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UNIDADE I
PROCEDIMENTOS GERAIS DE
AVALIAÇÕES E PERÍCIAS
Elaboração
Blenda Cordeiro Mota Ribeiro
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................................................................4
UNIDADE I
PROCEDIMENTOS GERAIS DE AVALIAÇÕES E PERÍCIAS.........................................................................................................7
CAPÍTULO 1
BREVE HISTÓRICO DAS AVALIAÇÕES E PERÍCIAS.............................................................................................................. 7
CAPÍTULO 2
AVALIAÇÕES E PERÍCIAS........................................................................................................................................................... 13
CAPÍTULO 3
NORMAS UTILIZADAS................................................................................................................................................................ 24
REFERÊNCIAS.................................................................................................................................................35
INTRODUÇÃO
A avaliação de imóveis tem a pretensão de identificar o valor justo do bem. Não é uma
ciência exata, pois utiliza diversos parâmetros para que se alcance esse valor. Agrega
também os valores de benfeitorias, maquinários e as benfeitorias realizadas em uma
edificação, assim como instalações, podendo levar em conta a depreciação do bem.
Objetivos
» Conhecer a história das avaliações de imóveis no Brasil.
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PROCEDIMENTOS GERAIS
DE AVALIAÇÕES E PERÍCIAS
UNIDADE I
CAPÍTULO 1
BREVE HISTÓRICO DAS AVALIAÇÕES E PERÍCIAS
No período Imperial, a perícia não era uma prática realizada, pois neste tempo não se
julgava importante qualquer ajuda para deliberações. Só a partir da república que a
perícia estreou no Brasil.
Com o início do período industrial e a mudança das leis vigentes, bem como a democracia
sendo implementada e uma nova Constituição entrando em vigor, o período judicial
brasileiro foi alterado, dando espaço para as perícias. No entanto, não se pode voltar
atrás e contar a história da perícia de engenharia no país sem explanar um pouco da
perícia de avaliações.
A engenharia de avaliações teve seu início juntamente com a promulgação da Lei das
Terras, Lei de n. 601, que aconteceu em 18 de setembro de 1850, e foi quando uma
atenção maior começou a se voltar para a propriedade privada sobre a terra.
São Paulo é uma das cidades brasileiras que mais contribuiu para a literatura de avaliações
de edificações, e mais tarde com a literatura de desapropriações. Ganhou títulos de maior
cidade do país com suas modificações constantes, e, dessa forma, foi necessário formar
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UNIDADE I | Procedimentos gerais de avaliações e perícias
A década de 60 foi a mais rica para disseminação desses conhecimentos. Desde então,
os métodos sofreram inúmeras modificações, mudando seus meios de avaliações e
chegando a parâmetros mais conclusivos. Também foram utilizados métodos novos,
como inferência estatística. Os primeiros frutos das avaliações aparecem nos anos de
1918 e 1929, período em que os primeiros artigos relacionados às avaliações no Brasil
foram publicados.
Na década de 30, a capital de São Paulo, administrada pelo engenheiro Francisco Prestes
Maia, sofreu uma forte reurbanização. Ocorreram muitas desapropriações destinadas
a permitir o desenvolvimento das mais diversificadas e intensas intervenções urbanas.
No entanto, foi entre 1936 e 1938 que surgiram as suas primeiras publicações na Revista
Engenharia, quando ainda não havia literatura brasileira específica. A partir daí o assunto
sobre a avaliação de terrenos, das mais distintas formas a ser discutida e conhecida pelos
demais, foi avançando até alcançar o desenvolvimento da renomada fórmula de “Harper
e Berrini”, que, por várias décadas, serviu como norteadora dos trabalhos avaliatórios.
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Em 2001, passa a valer a ABNT NBR 14653 – Avaliações de imóveis. Nela, houve uma
junção de todas as normas, e essa teve seus desdobramentos, como os descritos a seguir:
imóveis urbanos, imóveis rurais, empreendimentos, máquinas, equipamentos, instalações
e bens industriais em geral. Algumas novidades da NBR 14653 foram lançadas em 2014,
no simpósio da Sociedade Brasileira de Engenharia de Avaliações (SOBREA). Houve uma
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Essa composição é feita por partes principais com textos explicativos e normativos,
seus métodos e as definições que estão de comum acordo com todos os tipos de bens,
além de definir e fixar os conteúdos específicos para os demais conceitos de avaliações.
As normas também estão sofrendo atualizações com o intuito de que as avaliações possam
estar cada vez mais embasadas, nos termos técnicos, e realizadas por profissionais
capacitados, formados e ligados as suas entidades de classes.
O mercado também exige que sejam feitas avaliações de tal maneira a praticar valores
de mercado, em que prevaleça o valor da época da transação. Para praticar valores
coerentes em uma avaliação, de modo a assegurar que os custos de um bem avaliado
estejam compostos de forma justa, para quem vende ou para quem adquire um imóvel,
é preciso entender as individualidades de cada caso.
Cada caso possui suas particularidades e, portanto, devem ser julgados de acordo, para
que não se evidenciem nenhuma vantagem. Por isso o avaliador deve ter profundo
conhecimento de todos os métodos de avaliações que a norma permite utilizar.
Fonte: https://www.manualdepericias.com.br/metodo-involutivo-avaliacoes-de-imoveis.
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A NB-502 foi substituída pela NBR 14653. A substituição foi realizada com objetivo
de acrescentar um maior detalhamento dos conceitos, métodos e procedimentos para
realização das avaliações e dividindo uma melhor conceituação do modo de formulação.
Existem ainda algumas normas que complementam as NBR 14653, seguindo as devidas
atualizações do Instituto de Engenharia Legal (IEL) e Instituto Brasileiro de Avaliações e
Perícias de Engenharia (IBAPE), que estão também ligadas à NBR 14653 e acrescentam
procedimentos regionais estipulados por especialistas.
Temos ainda algumas outras referências normativas, que serão citadas a seguir:
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Nos dias atuais, a engenharia de avaliações tem o entendimento de que sempre haverá
mudanças nos seus procedimentos de avaliação a partir das transformações sociais.
Então, todos os métodos devem estar embasados para que, caso sejam questionados,
possam ser refeitos e possam alcançar valores próximos ou semelhantes.
O perito profissional de engenharia, para seu embasamento teórico, deve ter entendimento
em áreas como: estatística básica e inferencial, métodos de cálculo e aplicações financeiras,
estudos de aplicação de capital, além de ter conhecimento de verificações econômicas,
economia local e de grande porte, análises probabilísticas, noções de direito imobiliário
e métodos de vendas. Ou seja, deve ter em mente um conjunto de procedimentos e
estratégias de otimização, para conseguir o valor do imóvel, que, através de uma pesquisa
de mercado, buscará se adequar à realidade.
Para ter noção de mercado de capitais, assim como encontrar as necessidades do mercado
naquela região, de maneira geral, é necessário que uma gama de conhecimentos seja
adquirida pelo avaliador, de modo que, ao se preparar, este terá base e, juntamente
com as normas, estará se atualizando para continuar melhorando o processo avaliativo.
Diante desses aspectos, é correto afirmar que as avaliações de imóveis estão consolidadas
como forma de obter um valor para o bem, assim como preencher as expectativas de
quem quer comprar e também de quem quer vender.
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CAPÍTULO 2
AVALIAÇÕES E PERÍCIAS
A Confea n. 345/90 ainda define, em seu artigo 1°, termos importantes de acordo com
as Leis n.os 8.020 e 8.031, as duas de 12 de abril de 1990:
» perícia - prática que inclui a verificação das causas que induziram a qualquer
acontecimento ou da asserção de direitos;
A ABNT/NBR 14653-1, que trata sobre procedimentos gerais, define alguns desses
conceitos, bem como alicerça esses e outros conceitos, a metodologia e os procedimentos
para avaliações de bens. Por sua vez, a ABNT/NBR 13752, sobre perícias de engenharia
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na construção civil, também define alguns desses conceitos e outros que servem de base
para esclarecer a norma.
Quaisquer bens reais, tais como imóveis, ou financeiros, como ações, possuem valor e
podem ser passivos da avaliação. Existem bens que são mais simples de avaliar, e, para
investir em bens e administrar com êxito, é imprescindível analisar o valor e também
saber as origens deste.
A compreensão de valor deve estar respaldada na realidade, e o preço a ser pago por
qualquer bem deve ser de acordo com os fluxos de caixa que se supõe que serão gerados
por ele. Um investimento é considerado garantido se aquele que investir não pagar a
mais por um bem do que ele efetivamente vale.
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Procedimentos gerais de avaliações e perícias | UNIDADE I
» A avaliação, mesmo que realizada de forma adequada e bem estruturada, deve ser
renovada sempre, pois a pesquisa é fundamentada em dados inerentes ao mercado
ao qual o bem faz parte. O valor do bem altera de acordo com os novos dados de
mercado que vão eclodindo.
» Uma avaliação bem executada não promove uma avaliação exata do valor. Mesmo
com uma avaliação apurada e cautelosa, as informações utilizadas no modelo
geram dúvidas no valor. Por isso, é necessário ponderar um erro satisfatório para
o valor calculado.
» O mercado comumente não está errado, pois a referência utilizada com a finalidade
de comparação, em muitas avaliações, é o preço estipulado pelo mercado.
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Por exemplo, um modelo “Y” do ano de 2017 será analisado alicerçado em outros veículos
que sejam fabricados no mesmo ano e do mesmo modelo. Essas alterações na análise
podem ser decorrentes de diferentes fatores, tais como estado de conservação, acessórios,
entre outros. Já para os bens imóveis, essa comparação sem desvio é impossível por não
existir imóveis exatamente iguais, ou fabricados em série.
Segundo González (2002), esse tipo de bem exibe uma atitude econômica desigual dos
outros bens, isso é decorrente das suas particularidades, principalmente relacionadas
ao alto custo, à natureza heterogênea, à imobilidade, à durabilidade e à intervenção
do governo. Portanto, para estipular o valor de um imóvel, é preciso preliminarmente
definir uma microrregião, à qual o bem faça parte, e nesse espaço os atributos gerais
devem ser similares.
Essa área ou região será o objeto de estudo, pois cada local a ser analisado possui suas
particularidades. A abrangência regional e a probabilidade de peculiaridades semelhantes
são inversamente proporcionais, ou seja, quanto menor for a região de análise que o
imóvel está inserido, maior é a expectativa das peculiaridades serem semelhantes.
O mercado imobiliário pode ser divido em mercados menores, e essa subdivisão satisfaz
as particularidades grupais a certos elementos.
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Procedimentos gerais de avaliações e perícias | UNIDADE I
Logo, para executar uma avaliação de imóveis, é preciso categorizar esse tipo de bem
com o objetivo de homogeneizar de forma adequada os bens que possuam atributos
parecidos. Para isso, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) criou normas
regulamentadoras que dividem os imóveis em urbanos e rurais:
No entanto, para um bem imóvel ser classificado como rural, é necessário que sua
forma de exploração seja para o objetivo rural, como culturas, criação de semoventes,
reflorestamento, etc. (WOICIECHOWSKI, 2011). Do mesmo modo, um imóvel será
categorizado como urbano se o seu meio de exploração estiver vinculado a práticas
urbanas.
As avaliações são de extrema importância para que propriedades e imóveis sejam descritos
como valorosas ou não, para que se distingam os seus custos em empreendimentos, que
se justifique uma partida, ou mesmo a venda em detrimento da família, penhora, entre
outros. Com o propósito de especificar o valor comercial de um imóvel, segundo praticado
no mercado no qual está inserido, são necessários os cálculos de perdas, danos e lucros.
Além disso, deve-se localizar o imóvel referenciando o local onde está inserido e identificar,
em alguns casos, quem reside, ou não, qual o propósito da avaliação, por exemplo,
reintegração de posse, desapropriação, vendas, implantação de imóveis residenciais
ou comerciais etc.
Para que o imóvel obtenha um valor, é necessário que suas características sejam descritas
de forma clara e objetiva, relatando suas demarcações, localização (se está localizada
em áreas urbanas ou rurais, qual o bairro ou cidade), demarcando seus limites laterais
e territoriais e naturais, além de suas referências geográficas. Para isso, são utilizados
alguns recursos, que serão descritos a seguir.
» Representação gráfica – uma imagem do imóvel descrita com clareza, com inúmeros
detalhes e informações, mas mantendo a discrição. Podem ser acrescentados laudos
temáticos. Nos mapas, são colocadas as coordenadas geográficas, as áreas totais
e também a área ocupada pela edificação, entre outras.
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UNIDADE I | Procedimentos gerais de avaliações e perícias
Ainda analisar se ao redor há itens que possam valorizar mais o imóvel, como
supermercados, padarias, açougue, enfim, comércio local, escolas, quadras de esportes,
praças, ou seja, infraestrutura básica, como também saneamento básico, rede de energia.
Entrevistar vizinhos e moradores do mesmo bairro, saber deles quais as condições dos
imóveis, se sabem de problemas na família, procedimento chamado de oitivas.
› se há revestimento ou só pintura;
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Para que as avaliações estejam, de fato, buscando um valor justo para os imóveis,
propriedades etc., é necessário que todas as mudanças realizadas pelo proprietário
estejam descritas e tenham valor para ser acrescido ao valor final encontrado pela
avaliação. Essas benfeitorias possuem três tipos distintos de avaliações. A seguir, uma
breve descrição sobre cada uma delas.
» Necessárias – estão ligadas à manutenção do imóvel, e são realizadas para que este
tenha um tempo de vida útil maior e com certo conforto; com isso, a deterioração é
contida, ou aparece em escala bem menor. Situações que precisam de manutenção
são reparos hidráulicos, elétricos, substituição de vasos sanitários, tubulações,
cuidados com infiltração, entre tantas outras.
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UNIDADE I | Procedimentos gerais de avaliações e perícias
» Voluptuárias – são as que de fato não trazem benefícios exatamente para os imóveis,
porém os deixam mais vistosos e agradáveis, cuidam da parte estética do imóvel.
São obras como lagos, cercas vivas, paisagismo, decoração etc.
» loteamentos;
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» traçados de cidades;
Para ser um bom avaliador, o profissional das áreas de engenharia, agronomia e arquitetura
deve ser dotado de capacidades e técnicas profissionais, que serão de grande utilidade
no momento de formalizar uma avaliação, entre as principais são:
» ter dedicação;
» ter criatividade;
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» possuir senso de reserva, ou seja, observar e guardar detalhes para que seja utilizado
na hora adequada;
A diferença básica entre o perito e o avaliador é que o perito é nomeado por um juiz e deve
ser habilitado e registrado nos órgãos de classe. Se não houver profissionais habilitados
no local, a escolha é livre por parte do juiz de direito. Vale destacar que o avaliador pode
atuar como perito na esfera judicial, sendo assim considerado perito avaliador.
Muitos outros tipos de serviços conseguem ser realizados por profissionais de engenharia
de avaliações, tomando-os, em muitos casos, como base. São eles:
» transações de locação de imóveis de diversos tipos, para que o preço cobrado esteja
de acordo com a área, o tipo de uso, o local etc.;
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» quebra de sociedade;
Quando uma propriedade passar a pagar impostos a quem é de direito, é necessário que
se faça sua avaliação e se possa instituir a percentagem do imposto a ser pago, incluindo
os de territórios e de transmissão.
Na esfera judicial, vários modelos de laudos são descritos para uso legal. Os peritos
usam para referenciar as avaliações de imóveis; profissionais como juízes, engenheiros,
advogados etc. usam com o intuito de conduzir os laudos periciais, que podem concordar
ou divergir, norteando assim os resultados dos processos.
Os laudos podem ser de avaliação de imóvel urbano ou rural, de avaliação para terra
nua, de avaliação com inventário florestal, de avaliação para áreas de servidões de
passagem, de avaliação para áreas desapropriadas para reforma agrária, de avaliação
para arbitramento de aluguel comercial e tantos outros.
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CAPÍTULO 3
NORMAS UTILIZADAS
Para avaliação desse tipo de bem, existem algumas etapas que deverão ser seguidas
pelo profissional da avaliação. A primeira atividade que o engenheiro deve realizar ao
ser contratado é detalhar fatores imprescindíveis, como a metodologia a ser aplicada na
avaliação, o nível de fundamentação e precisão, a finalidade (locação, aquisição, doação
e etc.), o objetivo (valor de compra e venda ou locação e outros), a data final de entrega
do laudo e os requisitos a serem utilizados em caso de uso reservado.
É necessário, ainda, que toda a documentação da propriedade a ser avaliada seja verificada,
para que o parecer seja confiável. A legislação utilizada deve ser municipal, estadual e
federal, assim como qualquer limitação ou incentivos que modifiquem o valor do bem
imóvel.
» definir as características da região, dos pontos de vista geral e físico, onde está
localizado, o uso e a ocupação do solo, a infraestrutura, as atividades econômicas
e culturais presentes e os elementos comunitários;
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Procedimentos gerais de avaliações e perícias | UNIDADE I
Para avaliação de um imóvel urbano (bem), são utilizados os seguintes métodos para
determinar o valor.
› método involutivo;
› método da renda;
› método evolutivo.
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» dimensão, que é definida de acordo com módulos fiscais, sendo, segundo o site da
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), uma medida em hectares
determinada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA).
Para quantificar esses módulos, é necessário considerar alguns fatores e também
a cidade onde a propriedade está inserida. Até 4 módulos fiscais, é considerado
pequeno; maior do que 4 a 15 módulos fiscais, é considerado médio; e maior que
15 módulos fiscais, é considerado grande;
» terras – que, de acordo com o atual estágio de exploração, podem ser bruta, nua,
cultivada;
» veículos;
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» definir características do imóvel - esse aspecto se subdivide em: gerais, das terras,
construções e instalações, produções vegetais, obras e trabalhos de melhoria das
terras, máquinas e equipamentos, atividades pecuárias, além de outras atividades,
tais como agroindústria, turismo rural etc.
É feita uma pesquisa para estimativa do valor de mercado na qual se formará uma
amostra representativa de dados de mercado de imóveis, com aspectos semelhantes aos
que estão sendo avaliados. A amostra segue os aspectos de toda pesquisa para avaliações
de imóveis descritas na NBR 14653 – Procedimentos gerais.
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UNIDADE I | Procedimentos gerais de avaliações e perícias
mercado, como está explicado no item 7.7.2 da NBR 14653-1, assim como a escolha da
metodologia, também descrita no item 7.5 da NBR 14653-1.
Todos os aspectos devem ser colocados diante das informações sobre o mercado, com
a determinação do avaliador e, dessa maneira, novas hipóteses possam surgir. No que
diz respeito aos pagamentos, deve-se preferencialmente optar pela modalidade à vista
em detrimento da modalidade a prazo, já que existe uma relativa taxa de desconto
praticada pelo mercado.
Para avaliar os bens rurais, é necessário selecionar o método que melhor se adeque,
entre os quais:
» método involutivo;
» método evolutivo;
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Procedimentos gerais de avaliações e perícias | UNIDADE I
Além disso, a perícia pode ser extrajudicial e ser contratada pelos integrantes da questão
e é considerada a averiguação de ocorrências vinculadas ao patrimônio individualmente,
buscando esclarecimentos do problema proposto. Para esse esclarecimento, é necessário
realizar exames, vistoriais, indagações, avaliações, arbitramento etc.
Ainda, a perícia pode ser também administrativa, que está voltada para a esfera da
administração e abrange comércio exterior, cálculos judicias, entre outros, assim como
diversas outras esferas.
As perícias podem ser classificadas quanto ao caráter do bem das seguintes formas:
» máquinas e equipamentos;
» instalações;
Para realizar a perícia de qualidade, é necessário que se avalie a norma e obedeça aos quesitos
e às orientações que estão descritos, com o objetivo de guiar o perito.
A norma indica que sejam empregues símbolos, notações, conceitos e definições que nela estão
presentes. As condições necessárias para possuir uma credibilidade adequada na perícia
envolvem: o método utilizado, as informações colhidas e o seu tratamento, bem como
uma subjetividade considerada satisfatória.
Cabe dizer também que é importante que existam informações suficientes para que a
perícia seja de qualidade, tais como plantas, caracterização dos danos, fotos, detalhamento
dos bens e seus aspectos.
Para realizar o trabalho pericial, é fundamental avaliar o objeto que será periciado e
com que finalidade será realizado. A partir desse pressuposto, iniciam-se as etapas da
perícia, que são:
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UNIDADE I | Procedimentos gerais de avaliações e perícias
No momento da realização das vistoriais, é importante: caracterizar a região o imóvel e seus componentes,
entender os danos, a situação de estabilidade do prédio e documentar toda a vistoria com uso de
Após o cumprimento de todos esses estágios, é importante reunir todas as informações e conclusões
em um laudo, o qual deve ser composto dos seguintes passos:
» informar a pessoa física ou jurídica que solicitou a perícia, assim como o dono do
bem periciado;
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Procedimentos gerais de avaliações e perícias | UNIDADE I
Processo n. 1013123-93.2015.8.26.0011
LAUDO DE AVALIAÇÃO
I - Objetivo
O presente laudo pericial tem por objetivo determinar o JUSTO VALOR DE MERCADO
de diversos imóveis situados na cidade de São Roque, estado de São Paulo, conforme
descrição detalhada a seguir.
Uma casa de morada e seus respectivos lotes de terreno, identificados como “Unidades
autônomas” n° 05, 06 e 07 integrantes da matrícula da raiz de n. 7.638 do CRI de São
Roque/SP, conforme reprodução abaixo. [...]
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UNIDADE I | Procedimentos gerais de avaliações e perícias
Através da vistoria técnica realizada in loco, este perito judicial pode aquilatar que,
sobre os respectivos lotes de terreno, encontra-se erigido uma de morada, composta de:
» CASA PRINCIPAL: sala de estar, sala de jantar, sala de TV, cozinha, sótão, varanda,
lavabo, sala privativa, copa e 08 suítes;
De um modo geral, podemos classificar o imóvel sub judice no casa padrão superior
(médio) segundo critérios de classificações das edificações do IBAPE/SP; estado de
conservação “C”.
Fonte: https://files.zukerman.com.br/I12058lote006laudo.pdf.
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Procedimentos gerais de avaliações e perícias | UNIDADE I
V - Cálculos avaliatórios
» avaliação do imóvel.
VI – Conclusão
Diante dos cálculos e das considerações técnicas acima, conclui-se que o JUSTO VALOR
DE MERCADO dos imóveis sub judice, com referência ao mês de dezembro de 2016, será
de: Imóvel A Residência + Lotes n°5,6 e 7 = R$ 1.865.500,00 (um milhão, oitocentos e
sessenta e cinco mil e quinhentos reais).
IX - Encerramento
Nada mais havendo a esclarecer até o momento, encerro o presente Laudo Pericial, que
é composto por 35 (trinta e cinco) laudas, todas assinadas digitalmente. Sem mais,
renovo protestos de estima e considerações.
Termos em que
P. E. Deferimento.
São Paulo, 13 de dezembro de 2016.
__________________________________________
MATEUS GALANTE OLMEDO
Perito Judicial
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UNIDADE I | Procedimentos gerais de avaliações e perícias
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REFERÊNCIAS
ABUNAHMAN, S. A. Curso básico de Engenharia Legal e de Avaliações. 4. ed. São Paulo: PINI,
2008.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 14653-1: avaliação de bens - parte
1: procedimentos gerais. Rio de Janeiro, 2005.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 14653-2: avaliação de bens - parte
2: imóveis urbanos. Rio de Janeiro: ABNT, 2011.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 14653-3: avaliação de bens - parte
3: imóveis rurais. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 14653-4: avaliação de bens - parte
4: empreendimentos. Rio de Janeiro: ABNT, 2002.
Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil Brasileiro. Brasília, 2015.
BRASIL. Presidência da República. Secretaria-Geral. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº 5.194,
de 24 de dezembro de 1966. Regula o exercício das profissões de Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro-
Agrônomo, e dá outras providências. Brasília, 1966.
DANTAS, R. A. Engenharia de Avaliações. ed. 2. São Paulo: PINI, 2005. Disponível em: https://
www.embrapa.br/codigo-florestal/area-de-reserva-legal-arl/modulo-fiscal- definição de módulos fiscais.
Acesso em: 28 out. 2021.
FIKER, J. Manual de avaliações e perícias em imóveis urbanos. 4. ed. São Paulo: PINI, 2016.
35
Referências
MONEYTIMES. IGPM: o que é e como funciona o Índice Geral de Preços do Mercado? Money Times,
2021. Disponível em: https://www.moneytimes.com.br/igpm-o-que-e-e-como-funciona-o-indice-
geral-de-precos-do-mercado/#:~:text=O%20IGPM%2C%20sigla%20para%20%C3%8Dndice,dos%20
pre%C3%A7os%20na%20economia%20nacional.&text=O%20%C3%ADndice%20%C3%A9%20
utilizado%20como,servi%C3%A7os%20essenciais%20para%20a%20popula%C3%A7%C3%A3o. Acesso
em: 28 out. 2021.
SILVA, P. A.; SANTOS, M. A. de S.; BORTOLON, B. V. L. Estudo de caso: Análise de Imóvel Rural
Dado em Garantia. In: Congresso Brasileiro de Avaliações e perícias. 2017. Foz do Iguaçu: XIX
COBREAP, 2017.
Figura 2 http://mvsconstrutora.com.br/home/servi%C3%A7os-leitura/8-laudos-tecnicos.html
Figuras 3 e 4 https://files.zukerman.com.br/I12058lote006laudo.pdf
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