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INFORMATIVO JURIDICO Wii TC. Pen ee Cy ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO OS EFEITOS DO ORCAMENTO IMPOSITIVO NA GOVERNANCA PUBLICA 0 Professor José Matias-Pereira apresenta instigante ar- tigo arespeito do orgamento péblico. Afirma que a forma de claboragdo, funcionamento ¢ atribuigdes do orcamento pu blico mudaram ao longo dos anos, acompanhando a evolu- ‘a0 historica do Estado. Esclarece que as leis de orgamen- to orientam 0 funcionamento da Administragao Pblica e a ‘condugao do governo na busca do bem comum, possuindo, caracteristicas proprias e determinadas em seu texto. Por fim, lovanta a possiblidade de adogio do orgamento impo- sitive, apontando que sua inclusdo aumentaria a visibilidade ea relevancia desse instrumento junto sociedade, e que, atualmente, apesar do orgamento piiblico nao ser imposit ‘vo, a maior parte de suas despesas sio executadas de for ma obrigatoria. Confira! (Pagina 13) Leia ainda nesta edigao > Segunda Turma reafirma natureza perma- nente do crime de estelionato previdencidrio 22 > Prescricao de indeniza¢ao por morte conta do Sbito e ndo do acidente que o motivou.. PREECE eo eves er ella eet Ore BULLYING E RESPONSABILIDADE CIVIL Na segtio Doutrina desta odigtio, Ana Katarina Nasci- mento de Azevedo ¢ Ana Kétsia Barroto de Medeiros Pinheiro, Bachareta em Direito © Espocialista em Direito Processual Civil @ Direito Penal, respectivamente, discor- ‘tem, com propriedade, sobre a responsabilidade civil pelos atos decorrentes da violéncia praticada em fungao da pré- tica do bullying. As autoras apontam que essa responsabi- lidade pode ser atribuida aos pais, & escola ou ao Estado. Defendem, iqualmente, a tipificagao do bullying como for ‘ma de garantir maior embasamento legal aos juristas nas sentengas e nos acérdéos; todavia, reconhecem que essa medida deve ser acompanhada de programas preventivos para que se alcance um efetivo combate a crescente onda de violencia nas escolas. (Pagina 8) SINOPSE TEMA DA SEMANA nsnnnnnnnnn 3 PROCESSOS & PROCEDIMENTOS. 5 DOUTRINA.. sa 8 GESTAO EMPRESARIAL.......-~-— " POLITICA ECONOMICAsnsensnnnsnnnnsnnnnnnennninnn 18 TRIBUNA JURIDICA.. 15 ESPACO UNIVERSITARIC 7 DIAADIA 22 INDICADORES.. 23 | Processos & Procedimentos (YY | A CONSTITUCIONALIDADE DA LEI N°9.882,DE 3 DE DEZEMBRODE 1999 Aurecir Bertuot JUNIOR “*Afirma-se, também, que a arguicao incidental é inconstitucional por se tratar de manobra ilegitima do legislador infraconstitucional para ampliar a competéncia da Corte Suprema sem alterar o art. 102, inciso |, da Lei Magna, ja que nesse dispositivo nao se confere ao Supremo Tribunal Federal a competéncia para fiscalizar, pela via concentrada, a compatibilidade das leis ou atos normativos municipais e do Direito pré-constitucional com a Constituicao vigente. Alias, a ilegitimidade da possibilidade do controle sobre Leis ou atos normativos municipais pelo Tribunal Supremo sem alteragaio doart. 102 do Documento Politico é declarada mesmo se reconhecendo o proveito do instituto.” Constitute da Republica Fe: deratva do Brasil, da 8 de outu: bro de 1988, proviu no § 1° do seu art. 102 que: ‘A arguigso de descunprimentode preceto fundamental, de ‘orenie desta Constiuigso, sera aprecinds el Sopreno Tibunal Faderal naforma dale" Em cumprimento a obrigagao de legislar Imposta pelo preceito constitucional su Prareftido, foi aditada a Lei n® 9.882, de 8 de dezembro de 1999, que, no inciso | Go pardgrafotnico do seu art. 1°, vablizou execicio, pelo Supremo Tribunal Federal, o contiole da consttucionalidade de lois @ alos normativos municipais, bem come do Dieito pré-constitucional em face da Leicelsa de 1988, suscitando, por isso, adespete da ullidade que apresonta, di Cassio sobre a sua constitucionaidade, eis atinica deste estudo, ~ _ DESENVOLVIMENTO Enbora ndo haja manitostagto jucicial sini, a discussto a respeito da const lucionalidade do inciso | do pardgrafo nico doat, 1° da Lei n* 9.882/09 jé foi suscita- daporanto a Corte Constitucional brasileira ‘na Agdo Dirota de Inconstitucionalidade n? 2281, proposta polo Conselho Federal da idem dos Advogados do Brasil Na doutina, inconstitucionalidade o sobredito dicpositivo legal ¢ atest ‘0b a alegardo do que o legislador in ‘onsitucional teria extrepolado os i itados pola Constituigao. 20 rian, norma de nivel hisrérquice ordindtio, 0 ‘chamado incidente de consttucionalidade ‘como se arguigdo de descumprimento de preceilo fundamental fosse. Em adicao a ‘esse argumento, é epontada a inconveni “encia do referido incidente nao 86 por alar- {gar a competéncia do Supremo Tribunal Federal, ja abarrotado de demandas, mas também, por desamparar a defesa das prerrogativas consttucionais polo julzo de primeira instancia, que esta a0 alcance de todos os cidados." Airma-se, também, que a arguigdo in- Cidental inconstitucional por se tratar de manobra iegltima do legisladr infracons: titucional para ampliar a competéncia da Corte Suprema sem alterar o art. 102, in ciso I, da Lei Magna, jd que nesse dispo: sitivo nao se confere ao Supremo Tribunal Federal a compoténcia para fiscalzar, pela via concentrada, a compatibilidade das lis. ‘0 atos normativos municipais © do Dirito ppré-consttucional com a Constitugto vi ‘gente Alisa ilegitimidade da possibilida- de do controle sobre leis ou alos normat- ‘yes municipais pelo Tribunal Supremo sem alleragio do art. 102 do Decumanto Poli- co ¢ declarada mesmo se reconhecendo 0 proveito do institute” Em sentido contririo, assevera-se que, além da vilidade oferecida pela arguigao de descumprimento, dove-se considerar que a fiscalizagao das lois © atos normati> vos muricipais © pré-consttucionais nao é estranha ao controle de constitucionalida: da, jd que 6 conhecida na via difusa* ‘Alem disso, destaca-se quo a limita ‘980 do controle de consttucionalidade ao Ambito das leis € atos normativos fedarais © estaduais se restringe a acdo direta de inconstitucionalidade, no tendo sido fir ada a todos os mecanismos do controle ‘concentrado, sobretudo para a arguigto de descumprimento do proceito fundamental, Jd quo 0 § 1° do att. 102 da Consttuigao Federal nao impés qualquer vedagto 0 controle sobre leis e ates normativos muni- cipais ou mesmo sobre o direito anterior & Lei Suprema, se fazondo consignar, enta esse sentido, que a arguigéo de descum- primento foi criada exatamente para atingir situagdes que se encontravam fora do al cance dos outros mecanismos de controle concentrados Ao se analisar 0 tema, nao se pode ol vidar quo, com a evolugdo e assentamento do. constitucionalismo, © principio da Su ppremacia da Constituicao assume papel ‘central dentro dos erdenamentos juridicos, fazendo com que os poderes constituidos ‘estejam vinculados aos limites dados pelo documento politica. Mais do que isso, eam a instauragdo de um Estado Constitucional do Direito, que traz om si o apanagio da oniprosonga da Constituigdo, ambos con- ssequéncia do neoconsttucionalismo, a Lei Encelsa se projeta sobre todos os aspectos dda sociodado, regulamentando até mesmo as relagdes privadas @ delimitando, entdo, ‘com ainda mais propriedade, todos 08 alos do Poder Publice. Neste sentido, todo © ‘qualquer ato editado pelo Poder Publco, ‘seja ele normativo ou nao, deve guardar ‘compatibiidade com a Constituigdo, sob pena de ser reputado ilegiimo, inconstitu ional, de se negarihe vighacia, ‘Assim sendo, por forga do principio da ‘Supremacia da Constituigdo, nao ha por- que excluir do controle concentrado de cconstitucionalidade perante © Supremo ‘Tiibunal Federal as leis © atos normativos ‘municjpais ~ ou mesmo os estaduais © mur ricipais na hipotese de pretensao de dects- ragio de constitucionalidade =, ou, ainda, 0 Direito pré-constitucional. No mais, insta salientar que no ha que 80 falar em extenso da competéncia, ddo Supremo Tribunal Fedora, jd que a nor ma que prove a arguigfo de dascumpri= mento de preceito fundamental esti pre- vista no dispositiva reservado 4 listagem do rol de competéncias dessa Corte, qual soja, 0 art, 102 da Constituigdo Federal, Nos termos do § 1° do aludido art. 102, ‘compete & Corte Constitucional brasileira julgar a arguigso de descumprimento, néo havendo rezio para dzar que a lei aca- bbou por criar competéncia nao provista no Documento Politico. Als, conceber a arguigio de descumprimento de preceito fundamental como mecanismo de controle de constitucionalidade cuja extensao se restringe a0 objeto das demais ferramon: tas de controle concentrado ultrapassa os ppadrdes da légica, jé quo, nestes moldes, ‘acabaria ela esvaziada, tornandovse forma juridica sem qualquer utlidade, mormente se for levada em consideragdo a influéncia do direto europeu na criagao do institute, © qual aponta para a subsidiariedade das formas juices tidas como paradigmas da arguigdo de descumprimento, caracte rialica acolhida pela Lei n? 9.882/99. No mesmo diapasto, entender que a arguigao seria meramente uma forma espectica para 0 conttole dos mesmos atos norma tivos que constituem 0 objeto de outros mecarismos de controle concentrado se rmestiaria som sentido, pois haveria duas ferramentas com a mesma finaidade,cvja iterenca soria apenas 0 parémetro de controle espectico da arguigto de des- cumprimento de preceito fundamental ‘Kinda sobro esse pont, néo & demais destacar que a Constituigdo 6 um todo uni- lacio ideal e concrete, de modo que ndo comporta contradigao.Portanto,entenden- 40 0 contole de constitucionaliade como um sistema que se volta & protegao da Lei Suprema, se most evidente que a argu ‘edo do doscumprimento é um dos mecanis mos que fazem parte do sictoma de conor le concentrado perante a Corte Supreme, ¢ io 86 i980, tate-se de forma jurica qua © complements, rao por que legtima a fgcalzagdo das lis e alos normativos mu nicipais@ do Dieto pré-constitucional pola via concentrada. Essa é a tnica conclusac aque s0 pode chogar pela interretacéo de at. 102 da Lei Magna de 1988, em toda s ‘ua extensto & luz do principio hermontt co da unidade da Constiuigao. ‘Além disso, ainda buscando extrac ¢ sentido @ 0 aleance da norma consitucio na, emprogando boa térica de interpreta ‘940 com base nos principios de interpreta G#o da Lei Excel, ¢ pertinente dizer ue ¢ invocagdo do principio da forea normative da Constuigao leva & conclusdo de que 0 controle da constitucionadade do Die to municipal e do Dirto pré-consitucionl proporcionado pea Lei n*9.882/99 6 leg fimo 20s olhos do Documento Poltico de 1988. Isso porque admitr que este controle ja feito pola arguigdo de descumprimenta de preceito fundamental, ato @ ausérea do qualquer outa forma de controle cor centrado sobre o Dieito municipal ¢ © Dt rete anterior & Lei Magna perante o Teburd Supromo, quarido da Constiviglo, & da preferéncia ao ponto de vista qu, ajustan o fistoricamento 0 sentido das novmas, 10, bs ae PEP ee eres [| Processos & Procedimentos Se ee corsituconais om andlise, confere & Lei Supcema maior eficécia na solugso do pro- ema uridico-constitucional ora tratado, Por fim, 6 necessario registrar que a es pie de norma constitucional am que esté preista a arguido de descumprimento &, lumbim, indicativo da_constitucionalide- o da Lei n® 9,882/99, Ao dispor que “a arqigéo de descumprimento de preceito fundamental, decorronta desta Constit fo, seré apreciada pelo Supreme Tribunal Federal, na forma da leo legislador cons- tuinte origi, por norma constitucional de eficicia initada ou norma de integragao complomentivel, delegou 2o legisladar infra consitucional a incumbéncia de acabar eeu taba, que se resting a prever © mecae tismo de controle © 0 parametro de cons ttucionaldade, deixando a cargo do Poder Lesisiaivo ornare afuacSo nd 98 do sou ppocedimento, mas, também, do seu objeto, ioTAS coNcLUsAO ‘Aandlise da evolugao histrica do contro- ede constitucionalade no Brasil demonstra que a influéncia do Dircito norte-americano fai, 20s poucos, dando lugar &s ideias euro- peias, razio por que, atuaimente, se adota tum sistema misto. No desenvolvimento da fiscalizagdo da consttucionaldade, se pari, ‘entéo, de um modelo difuso conereto rumo ‘a.um sistema concentrado, de ares predomi rnantemente abstrates, sem abandonar por ‘completo aquela forma de controle. Por nao encontrar precedentes nas Constituigdes anteriores, a arguigio de

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