Roberto NI. V1. Braga
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Planejamento do lucro
Gestao da
gastronomia
= 22 edicao
| revista e
eo ampliadaSuMARIO
Nota do editor
Prefacio | Luiz Barretto
Agradecimentos
Introdugao
Conceitos de custo
23 Gastos, custos e despesas
25 Abordagens na anilise dos custosG _ Gestho 0A GastRoNoMiAa
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Critérios para custeio
28 Custeio por absor¢aio
35 Custeio direto ou varidvel
Custo dos produtos vendidos ou das
mercadorias vendidas
Margem de contribuigao
Comparando os critérios
Margem de contribuigdo em porcentagem e
ponto de equilibrio para varios produtos
A légica das simplificagoes
53. Preparando as informac6es para 0 custo
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Fator de corregao dos alimentos
C4lculo do fator de corrego e controle dos
desperdicios
indice de coccao dos alimentos
Fator de corregao total dos alimentos
Ficha técnica dos produtos
68 Como elaborar a ficha técnica
Custo de aquisigéio dos insumos
Tributagado em restaurantes
Gastos com pessoal
Custos e despesas indiretos e fixos
Depreciagao
Aspectos que influenciam critérios
91 CAlculo do custo total
91
Custo unitario de produgaoSutirio 7
95 Custo total do produto
96 Custo do self-service
Formagao de precos
106 Margem e mark-up
107 A estrutura do mark-up
117 Tabela de mark-up e lucro
120 Tabela de precos ¢ margem de contribuicao
Gerenciando o lucro
122 Por tras dos custos e das despesas fixas
124 Plano de vendas
127 Demonstracao do resultado
131 Retorno do negécio
134 Valor do investimento
134 Limite para as despesas fixas
137 Calculo do ponto de equilibrio
138 Analise pela margem de contribuigao ¢
simulacdo do resultado
160 Construindo cendrios
Planejando para o lucro
163 A importancia do cardapio
164 Pesquisas ¢ estudos de mercado
165 Pesquisas simples
165 Blind-test
169 A pos-venda
172 Estatisticas das vendas8 GeSTAo 0A GASTRONOMIA
172
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183
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184
185
Sazonalidade
Planejando o marketing
Andlise da operacao do restaurante
180 Tiquete médio
181 Disponibilidade total de assentos
182 Rotatividade de assentos
Parametros de classificagdo dos restaurantes
Faturamento potencial do restaurante
Valor do custo das mercadorias vendidas
Acompanhamento dos resultados
O valor das associacées e dos sindicatos
189 BibliografiaINTRODUCGAO
esde a Antiguidade, comer fora de casa foi sempre uma
posicAo para aqueles cuja atividade os impossibilitasse
ar de volta ao lar a tempo de saciar a fome. Assim,
longo do tempo ¢ no mundo inteiro, as cozinhas de rua
ram _o principal comércio de venda de refeigGes. As cozi-
de rua ainda presentes em grande nimero na Amé-
Latina, no Oriente Médio e por toda a Africa, segundo
Robert Pitte escreveu em A historia da alimentagao,'
iprem uma fungao social importante, pois funciona-
estudantes e homens de negécio ficam sentados em
Jean-Robert Pitte, “Nascimento e¢ expans4o dos restaurantes’, em
ouis Flandrin & Massimo Montanari, Histéria da alimentacéo (So Pau-
Estagao Liberdade, 1998), p. 751.18
GESTAG DA GASTRONOMIA,
bancos, lado a lado, protegidos da rua por cortinas curtas,
fazendo brincadeiras entre si ¢ com o cozinheiro.
O restaurante, tal como o conhecemos hoje, apare-
ceu no final do século XVIII. A Revolugao Francesa, que
provocou a fuga ¢ a morte de muitos aristocratas, desem-
pregou os cozinheiros que os serviam. Esses profissionais
estabeleceram, entao, seus proprios negocios e passaram
a oferecer aos plebeus as delicias que até entao eram ex-
clusivas dos nobres. A denominagao restaurante pode ter
vindo dos pequenos estabelecimentos conhecidos como
casas de saiide, que, no final do século XVIII, vendiam um
caldo restaurador (bouillon restaurant) para as pessoas de
posse que se sentiam debilitadas. Esse restaurador, em
francés restaurant, passou a denominar o lugar em que se
serviam alimentos a pessoas que partilhavam 0 momento
da refeicao sem se conhecerem entre si.
Desde a segunda metade do século XX até hoje, é sur-
preendente a proliferagado de restaurantes populares que,
ao se voltarem para as necessidades da clientela, nado sé
quanto ao sabor e a variedade, mas principalmente no que
se relaciona aos pregos praticados, tém assustado os res-
taurantes mais sofisticados por colocarem em risco a sua
sobrevivéncia.
As dificuldades enfrentadas hoje, diante das exigén-
cias do mercado, devido 4 crescente conscientizacéo do
cliente acerca de seus direitos, respaldados pelos intime-
ros mecanismos de protegio presentes na sociedade, de-
safiam as empresas na luta pela continuidade de seus ne-
gocios; a qualidade ja nao 6 mais vantagem competitiva,
mas condigao de permanéncia no mercado.
Produzir com qualidade e, agora, com precos baixos
exige um conhecimento mais apurado do negocio, princi-
palmente dos custos, para que se consiga construir umaInTRoDUGAO
ibilidade que, além de garantir permanéncia no mer-
lo, seja capaz de satisfazer as expectativas do empreen-
Nao se conseguem resultados satisfatorios sem se
ear nos intersticios do organismo empresarial com
aita competéncia, pois é 14 que, certamente, esta a opor-
de mais efetiva e consequente de ganhos reais, na
ctiva da economia livre.
_ Pensando nesses termos, procurou-se escrever um
=xto pratico que orientasse os pequenos e médios empre-
s do ramo da gastronomia na formacao dos custos de
a restaurante, fornecendo-lhes, inicialmente, uma pe-
a mas suficiente base teérica, indispensavel 4 com-
nsao dos conceitos e das técnicas que serdo utilizados
go do livro. Esses aspectos estao apresentados no
pitulo “Conceitos de custo".
O capitulo “Preparando as informagées para 0 custo”
de um dos pontos mais importantes no calculo dos
stos: a informagao. Em geral, os livros sobre o tema nao
reocupam com a maneira como as informagées de-
m chegar ao contador ou ao setor de custos; limitam-se
ordar as quest6es relativas ao calculo do custo pro-
mente dito. Para garantir a apropriagdo adequada dos
, informagdes importantes do processo produtivo
ecisam chegar corretamente ao setor de custos, como,
exemplo, as perdas no processo de produgao dos pra-
sucos e drinques; os gastos indiretos com insumos; 0
spontamento da m&o de obra, quando houver setores de
r0 ducao que a demandem com certa intensidade, como
=o caso de uma padaria num restaurante; entre outros. Na
de, essas questGes estéo mais ligadas a produgao e,
to, ndo sao abordadas nos livros sobre custos, sendo
essdrio que o leitor as procure em livros dedicados ao
ejamento e Controle da Produgao (PCP). Esse capitu-
tem por objetivo garantir ao dono do restaurante uma
1920
GESTAO DA GASTROVOMIA
compreensdo mais detalhada de como se organizar para
apurar e controlar as informag6es referentes ao custo, 0
que facilitardé muito a aplicag&o correta das técnicas de
apropriagao dos custos, sem a necessidade de contratagao
de pessoal especializado.
O capitulo “Calculo do custo total” apresenta o célculo
do custo dos pratos de um cardapio pelo critério de absor-
cao (full costing), como base para a formacao do prego de
venda.
O capitulo “Formacao de pregos’” trata do assunto com.
riqueza de detalhes, o que dara uma orientagao segura de
como chegar aos precos de venda dos produtos do restau-
rante para que se possa submeté-los ao crivo do mercado.
O capitulo “Gerenciando o lucro” aborda uma questao
primordial e alerta para a crucial tarefa de cuidar dos cus-
tos e das despesas fixas. Mostra como fazer um pequeno
planejamento das vendas e como apurar mensalmente,
de maneira facil e simples, os resultados do restaurante.
Aborda a questo do retorno financeiro do negécio, para
a qual poucos donos de restaurante tém uma resposta. In-
dica um método de calcular um limite para os custos ¢
despesas fixas, imprescindivel para a satide financeira do
restaurante, e ensina como calcular o ponto de equilibrio
do negécio, uma informagao relevante para acompanhar
o desempenho das vendas no dia a dia. Por fim, mostra a
importancia de analisar os resultados com base nas infor-
macoes geradas € na construcao de cenarios, através dos
quais se pode simular o lucro do restaurante quando as
varidveis assumem valores dentro de uma realidade pos-
sivel, dando uma ideia abalizada do que fazer para maxi-
mizar o lucro, ou mesmo do que acontecera com o lucro
se algum novo posicionamento com relagao a pregos, vo-
lumes, custos e despesas tiver de ser assumido.