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Hades Apenas Um CEO - Gamora Black
Hades Apenas Um CEO - Gamora Black
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de bons amigos.
Pelo contrário, me sinto sacaneada quando
uma garrafa de cerveja ou copo de bebida está por
perto.
—Viviana, porque não fica mais um pouco?
— Eu realmente preciso ir.
— Tem que ir ou quer ir?
— Os dois.
Enquanto procuro as minhas roupas pelo
chão do quarto, vejo algumas camisinhas
espalhadas pelo chão, fico tão estressada com isso
que mal consigo raciocinar direito, mal consigo
olhar na cara do sujeito.
Mas que situação!
Logo que consigo achar minha calcinha,
sinto um abraço intenso por trás, levo alguns
segundos até me recuperar, só que não consigo sair
do circulo dos braços dele.
— Vamos aproveitar esses dias, sem
compromisso, ambos estamos na cidade de férias, o
que tem de mal se passarmos alguns momentos
juntos?
— Melhor não... Hades.
—Viviana, nós estamos casados!
— Casados?—empalideço.
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—Viviana?
— Sim.
— Você tem certeza de que não quer dizer
nada?
— Tenho.
Ponto.
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—Viviana!
Dou um pulo, escuto o som dos passos
apressados de Hades, ao mesmo tempo que aperto o
botão do elevador depressa, começo a entrar em
pânico conforme ele se aproxima, fico dura.
— Desculpe — ele fala apressado. —
Podemos voltar para o quarto e conversar? Perdi a
paciência.
— Eu quero ir embora. — digo nervosa.
Não quero acreditar que ele está usando
apenas um calção de dormir e eu um roupão num
corredor de hotel como se isso fosse normal, não é
normal!
— Eu não fiz por querer —replica. — Por
favor, vamos voltar para o quarto e resolver isso.
— Você quebrou um vaso.
— Eu pago por ele, o que tem isso? É só um
vaso!
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Hades.
— Do que está falando Hades? Nós dois
mal nos conhecemos, tudo isso não passou de um
equivoco.
— Não vejo as coisas dessa forma — ele
retruca. — Eu gosto da ideia de estarmos juntos.
— Mesmo que sejamos estranhos?
Isso é tão louco quanto à ideia de estarmos
casados.
— Não somos estranhos — ele argumenta.
— Eu acho que tudo tem um começo e este foi o
nosso começo, está sendo.
—Essa ideia é muito absurda—retruco
chocada.— Você está querendo me dizer que acha
que devemos ficar juntos só porque enchemos a
cara ontem e transamos? Está se ouvindo?
— Como nunca. — ele desvia o olhar.
Às vezes tenho a impressão que ele fica
olhando para a minha boca, para os meus
movimentos ou coisa assim, ainda absolutamente
convencida de que isso é uma loucura coloco a
minha mala sob o sofá, começo a procurar algo
para vestir.
—Viviana— ele chama.— Por favor, eu
não quis ser rude, podemos resolver isso?
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— É!
Cruzo os braços.
— Estar casada e trair o marido também é
errado Viviana, ser bígama também é errado!
Me irrito, Hades se inclina de um jeito
intimidador, vou indo para trás toda trêmula.
— Eu vou acionar o serviço de quarto, você
vem comigo para cama, amanhã decidimos o que
faremos ok?
— Não quero você pegando nos meus seios.
— rebato de imediato.
— Não se preocupe, eu não vou tocar nos
seus queridos seios.
No tom de ameaça ele se afasta.
Respiro fundo e caio sentada no sofá.
Droga parece que não tenho outra saída se
não sentar e esperar para resolver isso com Hades.
— E não demore. — ele berra indo para o
quarto.
Idiota.
Pego uma muda de roupa e uma calcinha,
começo a voltar para o quarto sem saber bem
porque agora que tenho as minhas coisas, não vou
embora, contudo me lembro que por um termo
estou presa a esse homem.
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Desperto.
Parece que meu corpo todo pede um pouco
mais da cama, aqui é muito confortável e muito
bom, travesseiros fofinhos, uma cama que me faz
sentir como se flutuasse, grande e espaçosa, há
tanto tempo não me permito dormir até tarde.
Acordo muito cedo todos os dias para
trabalhar, fico me perguntando como o Carl às
vezes arruma tempo para malhar, sorrio, o meu
marido é mais vaidoso nesse sentido...
Meu marido? Não!
Ele não é mais meu marido, ele é meu ex-
marido.
Me sinto situada no momento exato que
percebo que estou abraçando um mural de recados
ou seriam um caderno de desenhos? Porém, não me
vem à vontade de me mover se quer um centímetro,
porque mesmo esse estranho sendo um grosso e um
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—Cansada?
—Mesmo que não estivesse com uma cama
dessas, “COMO” me sentiria mal?
Com uma vista dessas, com esse quarto
espetacular, com tantas coisas perfeitas nesse hotel,
como poderia me sentir cansada?
Bem aqui, ao meu lado tem uma sacada
aberta com uma vista expendida para o mar da
Flórida, o vento sopra e sopra e faz bastante calor lá
fora, tiro os sapatos jogando-os para longe, me
esparramo na cama, Hades deixa as malas no canto
do quarto e depois se aproxima.
Ele se senta na cama ao meu lado e fica me
olhando em silêncio, pisco em silêncio, ele se
inclina e me dá outro selinho leve, toca meus
cabelos, minha face, fico parada sem saber
exatamente se devo ou não afastar ele.
Devo porque é o certo, não devo porque é
complicado pensar nas razões de não dever.
Acho que vou deixar as coisas rolarem, não
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—Sei.
—Juro que já tentei ter vários
relacionamentos sérios, mas não consigo, ninguém
me quer.
—Ah, mas que coitadinho meu Deus.
Dou duas batidinhas em seu ombro, Hades
sorri muito manso e isso contradiz tudo o que ele
representa para mim desde que eu o conheci, o lado
que ele me mostrou ontem quando teve aquela crise
de raiva.
—Sério—ele repete.— , mas agora falando
bem sério, eu acho que é porque eu só me envolvo
com quem não presta.
—Ah, e você presta?
—Presto até demais.
Ele sorri, toca a minha bochecha e fico
rindo atoa da afirmação, para mim ele continua
com cara de quem não vale nada, não presta, não
tem um pingo de futuro.
Hades se inclina e me beija, agora, com
vontade, abro a boca e me permito beijar ele
também, o beijo é tão intenso que acabo
esquecendo o que tinha que dizer quando ele deixa
meus lábios.
—Vem para o banho comigo?—convida
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nada.
Eu não quis assinar na presença do Carl, foi
melhor daquela forma, não vi mais Trisha, uma
semana depois eu fui demitida com a prerrogativa
de corte de funcionários, então decidi viajar para
tentar me encontrar.
Acabei encontrando Hades, mais um
problema que tenho que resolver.
—Bebê!
Depois do grito dou um pulo, coloco a mão
no peito, sinto vontade de esmurrar alguma coisa.
—Porra Hades, não faz isso.— grito
devolta.
— Você está a mais de uma hora ai querida
—ele berra do lado de fora do banheiro.—Eu
também preciso tomar banho.
—Ok—digo e me enxáguo, desligo o
chuveiro.
Mal me dei conta de que estava aqui por
todo esse tempo.
Visto o roupão que está em cima da pedra
do lavatório, vou até a porta e a abro, Hades está só
de cueca, os cabelos bagunçados e com cara de
quem dormiu bastante.
—Que demora!—exclama impaciente.—O
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que houve?
—Perdi a noção de tempo—replico nervosa.
—Desculpe.
—Sei—pragueja e vai para o rumo do vaso.
—Você demorou demais, acabei dormindo sozinho.
—Peço desculpas Hades.—falo e caminho
até a pedra do lavatório.
Abro as portas dos armários, tem secador,
escovas, esses hotéis tem de tudo, até desodorante!
Nada que lembre os hotéis onde já estive,
eram bem menos luxuosos.
—Escuta—Hades chama.—Você tem uma
roupa mais adequada para um jantar menos formal?
—Algo que lembre um jantar de negócios
ou um jantar entre amigos?
—Amigos—Hades fica parado ao meu lado.
—São pessoas que já estão familiarizadas comigo e
alguns outros chefes de setor de umas filiais.
—Eu trouxe jeans, blusas de alcinhas, tênis.
—Ótimo—ele se inclina e me beija de leve.
—Pode se vestir como se sentir bem bebê.
— Humm...—digo e decido esclarecer
algumas coisas—Escuta, eu preciso te contar
algumas coisas.
—Pode ser depois do jantar?—Hades
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questiona.
—Bem, pode—fico sem jeito.— , mas é que
queria ver o nosso certificado de casamento...
—Viviana não insista nesse assunto agora,
por favor—pede.
—Hades você me deu isso—mostro a
aliança no meu dedo.—E olha, está desbotando, só
usei sabonete, que tipo de marido você é? Também
não usa aliança, esse casamento é mesmo de
verdade?
Ele respira fundo, se afasta com cara de
poucos amigos, estendo a mão e seguro seu pulso.
— Volta aqui, eu ainda estou falando com
você!
—Queria pensar com calma nisso tudo
Viviana, chapamos e nos casamos, acredite em
mim, o certificado foi enviado para o meu
advogado, ele vai verificar se é possível a anulação
como você pediu, não é isso o que quer?
Fico surpresa, deslizo a mão até a dele,
puxo ele para perto, Hades é... Bem, não sei o que
ele é para mim ainda, mas é muito melhor estar
com ele e tentar me distrair do que pensar na minha
dor.
—Seria legal se me desse uma aliança
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mim querida.
Começo a rir, ele se inclina e beija meus
lábios num selinho rápido.
—Então, vamos? Já estão me esperando lá
embaixo.
—Sim.
Acho que será legal poder jantar com
pessoas diferentes, descontrair, na verdade qualquer
coisa é melhor do que ficar lembrando de tudo o
que me cerca desde o mês passado. Saímos do
quarto de mãos dadas, o COMO Metropolitan
Miami Beach tem uma diária bem salgada, eu sei
por que é um hotel relativamente de luxo, mas é
legal saber que nas minhas férias me permiti
conhecer Miami, seja quaisquer os motivos.
Entramos no elevador e Hades ergue a
minha mão, depois ele retira do bolso algo pequeno
que reluz, logo, ele pega meu dedo médio e ergue
depois coloca o anel de pedra cor de rosa enorme
nele, fico paralisada olhando para a pedra imensa.
—Não perca—aconselha.— É um estrela
cor de rosa, não tem seguro.
—Tá.
Quase não consigo falar, acho que é
emprestado, olho a joia de perto, tem um formato
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Zack e Ellie.
A dupla dinâmica da C&C
Empreendimentos.
Eu acho que nem se eu imaginasse essa
cena em um filme ela pareceria tão bizarra, eu
numa mesa com os meus dois antigos chefes, Ellie
está um cargo acima de Zack e Zack me demitiu
dias atrás.
A cara de espanto que Zack faz é
impagável, Hades puxa a cadeira para que eu me
sente, fico bem de frente para os meus ex-patrões,
ele se senta ao meu lado, não sei como agir, não
tenho a mínima ideia do porque eles estão aqui.
—Boa noite—Hades diz a todos. —
Perdoem o atraso, a minha noiva estava enrolando,
coisas de mulher.
Hades me olha muito calmo, um sorriso
bonito nos lábios que faria qualquer uma suspirar,
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—Gostou do jantar?
—Muito, eu adorei poder conhecer a Lunna
ela é super motivadora.
Hades tira a jaqueta, me sento na cama e
tiro o tênis, eu o olho, não sei dizer nem como
agradecer pela oportunidade, ainda mal acredito
que ele é um dos donos da C&C Empreendimentos,
ele se aproxima e se senta ao meu lado no colchão.
—Não acha que deveria ter me dito?
—Fiquei tão surpreso quanto você bebê.
—Sobre eu ser exfuncionária da C&C?
—E sobre o fato da Ellie ter te demitido
sem motivo.
Ele tira o coturno depois à camisa, desvio o
olhar para as minhas mãos, tem um anel enorme no
meu dedo médio, é lindo, tive uma noite com um
jantar incrível e recuperei meu emprego, não
conseguiria me sentir mais grata.
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—Sim.
Tudo o que posso fazer é concordar.
Ele não me dá alternativas.
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por dentro.
Seja como for, eu sei que não vai passar.
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—Isso é seu.
Depois que fala, ele enfia o anel no meu
dedo, não respondo, não tem importância à beleza
dessa joia, nem essa viagem, eu só quero que tudo
isso acabe para que eu encontre algum lugar onde
eu possa refugiar a minha dor, algum lugar seguro e
bem longe dos julgamentos dos outros.
Dos olhos de Hades.
Porque me sinto envergonhada pela forma
como agi, pelo jeito como tudo aconteceu esta
manhã, ainda que tenha sentido um firme apoio da
parte dele sei que esse rapaz não merece ficar me
carregando como um peso inútil para todos os
lugares que for.
Eu tive que tomar um banho frio para
pensar depois da minha briga com ele e da sessão
de choro, Hades me deixou sair do círculo de seus
braços quando parei, me levantei e fui para o
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vezes.
Ele sorri, me puxa e me abraça, me seguro
nele rindo, não sei porque tão feliz com isso, posso
imaginar que para ele seja difícil apresentar alguma
namorada, o pai dele é surdo, é complicado se
comunicar.
—Só não vou te beijar agora porque se eu
começar eu não paro—Hades avisa e volta a subir a
escada—Mais tarde eu te beijo.
—Tá.
Eu o sigo, coloquei uma calça jeans e uma
blusa de estampas de alcinha, o mesmo tênis de
ontem, prendi meus cabelos num coque bem feito,
não passei maquiagem, estava bem indisposta,
Hades está de jeans e camisa de mangas, sapatos,
também bem informal.
Bem, não estou tão ansiosa, o desânimo me
pegou de jeito essa manhã, mas conforme vamos
entrando na casa dos pais dele confesso que meu
coração vai dando aquela disparada básica.
Olho envolta surpresa por ser uma casa com
blindex por todos os lados tornando-a uma casa
toda aberta, arejada, como aquelas casas que eu só
vejo nos programas de tv, o lugar é imenso e todo
bem distribuído, tão logo entramos na sala, vejo
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—Este é o quarto do H.
Pelo visto, não é só a Afrodite e o Zeus que
se tratam por apelidos, o Hades também, mas
pobres crianças ricas, tem tudo menos nomes
normais.
Olho envolta, Affie indica a cama e uma
coleção enorme de livros numa instante embutida
na parede, uma tv na parede oposta da cama e toda
a parede lateral de blidex dando uma vista
esplendorosa para um lote vago e uma mata
incrível, ela não para de falar desde que subimos
para o andar de cima.
Já me mostrou o quarto de Z, o dos pais
dela, o dela—muito cor de rosa—e agora o de
Hades, que mais parece um quarto de um
adolescente de 18 anos com tantos livros de ficção
e bonecos do Batman e do homem aranha lado a
lado.
Toco a prateleira com todos esses livros,
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26.
Vinte e seis.
XXVI.
Vinte e seis.
—Não precisa ficar assustada, o H é bem
maduro para a idade dele, ele não te disse a idade
dele?
—Disse—falo num fio de voz.
—Ah, beleza, acho que muitas se sentem
intimidadas também com a fortuna dos meus pais,
ele expandiu a empresa quando ainda tinha uns 19
anos, é um cara inteligente sabe? Qualquer mulher
que for recebida por essa família tem muita sorte.
Eu a fito, ela está sorrindo como se fosse
muito normal me falar tudo isso, claro que gosto de
saber mais sobre o Hades, mas não esperava por
tudo isso de uma vez, ele mentiu para mim sobre a
idade dele!
—Tem também o fato dele ser surdo e tal...
—Espera —engulo. —O seu pai não é o
surdo?
—E mudo, o H só tem 15 por cento da
audição, ele é surdo de nascença, ele não te disse?
—É bem...
—Faz sentido ele namorar alguém como
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enquanto gesticula.
Suspiro.
—Hei, para de tristeza, sou mais novo, mas
não sou tolo, sou surdo mas não inútil, posso não
ser o seu ex-marido, mas eu tenho sim muitos
princípios Viviana.
—Não é questão disso, me sinto sufocada
quando lembro do Carl.
—Deixa ele de lado.
—É tão fácil falar não é mesmo?
—e ofereço mais Viviana, pode ter certeza,
ele não te merece.
—E você me merece?
—Se você ao menos me deixasse mostrar o
quanto a mereço.
Estendo a mão e toco sua face, ele me beija
e por alguns momentos me sinto de novo nas
nuvens, bem longe do chão, a sensação de leveza
me tomando todo o corpo.
—Você é tão linda, merece carinho e
cuidado, ser tratada como uma mulher precisa ser
tratada, eu farei isso, está bem?
—Eu preciso voltar para Virgínia Hades,
cuidar das minhas coisas.
—Não tem problema, daremos um jeito
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nisso, ok?
—Às vezes eu juro que te imagino como
um daqueles vilões dos livros de mafioso com essas
tatuagens, mas por dentro é um ursinho carinhoso.
—Sou?
—É.
Ele me rouba mais um beijo, me inclino e
ele me puxa para cima dele, rio surpresa.
A luz do teto ascende e apaga uma vez.
—Vamos jantar—ele avisa e saio de cima
dele.—Vem.
—Tá.
Saio da cama arrumando as minhas roupas,
ele passa o braço envolta da minha cintura e eu da
dele.
—Estou feliz que saiba a língua de sinais.
—Estou feliz que agora eu sei um pouco
mais sobre você, além do fato de que fuma
maconha e pega umas vovós por ai.
—Engraçadinha né?
Para descontrair.
Acho que não é a hora de brigar, não mais,
melhor tentar resolver da melhor forma.
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mim.
—O que quer no seu capeletti?—pergunta
baixinho.
—Nunca comi capeletti na vida—revelo
constrangida.—Com o que você come?
—Queijo e pimenta—Affie responde.—
Você não sabe do que ele gosta?
Isso é algum tipo de teste?
—Pai, eu vou embora.—Hades gesticula
irritado.
Nossa.
“Key querida, conversamos sobre isso”—o
pai dele gesticula muito rápido. —“ Você tem que
parar de assustar as namoradas do H, deixar o
garoto escolher quem ele quer”.
“Mas eu não disse nada”— ela se defende.
“Você e a Affie assustam qualquer uma”—
Zeus explica.
Kellen arregala os olhos de uma forma
fulminante para o filho mais velho, ele ri como se
não desse a mínima, pego a concha e Affie fica me
encarando com cara de quem comeu e não gostou,
o silêncio prevalece na sala de jantar, mas nunca
vi pessoas tão “falantes” por assim dizer.
“Não tenho nada contra você”—Affie diz
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biquíni?
—Não.
—Acho que algum dos meus te servem,
podemos jogar sinuca, baralho, vou ligar para a
vovó, ela adora jogos de azar.
Enquanto fala, Affie vai indo para o rumo
da cozinha, olho para a família reunida na cozinha
e confesso que não pensei que veria algo assim tão
bonito, meus pais são casados a quase 40 anos, eles
também lavam louça juntos, só que as vezes sinto
que papai é meio machista em alguns sentidos, ele
não gosta que a mamãe interaja com outras pessoas,
na cabeça dele ela nasceu para limpar a casa e
cuidar dos filhos, mamãe sempre foi do lar desde
que me lembro.
É quase um milagre que ela saiba ler, ela e o
papai se casaram muito jovens, ele é policial
aposentado, então às vezes falar com ele é algo
complicado, ainda que eu perceba nele um homem
íntegro e bondoso, acho que ele só não sabe se
expressar direito, não comigo, já quando a Trish
nasceu ele mudou bastante.
—Você vai gostar da minha avó—Hades
diz me trazendo para realidade. — Ela tem 89 anos,
mas tem um espírito bem mais jovem que nós dois
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juntos.
—Meus avós nos visitam no natal, seus
avós moram aqui perto?
—Sim, mamãe acha mais seguro, os pais do
meu pai moram em Denver com alguns tios, eles já
são menos sociáveis.
—Você não me disse que tinha irmãos.
—Isso é porque nem eu sabia até algum
tempo atrás.
—Tem muitas coisas sobre você que eu
preciso saber.
—Ah, mas que coisa mais bonita, e você
não fala nada sobre si mesma para mim?
—você já deve ter a minha ficha da empresa
com todos os meus dados.
—Confesso que nunca pensei que você
fosse brigadista.
Começo a rir, Hades me beija e toca a
minha face, de novo vou me sentindo quente.
—Vão para o quarto—escuto o berro de Z.
—O que ele disse?—Hades pergunta
olhando para os meus lábios.
—Para irmos para o quarto. — coro.
—Essa é uma boa ideia—Hades fala e me
fita.
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—Hades não...
Antes que eu complete a frase ele me ergue
no colo e me carrega pela sala, me seguro em seu
pescoço cobrindo as faces com a outra mão,
morrendo de vergonha, posso escutar as risadas dos
irmãos dele de longe, Hades vai se afastando e eu
vou desejando ser engolida por um buraco negro.
—Eu prometo que não vou fazer merda
dessa vez—ele diz enquanto me carrega pelo
corredor que dá para os quartos.— E você tem que
me prometer que não vai ficar falando asneiras.
—Eu prometo.
Hades entra em seu quarto e me coloca no
chão, ele fecha a porta na chave e me abraça por
trás, olho através dos vidros deste quarto à noite La
fora está linda, a lua, aqui tem uma vista e tanto.
—Podemos continuar a conversar sobre
você?— ele pergunta e coloca um beijo quente no
meu pescoço.
—Não há muito o que falar sobre mim
Hades, mas confesso que você tem uma bagagem
bem extensa.
—Por...
—Seus namoros, sua família, você é
importante e rico, não pensei que nessa proporção.
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uma menina.
—Não faz mais isso. — Hades pede
chateado.
—Ai tá—ela arregala os olhos.—Imagina se
fosse a mamãe.
Depois que fala, Affie sai do quarto, ela já
usa o biquíni, não pensei que veria uma garota tão
branca quanto agora, Hades se levanta e vai até a
porta trancar na chave, minhas bochechas
queimam.
Fico olhando para o dia lá fora enquanto me
aproximo do vidro transparente, não lembro do
momento em que ele baixou as persianas, a vista
aqui é de tirar o fôlego.
—Desculpe a minha irmã — Hades fala
baixinho e me abraça por trás.—Bom dia.
Me viro para ele, é tão incrível acordar de
manhã e saber que alguém está bem aqui ao meu
lado, alguém que me faz esquecer tudo o que venho
passando nas últimas semanas.
—Bom dia—digo.
Enlaço ele pelo pescoço e o beijo, as mãos
dele descem até a minha bunda e ele a aperta.
—Vamos para cama...
—Sua mãe nos espera—digo e me afasto
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disseram isso?
Já, mas foi há tanto tempo atrás que nem
compensa lembrar.
—Obrigada—respondo.— Acho que
preciso de um banho.
—Eu também preciso de um banho.—
Hades me puxa.
Antes que me erga ele me pega no colo,
estou gritando e rindo, algo que não fazia há muito
tempo, tão feliz e repleta que nem me importo com
o que quer que seja.
Acho que é isso, devemos viver o momento.
Ponto.
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E como nadam.
Glenda insistiu em me ensinar exercícios
embaixo da água enquanto eu fiquei vendo o Hades
nadar ao lado do pai e do avô. Tive que me
conformar em não me aproximar da senhora
Collins, ela não deu brecha para que eu me
aproximasse para tentar ajudar ela, ao invés disso,
ela ficava dando ordens para Z e Affie a todo
momento.
Na hora do almoço ela quem recolheu todos
os pratos e quando pensei em me oferecer para
lavar, ela disse um curto “Affie, você fica com os
pratos hoje”, o resto da tarde na piscina com a
família foi boa, exceto pelo fato da mãe dele ficar a
todo momento me evitando, cheguei a conclusão
que ela definitivamente não gosta de mim depois
do que me disse sobre eu não magoar o Hades.
Foi como se jogassem um balde de água
gelada em mim.
Estava empolgada e me sentia acolhida,
agora só consigo ficar incomodada em pensar que
estou hospedada na casa de alguém que não me
quer aqui.
—Você está caladinha desde a hora do
almoço, o que foi bebê?
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talvez o merecesse?
Poderia merecer ele? Deveria me sentir bem
com tudo isso mesmo sabendo que é a curto prazo?
Ele me carrega para o banheiro e entra no
box, me coloca no chão e nossas bocas não se
largam ele liga o chuveiro e somos atingidos em
cheio por um jato de água fria, arfo e ele sorri todo
zombeteiro.
—Hades!
—Já esquenta.
Dizendo isso ele me beija, a boca quente e
úmida, a língua cativa em busca de mais, ergo as
mãos e toco sua nuca, seus ombros, uma
necessidade mais densa dentro de mim que grita
por um toque, um beijo dele.
Ele puxa a parte de cima do biquíni e ergo
os braços deixando que ele a tire do meu corpo, a
boca dele traça beijos quentes por meu pescoço,
meu colo e as mãos vão puxando a peça de baixo
conforme sua boca vai descendo mais e mais.
Os lábios tomam o meu seio esquerdo
tocando a pontinha do meu mamilo com vagareza,
me seguro em seus ombros e aperto os olhos tão
sensível que não sei descrever, a mão dele se enfia
no meio das minhas coxas e suavemente toca a
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—O quanto quer?—questiona.
—Tudo!—gaguejo arfante.—Por favor
papi!
—Tudo o que?—e mete mais uma vez.
Mais uma e não aguento.
—Todo o pau Hades!—berro irritada.—
Mete logo essa porra caralho, mete esse pau grande
e grosso com força caralho!
Ele puxa os meus cabelos com um sorriso
sádico nos lábios, e enfim mete segurando meus
quadris, fico em pé e ele me beija nesse momento,
estendo as mãos alcançando a bunda dele e a aperto
pedindo mais, querendo mais.
A boca dele devora a minha com vontade,
ele sai e me vira de frente, me coloca em cima da
pedra do lavatório e abro as pernas descontrolada,
ele me penetra e começo a gozar assim, os olhos
dele estão em mim, nele enquanto vai metendo com
rapidez dentro de mim.
Ele aperta meu pescoço e seus lábios se
entre abrem enquanto ele vai gozando também, o
orgasmo faz com que eu me trema toda dos pés a
cabeça, com que sinta uma fraqueza involuntária na
virilha, ele segura as minhas pernas e me puxa
afastando os meus cabelos para trás, aperta meu
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“Besteira”
E faz uma careta.
Me aproximo e pego a alça da mala, ele a
solta e me olha surpreso, sinto vontade de chorar.
—Fala para ele que eu adorei os dias aqui,
vocês são pessoas maravilhosas—falo enquanto
gesticulo.—Muito obrigada por me receberem.
“Foi a Kellen não foi?”
—Não—nego.— Não foi ela...
“Foi sim”
Ele fecha a cara, depois pega a mala pelo
puxador e se afasta.
“Suba, eu resolvo com ela, o H ficaria
arrasado se você fosse embora, conheço o meu
filho”
“Não me sinto confortável senhor Collins”
“Não liga para a minha mulher, ela é mal
amada, depois que entrou na menopausa só sabe
reclamar e reclamar, ás vezes da vontade de
devolver ela para o Owen e para a Glenda, mas
acho que nem eles aceitariam a devolução”
Sorrio, estou chorando, não queria isso, mas
é tão complicado pensar em tudo de um jeito mais
amplo.
“O H gosta de você e isso é o que importa,
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—É.
Consigo entender, com uma mãe super
protetora e um pai daqueles, é totalmente
compreensível que ele queira estar aqui.
—Prometi para os meus pais que se um dia
eu casasse, construiria uma casa aqui, parecia uma
boa ideia, mas não pensei que me casaria com
alguém que mora na Virgínia.
—Hades...
—Desiste dessa ideia de que temos que nos
separar, você não percebe que o que temos é algo
legal?
—Eu sei que é.
—Então Viviana? Você é livre e
desimpedida eu também, porque não podemos
tentar?
—Eu não tenho 20 anos, não posso ter
filhos, eu acabei de me divorciar e de sair de um
relacionamento de muito tempo, não sei se poderia
ficar aqui com você com essa bagagem que carrego
nas costas.
Ele me olha tão machucado.
—Está dizendo que é velha demais para
mim e que acha que eu não seria um homem
completo para você?
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—Alô?
—Oi mãe!
—Viviana!
Meu nome vem acompanhado de uma voz
cheia de alívio, acho que ela sabe para onde eu fui,
papai ainda é aquele cara que fica investigando
tudo quando se trata de mim e da Trisha, ele tem
uns contatos com pessoas da área de segurança.
É uma pena que não tenha sido bom o
suficiente para poder descobrir primeiro que eu
sobre a Trisha e o Carl.
—Graças a Deus, é ela Benedito!
—É ela?—escuto papai perguntar bem
perto.—Graças a Deus.
—Onde está Viviana? Estamos
preocupados?
—Eu estou bem.—respondo.
—Seu pai e eu fomos várias vezes no seu
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Desço.
Tão logo entro na sala, recebo um abraço
apertado da Affie, ela sorri de ponta a ponta com os
olhos cobertos por uma felicidade intensa.
—Eu sabia, sabia!
Olho para o rumo dos sofás, Lorenzo
Collins está emocionado, enquanto Kellen está
inflexível, Z sorri e Hades, ele está com cara de
quem comeu e não gostou, Affie me segura pela
mão e me puxa para o rumo dos sofás, ao perceber
o que realmente acontece aqui, minhas pernas
travam e sinto vontade de subir para o quarto de
novo.
—Bem vinda a família Viviana—Z fala e se
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—Oi Lars.
—Boa tarde senhorita Silvestre.
É.
As notícias correm bem rápidas por aqui.
Lars é um velho de uns cinquenta anos que
trabalha no prédio há tanto tempo que parece que já
criou raízes, tem um bom coração, mas é
fofoqueiro demais, gosto dele, é prestativo, mas
sempre está especulando.
Ele junta os envelopes olhando para o
Hades, não me incomodo muito, mas acho que não
é tão comum que alguém tão cheio de tatuagens
entre no prédio, ainda mais porque a comunidade
aqui na cidade é bem conservadora.
Moro numa cidade relativamente grande,
Roanoke é uma metrópole com um dos maiores
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minha adolescência.
Hades fica me olhando como se não
acreditasse, pois é, um dia eu também fui bem
jovem e na minha época tive a maravilhosa
oportunidade de viver uma infância normal e
divertida, nada de tablets, ipads, games, o único
vídeo game que eu joguei foi um Atari velho que
ganhei do meu tio quando eu tinha 10 anos de
idade, eu era a menina que adorava correr na rua
descalça e brincar com os garotos, Trish não foi
assim, também ela já pegou uma época bem
diferente da minha, assim como Hades.
—Adoraria ver, sou colecionador de gibis e
quadrinhos antigos, cartas, na minha casa em Los
Angeles tenho itens leiloados.
—Eu colecionava cartas da liga nacional de
baseball, infelizmente papai vendeu todas no e-bay
quando eu tinha 20 anos, para ajudar a pagar meu
casamento.
—Não achou ruim?
—Achei, mas eu tinha esse sonho idiota
sabe? De entrar de branco na igreja e fazer uma
festa para família.
—E foi assim?
—Foi, nós até viajamos para o Caribe, eu
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Abro a porta.
Estava até dois segundos sorrindo quando
percebo a presença da Trish, fico segurando a porta
e vendo papai e mamãe me analisando, e tudo fica
em silêncio.
Eu realmente não sei o que dizer, se devo
falar ou se não devo e olho para a minha irmã
sentindo que dentro de mim tudo se torna muito
confuso.
—Porque trocou a tranca?
—Porque eu quis papai, o apartamento é
meu.
Acho que desde que tudo aconteceu meus
pais tem medo de eu me jogar pela sacada, não que
eu já não tenha pensado nisso antes, mas é só que
não farei isso.
—E o que estão fazendo aqui?
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indaga.
—Isso importa?—questiono.—Então, você
vieram para propor a paz entre eu e a Trisha?
—Não acho que seja adequado falar sobre
isso na frente de um estranho.
—Ele não é estranho, ele é o meu
namorado, ele já sabe de tudo inclusive.
—Assim? Do nada?
—Pai pelo amor de Deus, em que século
você vive?
—Estamos surpresos filha, só isso—mamãe
replica.—Sua irmã quer te dizer uma coisa, se
desculpar.
—Mas ela não precisa mamãe.
—Te disse que ela não iria querer me ouvir
mamãe—Trish fala.—Ela é teimosa.
—Teimosa?—questiono e enfim a olho.
—Viviana ela só quer...
—Entendi pai—interrompo ele ainda
fitando-a.—Vamos Trisha, fala porque você veio
aqui? Porque está se desculpando.
—Poderíamos conversar a sós?—ela
questiona.
—A sós por quê?—pergunto.
—Não quero te expor.—ela avisa.
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—Deu!
Ele beija a minha cabeça, eu o abraço,
estamos deitados no sofá.
—Quer ir para cama?—questiona.
—Não, eu não suporto mais olhar para
aquela cama.
—Então vamos dormir no quarto de
hóspedes?
—Pode ser.
Era para ser o quarto de um possível bebê,
mas não é nem nunca vai ser, pelo contrário, quem
vai ter um quarto de bebê logo em breve é a minha
irmã.
—Cuido da venda desse apartamento para
você—Hades garante.—Você tem mais alguma
coisa a resolver aqui?
—Era conversar com meus pais, mas depois
de tudo eu estou tão enojada que acho que não
consigo nem conversar com eles.
—Eu imagino que sim querida.
—Hades, obrigada por estar aqui me
apoiando, eu nem sei o que faria.
—Não tem que agradecer, sei que é difícil
mesmo.
—Acho que só preciso mesmo fazer as
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—Sim—respondo.—Dormiu bem?
—Muito bem.—ele beija a minha cabeça e
me aperta com força.
Acho que o ruim de perceber o fim do
casamento é quando você entende que no começo
tudo era como está sendo agora, carinho, beijos,
sexo quente, mas depois os anos vão se passando e
parece que o cara esquece de você, ele te deixa de
lado e torna tudo entre vocês uma rotina que incluí
bons dias, boas noites e momentos a dois que se
resumem em sexo casual e dormir cada um num
canto da cama.
O lado bom de ter sido casada com o Carl
por tanto tempo, foi que eu tenho plena consciência
de que sempre fomos bons um para o outro, éramos
um casal ideal, dentro do que tínhamos éramos
companheiros um com o outro e por bem ou por
mal, foi um relacionamento bom durante boa parte.
Mas se tornou apenas normal.
Não sei se posso chamar meu casamento de
medíocre, pareceria ingrato porque consegui muitas
coisas por ser esposa dele, meu patrimônio
aumentou, eu era respeitada por que meu marido
tinha um título.
Só que de repente eu não era mais mulher
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—É.
Ele coça a barba e coloca um pouco mais de
café, acho que faz uns dois anos que não faço café
de forma tradicional, o Carl usava muito a
cafeteira, ele gosta, eu particularmente gosto de
café de qualquer jeito, mas feito no filtro é bem
melhor.
—E no que exatamente estava pensando
nele?
—Ele esteve aqui à alguns minutos.
Hades me encara bem surpreso, não está
zangado, mas também não gostou.
—Eu disse para ele ficar longe.
—O que ele queria?
—Tentar justificar a gravidez da Trisha.
—E você...
—Eu disse para ele ficar longe Hades, eu
acabei de falar.
Bebo um gole do meu café, Hades sorri
contrariado.
—Porque eu tenho a impressão de que esse
cara quer voltar para esse apartamento?
—Ele não vai.
—O que ele disse?
—Que a situação saiu do controle e que a
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da família.
—Firmaremos compromisso?
—Claro que firmaremos.
Não sei se posso sorrir mesmo que queira,
ele é tão precipitado, contudo é isso o que o torna
tão fofo.
—Vovó quer dar um jantar de
comemoração ao aniversário da Affie, é perfeito
para anunciar nossa união.
—Hades concordamos que iriamos devagar.
—Ninguém precisa saber que moramos em
apartamentos separados Viviana, é só que a mamãe
contou para os meus avós e eles querem formalizar
isso.
—Tem certeza de que sua mãe não vai falar
coisas ruins para mim?
—Ela não vai, ficaremos na casa de
hóspedes, é separada da casa principal e só nós dois
teremos as chaves.
—Conversou com eles?
—Sim, ontem a noite via chamada de vídeo,
mamãe me prometeu que nos receberia, ela prefere
que fiquemos na casa dela até que você resolva o
que fazer, papai disse que ela está arrependida.
Antes que eu fale, escuto o som da porta da
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dele.
—Nenhum—Carl responde mal encarado.
—Vim conversar com a minha esposa.
—Ex-esposa—Lars corrige.—Senhorita
Silvestre, sinto muito, o promotor Bennet subiu
sem a minha autorização, portanto eu acionei a
polícia.
Fez bem Lars.
O policial se aproxima de Carl e estende a
mão, Hades não sai da minha frente por um
segundo, logo em seguida vejo Carl saindo do meu
apartamento seguido pelo policial e pelo porteiro.
—A senhora vai querer registrar a
ocorrência?—pergunta um outro policial se
aproximando.
—Sim—digo.—Quero sim.
—Vamos embora assim que terminar aqui
—Hades determina.—Vou procurar meu advogado.
Nem respondo.
Depois disso tudo acho que ele tem razão,
melhor me afastar daqui e ir para bem longe do
Carl.
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É o cumúlo do machismo.
Todas essa viagens, idas e voltas, mudanças
me deixaram exausta, ainda mais depois dessas
brigas absurdas que veem acontecendo desde que
me envolvi com Hades, consegui me entender com
ele, mas já discuti com a mãe dele e com os meus
pais, com a minha irmã e com o meu ex.
Só quero poder descansar mais a cabeça e
pensar com calma.
Acho mesmo que uns dias bem longe da
minha família vão me ajudar, o Carl não sabe onde
estou e duvido que ele se atreva a vir atrás de mim,
ele não faz muito o estilo que se humilha.
—Vamos subir e descansar um pouco.
Já está bem tarde, nós decidimos que
iriamos direto para a casa de hóspedes, porque o
clima na casa dele não está dos melhores, mas com
certeza é bem melhor do que correr o risco de ver
meu ex-marido entrando na minha casa a qualquer
momento.
Saímos do carro, Kaio que é o motorista do
Hades não fala nada, pego a minha bolsa e o Hades
pega a mochila e a mala no porta malas, um dos
benefícios de viajar com ele é a questão de termos
um avião que carrega somente a nós, mas ainda sim
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fita.—Estou faminto.
—Eu também, acho que dormimos demais.
—confesso.
—Eu já tenho costume de viajar muito, mas
você não por isso está tão cansada, agora vamos
poder ficar aqui e termos dias mais tranquilos.
—Tá.
Ele coloca um beijo na minha cabeça,
depois escuto o som da campainha.
Hades me aperta.
—Estão tocando a campainha—aviso
fitando-o.
—Ah—ele me solta e se ergue.—Melhor se
vestir, deve ser a vovó e a mamãe com o nosso
café.
—Bom.
Sei que a Kellen não gosta de mim, mas
prefiro lidar com o não gostar dela do que com o
não gostar do meu ex-marido, até porque a forma
ameaçadora na qual o Carl nos tratou ontem deixou
bem claro que ele mesmo estando errado ainda não
sabe como lidar com o término do nosso
casamento.
Coloco um vestido qualquer e calço
sapatilhas, Hades coloca uma camisa e um jeans
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—Bebê?
Hades entra no quarto carregando um
pequeno buquê de flores, meu sorriso se torna
automático, ele carrega sacolas escuras e balões.
—Oi—digo terminando de dobrar uma das
minhas calças jeans.
—Cheguei.
—Estou vendo.
Os lábios dele se abrem num sorriso muito
bonito, adoro pensar que ele só sorri assim para
mim mesmo que seja bem egoísta da minha parte,
foi uma longa tarde com a Kellen, ela saiu daqui
ainda agora.
Nem acredito que depois do almoço ela me
ajudou a organizar algumas caixas, não falou
muito, fez um café da tarde e agora a pouco foi
para casa, me sinto um pouco mais familiarizada
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agora.
—Para você—ele estende o buquê.—
Desculpe a demora, muito trabalho com o Z.
—Obrigada—aceito o buquê, é de rosas
azuis lindas, me inclino e lhe dou um selinho.—
Adorei.
—Trouxe algo para você—ele me puxa.—
Vem na sala.
É, porque a cama tem bastante roupa, nunca
me dei conta do quanto tinha roupas sociais como
agora, roupas para trabalho e sapatos. Saímos
abraçados do quarto, vamos até a sala, estamos a
sós.
—Seu dia foi bom? Mamãe te tratou bem?
—Sim, obrigada, vou colocar num vaso.
—Espera, quero te mostrar algo antes.
—Tá.
Vamos para o sofá, analiso seu semblante,
ele está de camisa social e jeans, tênis, os olhos
castanhos estão cansados, mas no fundo tem um
pouco de entusiasmo.
Hades abre à primeira sacolinha preta e
retira dela uma caixinha quadrada pequena, quando
ele a abre fico maravilhada com o par de brincos de
brilhantes, são pequenos e redondos, eu o fito.
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propósito.
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—Hades.
Puxo a ponta da toalha dele, acho que já
passa das 23:00, nós viemos para a casa de
hóspedes e jantamos, tomamos um banho agora, ele
se vira para mim, acaba de escovar os dentes, estou
penteando meu cabelo.
—Estou sem sono—digo.—Vamos ver um
filme?
—Ok—ele seca os cantos da boca.—Pode
ser bebê.
Acho que é o que mais gosto nele, mesmo
que tenhamos brigado ele não me trata com
indiferença, pelo contrário, desde que saímos da
casa dos pais dele nós estamos bem dentro do
possível.
Eu o abraço por trás, vejo no espelho o
reflexo de nós dois juntos, beijo o meio de suas
costas e fecho os olhos apertando-o.
—Não quero que se afaste de mim, só quero
que entenda meu tempo.
—Eu entendo você bebê.
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—Seus irmãos?
—E eu—ele arregala os olhos, rio mais que
surpresa.—Mamãe nos ensinou afazeres
domésticos desde a infância, ela acha que temos
que ter autonomia e independência, ela nasceu
numa família de sete irmãos.
—Tem sete tios por parte da Glenda e do
Owen?
—Sim, e todos moram na Grécia, a vó é
meio que brigada com eles, porque quando ela
decidiu vir para a América para ajudar a mamãe e o
papai com a nossa criação, meus tios ficaram meio
que magoados.
—Queria poder dizer o mesmo da minha
família, meus tios vivem na casa da minha avó, só
tenho dois por parte de mãe e um casal por parte do
meu pai.
—Meus tios vem para o natal, eles se
reúnem sempre mesmo que fiquem no início com
cara de turrões, mamãe odeia a ideia de termos
empregados porque ela acha que é desperdício de
tempo e dinheiro.
Não posso acreditar.
—Que muquirana!
Ele ri.
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com frequência?
—Na verdade não são filhos biológicos, ela
mentiu sobre a paternidade dos garotos, são
adolescentes, o Lorenzo assumiu e paga pensão, o
pai biológico deles era um alcoólatra que vivia
infernizando a vida de todos no vilarejo onde
aquela lá morava.
Rio do jeito como ela se refere à outra.
—Os meninos sabem que não são filhos
dele, mas foi como uma adoção, hoje moram na
casa da minha sogra e são vigiados de perto por ela,
eles vem no natal e na páscoa, ou eu e o Lorenzo
vamos ver eles.
—Foi muito maduro da sua parte Kellen.
—Eles precisavam de um lar, a mãe não
vale nada eu também não sei o que o Lorenzo viu
nela, era uma prostituta que vivia as mínguas por
conta do marido alcoólatra, ele conheceu ela num
puteiro.
—O senhor Collins num prostíbulo?
Estou chocada.
—Você não conhece o meu marido—Kellen
ri a beça.—Ele ia a casas noturnas quando éramos
jovens, para dançar.
—Dançar?—arregalo os olhos.
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—Queria.
—E você?
—Eu não consigo parar de pensar nele na
cama com a minha irmã.
Kellen se engasga com o café que bebe, fico
constrangida pelo o que acabei de falar.
—O que? Com a sua irmã?
—Sim, o Hades não falou?
—Ele disse que ele te traiu com alguém
próxima de você, pensei que talvez fosse uma
amiga.
—Não foi, foi a minha irmã mais nova,
Trisha, ela tem a idade da Affie, eu os peguei na
cama, na nossa cama.
Kelle limpa os cantos da boca, não estou
sentindo nada enquanto falo, está até se tornando
normal, machucava demais, mas me abrir está
ajudando muito.
—Posso entender agora porque você não
quis voltar para o seu marido e nem deve.
—Não é questão de perdão, não confio
mais, sei que isso vai nos destruir.
—Sim, com certeza, você pode sempre
contar com o nosso apoio Viviana, não pensei que
fosse algo tão grave, e sua família? Está te
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apoiando?
Ela estende a mão e segura a minha, não
com pena, mas com muita compreensão, me sinto
acolhida.
—Não muito...
Enquanto falo vou sentindo que aos poucos
posso confiar um pouco mais nas pessoas, na
família do Hades, ele tem razão, a família dele é
composta por pessoas que querem mesmo fazer
parte de tudo.
E isso é muito bom.
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—O que houve?
—Eu fui ver um médico hoje, para falar
sobre a minha saúde e tal e pedir um check up, pedi
à mamãe que te leve amanhã, mas ele me examinou
e descobriu uma coisa bem estressante sobre mim.
Fico preocupada.
—Segundo ele eu tenho taxas bem mais
acima do normal de produção de esperma.
—E porque está preocupado?
—Bem, é que vai lá que você engravida.
Começo a rir, Hades me encara todo tenso,
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—Bom dia!
Estendo a bandeja de café da manhã e
coloco diante dele, fiz tudo com muito carinho,
estava sorrindo enquanto preparava o café, as
torradas e tudo mais, Hades se senta na cama todo
surpreso, acho que ele perdeu a hora de ir para a
empresa hoje.
—Bom dia bebê—ele fala e me dá um
selinho.—Não precisava disso tudo, poxa!
—Precisava sim—toco sua face.—Come,
eu fiz tudo só para você.
—Obrigado.
Lhe sirvo uma xícara de café, coloco um
pouco para mim na caneca que trouxe e me sento
diante dele, Hades começa a comer em silêncio, me
sinto estupidamente feliz por nossa noite de ontem,
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—Bom—ele da de ombros.—Aqui é
eficiência ou pode devolver o produto.
—Seu bobo, esse é o lema da empresa.—
repreendo achando graça.
Ele ri.
— É o meu lema também—retruca—já
disse que você me enlouquece na cama, não disse?
—é diferente—me envergonho.—Eu nunca
fiz essas coisas na cama.
—Que coisas?
—Essas coisas Hades, coisas imorais.
—Imorais?
—É, sexo oral, tudo isso o que fazemos eu
nunca fiz antes com o Carl ou ninguém na vida.
Ele me encara meio chocado, bebo um
pouco do meu café morrendo de vergonha em
confessar isso, não fui educada para ser uma
mulher libertina na cama, meus pais são bem
conservadores e o Carl também, nós dois sempre
fizemos sexo, mas dentro do que se pode falar de
liberdade, o máximo que fazíamos era papai e
mamãe e eu ficar por cima, as vezes quando eu o
procurava no chuveiro ele me repreendia por
querer.
Pensando bem, com o Hades é tudo tão
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diferente!
—Eu gosto—confesso sem graça.—Você
me faz dizer e fazer cada coisa.
—18 anos com um cara e ele nunca te
chupou na vida?
—Nossa, não precisa falar nesse linguajar.
—Ele mandava você chupar ele?
—HADES!
—Pelo amor de Deus Viviana, você nunca
fez sexo anal na vida?
—Meu Deus do céu!—reclamo.—Você está
mesmo me perguntando isso?
—Bem, estou—protesta espantado.—
Responde.
—Não—digo.
Me levanto, Hades estende a mão e segura
meu pulso, ele me puxa, eu o encaro coberta com
essa vergonha estranha, sei que não deveria me
sentir assim, tenho quase 40 anos e tive que me
divorciar do meu marido para poder saber o que é
sentir prazer de verdade com alguém mais novo,
isso é constrangedor.
—Tudo bem—Hades determina.—Você
gostar é o mais importante, se sentir bem e
confortável.
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Por ele.
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—Oi.
—Sou eu!
Afasto o sono.
Me ergo e olho para o lado, Hades dorme
agarrado ao travesseiro, saio da cama sem fazer
movimentos bruscos, depois saio do quarto levando
meu celular comigo.
—O que quer?—pergunto irritada.—Para
de me ligar Carl.
—Você acha que vai se livrar de mim tão
fácil?—questiona.
Não tenho medo de seu tom ameaçador.
—Não te troquei pela minha irmã Carl.
—Você se quer me ouviu.
—Não posso fazer nada.
Vou até a cozinha, ainda que irritada,
continuo a ligação, eu nem vi no visor do celular,
só senti vibrando no criado e atendi, foi
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automático.
—Você acha que vai viver feliz ao lado
desse garoto?
—Ele não é um garoto Carl, me ligou para
isso?
—Você não sabe o tamanho do erro que
está cometendo.
—Espera ai, me deixa ver se eu entendi,
você me traiu com a minha irmã e esperava que eu
voltasse para você depois de tudo e fingisse que
estava tudo bem?
—Foi um erro perdoável.
—Entendi e qual é a parte em que você não
pensa que eu quem deveria perdoar e não as suas
suposições?
—Você não conseguiu esperar também e já
foi logo se envolvendo com esse maconheiro não é
verdade? Você acha que eu não sei o passado do
seu querido namorado?
—Não me importo...
—É questão de tempo até esse cara te dar
um pé na bunda Viviana, ele é mais novo, tem
dinheiro, ele nunca levaria você a sério, sabe por
quê? Você não é da mesma classe dele, nem tão
jovem.
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minha vida.
Ponto final.
Precisei trocar de marido, agora preciso
trocar de número, de muitas coisas.
—Hades?
—Humm...
—É verdade que você bateu em uma mulher
ano passado?
Ele franze a testa, para de mastigar a
omelete, logo em seguida me fita todo sério.
Só pela forma como ele me olha, sei que é
verdade.
—Quem te disse isso?
—É verdade?
—Sim Viviana, é verdade!
Engulo calada a angústia que carrego desde
que ouvi o Carl falando sobre isso a alguns
momentos, pensei bastante enquanto o Hades
dormia em tentar descobrir sozinha, mas não achei
justo não tentar saber por ele, porque talvez fosse
mentira e sei que ele é alguém público, os tabloides
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—Absolutamente!
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Subo na cama.
Hades me puxa e fecha o notebook, coloca
no criado, ele me beija e começa a puxar a alcinha
da minha camisola, sorrio, bem, como posso dizer
isso para ele sem morrer de vergonha?
—Eu acabei de menstruar.—aviso e puxo a
alcinha para cima.
—Ah—ele suspira.—Assim do nada?
—Ué, uma vez no mês eu fico menstruada
Hades.
Também me sinto exausta porque não tem
sido uma semana bem tranquila se é assim que
posso chamar as outras, desde que cheguei aqui
nunca tinha andando tanto, dado tantos
telefonemas, resolvido tantas coisas, até a senha do
e-mail da Kellen eu tenho para ajudar ela com os
orçamentos, acho que ela deixou para ultima hora
mesmo, mas estamos a três dias da festa e está
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dia porque ele está nu, é uma pena que eu não estou
bem nem disposta, desde que chegamos aqui eu e
ele temos tido momentos tão bons juntos, sejam
sexuais ou apenas momentos a dois, estou tão bem
que mal acredito.
Ele retorna bem antes do que eu perceba.
—Levanta um pouco bebê.—pede.
Obedeço, ele coloca a bolsa embaixo do
meu ventre, quando me encosto sinto o calor e fico
quieta tolerando a dor chata, fazia uns cinco anos
que eu não sentia tanta cólica, costumo ficar
menstruada sem nem ver.
—Tente relaxar meu bebê—ele passa a mão
na minha cabeça.—Tadinha.
Fico sorrindo, penalizada com o jeito como
ele me olha, estendo a mão e puxo ele para perto,
Hades me abraça e puxa os cobertores, assim é bem
melhor.
—Vou marcar a data—ele beija a pontinha
do meu nariz.—Para me abastecer com bastante
chocolate.
—Não preciso de chocolate, você já é um
doce.—argumento.
Ele ri, não me movo, a mão dele toca as
minhas costas, minha nuca, relaxo aos poucos.
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O que eu tenho?
Nada.
Quanto tempo tive que ficar sendo
medicada?
5 horas.
O que o Hades fez?
Ficou me tratando feito uma criança.
E eu só sei que acabo de acordar em casa,
sem cólica, mas sei que meu absorvente está
ensopado, fiquei no soro e tomei um remédio na
veia para aliviar as dores de cólica, minha pressão
baixou e tive que ficar em observação durante toda
a noite no hospital.
Eu não me lembro nem a última vez que
estive internada no hospital, nunca passei por
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minha vida.
Havia mulheres ali, jovens, bonitas, mas ele
só estava ali preocupado com a minha dor infeliz,
queria que eu ficasse bem e não me deixou sozinha
em nenhum momento.
Eu acho que é isso, estou apaixonada por
esse garoto 11 anos mais jovem que eu, que cuida
de mim e zela pelo meu bem estar, que poderia
muito bem ter ido com sua família e me deixado
para trás, mas aqui está ele dormindo ao meu lado.
Tatuagens, corpo sarado, semblante jovial e
tudo o que mais abominaria num cara, mas que
adoro nele.
—Hades—chamo e checo o celular,
arregalo os olhos, já são mais de 13:00 da tarde.—
Nossa!
Sacudo ele pelo ombro, chegamos por volta
das 04:25 da manhã, tomei um banho e desmaiei na
cama, estava mole, ele se ergue e me encara todo
confuso, indico a tela do celular, Hades faz uma
careta.
—Amor, descansa, esse aniversário é só
amanhã.
—Hades, perdemos nosso voo.
—Que voo bebê? Nós podemos ir mais
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tarde, calma!
Suspiro, saio da cama e vou para o
banheiro, me sento no vaso e descarto o absorvente
fazendo uma careta. Não sinto mais cólica alguma,
nem dor, só uma sensação estranha de inchaço no
pé da barriga, tiro a camisola e a calcinha, até grata
por não ter vasado nada.
—E aliás, bom dia bebê.
O bom dia vem acompanhado de um beijo
na cabeça, fico parada, olho para ele, estou até mais
disposta.
—Que horas nós vamos?
—Acho que as 15:00, chegaremos lá rápido,
o jato já está no aeroporto.
—Sinto muito por todo o contra tempo.
—Não é contra tempo amor, para, já disse,
primeiro você, todo o resto vem depois.
Ele tira a cueca e vai para o box, liga o
chuveiro, sorrio mesmo sem querer, ele agora me
chama de amor, nunca pensei que ele me chamaria
de amor assim de forma tão simples.
Me ergo e vou para o box também,
incomodada confesso, mas a cada dia tenho mais
certeza do que temos.
Ele me puxa e me coloca um beijo nos
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lábios.
Eu o abraço.
É tudo o que mais quero nesse momento.
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—Responde!—grita de repente.
—N-não...
—Mentira!—ele aponta a arma para minha
cabeça.—Mentirosa!
Não consigo esboçar emoção alguma, Carl
afasta a arma e coloca no porta luvas, depois ele
fecha o punho e do nada me acerta um soco no
meio do nariz, fico tonta e a ardência me deixa
totalmente imóvel, ele estaciona o carro no meio da
estrada, ainda estou bem tonta quando escuto o som
da porta sendo aberta, então ele enfia a mão nos
meus cabelos e me puxa com violência para fora do
carro.
—Vagabunda!
Depois que xinga ele me acerta outro soco
no rosto, tudo vira uma vertigem sem tamanho, eu
não tenho tempo de pensar direito, caio no chão,
então meu corpo se encolhe automaticamente com
os chutes que começo a levar na barriga, coloco as
mãos na frente do corpo, mas não adianta.
Ele chuta e chuta, e mais uma vez.
A dor é impactante e vai se espalhando por
toda a região abdominal, meu corpo, minhas pernas
se encolhem e ainda que não atingidas pelos chutes,
doem, começo a tossir sangue, sem ar, a dor é tão
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Ver a mamãe...
Não sei descrever o que me deu, mas
comecei a chorar assim que ela e papai entraram no
quarto, fiquei com o coração apertado em vê-los
chorando tanto, acho que em todos os meus anos
com meus pais só vi papai chorando no dia da
minha formatura, todas as outras vezes mamãe
estava lá chorando muito.
Sentir que estão aqui me deixa mais segura.
Mamãe me tocou as faces, soluçava
inconsolada, papai segurou a minha mão cheio de
pesar, tinha dentro de mim um imenso medo
quando acordei e isso só se consolidou quando eu
os vi, porque me fez perceber que se eu morresse
eu nunca mais os veria.
Nestas horas sei que a família se une, não
importa o que tenha acontecido.
Não falamos nada, eles choraram e
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—Oi amor.
—Oi.
Ele entra no quarto com todos esses balões
e um buquê de flores, é quase impossível não sorrir,
ainda mais me chamando de amor, a enfermeira
fica suspirando, eu também, porque ter um Hades
na vida é algo inexplicável e maravilhoso.
—Mamãe, pode ir, fico com ela hoje.
—Tá ok.
Ontem a Affie ficou, antes de ontem foi o
Lorenzo e antes foi o Hades, eles tem revezado dia
a dia para ficar comigo, hoje inteira uma semana
que acordei do coma, estou melhor, os ossos se
recuperando, e alguns pontos já estão melhores,
Hades se aproxima e prende os balões na cabeceira
da cama, entrega as flores para a enfermeira, Kellen
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amo muito.
—Se eu conseguisse levantar os braços
agora com certeza te agarraria pelo pescoço.—
confesso.
—Não importa, eu te agarro bebê.
Ele se inclina e me abraça de novo, todo o
cuidado do mundo em seu jeito, o calor em seu
corpo, e meu coração se derretendo todo por ele,
sorrio, porque daqui vejo através da janelinha da
porta, três pessoas muito especiais para ele, e que
agora farão parte da minha vida para sempre.
Sua família, minha família.
Affie, Lorenzo e Kellen, eles sorriem e nos
olham através da janelinha da porta, choro um
pouco, vejo o rosto do Z surgindo na janelinha e
sorrio ainda mais.
Esta é a minha nova família, meu novo lar.
Sei que sim.
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você concordou.
—Depois fizemos amor.
—Sim, fizemos amor, e depois transamos e
logo em seguida fizemos amor de novo.
—Ok, me poupe dos detalhes sórdidos.
Hades se inclina e me rouba um beijo.
—O que importa é que te amo, te amo
demais bebê.
—Isso explica porque insistiu tanto para
que eu não anulasse o casamento, porque não quis
me deixar ir.
—E não vou deixar, nunca mais.
Quando me arranca um sorriso, ele me
beija.
—Tenho certeza que não meu amor
persistente e teimoso.
—Agora tudo o que quero é apenas que nós
dois fiquemos juntos, sinto muito não ter dito.
—Você fez bem, eu teria te largado na
primeira chance.
Olho para as minhas mãos tão consciente
dos sentimentos.
—Eu tive medo de te amar Hades porque
tinha saído de um relacionamento bem longo,
queria me sentir auto suficiente e autônoma, queria
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—Tá nervosa?
—Não muito.
Não posso dizer que é um tipo de
nervosismo, só estou tensa.
Papai me estende o braço e fico me
perguntando por que Kellen inventou toda essa
coisa de eu entrar de véu e grinalda, imagino que
seja uma idealização pessoal do Hades que ele não
quis me dizer e que, contudo é um fato de que para
se casar diante de um padre, eu tenha que estar
tradicionalmente de noiva, só que não acho que
precisasse de tanto.
Quem diria que eu aos 37 anos me casaria
novamente de véu e grinalda? E agora, ainda por
cima usando um vestido de quase quarenta mil
dólares?
Não consigo ter recordações do meu
primeiro casamento nessa hora e conforme papai
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—O que achou?
—É lindo.
Não tive muita chance de me divertir na
festa, mais fiquei sentada cumprimentando todos os
convidados do que tudo. Vi um Z todo feliz
dançando com uma Affie que parecia uma
bailarina, meus sogros—sim, agora oficialmente—
dançavam como se o mundo fosse acabar e meus
pais enfim se entregaram aos encantos dos Collins
e aceitaram se divertir um pouco.
Não quis pensar na minha irmã, ela não foi
e foi melhor do jeito que foi.
Não perguntei sobre ela para os meus pais e
nem eles fizeram questão de falar, mas acho que as
coisas melhoraram um pouco.
Hades me tirou apenas para a valsa
tradicional logo que fomos para as tendas no
jardim, o dia estava ensolarado em Palo Alto,
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nada.
Hades me puxa pelos quadris e começa a
beijar meu pescoço, fecho os olhos.
—Amor...
—Te quero um pouco mais querida—ele
confessa.—Como minha amante, mais quente e
úmida para mim.
Se ele quer, quem sou eu para negar?
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Lua de mel.
Casa nova.
Construção.
Nova Vida.
Novo marido.
Novos planos.
Tudo novo.
Poderia continuar listando meus
pensamentos se não fosse todo esse barulho de
caminhões e homens andando para cima e para
baixo tão cedo. Hades está dormindo em cima de
mim e eu estou rezando para que ele acorde logo
porque estou faminta.
O único defeito que o meu marido tem
quando dorme é que quando ele está estressado às
vezes ronca, mal podia acreditar quando chegamos
de viagem depois de duas semanas ele estava
roncando, no dia seguinte quando questionei ele
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negou veemente.
Não é o caso de hoje, mas tem dia que ele
ronca tanto que dá vontade de colocar algodão na
boca dele, o pensamento me faz rir.
Três meses de casados hoje e já estou
pegando as manias, os modos, a forma dele ser, eu
já sei muitas coisas sobre ele, cor predileta é azul,
sua fruta favorita é morango, Hades odeia jiló e
adora sorvete de mirtilos, ele também gosta de
cinema e músicas eletrônicas nada do qual não
esteja já familiarizada.
Ele tem me levado ao cinema da cidade
uma vez a cada quinze dias, tenho preparado
jantares especiais às sextas feiras e aos fins de
semana fazemos programas em família, é bom
morar perto dos pais dele por isso.
Sei que ele se sente mais seguro também
por conta de tudo o que houve, acabou que a Kellen
contratou um segurança armado para dar ronda no
condomínio, todo o susto que passamos serviu para
que os Collins fiquem mais espertos sobre um
segurança.
—Amor—chamo e beijo sua cabeça.—
acorda vai.
—Não—reclama ele ainda dormindo.
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bem.
Ele sai da cozinha todo sério.
Me aproximo da pia e respiro fundo,
começo a chorar, é involuntário.
Depois de tanto tempo brigamos, e mais
uma vez por culpa da minha irmã.
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seguros e bem.
Arrumo Megan no meu seio, ela mama toda
afoita, é apenas um bebê de um aninho sedenta por
leite materno, e olha que antes de eu viajar deixei
várias mamadeiras de leite para mamãe dar para
ela, ela também já toma leite em pó a uns quatro
meses, come papinha e sólidos.
Meu marido me abraça por trás, toca a
minha barriga.
As vezes até me esqueço dela, sim, eu estou
grávida, mas antes de ontem mesmo durante todo o
processo de adoção eu mal me lembrava disso, mal
me lembrava de Megan.
Eu e Hades não tivemos muitos problemas
para ter filhos nos ultimos 2 anos, no começo de
nosso casamento sim, mas hoje não.
Eu não havia pensado bem quando descobri
que estava grávida da nossa primeira filha, mas
ainda sim eu queria entrar com o processo de
adoção, porque vinha pensando nessa chance
durante meu primeiro ano de casamento.
Ser mãe da Megan é a coisa mais
maravilhosa do mundo, e ser mães destes novos
bebês também é, não a levei na viagem porque
tinha medo de que acontecesse alguma coisa, por
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bebês?
—Você é muito eficiente senhor Collins.
—E você é o amor da minha vida.
Meu sorriso se alarga.
É que muitas coisas mudaram desde que ele
entrou na minha vida, um invasor que todos os dias
me faz mais feliz, me torna uma mulher forte e
capaz de fazer qualquer coisa. Não voltei a
trabalhar, hoje sou dona de casa e cuido de nossa
filha, mas todas as decisões nós tomamos juntos,
ele me respeita e me ama.
E isso é o que realmente importa.
—Pronta para esse novo desafio senhora
Collins?
—Mais que pronta.
Avalon me abraça e lhe dou a chupeta, meu
marido passa o braço envolta de meu corpo me
abraçando, ele me beija.
—Eu te amo Viviana.
—Eu também te amo Hades.
E é isso.
Acho que posso novamente desejar ter um
feliz para sempre, só que agora é de verdade.
Com o cara certo.
Eu serei, sei que sim.
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Fim.
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