You are on page 1of 27
Pedrinho A. Guareschi * a Sandra Jovchelovitch f 2. ors) eS Gerard Duveen Mary Jane Spink oa Hélene Joffe Robert Farr ‘Martin Bauer Serge Moscovici ‘Maria Cecilia Minayo Wolfgang Wagner TEXTOS EM REPRESENTACOES SOCIAIS Dados Intrnaionts de Catloongso ‘Gama Basar do vo, ‘Tes em rpresontagbes socials Sandra Jocholoich og); [petico Seige Moco. — 140. ~ Perot, RI = Vous, 2018, EDITORA ee VOZES © 1994, Battora Vozes Lda ua Frei Luis, 100 6689-900 Petropolis, RI ‘www. vozes.com bt Brasil ‘Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra ppodera ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletzinico ou mecdnico, Incluindo fotocdpia e gravacao) ou arquivada em ‘qualquer sistema ou banco de dados sem permissao escrita da editora (Capa: Graphit ISBN 978-85-326-1297-7 altado oanforme o novo acordo oftografico. Bate wo fol compstoe impress pla Bitra Vous Lda SUMARIO Prefécio, 7 ‘Sarge Moscowict Introdugo, 17 ‘Pedtinho A. Guwesch e Sancta Jovchelotch PARTE I - DIMENSOES TEORICAS DA TEORIA DAS REPRESENTAGOES SOCIAIS, 25 1, Reprosontagdes Socials: a teoria @ sua historia, 27 Robert M. Fart 2, Vivendo@ vida com os outros: intereubjetivdade, espao pblico e Representagdes Sociis, 5 Sandia Jovchelowtch 43.0 conceito de Represontagdes Sociais dentro da sociologia| classica, 73 “Maria Ceca de Souza Minayo PARTE Il - DIMENSOBS METODOLOGICAS DA TEORIA DAS REPRESENTAGOES SOCIAIS, 93 4, Desvendando as teoras implictas: uma metodologia de analise das Representagdes Sociais, 95 Mary Jane Spink § Deacon eo o état pin das Reena Woltgang Wagner PARTE III - DIMENSOES PRATICAS DA TEORIA DAS REPRESENTAGOES SOCIAIS, 151 6. "Som dinheiro nao ha salvagéo": ancorando o bem e o mal fentre 08 neopentecostais, 153 Pedinho A. Quareschi ‘aconteceram além-mar, do outro lado do Atlantico, @ outros em ‘casa, entre as longas distancias que nbs brasileitos, por vezes, ‘recisamos percorter para nos (re)conhecetmos. Sergio Mosco- vic disse em 1992, quando se dirigiu & I Conferéncia Interna- ‘ional sobre Representagées Sociais em Ravello, Ila, que a "TEORIA DAS REPRESENTACOBS SOCIAIS tem sido um trabalho de ‘léncia e um trabalho de amizade. # verdade. Seja aqui ou do ‘outro lado da mar, n6s nos encontramos, trabalhamos juntos, iscutimos, desenvolvemos projetos, até mesmo sonhos, € 0 que temos 0 prazer de apresentar hoje ao letor brasileiro deve ser centendlido a part, © dentro, dessa pespectiva PAG. PARTE | DIMENSOES TEORICAS DA TEORIA DAS REPRESENTAGOES SOCIAIS a 1. REPRESENTACOES SOCIAIS: A TEORIA E SUA HISTORIA Robert M. Farr ‘A TEORIA DAS REPRESENTAGOES SOCLAIS é uma forma sociol6- ica de PsICOLOGIA SOCIAL, oniginada na Europa com a publica (fo, feta por Moscovic: (1961) de seu estudo La Psychanalyse. ‘Son image ot son public. Bla difere marcadamente das formas pstool6gicas de PSICOLOGIA SOCIAL que sao abualmente predomi hates nos Estados Unidos da América. Quais sao essas difeten- (pas ¢ como elas surgitam, 6 parte de minha hisvria. O contraste se dd entre uma tradigao de pesquisa europeia e uma americana ha PSICOLOGiA SOCIAL moderna, A era moderna, na PSICOLOGIA soci, comegou com o fim da I! Guerra Mundial. No inicio dessa era, G.W. Allport distinguiu entre *..asrai- 2es da FSICOLOGIA SOCIA. [que] 9 encontram no solo intelectual de toda tradigao ocidental” e "seu florescimento atl. [como ur) fenmeno...caracteristicamente amecioano” (ALLPORT, 1964: 3-4), Bmbora a TEORIA DAS REPRESENTAGOESSOCIAIS tena visto ‘vz do dia primeiramente durante a era moderna, ela perten: 9, em termos de ancestralidade, ao soo intelectual de toda tra digdo ocidental ‘A metafora de Allott sugere uma unidade orgénica entre a flor suas raizes. Essa é uma metafora mais adequada em rela (io ao estuda das representagdes socials do que & sua relagSo ‘om a FSICOLOGIA SOCIAL como tl. Isso porque, no caso das re presentagées socials, tanto a flor como suas raizes, sdo euto: pelas e existe uma similaridade na forma entre a flor (uma fr ‘ma socioldgica de PSICOLOGIA SOctAL) e a semente da qual ela naseeu listo 6, a sociologa). No cas0 da PSICOLOGIA SOCIAL, a e~ ‘mente ¢0 solo em que ela germinou provieram de continentes iferentes (Buropa e América do Norte) ede diferentes discipi- ‘nas académicas (sociolagiae psicologia). Talvez.a propria mevé- ‘ora seja enganadora, n ‘Ascolha de um ancestral para um campo particular de pes: «quisa se constitui num compromisso de opeao. Ela quase nunca uma agdo neutta. Allport (1954) escolheu Comte como o fun ddador da PsICOLOGIA S0CtAL modema. Comte convinhaa Alport, ‘como um ancestral potencial para a PSICOLOGIA SOCIAL, por {quo ole foo fundador do positivismo, Samelson (1974) acusou Allport de car uma origem mitica flea para a PSICOLOGIA $0. ‘GAL, com sua escolha de Comte como seu fundador. Allport defendia, no inicio do perlado modemo, que a PSICOLOGIA So: CIAL era, emtdo, uma ciéncia. Na verdade, Allport estava con- ‘tastando o “longo passado" da estcoLocia sociaL, como pate da tradigao de pensamento ocidental,principalmente europeia, com a sua “curta historia", do momento em que ela se tornou. uma ciéncia experimental, principalmente na América do Norte (PARR, 1991c). Enquanto Allport, com sua escolha de um an: cestral, estava enfatizando a descontinuidade entre o passadoe ‘presente, Moscovici, com sua escolha de um ancestral, esta vvaenfatizando a continuidade entre passado e presente. Hxiste ‘uma clara continuidade entre o estude das representagbes cae tivas de Durkheim e o estudo mais modemo, de Moscovici sobre representagdes sociais. Embora Deutscher (1984) expresse al- gumas reservas com respeito & escolha,feita por Moscavict, da lum anestal, suas criticas séo brandas, se comparadas com a duras critica feitas por Samelson sobre a escolha de umn ances- tral feita por Allport. Embora Allport e Moscovici se paregam na tescolha de franceses como seus ancestrals para a PSICOLOGIA SO: CIAL, as diferengas entre os dois ancestras so muito mais fortes (que suas semelhangas. Durante a ora moderna a PSICOLOGIA SOCIAL se desenvol- ‘vou, na América do Norte, como uma subdisciplina da psicolo- ‘gia GONBS, 1986). Apsicologia é uma discipiina que se centall- 7a, quase que exclusivamente, no individuo. Isso afeta a forma {de PSICOLOGIA SOCIAL que pode se desenvolver em tal contexto, "Na América do Norte a PSICOLOGIA SOCIAL. comegou como uma subdisciplina da sociologia. Quando F-H. Allport (1924) escre- ‘yeu seu texto clissico ICOLOGIA SOCIAL, mais livtos tinham ‘sido escritos sobre o assunto por sociélagos do que por psicdlo: ‘gos (JONES, 1986; COLLIER, MINTON & REYNOLDS, 1991). Ime- presentaoSo é um trabalho, um tabalho de lembranga daquilo {que esta ausente © um trabalho de ligagdo. Sua argumentagao ‘vai além, estabelecendo um paraelo entre os processos que e5 tao em jogo nos trabalhos da representagdo e os processos em Jogo na atividade onirica, na vida psiquica e no inconsciente oy esesprocesoos comuns para Kaés soo deslocamento ea con Sensag. Ambosrelaconam-se&capacidadede inca com Stnieados. De ato, como Feud nos diz o inconstente seus Stoves ‘fo é apenas mais descuidado, masiecona, mais ‘Sauocide¢ mais ncompleto do que o pensamento consciente Sere completamente e qualtatvamente diferente 6o pense ‘Teno consientee por sso mesmo nao pode ser imedistamen {Pemparado a ele.O inconacente nto pensa, no calcula ou ‘gm ee resting as mesmo ada s cotsas uma nova forma |FRBUD, 190: 507. Ora, ¢ exatamente essa capacdade de dar {Enis uma nova forma ~ através da etividade peiquica ~ qve ‘Srott uma representagao, Para Freud, o matetalpimavio da peig nd tom como expessa sede forma deta eo modo de ‘Eres possivel¢ exatamente oda repesentagdo, onde a8 pulsdes encorram formas substivas em diferentes jets ‘twidade psiqica assim, envolve uma mediagao ene ost ‘oto oabjeto-mundo Este imo reaparece soba forma de 1e- presentagbes, e-ctado pel sito, que pr sua vz 6 ele mes- tm tanbem re-cnado pela sua propia relaco com o mundo Poderiamos erguna- ne, aq, qual éa subséncia dessse-pe Sesagoes alm da carga afetva quo a pulses dope em algo com forma diferente? A substan, ou 0 cometdo do al ss rorebentagbes S80 fla, s80 simboios Paget (1962) examinou o problema do simbol inconsciente sas estudos sobre o desenvolvimento do simblo eda ima- dem mental na crianga. AS elages qe ele estabelece ene 0 ng smbélcee os sonhos da eranga peuena demonstram a Sor simlardade em termes tanto de esttura simbelica como de conti. Nao ¢acidmtal descobsr que os process sube- Contes ambos so deslocamentoecondensagao porque ambos Secaractorzam pol uso da representa smbolica, Meso 08 nas basis stmboos soo esiado de uma mitre de ima dee, de coasts, do denteaptes, que condensam por a5- Sm der a varedade de obetos, aftase oto sigificatvas a0 recor da ctanga, Dal que dave haver um deslocamento de sgn fads entre esses vos objets (objeto aqui eere-e a coisas esses), dando um a referencia do ott, evocando am uma nesenga do out, misturendo em un amagem eo somo o8- ‘to, Torna-se claro entéo que condensagdo e deslocamento so ‘te inseparavel da atvdade solic, 6 Revisando, entao: a atividade representacional é um tab. tho da peique, Tal trabalho ocorre através dos process0s incons. ‘ientes que Froud descreveu como condensacao e deslocamen, to, Se considerarmos a atvidade simblica de acordo com a no (Gaode espago potencial proposta por Winnicott, nés poderemog Concluir que simbolos se desenvolvem sobre e com a atvidack| representactonal, O sujeito constr, na sua relagdo com o mun do, um novo mundo de significados. De um lado, € através de ‘ua atividade e relagio com outros que as representagdes tén ‘origem, permitindo uma mediaeao entre o sujeito eo mundo que fle 20 mesmo tempo descabre e constt6i, De outro lado, a8 16 presentagées permitem a existéncia de simbolos ~ pedagos de Tealidade social moblizados pela atividade criadora de sujet socials para dar sentido e forma as circunstancias nas quai cee se encontram. E desnecessanio dizer ue, tanto de uma perspec: tiva conceitual como de uma perspectiva genética, néo hé pos. sibilidade para a construgéo simbdlica fora de uma rede de sig nificadosjé constituidos, & sobre e dentro dessa rede que se dic (6 tabalhos do sujeito de re-criar 0 que jf est la O sujeito ps ‘quico, partanto,ndo esté nem abstraido da realidade sotial, nen meramente condenado a reproduzi-la, Sua tarefa é elaborar 1 ‘permanente tensdo entre um mundo que ja se encontra const | tuido e seus propris esforcos para ser um sujeito | (Os processos discutidos acima so, no meu entender, ne ‘cessrios para elucidr as implicagdes mais gerais das represen tacées socials enquanto fenémeno mediador entre o individuoe asociedade, Els uminam as fundagbes psicologicas das repre ‘sentagdes socials eos intercmbios quedo forma a relagao en ‘We investimentas psiquicase realidade social. A andlise do cam: ‘po conoeitual das representagdes sociais nos contronta, no ive! o social, com duas dimensées fundamentals da atividade ps ‘cossocial: a telagso com o ausente e a evocacso do possivel RepresentagGes Sociais: a intersubjetividade ea construgao simbélica da realidade social i Axé aqui eu procurel mostrar que as representagdes socials) porque simbelicas, 38 constoem sobre a capacidade represet) tacional de um suito psicologico. Essa capacidade represents 6 onal por sua vez ni pode ser entendida fora de uma dimensio Ge alteridade. Entretanto, ainda que seja tentador, as represen- ‘aghes socials ndo podem ser dretamente equacionadas &ativt- dade representacional perse. Aqui, eu quero propor que os pro- ‘cessas que engendram representagdes socials estao embebidos ‘a comuicagao e nas priticas soca: ddlogo, dscurso, tua, padsGes de trabalho e produgao, arte, em summa, cultura, Ta fit ‘magao pretende demarcar um campo de distingo para as repre sentagOes socials. Ao longo de minha discussio, eu procurei ‘mostrar como a realidade social -representada por outros - de- sempenha um papel consttutivo na génese das representagtes, a atividade simbolica e do proprio sujetto individual. Agora, meu desejo é discutir de que forma as representagées sociais ‘io além do trabalho individual do psiquismo e emergem como uum fendmeno nevessariamento colado ao tecido social. Essa discussdo envolve uma distinedo suti. Quando nds falamos em rapresentagGes sociais, a andlse desloca-se para um auto mi: vol: ea [6 ndo se centra no sujeto individual, mas nos feneme: nog produzidos pelas construgdes particulares da realidade s0- aa. Assim, o problema nao estd em abandonaro individu por. ‘que ele implica necessariamente uma perspectiva individualis- ‘a, Ao contro, o problema central é recanhecer que, ao anal- ‘sa fendmenos psicossociais ~e representagdes sociais - 6 ne- cessério analisar 0 social enquanto fotalidade. Isso quer dizer que o social envolve uma dindmica que é diferente de um agie- ado de individuos, ssa ndo 6 uma questdo nova para a PSICOLOGIA SOCIAL, Dos: estalistas até Allport”, sempre existiu um vivo debate sobre a relagdo entre otodoe a unidade. Aqui, mais uma vez eu acredito |que podemos ucrar coma visdo de Piaget ¢ sa discusséo sobre estuturalismo (PIAGET, 1968/1971), Contra tendéncias atomis- cas, ele argumenta que a noeao de estrutura envolve as ideias 2.0, AuaFORT. GW. (605. Th Ma backing of den pel. [noab,6 t ANONGON. (tg A andnooeceoan pycology Va.) od 148 Cant AA Aso Vey Alp tenor a ete dee stneoei aos da coma easadul coma erode mae CF. 00K Aer sna Tt? Vogel, ask tA Sta ‘ho nach. Ve. 2 28 pa uma exten oso be Oo ‘itch Alpareaus evens simon en mop atone tae Gp ‘ti nehino and de Dana aoe susan cs 6 have de totaidade, transformagio e autortegulagio. As duas [gia sio um espago potencial de fabnicagéo comum, onde cada Ghee so espenciaispareontenderadistingdoentreestrts- | sjeo val alm de ua propia inavidualidado ara entrar om aareiaeatos ja quo ae es que englobam a constivuc2o de | gpmino detente, ainda que fundamentalmente relaconado: rere ndo podem set eduzias soma de sous eemen’ | dominio da vida em comum,o espag0 pblico, Desa forma, came, Ao conta, das do totaldade propiedades || gas nio apenas surgem attavés de mediagdes soctais, mas tor. oe erate propniedades de seus elomentos. Essa posigao na: | ase, eas proprias, mediagdes sociais. F enquanto mediacéo {uralmente leva ao problema de como a ttadade se forma, ou tomo ela se origina. que ndo estamos flando de meres agre Gados, como a genese da totalidade pode ser explicada? A res. } | ‘dat dla expressam por excelencia o espago do sujeitona sua Sore: a noqao do ransformagao que d conta tan : fosta é cara: €a nogao de transformagio que da co "2 ‘Acbjetificacio ea ancoragem sto as formas especficas em | {plagao com a alteridade, lutando para interpreta, entender & construir 0 mundo, rate Ome : : ern anaes aon | oun ee ue i es Bipece na reantncs anes | hnaen ante sa cae etc cade noe conidramog 9 SS varcfomagSe er. | oe sl De ona oma, par o- mas ostticas ~ seriamente” (PIAGET, 1964/1958: 9-10) es opens de condtroagioe deci. Le ‘Baluz da perspective pagetiana que eu proponhoaandlse | camento que lscuimes antes. Objetifiaré também condensar __Einzhmaecnavtgemaciowrermoass | Sul uct ast eterna et corsa as Sn on oes | = eo aes ad ee ee Smrgumaeoamcpm wan As, | et ated caitr chaos paae Securinieingepromaionseonstenie: | othe erm msngngun amc ed suomi vmi evs |e tee sc cto a oe ee Sema oom es eoersra,| ‘Sm tlcoen rts ea ‘ais — tanto na sua génese como na sua forma de ser, Elas nc} teria qualquer wtlidade em um mundo de individuos isolados| fou melhor, elas nao existirlam, AS representagoes sociais se {uma estratégia desenvolvida por atores eocias para enfrenta tdversidade ea mobilidade de um mundo que, embora pertent? (todos, tanscende a cada um individualmente, Nesse sentido, 63 o representados assim como ameaga, ndo tém nada a ver oom au- toritarismo. Ao contrario,é porque essas ronteiras exister, que ‘multas vezes nos ousamos desafia-as e, se necesséri, trans- ‘cendélas, coma 6 0 caso no espaco potencial das representa, ‘gdes saciais e - em larga medida ~ em todas as formas de vida fem comum que se erguem como efeitos contradivrios aos im: perativas das sociedades de massa. E com esta PSICOLOGIA S0- CIAL, eu actedito, que precisamos trabalhar. A necessidade de defender a vida em comum, ameapada hoje pela mséria pela vio- lenoiae pela desiqualdade, 6 também a necessidade de recupe- rato pensamento, a palavra e a plena possiblidade de construtr | saberes sociais. Esta ¢ uma necessidade crucial nfo somente | ‘porque oustenta a possibldade da democracia e da cidadania ~ | tnde sujet polticas se encontram na agdo e no discurso para participar daquelaesfera da vida que é comum a todos nds, mas também porque ela aponta para a constituigao de vidas indi dduais que sustentem em si mesmas as consequéncias plenas do {ato de que as pessoas vivem umas com as outras e ndo existe ‘vida humana sem a presenga de outros seres humanos., Referdncias ALLPORT, GW, (1985). “The Historical Background of Modern Psychology In: LINDZEY, G. & ARONSON, B. (tgs) A Handboak ‘Sos Psychology, Cambridge, MA: Addison-Wesley. ARENDT, H. (1862). The Human Gontion, Chicago: The Unwersityot Chicago Press BROCK, A. (1902), "Was Wundt a ‘Nazi’: Volkersychologye, Racism ‘and Ants-Semitism’. Theory and Psychology, Vol. 2 (2, p. 208-223 DAVIS, M, & WALLBRIDGE, D. (1981). Boundary and Space: An Introduction to the Work of D.W, Winnicott. Londres: H. Karnac (Books) Lt. FREUD, S. 1920) “Beyond the Ploasure Principle”. The Standard Bi tion of the Complote Works of Sigmund Freud, XVI, Londres: The Hogarth Press and The Institute of Psychoanalysis, ___{1900), "The Interpretations of Dreams”. The Standard tion ‘of the Complete Works of Sigmund Freud, V, Londres: Hogarth Press ‘and Tho Intvte of Psychoanalysis 7 HABERMAS, J. (1992). "Further Reflection ofthe Public Sphere". In CALHOUN, C. (ora) Habermas and the Public Sphere. Cambridge, ‘assachusets: Tho MIT Press. ___ (1900), Te Structural Transformation ofthe Public Sphere: ‘Annuity nto@Category of Bourgeois Society. Londres: Poy Press JODELET, D. (1991). Madness and Socal Representations. Londres Harvester ___{1984). “Les Roprésontations Socials: Phénoménes, Concept ‘a Theare" In MOSCOVICL . (org) Psychologie Social Pans: Press Unwerstaue de France, p. 357-78, ABS, R (1984), “Le Travail de a Représentaton et les Fonctions de ‘nermedlire: Buide Psychoanalytique” In; BELISLE, C, & SCHILE, 3 orgs) Las Savais dans los Pratques Quotdiennes: Recherches sat ls Représentations Paris: aitons du Centze National de La Recher che Seenttiqu, p. 373-296, MBAD, GH. (1984). ‘Sel. In: MORRIS, C. (org) Mind, Self and So caery. Chicago: University of Chicago Press. MOSCOVICI, 8. (1981). "On Social Representations. In: FORGAS, 5 (or), Social Cognition: Perspectives on Everyday Understanding, Londres: Academic Press, p. 181-208, (1962). La psychanalyse, son image et san publ Pais: Press Triveitare de France. PIAGET, J (1968) (1971. Structures. Londres: Routedge and Kegan Paul lad ; ____ (1964) [1968]. “The Mental Development of the Child”, In PIAGET, J. Sux Peychologica Staies. Londres: London University Prose, p 3-73 PIAGET, J. kINHELDER,B, (1969). "Tho Somouic or Symbolic Pune tion". In The Psychology ofthe Child. Londres: Routledge and Ke ‘an Poul Ltd, p. 51-9 SCHUIRMANN,R (ora) (1989). The Public Realm: Essays on Discos ‘ve Types in Potical Philosophy, State of Univesity Press: Albany. YWOMICOTT, DW. (97. Paying and Ret. Landes: Tso cations, —__ (1967, "The Location of Cutural Experience”. In: WINNICOTT, DW-(1971), Playing and Realty. Londres: Tavistock Publications, 95-108, n re _ (1966), The Maturational Process andthe Factitating Bn iment Londres: Hogarth Press, __ (1961) [1974, "Varieties of Pychotherapy”. In: WINNICOTT, ‘DW. (7984) Depavation and Delinquency. Londres: Tavistock. (4961) (1958), “Transtonal Objects and Transitional Pheno- ‘mena In: WINNICOTT, D.W. (1958) Gallected Papers: From Pacdia. thes to Paycho- Analysis. 3. O CONCEITO DE REPRESENTACOES: SOCIAIS DENTRO DA SOCIOLOGIA CLASSICA “Maria Ceclia de Souza Minayo tntrodugao RepresentagGes Sociais 6 um termo fllasbfico que significa a reprodugdo de uma peroepcio retida na lembranga ou do conte tido do pensamento, Nas Ciencias Soctais s4o definidas como categorias de pensamento que expressam a realidade, explt cam-na,justificando-a ou questionando-a. Enquanto material de ‘estudo, essas perceprdes sao consideradas consensualmente Imporantes, atavessando a historia e as mais diferentes cor rentes de persamento sobre o social. Neste texto, abordamos o ‘ni através do qual os autores, como Durkheim e seus seguido- res, Weber ea escola fenomenologicg representada pot Schutz, Manx eos marxistas, trabalham o mundo das ideias e seu sign ficado no conjunto das relagdes sociais, e, por fim, Bourdieu © Bakthin, que trazem ambos uma bela contribuigdo sobre o esta tuto da palavra, [No entanto, a atengdo maior ecaira sobre os trés autores ssios, Durkheim, Manx e Weber, que sero comparados e fecenciados em suas abordagens. 0 conceito de Representagoes Sociais para os diferentes autores Do panto de vista sociolégico, Durkheim é 0 autor que pri- ‘moi trabalha explictamente 0 conceito de Representacdes So ‘ais. Usado no mesmo sentido que Representagdes Coletivas, 0 n B

You might also like