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130 MINISTERIO DA EDUCAGAO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAGAO CAMARA DE EDUCAGAO BASICA RESOLUGAO Ne 7, DE 14 DE DEZEMBRODE 2010" Fixa Diretrizes Curriculares Nacionais para © Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. © Presidente da Camara de Educagio Basica do Consetho Nacional de Educacio, de confor- rmidade com o disposto na alinea “e” do § 1° do art. 9* da Lei n* 4024/61, com a redagio dada pela Lei n* 9.131/95, no art, 32 da Lei n* 9,394/96, na Lei n° 11.274/2006, ¢ com fundamento ro Parecer CNE/CEB n° 11/2010, homologado por Despacho do Senhor Ministro de Estado da Educagao, publicado no DOU de 9 de dezembro de 2010, resolve: Art, 1° A presente Resolusdo fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos a serem observadas na organizagao curricular dos sistemas de ensino ¢ de suas unidades escolares, Art. 2+ As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos articulam-se com as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educagio Basica (Parecer CNEICEB n° 7/2010 ¢ Resolugio CNE/CEB n* 4/2010) e retinem principios, fundamentos procedimentos definidos pelo Conselho Nacional de Educago, para orientar as politicas pabli- cas educacionais ea elaboragao, implementacio e avaliagao das orientagSes curriculares nacio- nais, das propostas curriculares dos Estados, do Distrito Federal, dos Municipios,e dos projetos politico-pedagigicos das escolas. Pardgrafo tnico, Estas Diretrizes Curriculares Nacionais aplicam-se a todas as modalidades ddo Ensino Fundamental previstas na Lei de Diretrizes ¢ Bases da Educagao Nacional, bem como & Educagéo do Campo, a Educacio Escolar Indigena e a Educagao Escolar Quilombola FUNDAMENTOS Art. 3° O Ensino Fundamental se traduz como um direito pablico subjetivo de cada um como dever do Estado ¢ da familia na sua oferta a todos, Art 4 E dever do Estado garantir a oferta do Ensino Fundamental publico, gratuito e de qualidade, sem requisito de selegao, Parégrafo nico. As escolas que ministram esse ensino deverio trabalhar considerando essa ctapa da educagio como aquela capaz de assegurar a cada um ¢ a todos 0 acesso ao conheci- ‘mento ¢ aos elementos da cultura imprescindiveis para o seu desenvolvimento pessoal e para a vida em sociedade, assim como 0s beneficios de uma formagio comum, independentemente da ‘grande diversidade da populagio escolar e das demandas sociais. Att, 5*O direito & educacao, entendido como um direito inalienavel do ser humano, constitu © fundamento maior destas Ditetrizes. A educagio, a0 proporcionar o desenvolvimento do po- tencial humano, permite o exercicio dos direitos ivi, politicos, sociais ¢ do direto a diferenca, sendo cla mesma também um direito social, e possibilita a formagio cidadi e o usufruto dos bens sociais e culturais. §.1° 0 Ensino Fundamental deve comprometer-se com uma educagio com qualidade social, igualmente entendida como diteito humano, 5 2° A educagio de qualidade, como um direito fundamental, é, antes de tudo, relevante, pertinente e equitativa (*Resoluga CNEJCEB 7/2010, Dro Of da Unido, Brasilia, 15 de dezembro de 2010, Sedo p34 I-A relevancia reporta-se a promogao de aprendizagens signficativas do ponto de vista das cexigéncias sociais ede desenvolvimento pessoal. I~ A pertinéncia refere-se a possibilidade de atender As necessidades As earactersticas dos estudantes de diversos contextos sociaise culturais e com diferentes capacidades e interesses. MIA equidade alude & importancia de tratar de forma diferenciada o que se apresenta como desigual no ponto de partida, com vistas a obter desenvolvimento e aprendizagens equipardveis, assegurando a todos a igualdade de direito & educagao, 5 3* Na perspectiva de contribuir para a erradicacio da pobreza e das desigualdades, a equi- dade requer que sejam oferecidos mais recursos e melhores condigbes as escolas menos providas « aos alunos que deles mais necessitem. Ao lado das politicas universais, dtigidas a todos sem requisito de selecao, é preciso também sustentar politicas reparadoras que assegurem maior apoio aos diferentes grupos sociais em desvantagem. § 4° A educagio escolar, comprometida com a igualdade do acesso de todos ao conhecimento « especialmente empenhada em garantir esse acesso aos grupos da populagao em desvantagem na sociedade, seré uma educagio com qualidade social e contribuiré para dirimir as desigual- dades historicamente produzidas, assegurando, assim, o ingresso, a permanéncia e 0 sucesso na escola, com a consequente reducio da evasio, da retengio e das distorgies de idade/ano/ série (Parecer CNE/CEB n° 7/2010 e Resolugio CNE/CEB n° 4/2010, que define as Diretrizes ‘Curriculares Nacionais Gerais para a Educagio Basica) PRINCIPIOS Art, 6° Os sistemas de ensino e as escolas adotardo, como norteadores das politicas educati- vase das agies pedag6gicas, os seguintes prineipios: 1 Bticos: de justica, solidariedade, liberdade e autonomia; de respeito i dignidade da pessoa humans e de compromisso com a promogio do bem de todos, contribuindo para combater ¢ climinar quaisquer manifestagies de preconceito de origem, raga, sexo, cor, idade e quaisquer coutras formas de discriminacao. I Politicos: de reconhecimento dos direitos ¢ deveres de cidadania, de respeito ao bem co- ‘mum e & preservacio do regime democtitico e dos recursos ambientais; da busca da equidade no acesso & educagao, &saide, a0 trabalho, aos bens culturaise outros benelicios: da exigéncia de dlversidade de tratamento para assegurar aigualdade de direitos entee os alunos que apresentam diferentes necessidades: da redusdo da pobreza e das desigualdades sociais e regionais. M.~Estéticos- do cultivo da sensibildade juntamente com o da racionalidade; do enriquecimento das formas de expressio e do exercicio da criatividade; da valorizagio das diferentes manifestagbes cultura, especialmente a da cultura brasileira; da construcio de identidades pluraise solidarias. Art. 7* De acordo com esses principios, ¢ em conformidade com o art. 2 € 0 art. 32 da Lei 1 9,394/96 (LDB), as propostas curriculares do Ensino Fundamental visardo desenvolver 0 educando, assegurar-Ihe a formagio comum indispensével para o exercicio da cidadania e for- necer-the os meios para progredir no trabalho ¢ em estudos posteriores, mediante os objetivos previstos para esta etapa da escolarizacdo, a saber: 1-0 desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios bisicos o pleno domi- nio da leitura, da escritae do célculo; I~ a compreensio do ambiente natural e social, do sistema politico, das artes, da tecnologia « dos valores em que se fundamenta a sociedade; I~ a aquisigéo de conhecimentos ¢ habilidades, ¢ a formagio de atitudes e valores como instrumentos para uma visio critica do mundo; IV- 0 fortalecimento dos vinculos de familia, dos lagos de solidariedade humana e de tole- ancia reefproca em que se assenta a vida social 131 132 MATRICULA NO ENSINO FUNDAMENTAL DE 9 (NOVE) ANOS E CARGA HORARIA Art. 8° O Ensino Fundamental, com duragao de 9 (nove) anos, abrange a populagio na faixa etéria dos 6 (seis) 20s 14 (quatorze) anos de idade e se estende, também, a todos os que, naidade propria, nfo tiveram condicées de frequenté-lo. § 1° E obrigatbria a matricula no Ensino Fundamental de criancas com 6 (seis) anos comple- tos ou a completar até 0 dia 31 de margo do ano em que ocorrer a matricula, nos termos da Lei das normas nacionais vigentes, § 2" As criancas que completarem 6 (seis) anos apés essa data deverdo ser matriculadas na Educacio Infantil (Pré-Escola) 453° A carga horéria minima anual do Ensino Fundamental regular sera de 800 (oitocentas) horas reldgio, distribuidas em, pelo menos, 200 (duzentos) dias de efetivo trabalho escolar ‘CURRICULO Art, 9 O curriculo do Ensino Fundamental ¢ entendido, nesta Resolusao, como constituido plas experiéncias escolares que se desdabram em torno do conhecimento, permeadas pelas relagdes sociais, buscando articular vivencias e saberes dos alunos com os conhecimentos histo: ricamente acumulados ¢ contribuindo para construir as identidades dos estudantes. § 1°00 foco nas experiéncias escolares significa que as orientagées € as propostas curricula- res que provém das diversas instancias 56 terio concretude por meio das ages educativas que envolvem os alunos, § 2+ As experiéncias escolares abrangem todos os aspectos do ambiente escolar, aqueles que compéema parte explicita do curriculo, bem como os que também contribuem, de forma impli- cita, para a aquisiglo de conhecimentos socialmente relevantes. Valores, aitudes, sensibilidade e orientagées de conduta sao veiculados nio s6 pelos conhecimentos, mas por meio de rotinas, rituais, normas de convivio social, estividades, pela distribuicao do tempo ¢ organizagao do es- ‘pago educativo, pelos materiais utilizados na aprendizagem e pelo recrei, enfim, pelas vivéncias proporcionadas pela escola, 53° Os conhecimentos escolares sio aqueles que as diferentes instancias que produzem orientagdes sobre o curriculo, as escolas e os professores selecionam ¢ transformam a fim de que possam ser ensinados € aprendidos, ao mesmo tempo em que servem de elementos para a formagio ética, estéticae politica do aluno. BASE NACIONAL COMUM E PARTE DIVERSIFICADA: -OMPLEMENTARIDADE. Art, 100 curriculo do Ensino Fundamental tem uma base nacional comum, complementada em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar por uma parte diversificada. Art. 11 A base nacional comum ea parte diversificada do curriculo do Ensino Fundamental constituem um todo integrado endo podem ser consideradas como dois blocos distintos, $11 Aarticulacio entre a base nacional comum ea parte diversificada do curriculo do Ensino Fundamental possibilita a sintonia dos interesses mais amplos de formagio basica do cidadio com a realidade local, as necessidades dos alunos, as caracteristcas regionais da sociedade, da cultura e da economia e perpassa todo 0 curriculo, § 2 Voltados & divulgacio de valores fundamentais ao interesse social e & preservacio da ordem democritica, os conhecimentos que fazem parte da base nacional comum a que todos, ddever ter acesso, independentemente da regio e do lugar em que viver, asseguram a caracte- ristica unitéria das orientagSes curriculares nacionais, das propostas curriculares dos Estados, do Distrito Federal, dos Municfpios, ¢ dos projetos politico-pedagégicos das escolas, 53° Os contetidos curriculares que compdem a parte diversificada do curriculo serio definidos pelos sistemas de ensino ¢ pelas escolas, de modo a complementar ¢ enriquecer o curricalo, asse sgurando a contextualizacao dos conhecimentos escolares em face das diferentes realidades. Art. 12 Os contetidos que compiem a base nacional comum e a parte diversficada tém origem 1s disciplinas cientificas, no desenvolvimento das linguagens, no mundo do trabalho, na cultura «ena tecnologia, na producio artistica, nas atividades desportivas e corporais, na érea da sade € ainda incorporam saberes como os que advém das formas diversas de exercicio da cidadania, dos ‘movimentos sociais, da cultura escolar, da experiéncia docente, do cotidiano e dos alunos. Art, 13 Os contetidos a que se refere art. 12 s40 constituidos por componentes curriculares «que, por sua ver, se articulam com as reas de conhecimento, a saber: Linguagens, Matemstica, ‘Ciencias da Natureza ¢ Ciéncias Humanas, As éreas de conhecimento favorecem a comunicagao centre diferentes conhecimentos sistematizados ¢ entre estes e outros saberes, mas permitem que «0s referenciais proprios de cada componente curricular sejam preservados. Art 14 0 curriculo da base nacional comum do Ensino Fundamental deve abranger, obrigatoriamente, conforme o art, 26 da Lei n* 9.394/96, o estudo da Lingua Portuguesa ¢ da ‘Matematica, o conhecimento do mundo fisico e natural eda realidade social e politica, especial- ‘mente a do Brasil, bem como o ensino da Arte, a Educagio Fisica e o Ensino Religioso, Art. 15 Os componentes curriculares obrigatorios do Ensino Fundamental serio assim orga- nizados em relacdo as éreas de conhecimento: 1 -Linguagens: 4) Lingua Portuguesa; }) Lingua Materna, para populagdes indigenas; (©) Lingua Estrangeira moderna; €) Arieve ©) Educagio Hisica Matematica; Cigneias da Natureza IV-Ciéncias Humanas: a) Historias b) Geografia: V-Ensino Religioso § 1° Ensino Fundamental deve ser ministrado em lingua portuguesa, assegurada também ‘is comunidades indigenas a utilizacéo de suas linguas maternas ¢ processos proprios de apren- dizagem, conforme o art. 210, §2*, da Constituigio Federal, § 2° O ensino de Histdria do Brasil levard em conta as contribuigdes das diferentes culturas ¢ etnias para a formagéo do povo brasileiro, especialmente das matrizes indigena, africana © ceuropéia (art. 26, § 4°, da Lei n* 9.394/96) § 3° A historia e as culturas indigena e alro-braslera, presentes, obrigatoriamente, nos con- tetidos desenvolvidos no ambito de todo o curriculo escolar e, em especial, no ensino de Arte, Literatura ¢ Histéria do Brasil, assim como a Histéria da Africa, deverio assegurar o conheci ‘mento ¢0 reconhecimento desses pavos para a consttuigéo da nagao (conforme art. 26-A da Let n° 9.394/96, aterado pela Lei n’ 11.645/2008). Sua inclusio possbilita ampliar o leque de refe- réncias culturais de toda a populacio escolar e contribui para a mudanga das suas concepgbes «de mundo, transformando os conhecimentos comuns veiculados pelo curriculo e contribuindo para a construcio de identidades mais plurais e solidsrias $4" A Misica constitui conteiido obrigatorio, mas néo exclusivo, do componente curricular ‘Arte, o qual compreende também as artes visuais, 0 teatro e a danga, conforme o § 6° do art. 26 da Lei n® 9394/96, § 5* A Educagio Fisica, componente obrigatério do curriculo do Ensino Fundamental, inte- ‘ra. proposta politico-pedagégica da escola ¢ sera facultativa ao aluno apenas nas circunstin- cias previstas no § 3* do art. 26 da Lei n* 9.394/96, § 6° O Ensino Religioso, de matricula facultativa ao aluno, é parte integrante da formago 133 134 bisica do cidadio ¢ constitui componente curricular dos horarios normais das escolas publicas de Ensino Fundamental, asegurado o respeito & diversidade cultural e religiosa do Brasil ¢ ve- dadas quaisquer formas de proselitismo, conforme o art 33 da Lei n* 9.394/96. Art. 16 Os componentes curriculares ¢ as dreas de conhecimento devem articular em seus contetidos, a partir das possibilidades abertas pelos seus referenciais, a abordagem de temas abrangentes ¢ contemporaneos que afetam a vida humana em escala global, regional e local, ‘bem como na esfera individual. Temas como sade, sexualidade e género, vida familiar e social, assim como os direitos das eriangas e adolescentes, de acordo com o Estatuto da Crianga e do Adolescente (Lei n* 8.059/90), preservagio do meio ambiente, nos termos da politica nacional de educagio ambiental (Lei n* 9,795/99), educagio para o consumo, educagao fiscal, trabalho, cincia ¢ tecnologia, ¢ diversidade cultural devem permear o desenvolvimento dos contetidos dda base nacional comum e da parte diversificada do curriculo. § I+ Outras leis especificas que complementam a Lei n* 9.394/96 determinam que sejam ainda inciuidos temas relativos & condigao e aos direitos dos idosos (Lei n* 10.741/2003) e & educagao para o transito (Lei n* 9,503/97) § 2° A transversalidade constitui uma das maneiras de trabalhar os componentes curricu- les, as éreas de conhecimento ¢ os temas sociais em uma perspectiva integrada, conforme a Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educacao Bésica (Parecer CNE/CEB n° 7/2010 ¢ Resolugio CNE/CEB n* 4/2010) 5 3° Aos érgios executivos dos sistemas de ensino compete a producio ¢ a disseminagao de smateriaissubsididrios ao trabalho docente, que contribuam para a eliminagio de discrimina- «8es, racismo, sexismo, homofobia e outros preconceitos e que conduzam & adosdo de compor tamentos responsveis ¢ solidérios em relagao aos outros ¢ a0 meio ambiente. Art. 17 Na parte diversificada do curriculo do Ensino Fundamental serd inclusdo, obrigato- riamente, a partir do 6* ano, o ensino de, pelo menos, uma Lingua Estrangeira moderna, cuja escolha ficard a eargo da comunidade escolar Pardgrafo tinico, Entre as linguas estrangeiras modernas, a lingua espanhola poderd ser @ pga, nos termos da Lei n° 11.161/2005, PROJETO POLITICO-PEDAGOGICO Art, 18 0 curriculo do Ensino Fundamental com 9 (nove) anos de durago exige a estratu- ragio de um projeto educativo coerente, articulado ¢ integrado, de acordo com os modos de ser e de se desenvolver das criancas ¢ adolescentes nos diferentes contextos sociais. Art. 19 Gielos, sériese outras formas de organizagéo a que se refere a Lei n° 9.394/96 seréo compreendidos como tempos e espagos interdependentes ¢ articulados entre i, a0 longo dos 9 (nove) anos de duracio do Ensino Fundamental GESTAO DEMOCRATICA E PARTICIPATIVA COMO GARANTIA DO DIREITO A EDUCAGAO. Art. 20 As escolas deverao formular 0 projeto politico-pedagogico ¢ elaborar o regimento ¢s- colar de acordo com a proposta do Ensino Fundamental de 9 (nove) anos, por meio de processos participativos relacionados a gestio democritica § 1° O projeto poltico-pedagégico da escola traduz a proposta educativa construida pela comunidade escolar no exercicio de sua autonomia, com base nas caracteristicas dos alunos, nos profissionas e recursos disponiveis, tendo como referéncia as orientagies curriculares nacionais «dos respectivos sistemas de ensino. § 2 Seré assegurada ampla participacio dos profissionais da escola, da familia, éos alunos ¢ da comunidade local na definigéo das orientacoes imprimidas aos processos educativos ¢ nas formas de implementé-las, tendo como apoio um processo continuo de avaliaglo das agées, a fim de garantir a distribuigdo social do conhecimento e contribuir para a construgio de uma sociedade democritica ¢ igualitiria. 5 3° regimento escolar deve assegurar as condigdes institucionais adequadas para a execu- ‘40 do projeto politico-pedagégico ea oferta de uma educagao inclusiva e com qualidade social, igualmente garantida a ampla participagao da comunidade escolar na sua elaboracao. 5 4* O projeto politico-pedagogico ¢o regimento escolar, em conformidade com allegislagio «as normas vigentes, conferirdo espaco e tempo para que os profissionais da escola e, em espe- ial, os professores, possam participar de reunides de trabalho coletivo, plancjar e executar as agées educativas de modo articulado, avaiar os trabalhos dos alunos, tomar parte em ages de formacio continuada ¢ estabelecer contatos com a comunidade, 5 5* Na implementacio de seu projeto politico-pedagégico, a escolas se articulario com as insttuigdes formadoras com vistas a assegurar a formacio continuada de seus profissionais Atl. 21 No projeto politico-pedagégico do Ensino Fundamental ¢ no regimento escolar, 0 aluno, centro do planejamento curricular, ser4 considerado como sujeito que atribui sentidos & natureza ¢& sociedade nas praticas sociais que vivencia, produzindo cultura ¢ construindo sua identidade pessoal e social. Pardgrafo tinico. Como sujeito de direitos, o aluno tomaré parte ativa na discussio na mplementag2o das normas que regem as formas derelacionamento na escola, fornecersindica- bes relevantes a respeito do que deve ser trabalhado no curriculo e serd incentivado a participar das organizagées estudantis Art. 22.0 trabalho educativo no Ensino Fundamental deve empenhar-se na promogio de ‘uma cultura escolar acolhedorae respeitosa, que reconhesa e valorize as experiéncias dos alunos atendendo as suas diferengas ¢ necessidades especificas, de modo a contribuir para efetivar a incluso escolar eo diteito de todos a educagio. Art. 23 Na implementagio do projeto politico-pedagogico,o cuidar eo educar,indissociaveis fungées da escola, resultardo em ages integradas que buscam articular-se, pedagogicamente, no interior da prépria insttuigio, e também externamente, com os servigos de apoio aos sistemas ‘educacionais ¢ com as politicas de outras dreas, para assegurar a aprendizagem, o bem-estar €0 desenvolvimento do aluno em todas as suas dimensies. RELEVANCIA DOS CONTEUDOS, INTEGRACAO E ABORDAGENS Art, 24 A necesséria integragdo dos conhecimentos escolares no curriculo favorece a sua ‘contextualizacio e aproxima o processo educativo das experiéncias dos alunos. § 1° A oportunidade de conhecer analisar experiéncias assentadas em diversas concepsdes de curriculo integrado e interdisciplinar oferecerd aos docentes subsidios para desenvolver pro: postas pedagégicas que avancem na direcio de um trabalho colaborativo, capaz de superar a fragmentacio dos componentes curriculares. § 2* Constituem exemplos de possibilidades de integragdo do curriculo, entre outros, as pro postas curriculares ordenadas em torno de grandes eixos articuladores, projets interdiscipinares ‘com base em temas geradores formulados a partir de questées da comunidade e articulados aos ‘componentes curriculares¢ as éreas de conhecimento, curriculos em rede, propostas ordenadas «em torno de conceitos-chave ou conceitos nucleares que permitam trabalhar as questées cognitivas ‘eas questdes culturais numa perspectiva transversal, eprojetos de trabalho com diversas acepyses § 3* Os projetos propostos pela escola, comunidade, redes ¢ sistemas le ensino sero artica- lados a0 desenvolvimento dos componentes curriculares e as éreas de conhecimento, observa- das as disposigdes contidas nas Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educagio Basica (Resolugio CNE/CEB n° 4/2010, art, 17) enos termos do Parecer que di base & presente Resolucio. Art. 25 Os professores levardo em conta a diversidade sociocultural da populagio escolar, as desigualdades de acesso ao consumo de bens culturais ¢a multplicidade de interesses e neces- sidades apresentadas pelos alunos no desenvolvimento de metodologias e estratégias variadas 135 136 que melhor respondam as diferengas de aprendizagem entre os estudantes eas suas demandas. Art, 26 Os sistemas de ensino e as escolas assegurario adequadas condigées de trabalho aos seus profissionais ¢ 0 provimento de outros insumos, de acordo com os padres minimos de qualidade referidos no inciso IX do art. 4* da Lei n* 9.394/96 ¢ em normas especificas estabe lecidas pelo Conselho Nacional de Educagio, com vistas & criagio de um ambiente propicio & aprendizagem, com base: I= no trabalho compartithado ¢ no compromisso individual ¢ coletivo dos professores ¢ ddemais profssionais da escola com a aprendizagem dos alunos; ‘no atendimento as necessidades especifcas de aprendizagem de cada um mediante abor- dagens apropriadas; Il-na utlizagio dos recursos disponiveis na escola e nos espagos socials e culturais do entorno; IV~ na contextualizacio dos contetidos, assegurando que a aprendizagem seja relevante € socialmente significaiva; \V-no cultivo do didlogo ¢ de relagdes de parceria com as familias. Pardgrafo Unico. Como protagonistas das agdes pedagdgicas, caberé aos docentes equilibrar a énfase no reconhecimento e valorizacao da experiéncia do aluno ¢ da cultura local que contti- bui para construiridentidades afirmativas, ea necessidade de Ihesfornecer instrumentos mais complexos de andlise da realidade que possbilitem o acesso a niveis universais de explicagio dos fenémenos, propiciando-Ihes os meios para transitar entre a sua e outrasrealidades eculturas € participar de diferentes esferas da vida social, econdmica e politica Art. 27 Os sistemas de ensino, as escolas ¢ os professores, com o apoio das familias e da co- munidade, envidario esforsos para assegurar o progresso continuo dos alunos no que se refere a0 seu desenvolvimento pleno e & aquisicio de aprendizagens significativas, langando mio de todos os recursos disponiveis ¢ criando renovadas oportunidades para evitar que a trajetsria escolar discente seja retardada ou indevidamente interrompida. § 1° Devem, portanto, adotar as providéncias necessérias para que a operacionalizagio do principio da continuidade nao seja traduzida como “promogio automética’ de alunos de um ano, série ou ciclo para 0 seguinte, ¢ para que o combate a repeténcia nio se transforme em descompromisso com 0 ensino ¢ a aprendizagem, 52° A organizacio do trabalho pedagégico incluira a mobilidade e a llexibilizagio dos tem- ‘pos e espagos escolares, adiversidade nos agrupamentos de alunos, as diversas linguagens artis- ticas, a diversidade de materiais, os variados suportes literdros, as atividades que mobilizem 0 raciocinio, as atitudes investigativas, as abordagens complementares ¢ as atividades de reforgo, a articulagdo entre a escola e a comunidade, ¢ 0 acesso aos espagos de expressio cultural ‘Art. 28 A utilizagao quelificada das teenologias e contetidos das midis como recurso aliado a0 desenvolvimento do curriculo contribui para o importante papel que tem a escola como am- biente de inclusto digitale de utlizagio critica das teenologias da informasao e comunicacio, requerendo o aporte dos sistemas de ensino no que se refere & | provisio de recursos midisticos atualizados e em niimero suficente para o atendimento aos alunos; adequada formagio do professor e demais profissionais da escola. ARTICULAGOES E CONTINUIDADE DA TRAJETORIA ESCOLAR Art. 29 A necessidade de assegurar aos alunos um percurso continuo de aprendizagens torna imperativa a articulacao de todas as etapas da educasao, especialmente do Ensino Fundamental comaEducagéolnfantil, dosanosiniciaisedosanosfinaisnointeriordoEnsinoFundamental,bem como do Ensino Fundamental com o Ensino Médio, garantindo a qualidade da Educagio Basica, § 1° O reconhecimento do que os alunos jé aprenderam antes da sua entrada no Ensino Fundamental ea recuperagio do carater lidico do ensino contribuirio para melhor qualificar a agdo pedagdgica junto as criangas, sobretudo nos anos iniciais dessa etapa da escolarizagio, § 2* Na passagem dos anos iniciais para os anos finais do Ensino Fundamental, especial atengio serd dada 1 pelos sistemas de ensino, 20 planejamento da oferta educativa dos alunos transferidos das redes municipais pare as estaduais I~ pelas escolas,d coordenacio das demandas espectficas feitas pelos diferentes professores aos alunos, a fim de que os estudantes possam methor organizar as suas atividades diante das solicitagies muito diversas que recebem. Art, 30 Os trés anos iniciais do Ensino Fundamental devem assegurar 1-2 alfabetizagio ¢ o etramento; I~0 desenvolvimento das diversas formas de expressio, incluindo o aprendizado da Lingua Portuguesa, a Literatura, a Misica e demais artes, aEducagio Fisica, assim como o aprendizado da Matematica, da Ciéncia, da Histéria ¢ da Geografia: M1~a continuidade da aprendizagem, tendo em conta a complexidade do processo de alfabeti- 2agio € 0s prejuizos que a repeténcia pode causar no Ensino Fundamental como um todo ¢, parti- ccularmente, na passagem do primeiro para o segundo ano de escolaridade e deste para oterceiro §.1* Mesmo quando o sistema de ensino ou a escola, no uso de sua autonomia,fizerem op¢io pelo regime seriado, sera necessério considerar os trés anos iniciais do Ensino Fundamental como um bloco pedagdgico ou um ciclo sequencial nao passivel de interrupeio, voltado para ampliar a todos os alunos as oportunidades de sistematizagio e aprofundamento das aprendiza gens bésicas, imprescindiveis para o prosseguimento dos estudos. § 2° Considerando as caracteristicas de desenvolvimento dos alunos, cabe aos professores adotar formas de trabalho que proporcionem maior mobilidade das criangas nas salas de aula as levem a explorar mais intensamente as diversas linguagens artisticas, a comegar pela lite- satura, a utilizar materiais que oferecam oportunidades de raciocinar, manuseando-os ¢ explo- rando as suas caracteristicas e propriedades, Art. 31 Do 1° ao 5* ano do Ensino Fundamental, os componentes curriculares Educagio Fisica e Arte poderao estar a cargo do professor de referéncia da turma, aquele com o qual os alunos permanecem a maior parte do periodo escolar, ou de professores licenciados nos respec- tivos components. § 1° Nas escolas que optarem por incluir Lingua Estrangeira nos anos iniciais do Ensino Fundamental, o professor devera ter licenciatura especifica no componente curricular § 2° Nos casos em que esses componentes curriculares sejam desenvolvidos por professores com licenciatura especifica (conforme Parecer CNEICEB n° 2/2008), deve ser assegurada a in- tegracio com os demais componentes trabalhados pelo professor de referéncia da turma. [AVALIAGAO: PARTE INTEGRANTE DO CURRICULO Art, 32 A avaliagio dos alunos, a ser realizada pelos professores e pela escola como parte integrante da proposta curricular eda implementagio do curriculo, éredimensionadora da aio pedagogica e deve: | assumir um cardter processual, formativo e pasticipativo, ser continua, cumulativa e diag- néstica, com vistas a: a) identificar potencialidadese dficuldades de aprendizagem e detectar problemas de ensino; bb) subsidiar decisdes sobre utilizagio de estratégiase abordagens de acordo com as necessi- dades dos alunos, eriar condigées de intervir de modo imedliato e a mais longo prazo para sanar dificuldades ¢ redirecionar o trabalho docente: ©) manter a familia informada sobre o desempenho dos alunos: 4) reconhecer o direito do aluno e da familia de discutir os resultados de avaliagio, inclusive 137 138 «em instancias superiores @ escola, revendo procedimentos sempre que as reivindicagGes forem’ procedentes. utilizar varios instrumentos ¢ procedimentos, tais como a observagio, o registro des-

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