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Histéria da Educagao Infantil no Estado de Sao Paulo Recuperar a histéria da Educagdo Infantil no Brasil contribui para compreender o que a Base Nacional Co- mum Curricular (BNCC) representa em termos de direito &crlanga para esta etapa da educagao. Saber de onde partimos, onde estamos e aonde queremos chegar pos- sibilita tragar novos caminhos. Nos anos 1930, J4 existiam no Brasil instituigdes puiblicas de prote¢do 4 crianga, mas foi na década de 1940 que as agdes governamentais se efetivaram com um foco na filantropia, no higienismo, na puericultura, vertentes vin- culadas Gs questées de cuidado e satide as criangas. As creches eram planejadas com rotinas de triagem, lacta- rio, enfermagem e preocupagao com a higiene do am- biente fisico (OLIVEIRA, 2005). Com rela¢do ao Estado de Sao Paulo, conforme Andra- de (2010), as escolas maternais foram regularizadas em 1925 por meio de um decreto estadual, Posteriormente, em 1935, quando Mario de Andrade dirigia o Departamento de Cul- tura do municipio de $40 Paulo, foram criados os parques infantis nos bairros operdrios que atendiam criangas de dife- rentes grupos etarios em hordirio conitrario ao da escola para atividades recreativas. Nessa época, os interesses da bur guesia, dos trabalhadores e do Estado fomentaram politicas pUiblicas que regulamentaram o atendimento 4 infancia. Na década de 1950, a maioria das creches era de responsabilidade de sociedades filantrépicas e tinham ‘como objetivo suprir as necessidades advindas da pobre- za (KUHLMANN, 2001). UMA CONSTRUGAO COLABORATIVA CURRICULO PAULISTA Em 1964 foi criada a Funda¢ao Nacional de Bem-Estar do Menor (FUNABEM), tendo como proposta uma educa- ao compensatéria, que buscava a redugdo do fracasso escolar das criancas das classes desfavorecidas. © pro- jeto continuou na década de 1970, com a atua¢ao da Legido Brasileira de Assisténcia A primeira ago voltada a infancia em ambito estadual 6 promovida em 1966, Sem abandonar totalmente os prin- cipios higienistas e assistencialistas, 6 defendido no | Semi- Ndrlo sobre Creches no Estado de Sao Paulo o conceito de creche como “um servigo que oferece um potencial capaz de garantir o desenvolvimento infantil, compensan- do as deficiéncias de um meio precario proprio das fami- lias de classe trabalhadora” (HADDAD, 1990, p.109). Nesse evento, realizado pela Secretaria do Bem-Estar Social, a creche é apresentada como instituigao de aten¢ao 4 in- fancia capaz de atender aos filhos da mde trabalhadora, que tem como objetivo a promogdo da familia e a pre- vengao da marginalidade, mas quer sobretudo sensibili- zar a sociedade civil para a qualidade do atendimento ofertado as criangas. Buscando essa quallficagdo, a Se- cretaria passa a defender a necessidade de contar com profissionais especializados na Grea do desenvolvimento e educagao infantil - do Servi¢o Social, da Psicologia, da Pedagogia e de outras Greas afins - para pensar e reali- zar 0 trabalho nas creches. Contudo, influenciados pelo tecnicismo, esses profissionais, especialmente os do Servi- ¢0 Social, mantém um olhar técnico para o trabalho que prioriza as familias mais do que as criangas. Na década de 1970, com a promulga¢do da Lei n* 5,692, de 1971, uma das normativas federais define a fun¢do social da Educa¢do Infantil e reconhece sua im- portancia como etapa educacional, conforme se 16 no capitulo 6, artigo 61, da referida lei: “Os sistemas de ensi- no estimularao as empresas que tenham em seus servi- Gos maes de menores de sete anos a organizar e manter, diretamente ou em cooperagao, inclusive com o Poder Publico, educa¢gao que preceda o ensino de 1° grau”, Em 1981, com a criagao do Programa Nacional da Educagdo Pré-escolar, elaborado pelo MEC/COEPRE/ Secretarias de Educagdo e pelo Mobral, observa-se um movimento inicial para a educa¢do das infancias, em- bora esta nao estivesse ainda sendo tratada como forga constitucional, O Programa reconhecia a relevancia de a¢ées voltadas & infancia frente ao impacto que esta tem no desenvolvimento do ser humano. Em Sao Paulo, a década de 1980 foi marcada por mo- vimentos pré-creches que, influenciados pela luta das mulheres, apresentavam varias reivindicagées aos pode- tes ptiblicos. Representando uma luta por direitos so- ciais e cidadania, tais movimentos resultaram na conquis- ta da creche como um direito das criangas e da mulher trabalhadora (MERISSE, 1997). A Constituigdo Federal de 1988 ratifica G crianca de 0.a6anos 0 direito de frequentar creches e pré-escolas. Com a chegada da Lei de Diretrizes e Bases da Educa- ¢ao Nacional (Lei n* 9.394 de 20 de dezembro de 1996), a Educagao Infantil é integrada 4 Educagdo Basica. UMA CONSTRUGAO COLABORATIVA CURRICULO PAULISTA Em 2006, a LDB passa por alteragées e reduz o perio- do da Educagao Infantil para 0 a 5 anos em razGo da ampliagao do Ensino Fundamental para 9 anos, Em 2013 é regulamentada a Lei N° 12.796/2013, que inclui na LDB a obrigatoriedade da matricula de todas as criangas de 4 e 5 anos na Educagao Infantil. Nesse percurso histérico de avangos e conquistas da Educagao Infantil brasileira, em dezembro de 2017 é ho- mologada a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), atendendo 4 Constituigdo Federal/88 ¢ a LDB/96 e con- templando em seus principios as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educa¢do Infantil (DCNEI, Resolu¢Go CNE/ CEB n® 5/2009), Como desdobramento desse processo, a construgao do Curriculo Paulista para a Educa¢ado Infantil traz como pre- missas 0 bin6mio educar e cuidar, as interagdes e brincadei- tas e a garantia dos direitos de aprendizagem e desenvolvi- mento das criangas - conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se, contempladas na BNCC, No cendrio estadual, de acordo com a Pesquisa Na- cional por Amostra Domiciliar (PNAD), sGo atendidas aproximadamente 40% das criangas na creche e cerca de 93% das criangas na pré-escola, dados que apontam para a necessidade de politicas pliblicas voltadas a essa etapa da Educa¢do Basica, como forma de atendimen- to dmeta 01 do Plano Nacional de Educagdo (PNE, de 25 de junho de 2014), que versa sobre a universalizagao da 1é-escola e da ampliagdo na oferta de creche. é é-censtituido por uma popu- o iis, Tal pecificidade evidencia \ecessidade Q diversidade cultural no momento da construg¢aGo do Curriculo Paulista. Como previsto na LDB, os municipios +ém autonomia para definir as politicas puiblicas que via- bilizem a oferta e o acesso a um atendimento de qualli- dade, de forma a respeitar o contexto social, histérico e cultural em que estado inseridos. Nessa perspectiva, coube a esse curriculo assegurar prin- ios para o atendimento & crianga pequena nas creches ena pré-escola, instituigdes que devem acolhé-la e parti- Ihar com sua familia e/ou responsdveis os cuidados a que fem direito na infancia — com seu corpo e pensamento, seus afetos e sua imaginagao — e garantir as aprendiza- gens essenciais, respeitando a histéria construida no am- biente familiar e/ou na comunidade em que vive. Concepcao de Infancia e Crian¢a A Infancia nao se refere apenas a um tempo cronolé- gico, a uma etapa de desenvolvimento, mas, também, a um lugar social e simbélico construide nas diferentes culturas. Por isso, 6 preciso falar sobre infancias no plural, respeitando a diversidade das cutturas locais. Assim, (..) 88 Noves conhecimentos orlundos de diver- sas Greas do conhecimento, tém paulatinamen- te reforgado e complementado a concepgao de crianga competente, ressaltado as suas pos- sibilidades de estabelecer relagées e levantar hi- pdteses explicativas, de se comunicar, de criare manter vinculos interpessoais, construir saberes & culturas, etc. Assim, a crian¢a passou a ser consi- derada como cidadd, sujeito de direitos, pessoa com agéncia. E nesse contexto que cria as con- digdes para ouvilas. (CRUZ, 2008, p.77) Do ponto de vista do desenvolvimento, a infancia ca- racteriza-se por intensos processos cognitiva, fisico, social, UMA CONSTRUGAO COLABORATIVA CURRICULO PAULISTA 2 afetivo, cultural e linguistico. Essa fase da vida nado pode ser vista como estanque, mas sim como processo que produz marcas constitutivas da subjetividade, instituindo modos de ser, de estar e de agir no mundo As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educa¢ao |n- fantil (2009) ratificam a visdo da crian¢a compreendida como sujeito histérico e de direitos que, nas interagdes e praticas do cotidiano, vivencia e constréi sua identidade pessoal e coletiva; brinca, imagina, fantasia, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrdi sentido sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura. Nesse sentido, é irrefutavel a relevancia da Educacdo Infantil como tempo de vivéncia das infancias, como for- ma de potencializar a formagdo integral das criangas, apoiando seu processo de desenvolvimento, visto que desde o nascimento a crianga atribui significado 4 sua experiéncia, ampliando gradativamente sua curiosidade e suas inquietagdes com a mediagao das orientagées, materiais, espagos e tempos que organizam as diversas situagdes de aprendizagem. De acordo as Diretrizes Cur- riculares Nacionais Gerais da Educagdo Basica: O petiodo de vida atendido pela Educagdo In- fantil caracteriza-se por marcantes aquisigdes: marcha, a fala, o controle esfincteriano, a for- macdo da imaginacdo e da capacidade de fazer de conta e de representar usando dife- rentes linguagens. Embora nessas aquisigées a dimensdo orgdnica da crianga se faga presen- fe, suas capacidades pata discriminar cores, memorizar poemas, representar uma paisagem através de um desenho, consolar uma crianga que chora, etc. nao sao constitui¢ées universais biologicamente determinadas e esperando o momento de amadurecer, Elas sao histérica e culturalmente produzidas nas relagdes que es- tabelecem com o mundo material e social me- diadas por parceiros mais experientes. (BRASIL, 2013, p.86) Nota-se que a crian¢a de 0 a 6 anos é complexa, de- safiadora, surpreendente e exuberante. Na Educa¢gdo Infantil, varias ciéncias devem concorrer para repertoriar © professor, propiciando os conhecimentos que os habi- litem a ser para a crian¢a um eficaz mediador do seu processo formativo, que envolve aprendizagem, desen- volvimento e vida, Atualmente, a neurociéncia tem contribuido muito com as ciéncias da educagao, Segundo Houzel (2005) aproximadamente 90% das conexdées cerebrais sao esta- belecidas de zero a seis anos. Nessa fase, so formadas as bases para as capacidades fisicas, intelectuais e emocio- nais, Assim, podemos potencializar esse desenvolvimento promovendo experiéncias Iidicas e estabelecendo inte- ra¢ées sociais que impulsionem a atividade cerebral. Isso evidencia que o contexto, associado as estratégias ade- quadas a cada fase, auxilia na remodelagao do cérebro, a chamada plasticidade cerebral. Fun¢ao social da instituigdo de Educac¢do Infantil A instituigao de Educagdo Infantil, responsdvel pela primeira etapa de Educagdo Bdsica, visa a atender as especificidades da criang¢a pequena sem, contudo, ser preparacdéo para o Ensino Fundamental. Assim, contrapondo-se & ideia de preparatéria, essa etapa exige priorizar as interagses e as brincadeiras UMA CONSTRUGAO COLABORATIVA CURRICULO PAULISTA como eixos estruturantes para a organizagdo de tempos e espacos, de modo a garantir experiéncias ricas para a aprendizagem, o que nado combina com a proposigao de atividades estanques, fragmentadas. Uma instituigao de Educagao Infantil que prioriza as interagées e a brincadeira tem a prdatica de ouvir as criangas, por exemplo, sobre como podem ser dispostos 0s brinquedos no parque, como deve ser organizada a biblioteca, os espacos, a adequagdo e disposic¢do das mobilias, Assim, abre espagos e possibilidades para que as criangas participem nas diversas decisdes, inclusive no planejamento da gestao da escola e das atividades pro- postas pelo educador (BRASIL, 2017). E importante destacar que a aten¢ao ao que a crian- ¢a fala nao se encerra na linguagem verbal, mas esta deve considerar as sutilezas das formas de comunica¢ao dos bebés e das crian¢as, como afirma Loris Malaguzzi, revelado no livro As cem linguagens da crianga: *(...) A crianga tem cem maos, cem pensamentos, cem modos de pensar, de jogar e de falar (...)” (EDWARDS, et al, 1999, p.5). Deste modo, cabe ao professor ouvir nao apenas com ouvidos, mas com olhar responsivo, observando as expresses de cada crianga, acolhendo e inferindo as necessidades e interesses dela a partir do que observa. As criangas precisam ser consideradas também quanto 4 disposicao e as quantidades de mobilidrio da sala, levando em conta suas especificidades e a ne- cessidade de movimentar-se, explorar diferentes espa- 0s, criar cendrios, brincar junto com outras criangas. Em vista disso, a BNCC, como politica publica, elege como nticleo da nova Educagao Infantil as crian¢as e suas experiéncias, assegurando-lhes o direito de apren- der e se desenvolver. O didlogo da Educag¢ao Infantil com outros setores Pensar o desenvolvimento integral da crian¢a requer considerd-la nos diferentes contextos sociais, A indissocia- bilidade do cuidar e do educar demanda diversas agées das instituigdes publicas, de maneira especial, dos equi- pamentos ptiblicos da comunidade onde a escola esta inserida; e prevé uma articulagao orquestrada, na qual diferentes agentes tecem, por meio das suas atuacées, uma rede de protegao 4 Infancia, E desejavel que a agao intersetorial esteja explicitada no projeto politico pedagdgico da escola consideran- do o contexto local, uma vez que, conforme afirmado nos Parametros Nacionais de Qualidade da Educagao Infantil (PNQEI, 2006), “a protecdo integral das crian¢as extrapola as fun¢des educativas e de cuidado e deve ser articulada por meio de agées que integrem as politicas publicas intersetoriais” Papel dos profissionais da institui¢Go de Educac¢do Infantil A instituigao de Educagdo Infantil esta centrada no atendimento aos bebés e as criangas, que estado sob a responsabilidade dos adultos com os quais estabelece Vinculos estaveis e seguros, como os professores e cuida- dores, bem como daqueles com os quals interagem ao longo da rotina, como os responsdveis pela limpeza, pela alimentagGo, pela seguranga, pela secretaria, pela ges- tao da instituicao, dentre outros. Nesse sentido, é essencial que todos os profissionais co- nhe¢am as especificidades da faixa etaria atendida, a fim de compreender a importancia de suas agdes em fa- UMA CONSTRUGAO COLABORATIVA CURRICULO PAULISTA 56 vor da crian¢a, de modo azelar e contribuir efetivamente com a qualidade do atendimento prestado. Assim, tam- bém, é relevante cuidar das narrativas por meio dos quais nos dirigimos as criangas, nas diferentes situagdes do co- tidiano, compreendendo esses momentos como referén- cias de praticas sociais, que precisam ser apresentados de modo ético e empatico, cientes de que as criangas aprendem nao apenas pelo que Ihe falamos, mas que observam, replicam e reinventam o que fazemos. Por fim, € importante ressaltar que todos os profissio- nais que atuam direta ou indiretamente na Educagao infantil, assim como nas demais etapas da Educa¢ado. Bdsica, que de algum modo participam do processo aprendizagem e desenvolvimento da crianga, ou que deem suporte pedagégico, tornam-se corresponsdveis pela formagao integral da crianga, sendo assim consi- derados educadores. Papel do professor de Educa¢ao Infantil Os professores da Educagdo Infantil devem priorizar 0 protagonismo da crianga, Para tanto, precisam praticar a escuta ativa e a mediagdo do processo de aprendiza- gem e desenvolvimento, fazendo com que as agdes do cotidiano e do imaginario (faz de conta) se abram, inten- cionalmente, como um mapa de possibilidades educa- cionais, criando oportunidades, situagdes, propondo ex- periéncias que ampliem os horizontes culturais, artisticos, cientificos e tecnolégicos das criangas. Dessa forma, é preciso compreender seu papel funda- mental no desenvolvimento das criangas: sua intenciona- lidade educativa se expressa nas atividades propostas e na gestdo de ambientes que promovam as interagées e a brincadeira Para realizar plenamente o trabalho como professor de. Educagao Infantil, é imprescindivel aprender a interpretar os processos continuos e compreender as percepcées, as ideias e os pensamentos das criangas sobre as agdes dos adultos e de seus pares. Assim, os professores devem estar atentos e conscientes sobre os interesses que sur- gem no decorrer do dia, durante as brincadeiras, e saber correlacioné-los aos objetivos de aprendizagem, confe- tindo sentido pedagégico as suas proprias intervengées. Os professores devem também conhecer as bases cien- tificas do desenvolvimento da crian¢a nas diferentes fases, de bebés a crian¢as pequenas, compreendendo que as agées de educar e cuidar sao praticas indissocidveis. Também é importante garantir aos professores que con- finuem seu proceso de aperfeigoamento, de forma a ir além da formagao inicial, assegurando formagao conti- nuada em seus espacos de trabalho, a fim de potenciali- zar a reflexdo sobre as prdticas pedagégicas e construir um olhar criterioso sobre a aprendizagem e o desenvolvimento das criangas. Para tanto, os professores precisam ser pes- Quisadores das praticas pedagdgicas, compreendendo a necessidade de planejar com base no conhecimento es- pecifico sobre cada faixa etaria, garantindo os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento e organizando os tem- pos, espacos e matterlais adequados & cada proposta. Para que os objetivos sejam atingidos, os professores necessitam ser eximios observadores e fazer diferentes registros sobre o que observa. £ o que pode dar susten- tagdo as avaliagées, a reflexdo sobre a aprendizagem e, entdo, ds propostas para (reyencaminhamentos que ga- rantam aprofundamento no dominio das competéncias e habilidades previstas para a fase Por fim, é importante compreender como se da essa relag¢ao do cuidar e educar, considerada imprescindivel UMA CONSTRUGAO COLABORATIVA CURRICULO PAULISTA 8 para a construgdo dos saberes, a constituigdo do sujeito, a aprendizagem e o desenvolvimento, clentes de que o espago e 0 tempo vividos pela crianga demandam inter vengdes responsivas dos professores, que devern planejar vivéncias e ampliar as experiéncias a partir dos interesses e das necessidades das criangas. Concepe¢do de Curriculo para Educagao Infantil © Parecer CNE/CEB n? 20/2009 affirma que 0 cutriculo da Educagao Infantil 6 concebido como um conjunto de prditicas que buscar articular as experiéncias e os sabe- tes das crian¢as com os conhecimentos que fazem parte do patriménio cultural, artistico, cientifico e tecnolégico. Tais praticas sao efetivadas por meio de relagées sociais que as ctiangas desde bem pequenas estabelecem com os professores @ com as outras criangas, afetando a construcdo de suas identidades. No planejamento do curiculo devem ser levadas em conta as possibilidades de descobertas, as potencialida- des e as genialidades das criangas, mediante 0 acolhi- mento genuino de suas espectficidades e intetesses singu- lares, Isso demanda da instituigéo de Educagao Infantil a promogdio de experléncias Iidicas e significativas, que de fato permitam ds criangas compreenderem e afetarem © mundo no qual esto inseridas. Assim, faz-se necessério garantir condigdes para que a crianga usufrua do direito de aprender e se desenvolva convivendo, brincando, par- ticipando, explorando, expressando e conhecendo-se em contextos cutturalmente significatives para ela, Com isso, a creche e a pré-escola precisam se orga- nizar como espagos de acolhimento, descobertas, inte- ragées e brincadeira, com condi¢ées que favoregam o desenvolvimento pleno, num ambiente educativo de qualidade, que contribua significativamente para a construg¢do da aprendizagem de todas as criangas. Projeto Politico Pedagégico Os projetos politicos pedagdgicos revelam as concep- ges € as prdticas de cada rede e, mais especificamente, explicitam a identidade da unidade de educagao infantil que, presente em um determinado contexto social, deve atender aos anseios da comunidade onde esta inserida. Assim, como ponto de partida, a instituigdo de Educa- Go Infantil deve construir seu projeto politico pedagé- gico considerando os processos democraticos e partici- pativos, tendo como instrumentos possiveis a avaliag¢ao institucional com a participagao das criangas, da equipe da escola, das familias. Deste modo, os anseios da comunidade escolar sao acolhidos, organizados e significados por meio do curt- culo que, contextualizado, deve contemplar os diferentes tempos, espagos e a cultura local, com vistas a aprofun- dar as experiéncias que promovam a aprendizagem e o desenvolvimento das criangas. Ambientes: tempos, espacos e materiais Na instituigao de Educag¢ao Infantil, a rotina deve ser permeada por marcos que possam proporcionar a crian- a regularidade das agdes, de modo a criar seguranga, conforto e nogao de organizagao temporal. Desde o momento de acolhida até a despedida, o dia a dia do. UMA CONSTRUGAO COLABORATIVA CURRICULO PAULISTA 0 bebé, das criangas bem pequenas e das criancas pe- quenas na Instituigao de Educacao Infantil, 6 permea- do de situa¢ées relacionadas ao atendimento de suas necessidades como: alimentagao, higiene, descanso e de momentos com as propostas para o trabalho com os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento. Dentre essas situacées, todas permanentes e carregadas de in- tencionalidade, estao a contagdao de histérias, as brinca- deiras na Grea externa, os jogos simbdlicos, entre outros. Ao se garantir regularidade, as criancas vao atribuin- do significados a estes momentos, tornando-os marcos da rotina. As criangas que frequentam a escola em pe- riodo integral, por exemplo, logo que chegam exploram © soldrio ou Grea externa; ao retornar para a sala de re- feréncia, sempre encontram uma novidade trazida pe- los professores; podem, ainda, escolher entre descobrir © que ha de novidade ou explorar o espago da sala, que deve estar organizado de forma a considerar a au- tonomia, os interesses e as necessidades das crian¢as e as especificidades da faixa etdria. Apés este momento de descoberta, inicia-se a preparagao para a alimenta- Go e as criancas saber que em pequenos grupos se- rao acompanhadas ao refeitério, Nesse caso, os profes- sores precisam estar sensiveis Gqueles que demonstram necessidade primeira de se alimentarem, seja por desin- teresse nas atividades propostas, seja por mostrarem-se fatigados, com sono ou com fome. Entdo, terdo, apds a alimentagao, 0 préximo momento, o descanso e assim, sucessivamente. Até a despedida, a rotina acontece de forma regular, permeada de intencionalidade educati- va que 6 revelada na efetivacdo do planejamento de tempos e espacos dos professores. E importante destacar que a organizagdo dos tempos © espagos deve estar a favor dos bebés e das criancas, nG@o sendo necessdrio que se ajustem forg¢osamente as demandas da instituigao. Além disso, os tempos de tran- sigdo entre uma atividade e outra também devem ser planejados, de forma que os bebés e as criancas nao tenham que ficar em longo tempo de espera Também é imprescindivel ter clareza de que os cuida- dos nesta fase sao necessidades intrinsecas ao educar que trocas e banhos acontecem ao longo da rotina sempre que necessdrios, sem horas engessadas e demar- cadas, © cotidiano precisa estar explicitamente a favor das necessidades das criancas. Organizar tempos e espacos voltados as necessidades € interesses das criancas 6 fundamental para se garan- tir uma educagdo construida que considere a crianga como competente e curiosa, Essa educagdo € construt- da por meio de uma rotina que valida a participacao da crianga nas mais diversas situagées vivenciadas na esco- la, desde a acolhida até a despedida Nesse sentido, a escuta da crian¢a em suas miltiplas linguagens se faz primordial para que de fato ela se sinta parte ativa na instituigao. A disposigao de mobilias e ma- teriais pelo espago tem de ser um convite G exploragdo e descoberta, Por isso, privilegiar espa¢gos de participag¢ao nas brincadeiras e nas tomadas de decisées sao principios que regem uma educa¢ao voltada aos seus interesses. Agrupamentos - os diferentes grupos etdrios da Educa¢ao Infantil A Infancia é entendida como um processo complexo & inteiro, nao cindido em etapas etarias. Desse modo, para preservar a integralidade da infancia, optou-se por nomear esses grupos de acordo com as etapas da vida, ligados &s passagens fundamentais vividas nesses diferentes tempos. UMA CONSTRUGAO COLABORATIVA CURRICULO PAULISTA a Pensar a infaincia como um todo implica em conside- rar as singularidades do ponto de vista das experiéncias humanas de desenvolvimento e as importantes passa gens vividas pela crianga no periodo entre seu nascimen- to até 5 anos e 11 meses. © bebé, por exemplo, se diferencia das criangas bem pequenas pela sua incompletude motora, o que exige do adulto e da instituigao uma organizagao acolhedora e, ao mesmo tempo, desafiadora em relagdo a essa con- digdo. As criangas pequenas, por sua vez, diferenclam-se das criangas menores pelo salto na capacidade de re- presentacdo do mundo e projecdo das préprias agées. Para compreender essa passagem, na BNCC, optou- -se por constituir subgrupos distriouides por momentos da Infancia, marcados pela complexidade no contexto das experiéncias, O documento ressalta ainda que esses gru- pos ndo podem ser considerados de forma tigida, j4 que hd diferengas de ritmo na aprendizagem e no desenvol- vimento das criangas que precisam ser considerados na prdtica pedagdgica. A divisdo sugerida esta a seguir: CoM) meses) EW AUe oe (4 anos a 3 anos e 11 meses) 5 anos e 11 meses) Essa divisGio ndo impede que as redes optem por outra organizagao, desde que sejam garantidos todos os Direi- tos de Aprendizagem e Desenvolvimento salvaguarda- dos nos Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento, presentes nos Campos de Experiéncias, De outta forma, falar de grupos etarios também implica em falar dos agrupamentos, pols as interagées sao elxos estruturantes das praticas pedagégicas, tal como explici- tado nas DCNEI. As interagdes entre as crian¢as devem ser intencionalmente planejadas nas rotinas das instituic6es de Educagao Infantil, pois so promotoras de aprendiza- gens diversas e significativas. Portanto, deve-se alternar momentos de atividades individuais com outros, realizados em pequenos e grandes grupos, e planejar momentos de atividades entre criangas de faixas etarias diferentes, Processo de avalia¢do a partir da documenta¢do pedagdgica Os Parémetros Nacionais de Qualidade da Educa¢ao, Infantil (BRASIL, 2006) explicitam que as experiéncias vi- vidas em contextos individuais e coletivos constituem-se em importantes informagées sobre as crian¢as, seu de- senvolvimento, sua aprendizagem, seus interesses, suas forgas e necessidades e precisam ser documentadas, tefletidas e compartilhadas com os pais ou responsavels. No que se refere ao trabalho dos professores, cabe a eles utilizarem diversos registros, realizados por adultos e criangas, tais como relatérios, fotografias, filmagens, pro- dugées infantis, didrios, portfélios, murais, dentre outros. Tais registros servem como instrumento de reflexdo sobre ‘as préticas planejadas, na busca de melhores caminhos para acompanhar a aprendizagem e o desenvolvimento da crianga. Assim, a documentagao pedagdégica deve servir como termémetro para ampliar o olhar e a escuta dos professores com base no contexto da aprendizagem e nas propostas realizadas pelas criangas, historicizando suas vivéncias e experiéncias, de forma individual e cole- tiva, validando o desenvolvimento de suas competéncias e revelando memérias do seu protagonismo, O planeja- mento e a avaliagdo a partir da documentagao peda- UMA CONSTRUGAO COLABORATIVA CURRICULO PAULISTA 84 gégica demandam envolvimento e participagao ativa das criangas e dos professores. As produgées infantis, seus pensamentos, interesses, ideias, descobertas, aprendizados, criagées, experiéncias e brincadeiras nos revelam sua maneira de compreender © mundo. Nesse sentido, os professores precisam regis- trar as experiéncias das criangas (desenhos, produg¢des de textos orais ou escritos, dramatizagao, momentos da alimentagao, dos cuidados de banho e troca etc.) por meio de filmagens, fotos, portfdlios, entre outros, de modo que possam compartilhar os varios saberes com seus pa- res e com os adultos. No que se refere & avaliag¢do na Educagao Infantil, como jé foi dito, esta deve ser realizada por meio de ob- servacgées e registros, nao devendo existir praticas de ve- tificagao de aprendizagem tais como as provinhas, A Lei de Diretrizes e Bases da Educagao, na se¢ao 11, referente & Educag¢ao Infantil, artigo 31, ressalta que: “(...) a ava- liagao far-se-4 mediante o acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promogao, mesmo para 0 acesso ao Ensino Fundamental” No contexto do Curriculo Paulista, a documenta¢ao pedagégica deve ser vista como um importante instru- mento aliado & efetivacdo da Proposta Pedagégica de cada instituigdo, ressaltando que aquilo que se docu- menta e o modo como isso é feito revelam a visao dos sujeitos e as concepgées sobre a crianga e a escola de educagao infantil. Transi¢des Por vezes, a primeira transigdo da Educagdo Infantil acontece no momento em que a crianga deixa sua famt- lia e ingressa na instituigao. Para que esta transi¢Go ocorra de modo tranquilo, 6 imprescindivel que os profissionais da escola possibilitem o acolhimento no ato da matricula e viabilizem um atendimento que permita a familia e a esco- la compartilharem suas especificidades, suas expectativas e suas necessidades. Assim, uma instituigGo segura em re- lagdo & crianga favorece o proceso de acolhimento da familia, do mesmo modo que uma familia segura propor- ciona seguranga & crianga, Neste sentido, faz-se necessdrio que a familia e a esco- la se conhecgam., Para tanto, pode-se recorrer ds reunides especificas com novos pais/responsdveis e/ou entrevistas individuais. Saber gostos e comportamentos fipicos de. cada crianga pode, efetivamente, amenizar inseguran- Gas, angistias, ansiedades de ambas as instituigdes, em prol da garantia do bem-estar da crianga Apés esse processo de acolhimento, a crianga, gra- dativamente, é inserida na creche ou na pré-escola, as vezes acompanhada por um adulto de sua familia, viven- ciando hordrios que se adequem ds suas necessidades, de forma a respeitar seus ritmos e tempos, até que esteja familiarizada com o novo ambiente A crianga passa, continuamente, por processos de transigdo, que vao desde as mudangas dos espacos fi- sicos, trocas ou substituigées de professores, ou mesmo entradas e saidas de colegas do grupo, Cabe 4 institui- ao minimizar os impactos dessas mudangas a partir de propostas que ampliem as situagdes de interagao da crianga com os diversos espagos e pessoas, Nas situa¢des em que o estabelecimento de creche € separado fisicamente da pré-escola, pode-se planejar agées que aproximem as crian¢as por meio de visitas, trocas de desenhos, fotos, videos, fusdo de atividades e festividades; pode-se, ainda, viabilizar esta proximi- dade fazendo uso dos recursos tecnolégicos, como a UMA CONSTRUGAO COLABORATIVA CURRICULO PAULISTA ferramenta do google maps, hangouts, videoconferén- cias, que contam do espago e das pessoas, criangas e adultos que o ocupam. Essas mesmas estratégias, den- tre muitas outras, podem favorecer a transigao da Edu- cagao Infantil para o Ensino Fundamental, assegurando acontinuidade dos processos de aprendizagem e o de- senvolvimento da crianca, © Ultimo ano da pré-escola deve ser marcado pela parceria entre instituigdéo de Educagdo Infantil e esco- las de Ensino Fundamental a fim de que, juntas, pensem. acédes que favorecam este processo de transigao. Salva- guardando o que tém em comum, a crianga pequena tera a garantia dos direitos de aprendizagem e desenvol- vimento por ocasido de ingresso no Ensino Fundamental Nesse sentido, preservar e considerar os direitos de con- viver, brincar, interagir, explorar, participar e conhecer-se sGo agdes que podem contribuir, e muito, com a inser- ao da crianga na etapa seguinte da Educagao Basica. Rela¢do com as familias e/ou responsdveis A boa relagdo entre as familias e/ou responsdveis e as institulgdes de Educagao Infantil 6 essencial para poten- clalizar a aprendizagem e 0 desenvolvimento das crian- gas, bem como a prética do didlogo e o compartilhamen- to de responsablidades. Além disso, a instituigéio precisa conhecer e tabalhar com as culturas plurals, dialogando com a tiqueza/diversidade das familias e da comunidade. Sendo assim, a participagao da familia na escola colabora para a efetivagao da gestéo democratica participativa, e isto pressupde o seu envolvimento nas diversas situagées da instituigdo, inclusive quando da elaboragao, execu¢ao e avaliagao da Proposta Peda- gégica, Uma escuta atenta e ativa da familia a integra neste processo, fomentando uma a¢do responsiva fren- te ds demandas educativas cujo foco é enriquecer as experiéncias cotidianas das criangas. IORGANIZADOR CURRICULAR INTENCIONALIDADE DUCATIVA Direitos de Aprendizagem e Desenvolvimento e Campos de experiéncias Como jé mencionado, na Educacao Infantil, a apren- dizagem e o desenvolvimento tém como eixos estruturan- tes as interagdes e a brincadeira; esses eixos garantem os DIREITOS de conviver, brincar, participar, explorar, expres- sar e conhecer-se. Assim, para construir um Curriculo que potencialize as aprendizagens e o desenvolvimento de bebés (zero a 1 ano e 6 meses), criang¢as bem pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses) @ criancas pequenas (4 anos a 5 anos e 1] meses) é preciso voltar ds vivéncias aos conhecimentos construidos pelas criangas em seu ambiente familiar, no contexto de sua comunidade e do patriménio cultural no qual a crianga esta imersa, articulando-os em propostas pedagégicas intencional- mente planejadas. A BNCC propée uma organizagdo curricular para Educag¢ao Infantil, por meio de cinco Campos de Expe- riéncias, nos quais s40 contextualizados os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento: COLABORATIVA CONSTRUGAO UMA CURRICULO PAULISTA 88 © Eu, 0 outro e 0 nés: as propostas que envolvem este campo privilegiam as experiéncias de interagao, para que se construa e se amplie a percepeao de si, do ou- tro e do grupo, por meio das relagées que se estabe- lece com seus pares e adultos, de forma a descobrir seu modo de ser, estar ¢ agir no mundo e aprender, reconhecer e respeitar as identidades dos outros. Corpo, gestos e movimentos: As experiéncias com o corpo, gestos e movimentos devem promover a vall- dagdo da linguagem corporal dos bebés e das crian- gas ¢ potencializar suas formas de expressdo, aprimo- rando a percepgao do préprio corpo e ampliando o conhecimento de si e do mundo. Tragos, sons, cores e formas: os saberes e conhecimen- tos trazidos nesse campo potencializam a criatividade, © senso estético, o senso critico e a autoria das crian- gas ao construitem, criarem e desenharem usando di- ferentes materiais plasticos e/ou grdficos, bem como. desenvolvem a expressividade e a sensibilidade ao vi- venciarem diferentes sons, ritmos, mUsicas e demais mo- vimentos artisticos préprios da sua e de outras culturas, Escuta, fala, pensamento e imaginagéo: as expe- riéncias nesse campo responder aos interesses das criangas com relagdo a forma verbal e gréfica de comunicagdo como meios de expressdio de ideias, sentimentos e imaginagdo. Propdem a insergdo de vi véncias relacionadas aos contextos socials e culturais de letramento (conversas, escuta de histérias lidas ou contadas, manuseio de livres e outros suportes de escri- ta, produgdo de textos orais e/ou escritos com apoio, escrita espontanea etc.). * Espagos, tempos, quantidades, relagdes e transfor- magées: os saberes e conhecimentos que envolvem esse campo atendem a curiosidade dos bebés e das criangas em descobrir o sentido do mundo e das coi- sas, por meio de propostas com as quais possam tes- tar, experimentar, levantar hipéteses, estimar, contar, medir, comparar, constatar, deslocar, dentre outros. Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento A organizagdo do arranjo curricular do Cutticulo Pau- lista, que se segue, esté alinhada a BNCC e revela a pro- gressdio das aprendizagens e do desenvolvimento, me- diante o aprofundamento das experiéncias propostas para criangas de 0 a 5 anos e 11 meses. Eo Criangas Bem Pequenas _Criangas Pequenas ORE UP Re UAE ae CU eae e11 meses) meses) (€101£001) (€102€001) (€103E001) Perceber que suas, Demonstrare valorizar | Demonstrar empatia agdes tém efeitos nas | atitudes de cuidado, coo- | pelos outros, perceben- outras criangas enos | peragaoe solidariedade do que as pessoas tém adultos ao participar na interagao com criangas | diferentes sentimentos, das situagdes de intera- | e adultos. necessidades e maneiras g6es ¢ brincadeiras. de pensar e agir. (€101£002) (€102€002) (€103E002) Perceber as possibilida- | Demonstrar imagem Agir de maneira inde- dese os limites de seu | positiva de sie confianca | pendente, com confianga corpo nas interagdes e | em sua capacidade para em suas capacidades, brincadeiras das quais | enfrentardificuldades e | reconhecendo suas con- patticipa desafios, identificando | quistas e limitagdes. cada vez mais suas possi- bilidades, de modo a agir para amplié-las (€101£003) Interagir com seus pares, criangas de ultras faixas etérias ¢ com adultos ao explorar espagos, materiais, objetos e brinquedos. (€102€003) Compartilhar os espagos, materiais, objetos e brin- quedos com criangas da mesma faixa etéria, de faixas etdrias diferentes ¢ adultos, (€103£003) Ampliar as relagdes interpessoais, desen- volvendo atitudes de participagao, cooperagéo e solidariedade, em brincadeiras e em mo- mentos de interacao. (€101E004) Expressar necessida- des, desejos e emogdes por meio de gestos, balbucios, palavras, entre outros, (€102E004) Comunicar-se com os colegas e os adultos, bus- cando compreendé-los e fazendo-se compreender, ampliando suas possi- bilidades expressivas e comunicativas. (€103E004) Comunicar suas ideias, sentimentos, preferén- cias e vontades a pes- ‘soas € grupos diversos, em brincadeiras e nas atividades cotidianas por meio de diferentes linguagens. (€101£005) Reconhecer seu corpo expressar suas sen- sagdes em momentos de alimentagao, higiene, brincadeira e descanso, patticipando de modo ativo e progressive de todas as atividades cotidianas. UMA CONSTRUGAO COLABORATIVA (€102E005) Perceber que as pessoas tém caracteristicas fisicas diferentes, valorizando e respeitando essas dife- rengas. (€103E005) Demonstrar valorizagdo das caracteristicas de ‘seu corpo e respeitar as caracteristicas dos ou- tros (criangas e adultos) com os quais convive (E101E006) Interagir com seus pares, com criangas de diversas faixas etérias € com adultos, ampliando o conhecimento de si e do outro no convivio social (€102E006) Respeitar regras basicas de convivio social nas interagdes e brincadeiras, identificando e compreen- dendo seu pertencimento nos diversos grupos dos quis participa. (E103E006) Manifestar interesse respeito por diferentes culturas e modos de vida, valorizando as marcas culturais do seu ‘grupo de origem e de outros grupos. CURRICULO PAULISTA (E102E007) Resolver conflitos nas interagdes e brincadeiras, com a orientago de um adulto, por meio do didlogo, utilizando seus recursos pessoais, respeitando as outras criangas e buscan- do reciprocidade. (E103E007) Usar estratégias pauta- das no respeito mituo para lidar com contlitos nas interagdes com criangas e adultos, co- nhecendo, respeitando e utilizando regras elemen- tares de convivio social nN co (COE) (El01¢G01) Movimentar-se para expressar corporalmente emogées, necessidades desejos, manifestando suas intengdes comuni- cativas. Criangas Bem Pequenas UA RU ) (El02c601) Apropriar-se de gestos e movimentos de sua cultura no cuidado de si e nos jogos e brincadeiras Creates (4 anos a5 anos e 11 meses) (€103C601) Criar com 0 corpo formas diversificadas de expressao de sentimentos, sensagdes e ‘emogées, tanto nas situagdes do cotidiano quanto em brinca- deiras, danga, teatro, musica. (Elo1ce02) Experimentar as possi- bilidades corporais nas brincadeiras e interagoes em ambientes acolhedo- res e desafiantes. (Elozce02) Deslocar seu corpo no espa- 0, orientando-se por no- Ges como em frente, atrés, no alto, embaixo, dentro, fora etc., aperfeigoando seus recursos de deslocamento ¢ ajustando suas habilidades motoras, ao se envolver em brincadeiras e atividades de diferentes naturezas, (El03c602) Demonstrar controle ¢ ade- quagao do uso de seu corpo em brincadeiras e jogos, escuta e reconto de histérias, atividades artisticas, entre outras possibilidades (€l01¢G03) Imitar gestos e movimen- tos de outras criangas, adultos ¢ animais em interagdes e brincadeiras. (El02cG03) Explorar formas de deslo- camento no espago (pular, saltar, dangar), combinando movimentos e seguindo orientagGes. (€103¢G03) Criar movimentos, gestos, olhares e mimicas em brin- cadeiras, jogos e atividades artfsticas como danga, teatro e misica, (re)inventando jogos simbélicos e reproduzindo papéis sociais. (€l01G04) Patticipar do cuidado do seu corpo e da promogao do seu bem-estar nas atividades cotidianas. (€102CG04) Demonstrar progressiva independéncia no cuidado do seu corpo. encontrando solugdes para resolver suas necessidades pessoais e pedindo ajuda, quando necessario. (El03cG04) Adotar habitos de autocui- dado relacionados a higiene, alimentagao, conforto e aparéncia, atuando de forma progressiva e auténoma nos cuidados essenciais, de acor= do com suas necessidades, (€101¢605) Utiizar os movimentos de preensdo, encaixe ¢ langamento, ampliando suas possibilidades de manuseio e exploragao de diferentes materiais ¢ objetos. (€102¢605) Desenvolver progressi- vamente as habilidades manuais, adquirindo con- trole para desenhar, pintar, rasgar, folhear, entre outros, explorando materiais, obje- tos e brinquedos diversos. (€103¢605) Coordenar suas habilidades manuais no atendimento adequado a seus interesses e necessidades em situagdes diversas Coe EUS) Cree ae ena Dee EUR TC) Crea Cs POSER) (E101TS01) Explorar sons produzides com © préprio corpo com objetos de uso cotidiano, experimentando diferentes sons {El02TS01) Criar sons com materiais, objetos, instrumentos musicais € com o pré- prio corpo, para acompanhar diversos ritmos de misicas (E103TS01) Utilzar sons produzidos por materiais, objetos e instrumentos musicais e pelo préprio corpo duran- te brincadeiras de faz de conta, encenagées, cria~ (goes musicais, festas. (E101 TS02) Tragar marcas gré- ficas em diferentes suportes, usando instrumentos riscantes e tintas. (ElozTso2) Utilizar materiais variados com diver- sas possibilidades de manipulagao {argila, massa de modelar, Agua, areia, terra, tintas, et.), explorando cores, texturas, superficies, planos, formas e volumes ao criar objetos ‘tridimensionais. (€103Ts02) Expressar-se livremente por meio de desenho, pintura, colagem, dobra- dura e escultura, criando produgdes bidimensionais ¢ tridimensionais. (€101TS03) Explorar diferentes fontes sonoras e materiais para acompanhar brin- cadeiras cantadas, cangées, misicas UMA CONSTRUGAO COLABORATIVA (€102TS03) Utilizar diferentes fontes sonoras dis- poniveis no ambiente em brincadeiras cantadas, cangées, misicas e melo~ dias, apreciando, descobrindo sons ¢ possibilidades sonoras, explorando ¢ identificando elementos da musica (103TS03) Reconhecer as qualidades do som (intensidade, duragao, altura e timbre) utilizando-as em suas produgdes sonoras e a0 ‘ouvir misicas ¢ sons. Conhecer diferen- tes manifestagoes, artisticas de sua comunidade e de outras culturas. CURRICULO PAULISTA Demonstrar interesse, respeito ¢ valorizagao pelas diferentes manifes- tagGes artisticas de sua comunidade ¢ de outras culturas. e melodias. para se expressar, interagir com os outros e ampliar seu conhecimento de mundo. (E101 TS04) (E102TS04) (El03TS04) Analisar apresentagdes de teatro, miisica, danga, cir- co, cinema e outras mani- festagdes artisticas de sua comunidade e de outras culturas, expressando sua opinido verbalmente ou de ‘outra forma. n oreo Cue Tu Gea EEE oan meses) Creu (4 anos a5 anos e 11 meses) (E101EF01) Reconhecer quando é chamado por seu nome e reconhecer os nomes de pessoas com quem convive nas ativida- des cotidianas. (El02EFO1) Dialogar com criangas e adul- tos, expressando seus desejos, necessidades, sentimentos, preferéncias, saberes, vivéncias, dtividas e opinides, ampliando gradativamente suas possibilida- des de comunicagao e expressao. (EIO3EFO1) Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivéncias, por meio da lingua- gem oral e escrita (escrita es- onténea), de fotos, desenhos ¢ outras formas de expressao ampliando gradativamente suas possibilidades de comu- nicagdo e expressao. (E101EF02) Demonstrar interesse ao ouvir a leitura de poemas e a apresentagdo de mi- sicas (€102EF02) \dentificar e criar diferentes sons, reconhecer rimas ¢ aliteragdes em cantigas de roda e textos poéticos, (E103EF02) Inventar brincadeiras can- tadas, poemas e cangdes, criando rimas, alterages ritmos. (E101 F03) Demonstrar interesse ao ouvir historias lidas ou contadas, observando ilustragdes e os movimen- tos de leitura do adulto- -leitor (modo de segurar 0 portador e de virar as paginas) (€l02EF03) Demonstrar interesse e atengao a0 ouvir a leitura de historias @ outros textos, diferenciando escrita de ilustragdes, e acom- panhando, com orientagao do adulto-leitor, a diregao da leitura (de cima para baixo, da esquerda para a direita), (€103¢F03) Escolher e folhear livros, procurando orientar-se por temas ¢ ilustragdes e tentando identificar palavras conhe- cidas por meio de indicios fornecidos pelos textos. (EI01EF04) Reconhecer elementos das ilustragoes de hist6rias, apontando- -08, a pedido do adulto- -leitor, na interagao com 0s recursos disponiveis. (El02EF04) Formular e responder perguntas sobre fatos da hist6ria narrada, identificando cenérios, perso- nagens e principais aconteci- mentos, tais como “quem?”, “o qué?”, “quando?", “como? “onde?”, “o que acontece de- pois?” e “por qué’ (EIO3EFO4) Recontar hist6rias ouvidas e planejar coletivamente rotel- ros de videos e de encena- goes, definindo e descrevendo 0s contextos, os persona- gens, a estrutura da histéria, observando a sequéncia da narrativa. (EI01EF05) Imitar as variagbes de entonacao e gestos reali- zados pelos adultos, ao ler histérias e ao cantar. (E102EF05) Relatar experiéncias e fatos acon- tecidos, hist6rias ouvidas, filmes ou pecas teatrais assistidos etc. (E103EF05) Recontar histérias ouvidas para produgdo de reconto escrito, tendo os professores como escribas. (€101EF08) Comunicar-se com outras pessoas usando movi- mentos, gestos, balbucios, fala e outras formas de expressio (El02EF06) Criar e contar histérias oralmen- te, com base em imagens ou temas sugeridos, utilizando-se de termos préprios dos textos literarios. (E103EF06) Produzir suas préprias histé- rias orais e escritas (escrita espontanea), em situagdes com fungdo social signfi- cativa. (E101EF07) Conhecer e manipular materiais impressos audiovisuais em diferentes portadores (livro, revista, gibi, jornal, cartaz, CD, tablet etc.) (El02eF07) Manusear diferentes portadores textuais (livo, revista, gibi, jornal, cartaz, CD, tablet etc.), inclusive em suas brincadeiras, demonstrando reconhecer seus Usos sociais. (E103EFO7) Levantar hipéteses sobre géneros textuais veiculados em portadores conhecidos, recorrendo a estratégias de observacéo grafica e/ou de leitura, (E101 EF08) Participar de situagdes de escuta de textos em diferentes géneros tex- tuais (poemas, parlendas, contos, fabulas, receitas, quadrinhos, aniincios, UMA CONSTRUGAO COLABORATIVA (El02eF08) Manipular textos e participar de siluagGes de escuta para ampliar seu contato com diferentes géne- ros textuais (parlendas, histérias de aventura, tiinhas, cartazes de sala, cardapios, bilhetes, noticias (EIO3EFO8) Selecionar livros e textos de géneros conhecidos para a leitura de um adulto e/ou para sua propria letura (partindo de seu repertorio sobre esses textos, como a recuperagao Conhecer e manipular diferentes instrumentos e suportes de escrita, CURRICULO PAULISTA Manusear diferentes instrumen= tos e suportes de escrita para desenhar, tragar letras e outros sinais gréficos escrevendo mesmo que de forma nao con- vencional etc) ete.), ampliando suas experién- | pela meméria, pela leitura das cias coma lingua escrita ilustragdes etc.) (EIO1EFO9) (El02EFO9) (EIO3EFO9) Levantar hipéteses em relacao linguagem escrita, reali- zando registros de palavras e textos, por meio de escrita espontanea. u Bebés CCE (E101ET01) Explorar ¢ descobrir as propriedades de objetos e materiais (odor, cor, sabor, temperatura), por meio da brincadeira, tes eran (102ET01) Explorar e descrever seme- ihangas e diferengas entre as caracteristicas € propriedades dos objetos (textura, massa, tamanho), expressando sen- sages e descobertas ao longo do processo de observagao (E103ET01) Estabelecer relagdes de com- paragao entre objetos, obser- vando suas propriedades e registrando dados relativos a tamanhos, pesos, volumes e temperaturas, (El01€T02) Explorar relagdes de causa e efeito (transbor- dar, tingir, misturar, mo- ver e remover etc.) na interagao com 0 mundo fisico (ElozeT02) Observar, relatar e descrever incidentes do cotidiano e fe- némenos naturais (luz solar, vento, chuva ete.), levantando hipdteses sobre tais aconteci- mentos e fendmenos. (El03ET02) Observar e descrever mudan- gas em diferentes materiais, re- sultantes de agdes sobre eles, em_ experiments envolvendo fendmenos naturais eartificiais. (E101€T03) Explorar 0 ambiente pela agdo e observacio, manipulando, experi- mentando e fazendo descobertas durante as situagdes de interagdes brincadeiras (El02ET03) Compartihar, com outras criangas, situagdes de cui- dado de plantas e animais, participando de pesquisas ¢ experiéncias, nos espacos da instituigao e fora dela. (E103ET03) \dentificar e selecionar fontes de informagdes, para respon- der a questées sobre a natu- reza, seus fendmenos, sua conservacao, utiizando, com ‘ou sem ajuda dos professores, diferentes instrumentos para coleta. (E101ET04) Manipular, experimen- tar, arrumar e explorar 0 espaco mediante expe- riéncias de deslocamen- tos de si e dos objetos durante as atividades cotidianas. (El02ET04) Identificar e explorar relagdes espaciais (dentro e fora, em cima, embaixo, acima, abaixo, entre @ do lado), ampliando seu vocabulério. (E103ET04) Registrar observaces, mani- pulagdes e medidas, usando miiltiplas linguagens (desenho, registro por ntimeros ou escrita espontinea), em diferentes su- portes. UMA CONSTRUGAO COLABORATIVA CURRICULO PAULISTA B (EI01ETO5) Manipular materiais di- versos e variados para comparar as diferencas e semelhangas entre eles durante as intera- goes e a brincadeira (E102€T05) Classificar objetos, conside- rando determinado atributo (tamanho, peso, cor, forma etc.) expressando-se por meio de vocabulario adequa- do. (El03ET05) Classificar objetos e figuras de acorda com suas semelhangas e diferengas, identiicando suas formas e caracteristicas, em si- tuagdes de brincadeira, obser- vagao e exploragao (EI01ET06) Vivenciar diferentes ritmos, velocidades fluxos nas interagées & brincadeiras (em dan- as, balangos, escorre- gadores etc.) (E102ET06) Identificar relagdes temporais e utilizar conceites basics de tempo (agora, antes, durante, depois, ontem, hoje, amanha, lento, répido, depressa, deva- gar), ampliando 0 vocabulario adequado ao conceito em uso. (El03ET06) Relatar fatos importantes sobre seu nascimento e desenvole vimento, a histéria dos seus familiares e da sua comunida- de, observando a cronologia, 0 local e quem participou desses acontecimentos. (El02ET07) Contar oraimente objetos, pes- s0as, livros ete., em contextos diversos. (E103ET07) Relacionar ntimeros as suas respectivas quantidades identificar o antes, 0 depois ¢ 0 entre em uma sequéncia, util- zando a linguagem matematica para construir relagGes, reali- zar descobertas e enriquecer a comunicagao em situagdes de brincadeiras e interagdes. (€1026T08) Registrar com ntimeros a quantidade de criangas (me- ninas e meninos, presentes e ausentes) e a quantidade de objetos da mesma natureza (bonecas, bolas, livros ete.) (E103ET08) Expressar medidas (peso, altu- ra etc,), construindo graficos e tabelas bésicos, utilizando uni- dades de medidas convencio- nais ou no convencionais

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