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E1 - Gequ 2
E1 - Gequ 2
QUALIDADE
Mariana Bonome
E-book 1
Neste E-Book:
Introdução���������������������������������������������������� 3
Processos e boas práticas da
Gestão da Qualidade�������������������������������� 4
Principais processos da gestão da qualidade�������4
Principais papéis e perfis profissionais na
qualidade��������������������������������������������������������������� 10
Série de normas ISO 9000������������������������������������ 13
Sistemas de Gestão da Qualidade (SGQ) e
Sistemas de Gestão Integrada (SGI)������������������� 27
Considerações finais������������������������������ 33
Síntese���������������������������������������������������������34
2
INTRODUÇÃO
Neste módulo, você será apresentado ao cotidiano
da gestão da qualidade e melhoria contínua nas orga-
nizações, com a descrição dos principais processos
comuns a esta área.
Vamos começar?
3
PROCESSOS E BOAS
PRÁTICAS DA GESTÃO DA
QUALIDADE
Neste tópico, falaremos sobre os principais proces-
sos relacionados à gestão da qualidade e melhoria
contínua nas organizações. Na sequência, estudare-
mos os principais aspectos do perfil dos profissionais
atuantes nesta área. Também conheceremos nor-
mas contendo boas práticas e recursos à disposição
desses profissionais para exercerem a gestão da
qualidade com sucesso, como a NBR ISO 9001:2015.
Finalmente, estudaremos o que são os Sistemas de
Gestão da Qualidade (SGQ) e os Sistemas de Gestão
Integrados (SGI) e como eles podem representar
um grande diferencial nas boas práticas em prol da
qualidade nas organizações.
4
está presente desde a formulação da estratégia or-
ganizacional, passando pelo desenvolvimento do
produto e/ou serviço; pela divulgação, comerciali-
zação e entrega desse produto e/ou serviço; pelas
ações pós-vendas; chegando às ações de medição e
análise de desempenho, visando à melhoria contínua
da organização como um todo (PALADINI, 2019).
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Mapeamentos Medições e
Estratégia Ações
e análises Auditorias
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Concluídas as análises de causa, a área da Qualidade
atua em parceria com as demais áreas envolvidas
para implantar e acompanhar ações corretivas,
capazes de superar as dificuldades identificadas
e também suas causas (CARPINETTI; GEROLANO,
2016; PALADINI, 2019). Detalharemos este assunto
oportunamente nesta disciplina.
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O acompanhamento bem-sucedido do desempenho
de processos é fruto de uma parceria entre a área da
Qualidade e as demais áreas de uma organização.
Essa parceria deve resultar no estabelecimento, me-
dição, análise e divulgação de resultados de indica-
dores de desempenho. Decisões pautadas em fatos e
dados representam um diferencial significativo para a
perenidade e a melhoria contínua de uma organização
(CARPINETTI; GEROLANO, 2016; PALADINI, 2019).
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Também é comum que uma área da Qualidade seja
a responsável por planejar e executar as tratativas
necessárias para a realização de auditorias externas
de certificação da qualidade de processos, produ-
tos e/ou serviços (CARPINETTI; GEROLANO, 2016;
PALADINI, 2019; TOLEDO et al, 2017). Falaremos so-
bre isso oportunamente.
FIQUE ATENTO
A redação e a divulgação da Política da Qualida-
de são tão relevantes que vale a pena conferir
boas práticas para realizar estas atividades. Con-
fira os detalhes no capítulo 3 do livro de Paladini
(Gestão da qualidade: teoria e prática) e no item
5.2 da norma NBR ISO 9001:2015.
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organizações. Para que esta área exerça com su-
cesso suas atribuições, seus integrantes precisam
apresentar e desenvolver uma série de caracterís-
ticas. O perfil destes profissionais é o assunto do
próximo tópico.
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as principais características esperadas desses pro-
fissionais, sejam eles gestores ou apenas integrantes
da área da Qualidade.
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[...] motivação e inspiração – mantendo as
pessoas no caminho certo, ainda que existam
grandes barreiras para a mudança, e apelando
para suas necessidades humanas básicas
(um senso de pertencimento, reconhecimento,
autoestima, um sentimento de controle sobre
as próprias vidas e a habilidade de cumprir
com as expectativas e ideais das pessoas),
seus valores e suas emoções (CARPINETTI;
GEROLANO, 2016, p. 25).
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Série de normas ISO 9000
Antes de conhecermos a série de normas ISO
9000, vale a pena entender o que é a ISO e seu
funcionamento.
SAIBA MAIS
O nome da organização se deve ao prefixo gre-
go “isos”, que significa “igual”. Ao escolher este
nome, os criadores da ISO quiseram transmitir a
ideia de normalização e padronização internacio-
nal de diversos temas. Além disso, preocuparam-
-se em elaborar um acrônimo que não demandas-
se mudanças conforme o idioma de cada país.
Visite o site www.iso.org para conhecer mais so-
bre a atuação da ISO.
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por elaborar normas brasileiras (NBR), traduzir para
o português as normas internacionais emitidas pela
ISO e outras entidades, centralizar sua divulgação
e, em diversos casos, certificar produtos, serviços e
sistemas (ABNT, 2019a).
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Número Título Finalidade
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Número Título Finalidade
16
Número Título Finalidade
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Ao analisar a Tabela 3, é possível perceber que as
normas apresentam um número de série seguido
do ano de sua publicação. Esses números de série
excedem o numeral “9000”, porque os numerais são
atribuídos conforme a disponibilidade destes no ato
de sua primeira publicação (ISO, 2019). Todas elas
são emitidas e atualizadas pela ABNT, com exceção
da IATF 16949, emitida pela International Automotive
Task Force, grupo de empresas do setor automotivo
que mantém padrões técnicos específicos para esse
segmento, alinhados com os requisitos da NBR ISO
9001:2015 (ABNT, 2015b; IATF, 2019).
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Observando a finalidade da NBR 9001:2015, descrita na
tabela, pode-se notar que seu conteúdo é composto por
requisitos que, uma vez implantados adequadamente,
geram um SGQ efetivamente voltado à satisfação de
clientes e apto para processos de auditoria externa de
certificação. Antes de compreender sobre certifica-
ções e auditorias externas, é importante compreender
quais são os requisitos da NBR ISO 9001:2015 e como
interagem entre si, o que é demonstrado na Figura 1.
Sistema de Gestão da
Qualidade
Apoio
(7)/
Operação
(8)
Planejar Fazer
(plan) (do)
Avaliação de
Planejamento Liderança Desempenho
(6) (5) (9)
Agir Checar
(act) (check)
Melhoria
(10)
Requisitos dos
clientes
Necessidades e expectativas
das partes interessadas
(4.2)
Satisfação do cliente
Resultados do SGQ
Produtos e serviços
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A figura revela uma forte conexão entre os requisitos
normativos da NBR ISO 9001:2005 e a metodologia
PDCA, pois a sequência que orienta a distribuição
dos requisitos segue as fases planejar (plan), fazer
(do), checar (check) e agir (act) que caracterizam
esta metodologia (CARPINETTI; GEROLANO, 2016;
PALADINI, 2019). Os números entre parêntesis na
Figura 1 indicam o número do requisito normativo
que descreve detalhadamente o que se espera de
cada assunto. De modo geral, pode-se afirmar que os
requisitos 0 a 3 orientam o leitor sobre o escopo da
norma, suas referências, seus termos e definições; e
os principais requisitos da NBR ISO 9001:2015 são:
• Contexto da organização (4): aqui, nota-se a ne-
cessidade de demonstrar entendimento sobre a or-
ganização e o contexto ao seu redor, incluindo partes
interessadas, escopo e processos do SGQ
• Liderança e comprometimento (5): neste requisito,
pede-se da alta direção foco no cliente; elaboração e
disseminação de uma política da qualidade nos am-
bientes interno e externo da organização; estabele-
cimento de papéis e responsabilidades com clareza.
• Planejamento (6): percebe-se aqui a necessidade de
estabelecer ações para abordar mudanças, riscos e
oportunidades visando a tornar a organização sustentá-
veis; e definir e divulgar objetivos e planos para seu SGQ.
• Apoio (7): aqui, observa-se a demanda dada à alta
direção, para que assegure recursos, pessoas, infra-
estrutura, ambiente, conhecimento, condições de me-
dição e monitoramento, suficientes e adequados para
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alcançar a qualidade almejada para o SGQ. Também
são exigidos requisitos que assegurem disponibili-
dade de competências; clareza de comunicação e
ações de conscientização; e documentação, todos
em prol da sustentação do SGQ.
• Operação (8): destaca-se neste conjunto de requi-
sitos a necessidade de planejamento, implantação e
controle de processos organizacionais; os requisitos
para que processos, produtos e serviços sejam proje-
tados, produzidos, controlados e liberados, incluindo
aqueles que não estiverem conformes, ou seja, que
não atendam as características deles esperadas.
• Avaliação de desempenho (9): neste requisito está
incluída a necessidade de monitorar, medir, analisar e
avaliar o desempenho de processos, produtos e serviços,
com destaques para a satisfação do cliente e os proces-
sos de análise crítica pela alta direção e auditoria interna.
• Melhorias (10): neste último grupo de requisitos, es-
tão reunidas as necessidades de tratativas para as não
conformidades detectadas em produtos, serviços e
processos; as ações corretivas e de melhoria do SGQ.
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Em relação à gestão de riscos, cabe ressaltar que a
versão mais recente da série ISO 9000 é a primeira
que aborda diretamente esse tema. Além de diferir
das não conformidades, o destaque feito à gestão
de riscos está relacionado à sustentabilidade de um
SGQ ao longo do tempo, pois esta é fortemente liga-
da a uma gestão eficaz de riscos e aproveitamento de
oportunidades de melhoria e ampliação da atuação
das organizações (CARPINETTI; GEROLANO, 2016).
FIQUE ATENTO
A redução de não conformidades em prol da me-
lhoria contínua é um dos objetivos de se adotar a
série ISO 9000 como base de um SGQ. Mas o que
é uma não conformidade?
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Outra diferença significativa da versão 2015 da sé-
rie ISO 9000 está na ausência de obrigatoriedade
de documentos que estruturem as atividades que
asseguram a Gestão da Qualidade na organização.
Contudo, deve haver evidências que comprovem
como a organização efetivamente cumpre os obje-
tivos, metas e propósitos estabelecidos para seus
processos, produtos e/ou serviços (ABNT, 2015b).
HIERARQUIA
1
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3
4
5
Figura 2: Hierarquia e documentos comuns à Gestão da Qualidade.
Fonte: adaptado de Custódio (2015), Paladini (2019) e Toledo et al (2017)
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Hierarquia Documento Abrangência
Estratégica e
1 Política da Qualidade
global
Estratégica e
2 Manual da Qualidade
global
Procedimentos ou
normativas relacio-
3 Tática e gerencial
nados aos processos
organizacionais
Instruções de trabalho
ou procedimentos ope-
racionais, detalhando
como uma atividade
4 Operacional
ou tarefa deve ser
executada, para cum-
prir um procedimento
organizacional
Registros: documentos
impressos ou telas de
sistemas que arma-
5 zenam informações Operacional
das atividades ou
tarefas do cotidiano
organizacional
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da Qualidade é implantada e mantida na organização,
além de esclarecer como funciona a estrutura de
documentação organizacional e apresentar objetivos
e metas relacionadas à Gestão da Qualidade.
FIQUE ATENTO
Manual da Qualidade, Procedimentos e Instru-
ções de Trabalho não são documentos obrigató-
rios segundo a NBR ISO 9001:2015. Entretanto, é
necessário que uma organização evidencie que
está praticando a Gestão da Qualidade. Para tan-
to, é essencial treinar e desenvolver pessoas con-
tinuamente, para que conheçam e compreendam
os objetivos e metas da Qualidade, além de prati-
car e melhorar os processos organizacionais. As
evidências desta prática devem ser encontradas
em registros e também no conhecimento que os
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integrantes da organização demonstram ter so-
bre o que é esperado da Qualidade na organiza-
ção. As evidências da prática da Gestão da Qua-
lidade e seu sucesso estão fortemente atrelados
ao quanto às diretrizes da alta direção são real-
mente praticados em todos os níveis e processos
organizacionais.
Podcast 1
Logo, pode-se afirmar que a visão sobre qualidade
contida nos requisitos da NBR ISO 9001:2015 é bas-
tante abrangente, permitindo que a prática da Gestão
da Qualidade de modo integrado e efetivamente útil
a cada um dos processos organizacionais, privile-
giando o direcionamento à satisfação do cliente e
à melhoria contínua do sistema e da organização.
No próximo tópico, analisaremos como esta integra-
ção acontece por meio dos Sistemas de Gestão da
Qualidade e Sistemas de Gestão Integrada.
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Sistemas de Gestão da
Qualidade (SGQ) e Sistemas de
Gestão Integrada (SGI)
Como estudamos, um Sistema de Gestão da
Qualidade (SGQ) reúne os direcionamentos demanda-
dos pela alta direção de uma organização para que a
qualidade esteja presente em seus processos e seus
produtos e/ou serviços prestados (ABNT, 2015a).
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necessárias para superar as causas e os efeitos dos
problemas identificados.
• Os procedimentos e as práticas para promover a
melhoria contínua dos processos e do exercício da
qualidade em toda a organização.
1. Desenvolver 2. Levantar
diagnóstico da necessidades da
situação atual situação atual
3. Criar o 4. Implantar o
projeto do SGQ SGQ
5. Certificar o SGQ
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a organização se encontra para atender os requisitos
da NBR ISO 9001:2015. Tal diagnóstico deve levar
em conta fatores como tempo, recursos materiais
e financeiros, conhecimento e pessoal disponíveis,
além do mapeamento as is dos processos (ABPMP,
2013; CARPINETTI; GEROLANO, 2016).
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desempenho de processos, é recomendável estruturar
e implantar processos de auditoria interna, capazes
de revelar os aspectos positivos e a desenvolver no
SGQ (ABNT, 2015b; CARPINETTI; GEROLANO, 2016).
Os processos de auditoria interna serão apresentados
com detalhes oportunamente nesta disciplina.
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chamados Sistemas de Gestão Integrada (SGI). Os
SGI possibilitam um olhar mais abrangente sobre
todos os processos organizacionais, extrapolando
as fronteiras do assunto “qualidade” e abrangendo
temas como saúde e segurança no trabalho; pre-
servação e sustentabilidade do meio ambiente no
qual a organização está inserida; gestão financeira;
gestão de riscos; entre tantos outros (CARPINETTI;
GEROLANO, 2016; PALADINI, 2019).
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a disseminação internacional de seu conteúdo e a
integração com normas como a NBR ISO 9001:2015
e a NBR 14001:2015.
• NBR 16001:2012 - Responsabilidade social -
Sistema de gestão - requisitos: contempla os requi-
sitos necessários para certificar as ações relativas à
responsabilidade social corporativa. Boas práticas
relativas a esse tema podem ser encontradas em
outra norma, a NBR ISO 26000:2010 - Diretrizes sobre
responsabilidade social.
• NBR ISO 31000:2018 - Gestão de riscos –
Diretrizes: aborda uma série de cuidados que as
organizações podem adotar para gerenciar os riscos
inerentes à sua operação. Por apresentar um conte-
údo abrangente e flexível, esta norma é aplicável a
diferentes tipos, portes e contextos organizacionais.
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Podcast 2
Importante lembrar que existem normas e padrões
internacionais para outros assuntos, além dos men-
cionados neste módulo. A alta direção e os demais
responsáveis pelo SGI devem pesquisar e decidir
quais são os referenciais mais adequados à realidade
da organização em que atuam.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste módulo, aprendemos que o exercício da Gestão
da Qualidade requer processos para desdobrar a estraté-
gia estabelecida pela alta direção; demanda mapeamen-
to dos processos as is, análise de causas de desvios e
possibilidades de melhorias, seguida da implantação da
versão to be dos processos; requer treinamento, medi-
ção e acompanhamento de resultados pós-implantação;
e a realização de auditorias internas e externas.
Tamanha pluralidade de atividades requer dos pro-
fissionais que atuam na Qualidade uma série de co-
nhecimentos técnicos específicos, complementados
principalmente por liderança, dinamismo, olhar crítico,
flexibilidade, capacidade de motivar pessoas. Além
dessas características, este módulo destacou que o
profissional da Qualidade e as organizações podem
contar com diversas normas para estruturar seus SGQs,
como a série ISO 9000. Também vimos que é possível
ir além, ao decidir pela adoção de um SGI, pautado
por normas contendo requisitos e boas práticas sobre
gestão ambiental, saúde e segurança no trabalho, res-
ponsabilidade social, entre outros temas. SGQs e SGIs
devem considerar as necessidades e as características
da organização e de seu segmento de atuação.
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Síntese
GESTÃO DA QUALIDADE