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Ministerio 00 Meio Amsiente ConseLno NACIONAL 00 Meio AwsienTe RESOLUCAO N* 430, DE 13 DE MAIO DE 2011 Correlagées: * Complementa ¢ altera a Resolugio n° 357/2005. Dispie sobre as condicdes e padrées de lanca- mento de efluentes, complementa e altera a Reso- lugio nf 357, de 17 de margo de 2005, do Conse- tho Nacionai do Meio Ambiente-CONAMA. 0 CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA, no uso das competéncias que the sio conferidas pelo inciso VII do art. 8° da Lei n® 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo Decreto n° 99.274, de 6 de junho de 1990 ¢ suas alteragdes, tendo em vista 0 disposto em seu Regimento Intemo, Anexo a Portaria n° 168, de 13 de junho de 2005, resolve: Art. 1° Esta Resolugio dispde sobre condigdes, pardmetros, padres e diretrizes para gestio do langamento de efluentes em corpos de Agua receptores, alterando parcialmente ¢ Complementando a Resolugio n® 357, de 17 de margo de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA. Paragrafo unico. O langamento indireto de efluentes no corpo receptor deveri observar © disposto nesta Resolugao quando verificada a inexisténcia de legislagio ou normas especificas, disposigdes do drgdo ambiental competente, bem como diretrizes da operadora dos sistemas de coleta ¢ tratamento de esgoto sanitario. Art, 2° A disposigiio de efluentes no solo, mesmo tratados, nao esti sujeita aos parimetros e padres de langamento dispostos nesta Resolugao, nao podendo, todavia, causar poluigo ‘ou contaminagio das Aguas superficiais ¢ subterrineas. Art. 3° Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderiio ser langados diretamente nos corpos receptores apés 0 devido tratamento ¢ desde que obedegam as condigdes, padrdes e exigéncias dispostos nesta Resolugo ¢ em outras normas aplicaveis Parigrafo ‘nico. O érgio ambiental competente poder, a qualquer momento, mediante fundamentagio técnica: I - acrescentar outras condigdes e padrdes para 0 langamento de efluentes, ou tomi-los mais restritivos, tendo em vista as condigdes do corpo receptor; ou Il - exigir tecnologia ambientalmente adequada e economicamente tratamento dos efluentes, compativel com as condigdes do respectivo corpo receptor. CAPITULO DAS DEFINICOES Art, 4° Para efeito desta ResolugZo adotam-se as seguintes definigdes, em complementagiio diquelas contidas no art, 2° da Resolugaio CONAMA n? 357, de 2005: 1 - Capacidade de suporte do corpo receptor: valor maximo de determinado poluente que © corpo hidrico pode receber, sem comprometer a qualidade da Agua e seus usos determinados pela classe de enquadramento; Il - Concentrago de Efeito Nao Observado-CENO: maior concentragio do efluente que no causa efeito deletério estatisticamente significativo na sobrevivencia e reprodugdo dos organismos, ‘em um determinado tempo de exposigao, nas condigdes de ensaio; vel para 0 III - Concentragdo do Efluente no Corpo Receptor-CECR, expressa em porcentagem: ) para corpos receptores confinados por calhas (rio, cérregos, ete): 1. CECR = [(vazio do efluente) / (vazio do efluente + vazio de referéneia do corpo receptor)] x 100, ») para areas marinhas, estuarinas e lagos a CECR é estabelecida com base em estudo da dispersio fisica do efluente no corpo hidrico receptor, sendo a CECR limitada pela zona de mistura definida pelo érgio ambiental; IV - Concentrago Letal Mediana-CLS0 ou Concentragio Efetiva Mediana-CE50: & a concentragdo do efluente que causa efeito agudo (letalidade ou imobilidade) a 50% dos organismos, em determinado periodo de exposigo, nas condigdes de ensaio; V - Efluente: é 0 termo usado para caracterizar os despejos liquidos provenientes de diversas atividades ou processos; VI_- Emissirio submarino: tubulagdo provida de sistemas difusores destinada a0 langamento de efluentes no mar, na faixa compreendida entre a linha de base 0 limite do mar territorial brasileiro; VII - Esgotos sanitirios: denominagio genérica para despejos liquidos residenciais, is, aguas de infiltragio na rede coletora, os quais podem conter parcela de efluentes ndustriais ¢ efluentes nao doméstic« VIII - Fator de Toxicidade-FT: nimero adimensional que expressa a menor diluigo do efluente que nao causa efeito deletério agudo aos organismos, num determinado periodo de exposic’o, nas condigdes de ensaio; IX - Langamento direto: quando ocorre a condugao direta do efluente ao corpo receptor; X - Langamento indireto: quando ocorre a condugio do efluente, submetido ou nao a tratamento, por meio de rede coletora que recebe outras contribuigées antes de receptor; XI - Nivel trifico: posigdo de um organismo na cadeia tréfica; XII - Pardmetro de qualidade do efluente: substincias ou outros indicadores representativos dos contaminantes toxicologicamente e ambientalmente relevantes do efluente; XIII - Testes de ecotoxicidade: métodos utilizados para detectar ¢ avaliar a capacidade de um agente téxico provocar efeito nocivo, utilizando bioindicadores dos grandes grupos de uma cadeia ecolégica; e XIV - Zona de mistura: regiio do corpo receptor, estimada com base em modelos te6ricos aceitos pelo drgdo ambiental competente, que se estende do ponto de langamento do efluente, € delimitada pela superficie em que € atingido 0 equilibrio de mistura entre os parametros fisicos ¢ quimicos, bem como 0 equilibrio biologico do efluente ¢ os do corpo receptor, sendo especifica para cada parametro. CAPITULO IL DAS CONDIGOES E PADROES DE LANCAMENTO DE EFLUENTES Secio I Das Disposigies Gerais Art. 5° Os efluentes nao poderao conferir ao corpo receptor caracteristicas de qualidade em desacordo com as metas obrigatorias progressivas, intermediarias e final, do seu enquadramento. § 1° As metas obrigatérias para corpos receptores serdo estabelecidas por pardmetros especificos. § 2* Para os parimetros nao incluidos nas metas obrigatérias e na auséncia de metas intermediarias progressivas, os padrdes de qualidade a serem obedecidos no corpo receptor sio os que constam na classe na qual 0 corpo receptor estiver enquadrado. Art. 6 Excepcionalmente e em cariter temporario, 0 rio ambiental competente poderi, mediante andilise técnica fundamentada, autorizar o langamento de efluentes em desacordo com as condigdes ¢ padries estabelecidos nesta Resolugio, desde que observados os seguintes requisitos: 1- comprovagiio de relevante interesse publico, devidamente motivado; I1- atendimento ao enquadramento do corpo receptor ¢ is metas intermediaiias e finais, progressivas e obrigatérias; IIL ~ realizagiio de estudo ambiental tecnicamente adequado, as expensas do empreendedor responsivel pelo langamento; IV - estabelecimento de tratamento e exigéncias para este langamento; V - fixagdo de prazo miximo para o langamento, prorrogivel a critério do érgio ambiental competente, enquanto durar a situag%io que justificou a excepcionalidade aos limites estabelecidos nesta norma; ¢ VI - estabelecimento de medidas que visem neutralizar os eventuais efeitos do langamento excepcional Art. 7° O érgio ambiental competente dever’, por meio de norma especifica ou no licenciamento da atividade ou empreendimento, estabelecer a carga poluidora méxima para 0 langamento de substincias passiveis de estarem presentes ou serem formadas nos processos produtivos, listadas ou nao no art. 16 desta Resolugdo, de modo a ndo comprometer as metas progressivas obrigatérias, intermediarias ¢ final, estabelecidas para enquadramento do corpo receptor. § 120 Srgao ambiental competente podera exigir, nos processos de licenciamento ou de sua renovagio, a apresentagaio de estudo de capacidade de suporte do corpo receptor, § 2" O estudo de capacidade de suporte deve considerar, no minimo, a diferenga entre os padrdes estabelecidos pela classe ¢ as concentragdes existentes no trecho desde a montante, estimando a concentragao apés a zona de mistura, § 3°.O empreendedor, no processo de licenciamento, informard ao érgio ambiental as substincias que poderiio estar contidas no efluente gerado, entre aquelas listadas ou nio na Resolugio CONAMA n® 357, de 2005 para padrées de qualidade de agua, sob pena de suspensio ou cancelamento da licenga expedida. § 4° O disposto no § 3° nao se aplica aos casos em que o empreendedor comprove que nio dispunha de condigdes de saber da existéncia de uma ou mais substincias nos efluentes gerados pelos empreendimentos ou atividades. Art. 8° E vedado, nos efluentes, 0 langamento dos Poluentes Orginicos Persistentes- POPs, observada a legislagao em vigor. Parigrafo iinico. Nos processos nos quais possam ocorrer a formagio de dioxinas e furanos deverd ser utilizada a tecnologia adequada para a sua redugdo, até a completa eliminagao. Art. 9° No controle das condigdes de langamento, ¢ vedada, para fins de diluigio antes do seu langamento, a mistura de efluentes com guas de melhor qualidade, tais como as dguas de abastecimento, do mar ¢ de sistemas abertos de refrigeragio sem recirculagio. Art. 10, Na hipétese de fonte de poluigio geradora de diferentes efluentes ou langamentos individualizados, os limites constantes desta Resolugao aplicar-se-do a cada um deles ou a0 Conjunto apés a mistura, a critério do érgio ambiental competente. Art, 11. Nas iguas de classe especial ¢ vedado o langamento de efluentes ou disposiga0 de residuos domésticos, agropecuarios, de aquicultura, industriais e de quaisquer outras fontes poluentes, mesmo que tratados. Art. 12. © langamento de efluentes em corpos de agua, com excegio daqueles enquadrados na classe especial, nao poder exceder as condigdes ¢ padrdes de qualidade de Agua estabelecidos para as respectivas classes, nas condigdes da vazio de referéncia ou volume disponivel, além de atender outras exigéncias aplicaveis. Parigrafo tinico. Nos corpos de agua em processo de recuperagio, o langamento de cefluentes observard as metas obrigatdrias progressivas, intermediatias e final. Art. 13. Na zona de mistura serio admitidas concentragdes de substincias em desacordo com os padres de qualidade estabelecidos para 0 corpo receptor, desde que no comprometam os usos. previstos para o mesmo. Parigrafo nico. A extensio © as concentragdes de substincias na zona de mistura deverio ser objeto de estudo, quando determinado pelo drgio ambiental competente, as expensas do empreendedor responsavel pelo langamento, Art. 14. Sem prejuizo do disposto no inciso 1 do paragrafo tnico do art. 3° desta Resolucdo, o drgio ambiental competente poderd, quando a vazio do corpo receptor estiver abaixo da vazio de referéncia, estabelecer restrigdes e medidas adicionais, de cariter excepcional e temporirio, a0 langamentos de efluentes que possam, dentre outras consequéncias: 1- acarretar efeitos toxicos agudos ou crénicos em organismos aquiticos; ou IL- inviabilizar 0 abastecimento das populagdes. Art. 15. Para o langamento de efluentes tratados em leito seco de corpos receptores intermitentes, o drgio ambiental competente podera definir condigdes especiais, ouvido 0 érgio gestor de recursos hidricos. Seco II Das Condigées e Padres de Langamento de Efluentes Art. 16. Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderio ser langados diretamente no corpo receptor desde que obedegam as condigdes © padrdes previstos neste artigo, resguardadas outras exigéncias cabiveis: I- condiges de langamento de efluentes: a) pHentre $a 9; ) temperatura: inferior a 40°C, sendo que a variagdo de temperatura do corpo receptor no deveri exceder a 3°C no limite da zona de mistura; ©) materiais sedimentiveis: até 1 mL/L em teste de 1 hora em cone Jnmhoff. Para o langamento em lagos ¢ lagoas, cuja velocidade de circulagio seja praticamente nula, os materiais sedimentiveis deverao estar virtualmente ausentes; d) regime de langamento com vaziio maxima de até 1,5 vez a vazio média do p de atividade didria do agente poluidor, exceto nos casos permitidos pela autoridade competente; ©) dleos e graxas 1, 6leos minerais: até 20 mg/L; 2. dleos vegetais e gorduras animais: até 50 mg/L; £) auséneia de materiais flutuantes; € g) Demanda Bioquimica de Oxigénio (DBO 5 dias a 20°C): remogio minima de 60% de DBO sendo que este limite sé poderi ser reduzido no caso de existéncia de estudo de autodepuragio do corpo hidrico que comprove atendimento as metas do enquadramento do corpo receptor; IL - Padrdes de langamento de efluentes: ‘ABELAT Parametros inorganicos \Valores maximos ‘Arsenio total SmgiL As rio total 5,0 mei Ba {oro total (Nao se aplica para o Tangamento em aguas salinas) 50mg B Chdinio total Img Ca Chumbo total 5 mgil Pb janeto total T0mgL CN Gianeto livre (destilivel por Acidos fracos) -2mgiL CN ‘bre dissolvido T0mgL Cu ‘Cromo hexavalente I mg/L Cre Tomo trivalente TOmgl Crs Estanho total 4,0 mg/L Sn Ferro dissolvido 15,0 mg/L Fe Tuoreto total 10,0 mg/L F fanganés dissolvido 1,0 mgiL Mn ferciirio total OT mg/L Hg quel total 2,0 mgiL Ni jitrogénio amoniacal total 20,0mg/L N ata total .TmglL Ag Selénio total 30 mg/L Se Sulfeto T0mgiL S iZinco total 5,0 mg/L Zn Parametros Orginicos Valores miximos Benzeno 12mg (Cloroférmio 0 mg. cloroeteno (somatSrio de 1,1 + I2cis * 1,2 trans) Omg Fstireno OT mail tilbenzeno 84 mg/L Tendis totais (substancias que reagem com 4-aminoantipirina) 5 mg/L COHSOH ‘etracToreto de earbono TOmgL Ticloroeteno Omg Tolueno 12mg ‘leno omg I Os efluentes oriundos de sistemas de disposigio final de residuos sdlidos de qualquer origem devem atender as condigdes e padrdes definidos neste artigo. § 2 Os efluentes oriundos de sistemas de tratamento de esgotos sanitirios devem atender as condigdes e padrdes especificos definidos na Segao III desta Resolugao. § 3° Os efluentes oriundos de servigos de satide estario sujeitos as exigéncias estabelecidas na Segio III desta Resolugdo, desde que atendidas as normas sanitérias especificas vigentes, podendo: I - ser langados em rede coletora de esgotos sanitirios conectada a estagio de tratamento, atendendo as normas e diretrizes da operadora do sistema de coleta e tratamento de esgoto sanitarios; € IL- ser langados diretamente apés tratamento especial. Art. 17. O 6rgao ambiental competente poderi definir padres especificos para o partimetro fésforo no caso de langamento de efluentes em corpos receptores com registro histérico de floragio de cianobactérias, em trechos onde ocorra a captaco para abastecimento piblico Art. 18. O efluente nao deverd causar ou possuir potencial para causar efeitos toxicos aos organismos aquaticos no corpo receptor, de acordo com os critérios de ecotoxicidade estabelecidos pelo érgio ambiental competente. § 1° Os critérios de ecotoxicidade previstos no caput deste artigo devem se basear em resultados de ensaios ecotoxicolégicos aceitos pelo érgtio ambiental, realizados no efluente, utilizando organismos aquiticos de pelo menos dois niveis troficos diferentes. § 2 Cabe ao drgio ambiental competente a especificagio das vazies de referéncia do efluente e do corpo receptor a serem consideradas no cdlculo da Concentragao do Efluente no Corpo Receptor-CECR, alm dos organismos € dos métodos de ensaio a serem utilizados, bem como a frequéncia de eventual monitoramento, § 3° Na auséncia de critérios de ecotoxicidade estabelecidos pelo drgio ambiental para avaliar o efeito téxico do efluente no corpo receptor, as seguintes diretrizes devem ser obedecidas 1 - para efluentes langados em corpos receptores de gua doce Classes 1 e 2, e aguas salinas e salobras Classe 1, a Concentrago do Efluente no Corpo Receptor-CECR deve ser menor ou igual 4 Concentragiio de Efeito Nao Observado-CENO de pelo menos dois niveis tréficos, ou seja: a) CECR deve ser menor ou igual a CENO quando for realizado teste de ecotoxicidade para medir o efeito téxico erdnico; ou b) CECR deve ser menor ou igual ao valor da Concentrago Letal Mediana (CLS0) dividida por 10; ou menor ou igual a 30 dividido pelo Fator de Toxicidade (FT) quando for realizado teste de ecotoxicidade para medir 0 efeito toxico agudo; IL- para efluentes langados em corpos receptores de dgua doce Classe 3, ¢ aguas salinas € salobras Classe 2, a Concentragiio do Efluente no Corpo Receptor-CECR deve ser menor ou igual & concentragao que nao causa efeito agudo aos organismos aquiticos de pelo menos dois niveis troficos, ou seja: a) CECR deve ser menor ou igual ao valor da Concentragao Letal Mediana-CLS0 dividida por 3 ou menor ou igual a 100 dividido pelo Fator de Toxicidade-FT, quando for realizado teste de ecotoxicidade aguda. § 4 A critério do drgio ambiental, com base na avaliagao dos resultados de série historica, podera ser reduzido o numero de niveis troficos utilizados para os testes de ecotoxicidade, para fins de monitoramento. § 5° Nos corpos de agua em que as condigdes e padres de qualidade previstos na Resolugio n° 357, de 2005, nao incluam restrigdes de toxicidade a organismos aquaticos nio se aplicam os paragrafos anteriores. Art. 19. © érgio ambiental competente deveri determinar quais empreendimentos atividades deverio realizar os ensaios de ecotoxicidade, considerando as caracteristicas dos efluentes gerados e do corpo receptor, Art. 20. O langamento de efluentes efetuado por meio de emissdrios submarinos deve atender, apés tratamento, aos padrdes e condigdes de langamento previstas nesta Resolugo, aos padrdes da classe do corpo receptor, apds o limite da zona de mistura, e ao padrio de balneabilidade, de acordo com normas ¢ legislagao vigentes. Parigrafo ‘inico. A disposigio de efluentes por emissario submarino em desacordo com as condigdes e padroes de langamento estabelecidos nesta Resolugdo poderi ser autorizada pelo érgio ambiental competente, conforme previsto nos incisos III e IV do art. 6°, sendo que o estudo ambiental definido no inciso HII deverd conter no minim 1- As condiges e padrdes especificos na entrada do emissario; II - O estudo de dispersdo na zona de mistura, com dois cenarios: a) primeiro cenario: atendimento aos valores preconizados na Tabela I desta Resolugo; b) segundo cenario: condigdes ¢ padrdes propostos pelo empreendedor; ¢ III - Programa de monitoramento ambiental. Segio II jes e Padres para Efluentes de Sistemas de Tratamento de Esgotos Sanitarios Art. 21. Para o langamento direto de efluentes oriundos de sistemas de tratamento de esgotos sanitirios deverao ser obedecidas as seguintes condigdes ¢ padrdes especificos I- Condigdes de langamento de efluentes a) pH entre 5 9: ) temperatura: inferior a 40°C, sendo que a variagdo de temperatura do corpo receptor niio deverd exceder a 3°C no limite da zona de mistura; ©) materiais sedimentiveis: até 1 mL/L em teste de I hora em cone Jnmhoff. Para o langamento em lagos € lagoas, cuja velocidade de circulagio seja praticamente nula, os materiais sedimentiveis deverio estar virtualmente ausentes; d) Demanda Bioquimica de Oxigénio-DBO 5 di ;, 20°C: maximo de 120 mg/L, sendo que este limite somente poder ser ultrapassado no caso de efluente de sistema de tratamento com cficiéncia de remogaio minima de 60% de DBO, ou mediante estudo de autodepuragio do corpo hidrico que comprove atendimento as metas do enquadramento do corpo receptor. €) substncias soltiveis em hexano (6leos e graxas) até 100 mg/L; € f) auséncia de materiais flutuantes. § 1° As condigdes e padrdes de langamento relacionados na Segao II, art. 16, incisos 1 e TI desta Resolugio, poderio ser aplicaveis aos sistemas de tratamento de esgotos sanitirios, a critério do érgio ambiental competente, em fungio das caracteristicas locais, nao sendo exigivel o padrio de nitrogénio amoniacal total. § 2° No caso de sistemas de tratamento de esgotos sanitirios que recebam lixiviados de aterros sanitirios, o drgio ambiental competente deverd indicar quais os pardmetros da Tabela I do art. 16, inciso II desta Resolugo que deverio ser atendidos e monitorados, nao sendo exigivel o padrao de nitrogénio amoniacal total. § 3° Para a determinagao da eficiéncia de remogdo de carga poluidora em termos de DBOS,20 para sistemas de tratamento com lagoas de estabilizagdo, a amostra do efluente deverd ser filtrada. Art. 22. O langamento de esgotos sanitirios por meio de emissirios submarinos deve atender aos padres da classe do corpo receptor, apés o limite da zona de mistura ¢ ao padrio de balneabilidade, de acordo com as normas ¢ legislagao vigentes. Parigrafo tinico. Este langamento deve ser precedido de tratamento que garanta 0 atendimento das seguintes condigdes e padres especificos, sem prejuizo de outras exigéncias cabiveis: 1- pH entre 5 € 9; IL- temperatura: inferior a 40°C, sendo que a variago de temperatura do corpo receptor no deveri exceder a 3°C no limite da zona de mistura; IIL - apés desarenagio; IV - sélidos grosseiros e materiais flutuantes: virtualmente ausentes; ¢ V - sélidos em suspensio totais: eficiéncia minima de remogio de 20%, apés desarenagio. Art, 23. Os efluentes de sistemas de tratamento de esgotos sanitirios poderio ser objeto de teste de ecotoxicidade no caso de interferéncia de efluentes com caracteristicas potencialmente t6xicas ao corpo receptor, a critério do érgio ambiental competente, § 1 Os testes de ecotoxicidade em efluentes de sistemas de tratamento de esgotos sanitarios tm como objetivo subsidiar agdes de gestio da bacia contribuinte aos referidos sistemas, indicando a necessidade de controle nas fontes geradoras de efluentes com caracteristicas potencialmente t6xicas ao corpo receptor. 2® As ages de gestio serio compartilhadas entre as empresas de saneamento, as fontes geradoras © 0 Orgio ambiental competente, a partir da avaliagao criteriosa dos resultados obtidos no monitoramento. CAPITULO IIT DIRETRIZES PARA GESTAO DE EFLUENTES Art, 24. Os responsaveis pelas fontes poluidoras dos recursos hidricos deverio realizar © automonitoramento para controle e acompanhamento periddico dos efluentes langados nos corpos receptores, com base em amostragem representativa dos mesmos. § 120 érgio ambiental competente poder estabelecer critérios e procedimentos para a execugdo ¢ averiguagio do automonitoramento de efluentes ¢ avaliagio da qualidade do corpo receptor. § 2° Para fontes de baixo potencial poluidor, assim definidas pelo érgio ambiental competente, podera ser dispensado 0 automonitoramento, mediante fundamentago técnica, Art. 25. As coletas de amostras e as anilises de efluentes liquidos e em corpos hidricos devem ser realizadas de acordo com as normas especificas, sob responsabilidade de profissional legalmente habilitado. Art. 26. Os ensaios deverio ser realizados por laboratérios acteditados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalizagio e Qualidade Industrial-INMETRO ou por outro organismo signatario do mesmo acordo de cooperagiio muitua do qual o INMETRO faca parte ou em laboratérios aceitos pelo érgio ambiental competente. § 18 Os laboratérios deverdio ter sistema de controle de qualidade analitica implementado. § 2° Os laudos analiticos referentes a ensaios laboratoriais de efluentes e de corpos receptores devem ser assinados por profissional legalmente habilitado, Art. 27. As fontes potencial ou efetivamente poluidoras dos recursos hidricos deverio buscar priticas de gestao de efluentes com vistas ao uso eficiente da dgua, a aplicagao de técnicas para redugdo da gerago e melhoria da qualidade de efluentes gerados e, sempre que possivel e adequado, proceder i reutilizagao. Parigrafo nico. No caso de efluentes cuja vazio original for reduzida pela pritica de reuso, ocasionando aumento de concentragdo de substincias presentes no efluente para valores em desacordo com as condigdes e padrées de lancamento estabelecidos na Tabela I do art. 16, desta Resolugao, 0 drgio ambiental competente poder estabelecer condigdes € padrdes especificos de langamento, conforme previsto nos incisos II, III ¢ IV do art. 6°, desta Resolugao. Art, 28. O responsivel por fonte potencial ou efetivamente poluidora dos recursos hidricos deve apresentar ao érgio ambiental competente, até 0 dia 31 de margo de cada ano, Declaragao de Carga Poluidora, referente ao ano anterior. § I® A Declaragio referida no caput deste artigo conteré, entre outros dados, a caracterizagio qualitativa quantitativa dos efluentes, baseada em amostragem representativa dos mesmos, § 2° O érgio ambiental competente poder definir critérios ¢ informagdes adicionais para a complementagio e apresentagio da declaragio mencionada no caput deste artigo, inclusive dispensando-a, se for 0 caso, para as fontes de baixo potencial poluidor. § 3° Os relatérios, laudos ¢ estudos que fundamentam a Declaragio de Carga Poluidora deverio ser mantidos em arquivo no empreendimento ou atividade, bem como uma cépia impressa da declarago anual subscrita pelo administrador principal e pelo responsivel legalmente habilitado, acompanhada da respectiva Anotagio de Responsabilidade Técnica, os quais deverio ficar a disposigao das autoridades de fiscalizagao ambiental. CAPITULO IV DAS DISPOSIGOES FINAIS Art. 29. Aos empreendimentos e demais atividades poluidoras que, na data da publicagio desta Resolugio, contarem com licenga ambiental expedida, podera ser concedido, a critério do érgio ambiental competente, prazo de até trés anos, contados a partir da publicagio da presente Resoluco, para se adequarem as condigdes e padrdes novos ou mais rigorosos estabelecidos nesta norma. § 1° O empreendedor apresentara ao 6rgio ambiental competente o cronograma das medidas necessarias ao cumprimento do disposto no caput deste artigo. § 2° 0 prazo previsto no caput deste artigo poder ser prorogado por igual periodo, desde que tecnicamente motivado. § 3° As instalagdes de tratamento de efluentes existentes deverio ser mantidas em operagio com a capacidade, condigdes de funcionamento e demais caracteristicas para as quais foram aprovadas, até que se cumpram as disposigdes desta Resolugao. Art. 30. O nao cumprimento do disposto nesta Resolugdo sujeitara os infratores, entre outras, as sangdes previstas na Lei n? 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e em seu regulamento. Art. 31, Esta Resolugao entra em vigor na data de sua publicagao. Art, 32. Revogam-se 0 inciso XXXVIII do art. 2°, os arts. 24 a 37 € os arts. 39, 43, 44 € 46, da Resolugio CONAMA n° 357, de 2005. IZABELLA TEIXEIRA Presidente do Conselho ESSE TEXTO NAO SUBSTITUI O PUBLICADO. NO DOU N° 92, EM 16/05/2011, pag. 89

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