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Transpor Senad MJSP Modulo 3
Transpor Senad MJSP Modulo 3
HISTÓRICO NACIONAL
DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS
PSICOATIVAS
EXPEDIENTE
GOVERNO FEDERAL
CONTEUDISTAS
José Luiz da Costa
Luíza Nicolau Brandão Caldas
Mônica Paulo de Souza
REVISÃO DE CONTEÚDO
Jessica Santos Figueiredo
Maria de Fatima Pinheiro de Moura Barros
Fernanda Flavia Rios dos Santos
APOIO
Maria Aparecida Alves Dias
Gilvan Alves de Araújo
Kathyn Rebeca Rodrigues Lima
BY NC ND
COORDENAÇÃO GERAL
Luciano Patrício Souza de Castro
FINANCEIRO
Fernando Machado Wolf
COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO
Francielli Schuelter
COORDENAÇÃO DE AVEA
Andreia Mara Fiala
SECRETARIA
Elson Rodrigues Natario Junior
Murilo Cesar Ramos
DESIGN INSTRUCIONAL
Supervisão: Milene Silva de Castro
Gabriel de Melo Cardoso
Marielly Agatha Machado
DESIGN GRÁFICO
Supervisão: Caroline Daufemback Henrique
Eduardo Celestino
Laura Matielo Frota
Luana Pillmann de Barros
Vanessa de Oliveira Vieira
REVISÃO TEXTUAL
Cleusa Iracema Pereira Raimundo
PROGRAMAÇÃO
Supervisão: Alexandre Dal Fabbro
Luiz Eduardo Pizzinato
Thiago Assi
AUDIOVISUAL
Supervisão: Rafael Poletto Dutra
Andrei Krepsky de Melo
Daniel Almeida Vital de Oliveira
Fabíola de Andrade Borges
Luiz Felipe Moreira Silva Oliveira
Robner Domenici Esprocati
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Wilton Jose Pimentel Filho
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 5
REFERÊNCIAS 36
MÓDULO 3
APRESENTAÇÃO
Olá, cursista!
OBJETIVOS DO MÓDULO
Curso TraNSPor
MÓDULO 3 - HISTÓRICO NACIONAL DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS
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UNIDADE 1
NSP ENCONTRADAS EM
COMPRIMIDOS DO TIPO ECSTASY
CONTEXTUALIZANDO
Você já deve ter percebido que, na maioria das vezes, para falar sobre
uma nova substância psicoativa é preciso relacioná-la com alguma
droga mais conhecida. Nos tópicos seguintes, por exemplo, você vai
conhecer algumas NSP que foram apreendidas por se confundirem
visualmente com outras drogas clássicas. Além disso, acompanhará
alguns casos de novas drogas desde a identificação até a proibição
de seu uso no território brasileiro.
O uso do ecstasy
O uso de comprimidos do tipo ecstasy, também conhecido no Brasil
como “bala”, ou “balinha”, é tipicamente relacionado ao contexto
de festas, principalmente de música eletrônica. Estima-se que
as primeiras remessas significativas de comprimidos do tipo
ecstasy chegaram a São Paulo em 1994, vindas principalmente de
Amsterdã, Holanda (ALMEIDA; SILVA, 2000).
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Tradicionalmente, eram encontrados nesses comprimidos alguns
derivados anfetamínicos, tais como as substâncias (PARROTT,
2004; SCHIFANO et al., 2006):
¤ 3,4-metilenodioximetanfetamina (MDMA);
¤ 3,4-metilenodioxianfetamina (MDA);
¤ 3,4-metilenodioxietilanfetamina (MDEA).
ESTRUTURA QUÍMICA
H NH2
O N O
O O
MDMA MDA
H
O N
MDEA
Podcast transcrito
No início do verão de 1987, um evento musical, apelidado
de “O verão do amor” (Love Summer, no idioma original),
reuniu milhares de pessoas em Ibiza, na Espanha.
Durante o evento, muitos participantes experimentaram o
que era chamado de ecstasy, ou pílula do amor. Inspirados no
evento, empreendedores ingleses começaram a organizar
festas em armazéns portuários londrinos, recriando a
atmosfera do evento de Ibiza. Centenas de pessoas, ao som
ininterrupto de música eletrônica, dançavam a noite toda
sob efeito de ecstasy e LSD (ALMEIDA, 2005; ABREU, 2005).
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1.1.1 A mCPP ENCONTRADA EM COMPRIMIDOS
DO TIPO ECSTASY
MATO GROSSO
DO SUL
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Na época, embora a substância não fosse controlada no país, o caso
não chamou a atenção por se tratar de apenas um comprimido. Veja a
estrutura química da substância mCPP.
ESTRUTURA QUÍMICA
N Cl
HN
mCPP
1-(3-clorofenil)piperazina (metaclorofenilpiperazina)
SAIBA MAIS
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Veja a seguir um breve histórico sobre a substância mCPP no Brasil.
Podcast transcrito
O primeiro laudo de que se tem conhecimento no Brasil
se refere a uma apreensão de outubro de 2006 no Mato
Grosso do Sul, seguido de uma rápida proliferação em todo
o país nos anos seguintes. As primeiras notificações oficiais
sobre a detecção de mCPP na Europa foram recebidas pelo
Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência e
pelo serviço Europeu de polícia entre fevereiro e março de
2005, seguida por uma rápida expansão da substância na
Europa naquele mesmo ano (EUROPOL–EMCDDA, 2005).
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droga legal no Brasil. Em alguns casos, eram apreendidas,
junto com comprimidos contendo mCPP, outras drogas
clássicas, como maconha ou cocaína, o que leva a crer
que traficantes de drogas mais tradicionais também
comercializavam essa substância.
PARA FIXAR
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Mefedrona.
Foto: © [Springfield Gallery] / Adobe Stock.
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Brasília, foi possível extrair e purificar o princípio ativo, bem como
realizar diversas análises, para finalmente identificar a substância
mefedrona em dezembro do mesmo ano (AMBRÓSIO, 2012).
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No entanto, análises realizadas por outras técnicas geravam resultados
inconsistentes com os obtidos pela primeira técnica, indicando tratar-se
de outra substância. Por essa razão, há diversas recomendações para
que os laboratórios forenses utilizem mais de uma técnica analítica
na identificação de uma substância.
ESTRUTURA QUÍMICA
O
H
H N
N
Mefedrona Metanfetamina
PARA FIXAR
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UNIDADE 2
NSP ENCONTRADAS EM SELOS DO TIPO
LSD E EM CRISTAIS DO TIPO MD
CONTEXTUALIZANDO
Os selos são consumidos pela via sublingual, por ser uma via de rápida
absorção, uma vez que a simples ingestão de selos contendo essas
drogas não produz os efeitos psicoativos esperados, de acordo com
relatos de usuários.
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Foto: © [LIGHTFIELD STUDIOS] / Adobe Stock.
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No entanto, o que despertou a atenção nas áreas de saúde, segu-
rança pública e políticas públicas foram os casos de intoxicação por
substâncias da família NBOMe, seguidos ou não de morte (PAGNAN;
TUROLLO JUNIOR, 2014).
ESTRUTURA QUÍMICA
O O
H H
N N
O O
Br Cl
O
25B - NBOMe O
25C-NBOMe
H
N
O
I 25I-NBOMe
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QR CODE 2.1.2 NBOH ENCONTRADAS EM SELOS DO TIPO LSD
Clique ou aponte a câmera
À medida que diversos países estabeleciam o controle das substâncias
do seu dispositivo móvel
(smartphone ou tablet) da família NBOMe, outro grupo de compostos aparecia no mercado:
no QR Code ao lado para a família NBOH.
assistir ao vídeo sobre a
detecção e a identificação
da família NBOH. Veja as estruturas químicas de alguns compostos das famílias NBOH.
ESTRUTURA QUÍMICA
O O
H H
N N
OH OH
Br
O
25B - NBOH O
25E-NBOH
H
N
OH
I
O 25I-NBOH
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Para resolver esse desafio analítico, peritos e pesquisadores brasi-
leiros desenvolveram novas metodologias, incluíram etapas a mais
nas análises e utilizaram outros equipamentos para a identificação
dessas substâncias (COELHO NETO et al., 2017; ARANTES et al., 2017;
ANDRADE et al., 2020; MACHADO et al., 2020; CUSTÓDIO et al. ,2021).
2016
Janeiro
Alemanha
Fevereiro
Eslovênia
Junho
Finlândia
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| APREENSÕES DE 25I-NBOH NO BRASIL
2014
2016
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Relembre as principais informações sobre as substâncias das famílias
NBOH e NBOMe:
PARA FIXAR
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Assim como o que ocorreu com os comprimidos do tipo ecstasy, os cristais
do tipo MD também podiam conter outras substâncias diferentes das
esperadas, principalmente catinonas sintéticas. Diversas substâncias
desse grupo já foram detectadas no país, como a etilona, a eutilona e a
n-etilpentilona. Esta última merece destaque em virtude dos diversos
casos de intoxicação.
O O
ESTRUTURA QUÍMICA
MDMA MDA
O
H
O N
n-etilpentilona
H NH 2
O N O
O O
MDMA MDA
O
H
O N
n-etilpentilona
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Vamos relembrar as principais informações sobre a catinona sintética
n-etilpentilona?
PARA FIXAR
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UNIDADE 3
O CASO DOS CANABINOIDES SINTÉTICOS E
O PROCESSO DE IDENTIFICAÇÃO DAS NSP
EM LABORATÓRIOS FORENSES NO BRASIL
CONTEXTUALIZANDO
Nesta unidade, você vai entender como se deu a identificação dos ca-
nabinoides sintéticos em duas formas de distribuição: através da erva
Spice e em papéis. Em seguida, você vai ter uma breve reflexão sobre o
processo de identificação de NSP nos laboratórios forenses no Brasil.
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A partir de 2021, a imprensa brasileira começou a chamar
a mistura de ervas e os papéis contendo canabinoides
sintéticos de “drogas K”. É comum chamar de “K4” os papéis
contendo canabinoides sintéticos encontrados em presídios,
conforme já mencionado neste módulo, e de “K9” as
misturas de ervas com a substância impregnada. Acredita-se
que a origem desses nomes seja um produto com o nome K2,
semelhante ao Spice, vendido na Europa em meados dos anos
2000. O conteúdo do TraNSPor foi produzido em 2020 e por
essa razão não é mencionado o nome “drogas K”.
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Conforme citado, as apreensões das ervas do tipo Spice tinham relação
com a suposta presença da planta Zornia latifolia, também conhecida
como maconha brava. Veja a seguir a história dessa planta:
Podcast transcrito
A Zornia latifolia, ou maconha brava, é uma planta nativa da
América do Sul encontrada na restinga do Brasil. A planta é
comumente conhecida como maconha brava.
ESTRUTURA QUÍMICA
JWH-018 APINACA (AKB-48)
O O
O O
O NH
N N
N N
N
Curso TraNSPor O O
¤ mCPP e mefedrona
¤ Spice
SAIBA MAIS
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PARA FIXAR
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Dados sobre o uso de canabinoides sintéticos em papel no Brasil
são raros na literatura especializada. A Polícia Federal tem feito
alertas sobre a detecção de canabinoides sintéticos em papel em
seus relatórios sobre drogas sintéticas referentes aos anos de 2017
e 2018 (MJSP-PF, 2018; MJSP-PF, 2019).
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Fácil disponibilidade e alta potência
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Relembre as principais informações sobre canabinoides sintéticos
em papel.
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3.2 NSP NO BRASIL E O PROCESSO DE
IDENTIFICAÇÃO EM LABORATÓRIOS
FORENSES
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Veja a importância dos laboratórios forenses e da ciência na análise
e identificação das NSP no Brasil:
Podcast transcrito
Normalmente, o primeiro a detectar uma nova droga é o
perito oficial. Os laboratórios forenses são a principal fonte
de informações e dados científicos confiáveis e sólidos sobre
novas substâncias psicoativas, os quais são indispensáveis
no sistema Judiciário para lidar com crimes relacionados às
drogas e contribuir com as atividades de redução da oferta.
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Os primeiros relatos de detecção de substâncias da
família NBOMe ocorreram em 2012, nos estados de São
Paulo e Santa Catarina. Diversas substâncias da família
rapidamente foram encontradas em selos do tipo LSD nos
anos seguintes.
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REFERÊNCIAS
36
COSTA, J. L. et al. Analytical quantification, intoxication case series,
and pharmacological mechanism of action for N-ethylnorpentylone
(N-ethylpentylone or ephylone). Drug testing and analysis, v. 11, n.
3, p. 461-471, Mar. 2019.
37
MACHADO, Y. et al. Identification of new NBOH drugs in seized blotter
papers: 25B-NBOH, 25C-NBOH, and 25E-NBOH. Forensic Toxico-
logy, 38, p. 203-215, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1007/
s11419-019-00509-7. Acesso em: 26 jul. 2021.
38
RODRIGUES, T. B. et al. Synthetic cannabinoid receptor agonists
profile in infused papers seized in Brazilian prisons. Forensic To-
xicology, June 2021.
39
WAYHS, C. A. Y. et al. NBOMe: perfil de apreensões da Polícia Fe-
deral no Brasil. Revista Brasileira de Criminalística, v. 5, p. 22-29,
2016. Disponível em: https://revista.rbc.org.br/index.php/rbc/article/
view/136. Acesso em: 27 jul. 2021.
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REALIZAÇÃO