-----
T I T U L O XXIII.
Do Porteiro da Rolaram.
--------------------------·------------
T I T U L O XXIV.
Do Porteiro dos Corregedores da Corte, e dos Nojfos
Ouuidores, e da Ray11ha.
O
I
TITULO XXV.
Do Pregttoeiro da Cortf.
T I T U L O XX VI.
Das citaro"és .. prtguo'és , procuraroes , t inquiriçoes , át
que a ElRry pertmce azur 4erâto.
T I T U L O XXVII.
Do Caretreiro da Corte, e da Cuja do Ciutl , e do qut
a Jeus O.fficios perlence.
________
perdimento dp Officio·,. e. mais auer a. pena que for
Noffa M'erce ~, pera qu.e m qJJer. que os a.cufar•
...,.._ .
'I' I TU L O XXVIH.
Das carceragens da Cor.!e , e comJJ Je ham dt !mar.
TI-
Do REG. DO Guov. DA JusT. NA CASA no C1v. I 83
'f 1 T U L O XXIX.
e Nos fará faber fl!la boa fama., e vertude, pera r·e ce-
ber de Nós honra, fauor, e mercc , por tal que a
merce, · c a vantagem que aos ta:ees Fez·errnos por
fuas ve-rtuêes., e mer-ecimentos, e -o caftiguo que Der-
mos ao que tal nom for por fuas culpas , feja exem.
plo aos outres· pera bem viue-rem , ;e .fe guardarem
dos -rnaos .qlfl:u-mes.
9 E o dito Guouernador deue procurar rnerce,
e honra aos Defembarguadores ', e Officiaes da dita
Cafa, fobre que liem o -regimento , e guouernança,
e fazer-lhes comprir e guardar com eife&o todos
feus Priuilegios , que dos Reys que ante Nós foram~
e No!làs teuerem .; e fe mel1er for., o efcreua a Nós,
. pera o affi Mandarmos compri·r., pois os ditos-Gffi-
cíaes .e.flam contilluadameAte em Noífo feruiço •
. H~ E ACABADA a Miffa, ordenará hüa mefa em
húa ca.fa ., qu,e pera ello feja pertenoente ,-em que e'l-
le eftee -coRtinuadamente em cada huú dia com os
Defembarguéifdores que pera eiJo ordeaa·r, ·e ,hucr dos
Oúuidores '> ~~ naque-lla rrÍefa defemba-rguará todo los
feitos c-r.imes,/ que a -efla.:Gafa .pertencerem ; os quaes
feit6S crimes feram. viftos e ~elatados por o dito' Ou~
u.idor peraAte eHe Gu6tterrrador., e, Defembargua-
dores, e as pa.rtes, ou feus Procuradores,fegundo ·mais
compr.idamep.tc ferá declarado .no Titulo D()s Ouui~
dores-.
· .r.r iTEt4 ordenará ou:tra meta em outra •cafa., e
d::!fem~argua~á ndla outro Ouuidor, com ·o ql'laf o
, dito GtJo~erníldor ordenará dous, oo tres Defembar-
guá-
Do REG. DO Guov. DA JusT. NA .CASA oo Czv. 19J
_______ ____
minado [e cumpra .em todo.
, ---------~
TITULO XXX.
DiJ Cham·eler da Ceifa do Ciuel, c do que aftu Officia
o
pertence.
T I l' U L O XXXI.
Dos Defem!Jart;ttadorts do Agrauo, e do que a feus
Oificios pertence.
-----
T I T U L O XXXII. ·
T I T U L O XXXIII.
T I T U L O XXXIV.
o
pqtmct.
T I T U T O XXX V.
--------------------------·------·------
T I T U L O XXXVI.
.
Mandado.
20 hEM p que for condenado por faliidade,
.
ou outro cnmif!, porque fique infame. -
2r E Q.Y 4LQYER pe!foa, que perdeffe qualquer
Officio por erro que nelle fezeffe, nom poderá feer
Procurador.
32. hEM ll que teuer recebido falario , ou parte
delle
Dos PtwcuR. E oos Q!!E o NOM PODEM sEER. 24r
T 1 T U L O XXXIX.
TI-
270 O PRIMEIRo Lrv. DAS 0Rlll'EN. Tu. XL~~
T 1 TU L O XL.
TI-
EM QYE MODO J:IA DE ENQ:. o CoRR. N"OV. !T c. 271
TITULO XLI.
Em que modo ha de enquerer o Corregedor tJouo fllre o
Corregedor da Comarca paJ!atio , quando ataba o ltm-
po dejeu Ojficio.
TI..
DA CHANCELARIA DA~ CoMARCAS. 279
T I T U L O XLIII.
-----·-----·-------
T II T u L o XLI III.
Dos Juizes Ordinarios, e do que aftus O.f!icios
pertence.
,
290 O PRIMErRO Ltv. DAs ÜRDEN. TrT. XLtV.
meçar de tirar, e nom acabar nos tempos aqui deda;...
rados , feja degradado dous annos pera c~pta fem
remiíf.1m , e mais· pague aineo mil reaes, arnetade·
pera quem o ael!lfar, e a outra !"era a Pied"a de.
2 E os Juizes, e Juftiças que fobre outros cafos..
e maleficios, afóra os fobreditos-, ou alguüs, em que.
por outras No!fas Ondmaçoes expreifamente Man4
·da·rmos àeuaifar , tirarem inquiriçam deuaífa gee-
ral ou efpecial , paguaram todas as cu fias, e p~rdas ,.
e dãnos que fe por as ditas deuafias caufarem a quaes:..
quer partes, e a dita inquiriçam deuafTa ferá ninhu<r,
e d~ ninhuü efeéto, e por ella fe nom poderá pro..
·.c-eder· <:ontra peffoa algüa; e o que por ella prender
a-lgüa peffoa en<:orrcrá na pena , em que encorre o,
J•ulgt:~ador· que prende fem culpas obriguatorias.
3 E AQ!!Ei f ANDO-SE algüa peífoa que lhe foi
feito alguü dano em orta, ou pomar, por algua pef.:..
[ba, ou peffoas·, que nom fabe quem fam, em tal ca-
fo o Juiz pregumará a requerimento e aa cufta da.
parte,quc o affi re-querer, atee oitoteíl:emunhas de-
uaffamente, e açhando alguü culpado, procederá;
fegundo for· Dere·ito.
4 E PORQYE os Julguadores, e outros Officiae&
da Juíl:iça nom tornem atreuirnento per21. vfarem
de feus Officios como -nom deu em , Mandamos a·
todo los Juizes d;ts Cidades, Villas .• e ,L uguares de
Noffos Reynos , e Senhorios , que do dia que come.-
çarem a feruir feus Officios a dez dias primeiros fe-.
g uintes carneçem tirar inquiriçoes deuaffas fo.
pre
Do'S Jurz. OR.D·. E Do Q!YE A sEu O.r-nc. 'i?'ER'T. '21)1
.)
Dos Jurz. Orm. E oo QlTE A sEus ÜFJ,TC. I'ERT • . 307
/
312 O PRIMEIRO Lrv. DASÜRDEN. TIT~ XLIV.
• '67 E s·E a dita Aldea for de duzentos vezinhos,
e di pera cima, conhecerá o di.ro Juiz aree quantia.
.de quatrocentos reaes, fem apeliaçam , e agrauo ,
fem [obre ii.fo fazer procdfo , e das coimas , e dá-
nos, e dto antre·0s moradores deífa Aldea; e pren-
derá , e remeterá os malfeitores aos Juizes Ordina-
.-r-ios como [u[o dito he; e os ditos Juizes das taees
Aldeas daram' aa execuçam realmente com ·efeél:o as
-ditas fentenças.
· 68 E NOM conheceeram de ·con~enàa algüa que
feja [obre bens de raiz, nem fobre crime. alguú, foo-
meilte quanto aa prifam dos malfeit0.res , como di-
te:<> , e declarado he.
·6 9 !TEM os Juizes Ordinarios das Cidades , e
Vi !las de Noffos Reynos, que paff;;trem de duzentos
·vezinhos ., ter~rn Jurifdiçam fem apeUaçam , nem
agrauo, atee q uai:}tia de mi·l reaes , ou fua vaiia nofl
bens moueis. E fendo de .duzent-os ve:zinhos, ou di
pera baix~, tera m JLJrifJiçam atee feifcentos 1reaes ,
fem apellaçam~ nem agra-uo nos moueis. E fendo em
bens de raiz,, teram Jurifdiçam affi huüs, como ou-
tres atee quatrocentos reaes , fem apellaçam , nem
agrauo ; e .paffc1ndo a valia de quatrocentos reaes.,
daram apdlaç~m a qual das part~s apeHar quifer.
E no proceffar das ditas demandas affi hu U's Juizes ,
como outros, tcram a fórma feguinte : fe a -c ontia
. '
·nom paffar de quatroceAtos reaes , nom fendo fobre
bens de ·r aiz, <muirarn as partes verbalmente, e re-
cebendo-lhe f4as prouas fe neceffario for.;..fem. Ja-
zer
Dos Juiz. ÜRD. E DO QYE A SEU ÜFFtC. PERT. JIJ
TITULO XLV.
A
\
1
. I
3I 6 o PRI1fEIRO LIV. DAS ÜRDEN. TIT. XLV.
çam do Concelho; e alli em outro titulo lhe dem
qu aefi1uer que forem pertencentes · pera Juizes dos
Efpriraes nos Luguares onde fe cuíl:uma, que o nom
feja.m os Ju izes Ordinarios, e .o uue·r Juiz apartado
por fi; e affi mefmo pera quaefquer outros Qfficiaes
(jUe por eleiÇarn fe cuíl:umam fazer. E quando os Lu-
guares forem tam peque_nos, que nom poffam os En-
1egedores achar dentro na V~lla, ou pouor~çam todas
as peffoas que ham d e dar no rol pera Juizes; enle-
g eram huü do Termo, e o ~1 tro da Vi lia, ou pouora-
çam,em modo, que fem p re feja huü da Villa. E po-
rem os di tos Enlegedores, cada dous em feu rol, nom
nomea ram ma is peffoas que aqu ellas que forem ne-
ceffarias pera feruir os ditos Officios tres annos, e
efies tres ro les f<1ra m cada dous Enlegedores deíl:es
feis huü" rol, e111 tal g uifa , que fejam tres roles por
dles affinad os , conuern a faber, cada dous affinem
feu rol ; e fe ac ~ rtuem dous Enlegedores que nom
faibam efcreuer , o ou tro Juiz , ou huü Vereador
I
m ais antiguo efcreaerá com elles , e nom fabondo
efcreuer , fer-l~es-ha dado huü bom homem que
com elles efcreua , com juramento que nom defcu-
bra , _os quaes Enlegedores tanto que o juramento
lhes for dado nom falem huü s corn os outros; fal-
.uo os dous ·que forem apartados huü com o outro', e
nom alcem maõ, nem fe partam dahi atee que fc ..
jam acabados 01> ditos roles. ; e como forem acaba ..
dos, dem -nos ao ditó Juiz mais antiguo, o qual pri ..
m e'íramente ·tomará juramento prefente todos , que
a
I
EM Q!!E MODO SE FARA' A. ELEIÇ. DOS JuiZ. ETC. 3 l7
a peffoa algüa nom digua , nem dee conta dos Offi-
ciaes , que na elei~am feitos ficarn ; e como lhe os
ditos roles forem entregues , veja-os por fi fee , e
concerte huús com os outros, e efcolherá por aquel-
les roles, que os feis Enlegedores lhe derem, aquelles
que mais vozes teuerem , e tanto que os affi apura-
dos teuer , efcreua por fua rnaõ em hüa folha, que
fe chama pauta , os que ficam efcolheitos pera Jui-
zes, e em outro titulo os Vereadores , e em eutro as
Procur.adores, e aili de cada Officio; porem defpois
de apurados,. no ajuntar pera auerem de feruir huus
·c om os outros terá tal auifamento, que ajunte os
mais conu~nientes. , afli por nom ferem parentes ,
como. tambem os menos praétic~s com os que o
mais forem, e affi oulhande aas condiçoes, como ou-
tra qualquer. coufa. que fe deua efguardar no tal a~un
tarnento, pera a Terr-a fecr milhar guouernada ; e .
efl:a folha ferá. affinada por o dit-o Juiz ,.e ferá cerra-
da , e affelada. E tanto que a. dita paura for feita, e
affinada corno dito he, fará pelouros dell:a guifa,
conuem a faber , tres pera, Juizes , e tres -de Verea-
dores , e tres de Procuradores ·, e tres de Tefourei-
. ros , e affi de cada Officio em cada pe)ouro ,. e nos
pelouros dos Juizes e Vereadores nom ajuntaram
parentes, ou cunhados dentro do quarto gr.ao, pera .
em huú anno auerem de feruir . E ell:es pelouros fe
poeram em huü faca apartado fobre fi , no qual faco
fe faram tantos repartimentos, quantos forem os Of-
.ficios que no dito faca ouuerem de eftar, e em cada
r e-
3rS O PRIMEIRO Lrv. DAS OaõEN. TrT. XLV.
repartimento fe poerá o titulo de cada Officio, e em
eftes repartimentos fe meteram em cada huü os pe-
louros d'aquelle Officio de que for o titulo , e am fe
fará outro rcpartimento em que fe poerá a pauta no
dito faco com os ditos tres roles dos Enlegedores, a
qual pauta com os ditos roles fe verá nõfim dos tres
annos , pera fe faber fe os ' Officiaes que nella foram
poftos f;1hiram, ou fe foi nella feita algüa f-ªlfidade,
pera fe dar caftiguo a quem o merecer.
r E tSTA eleiçam fe fará polos Juizes no modo
que dito he , quando o Corregedor hi nom for na
.Cidade, ou Vilta, onde a dita eleiçam fe ouuer de fa--
zer ; porque e!tandà h i , pertence a elle ·de a tner ,
e elle fará a apuraçam dos Juizes, e Officiaes por fi
foo. A qual eleiçam o dito Corregedor poderá fazer
em qualquer te111po do derradeiro anno da eleiçam
paífada.
2 - E o dito íàco fe meterá em cofre forte bem
fechado com tres fechaduras , das quaes teram as
chaues os Vereadores que forarn o anno paffado, ca-
da huü fua; e eíles que aíli teuerem as ditas chaues
do cofre, nom as daram a outro alguü , que cada
hüa das ditas ch~ue,s tenha, porque nunca em alguü .
tempo · em hüa rnaõ fejam duas chau\es do dito co-
fre, mas cada· hiJu dos fobreditos hirá por fi abrir a
fua fechadura quando comprir; e fazendo o contraí-
ra, a !li o que -a chaue der a quem a outra tinha, co-
mo aquelle que a receber tendo já outra , ferá de-
gradado por huu anno fóra da Cidade, ou Villa, e
feu
EM QyE MODO SE FARA' A ELlliÇ. DOS jUIZ, ETC. 319 '
'
T 1 T U L O XLVI..
1
-----·-
T I T U L O XL VII.
.~
336 O PRIMEIRo Lrv. DAS ÜRD!N. TIT. XLVII.
gúas peffoas que tam pobres fejam , que principal-
mente viuam por eímolas , e bem aíli. os que tiue ....
rem por priuilegio efpecial que nom paguem nas
·fintàs do Concelho. Porem quando a finta for pera
defenfam , ou gual'da da Cidade, Villa , ou Lu-
.guar , e feus Termos donde viueá:m, ou pera fazi-
mento, ou refazimento de muros, pontes, fontes, e
calçadas, nom feram efcufos ninhuús dos fobredi-
tos ; faluo fe moftrarem priuilegio por que expreífa-
menre fejam das ditas fintas de fazimenro, ou refa-
zimento de muros , pontes, fontes, e calçadas, ou
defenfam, ou guarda da Cidade, ou Villa; por que
entam lhe guardaram os rriuilegios como nelles for
contheudo.
2 E MANDAMOS que Concelho alguú, poflo que
de Cidade algüa 1feja, nom po!T'a dar, nem poer ten-
ça a peffoa alglíéj: fem Nofia efpecial licença , e au-
él:oridade , e doutra _guií:1. nom valha : e pofio que
~lgüas peífoas ajam de Nós Cartas de roguo pera al-
guüs Concelhos , que lhe ponham alguas tenças •
Auemos por beq1, que taees Cartas lhe nom guar ...
dem, fe o nom f~ntirem por prouéito deffes Conce...
lhos ; por quantq por importunidade dos requeren ...
tes algúas vez~s Poderemos paffar femelhantes
Cartas, e porem nom he Noffa . tença 'in ,
que aquel-
les, a que as Enuiarmos , fejam necetfaria:mente
conflrangidos com prilas.
DA ORDEN. DA BOLSA Q!lE SE HA DE FAZ. ET C. 337
T I T U L O XL VIU.
. ..
Dos ALMOT. E cous. Q!JE A sw ÜF.FIC. PERT. · 33'
façam tomar aos Carcereiros das taees Cidades , ou
Villas; e fendo os Juizes nello negrigentes, os Aue-
mos por condenados em vinte cruzados , arnetade
.per"a quem acufar, e a outra metade pera a Noífa
Camara , e mais feram degradados huü anno pera.
cada huu dos Luguares d.' Africa, _e alem del!o lhe
ferá dada a mais pena que merecerem , fegundo o
dãno que de fua negrigencia, e de nom quererem
tomar os prefos fc fegúir.
T I T U L O XLIX.
Dos Almotacus, r coufas qur afiu OjjiciiJ pertmum.
.. -
340 O PRIMEIRO L1v. DAS ÜRDEN. T1r. XLIX.
\
. ...,.
Dos ALMOT. r cous. QlJE A sEu Üf'FJC. PERT. 341
,/{
348 O PiuMEIRo.LI.v:. DA& ÜRDEN. TIT. XLIX~
,__
cces ..
Dos ALMOT. E cous. Q.YE A sEu ÜFFIC. PERT. 351
cees, e Officiaes da Camara, a qual lhe daram fe
virem que tem neceffidade •. e nom traz muito per.
JUIZO.
29 I TEM quando algüa peffoa tcuer a lgüa jane-
la aberta em fua parede [obre algua azinhagua ,.
{]_Ue for _tam efl:reita. que nom paffe de quatro-pal-
mos-, e que no1n aja· nella portas , foomen te correm.
as agúoas dos telhados por ella , nom fe pode o ou-
~ro vezinho alçar tanto, que lhe tolha o lume da ja-
nela, mas poder-fe-ha alçar atee dereito Ja janela ,
em modo que lhe noro tolha. o lume, e mais nom •.
30 hEM fe algüa pe!foa teuer janela, ou beiraS<
de telhado em algüa pared e , que feja. [obre cafa·
d'outrem , e desfezer effa. parede, ou lhe cahir, e a
rquifer renouar , ou refazer de nouo, nom poderá hi
,fazer maior janela , nem beiras , nem em outro lu-
guar, [.e nom como -a d'ante auia ,. nem poderá hi
fazer ma.is janelas.
31 !TEM fe aJgÚa peffoa· teuer hua• cafa de hua .
•parte da rua, e· outro feu vezinho·quer fazer cafa
da outra. parte da rua·, ou fe já d~an.tes a· cafa era.
feita, c. quer nella abrir portal de nouo, ou quer hi.
fazer janela , ou frefl:a, nom a . poderá abrir , nem
fazer dereito do portal, ou da janela , ou da frel1a
.do outro feu vezinho, que mora da-outra- parte da.
rua ; faluo fe d'ante hi ouue já·o dito portal , ou ja-.
nela,. ou fr.efl:a , onde o ora·q uer abrir·,. porque ·en-
4
•
Dos ALMOT. E cous. QlTE A sEu ÜFFic. PERT. 353
fazer parede tam alta , que tape a janela que ante
hi era feita, fe paffar de anno e dia que era feita;
porem fe o que quifer fazer a dita-cafa quifer lcixar
azinhagua de hüa vara e quarta de medir pano, em
larguo , bem poderá fazer a dita cafa , e alçar-fe
quanto quifer. ,
36 hEM fe hüa cafa for de dous fenhorios, de
guifa, que de huü delles feja o foram , e d'outro o
{obrado, nom poderá aquelle cujo for o [obrado fa-
zer janela fobre o portal d'aquelle cujo for Q fotam ·,
nem outro edifkio alguõ.
37 ITEM ninhuü nom poderá meter trau-e em
parede, em que nom teuer parte; porem fe lhe qui-
fer paguar ametade do · que a dita parede cuftou.
poderá nella madeirar, fendo a parede pera iffo.
• 3 8 E sE em algüa parede d'antre dous vezinhos
. dl:euerem metidas algüas traues, ou traue , e nom
confiar que eíte , que as taees tra.ues tem metidas,
tenha parte na dita parede, e o outro vczinho teuer
madeirado na me f ma parede mais alto, que o feu
madeiramento, efle que mais baixo tcuer madeira'"!
do poderá meter quantas outras traues qui.fer,
donde teuer metidas as primeiras pera baixo, e di
pera cima nom poderá meter outras mais traues,
nem madeirar; [aluo fe comprar ao dito feu vezi-
nhó , que efiá madeirado mais alto • ametade da di-
ta parede. ou fe auier com elle.
3 9 hEM fe dous ouuerem hüa cafa comua, ' e
huü delh:s quifer partir, e o outro nom , partir-fe-
Liv. f. Yy ha
35+ O PRIMEIRO Ltv. DAS 0RDEN. TIT. XLIX.
TITULO L.
Da Procurador da Concelho , e cou_fas. que aa dito Officio
pertencem.
TITULO LI.
'rtjourúro do Conctlho , e coujas qru tt fiu O.fficio
pertencem.
----.- (
TI T U L O LII.
Do Ejcriuam dt~ Camata. , e coufas qut a ftu Ojjici~
perte11cem.
:z,·v. 1. TI~
•.
T I T V L O LIII.
•
Do EscR. DA ALM. E cous. QyE A sEu OF. PERT • . 363
T I T U L O LIV.
Dos Zuadrilbeiros.
.-
(' "
Dos Alcttides MáorfS dos Cafielos.
,_I
371- o PRIMEÍRO LtVRO DAS ÜRDEN. TIT; LV•
•entendétre, que o Caftelo fe poderia perder ·pór fua·1
hida ;· e quaod0 flffi ·ouueffe de hir a . alguü Lugua:r-,
· d~ue· hir fe'g undo. foro de Nof1os Reynos, con'uem a
faber, leíxando hi outro em feu luguar por Alcai::.'
de, que feja Fidalguo dereitamente de padre e ma-
·dre; e que, ·n<Dm aja feita .traiçam , nem aleiue,. nem ·
venha de ho!nes que a ouudTem feita, e que feja tal''
coin que ajà diuido de parente{co, e de amor gran-
de., de maneira que te1lha xazam de fiar o Cafielo em
:elFe, .con1o em· fi mefmo , podendo.fe bem auer ; e
tal como dl:e deu e lcixar em feu luguar, e dar-lhe ·as ·
chaues do Caftelo , e fazer que lhe façam menage
q~ntos hi forem ; aGi como a e!Le mefma auiam
feita, pera guardar o dito Caftelo bem e lealmente
em todas' as coufas , atee que elle venha. Porem
fempre o dito ·Alcaide ficará obrigNado aa mena-
gem ; na fôrma ·e nà n1aneira que a deu ,. Ol.'.l era
i>b,rigtJad9 de a d:l!r; pofto que a nom deffe.
• 2 E ESTANDO o, Alcaide no Cafrelo fe acontece["' ·-
.fe que morreffe .fi:m fal~ ~de guifa, que nom potld"-. ·
f e leixar outro .qe fua maõ • d ~ue ficar ao ·mais prp-
pinquo parente , que; em o CafreJo·ouue-r, fe for de -
hidade., .e _tal- homem , ·que feja pera efio ; e fe tal
homem hi nom aJharem, deuem faz.er ·os. que efteue~
rem rio Caftelo Alcaide o milhar homem , que no
Caftclo for , pe:ra o teer. E deuem logl:!b efcreuer a
Nós , que Prouej amos de Alcaid~ como for Noffã
I .
Merce .. Peró- todavia deuem o catar-mui leal, e mui
amiguo. do S.eoho.l' · do. Ca.fl:elo ;. e tal Alcaide como
eftc
1)ps ALCAIDES MooRES Dos CASTELos. .37.3
eft"e·he theudo de fazer, e 'guardar, e comprir toda~
as coufas em guarda do Cafielo, aili como emcim~
ditas -fc1m.
3 · E TODA peffoa, a que for encarreguada guarda ·
de Caftdo, ou ouuer delle poile por qualquer ·modo·
que feja, o.ra feja Alcaide Moór delle, ora nom, fe-·
.rá obriguado fazer menagem na fôrma feguinte.
4 · , M u 1 TO Alto , muito . Poderofo Rey ·Dom
,, Manuel, meu verdadeiro,_é natural Rey, e. Senhor~
, eu Foam vos faço preiro e menagem pelo Voffo
,» Caílelo ,• c-Fortaleza de tal Luguar, de qu·e óra
,, Voffa Alteza me encarregua; e dá cárreguo, que a
, te_nha e guarde , e Vos acolhçrei ~receberei no
,, alto, e no baixo della, de noute e de dia, é a quaef- .
_,,quer oras e tempos que feja , irado , e paguado ,
, com muitos e com poucos; vindo Vós em Voffo
, liure poder ;. e delle farei guerra , e manterei tre-
P guoa e paz fegundo me pu Vffffa A1teza for man-
, dado , e a nom entreguarei a algua pefloa de qua.l-
,. quer gráo ·, dignidade·, preminencia que feja , fe- ·
, . narn a Vós Meu Senhor , ou a Voilo certo reca...
,., -:'d" o, loguo fem delongua, arte , nem caute1a , a to-
, do tempo que qualquer pcffoa me der Voífa Carta ~
,;ailinada per Vós , e aífelada com ·Voífo Selo, ou·
, Sinete dç Voífas Arma~ ,.- porque me quiraes efie
,~ dito preito e rnenagem. E fe fe acontecei, que eu:
,., 'no diw Caftelo aja de leixar algua peífw por J)J-
, caíde , e Guarda delle , eu , !he tomarei ~efte dito.
n preito e menagem na fó.rma. ,_e. maneira, e com -a-5l
, . ,,_clau,...
37+ o PRrMElR.O LIVRO DAS ÜRD.!N. TiT. LV•
... claufuias , condiçoes , e obriguaÇoes nclla conthe.
u udas, e eu por iífo nom ficarei defobriguado deftQ
•• dito preito e menagern, e das obriguaço'és e cou•
•~ fas que fe nclla contem , mas antes me obriguo,
.., quo o dico Alcaide e peffoa, que affi leixar no dito
u Ca!l:elo , tenha, mantenha, guarde , e cumpra to..
,. das eftas coufas , e cada hüa dellas inteiramente.
'~ E et1 <> fobredito Foam faço preito e menagem nas
., Maõs de Voifa Alteza, que a de mim rece~e, hua •
•• duas , rres vez.es , fegundo vfo e cofiume defies
;, ValTos Reynos • e Vos prometo~ e me obriguo •
tt que cumpra c guarde inteiramente e~e dito prei ...
~.to ,.e menagem ,e ·rodalas daufu!as , e condiçoê's,
. 5 ,' e obrigmaçoes , e todal~s coufas , e cada hüa dei.
-----------·---------------~·-------
TI TU L O LVI.
T I T U L O L VII.
Das armas quefam defifas, e quando ft deutm per.det
ajji de dia ,. como de 1wute. f dos que Jam achados-
defpois do jir;o 'de correr.
D ~FENDEMOS,
1..._
T I T U L O L VIII.
!Jr;s Gàtaréiros das Cidades, e Villas, t das carc&r(Zgtn~
que ham d~leuar.
- - -,,----·---·---·---
TITuLo LIX.
Dos 'fabalia~:s das Notas , e do que a ftus Ojjic ·os
perten·u .
/
Dos 1"AB. r5A'S NoT.. É oo Q.YE A sws·OFFrc'. PERT. 403
' I
·'
damen.t:'os atee nms'annos, e: que J:}(i)!1ll.'patffit1fe.ffi dd
trinta mil reaes, h a de fazer li> Efcriuam dos·orfaõs 1
fegundo he couthc:mdo em feu Titiulo.
14 E ASSI faram os ditos Tabali:aes quaefquel!
obriguaçoes ,. e contra"étos , que· a:lg.uus prefus feze-o
rem em fendo prefos. , pofto quet tae.es. e~[Gripturas f~
ajam de fa~er p·el' mandado·J e auétol'idarl-«' . e em
prefença elos Juizes.
I 5 ITEM faram quaefquer eftorrnentos d'empra-
zamentos, obriguaçoês , arrend:tmenros ,. ~ dla{ugw: ..
res de ·cafas, .e· qua-efque"r outros contraétos de con..
uenças J que· [e fezer.e m <rntre·partes ·, pofl:o que a~
ditas efcripturas de confentimenm da-s -partes· por
maior firmefa_fe ajam de julguar p(l)r, fcntença de
q!Jaefguer. Juigua.dores. E quanto' aos efl:ormentos
d'afrontas, e ~equeriment0s, e proteftaçoés, que aí..
güas peífoas fpzerem a outras fóra do Juizo~ e alli
das citaçoés que fe fa.zem por No!fas Cartas, ou de
quae~quer ~o~as Jufl:iça.s, e de emreguas d'e! prefos
·a alguu·s Jutze:s, ou Alcatdes ., que fe delles dam por
entregues , ou de certidoes \ como alguas Cart, s, e
Aluaraes No fios, foram aprefentados a alguüs Juizes;
e Offici:J.es, o11 quaefquer. outra~ ~eífoas, ou de f~e,
e c.ertidarri com.o algüas Nolfas Ca.rtas , ou d'out'ras
· Nofi"as Jrufl:iças , ou·d·0s Prelados, e feus Viguairos 4
foxana: preguadas nas·pot:tas das Igrejas , ou lugua...-
r.es pubr.icos
•
' to?ás
'
eftas
,,
. eft:riptíú.rás,
( • J '
ç .efl;ó~;mentos'
dàs , coufas nefte Capitolo declaradas, ,.e ' d'outras .
___.. quae[quer .de femelhante qualidade~ , faratn e pa·lfa-·
ram
Do$ 'f AB. J;>I\S NoT. E no Q1TE A .sEu·s O:Fnc. l'ERT. 407
TITULO LX.
J?os <:J'a!Jaliaes :Judiciaes, e do que aJeus Oificios
ptrtence. ·
/
424 · O P~t~MEIRO trv. DAS ÜRDEN. TrT. LX.
erri br:eue fenom pairam tresladar, o Julguador que
de taees feitos conhecer lhe affine termo conueni-
ente , em que as poífam tresladar; as quaes efcriptu-
ras ta,nto que forem tresladadas, concer;tàram com
outro Tabaliam , e dfe com que aili concerrar lhe
poerá concerto ao pee , e affinará de feu final ; e
nom as concertando na dita fórma , paguará a:as
partes , ou cada hua dellas, , toda perda , e dãno , e
cuftas que por _ello receberem._,- ou fe caufarem.
E nom .dando os ditos feitos , ou nom fazendo ·as
ditas Cartas no dito dia , ou ao termo que lhe foi
affinado , paguará dez cruzados • ametade pera a
parte , e a outra metade pera os captiuos, e defta
metade dos captiuos auerá quem o acufar, ainda
que feja a propria parte, ametade •.E pera nom feer
duuida qu~ndo deram os feitos, poeram fempre no
1
feito em que dia os d.eram aos Juizes, ou Procura.
dores.
12 ITEM todo TaJ:>aliam e Efcriuam dç Nofi'os
Reynos e Se~horios, que nom for da Corte, nem das
Sifas, poder~ em cada hu ~ anno 'hir fora do Luguar
onde for Tabaliam , ou Efcriuam , fem licença do
J ulguãdor perante quem efcreue , oito dias. foomen-
te , e mais nom. E hindo fóra do dito Luguar fem
fua licenç-a, 'F andando fóra mais dos ditos oito dias
em cada huu anno, ferá fufpenfo do Officio .por
huü anno , e paguará aas partes toda perda , e dãno
que por fua hida e abfencia f.e lhe caufar-, a qual
~d.cença lhe ppderá o dito Julguador_, perante quem
efcrc~
•
n1aõ
Do$ 'J..AJ3.~ Juo. E oo QYE A s!us Orrrc. PÉRT• 431
I
434 O PR.IMRIRo- Lrv. DAS 0RDEN. T:rT. LX.
gual .deflrebuirá antre elles todos os feitos, cartas , e
d.efembarg.uos, õu autos, que· a elles pertencerem.
:fazer, em tal guifa , que tôdos. os Tab~1liaés fcjam
igualados nos feitos >· c em as efcripturas que feze~
rem; e nom. ferá ou.G1.do. ninlmü Taba! iam fjlhar al-
guü feito , ou fazer Carta, ou qualquer, outra Efcri.
p.tura ,.[aluo o qwe 14e for dcfi:rebu.ido polo dito Def-
trebuidor ; e·fazendo alguü delles o contrairo , pa.
gu.e pola primeira vez duzentos reaes pera·,a Pieda-
de, e pola fegunda feja fufpenfo por feis mcfes , e
pola terceira priuado do·Officio.. E o Deftrebuidor
leuará de cada coufa que deftrehuir tres reaes, e fení
obriguado teer liuro de deftrebuíçam bem enqua-
dernado, e de o guardar, e·dar conti:l- d_elle atee trin-
t.a annos , e nom·leuará bufca fe nom quando paliar
.de cinco annos,. que o tal Feito·ou. Auto for ddlre-
puido. E M<mdamos que ninhuü Tabaliam poífa
teer, n.e m. feruir Officio de Defi:rebuidor ,, nem Con-
tador , nem Enqueredor ~ fob pena de pendimento
d o~ ditos Officios , e dos que a-ffi teuer , 01~ feruir.
E os ditos Offici.Qs de Contador, ~ Deíhebuidor ,. e
Eoqueredor , ~eremos , e Mandamos que andem
todos tres emhua foo peffea daqui por diante, qufln-
do cada huü deftes tres Officios vaguar ,. e o falario
do dito Enqueredor ferá contado por o Juiz da Ci-
~;tde ,--ou Villa, e nom ferá contado por ninpuü Ta-
baliam , rye9 outro Official de Jufriça : e·f~m em,.
hargua de aíli Ordenarmos que em cad,a Vílla aja
~nqueredor,. iq uaado o.dito Enqueredot, for ab~nte,
ou
Dos TAB~ J uo. E Dó Q.UE A SEus Onrc. ·PER T. 43 r;
TITULO LXI. .
])o que bam de leuar os Ejcrittaes da Fazenda;~ tia Ca..;
mara , das Cartas, e Dljembarguos, e Aluaraes, e
outras Ejcripturas que fezerem. ·
I
444 o PRIM.E!RO LIVRO DAS ÜJ.U>EN. TIT. LXI.:
3 I TEM d'outros AluaFaes pequenqs, huu real d'é
prata de xx.. reaes. xx. reaes.
4 I TEM de Cartas defe ajji he , tres reaes de
prata. LX. reaes.
5 I TEM de Cartas d'Officios, tres reaes de pra-
ta: LX. reaes.
6 -1 TEM de Cartas de padroes de rendas, tenças,
ou aíTen tamentos ,- cinco. reaes de prata. c. reaes....
7 ITÉM de Cartas de priuilegio, quatro reaes de
prata. Lxxx. reaes.
8 ITEM de cada Caita d'aforamento; cinco reaes
de prata~ c. reaes.
9 hEM rle Cartas de Doaçam de:f'erra.ou.Terras.,
huu cfpadim d 'ouro. ccc~ reaes.
Io ITE-M de Cartas de Doaçam de Cafl:elo liuu
efpad_im d'oüro. ccc. reaes.
! I I TEM de contraétos, hum cruzado. cccc. reaes.
12. ITEM de lanço de·vendeiro, ou-rendeiros, quer
fejam muito1-, quer pÕucos, huü efpadint d'ouro.
ccc. reaes.
13 E POr.tQ.yr:: da·s Carvas das Confirmaçoes, nom
lil<mem os Efcriuaés
I
d'autilr tanto- fa.tario-, c:;omo
quando-de nquoas fazem, por o{menos-trabalho que
em éllas leuam , Manda-mos-que xie qualquer Carta
de Confinua~~am de Úoaçam de Terras ,. aj-am foo-
mente cinco-reaes de prata·. c. reaes.'
1-4 ITEM qe Con.firmaçam dalguús-dereitas, qua..;
t.ro reaes de prata-., · x.xxx·•. rea~s.. ,
· I 5 I 'F EM de Confirma.ça·mde qualqtler fadram ,
,;tes reaes de prata. ' L'x. reaes!J·
Do o.yE HAM DE L!UAR os EscR. DA FAz. E Te. 445
T 1~
Do Q.!lE HAM DE Í.EuAR os EscR. DA Co~TE ETC. 447
T I T U L O LXII.
•I
.,.
De· Q.UE tUM DE I.·EUÁR. os TABAL. E Es.cR.. ETc. 457
la terceir-a vez .fejam priuados dos Officios, fegímdo'
cito Auemos no Titulo Dos Ejcriuaés dante os JJ,ejenz-
/Jarguadores do Paaçó..
18 ITE~t da vifl:a do Feito l:euará o Ta.b aliani, QU
EfcriHa:m que o efét'eucr do começo., a terça part-e
de qea111.to montar na efcriptura da inquiriçam .deffe
Feito atee onde a yiíta foi peâidí;l, contando-a-toda
aas regras ; ·aili como díw he; c pofio que a, viíta
feja pedida muitas vezes , nom leuará efl:e Taba-
liam .ou Efcriuam v.ifta , fenom húa vez. Peró fe
defpois que a vifta foi pedida húa· vez .,u Feito ,cre-
cer mais per inquii:içam , ou por efcriptura qua·l-
. quer . qúe feja, fejalh€ contad!.l a vifl:a do que mais
creceo, aalem donde a outra vifl;a foi ped~da, e efl:g.
com tanto que llle nom contem viíta , donde lhe
contaram ó treslado.
19 · ITEM perante o Juiz da apelaçam letiará u
·Efcriuam da vifta deiTa apelaçam onze ceptijs -de
cada folha, e efl:o, porque antiguamente kua·uam a
quinto do· que montaua na dita ape!açam ~ e porqt:Je
.em a maior parte de todos os feitos em ·cada húa
.fulha ~ monta noue reaes pouco mais ou menos, · ·1~.~
:uar.am .dé ·cada folha onze ceptijs, · que he o quintç>
-c_orp.(!) dito he; emperó fe acontecer, que o Juiz da
..apelã.çam mandar ·tirar alguas inquiriçoés em effe
rFeito, defpois que perante' eÜe pender • ora fe tir~
ma Gorte , ou em outra- parte~, e for · dellas _pedid.a a
l.~ifta ~ leuar~ o. Efcriúam .o terço-dellas, . , ·affi . ,como
:.f...iv: I. - Mmm f~
45~ O PrnMEIRO. L'tv. DNS OrtD:EN •. TrT. LXIJJ~·--
TI-
·464 .. 0 PRIMEIRo 'Liv: DAS OttDEN. TI-r. LX{!II.
T I T U L O LXIIII:
Dos 'rabaliaes garau , e· como deuenz vjar de
ftus Oificios , e das pn!foés que deuem paguar.
TITULO LXV.
-----
Tl T U ·L tO LXVI.
----------
. J . r .J .. ,... ~ •1
\\
Do Q!!k: H AM oE L·Eu Art os PoRTEI Rios E.T ,c. 473
:Pero fe os trouuerem em prcguam o te,mpo con-
l!:heudo na Ordenaça.m., ou alguü pouco menos ., e
os nom ar.rematarem., leuem ametade do que leua-
.riam , fe arrematados fo fiem.; e fe a rienhora for fei-
-ta por o Por-teiPo' .e elle nom vender cOS penhores .,
··Í<lluo o Preguoeiro, entam leuc o Porteim fua penho-
.ra ., e eo Preguoeiro fua a.rremataÇam como dito he .;
:e fe a penhora for féita em bens de raiz, leue de fua
.penhora noue reaes., e da .arremataçam ,de cincoen-
ta reaes huú., atee qu.e chegue · a trezentos e fefienta
reaes, e mais nom, poílo que os bés muito v.alham~
I hEM Maadamos que eíla taí~a ·e orélena!lça,
:que os Porteiros e Preguoei!:_OS ham de teer naquellG
que ham de leuar dos bens moueis e de raiz que afli
arrematar-ém , e dos que tronuercm em preguam ,
e os nom arrematarem como dito hc, e!Ta mefma ·
tenham os Sacador.e s, e por e·fta guifa leuem o iell,
Í1lari<:>, e affi lhé fej~ contad?, e nom dol.!tra manei-
ra; e por efla guifa leuaram as Adeelas dos penho-
res e coufas que lhes dama vender. E qualqu·er Por-
teiro, ou Preguoeir.o ., ou Sacador. , . ou Adeela que
ffiftÍS leuar da parte do que lhe aqoà he ordenado e
taix:ado, aucrá as penas contheudas no ~into Li-·
uro, no Titulo Da pena que aueram os Ojficiaes ,.que le-
rtam mais do conjheudo em feu regimento.
2 I n:M todo ·o que dito he dos fala·rios dos Por"'t
teiros~ e Preguoeiros(~eremos q~:~e aja luguar, quan-
do venderem alguüs bens por mandado dos herdei·
ros e teftamen.teiros dos finados , ou Tlltores., e Cu.
. Liv. L Ooo radó~ :
474- . O PRIMEJRO Liv. DAS ÜRDEN. Tn. LXVI.
radares, e quaefquer miniíl:radores de bens , ou ou-
tras quaefquer pdfoas, que lhos affi mandarem
vender. E quando effes Porteiros fórem fóra do Lu- .
guar fazer as penhoras , leuaram por cada dia de feu
trabalho, Cpera mantimento, vinte e fete reaes, afO":""
.ra. aquello qLie lhe montar de fua penhora- , ou en-
tregua ;. e fe mais dias andar fóra .. cada dia leuará
vinte e fere reaes; e 'fe for tam perto. ·do Luguar, que
nom dure de hida e vinda fenom meo di-a, teuar~...
tl'eze reaes e meo~ e affi fegundo mais e menos. tem...
podo dia por effe reípeito.
3 E ESsE me'fmo. falaria auerá o dito Porteiro ,.
quando for citar alglia peHoa fóra do Luguar·; e fe
cüar algüa peílo<1 no Luguar , auerá por fcu traba..
lho aqucl!o que he ordenado no Ti,tula Do Porteiro,
do Corregedor dq Corte·; conuem a f<1ber ~ (e citar na
Audiencia hGa. peífoa leuará onze ceptijs , e autro
tanto leuará , po.flo que cite marido com molher,..
ou Priol por fi e por feu Conuento na dita A1udien,..
eia:, porque farn auidos por huü corpo;, e fe citar n at
í:lita Audienci2L herdeiros, 1~ teftamenteims •· pof'i0:
que mwites fej ~t;m, leuará t)l'es reaes e quatro ceptijs ;,
e fe forem. apr<l:guoadas.
!
na dita Aud.ieneia.
... .
leuará \ o,
P-orteiro do pregua1.111 0n:ze cept,~s , como da ci.ta-
çam ; e [e eíl:as peffc;~as forem citÁ'tias no·Luguar fór.a.
da Audierneia ,_leuará o Port_çj/o,_de cada hua peífo~
tres reaes ·e quatr-o-ceptijs; faluo fe fonem het;deiros
e ~e-ftamenteiros,
, que leuará fete rea:es eI dous . ce-
pt!ijs, porque :fitm duas,. e affi de mais, fe'.mais forem
qu~-
Do Juiz oos ORFAÕS nc. 475
T I T U L O LX VII.
Do Juiz dos 01jaos, e coufas qut aftu OJ!icio
pertencem.
I·
Do Ju J z Dos oR p A 0 g. ET c. 493'
neira .fobredita,em tal ca[o o Juiz confl:rnngc rft. huú
homem bom da Cidade, Villa, ou Luguar , que fcja
abonadu, difcreto , digno de fc:e , idoneo e pertcn-
_cente, que feja Tutor e Curador do dito erfaõ pera
guardar e miniílrar fua. pdToa c bens, afTl mou eis co-
mo.d'e ra-iz ·, -e dinheiro que effe orfaõ. ouuer n effa
Cidade, Villa. , ou Luguar , ao qual fa·ça entreguac
o dito orfaõ , e·todos feus bens por e fcri pto~
2 & E sE o dito orfa.õ teuer alguus bens em outro-
Luguar fora da j urisdiçam do dito Juiz, com dcli-
gencia o Juiz loguo efcreuerá ao Juiz deife L~:~guar
onde os ditos bens efleuerem, recontando-lhe decla-
radamente a e~1formaçam da coufa como he , e re-
que·re;dolhe da Noffa pa,rte, que faça loguo dar huü
Curador abonado a eífes bens, e os faça loguo entre-
guar a eífe Cm:ador por efcripto, fendo-lhe primeira-
mente dado"jur.amento , que os 1:eja e mi..niílre bem
e fielmente, e dee conta e recado dclles , e affi dos
fruét:os e rendas que renderem, a todo tempo que
pera ell:o. for rcqueridm ;-e·o dito· Ju.iz tenha cuidado
d'auer a repoíla por efcripto do. outro Juiz a que tal
recado enujar , e da Glbra• que por. elle fez,. e t
faça efcreuer ao Efcr.iuam de feu Officio no inuen-
.tario dos bens do ditG orfaõ pena todo. viit; a b a ane-
.ca.daçam , e faça o ditó Juiz em guifa, que por fu.
culpa e negrigeneia os bens dos orfa0s 1101 1 r c brm
àãno , por-que todo o dãno e perda que rcc
p.aguaram por feus bens •.
1.91 E Esn:s Tutotes que nom fendo :trent
494 O PRIME-IRo Lrv.. DAS 0R.DEN,.TrT. LXVII.
r.em confh·angidos ·nom fer.am obriguados 'teer as
ditas tutorias centra fu~ vontades mais- que dous
annos ccmtinuados, os quaes fe contaram do dia que
.os taees Tutores cemeçarem de .reger e miniHar : ·e
·tanto q11e o dito tempo for acabado requeira lCJguo
ao Juiz dos orfaõs , que .dee ao dit-G orfa:õ outra Tu-
tor, qu.e feja pêra eÍlo idoneo ., e penenrente; e o
dito Juip. conílraagerá loguo outro na máheira que
eito he; ao quáll'nandará entreguaT por efcri_pto to-
dolos bes, e rendas do dito orfaõ., con!l:rangendo e!Ie
qlie ante for~ que lhe faça Jqguo a dita entregua
:realmente e ·com e{eÇlo .; e ,fi0!Jl lhe fltzendo 1ogua a
-dita entregua do d-i-a éJ.Ue ac~mta for a·cabada atee
f1oue dias primeiws (eg~rínte-s, feja loguo o dito 'i\r·
·tcn· prefe , ate e que da Cade:t re.1lmen. te e .com efe-
é1ie pague, e emregae ao dito Tutor nouaa'lel~te Íei~
't-0, todo áqH!í:1lo em ~ue po.r conta f0r ·achado f~e-r
~euede r ao dim orf<tõ ., e am fe faça tada v_ez qme a\-
-guü Tutor f<!>f remo,u do,. _e dado ~~tro de n(')uo.'
30 . E s-E algt:ía pefifou ,, ROrlll fert.do pa;rente do Ór-
'/ faõ ., quifer feer f-eu Tu:tór mais "tempo que os ditos
dous annos ., ach~ndo. que a~iniftrou bem o tempC'>
-pafiaào., ·e éJ.Ue 11e abanado p~ra íffo, e nom hai <?U·
'tora ca-ufa pe-ra 1he fee-r remouida, le-i 'ar..:lhe~ha teer a
·thta tutor.ia , -em quatuo .e be·m :fezer ~ ·e ao dite> Juiz
bem parecer..
3'1 E ·PoRQj,rE aqúllns peflàas que fam qados
por Tutores· muitas vezes fe efcuí:1.m de o f~er .;'pera
ql:ie o dito Juiz faiba. quaes efcufaçoés fam legiti-
mas.,
Do Ju r z D ê s o R F· A õ s ET e. 49 s
mas , e .qua~s nom, DecJ'ar;trn-os. que por p-riuilt1:gio
qu.e a.lgüas p.effoas ·teJ~h-am , llL!.11Ca fe e-t~tendem. fe-
cem p.riuilügiados de fe<!!r TLttm~es .de fe.u.s. .parent~s,
as GfUacs tutoria-s fe· em Dc.~:eito· chamam. ·.Lidimas i .
mas fo.ornen~e a~w~ll'e qu€ .a.ffi for .priuilegiado feri
efcwfo de feef Tutor .datiu0 ,. ~on.uem a. faber , da-
queDes que faro dad~s. polo Juiz a pdf.oaseftranhas •.
Peta fe alguü .teudfe C<inco filhos lidimos antre ma-
chos e femeas , ou teuetfe cinco netos, 6lhos .ou fi-
lhas d'alguü few •filho. ou filth os., ou fi)ha GU fiolha.:; .
.3a fililctdos , ou effa,filha niã.y dos ditos net0s fej-a cá-
fa.da coJm outro ma.rido, fe effe pa·dre ou auo te-
ueffc todos os ditos ci·nco. filhos. 0u netos em. fell f10"'
der, ferá . efe~~Jado de toda.las t_utorias. ~ quer .feja
leixàdo. e.m te:írt.a:mento , om pa~en•te do.orfaõ, ou da-
do polo Juir: ern desfalecimento de pa.remes. ;·€ po-
fl:o que os ditos·tjnao ·filhos , · ou netos nom ,f qffem
viuos, a.o. t.empo ..q.ue a- dita tutoria· foífe encar.:regua• .
da a .feu p.aty:ou ·aL,Jo, fe elles ou cada h~1Ü . delles.
morreram em auto. de guerra , ou hintlo 1pera . .cdht
cm .Noffo Set~u~iç.o. ,. dh:s que a ffi· morr~ram, fera.m .
co.ntados '· pe'ra·efc.u fur o. dito feu. pay ·e· auo de toda.
tutoria a·ili como fe fofi.em viu.os.
32. E s.E .cdguu regeffe ou miníftraff.e·coufas N9f.:,
fas, ou· pertc!J.<Centes aa Repubrica , catiluern a faber ,,
fe folk Veedor·da Fazenda, ou Officíal da Juíliça , ,
co1mem a fab <E r, Defembarguador, ou Sobrcjuiz, ou•
Ouu.idov , ou Procurador do s Noffos Feiras , ou da·
Noifa· Juft.iç,a , ou Tefow·eir.o ,, ou Contadox, ou AI- -
mo-.
4.~6 o P.~I.MURO LIV.RO D.AS ÜRDEN. TlT. LXVII.
moxarife ., ·ou Rendeiro, nu Efcr'i·uam de ·cada huü
dos ditos Oíficios , ·e todolos outros Officiaes que
fa-m dep11tados pera Jemir ante elles _, ·conuem a fa-
per , Procu.radores, Efcr.iuáés , ·P.oáe.iJ:eJs , Carce-
;reiros .• Caminheh·os ., eu.l'ro fi Juizes., Vereadores
.de qualquer Ci.dade ., V1lla , ·OU Lugua·r de N0~os
R<eynos., todos dl:es e -cada .huü d.olles f.eram efou:Ca-
.dos de t0dala-s tutorias~ quer.fejam Jeixados em ce.f-
.fhunentos ·~ ou ~egitimas , .qhle .he daqueUes que farn
:parentes , ·ou da.tiuas., qtre he dos dlranhos.: PerGl 'OS
.Juizes ·e Vereadores ·nom :fera-m ·releuaoos ·das lmto-
J"ias ., cle que ja fofrem encarreguad~s., cante que :·0 u-
.ue.lle.m os dims'Üffi'Cios; fa{ue fe Nós Em.iiaffem.oi
algüa peffoa~ por juiz. a a·lgüa Cidade, 'Óu V.illa de
Noffos Re.ynos., em qyán.t o Noffa Mcr-ee far, ia·l .oo-
mo etl:e ferá efc:ufaclo de roda :rutonia ~ ·,Po{1:6 que ·ao
ttempo g.ue o -a [fi .Enuiaffemos ja della . encan~rcgwad@
.foffe., -c ·eU e a 't1:ueffe aceprada , ·e com o dito o.rfaõ
fe terá aquella maneir-a ., ·que fe -te:uera fe -t<tl ill'uto.r
hi P.óm .ouuer.:t.
33 1 TE'l\1: todo inenor de v'inte e ·c'i nco :.mnos, ou
maior .de f6tenta ., fer.á efoufado deloda tutor·ia lei-'
xada em tefta:mento , ·ou legi:t.fína., ou' datiua .; :e .p o-
'f lo que o ·m~rwr · .ae vinte e cinco .a~Jm.os t-euefie aui-
da Noífa CarEa ,·por que fofie ·auido por maior, e lhe I
fo~.em · entreg~e~ feus berJ.s, ·~em 'e~barguo de] o ~om
. fera ··c onftrangu:lo .para tu·to-rra algwa~ em quant'o nom
for de vinte e cinco ain:ws; e pofto que tal menor
queir.a feer Tu1:or, nom lhe feja confentido.
. I
341T·EM
Do Ju I z Dos o R F A õs E T c. 497
T I T U L O ' LXVIII.
T I T U L O LXIX.
Do Curad~r que bt dado aos bens do a~fente, e oa he-:
rança do finado , a que nom he achado herdeiro.
TITULO LXX.
T I T U L O LXXI.
Como ham de contar ofalaria aos Procuradores.
T r..
}52 O PRHIEIRO Lrv. DAs ÜR)}EN. Tn. LXXIII.
T I T U L O LXXII..
---------------,-~---------------------
T I T U L O LXXlii.
J<ue os O.!Jiciaesjejam {le idade de-vinte e cinco a'n1tos~
T I T U L O LXXIIII.
Dos que vendem je143 O.fficios fem licmça d' ElRey, ou os
renunciam ejlando doentes, ou tmdofeito 7telles. alguíis
. erros : E que nau jeruau1 feus O.lficios por ou/rem :
: . E que Jejam cajados.
T I T U L O LXXV~
TI,
CoMo ELREY PODE TIRAR. os ÜFPICios IT c. 55.7
T-1 TU L O LXXVI.
---------- ,1" - -
.ham
P ERA.
I
I' ~
.:o·c, ·R "G 1 M
E E N T o nAs AunrE N c r A s. 561
-
,';' Do 'R~ _e;IM~ ·NT ·ó · D11s AuE>IE :N·c ·:rAt. iE'63
T 1~
5'66 O PIUM'EIIto Lí.v. ·D/.S Oimw. Tn~. LXXV~Il .
T I T U L O LXX VIII.
F IM.
/.
f·'
/
,'
/
I
1