You are on page 1of 92
SUMARIO Ficha Sintese .. n Apresentacio 13 Fundamentagio .. 15 Aconselhamento Profissional : . a7 Pesquisas brasileiras sobre aconselhamento/orientacao 22 Interesses e aconselhamento profissional > 26 Estudos Psicométricos . . 35 Participantes ccc "a5 Evidéncias de validade .... 36 Estrutura interna dos itens 36 Descricdo das dimensées ... sesveea . 40 Evidéncia de validade de critério sesnesaseane . 46 Dimenséo 1 - Ciéncias Exatas ..... a5 Dimenso 2 - Artes e Comunicacio .. snseeeee 47 Dimensio 3 - Ciéncias Bioldégicas e da Saide seesewsse 47 Dimensao 4 - Ciéncias Agrarias e Ambientais .. 48 Dimensao 5 — Atividades Burocraticas 49 Dimensao 6 - Ciéncias Humanas e Sociais aplicadas 49 Dimensao 7 - Entretenimento 50 Caracterfsticas das dimensées seseneceen 51 Precisao 72 Normas 6 Aplicagéo % Instrugées gerais .. 5 Instrugées especificas 5 Correco e interpretacéo 8 Crivo de correcéo 8 Normas para classificagao ...... 86 Estudo sobre os perfis das diferentes carreiras 80 ‘Tabelas das normas para as diferentes dimensées, 87 Roteiro de avaliagéo et 100 a 101 Exemplos de protocolos Referéncias...... uu Sobre os autores... APRESENTACGAO A avaliacdo psicolégica aplicada ao contexto do aconselhamento profissional tende a propiciar &s pessoas uma oportunidade de reflexdo sobre suas caracteristicas pessoais e outros aspectos envolvidos na escolha de um caminho profissional. Para tanto, os psicélogos quando possivel e necessdrio, devem fazer uso de instrumentos a fim de conhecer a pessoa, entender sua problematica referente a escolha e oferecer elementos para a tomada de decisao. Para Anastasi e Urbina (2000) os testes sao comumente usados nesses contextos como auxilio nas decis6es ocupacionais e constituem-se como parte importante do pro- cesso. A esse respeito, a American Psychological Association (APA, 1985) publicou os Standards for Educational and Psychological Testing, que estabelecem que os resulta- dos dos testes devem ser analisados com outros materiais, técnicas e informagées. Para a APA (1985), os testes, se utilizados com propriedade, so solugées mais satisfatérias e producentes. Este Manual oferece aos profissionais de psicologia a Escala de Aconselhamento Profissional (EAP), cujo objetivo é a caracterizagao das preferéncias por atividades profissionais. Contém uma fundamentago teérica composta por uma breve revisao histérica, pela definigéo dos conceitos imbricados na construgao do teste e pesquisas desenvolvidas no Brasil e no estrangeiro. A Escala de Aconselhamento Profissional baseou-se em pesquisas com estudantes universitarios, cujos dados geraram as normas e os estudos de validade e de preciso, apresentados mais adiante, nas respectivas se- gdes. E importante realgar que teve como concepgao subjacente a aceitagéo de que as pessoas gostam de realizar atividades que nao sio necessariamente tipos de sua profis- sao. Em decorréncia, optou-se por falar em perfil profissional, no qual ficam caracteri- zadas escolhas em varios niveis de intensidade, em relagdo a distintos grupamentos de atividades. Além disso, cabe destacar nesta apresentagéo que este estudo contou com a colabora- cao de alunos de iniciagdo cientifica, mestrado e doutorado, j4 que os autores estao inse- ridos em um Programa de Pés-Graduagao Stricto Sensu em Psicologia, com area de concentragaéo em avaliagéo psicolégica. Nesse sentido, aos participantes que permiti- ram os estudos a partir de suas respostas aos instrumentos, aos alunos do Programa de do Curso de Psicologia, nossos agradecimentos sinceros. FUNDAMENTACAO A preocupacdo com o aconselhamento profissional e vocacional no Brasil péde ser observada desde as primeiras organizagées das instituigées de ensino. A esse respeito, Baptista (1984) destaca que a oficializagdo da denominada Orientagao Profissional (OP) ocorreu em 1942, quando foram promulgadas as Leis Organicas. Anteriormente, no entanto, Roberto Mange jé tinha organizado, em 1924, um servigo de orientagao e sele- cao profissional para alunos do Liceu de Artes e Oficios da Cidade de Sao Paulo (San- tos, 1977). Em seguida, o Servigo Nacional de Aprendizagem Industrial (SENADT) desenvolveu um amplo sistema de cursos com vistas 4 orientagao profissional e vocacional e, em 1947, no Rio de Janeiro, foi inaugurado o Instituto de Selegéo e Orien- tac4o Profissional (ISOP) dirigido por Myra y Lopes. Entre as principais tarefas do ISOP, destaca-se a construcdo de instrumentos de avaliagaéo para o contexto de selegao e orientacao profissional. Por volta de 1952, o primeiro Manual de Trabalho dos Orientadores Educacionais, com vistas a descricdo das fungées dos profissionais, foi langado ao mesmo tempo em que foi fundado em Sao Paulo o Conselho Educacional, que estabeleceu principios e conceitos da Orientacaéo Educacional. A Lei n? 4.119 de 1962, que arregimentou a for- maco e o exercicio profissional em Psicologia no Pais, também colaborou para alguns avancos da OP uma vez que os cursos ja existentes passaram por ampla reviso, com a inclusdo das disciplinas profissionalizantes e respectivos estagios e disciplinas como a Selegéo e Orientagao Profissional (Freitas, 1973). Nos idos de 1960, a Universidade da Bahia fundou o Instituto de Desenvolvimento da Orientagao Vocacional (IDOV), cujo principal objetivo foi o desenvolvimento da orien- tagéo vocacional para estudantes do ensino secundario, ficando sob a responsabilidade de Emilio Mira y Lopez. O IDOV teve sua relevancia e destaque por ter sido um pionei- ro na formagdo dos primeiros profissionais do estado da Bahia. Ja no estado de Sao Paulo, Maria Nilde Mascellani foi a coordenadora das escolas vocacionais. Uma comissao de especialistas em educacéo do ensino industrial e do se- cundario, vinculada a Secretaria da Educagao, estruturou um sistema que oferecia edu- cagéo de nivel secundario e profissionalizante ou de orientagao vocacional. A idéia era bastante inovadora para a época, pois vislumbrava a interdisciplinaridade e a explora- EI LLE ‘Ana Paula Porto Noronha + Acdécia A. Angeli dos Santos + Fermino Femandes Sisto $80 de temas transversais, ‘ar, por ser considerada eo A inovagao, no entanto, No exterio: foi interrompida na mo uma forma de subv: ditadura mili- ersao. ", @ orientagao profissi em um amplo Em outra medida, formacao do orientad, Oliveira e Coelho (204 da, tanto no ambito d, logo adquira as com: lor profissional 02) a enfatizarey la graduacdo peténcias indi: tem estado sem; ™m que a formaca rva: Auanto da pés-graduagao. O que se deseja é que o psicé- aensaveis ao pleno desenvolvimento de suas atividades, ecmento das areas profission; de cursos e mercado u que a formagdo dos orien- lonais deveria estar b : base tedrica e técnica con- Sistente, clareza na visio a. igo dos préprios conflitos quanto a escolha. A idéia es tamentos de Nickel (1996) 80 afirmar que caracteristicas pesson lue concerne a sua formagao Profissional, podem influenciar o pro. rientando. No que tange Orientagao Profissional e Voca- Cional para a Promogaéo os humanos saudaveis. As assergées anterior ostas por Lisboa (2002), ao afir. mar que a formagéo dos vendo de forma lenta, no sentido de que os cursos universi tadores dentro de suas especiali- dades, Psicologia e Peda, ortancia devida a esse campo de conhecimento. Em conse: ser fragmentada, levando Oliveira (1999) a detectar um movi; “aracterizado pela car€éncia do novo © a nostalgia do antigo. Nesse is de avaliacdo tém sido utilizadas Sem a necesséria reflexio 4 fissional. Ve ane T Escala de aconsethamento profissional - EAP. O aconselhamento/orientacao profissional tem como proposta ajudar a amenizar os conflitos e facilitar a escolha, propiciando ao individuo uma oportunidade de reflexio sobre suas caracteristicas pessoais e os problemas envolvidos na escolha, bem como na reviséo de caminhos profissionais. Nesse sentido, o uso de instrumentos e técnicas psico- logicas presta-se para facilitar 0 conhecimento sobre o sujeito, entender sua problemati- ca referente a escolha e oferecer elementos para a tomada de decisao. Com vistas a conhecer a qualidade dos testes psicolégicos, Sisto, Codenotti, Costa e Nascimento (1979) investigaram se os instrumentos estrangeiros utilizados no Brasil, em diferentes campos profissionais, possuiam estudos padronizagdo e/ou adaptagio, Qalidade e precisao. Embora a pesquisa tenha sido realizada ha quase trés décadas, as conclusées dos autores ainda sao condizentes com o contexto atual. Os resultados mos- traram que poucos instrumentos apresentavam as condicées apropriadas para uso, com as respectivas informagées quanto a precisdo, validade e padronizacao. Nessa mesma direcdo, Ottati, Noronha e Salviati (2003) e Noronha, Freitas e Ottati (2003) avaliaram os instrumentos publicados no Brasil. Os autores focalizaram dife- rentes aspectos: autor, editor, ano de publicacéo, padronizagao, validade e precisao. Os resultados indicaram a auséncia de informagées sobre 0 autor e a data de publicagao em alguns manuais, além de dados insatisfatérios sobre os estudos de padronizacio, validade e preciséo. Ainda, quanto a padronizagéo, 37,5% dos instrumentos consulta- dos nao ofereciam informacées sobre esses procedimentos, 25% nao possufam nenhum dado que indicasse estudos de validagdo e 62,5% dos instrumentos nao apresentaram informagées sobre sua precisao. Tendo em vista essas consideragées, o presente estudo propée-se a disponibilizar aos psicélogos um instrumento que poderd auxilid-los no processo de busca por alternati- vas para a opcao profissional de pessoas que busquem por essa ajuda. Esse seria o sentido adotado neste manual para aconselhamento profissional em detrimento do ter- mo orientagdo, em que pese a literatura traté-los muitas vezes como sinénimos. De fato, nos resultados das andlises dos perfis de interesse de varias carreiras, 0 observa- do foi que as pessoas nao costumam apresentar o interesse apenas relacionado a carrei- ra escolhida, mas também por atividades de outras carreiras. Em assim sendo, cabe aconselhar melhor a pessoa a se identificar com uma carreira, deixando transparecer que ha alternativas e nao uma diretriz de mao tinica. AACONSELHAMENTO PROFISSIONAL Escolher uma profissdo ou ocupagao tem sido um grande desafio para as pessoas em diferentes momentos da vida e, em razdo disso, tem servido como tema de investigagao para pesquisadores da 4rea. O mercado de trabalho tem-se revelado cada vez mais exi- gente e complexo ao longo dos anos e o jovem, por sua vez, precisa se preparar para corresponder as expectativas. Para tanto, sao necessdrios investimentos'e decisées mais precoces do adolescente, tendo em vista a relevancia da ocupagao profissional para a vida do ser humano. Assim, ha que se ressaltar que escolher adequadamente uma ocu- pagdo ou profissdo implica beneficios para as pessoas e para a sociedade. Atualmente o mercado de trabalho apresenta-se com uma nova configuragao, cons- tituindo-se como uma rede intrincada de ocupagées, tarefas e atividades, até mesmo 7 ee aerree cre eee eter eeeegr er ener er eet crete rere epee reer rere cee tereems coer Pree ceeecr es peeeeeeceolyeet espe ge eUE ee (ENO ee eee eer ‘Ana Pavia Porto Noronha + Acacia A Angeli dos Santos + Ferrmno Fernandes Sisto com imbricagées entre elas. Essa realidade intensifica 0 conflito entre a expectativa tradicional do jovem de classe média de ingressar em um curso superior para obter um emprego estavel e com boa remuneragao, para que sua trajetéria profissional seja bem. sueedida. Diante do panorama de instabilidade, a inseguranga e 0 desajustamento sao mais frequentes, considerando-se a dificuldade de balancear as expectativas pessoais @ a realidade observada (Lassance, 1997). Em decorréncia, os psicélogos que trabalham nessa 4rea podem utilizar instrumentos diagnésticos especificos para ajudd-los a com. Preender as dificuldades enfrentadas pelas pessoas diante dos desafios do inicio de ati- vidades no mundo do trabalho. j E importante salientar que a questao da escolha profissional tornou-se mais rele- vante com a instalagao do modo de producdo capitalista, a partir do qual o trabalho assalariado ganhou espago. Essa alteracao fez com que a vida para o trabalho se tornasse © foco da formagao intelectual e técnica de jovens e adultos. Assim, uma boa colocagao Profissional tornou-se indispensdvel (Bock & cols., 1995). A escolha profissional esta relacionada a capacidade de conhecer, de decidir e de vincular-se a uma carreira e, por englobar muitos fatores, ela 6 considerada como um Processo complexo de decisdo (Crites, 1969). Entre os fatores envolvidos, destacam-se identificacao, aptidao, estilos, valores, conflitos pessoais e familiares, na perspectiva de Santos e Coimbra (1994). Em acréscimo, Gati, Krausz e Osipow (1996) consideram esses elementos como dificultadores da escolha, uma vez que levam ao impasse ou a indecisao profissional. Santos e Coimbra (1994) destacam que algumas pesquisas epidemiolégicas america- nas apontam para uma proporcao significativa, mais especialmente em torno de 20 a 40%, de adolescentes indecisos para as escolhas profissionais, mostrando a necessidade do desenvolvimento de pesquisa e intervengao na area. Ainda nesse sentido, Crites (1969) Ja considerava que, além da escolha, a aderéncia a uma carreira profissional tem sido um dos grandes desafios. Vale ressaltar que durante 0 complexo processo de decis4o, 0 individuo deve conside- rar suas caracteristicas pessoais, para que possa sopesé-las com as demandas das opgées. profissionais, Tal como observaram Gati, Krausz e Osipow (1996), o que deve ser preten- dido, sempre que possivel, é a busca pela satisfagao de seus anseios pessoais em conso- nancia com a realidade do mercado de trabalho e as atividades envolvidas no campo almejado. Bordin e Kopplin (1973) desenvolveram um sistema de classificacdo para os diferen- tes conflitos que observaram nos alunos que procuravam o Centro de Aconselhamento da Universidade de Michigan. O sistema ordenava os tipos de conflito em razo do grau de severidade. Foram propostas cinco categorias: dificuldade de sintese (experiéncia restrita do jovem, obstéculos financeiros); problemas de identidade (inexisténcia de tragos claros de identidade, autoconceito distorcido); conflitos de gratificagao (profis- s6es ao mesmo tempo gratificantes e frustrantes); orientacéo 4 mudanga (0 uso da es- colha profissional como um meio de mudanga de identidade) e patologia evidente (a dificuldade de escolha vista como um sintoma de aspectos patolégicos preexistentes), A recuperagéo da literatura da area deixa evidente a existéncia de varios enfoques teéricos, privilegiando diferentes aspectos da indecisio e do aconselhamento profissio- 18 EEE EE EID —ERET Escala de aconsethamento protissional - EAP nal (Chartrand & Camp, 1991; Pope, 2003; Santos, 1997; Santos & Coimbra, 1994; Smith & Campbell, 2003). O tema tem sido estudado por varios autores em distintas aborda- gens, derivando delas algumas propostas de praticas de aconselhamento. Assim, em publicagées mais recentes foi possivel identificar textos referentes & teoria pés-moder- na, formulada com base em conceitos da abordagem construtivista. Confrontando-se com a visao positivista, essa abordagem se propée a fornecer elementos com base na comparacao e contraposicéo entre os varios papéis vivenciados pelas pessoas em dife- rentes circunstancias, permitindo que se explorem as miiltiplas possibilidades de de- senvolvimento de carreira existentes (Brott, 2001; McMahon, 2005). Ainda em relacao & questao do referencial teérico adotado no processo de orientagao profissional/vocacional, ha que se destacar os estudos que utilizaram outros modelos teéricos. O trabalho de Canedo (1997), nessa linha, recupera as contribuigées da Gestalt- terapia, mais especialmente os aportes de Perls, e as reflexdes de Botelho e Sigelmenn (1999), com vistas a propor um atendimento em OP/OV nessa perspectiva teérica. A andlise experimental do comportamento foi retratada no trabalho de Moura e Silveira (2002), que avaliaram 10 adolescentes, com idades entre 15 e 19 anos, em um programa de orientagdo profissional em grupo. As autoras avaliaram o programa como efetivo e conclufram que o modelo teérico favoreceu a realizagdo do processo. Os construtos teéricos investigados no processo de orientagéo profissional/vocacional tém sido distintos, em razéo da multiplicidade de fatores que vao desde o propésito do pesquisador até as necessidades da clientela e dos profissionais. Nesse sentido, a amplia- gao do reconhecimento e da importancia das caracteristicas culturais no desenvolvi- mento de carreira promoveu um incremento em teorias e em praticas decorrentes desse enfoque. O surgimento da teoria sistémica pode ser citado como um exemplo desse movimento, visto que considera que a rede de influéncias decorrentes de aspectos pes- soais, sociais e ambientais de diferentes contextos prové elementos que favoreceram a expansao e aplicacaéo do aconselhamento de carreira numa visao multicultural (Arthur & McMahon, 2005). Verificou-se ainda a existéncia de outras propostas com repercussées de ambito mais restrito como a relatada por Bright e Pryor (2005) baseada na Teoria do Caos. Os auto- res conferem particular ateng4o ao conceito central de atragao pela profisséo em con- traposigao aos tradicionais modelos preditivos de carreira. Outras abordagens sao também freqiientemente mencionadas na literatura da area: a psicodinamica, a desenvolvimental e a do processo de tomada de decisao. Por estarem entre as mais citadas, elas seréo descritas com mais detalhes a seguir. Sob a perspectiva da abordagem psicodinamica, segundo Bordin e Koplin (1973), a escolha profissional 6 concebida como um dos perfodos de transigao para a identidade adulta, que envolve necessidades individuais, identificagées, aptidées, estilos de defesa contra impulsos e valores. Os autores argumentam que a escolha envolve uma “negocia- ao” entre o autoconceito e o papel profissional, e que o conflito da escolha se da quando 0 jovem percebe motivagées que nao sao facilmente integradas aos papéis profissionais. O conflito motivacional intrapsiquico entre o autoconceito e o papel profissional é o objeto de interesse nessa abordagem. Nesse caso, o autoconceito é definido como identi- dade operacional diferenciada, que propicia a integragao aos papéis profissionais. A 19 ee ‘Ane Pata Porto Noronha + Acta A Anges dos Santos + Fermino Fernandes Sis a difusn @ conflituosa, go. dificuldade de escolha se dé quando a identidade se encontra dif ke. rando um problema de integragio. jeoersvolyinren Carvalho (1995) acrescenta que a busca dessa identidade eavctree sonenyel keene de papéis ocupacionais adultos e se configura como um processo rmptexo. Os eetudos fundamentados nesse enfoque tedrico tém como aplicagao no aconsel erento Profieia: Ral '@ caracterizagao dos tipos de conflitos intrapsiquicos vividos quando a pessoa p: sa por momentos de indecisao profissional. ere Samos (2001). por exemplo, fez uma revisio da literatura sobre a orientacio prof sional na perspectiva da psicologia analitica. Ao lado disso, os tipos psicologicos jun. Ge policiaie taht Profissional foram investigados por Zacharias (1994) em um grupo de policiais militares, sendo que o autor endossou enfaticamente as contribuigées que» sania Pode trazer para a érea. Ainda numa perspectiva psicodinamica, Velloso (2000) AogRUY o fendmeno da adolescéncia, a luz da psicandlise, no momento de escolha pro, Ga da integracdo de experiéneias de vida, que s4o anteriores a0 momento de eccothg Pronssional. O autor faz uso da descricéo de estagios que antecedem a maturidain Profissional e que conduzem a ela, tendo como pressuposto a crenga de que, a medida cereal sons cTescem e experimentam a realidade, um conjunto de interesees mart espesificos se forma. Nesse sentido, o conhecimento dos estagios contribu: para a com- Preensao dos fatores que dificultam a escolha profissional A escolha saudavel seria aquela cujo percurso conduz & maturidade Profissional, facilitando 0 momento da decisao. Assim, a maturidade vocacional tan sido entendida Sao. rompoconjunto de atitudes perante a escolha profissional, ilustrado por determina. $40, responsabilidade e independéncia, além de conhecimentos necessdrios, como 0 au- teconhecimento ¢ 0 conhecimento da realidade, Em decorréncia, a maturidade deve ser enearada como 0 produto de um processo que se dé ao longo de desenvolvimento e por melo do qual a pessoa elabora sua definigéo sobre o que quer e o que pode fazer no Ambito profissional (Santos & Coimbra, 1994). Os aspectos que podem perturbar o desenvolvimento dos estagios sao clasificados f Coanttinsecos ¢ intrinsecos ao individuo (Duarte, 1997; Mangas, 1997; Santos, Ribeiro EEE EEE TTITIEEEESSSSSS_CCSCOCSCSCS Escala de aconsethamento protissional - EAP duo faga selecdo de ‘ : A titulo de ice ceeaaepeeetere peofesions! Ge (Gati, Krausz & Osipow 1996). eee ear ares iene ona oe experiencia de cam a reproduzir as fungées sociais dos adultos aiaetamnt rata es tentcaiicas omer eoay formagao integral do individuos aaa eee lee je toma ins 5; i que a8 dificuldades pee decisto, considerado aqul como a terceira sbordagym, admite 2k6 profissional (falta de motivagio, mitos em torno da sheet lg eae ficiéneia de informacées consistentes sobre sie sobre as Fea eect a na perspectiva do modelo de Gati, Krausz e O} Profesor ele Pon ane i s e Osipow (1996), intitulado taxonémico, a Tificuldade inerente a escolha da profisséo 6 compreendida em razao do conceit ‘a {dentidade difusa de elementos da experiéncia interna de quem a vivencia eas eae tes manifestagoes observéveis no comportamento. Ainda para os autores, 2 escolha seni ajustada é aquela que auxilia a pessoa a realizar suas metas. "A fungao do processo de orientagdo profissional seria oferecer condigées que facili tascem a busca de uma identidade mais clara e diferenciada, & medida que proporcio- tae pportunidades de reflexao para a escolha adequada (Miller, 1988). O processo de Detentaeao pressupée uma ampla e intensa avaliacao do individuo, que pode envolver, ce eeordio com as varias concepgées tebricas, o conhecimento da personallidade, de con- digdes familiares, de habilidades e interesses. en face disse, vale destacar os apontamentos de Bock e colaboradores (1995) 20 afirmar que a fungao do psicdlogo é promover a satide e, de alguma forma, 0 trabalho de criontacao profissional pretende atingir tal objetivo. Como se péde observan embora as Gbordagens envolvam distintas concepgées, em varios momentos elas s° assemelham no tratar das questoes facilitadoras ou dificultadoras da escolha. No Brasil, a orientacdo profissional encontra-se em desenvolvimento, 0 de pode ser justificado em razao da organizagéo de eventos cientificos para discussdo de temas cepecificos. Ao lado disso, hé que se destacar a importéncia da criacdo de uma associa- eo cientifica: a Associagao Brasileira de Orientadores Profissionais (ABOP), que pot gua vez € a responsével pela publicagdo de um periddico especializado na area a Revista jJementos s4o favorecedores do crescente Brasileira de Orientacao Profissional. Esses e ntimero de publicacdo de pesquisas sobre a area e, mais especificamente, de instrumen- tos e técnicas de avaliagao. No entanto, muito ha a ser expandido, o que parece ser natural e desejavel. 'A recuperacao da literatura sobre um assunto ¢ & andlise da produgéo cientifica produzida sobre ele é relevante para qualquer rea de conhecimento, uma vez que permite aidentificagdo dos temas jé estudados e dos que necessitam de exploragao. A esse respeito, hé uma consideragao de Zancan (2000) e Witter (2006) na direcdo de que as pesquisas devem ser realizadas extrapolando o escopo ja desenvolvido, a fim de uma maior diver- sificagao nos estudos e a conseqitente expansdo da area. Com esse intuito, o estudo de Melo-Silva (1999) visou a investigar o estado-da-arte da orientagao profissional brasileira. (Os resultados revelaram que a partir da década de 1990 houve um aumento das producées e que os trabalhos que tratavam de interven- mais freqiientes. Noronha e Ambiel (2006) analisaram a produgao cienti- cdo foram os du fica da orientagao profissional no Brasil, a partir das bases de dados eletrénicas BVS e ai ———————————— .«. EE IIIOSCO lll ‘Ana Paula Ponto Noronha + Acdeia A. Angell dos Santos + Fermino Femandes Sisto IndexPsi, utilizando as descritores Orientagao Profissional, Orientag&o Voeacional, Interesses Profissionais, Escolha Profissional e Testes de Interesse para a busca bibliog. Brafica. Os resultados corroboraram o estudo de Melo-Silva, no que se refere & identif,_ cagao de um aumento dos artigos cientfficos a partir de 1990; no entanto, encontraram artigos tedricos, como o tipo de estudo mais comum. Ao lado disso, as técnicas de ava. liagdo foram as mais referenciadas , em seguida, os testes de interesse. As teses e dissertagées também foram objeto de investigacgéo de Noronha e colabora. dores (2006), que fizeram uso das bases de dados da Coordenagaéo de Aperfeigoamento de Pessoal de Nivel Superior (Capes) e da Biblioteca Virtual da Saude (BVS-Psi). Ag palavras-chave usadas para a recuperacéo do material bibliografico foram Orientagéo Profiasional, Orientag&e Vocacional, Teste de Interesse, Testes Paicolégicos ¢ Teste Vocacional. Os resultados indicaram um crescimento da produgao a partir de 1990, essim como apontado pelos estudos citados anteriormente e um numero diminuto de trabalhos que envolviam a construgao de instrumentos de medida de OP Em acréscimo, Sparta (2003) descreveu alguns elementos do desenvolvimento da Orientagéo Profissional brasileira, abordando os fatos histéricos mais importantes, assim como o panorama atual da OP/OV no Pais. E, nesse sentido, destaque pode ser dado as relagées entre a OP e os principais modelos tesricos sobre escolha profissional utilizados em nosso meio, entre eles o clinico e 0 desenvolvimental, j4 mencionados. O cendrio apresentado pelos estudos anteriormente referidos parece promissor, embo- ra ainda em desenvolvimento. Mesmo que o campo da orientagao profissional no Brasil tenha sido pioneiro, ao lado da Argentina, na América Latina, ele ainda apresenta poucas Pesquisas cientificas. Importante é ressaltar que um maior realce tem sido dado a ques- tao do desenvolvimento vocacional na adolescéncia, tanto nos estudos como nas praticas ligadas a orientagéo educacional (Melo-Silva, 2001), tal como apresentado a seguir. Pesquisas BRASILEIRAS SOBRE ACONSELHAMENTO/ORIENTACAO Parece haver consenso no que se refere A necessidade de ampliagao das opgées de instrumentos com qualidade psicométrica e adaptados a realidade nacional que pos- sam ser usados em orientacao profissional, como destacaram Sisto, Sbardelini e Primi (2001). Assim, alguns estudos brasileiros que tratam do desenvolvimento do uso de instrumentos de OP foram encontrados, sendo sua apresentacéo de acordo com a or- dem cronolégica do seu surgimento, O uso de instrumentos no Departamento Regional de Sao Paulo do Senac foi investi- gado por Barioni e Jorge (1952), com vistas a uma melhor adaptagdo dos jovens recém- formados para os cargos oferecidos pelas empresas. Os autores relataram que em seu trabalho de orientagao, provas de inteligéncia (Prova de Maia e Prova de Mieli), mem6- ria (nao citadas) e personalidade (Rorschach, Exame Miocinético de Mira y Lopes, Ca- talogo de Livros, entre outros) foram aplicadas, buscando obter escores que indicassem a melhor posigéo a ser ocupada. A avaliagdo era realizada por uma equipe multidisci- plinar, composta por funciondrios do departamento de OP orientadores educacionais e médicos, que conseguiram 4 época, demonstrar a importancia de que todo o processo fosse feito sistematica e cuidadosamente. 22 Oe EIEES Escala de aconsemamento protiesionel - EAP. Apés oito anos de trabalho com o Teste de Koch, Franchi (1957) apresentou véries consideragoes a respeito dele, concluindo pela sua utilidade para a orientagao profissional ¢ educacional, ressaltando que o indice de concordancia entre os seus resultados ¢ ou- tros métodos de investigagao da personalidade mostrava-se alto. Por fim, concluiu que © instrumento permite avaliar os interesses e o nivel intelectual dos sujcitos, assim como possibilitava outras observagées. Na tentativa de compreender a readaptagéo profissional, alguns estudos foram rea- lizados desde a década de 1960, tal como o de Mignolet (1960) que, por meio de uma minuciosa reviséo sobre o desenvolvimento senil e o envelhecimento da populacao, de- monstrou que era possivel a utilizagao adequada das técnicas e dos métodos de OP para a readaptacao e reeducacéo profissional de pessoas idosas. Ao lado disso, Figueiredo (1965) ja chamava a atencao para a relevancia da entrevista como importante técnica de coleta de dados, quando do processo de orientagao profissional. Ainda mais, outro trabalho importante a época foi realizado por Santos (1967), no Senai, relatando sua experiéncia quanto a colocagaéo profissional de individuos portadores de deficiéncia vi- sual na industria. Tempos depois, com vistas a fornecer para as escolas subsidios para a implantagao de novos cursos profissionalizantes do entao denominado 2° grau (ensino médio na nomenclatura atual), Larqué (1980) realizou amplo estudo, fruto da parceria entre o Instituto de Selecdo e Orientagao Profissional (ISOP) e o Ministério da Educagéo (MEC). A pesquisa foi desenvolvida em 77 cidades brasileiras, com uma amostra total de 79.569 alunos de escolas publicas e particulares, utilizando testes de rendimento escolar e testes de aptiddes construidos especialmente para a situacdo (raciocinio verbal, numé- rico e mecanico, por exemplo). Os resultados obtidos contribufram para a ampliagéo do conhecimento sobre o tema e para reafirmar a importancia da orientacao profissional. As relagées entre aptidao intelectual e as discrepancias entre varidveis relativas as aspiragées e expectativas profissionais, tanto dos pais quanto dos adolescentes, foram pesquisadas por Angelini e Agatti (1984). Para tanto, os autores usaram os instrumen- tos Teste Matrizes Progressivas de Raven e Inventério de Interesses Profissionais de Angelini, demonstrando pelos resultados obtidos que a orientagao profissional poderia oportunizar o desenvolvimento de atitudes mais realistas frente & escolha profissional. Na mesma década, a construgdo de instrumentos foi objeto de investigacao de Fernandes e Scheeffer (1986), que se dedicaram a pesquisa com o Instrumento Brasilei- ro de Maturidade Vocacional (IBMV) para estudantes de 12 e 22 graus (atualmente en- sino fundamental e médio). O trabalho envolveu a elaboragéo de itens, a andlise de juizes e fatorial, a fim de determinar suas qualidades psicométricas. Os resultados re- velaram que, apesar dos indices satisfatérios, outros estudos seriam necessarios para que o instrumento apresentasse condigées mais adequadas para o seu uso. Japur e Jacquemin (1989) traduziram e aplicaram a Escala de Atitudes (B-1) em uma amostra de estudantes brasileiros, a fim de investigar os parametros psicométricos. As conclusées sugeriram que 0 uso do instrumento nao era recomendavel no Brasil, considerando a baixa precisao identificada nas subescalas. Outros estudos brasileiros focalizam o uso de técnicas hidicas para a coleta de infor- magées. Nessa linha, destaca-se o trabalho de Gimenez (1998) que mostra algumas 23 vantogena en ae a A690 don Sarin = Pont Forint Gens, TantgRENe com 0 uso do Sandplay como técnicn faciltadora para a orientagho profi cong me 9 He Araujo.e Morel 18019. gue ‘cnfatinaram n eficacia de atividade oe sae Sani SGm Felacio a ease tlk, recorte de pvr «fre de revit Comersaly crore BGs com o Intuit de permit w analne de Felagoen que os jovens estaehecm ieregnaagarnde eet crtianig, gn vores tras coe as “acloSivn (1998) Noronha ¢colaboradares (2005). orienta, tal como referido por Sine Soo eeu 3, sultos jovens pele rerientacdo profissional foi apontada EREEING. (2000), sinalzando a necensidade de se abordar 0 problema de acordo com ns ar conetcas dese novo tie de cente. Para que iso ocorra ¢ nedeatra a produto fos chomatn Oc aus 0s orentadores posta trablar com Regurana com ena oe (1979) Soares Luehinrs (1997) oes tas come prancasenvelvimenta de um Inventari de Levantamento das Diculdades da Escotha ogastonal UDP) fo objeto da pesquisa de Primi, Munhos, Bighetti, Di Nucci, Pe- Hezring ¢ Mossi (2000), 0 extudo envolveu estudantes da otava série do ensino funda. do interior de Sto Paulo, Tendo como base tectios a sreiclo taxonbmice de Gath Keaeet # Osipow (1996), on autores aventaram a hipdtese de que um des elomentes inerenten & poeeiery Sees com fatores anteriores e inerentes 20 Pe pg a EAE oases ee tte dents frie wemce os Pale 8 da indecisto pro fssional: a percepgao de falta de iatiteatese lo apoio roeere mente associada a uma indefinigao psicologica pro~ r aspecto relacionado ao tema motivacional da escolha, enfocando © aspecto econémico e de prestigio social (Fator 2); e a falta de preparo para a escolha (Fator 3). Outros estudos foram realizados, permitindo constatar que 0 IDDP distingue sistematicamente idades e tipos de escolas, revelando-se um importante instrumento diagnéstico para profissionais e pesquisadores da area de orientagao profissional. Outro instrumento denominado de Escala de Indecisao Vocacional foi proposto por Magalhaes e Teixeira (2001) para analisar a dificuldade de escolha. A escala foi aplica- da em 248 estudantes do 3° ano do ensino médio que se preparavam para a entrada no curso superior. Os autores propuseram-se a avaliar os aspectos cognitivos ¢ afetivos que caracterizam o fenémeno da indecisio, tais como ambivaléncia, inseguranga e ansic- dade. A versdo final mostrou-se precisa e estudos de validade indicaram que o instru- mento é capaz de diferenciar niveis de indecisio. Em outro estudo, Primi, Moggi e Casellato (2004) buscaram correlagées entre um inventério de escolha profissional (SDS) e o Inventério Fatorial de Personalidade (IFP). Participaram 81 pessoas do interior de Sao Paulo, sendo 78% mulheres, que freqitenta- vam o programa de orientagéo profissional oferecido por uma universidade local. Os resultados indicaram evidéncias de preciso e validade para a versio brasileira do ins- tramente e, nesse sentido, assemelhando-se ao original americano, Qutras anélises do cctudo revelaram correlagées entre os tragos de personalidade do IFP com os tipos de Holand, tais como o tipo realista (SDS) com o trago Heterossexualidade (IFP), os tpos 24 S22 ee ee a Escata de a de econsethamento profissional - EAP jal e Artistico (SDS) com Assisténci : Auk cia e Desejabi . isps), com es econ Dominancia, Desempenh: jabilidade (IFP), 0 tipo Empreendedor pe ualidade e Ordem (FP). Por fim, apre: ©, Exibigao, Agressio, Autonomia, Hete- i Convencional (SDS) e o trago Pe! + apresenta indice de correlagao positive entre 0 a go Persisténcia (FP: tiPMgo em conson: mcinicam os aheonteaiios coc Vi ). Vale destacar que os resultados tate, embora OS ali tones levees Por Vieira e Ferreira (1997), descrito anterior- mi 7 sobre os cuidad nenjonsideram que a amostra foi jados para a sua generalizacao, uma vez | i reduzida. — Gom 0 intento de estudar a validade de critéri vusiudade preditiva de algumas escalas pr ritério, os autores procuraram demonstrat Siesse CASO, © 16PF-IPIP foi aplicado peeree do 16PF-IPIP para escolha de carreira. Neste em IT anos e, apés trés moses, ao ter 40 adolescentes argentinos com média de jee de Escolha de Carreira (CIEC) foi adminic do ano letivo, o Questionério de Inter coerelacao pare iiemeetocate eran ues ministrado aos mesmos sujeitos. A partir da correlroditiva para a orientagao profiss as do inventério mostraram moderada utili- dade reidade, facetas, nen ea especialmente as escalas Sensibilidade e mplenieugio de um sistema de av aCe fatores Amabilidade e Cultura. conettizada por Perez e Fogli aliago de interesses profissionais por computa: dor 8 ez e Fogliatto (2004). O autor dedicou-se & elaboraga de wrema com a intengao de avaliar i ator ¢ se A elaboragao de um sist ® eolas, dads acad@zi lar interesses vocacionais, auto-eficacia para inteligén- cias en acta vosial: cadémicos e ocupacionais (SOVI-3). © autor utilizou-se do refe- rencial teorie® | a eee do desenvolvimento de carreira, na qual ha destaque ara as ¢} fn poi to-eficdcia e para os interesses vocacionais. As andlises estatisti- cas do instrun indicaram propriedades psicométricas adequadas, além do fato de gue a aplicagao computadorizada torna mais gil o processo de OP. Schiess), e Soria (2000) desenvolveram um estudo sobre os fatores envolvidos no momento de saida a escola e a passagem para a universidade. Participaram da pesqui- tn 421 sujeitos, sendo 212 alunos secundaristas da rede piiblica e 209 da rede particular. Os fatores analisados foram: (a) motivos da escolha do curso universitério; (b) aspec- tos psicologicos envolvidos; (c) bem-estar psicolégico perante 0 ingresso na universida- de e (d) expectativas em relagdo 4 universidade. Os resultados indicaram algumas dificuldades em escolher 0 curso universitério, entre elas a falta de maturidade, a falta de informagao, a alta concorréncia no vestibular e a falta de reconhecimento de interesses e as conclusées, os autores destacam que 0 momento de passagem para e aptidées. Entr os fatores de ordem econémica, social € « tniversidade pressupée a integracéo de divers psicolégica. Balbinotti, Marroco e Tétreau (2003) realizaram um estudo © ambos os sexos com idades variando entre 14 © 18 anos, do ensino tigando o nivel de cristalizagao de suas preferéncias profissio- publicas e privadas, invest nais. Esse construto é entendido como uma das etapas do desenvolvimento de carreira, indicando o momento no qual o adolescente se volta para a conquista da sua jdentidade, tendo como uma das tarefas principais dessa fase a formulagao de idéias em relagao a0 mercado de trabalho e ao nivel de atividades profissionais que lhe sao convenientes. A pesquisa buscou verificar se existiam diferencas significativas nos niveis de cristaliza- cao segundo sexo, jdade, ano de instrugao no ensino médio e o tipo de escola. Os resul- tados mostraram que houve diferencas significativas apenas na varidvel tipo de escola. Os autores sugerem como hipdtese para esse dado 0 fato de o adolescente de rede publi- om 860 estudantes de médio, de escolas 25 Femanies Sito ‘Ana Pacts Por Noronha + Actcle A Angel dos Santon * Fermin ha seis tipos basicos: Realista (R), Investigador (I), Artistico (A), Social (S), Empreendedor (E) e Convencional (C). m Ainda nessa direcao Gati, Krausz e Osipow (1996) argumentam que as escolhas 0s interesses tém um grau de utilidade indiscutivel. H4 uma clara relacao entre caracteris- ticas pessoais e escolha profissional, de tal sorte que maior seré o interesse, quanto mais haja, subjacente 4 escolha efetuada, uma coordenagdo harménica. Em acréscimo, para uma determinada profissao, algumas caracteristicas de personalidade apresen- tam mais consonancia que outras. Nesse contexto, a problematica central gira em tor- no da definigéo de quais atividades sao predominantes para as profissdes existentes e como se ajustam aos diferentes perfis psicolégicos e distintos interesses. Essa 6 uma tarefa para os pesquisadores do tema. Ainda no que se refere 4 concepgao de interesses como preferéncias, Holland, Powell e Fritzsche (1994) sugerem que as pessoas aprendem a preferir certas atividades em detrimento de outras, em razao da histéria ou forgas culturais e pessoais. Em outra medida, essas tendéncias motivacionais fazem as pessoas preferirem companhias de pes- soas com caracteristicas semelhantes, em relacdo aos interesses, 4s competéncias e a visio de mundo, o que tende a produzir ambientes profissionais que refletem as orienta- gdes das pessoas que 0 compéem. Sob essa perspectiva. de acordo com Holland (1963), as pessoas procuram ambientes profissionais congruentes com suas orientagées pessoais, a /- Ait, senyern porfis de personalida wrath encontrar algumas pesquinas qin nde as ative rapes profissionain dit ¢ pose sich anes te ating da pir Cognos sew te Thar » Co EE Baten dou pene oer para 9 Qt sobre a arnt ding Mela Hexagonal de Hollnd cit) servem como Hustrag sbre Em estudo realizado mais recentemente, Buch, eaicnin tris instrumennn Ghai sans Lavnntnmnento de toterences Propisionalsite ey vas de Raven ~ Escala Geral a 120 estudantes de psicologia, com rogressivas de Raven ~ Escala jidade ¢ inteligin, Matrizes Py ersoni Chietivo de estudar as asaociagées entre interesses, tF4G08 ae peceonatiets « ltl a Fevelaram que os sujeitos se diferenciam od hrc doped can sere sda eas evar dai relacdo entre es: caracteristicas e as escolhas pelas dret a Permiind infrr que enn enolate abe nde a mea (pean Drona por Hild ai representa vient 6m in hexégong Os tipos ql Gnak Provem a nomenclatura do modelo. A disposigio dos tipos foi estabelecida entre os respectivos escores. A posigiio ocupada indica de Partir de estudos correlacionais 5 jl semelhanga ou diferenga entre as earacteristicas dos tipos, sendo que a maior proxi. midade indica mais ¢aracteristicas comuns. : “ de . O trabalho de Holland ganhou realce, Possivelmente em razao do bsnapeinarlagt sera Sas empiricas e da sistematizagéo das informagées. A elaboracao da teoria a Priori, facilitou a construcao de itens . aria entre Os seus resultados e os obtidos em estudos posteriores. Em conjun. pesquisas e de estudos so. destacam-se os de para o instrumento, 0 que possivelmente explique a alta concord: lados colaboraram para 0 desenvolvimento de outras to, os di bre os instrumentos de avaliagéo, Entre os trabalhos encontrados, (arson (1998), Donner-Banzhoff, Merle, Baum e Basler (2003), Fritasche, Melntne e 1996), Owen e Fitch (2003), Reardon e Lenz Yost (2001), Glidden-Tracey e Parraga ( (1999) ipios estabelecidos por Holland, A teoria de Prediger (1981) também comunga dos princi O autor desenvolveu um sistema de classificagéo dos tipos de atividades mais comuns Das varias carreiras, organizando-os em duas dimensées: dados-idéias e Pessoas-coisas, As tarefas centradas em dados séo representadas por atividades impessoais que envol. vem fatos, registros, arquivos, niimeros e procedimentos sistematicos; em contrapartida, as tarefas centradas em idéias envolvem atividades intrapessoais com uso de abstra- ges, teorias, conhecimento, insigths e novas maneiras de expressao, As tarefas centradas em pessoas, por sua vez, sao atividades interpessoais, tais como ajuda, persuaséo, entretenimento ou lideranga e, Por fim, tarefas centradas em coisas sao atividades nao pessoais envolvendo méquinas, materiais, ferramentas, mecanis- mos biol6gicos, entre outros, A comunalidade entre os estudos de Prediger e Holland se 28 seis tipos de Holla Neat Holland, de forma que os dois "Ten aplicaram s6es entre _rreira (1997) aplicaram of instrumentos Personality Research Form (PHF) € SDS. cau sonality Research Form (PRE) © SDS jcaram a existéne Os Tew nso e resisténcia PRE nea de correlagses entre necessidad: “ compresmpreensso © menos autonomia (PRR en, SSO aetaade de aitingho. 2 dominancte, aa a pease 0 co ¢ social (SDS); stjgade de ordem © menos autonomia (PRP) come Ups ea empreendedor (SDS) © © tipo convencional (SDS) ambém Gottfredson, Jones e Holland ; (ol 1983) 3 seis dimensoes geinetiend (SDS) e os rea ae ‘as correlagées entre as correlagees ore Oe a extroversao, incluindo caracterist Five. Foram encontradas cor grostdade (Big Five) e interesses sociaise empreens teristics como sociabilidade & gene caracteristicas como curiosidade, eriatividade, cee para experién- , audécia e imaginagdo associaram- ‘aos interesses investigativos e sociais. O fator wc om teense tee, een Ss Neeses convencionais, ¢, por fim, o fator neuroti & serestes mente com todas as éreas do SDS, neuroticismo (Big Five) correlacionou-se Gekerman e Heggestad (1997), com vistas a investi . oe jpisresses profissionais por meio do uso do ee ee inte ae ee n Tharia e habilidades viso- , encontraram associacées entre cién- cia e enge les viso-espacial, matemitica e raciocinio mecai nerrarios, artisticos @ investigati ica e raciocinio mecinico. Os inte- resses Hi . e investigativos correlacion: i SS verbal, enquanto os i i aram-se positivamente com 0 raciocinio , eng os interesses sociais associarat “dade viso-espacial e mecénica; m-se negativamente com ha- pilidade 5 Anica; ¢ os interesses em empreendimentos correlacionam- se negativamen e com habilidade viso-espacial, habilidade matemética e raciocinio verbal Por aitimo, os interesses convencionais correlacionam-se negativamente com Wetivefnio verbal e positivamente com habilidades de edleulo numérico e velocidade de processamento perceptual. ‘Como j4 afirmado, a idéia de que combinagées adequadas entre individuo-ambiente, que impulsionam o desenrolar de potenciais intelectuais ¢ conduzem ao desenvolvi- wrento da exceléncia e competéncia intelectual, néo é exclusivo dos autores citados an- teriormente. Em uma edigdo especial da Associago Americana de Psicologia (APA), dedicada A psicologia positiva, o estudo do funcionamento “étimo” da personalidade e do desenvolvimento da qualidade de vida era reforgado por Lubinski ¢ Benbow (2000), entre outros autores. ‘De forma geral, estudiosos que trabalham nessa perspectiva admitem a existéncia de dois niveis, um referente as habilidades e outro, aos interesses, entendendo que ambos estao presentes no individuo e no ambiente. Nesse sentido, acreditam que tal como existem individuos com interesses € habilidades especificas, também as tarefas a serem executadas nos ambientes profissionais exigem certas configuragées de habilidades, re- forcando alguns interesses especificos. Conseqiientemente & medida que uma pessoa pos- re Pot sui as habilidades que as tarefas requerem, ela terd mais possibilidades de se adaptar satisfatoriamente ao ambiente. A harmonia entre ambiente-individuo tende a gerar 29

You might also like