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7908403539833
PM E CBM - PB
POLÍCIA MILITAR E CORPO DE BOMBEIROS MILITAR
Língua Portuguesa
1. Compreensão e intelecção de textos........................................................................................................................................... 7
2. Tipologia textual.......................................................................................................................................................................... 14
3. Coesão e coerência...................................................................................................................................................................... 21
4. Figuras de linguagem................................................................................................................................................................... 21
5. Ortografia..................................................................................................................................................................................... 23
6. Acentuação gráfica....................................................................................................................................................................... 24
7. Emprego do sinal indicativo de crase........................................................................................................................................... 25
8. Formação, classe e emprego de palavras.................................................................................................................................... 26
9. Sintaxe da oração e do período................................................................................................................................................... 33
10. Pontuação.................................................................................................................................................................................... 35
11. Concordância nominal e verbal................................................................................................................................................... 36
12. Colocação pronominal................................................................................................................................................................. 37
13. Regência nominal e verbal........................................................................................................................................................... 38
14. Equivalência e transformação de estruturas................................................................................................................................ 39
15. Paralelismo sintático.................................................................................................................................................................... 39
16. Relações de sinonímia e antonímia............................................................................................................................................. 39
Raciocínio Lógico
1. Lógica proporcional. Argumentação lógica. Raciocínio sequencial. Raciocínio lógico quantitativo. Raciocínio lógico analítico.
Diagramas lógicos....................................................................................................................................................................... 59
2. Análise combinatória.................................................................................................................................................................. 80
3. Probabilidade.............................................................................................................................................................................. 83
Geografia da Paraíba
1. Formação do território paraibano. Geografia física: relevo, clima, vegetação, hidrografia. Geografia humana: aspectos eco-
nômicos, sociais e culturais......................................................................................................................................................... 87
História da Paraíba
1. Origens e conquista da Paraíba (1574-1585). A presença de portugueses, franceses e espanhóis no território paraibano.
Povos indígenas do litoral ao sertão. A Paraíba no sistema de capitanias hereditárias e a conquista do interior. Holandeses
na Paraíba. Inquisição e expulsão de jesuítas. A Paraíba no século XIX. Independência. Primeiro Reinado. Período Regencial.
Segundo Reinado. A Confederação do Equador. A Paraíba e a Guerra do Paraguai. A Paraíba e o Quebra-quilos. O Ronco das
Abelhas. A Paraíba na República. A Paraíba no século XX. Oligarquias, coronelismo e cangaço. Revolta de Princesa. Revolução
de 30. Revolução Constitucionalista de 1932. Intentona Comunista 1935. A Paraíba no Estado Novo de Vargas. A Paraíba e a
Segunda Guerra Mundial............................................................................................................................................................ 93
ÍNDICE
Inglês
1. Compreensão de textos. Capacidade de compreender ideias gerais e específi cas por meio da análise de textos selecionados
de livros, jornais ou revistas, que abordem temas culturais, literários e científicos................................................................... 107
2. Itens gramaticais relevantes para a compreensão dos conteúdos semânticos.......................................................................... 109
Espanhol
1. Compreensão de textos. Capacidade de compreender ideias gerais e específicas por meio da análise de textos selecionados
de livros, jornais ou revistas, que abordem temas culturais, literários e científicos. Itens gramaticais relevantes para a com-
preensão dos conteúdos semânticos.......................................................................................................................................... 145
Noções de Informática
1. Conceito de Internet e intranet.................................................................................................................................................. 153
2. Ferramentas e aplicativos comerciais de navegação, de correio eletrônico, de grupos de discussão, de busca e pesquisa...... 160
3. Noções básicas dos principais aplicativos comerciais e softwares livres para: edição de textos e planilhas, geração de mate-
rial escrito, visual, sonoro e outros............................................................................................................................................. 165
4. Pacote Microsoft Office. Noções de sistema operacional (Windows e Linux)............................................................................ 170
5. Conceitos de proteção e segurança. Noções de vírus, worms, phishing e pragas virtuais. Aplicativos para segurança (antiví-
rus, firewall, anti-spyware e VPN)............................................................................................................................................... 179
6. Computação na nuvem (cloud computing)................................................................................................................................. 181
3. Crime militar: caracterização do crime militar (art. 9º do CPM); propriamente e impropriamente militar............................... 269
4. Violência contra superior (art.157 CPM).................................................................................................................................... 270
5. Violência contra inferior (art.175 CPM)...................................................................................................................................... 270
6. Abandono de Posto (art.195 CPM)............................................................................................................................................. 270
7. Dormir em serviço (art. 203 CPM).............................................................................................................................................. 270
8. Justiça Militar Estadual. Art. 125, §§ 3º, 4º e 5º CF/88............................................................................................................... 270
9. Art. 187 a 198 da Lei Complementar 096/10 (Lei de Organização e Divisão Judiciárias do Estado da Paraíba)......................... 271
Legislação Extravagante
1. Lei nº 13.869/2019 (Abuso de Autoridade)................................................................................................................................ 275
Noções de Sociologia
1. Reinvindicações populares urbanas. Movimentos sociais e lutas pela moradia. Movimentos e lutas sociais na história do
Brasil. Classes Sociais e movimentos sociais............................................................................................................................... 297
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LÍNGUA PORTUGUESA
Elementos envolvidos na interpretação textual3
Toda interpretação de texto envolve alguns elementos, os quais precisam ser levados em consideração para uma interpretação completa
a) Texto: é a manifestação da linguagem. O texto4 é uma unidade global de comunicação que expressa uma ideia ou trata de um assunto
determinado, tendo como referência a situação comunicativa concreta em que foi produzido, ou seja, o contexto. São enunciados constituídos de
diferentes formas de linguagem (verbal, vocal, visual) cujo objetivo é comunicar. Todo texto se constrói numa relação entre essas linguagens, as in-
formações, o autor e seus leitores. Ao pensarmos na linguagem verbal, ele se estrutura no encadeamento de frases que se ligam por mecanismos
de coesão (relação entre as palavras e frases) e coerência (relação entre as informações). Essa relação entre as estruturas linguísticas e a organiza-
ção das ideias geram a construção de diferentes sentidos. O texto constitui-se na verdade em um espaço de interação entre autores e leitores de
contextos diversos. 5Dizemos que o texto é um todo organizado de sentido construído pela relação de sentido entre palavras e frases interligadas.
b) Contexto: é a unidade maior em que uma menor se insere. Pode ser extra ou intralinguístico. O primeiro refere-se a tudo mais
que possa estar relacionado ao ato da comunicação, como época, lugar, hábitos linguísticos, grupo social, cultural ou etário dos falantes
aos tempos e lugares de produção e de recepção do texto. Toda fala ou escrita ocorre em situações sociais, históricas e culturais. A con-
sideração desses espaços de circulação do texto leva-nos a descobrir sentidos variados durante a leitura. O segundo se refere às relações
estabelecidas entre palavras e ideias dentro do texto. Muitas vezes, o entendimento de uma palavra ou ideia só ocorre se considerarmos
sua posição dentro da frase e do parágrafo e a relação que ela estabelece com as palavras e com as informações que a precedem ou a
sucedem. Vamos a dois exemplos para entendermos esses dois contextos, muito necessários à interpretação de um texto.
https://epoca.globo.com/vida/noticia/2015/01/o-mundo-visto-bpor-mafaldab.html
Na tirinha anterior, a personagem Mafalda afirma ao Felipe que há um doente na casa dela. Quando pensamos na palavra doente, já pensamos
em um ser vivo com alguma enfermidade. Entretanto, ao adentrar o quarto, o leitor se depara com o globo terrestre deitado sobre a cama. A inter-
pretação desse texto, constituído de linguagem verbal e visual, ocorre pela relação que estabelecemos entre o texto e o contexto extralinguístico. Se
pensarmos nas possíveis doenças do mundo, há diversas possibilidades de sentido de acordo com o contexto relacionado, dentre as quais listamos:
problemas ambientais, corrupção, problemas ditatoriais (relacionados ao contexto de produção das tiras da Mafalda), entre outros.
Observemos agora um exemplo de intralinguístico
https://www.imagemwhats.com.br/tirinhas-do-calvin-e-haroldo-para-compartilhar-143/
3 https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/redacao/o-que-texto.htm
KOCH, Ingedore V. e ELIAS, Vanda M. Ler e Compreender os Sentidos do Texto. São Paulo: Contexto, 2006.
4 https://www.enemvirtual.com.br/o-que-e-texto-e-contexto/
5 PLATÃO, Fiorin, Lições sobre o texto. Ática 2011.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Nessa tirinha anterior, podemos observar que, no segundo assim como um pouco usado precisará de um grande esforço para
quadrinho, a frase “eu acho que você vai” só pode ser compreendi- ser recuperado. Existem alguns tipos de conhecimento prévio: o in-
da se levarmos em consideração o contexto intralinguístico. Ao con- tuitivo, o científico, o linguístico, o enciclopédico, o procedimental,
siderarmos o primeiro quadrinho, conseguimos entender a mensa- entre outros. No decorrer de uma leitura, por exemplo, o conheci-
gem completa do verbo “ir”, já que obstemos a informação que ele mento prévio é criado e utilizado. Por exemplo, um livro científico
não vai ou vai à escola que explica um conceito e depois fala sobre a utilização desse con-
ceito. É preciso ter o conhecimento prévio sobre o conceito para
c) Intertexto/Intertextualidade: ocorre quando percebemos a se aprofundar no tema, ou seja, é algo gradativo. Em leitura, o co-
presença de marcas de outro(s) texto(s) dentro daquele que esta- nhecimento prévio são informações que a pessoa que está lendo
mos lendo. Observemos o exemplo a seguir necessita possuir para ler o texto e compreendê-lo sem grandes
dificuldades. Isso é muito importante para a criação de inferências,
ou seja, a construção de informações que não são apresentadas no
texto de forma explícita e para a pessoa que lê conectar partes do
texto construindo sua coerência.
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RACIOCÍNIO LÓGICO
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RACIOCÍNIO LÓGICO
Negação ~ Não p
Conjunção ^ peq
Disjunção Inclusiva v p ou q
Disjunção Exclusiva v Ou p ou q
Condicional → Se p então q
Bicondicional ↔ p se e somente se q
Em síntese temos a tabela verdade das proposições que facilitará na resolução de diversas questões
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RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo:
(MEC – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA OS POSTOS 9,10,11 E 16 – CESPE)
A figura acima apresenta as colunas iniciais de uma tabela-verdade, em que P, Q e R representam proposições lógicas, e V e F corres-
pondem, respectivamente, aos valores lógicos verdadeiro e falso.
Com base nessas informações e utilizando os conectivos lógicos usuais, julgue o item subsecutivo.
A última coluna da tabela-verdade referente à proposição lógica P v (Q↔R) quando representada na posição horizontal é igual a
( ) CERTO
( ) ERRADO
Resolução:
P v (Q↔R), montando a tabela verdade temos:
R Q P [P v (Q ↔ R) ]
V V V V V V V V
V V F F V V V V
V F V V V F F V
V F F F F F F V
F V V V V V F F
F V F F F V F F
F F V V V F V F
F F F F V F V F
Resposta: Certo
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GEOGRAFIA DA PARAÍBA
População
FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO PARAIBANO. GEOGRAFIA
FÍSICA: RELEVO, CLIMA, VEGETAÇÃO, HIDROGRAFIA. De acordo com dados do IBGE2 a população da Paraíba, no úl-
GEOGRAFIA HUMANA: ASPECTOS ECONÔMICOS, SO- timo Censo em 2010 era de 3.766.528 habitantes, com densidade
CIAIS E CULTURAIS demográfica na mesma época de 66,70 hab./km².
Essa população em 2021 evoluiu para 4.059.905 habitantes
(estimativa)3.
GEOGRAFIA DA PARAÍBA1
Clima
Características Gerais
O clima da Paraíba é o tropical úmido no litoral, com chuvas
A Paraíba surpreende pelas singularidades que encantam seus
abundantes. No entanto, à medida que desloca-se para o interior,
moradores e seus visitantes. A Capital do Estado, João Pessoa, é
depois da Serra da Borborema, o clima torna-se semiárido e sujeito
considerada uma das cidades mais arborizadas do planeta e, por ter
a estiagens prolongadas e precipitações abaixo dos 500mm.
recebido distinção da coroa portuguesa já no ano de sua fundação,
As temperaturas médias anuais ultrapassam os 26°C, com al-
1585, guarda o título de terceira cidade mais antiga do Brasil.
gumas exceções no Planalto da Borborema, onde a temperatura é
Na Paraíba fica o ponto extremo oriental das Américas – a Pon-
de 24°C.
ta do Seixas, e a Estação Cabo Branco Ciências Cultura e Arte, uma
obra grandiosa de Oscar Niemeyer.
Relevo
Oficialmente, existem quatro regiões metropolitanas no Estado
da Paraíba: João Pessoa, Campina Grande, Patos e Guarabira, que
A maior parte do território paraibano é constituído por rochas
englobam municípios ricos em cultura, em potencialidades econô-
resistentes e bastante antigas, que remontam a era pré-cambriana
micas e em belezas naturais.
com mais de 2,5 bilhões de anos. Elas formam um complexo cris-
O Estado oferece aos seus visitantes uma infinidade de rotei-
talino que favorecem a ocorrência de minerais metálicos, não me-
ros, que vão das praias paradisíacas do litoral, passando pelos en-
tálicos e gemas. Os sítios arqueológicos e paleontológicos também
cantos das cidades históricas e pelos canaviais, até os mistérios do
resultam da idade geológica desses terrenos.
interior, que englobam sertão, brejo e cariri.
No litoral, encontra-se a Planície Litorânea que é formada pe-
As praias dos litorais Sul e Norte estão entre as mais bonitas
las praias e terras arenosas. Na região da mata, encontra-se os ta-
do Brasil. As urbanas de João Pessoa, como Tambaú, Cabo Branco e
buleiros que são formados por acúmulos de terras que descem de
Bessa, concentram praticantes de esportes e turistas. Para os natu-
lugares altos.
ralistas, a praia de Tambaba, no município do Conde, é a ideal, pois
No Agreste, tem-se algumas depressões que ficam entre os ta-
é permitida a prática do nudismo. A de Coqueirinho é considerada
buleiros e o Planalto da Borborema, onde se encontram muitas ser-
entre as mais bonitas do país por diversos guias turísticos. Na praia
ras, como a Serra de Araruna, a Serra de Cuité e a Serra de Teixeira.
Fluvial do Jacaré, pode-se ouvir o Bolero de Ravel ao observar o
Encontra-se no município de Araruna a Pedra da Boca. No sertão,
pôr-do-sol.
existe uma depressão sertaneja que se estende do município de Pa-
Já o interior oferece aos visitantes rupestres, rastros de dinos-
tos até após a Serra da Viração.
sauros, cachoeiras e antigos engenhos de cana-de-açúcar. Nos mu-
nicípios, o artesanato também encanta turistas, que podem conferir
Vegetação
peças únicas como a renda renascença, de reconhecimento interna-
cional, e o algodão colorido, usado por estilistas de renome no país.
A vegetação litorânea da Paraíba apresenta matas, manguezais
Isso sem falar na arte em marchetaria, estopa e argila, por
e cerrados, que recebem a denominação de “tabuleiro”, formado
exemplo. Além da diversidade de cenários, a Paraíba oferece di-
por gramíneas e arbustos tortuosos, predominantemente represen-
versão com eventos de porte nacional, como o Maior São João
tados por batiputás e mangabeiras, entre outras espécies.
do Mundo, realizado em julho em Campina Grande, e das prévias
Formadas por floresta Atlântica, as matas registram a presen-
carnavalescas em João Pessoa, que contam com as “Muriçocas do
ça de árvores altas, sempre verdes, como a peroba e a sucupira.
Miramar”, um dos maiores blocos de arraste do mundo. A cultura
Localizados nos estuários, os manguezais apresentam árvores com
é um dos fortes do Estado, que inclui artesanato, personalidades,
raízes de suporte, adaptadas à sobrevivência neste tipo de ambien-
música e diversas manifestações em literatura, teatro e cinema.
te natural.
2 https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pb/panorama
1 http://www.paraibatotal.com.br/a-paraiba/ 3 https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pb/panorama
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GEOGRAFIA DA PARAÍBA
Economia
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GEOGRAFIA DA PARAÍBA
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HISTÓRIA DA PARAÍBA
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HISTÓRIA DA PARAÍBA
V - Expedição (1584): Este teve a presença de Flores Valdez, tão que as características comerciais de Campina Grande nasceram
Felipe de Moura e o insistente Frutuoso Barbosa, que conseguiram desde sua origem. Campina foi elevada à freguesia em 1769, sob a
finalmente expulsar os franceses e conquistar a Paraíba. Após a invocação de Nossa Senhora da Conceição. Sua elevação à vila com
conquista, eles construíram os fortes de São Tiago e São Felipe. o nome de Vila Nova da Rainha se deu em 20 de abril de 1790. Hoje,
Conquista da Paraíba Campina Grande é a maior cidade do interior do Nordeste.
Para as jornadas o Ouvidor Geral Martim Leitão formou uma São João do Cariri: Tendo sida povoada em meados do século
tropa constituída por brancos, índios, escravos e até religiosos. XVII pela enorme família Cariri que povoava o sítio São João, entre
Quando aqui chegaram se depararam com índios que sem defesa, outros, esta cidade que atualmente não se destaca muito à nível es-
fugiram e foram aprisionados. Ao saber que eram índios Tabajaras, tadual foi elevada à vila em 22 de março de 1800. Sua emancipação
Martim Leitão manda soltá-los, afirmando que sua luta era contra política é datada de 15 de novembro de 1831.
os Potiguaras (rivais dos Tabajaras). Após o incidente, Leitão procu- Pombal: No final do século XVII, Teodósio de Oliveira Ledo rea-
rou formar uma aliança com os Tabajaras, que por temerem outra lizou uma entrada através do rio Piranhas. Nesta venceu o confron-
traição, a rejeitaram. to com os índios Pegas e fundou ali uma aldeia que inicialmente
Depois de um certo tempo Leitão e sua tropa finalmente che- recebeu o nome do rio (Piranhas). Devido ao sucesso da entrada
garam aos fortes (São Felipe e São Tiago), ambos em decadência e não demorou muito até que passaram a chamar o local de Nossa
miséria devido as intrigas entre espanhóis e portugueses. Com isso Senhora do Bom Sucesso, em homenagem a uma santa.
Martim Leitão nomeou outro português, conhecido como Castre- Em 1721 foi construída no local a Igreja do Rosário, em home-
jon, para o cargo de Frutuoso Barbosa. A troca só fez piorar a situ- nagem à padroeira da cidade considerada uma relíquia história nos
ação. Ao saber que Castrejon havia abandonado, destruído o Forte dias atuais. Sob força de uma Carta Régia datada de 22 de junho de
e jogado toda a sua artilharia ao mar, Leitão o prendeu e o enviou 1766, o município passou a se chamar Pombal, em homenagem ao
de volta à Espanha. Quando ninguém esperava, os portugueses se famoso Marquês de Pombal. Foi elevada à vila em 3/4 de maio de
unem aos Tabajaras, fazendo com que os Potiguaras recuassem. 1772, data hoje considerada como sendo também a da criação do
Isto se deu no início de agosto de 1585. município.
A conquista da Paraíba se deu no final de tudo através da união Areia: Conhecida antigamente pelo nome de Bruxaxá, Areia foi
de um português e um chefe indígena chamado Piragibe, palavra elevada à freguesia com o nome de Nossa Senhora da Conceição
que significa Braço de Peixe. pelo Alvará Régio de 18 de maio de 1815. Esta data é considerada
também como a de sua elevação à vila. Sua emancipação política
Fundação da Paraíba se deu em 18 de maio de 1846, pela lei de criação número 2. Hoje,
Martim Leitão trouxe pedreiros, carpinteiros, engenheiros e Areia se destaca como uma das principais cidades do interior da
outros para edificar a Cidade de Nossa Senhora das Neves. Com o Paraíba, principalmente por possuir um passado histórico muito
início das obras, Leitão foi a Baía da Traição expulsar o resto dos atraente.
franceses que permaneciam na Paraíba.
Leitão nomeou João Tavares para ser o capitão do Forte. Paraí- Primeiros Capitães- Mores
ba foi a terceira cidade a ser fundada no Brasil e a última do século
XVI. João Tavares
João Tavares foi o primeiro capitão-mor, ao qual governou de
Primeiras Vilas da Paraíba na Época Colonial 1585 a 1588 a Capitania da Paraíba. João Tavares foi encarregado
pelo Ouvidor-Geral, Martim Leitão, de construir uma nova cidade.
Com a colonização foram surgindo vilas na Paraíba. A seguir Para edificação dessa cidade, vieram 25 cavaleiros, além de pe-
temos algumas informações sobre as primeiras vilas da Paraíba. dreiros e carpinteiros, entre outros trabalhadores do gênero. Che-
Pilar: O início de seu povoamento aconteceu no final do século garam também jesuítas e outras pessoas para residir na cidade.
XVI, quando fazendas de gado foram encontradas pelos holande- Foi fundado por João Tavares o primeiro engenho, o d’El-Rei,
ses. Hoje uma cidade sem muito destaque na Paraíba, foi elevada à em Tibiri, e o forte de São Sebastião, construído por Martim Leitão
vila em 5 de janeiro de 1765. Pilar originou-se a partir da Missão do para a proteção do engenho.
Padre Martim Nantes naquela região. Pilar foi elevada à município Os jesuítas ficaram responsáveis pela catequização dos índios.
em 1985, quando o cultivo da cana-de-açúcar se tornou na principal Eles ainda fundaram um Centro de Catequese e em Passeio Geral
atividade da região. edificaram a capela de São Gonçalo.
Sousa: Hoje a sexta cidade mais populosa do Estado e dona O governo de João Tavares foi demasiadamente auxiliado por
de um dos mais importantes sítios arqueológicos do país (Vale dos Duarte Gomes da Silveira, natural de Olinda.
Dinossauros), Sousa era um povoado conhecido por “Jardim do Rio Silveira foi um senhor de engenho e uma grande figura da Ca-
do Peixe”. A terra da região era bastante fértil, o que acelerou rapi- pitania da Paraíba durante mais de 50 anos. Rico, ajudou financei-
damente o processo de povoamento e progresso do local. Em 1730, ramente na ascensão da cidade. Em sua residência atualmente se
já viviam aproximadamente no vale 1468 pessoas. Sousa foi elevada encontra o Colégio Nossa Senhora das Neves.
à vila com o nome atual em homenagem ao seu benfeitor, Bento Apesar de ter se esforçado muito para o progresso da capitania,
Freire de Sousa, em 22 de julho de 1766. Sua emancipação política João Tavares foi posto para fora em 1588, devido à política do Rei.
se deu em 10 de julho de 1854.
Campina Grande: Sua colonização teve início em 1697. O capi-
tão-mor Teodósio de Oliveira Ledo instalou na região um povoado.
Os indígenas formaram uma aldeia. Em volta dessa aldeia surgiu
uma feira nas ruas por onde passavam camponeses. Percebe-se en-
94
HISTÓRIA DA PARAÍBA
95
INGLÊS
107
INGLÊS
bibliográficas, a fonte do texto, o nome do autor ou do veículo de comunicação, entre outros aspectos. Ao analisar atentamente estas
informações, durante o processo de captação de dados, pode-se notar indícios que facilitarão a identificação de seu gênero textual (artigo,
crônica, reportagem etc.), público-alvo, faixa etária e contexto.
Quando nos deparamos com um texto na língua inglesa, para que possamos realizar não apenas a leitura, mas uma interpretação
significativa e coerente, é necessário identificar elementos chave no decorrer da leitura que de algum modo sintetizam as informações
cruciais para a compreensão do texto. Estes elementos especiais podem ser encontrados em aspectos gramaticais do texto, mas podem
também ser captados através do contexto presente na narrativa textual. Elementos como o tipo de linguagem (formal, informal, técnica
etc.), o vocabulário presente, além de outros pontos estratégicos podem ser identificados para a interpretação adequada de um texto em
uma questão.
A fim que se possa entender o sentido do texto, antes de uma leitura direta, uma técnica simples deve ser realizada: um escanea-
mento inicial do texto à procura de palavras-chave e dados relevantes. O propósito pode ser relatar um fato, contar novidades, listar ou
enumerar itens, reportar um crime, expor uma opinião, dentre muitas outras possibilidades que deverão ser observadas no decorrer deste
escanear inicial. Alguns marcadores como nomes, datas, locais, dados, estatísticas, números em geral, pronomes de tratamento, podem
servir como indicativos do propósito do texto a partir da percepção do conteúdo presente e do teor da mensagem encontrada no texto.
Assim que este primeiro passo é tomado, uma leitura corrente se torna mais fácil e a busca pelo sentido completo do texto, mais coe-
rente. O sentido do texto diz respeito à ideia ou mensagem que o autor do texto pretende passar, e só é possível identificar esta mensagem
a partir do conhecimento de palavras, expressões, contextos, aspectos culturais e sociais, entre outros elementos que circundam a língua
inglesa e conhecimento de mundo, elemento de extrema importância para a realização da prova do ENEM. A prova de idiomas da prova
se baseia primordialmente na interpretação de diferentes gêneros textuais e para realizar uma boa interpretação, é necessário praticar a
leitura neste idioma com certa frequência.
Note a seguir alguns exemplos de gêneros textuais e suas principais características em breves descrições:
• Notícias: reportagens jornalísticas costumam apresentar temas diversos, entretanto se destacam por apresentarem assuntos rele-
vantes à sociedade de modo geral. Exemplo:
The scientists took fur cells from mice and cultured them in the lab. They observed that hair growth was a cyclical process within the
follicle. They analysed the stem cells and used 220 combinations of chemicals to make the hair regrow naturally.
Lead scientist Takashi Tsuji said: “Our culture system establishes a method for cyclical regeneration of hair follicles from hair follicle
stem cells and will help make hair follicle regeneration therapy a reality in the near future.” He added: “Losing hair is not life-threatening,
but it adversely affects the quality of life.” Sam Baker, a 52-year-old bank worker, hopes the therapy works. He said: “Having a full head of
hair again will make me look ten years younger”.
Fonte: https://www.japantimes.co.jp/news/2021/02/14/national/hair-loss-researchers/
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INGLÊS
• Tirinhas/histórias em quadrinhos: os famosos personagens Early next morning, some people were passing by. On hearing
de tirinhas em inglês, como Calvin and Hobbes, Archie e Peanuts them, the Owl hooted. The people thought it was not a good sign
(Charlie Brown), são conhecidos no mundo todo, as tirinhas apre- to hear an Owl hoot. So, one of them wanted to shoot the Owl. The
sentam uma linguagem leve, engraçada e cômica, mas podem tam- Owl flew away and hid in a hole near the lake. The poor Swan did
bém expor mazelas sociais/culturais através de críticas sutis. Exem- not move. The arrow hit the Swan and she died.
plo: Never leave your friends in difficulty.”
• Anúncios publicitários: este gênero textual deve ser lido com
muita cautela, pois a imagem apresentada “conversa” com a infor- Fonte: https://shortstoriesshort.com/story/the-swan-and-the-owl/
mação escrita da propaganda, não é apenas uma simples leitura,
pois necessita que o leitor possua repertório e conhecimento geral Além dos gêneros mencionados anteriormente, é possível en-
para realizar a interpretação de uma simples peça publicitária, além contrar diversas outras informações online sobre gêneros textuais
do conhecimento do idioma por si só. Exemplo: em inglês para que seu estudo se aprofunde ainda mais. Confira a
seguir uma lista útil para estudo posterior:
• Sites de notícias: BBC News, The New York Times, Daily Mail,
The Sunday Times.
• Sites de tirinhas/histórias em quadrinhos/charge: Archie Co-
mics, Peanuts, Go Comics
• Site de literatura: Literature.org
109
ESPANHOL
Existem estratégias de leitura que podem facilitar a compreen- Typography → As marcas tipográficas (impressas) são elemen-
são e a tradução de obras e textos escritos em línguas estrangeiras tos que, no texto, transmitem informações nem sempre representa-
ou, ainda, selecionar rapidamente o que pode ser importante ou das por palavras. Reconhecê-las é um auxílio bastante útil à leitura.
não para quem lê.
Key words → Aquelas que estão mais de perto associadas es-
Atenção! pecificamente ao assunto do texto são as palavras-chave, podendo
Apesar de serem termos escritos em inglês, essas técnicas po- aparecer repetidas e algumas vezes na forma de sinônimos. Iden-
dem ser utilizadas no auxílio de interpretação de textos em todas tificar as key words através do skimming nos leva a ter uma visão
línguas estrangeiras, inclusive no espanhol. Observe: geral do texto.
Skimming → Essa técnica consiste em “se passar levemente Nominal groups → Grupos nominais são expressões de caráter
sobre”. Trata-se de uma rápida e superficial “olhada” no texto, pro- nominal em que prevalecem os substantivos e adjetivos, cuja or-
curando explorar suas informações. Nessa hora, o leitor deve aten- dem na frase ordinariamente não corresponde ao português.
tar-se para as pistas tipográficas (números, datas, gráficos, figuras, Critical Reading → Ao final de cada leitura, o bom leitor deve
fotografias, palavras destacadas, cabeçalhos, etc.), cognatos, falsos estar atento para tudo o que lhe foi transmitido através do texto,
cognatos e tudo o que possa ser tido como uma dica do que se trata procurando responder perguntas como: O texto é interessante?...
a ideia geral do texto ou seu tema. Ou seja, essa técnica serve para por que? A leitura do texto acrescentou algo novo aos seus conhe-
que o leitor tenha uma compreensão geral sobre qual assunto o cimentos? O texto foi apresentado de modo objetivo, superficial,
texto discorre. profundo, confuso..? Você discorda ou concorda com as ideias do
autor? O autor foi imparcial ou tendencioso? Você conseguiu captar
Scanning → Como o a palavra sugere, a técnica de Scanning alguma segunda intenção nas entrelinhas do texto? Você acrescen-
consiste em um escaneamento, uma varredura do texto em busca taria algo que não foi mencionado?
de informações objetivas. Essa estratégia de leitura é recomendada
para uma leitura mais específica: quando se deseja encontrar um Contextual Reference → É normal existirem no texto elementos
determinado significado, uma palavra-chave, uma informação em de referência que são usados para evitar repetições e para ligar as
particular. Ela é geralmente empregada quando buscamos palavras sentenças, tornando a leitura mais compreensível e fluente. Esses
em dicionários, um endereço ou número em listas telefônicas, e elementos aparecem na forma de pronomes diversos (Pessoais, De-
pode ser muito útil em situações cotidianas. monstrativos, Relativos, Adjetivos Possessivos, etc.).
145
ESPANHOL
Compreensão da Informação
A estratégia de compreensão permite captar a estrutura do
1 http://www.miniwebcursos.com.br/curso_aprender/modulos/aula_3/segmentar. texto e integrar de forma coerente a informação nova aos próprios
html conhecimentos e esquemas de quem lê.
146
ESPANHOL
Referência sintática, considera o significado das frases individuais e sua relação lógica com o texto considerado como um todo.
Referência semântica, agrupado em cinco categorias:
• coesão proposicional comprova se a ideia expressa nas proposições adjacentes pode ser integrada com lógica e sentido.
• coesão estrutural comprova que as ideias expressam no texto são tematicamente compatíveis.
• consistência interna constata que as ideias expressam no texto são consistentes entre si.
• consistência externa constata que as ideias do texto são coerentes com o que sabe o leitor.
• claridade informativa constata que as ideias expressas no texto estão expressas com clareza.
Técnicas de Segmentação
Sublinhar
O sublinhado consiste em colocar um risco destacado em baixo da frase que queremos marcar, são ideias ou dados fundamentais do
tema que merecem serem destacados para serem assimilados e aprendidos. Esta técnica facilita o estudo posterior já que permite que a
atenção se concentre somente nos aspectos do texto que estão destacados com antecedência.
Sublinhar os textos possibilita:
Fixar a atenção e selecionar as ideias principais do texto.
Economizar tempo. Ao realizar uma nova leitura onde fizemos a sublinhação somente as ideias principais terão destaque, descartando
dessa forma as partes do texto que não acrescentam informação. Com isso ganharemos tempo e teremos menos esforço.
A elaboração de resumos, esquemas e mapas conceituais.
Favorece a concentração e facilita a compreensão da informação.
A quantidade de informação a sublinhar dependerá do objetivo que tenhamos as estudar do tema, da estrutura do texto e do conhe-
cimento que se tenha da matéria.
Recomendações
Não sublinhar na primeira leitura porque ainda não temos uma ideia geral do tema.
Sublinhar somente o essencial do texto (palavras chaves, ideias principais ou dados importantes como datas e nomes).
Destacar graficamente as ideias secundárias das principais.
O sublinhado deve ter sentido, pois devemos evitar sublinhar aqueles conceitos que não entendemos.
Tipos de Sublinhado
Sublinhado Linear
Traçar distintos tipos de linhas (reta, dupla, descontinua...) para destacar a importância da informação. Exemplo
147
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Internet
É conhecida como a rede das redes. A internet é uma coleção
global de computadores, celulares e outros dispositivos que se co-
municam.
153
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Links
O link nada mais é que uma referência a um documento, onde o usuário pode clicar. No caso da internet, o Link geralmente aponta
para uma determinada página, pode apontar para um documento qualquer para se fazer o download ou simplesmente abrir.
Dentro deste contexto vamos relatar funcionalidades de alguns dos principais navegadores de internet: Microsoft Internet Explorer,
Mozilla Firefox e Google Chrome.
Internet Explorer 11
• Identificar o ambiente
O Internet Explorer é um navegador desenvolvido pela Microsoft, no qual podemos acessar sites variados. É um navegador simplifi-
cado com muitos recursos novos.
Dentro deste ambiente temos:
– Funções de controle de privacidade: Trata-se de funções que protegem e controlam seus dados pessoais coletados por sites;
– Barra de pesquisas: Esta barra permite que digitemos um endereço do site desejado. Na figura temos como exemplo: https://www.
gov.br/pt-br/
– Guias de navegação: São guias separadas por sites aberto. No exemplo temos duas guias sendo que a do site https://www.gov.br/
pt-br/ está aberta.
– Favoritos: São pastas onde guardamos nossos sites favoritos
– Ferramentas: Permitem realizar diversas funções tais como: imprimir, acessar o histórico de navegação, configurações, dentre ou-
tras.
Desta forma o Internet Explorer 11, torna a navegação da internet muito mais agradável, com textos, elementos gráficos e vídeos que
possibilitam ricas experiências para os usuários.
154
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
À primeira vista notamos uma grande área disponível para visualização, além de percebemos que a barra de ferramentas fica automa-
ticamente desativada, possibilitando uma maior área de exibição.
2. Barra de Endereços
Esta é a área principal, onde digitamos o endereço da página procurada;
4. Abas de Conteúdo
São mostradas as abas das páginas carregadas.
Mozila Firefox
155
NOÇÕES DE DIREITO
CONSTITUCIONAL
197
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
198
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
199
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
207
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
208
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
209
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL
PENAL
257
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
Todavia, esse princípio é mitigado pela transação penal, por exemplo. a) Ação civil ex delicto: A ação para ressarcimento do dano
E, decorre da obrigatoriedade o princípio da indisponibilidade da poderá ser proposta no juízo cível, contra o autor do crime. Caso
ação penal, uma vez que, o MP não pode desistir da ação penal nem seja intentada a ação penal, o juiz da ação civil poderá suspendê-la
de eventual recurso interposto. até o julgamento criminal definitivo.
A doutrina divide-se sobre a (in)divisibilidade da ação b) Execução ex delicto: após o trânsito em julgado da sentença
penal pública. Todavia, o STF no caso mensalão entendeu pela penal condenatória, o ofendido poderá promover a execução do
divisibilidade, no sentido de que o processo penal pode ser título executivo judicial no juízo cível.
desmembrado. O oferecimento da denúncia contra um acusado
não exclui a possibilidade futura de ação penal contra outros Não impede a propositura da ação civil:
envolvidos, ex. o MP adita a denúncia. – O despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de
De acordo com o princípio da intranscendência, a ação penal informação;
somente pode ser ajuizada contra os responsáveis pela infração – A decisão que julgar extinta a punibilidade (ex. prescrição);
penal, excluindo sucessores e responsáveis civis pelo criminoso. – A sentença absolutória que decidir que o fato imputado não
Por fim, a ação penal pública obriga que os órgãos encarregados constitui crime, pois ainda assim, pode haver infração civil.
pela persecução penal atuem de ofício (princípio da oficiosidade).
Essa regra, todavia, não se aplica à ação penal pública condicionada, Art. 63. Transitada em julgado a sentença condenatória,
pois consiste em condição de procedibilidade a representação poderão promover-lhe a execução, no juízo cível, para o efeito da
do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo, bem reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus
como, requisição do ministro da justiça, nos casos expressamente herdeiros.
exigidos por lei. Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença
O direito de representação pode ser exercido no prazo condenatória, a execução poderá ser efetuada pelo valor fixado nos
decadencial de 6 meses, contados do conhecimento da autoria. termos do inciso iv do caput do art. 387 deste Código sem prejuízo
Decorrido esse prazo ocorre a extinção da punibilidade. Ademais, da liquidação para a apuração do dano efetivamente sofrido.
uma vez oferecida a representação, a retratação pode ocorrer até o Art. 64. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a ação para
oferecimento da denúncia. ressarcimento do dano poderá ser proposta no juízo cível, contra o
A requisição do ministro da justiça cuida-se de condição de autor do crime e, se for caso, contra o responsável civil.
procedibilidade consistente em ato de natureza administrativa Parágrafo único. Intentada a ação penal, o juiz da ação civil
e política, revestido de discricionariedade. Diferente da poderá suspender o curso desta, até o julgamento definitivo
representação, a requisição não tem prazo decadencial. Dessa daquela.
forma, pode ser lançada a qualquer tempo, enquanto não extinta a Art. 65. Faz coisa julgada no cível a sentença penal que
punibilidade pela prescrição. reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade,
A legitimidade para a propositura da ação penal privada em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no
pertence ao ofendido ou a quem legalmente o represente, ex. se o exercício regular de direito.
ofendido for menor de 18 anos ou mentalmente enfermo. Art. 66. Não obstante a sentença absolutória no juízo
A ação penal será privada nos casos expressamente indicados criminal, a ação civil poderá ser proposta quando não tiver sido,
pela lei. Quando a lei se cala sobre a espécie de ação a ser utilizada categoricamente, reconhecida a inexistência material do fato.
é caso de ação penal pública. Art. 67. Não impedirão igualmente a propositura da ação civil:
Assim como na representação, o prazo da queixa-crime é de 6 I - o despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de
meses, contados do conhecimento da autoria. informação;
II - a decisão que julgar extinta a punibilidade;
Princípios da Ação Penal Privada III - a sentença absolutória que decidir que o fato imputado não
– Oportunidade: o ofendido tem discricionariedade para iniciar constitui crime.
ou não a ação penal. Art. 68. Quando o titular do direito à reparação do dano for
– Disponibilidade: o ofendido pode desistir da ação penal, bem pobre (art. 32, §§ 1o e 2o), a execução da sentença condenatória (art.
como de eventual recurso. 63) ou a ação civil (art. 64) será promovida, a seu requerimento,
– Indivisibilidade: a queixa-crime contra qualquer dos autores pelo Ministério Público [defensoria pública].
do crime obrigará ao processo de todos, e o MP zelará pela
indivisibilidade. Por fim, atente-se que, nos casos de violência doméstica,
– Intranscendência: a ação penal somente pode ser ajuizada é possível a fixação de valor mínimo indenizatório a título de
contra os responsáveis pela infração penal, não abrangendo dano moral, desde que haja pedido expresso da acusação ou
sucessores, nem responsáveis civil. da parte ofendida, ainda que não especificada a quantia, e
independentemente de instrução probatória.
Efeitos civis da ação penal: o crime ocasiona consequência civil,
isto é, a necessidade de reparar eventuais danos causados pela
atividade criminosa. Existem duas vias para que isso ocorra:
a) ação cível;
b) execução no juízo cível de sentença penal.
258
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
• Espécies de flagrante:
DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA
LIBERDADE PROVISÓRIA.
Está cometendo ou acaba de
Flagrante Próprio
cometer
— Prisão É perseguido logo após, em
Em primeiro lugar, é importante saber que somente existe a Flagrante Impróprio, irreal,
situação que faça presumir ser
possibilidade de decretar a prisão quando as medidas cautelares quase flagrante
autor da infração
diversas da prisão se revelarem insuficientes.
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: É encontrado, logo depois,
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condi- com instrumentos, armas e
Flagrante Presumido, ficto
ções fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades; objetos que façam presumir
II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares ser ele autor da infração
quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado A autoridade policial espera o
ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco Flagrante Esperado
início da execução delitiva
de novas infrações;
III - proibição de manter contato com pessoa determinada O agente é induzido a cometer
quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado o delito S145/STF: Não há
Flagrante Preparado/
ou acusado dela permanecer distante; crime quando a preparação
Provocado
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanên- do flagrante pela polícia torna
cia seja conveniente ou necessária para a investigação ou instrução; impossível sua consumação
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de A autoridade policial tem
folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho a faculdade de aguardar o
fixos; momento mais adequado
VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade para realizar a prisão, ainda
de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio que sua atitude implique na
Flagrante prorrogado/diferido
de sua utilização para a prática de infrações penais; postergação da intervenção.
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes Obs. só na lei de organização
praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos con- criminosa basta a comunicação
cluírem ser inimputável ou semi-imputável(art. 26 do Código Penal) prévia do juiz (e não a
e houver risco de reiteração; autorização)
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o
comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu an- Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do mandado
damento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; não impede a prisão. O preso será imediatamente apresentado ao
IX - monitoração eletrônica. juiz que tiver expedido o mandado, para a realização de audiência
§ 1º (Revogado). de custódia.
§ 2º (Revogado). Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo
§ 3º (Revogado). de 24 horas (contadas da realização da prisão), o juiz deverá promo-
§ 4º A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Ca- ver AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA, com a presença do acusado, seu ad-
pítulo VI deste Título, podendo ser cumulada com outras medidas vogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro
cautelares. do Ministério Público.
Se transcorridas as 24 horas, a não realização da audiência de
— Prisão em Flagrante custódia (sem motivação idônea) ensejará a ILEGALIDADE DA PRI-
De acordo com a CF/88: SÃO, a ser relaxada pela autoridade competente, sem prejuízo da
Art. 5º (...) possibilidade de imediata decretação de prisão preventiva. Ade-
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por or- mais, a autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não
dem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, realização da audiência de custódia no prazo estabelecido respon-
salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente mi- derá administrativa, civil e penalmente pela omissão.
litar, definidos em lei; Todavia, o dia 22/01/2020, o Ministro Luiz Fux suspendeu a
Qualquer do povo poderá (flagrante facultativo); as autorida- eficácia da liberação da prisão pela não realização da audiência de
des policiais deverão (flagrante compulsório) PRENDER EM FLA- custódia no prazo de 24 horas.
GRANTE DELITO. Na audiência de custódia, o juiz decide fundamentadamente:
• Relaxar a prisão ilegal;
• Converter a prisão em flagrante em preventiva, quando pre-
sentes os requisitos, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as
medidas cautelares diversas da prisão;
• Conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
259
NOÇÕES DE DIREITO MILITAR
Capitão PM
ESTATUTO DOS POLICIAIS MILITARES DA PARAÍBA (LEI SUBALTERNOS
3.909/77): DA HIERARQUIA E DA DISCIPLINA (ART. 12 Primeiro Tenente PM
À 19), 1.2. DO VALOR POLICIAL MILITAR (ART. 26), DA Segundo Tenente PM
ÉTICA POLICIAL MILITAR (ART. 27 À 29), DOS DEVERES PRAÇA ESPECIAL
POLICIAIS MILITARES (ART. 30), DO COMPROMISSO Aspirante-a-Oficial PM
POLICIAL MILITAR (ART. 31), DO COMANDO E DA CÍRCULO DAS PRAÇAS (GRADUAÇÕES)
SUBORDINAÇÃO (ART. 33 À 39) Subtenentes PM
Primeiro Sargento PM
Segundo Sargento PM
LEI No. 3.909, DE 14 DE JULHO DE 1977
Terceiro Sargento PM
Cabo PM
Dispõe sobre o ESTATUTO DOS POLICIAIS MILITARES DO ESTA-
Soldado PM
DO DA PARAÍBA, e dá outras providências.
Parágrafo 1º - Posto é o grau hierárquico do Oficial conferido
O GOVERNADOR DO ESTADO DA PARAÍBA:
por ato do Governador do Estado da Paraíba.
Faço saber que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a se-
Parágrafo 2º - Graduação é o grau hierárquico da praça conferi-
guinte Lei:
do por ato do Comandante-Geral da Polícia Militar
Parágrafo 3º - Os Aspirantes-a-Oficial e os Alunos Oficiais PM
CAPÍTULO II
são denominados Praças Especiais.
DA HIERARQUIA E DA DISCIPLINA
Parágrafo 4º - Os graus hierárquicos inicial e final dos diversos
Quadros e Qualificações são fixados, separadamente, para cada
Art. 12 - A hierarquia e a disciplina são a base institucional da
caso, em Lei de Fixação de Efetivos.
Polícia Militar. A autoridade e a responsabilidade crescem com o
Parágrafo 5º - Sempre que o policial militar da reserva remune-
grau hierárquica.
rada ou reformado fizer uso do posta ou graduação, deverá fazê-lo
Parágrafo 1º - A hierarquia policial-militar é a ordenação dá au-
mencionando essa situação.
toridade em níveis diferentes, dentro da estrutura da Polícia Militar.
Art. 15 - A precedência entre policiais militares da ativa do mes-
A ordenação se faz por postos ou graduações. Dentro de um mesmo
mo grau hierárquico é assegurada pela antiguidade no posto ou na
posto ou de uma mesma graduação se faz pela antiguidade no pos-
graduação, salvo nos casos de precedência funcional estabelecida
to ou na graduação. O respeito à hierarquia é consubstanciado no
em lei ou regulamento.
espírito de acatamento à seqüência de autoridade.
Parágrafo 1º - A antiguidade de cada posto ou graduação é con-
Parágrafo 2º - Disciplina é a rigorosa observância e o acata-
tada a partir da data da assinatura do ato da respectiva promoção,
mento integral das Leis, regulamentos, normas e disposições que
nomeação, declaração ou inclusão, salvo quando estiver taxativa-
fundamentam o organismo policial militar e coordenam seu funcio-
mente fixada outra data.
namento regular e harmônico, traduzindo-o pelo perfeito cumpri-
Parágrafo 2º - No caso de ser igual à antiguidade referida no
mento do dever por parte de todos e de cada um dos componentes
parágrafo anterior, a antiguidade é estabelecida:
desse organismo.
a) entre policiais militares do mesmo quadro pela posição nas
Parágrafo 3º - A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser
respectivas escalas numéricas ou registros de que trata o art. 17;
mantidos em todas as circunstâncias da vida, entre policiais milita-
b) nos demais casos, pela antiguidade no posto ou na gradua-
res da ativa, da reserva remunerada e reformados.
ção anterior; se, ainda assim, subsistir a igualdade de antiguidade,
Art. 13 – Círculos hierárquicos são âmbitos de convivência en-
recorrer-se-á sucessivamente, aos graus hierárquicos anteriores, à
tre os policiais militares da mesma categoria e têm a finalidade de
data de inclusão e a data de nascimento para definir a precedência
desenvolver a espírito de camaradagem em ambiente de estima
e, neste último caso, o mais velho será considerado mais antigo; e
confiança, sem prejuízo de respeito mútuo
c) entre os alunos de um mesmo órgão de formação de policiais
Art. 14 – Os círculos hierárquicos e a escala hierárquica na Polí-
militares, de acordo com o regulamento do respectivo órgão, se não
cia Militar são fixados no Quadro e parágrafos seguintes:
estiverem especificadamente enquadrados nas letras “a” e “b”.
CÍRCULO DE OFICIAIS E PRAÇAS
Parágrafo 3º - Em igualdade de posto ou graduação, os policiais
CÍRCULO DE OFICIAIS (POSTOS)
militares, da ativa tem precedência sobre os da inatividade.
OFICIAIS SUPERIORES
Parágrafo 4º - Em igualdade de posto ou graduação, a prece-
Coronel PM
dência entre os policiais militares de carreira na ativa e os da reser-
Tenente Coronel PM
va remunerada que estiverem convocados, é definida pelo tempo
Major PM
de efetivo serviço no posto ou graduação.
INTERMEDIÁRIOS
267
NOÇÕES DE DIREITO MILITAR
Art. 16 - A precedência entre as Praças Especiais e as demais V - Ser justo e imparcial no julgamento dos atos e na apreciação
praças é assim regulada: do mérito dos subordinados;
I - Os Aspirantes-a-oficial PM são hierarquicamente superiores VI - Zelar pelo preparo próprio, moral, intelectual, físico e tam-
às demais praças; bém pelos dos subordinados, tendo em vista o cumprimento da
II - Os Alunos-Oficiais PM são hierarquicamente superiores aos missão comum;
Subtenentes PM. VII - Empregar todas as suas energias em benefício do serviço;
Art. 17 - A Policia Militar manterá um registro de todos os dados VIII - Praticar a camaradagem e desenvolver permanentemente
referentes a seu pessoal da ativa e da reserva remunerada, dentro o espírito de cooperação;
das respectivas escalas numéricas, segundo as instruções baixadas IX - Ser discreto em suas atitudes, maneiras e em sua lingua-
pelo Comandante-Geral da Corporação. gem escrita e falada;
Art. 18. Os Alunos-Oficiais PM são declarados Aspirantes-a-Ofi- X - Abster-se de tratar, fora do âmbito apropriado, de matéria
cial PM pelo Comandante-Geral da Corporação. sigilosa relativa à Segurança Nacional;
XI - Acatar as autoridades civis;
CAPÍTULO III XII - Cumprir seus deveres de cidadão;
DO CARGO E DA FUNÇÃO POLICIAIS MILITARES XIII - Proceder de maneira ilibada na vida pública e na particu-
lar;
Art. 19 - Cargo policial militar é aquele que só pode ser e exer- XIV - Observar as normas de boa educação;
cido por policial militar serviço ativo. XV - Garantir assistência moral e material a seu lar e conduzir-
Parágrafo 1º - O cargo policial-militar a que se refere este artigo -se como chefe de família modelar;
é o que se encontra especificado nos Quadros da Organização ou XVI - Conduzir-se mesmo fora do serviço ou na inatividade, de
previsto, caracterizado ou definido como tal em outras disposições modo que não sejam prejudicados os princípios da disciplina, do
legais. respeito e do decoro policial militar;
Parágrafo 2º - A cada cargo policial militar corresponde um XVII - Abster-se de fazer uso do posto ou da graduação para ob-
conjunto de atribuições, deveres e responsabilidades que se consti- ter facilidades pessoais de qualquer natureza ou para encaminhar
tuem em obrigações do respectivo titular. negócios particulares ou de terceiros;
Parágrafo Único - As obrigações inerentes ao policial militar XVIII - Abster-se o policial-militar na inatividade do uso das de-
devem ser compatíveis com o correspondente grau hierárquico e signações hierárquicas quando:
definidos em legislação ou regulamentação específicas. a) em atividades político-partidárias
b) em atividades comerciais;
SEÇÃO I c) em atividades industriais;
DO VALOR POLICIAL MILITAR d) para discutir ou provocar discussões pela imprensa a respei-
to de assuntos políticos ou policiais militares, excetuando-se os de
Art. 26 - São manifestações essenciais do valor policial-militar: natureza exclusivamente técnica, se devidamente autorizado; e
I - O sentimento de servir à comunidade estadual, traduzido XIX - Zelar pelo bom nome da Polícia Militar e de cada um dos
pela vontade inabalável de cumprir o dever policial militar e pelo seus integrantes, obedecendo e fazendo obedecer aos preceitos da
integral devotamento à manutenção da ardem pública, mesmo com ética policial-militar.
o risco da própria vida; Art. 28 - Ao policial-militar da ativa, ressalvado o disposto nos
II - A fé na elevada missão da Policia Militar; parágrafos 2º e 3º, é vedado comerciar ou tomar parte na admi-
III - O civismo e o culto das tradições históricas; nistração ou gerência de sociedade ou dela ser sócio ou participar,
IV - O espírito de corpo, orgulho do policial militar pela organi- exceto como acionista ou quotista, em sociedade anônima ou por
zação policial-militar onde serve; quotas de responsabilidade limitada.
V - O amor à profissão policial-militar e o entusiasmo com que Parágrafo 1º - Os policiais militares na reserva remunerada,
é exercida; e quando convocados, ficam proibidos de tratar, nas organizações
VI – O aprimoramento técnico-profissional. policiais militares e nas repartições públicas civis, dos interesses de
organizações ou empresas privadas de qualquer natureza.
SEÇÃO II Parágrafo 2º - Os policiais militares da ativa podem exercer di-
DA ÉTICA POLICIAL MILITAR retamente a gestão de seus bens, desde que não infrinjam o dispos-
to no presente artigo.
Art. 27. O sentimento do dever, o pundonor policial e o decoro Parágrafo 3º - No intuito de desenvolver a prática profissional
da classe impõem, a cada um dos integrantes da Polícia Militar, con- dos integrantes do Quadra de Saúde, é-lhe permitido o exercício da
duta moral e profissional irrepreensíveis. Com a observância dos atividade técnico-profissional no meio civil, desde que tal prática
seguintes preceitos da ética policial militar: não prejudique o serviço.
I - Amar a verdade e a responsabilidade como fundamento da Art. 29 - 0 Comandante-Geral da Polícia Militar poderá deter-
dignidade pessoal; minar aos policiais militares da ativa que, no interesse da salvaguar-
II - Em Exercer com autoridade, eficiência e probidade as fun- da da dignidade dos mesmos, informem sobre a origem e a natu-
ções que lhe couberem em decorrência do cargo; reza de seus bens, sempre que houver razões que recomendem tal
III - Respeitar a dignidade da pessoa humana; medida.
IV - Cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos, as instru-
ções e as ordens das autoridades competentes;
268
NOÇÕES DE DIREITO MILITAR
269
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
275
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Art. 8º Faz coisa julgada em âmbito cível, assim como no ad- II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado
ministrativo-disciplinar, a sentença penal que reconhecer ter sido ou defensor público, sem a presença de seu patrono.
o ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em Art. 15-A. Submeter a vítima de infração penal ou a testemunha
estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de di- de crimes violentos a procedimentos desnecessários, repetitivos ou
reito. invasivos, que a leve a reviver, sem estrita necessidade: (Incluído
pela Lei nº 14.321, de 2022)
CAPÍTULO VI I - a situação de violência; ou (Incluído pela Lei nº 14.321,
DOS CRIMES E DAS PENAS de 2022)
II - outras situações potencialmente geradoras de sofrimento
Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em manifes- ou estigmatização: (Incluído pela Lei nº 14.321, de 2022)
ta desconformidade com as hipóteses legais: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (In-
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. cluído pela Lei nº 14.321, de 2022)
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciá- § 1º Se o agente público permitir que terceiro intimide a víti-
ria que, dentro de prazo razoável, deixar de: ma de crimes violentos, gerando indevida revitimização, aplica-se a
I - relaxar a prisão manifestamente ilegal; pena aumentada de 2/3 (dois terços). (Incluído pela Lei nº 14.321,
II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de 2022)
de conceder liberdade provisória, quando manifestamente cabível; § 2º Se o agente público intimidar a vítima de crimes violentos,
III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando mani- gerando indevida revitimização, aplica-se a pena em dobro. (Inclu-
festamente cabível.’ ído pela Lei nº 14.321, de 2022)
Art. 10. Decretar a condução coercitiva de testemunha ou in- Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao
vestigado manifestamente descabida ou sem prévia intimação de preso por ocasião de sua captura ou quando deva fazê-lo durante
comparecimento ao juízo: sua detenção ou prisão:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 11. (VETADO). Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como respon-
Art. 12. Deixar injustificadamente de comunicar prisão em fla- sável por interrogatório em sede de procedimento investigatório de
grante à autoridade judiciária no prazo legal: infração penal, deixa de identificar-se ao preso ou atribui a si mes-
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. mo falsa identidade, cargo ou função.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: Art. 17. (VETADO).
I - deixa de comunicar, imediatamente, a execução de prisão Art. 18. Submeter o preso a interrogatório policial durante o
temporária ou preventiva à autoridade judiciária que a decretou; período de repouso noturno, salvo se capturado em flagrante delito
II - deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de qualquer ou se ele, devidamente assistido, consentir em prestar declarações:
pessoa e o local onde se encontra à sua família ou à pessoa por ela Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
indicada; Art. 19. Impedir ou retardar, injustificadamente, o envio de
III - deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte e quatro) pleito de preso à autoridade judiciária competente para a aprecia-
horas, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da ção da legalidade de sua prisão ou das circunstâncias de sua cus-
prisão e os nomes do condutor e das testemunhas; tódia:
IV - prolonga a execução de pena privativa de liberdade, de pri- Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
são temporária, de prisão preventiva, de medida de segurança ou Parágrafo único. Incorre na mesma pena o magistrado que,
de internação, deixando, sem motivo justo e excepcionalíssimo, de ciente do impedimento ou da demora, deixa de tomar as providên-
executar o alvará de soltura imediatamente após recebido ou de cias tendentes a saná-lo ou, não sendo competente para decidir
promover a soltura do preso quando esgotado o prazo judicial ou sobre a prisão, deixa de enviar o pedido à autoridade judiciária que
legal. o seja.
Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reser-
grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a: vada do preso com seu advogado:
I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
pública; Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o pre-
II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não so, o réu solto ou o investigado de entrevistar-se pessoal e reserva-
autorizado em lei; damente com seu advogado ou defensor, por prazo razoável, antes
III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro: de audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com ele comuni-
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem car-se durante a audiência, salvo no curso de interrogatório ou no
prejuízo da pena cominada à violência. caso de audiência realizada por videoconferência.
Art. 14. (VETADO). Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na mesma cela ou
Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa espaço de confinamento:
que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, deva guar- Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
dar segredo ou resguardar sigilo: Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem mantém, na
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. mesma cela, criança ou adolescente na companhia de maior de ida-
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com de ou em ambiente inadequado, observado o disposto na Lei nº
o interrogatório: 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescen-
I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; te).
ou
276
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou ad-
à revelia da vontade do ocupante, imóvel alheio ou suas dependên- ministrativa sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe
cias, ou nele permanecer nas mesmas condições, sem determina- inocente:
ção judicial ou fora das condições estabelecidas em lei: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Art. 31. Estender injustificadamente a investigação, procrasti-
§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste nando-a em prejuízo do investigado ou fiscalizado: (Vide ADIN
artigo, quem: 6234) (Vide ADIN 6240)
I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a fran- Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
quear-lhe o acesso a imóvel ou suas dependências; Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inexistindo
II - (VETADO); prazo para execução ou conclusão de procedimento, o estende de
III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as forma imotivada, procrastinando-o em prejuízo do investigado ou
21h (vinte e uma horas) ou antes das 5h (cinco horas). do fiscalizado.
§ 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar socorro, Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado aces-
ou quando houver fundados indícios que indiquem a necessidade so aos autos de investigação preliminar, ao termo circunstanciado,
do ingresso em razão de situação de flagrante delito ou de desastre. ao inquérito ou a qualquer outro procedimento investigatório de
Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de diligência, de in- infração penal, civil ou administrativa, assim como impedir a ob-
vestigação ou de processo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, tenção de cópias, ressalvado o acesso a peças relativas a diligências
com o fim de eximir-se de responsabilidade ou de responsabilizar em curso, ou que indiquem a realização de diligências futuras, cujo
criminalmente alguém ou agravar-lhe a responsabilidade: sigilo seja imprescindível:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem pratica a con- Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de obrigação, inclu-
duta com o intuito de: sive o dever de fazer ou de não fazer, sem expresso amparo legal:
I - eximir-se de responsabilidade civil ou administrativa por ex- Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
cesso praticado no curso de diligência; Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se utiliza de
II - omitir dados ou informações ou divulgar dados ou informa- cargo ou função pública ou invoca a condição de agente público
ções incompletos para desviar o curso da investigação, da diligência para se eximir de obrigação legal ou para obter vantagem ou privi-
ou do processo. légio indevido.
Art. 24. Constranger, sob violência ou grave ameaça, funcio- Art. 34. (VETADO).
nário ou empregado de instituição hospitalar pública ou privada a Art. 35. (VETADO).
admitir para tratamento pessoa cujo óbito já tenha ocorrido, com Art. 36. Decretar, em processo judicial, a indisponibilidade de
o fim de alterar local ou momento de crime, prejudicando sua apu- ativos financeiros em quantia que extrapole exacerbadamente o va-
ração: lor estimado para a satisfação da dívida da parte e, ante a demons-
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da tração, pela parte, da excessividade da medida, deixar de corrigi-la:
pena correspondente à violência. Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em procedimento de Art. 37. Demorar demasiada e injustificadamente no exame de
investigação ou fiscalização, por meio manifestamente ilícito: processo de que tenha requerido vista em órgão colegiado, com o
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. intuito de procrastinar seu andamento ou retardar o julgamento:
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz uso de pro- Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
va, em desfavor do investigado ou fiscalizado, com prévio conheci- Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio
mento de sua ilicitude. de comunicação, inclusive rede social, atribuição de culpa, antes de
Art. 26. (VETADO). concluídas as apurações e formalizada a acusação:
Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimen- Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
to investigatório de infração penal ou administrativa, em desfa-
vor de alguém, à falta de qualquer indício da prática de crime, de CAPÍTULO VII
ilícito funcional ou de infração administrativa: (Vide ADIN DO PROCEDIMENTO
6234) (Vide ADIN 6240)
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Art. 39. Aplicam-se ao processo e ao julgamento dos delitos
Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância previstos nesta Lei, no que couber, as disposições do Decreto-Lei nº
ou investigação preliminar sumária, devidamente justificada. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), e da Lei
Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.
com a prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou
a vida privada ou ferindo a honra ou a imagem do investigado ou CAPÍTULO VIII
acusado: DISPOSIÇÕES FINAIS
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 29. Prestar informação falsa sobre procedimento judicial, Art. 40. O art. 2º da Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 1989,
policial, fiscal ou administrativo com o fim de prejudicar interesse passa a vigorar com a seguinte redação:
de investigado: (Vide ADIN 6234) (Vide ADIN 6240) “Art.2º ........................................................................................
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. ...............
Parágrafo único. (VETADO). ....................................................................................................
....................
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NOÇÕES DE SOCIOLOGIA
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NOÇÕES DE SOCIOLOGIA
des cotidianas dos moradores pobres e miseráveis do nosso País se - Nem todo Movimento Social tem caráter de classe;
inserem nas questões de lutas de classes, apresentando-se como - Nem todo movimento Social luta pelo poder;
movimentos. - O objetivo dos Movimentos Sociais pode ser a transformação
Isto mostra-nos que são as intencionalidades dos processos de ou, contrariamente, a preservação de relações sociais dadas, quan-
contestação que define o que será ou não um Movimento Social, do as mesmas se encontram ameaçadas.
em outras palavras, são os ―processos de contestação que obje- Diante do exposto, concordamos com o conceito formulado
tivam a contraversão ou a preservação da ordem estabelecida, a por Ammann, movimento social é uma ação coletiva de caráter con-
partir das contradições específicas da realidade. testador, no âmbito das relações sociais, objetivando a transforma-
Para superar as imprecisões e ambiguidades do conceito de ção ou a preservação da ordem estabelecida na sociedade. Sendo
Movimentos Sociais básicos que conhecemos Gohn (1985) elabora assim, os movimentos sociais em sua maioria lutam por melhorias
um quadro geral, denominado de Principais Movimentos Sociais; o sociais (de bens, equipamentos e serviços), e não pela tomada do
qual transcrevemos abaixo: poder (do Estado), como veremos a seguir.
1) Movimentos Sociais Ligados à Produção: Como vimos acima, as lutas e reivindicações por menores desi-
- Movimento Operário gualdades e exclusões sociais, ou seja, melhores condições de vida
- Movimento dos Produtores em sentido pleno (de cidadania), não são novas nem exclusivas do
- Movimento Sindical: Operário e Patronal Brasil, mas tem acompanhado a humanidade desde que surgiu a
2) Movimentos Sociais Político-Partidários divisão social do trabalho (divisão de classe), contudo apresentam
- Partidos Institucionalizados particularidades no tempo e no espaço.
- Grupos e Facções Políticas Não Institucionalizados No entanto, os estudos propriamente ditos dos movimen-
3) Movimentos Sociais Religiosos tos sociais reivindicatórios de melhorias urbanas datam de época
- Movimentos de Igreja Católica recente. Segundo Gohn (1982), eles se desenvolveram principal-
- Movimentos de Igrejas Protestantes e Outras mente a partir de uma abordagem derivada de uma leitura estru-
- Movimentos Messiânicos turalista de Marx. Na Europa, o maior número destas análises tem
- Movimentos Religiosos Ligados a Tradições Culturais e Fol- ocorrido na França, sendo Manuel Castells um de seus principais
clóricas representantes.
4) Movimentos Sociais do Campo Esse autor foi um dos que mais influenciou na literatura sobre
- Proprietários Movimentos Sociais na América Latina. Para ele, um movimento so-
- Trabalhadores Rurais cial nasce do encontro de uma dada combinação estrutural, que
5) Movimentos Sociais de Categorias Específicas acumula várias contradições, com um certo tipo de organização.
- Movimento Feminista Todo movimento social provoca, por parte do sistema, um contra
- Movimento Negro movimento que nada mais é do que a expressão de uma interven-
- Movimento de homossexuais ção do aparelho político (integração/repressão) visando à manu-
- Movimento de Defesa do Índio tenção da ordem.
- Movimento de Estudantes e Professores E continua Castells, o movimento social urbano é um sistema
6) Movimentos Sociais a partir de Lutas Gerais de práticas resultando da articulação de uma conjuntura do sistema
- Lutas pela Preservação do Meio Ambiente — Movimento de agentes urbanos e das outras práticas sociais, de forma que seu
Ecológico desenvolvimento tende objetivamente para a transformação estru-
- Lutas pela Democracia (Ex. Movimento pela Anistia e Luta tural do sistema urbano ou para uma modificação substancial da
pelas Diretas) relação de forças na luta de classes, quer dizer, em última instância,
- Lutas contra inflação e a Política Econômica do Governo (Ex. no poder do Estado.
Movimento contra a Carestia) Outro autor a influenciar teoricamente os movimentos sociais
- Lutas de Defesa dos Consumidores urbanos na América Latina foi Alain Touraine. Para ele, Movimentos
- Movimentos dos Desempregados Sociais são a ação conflitante de agentes das classes sociais, lutando
7) Movimentos Sociais Urbanos: pelo controle do sistema de ação histórica. Touraine deixa mais cla-
- Populares: Movimentos Econômicos, Reivindicatórios de Bens ra a definição quando afirma que os Movimentos Sociais são forças
e Equipamentos. Movimentos Sociais Populares Urbanos de Caráter centrais que lutam umas contra as outras para dirigir a produção
Marcadamente Político da sociedade por ela mesma, a ação de classe pela direção da his-
- Burgueses: Ações Reivindicatórias de Bens e Equipamentos toricidade.
Urbanos Defensores de Privilégios e anti-igualitários. Para nós os movimentos sociais urbanos reivindicatórios, ou
Já Ammann (1991), enumera seis princípios para conceituar o seja, os movimentos populares de bairros são organizações da clas-
que seja Movimento Social, que descrevemos a seguir: se destituída de poder, que demandam através das reivindicações,
- É a contestação o elemento construtivo dos Movimentos So- por direitos básicos de acesso à participação e cidadania, não se di-
ciais; rigindo à luta pelo domínio (controle) político do Estado. Mas, ten-
- Os Movimentos Sociais contestam determinadas relações so- do no Estado não apenas o destinatário de suas reivindicações, mas
ciais, no contexto das relações de produção; também um adversário e, às vezes, paradoxalmente, até um aliado.
- Os protagonistas podem ser classes sociais, etnias, partidos
políticos, regiões etc.;
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