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Aprova Mais Brasil 9 Ano LP
Aprova Mais Brasil 9 Ano LP
BRASIL
Língua
Portuguesa
9º ano
Ensino Fundamental
Coleção SAEB
________________________________________________________________________
ESCOLA: __________________________________________________________
1ª AULA
2ª AULA
3ª AULA
4ª AULA
5ª AULA
6ª AULA
Coleção SAEB
EDITOR
Cristian Muniz
EDITORAÇÃO
Estúdio Caverna
Bibliografia
ISBN 978-65-88497-08-1
20-44447 CDD-372.6
Índices para catálogo sistemático:
1. Português : Ensino fundamental 372.6
Aline Graziele Benitez - Bibliotecária - CRB-1/3129
Prefácio
Caro(a) aluno(a),
Para que você obtenha bons resultados em seus estudos e avaliações, sobre-
tudo nos testes do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), todos os
volumes de Língua Portuguesa foram criados com o objetivo de proporcionar fer-
ramentas para que você desenvolva a compreensão, a interpretação e a produção
de textos, sempre com o intuito maior de formá-lo(a) um(a) leitor(a) literário(a).
Por último, mas não menos importante, a coleção Aprova Brasil foi ela-
borada com o propósito de estimular ações que contribuam para a inclusão, a
cidadania, a defesa dos direitos humanos e a formação de valores.
PAE Editora
EIXO ORALIDADE – Práticas de compreensão e produção de textos orais em diferentes contexto discursivos.
(EF09LP01) Participar, de modo claro e respeitoso, de interações orais em sala de
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aula e na escola, particularmente quando suas posições forem divergentes das
Interação discursiva/intercâmbio de seus interlocutores.
Regras de convivência em sala de aula
oral no contexto escolar
(EF09LP02) Respeitar os turnos de fala, na participação em conversações e em
debates ou atividades coletivas, na sala de aula e na escola.
(EF09LP03) Utilizar estratégias de construção do texto oral, considerando os obje-
Elementos constitutivos da discursividade em tivos comunicativos, o contexto e a situação e as características dos interlocutores.
Funcionamento do discurso oral
diferentes contextos comunicativos (EF09LP04) Justificar, em interações orais, mudança, desvio ou quebra de tópico
conversacional, analisando estratégias de retomada do tema da interação.
(EF09LP05) Justificar pontos de vista defendidos e refutados na escuta de intera-
Estratégias de escuta de textos Procedimentos de escuta de textos ções polêmicas: entrevista, debates (televisivo, em sala de aula, em redes sociais
orais em situações específicas de etc.), entre outros.
interação
Registro de informações (EF09LP06) Sintetizar ideias de texto escutado, com base em anotações.
Produção de textos orais (EF09LP07) Expor, de modo resumido, resultados de debate em sala de aula sobre
em situações específicas de Exposição oral tema polêmico, enumerando os argumentos e contra-argumentos apresentados,
interação orientando-se por anotações feitas durante o debate.
Habilidades comuns do 6º ao 9º ano
(EF69LP01) Expor, no tempo previsto, resultados de pesquisa ou estudo, em cola-
Produção de textos orais
boração com o grupo, com apoio de quadros, tabelas ou gráficos e uso de recursos
em situações específicas de Exposição oral
de tecnologias da informação e comunicação, adequando vocabulário, pronúncia,
interação
entonação, gestos, pausas e ritmo.
(EF69LP02) Justificar fatores determinantes de registro linguístico (formal, infor-
mal), como: contexto, ambiente, tema, estado emocional do falante, grau de inti-
midade entre os falantes.
(EF69LP03) Adequar o nível de formalidade da fala aos temas, contextos/situa-
Variação linguística Processos de variação linguística ções, interlocutores.
(EF69LP04) Reconhecer a manifestação de preconceitos linguísticos como formas
de discriminação e dominação.
(EF69LP05) Respeitar a variação linguística por características sociais, regionais,
urbanas e rurais da fala, rejeitando preconceitos linguísticos.
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UNIDADES TEMÁTICAS OBJETOS DE CONHECIMENTO HABILIDADES
EIXO LEITURA – Práticas de compreensão e interpretação de textos verbais, verbo-visuais e multimodais. Textos da atualidade, com assunto e tema apropriados à faixa etária
dos alunos e nível de textualidade adequado: vocabulário com possibilidades de enriquecimento do léxico do aluno e recursos expressivos denotativos e conotativos.
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Seleção de informações comunicação e informação, novos ou tradicionais, sem exceder a quantidade
de informações disponíveis, para resolver problemas.
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UNIDADES TEMÁTICAS OBJETOS DE CONHECIMENTO HABILIDADES
Habilidades comuns do 6º ao 9º ano
(EF69LP06) Ler textos (impressos e eletrônicos) mais extensos e com vocabulário
Fluência de leitura para a compreensão do
pouco usual, de gêneros textuais diversos, silenciosamente e em voz alta, com
texto
crescente autonomia e fluência (padrão rítmico adequado e precisão).
Construção da autonomia de (EF69LP07) Estabelecer expectativas (pressuposições antecipadoras dos sentidos,
leitura da forma e da função do texto), apoiando-se em seus conhecimentos prévios sobre
Autodomínio do processo de leitura gênero textual, suporte e universo temático, bem como sobre saliências textuais,
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recursos gráficos, imagens, dados da própria obra (índice, prefácio etc.), confor-
mando antecipações e inferências realizadas antes e durante a leitura de textos.
EIXO ESCRITA – Práticas de produção de textos verbais, verbo-visuais e multimodais de diversos gêneros textuais.
(EF09LP22) Produzir textos injuntivos instrucionais, indicando o objetivo a ser atin-
gido, apresentando os comandos em ações sequencialmente ordenadas, e conju-
Texto injuntivo: instrucional e procedimental
gando elementos verbais e visuais para a complementação/visualização das infor-
mações (imagens e tabelas, desenhos etc.).
(EF09LP23) Produzir textos expositivos (artigos), com estrutura adequada (introdu-
ção ao tema, desenvolvimento e conclusão) e utilizando, adequadamente, estraté-
Texto expositivo-informativo
gias de informação (definições, descrições, comparações, enumerações, exemplos,
gráficos, tabelas).
Estratégias durante a produção
(EF09LP24) Produzir texto argumentativo, assumindo posição diante de tema po-
do texto
lêmico, argumentando de acordo com a estrutura própria desse tipo de texto e
Texto argumentativo
utilizando diferentes tipos de argumentos – de autoridade, comprovação, exem-
plificação.
Procedimentos linguístico-gramaticais (EF09LP25) Escrever textos corretamente, de acordo com a norma-padrão, com
e ortográficos estruturas sintáticas complexas no nível da oração e do período.
(EF09LP26) Utilizar, ao produzir texto, recursos expressivos adequados ao gênero
Procedimentos estilístico-enunciativos textual, discurso direto em registro formal ou informal, de acordo com o locutor-
-personagem, figuras de linguagem etc.
Habilidades comuns do 6º ao 9º ano
(EF69LP08) Planejar, com a ajuda do professor, o texto que será produzido, consi-
derando a situação comunicativa, os interlocutores (quem escreve/para quem es-
Planejamento do texto creve); a finalidade ou o propósito (escrever para quê); a circulação (onde o texto
Estratégias antes da produção vai circular); o suporte (qual é o portador do texto); a linguagem, organização,
do texto estrutura, o tema e assunto do texto.
(EF69LP09) Buscar, em meios impressos ou digitais, informações necessárias à pro-
Pesquisa sobre o tema do texto dução do texto (leituras) e realizar entrevistas, organizando em roteiros os fatos,
dados e fontes pesquisadas.
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UNIDADES TEMÁTICAS OBJETOS DE CONHECIMENTO HABILIDADES
Estratégias durante a produção (EF69LP10) Organizar o texto em unidades de sentido, dividindo-o em parágrafos,
Parágrafo: aspectos semânticos e gráficos
do texto tópicos e subtópicos, segundo as regras gráficas e de acordo com o gênero textual.
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Estratégias após a produção do
(EF69LP12) Reescrever o texto incorporando as alterações feitas na revisão e obe-
texto Reescrita do texto
decendo as convenções de disposição gráfica, inclusão de título, de autoria.
EIXO CONHECIMENTOS LINGUÍSTICOS E GRAMATICAIS – Práticas de análise linguística e gramatical (como estratégia para o desenvolvimento produtivo das práticas de
oralidade, leitura e escrita). Reflexão sobre os usos do léxico e de regularidades no funcionamento da língua falada e escrita.
Observação de regularidades no (EF09LP32) Identificar, em textos lidos e em produções próprias, a relação que
funcionamento da língua: conjunções conjunções (e locuções conjuntivas) coordenativas e subordinativas estabelecem
coordenativas e subordinativas entre as orações que conectam.
Morfossintaxe
(EF09LP33) Comparar o uso de regência verbal e regência nominal na norma-pa-
Regência nominal e verbal
drão com seu uso no português brasileiro coloquial oral.
Marcas da relação entre as orações no (EF09LP35) Identificar efeitos de sentido do uso de orações adjetivas restritivas e
período composto: orações subordinadas explicativas em um período composto.
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UNIDADES TEMÁTICAS OBJETOS DE CONHECIMENTO HABILIDADES
EIXO EDUCAÇÃO LITERÁRIA – Práticas de leitura e reflexão para apreciar textos literários orais e escritos.
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(EF09LP38) Analisar a organização de texto dramático apresentado em teatro,
Elementos constitutivos do discurso dramático
televisão, cinema, identificando as estratégias de sua realização como peça teatral,
em prosa e versos
novela, filme.
(EF09LP39) Analisar, em texto literário, recursos expressivos que provocam efeitos
Recursos de criação de efeitos de sentido
de humor, ironia ou paradoxo.
(EF09LP40) Analisar recursos de intertextualidade em paródias, paráfrases, pasti-
Reconstrução do sentido do ches, charges, cartuns e outras manifestações artísticas (cinema, teatro, artes vi-
texto literário suais e midiáticas, música).
Intertextualidade
(EF09LP41) Analisar temas, categorias, estruturas, valores e informações em textos
literários e outras manifestações artísticas (obras de cinema, teatro, artes visuais e
midiáticas e música).
(EF09LP42) Criar contos ou crônicas, com temáticas diversas, aplicando os conhe-
cimentos sobre os constituintes estruturais e recursos expressivos do texto narrativo
Experiências estéticas Processos de criação de ficção.
(EF09LP43) Parodiar poemas conhecidos da literatura.
Habilidades comuns do 6º ao 9º ano
(EF69LP14) Inferir a presença de valores sociais, culturais e humanos e de diferen-
tes visões de mundo em textos literários.
O texto literário no contexto
Dimensão social e estética do texto literário (EF69LP15) Reconhecer, em textos literários, formas de estabelecer múltiplos olha-
sociocultural
res sobre as identidades, sociedades e culturas, considerando o momento e o local
de sua produção e autoria.
(EF69LP16) Ler, de forma autônoma, textos literários de diferentes gêneros, ex-
Interesse pela leitura literária Apreciação de texto literário pressando avaliação do texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas,
autores.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Leitura
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O casaco
Um homem estava anoitecido.
Se sentia por dentro um trapo social.
Igual se, por fora, usasse um casaco rasgado e sujo
Tentou sair da angústia
Isto ser:
Ele queria jogar o casaco rasgado e sujo no lixo.
Ele queria amanhecer.
BARROS, Manoel de. Poemas rupestres. 2. ed. Rio de Janeiro: Best Seller,
2006. p. 73.
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pequena como uma cócega. No fim, resta a sensação de prazer. Esse mecanismo
foi desvendado por químicos e neurologistas da Universidade da Califórnia, nos
Estados Unidos, que examinaram o cérebro de ratos enquanto gotejavam água
com gás na língua deles. Notaram, assim, que os neurônios encarregados de captar
sinais de dor entravam em ação. “Isso não quer dizer que o ácido carbônico faça
mal”, explicou Earl Carstens, responsável pela pesquisa, à SUPER.
No trecho “Isso não quer dizer que ácido carbônico faça mal...”, o pronome
destacado faz referência à
A) causa. C) modo.
B) lugar. D) tempo.
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Corda bamba
As duas vinham andando pela calçada — a Mulher Barbuda e Maria. De mão
dada. A Mulher Barbuda usava saia, barba e uma sacola estourando de cheia;
Maria, de calça de brim, um embrulho debaixo do braço, ia levando a tiracolo
um arco enfeitado com flor de papel, quase do tamanho dela (não era muita
15
vantagem: ela já tinha dez anos, mas era do tipo miúdo). Pararam na frente de um
edifício. Barbuda falou:
— É aqui, tá vendo? 225. — Olhou pra trás: — Foguinho! Ei!
Foguinho estava parado na esquina tirando um coelho da meia: andava trei-
nando pra ser mágico. Há anos que ele comia fogo no circo, mas agora tinha dado
pra ficar de estômago embrulhado cada vez que engolia uma chama; tinha dias,
que só de olhar pras tochas que Barbuda trazia, o estômago já se revoltava todo.
— Olha só, fiz a mágica da meia! — gritou. Agarrou o coelho pela orelha e
correu pra porta do edifício.
Barbuda achava uma graça danada naquela história de Foguinho treinar
mágica em tudo que é canto; deu um beijo nele:
— Você ainda vai ser o maior mágico que já se viu por aí. Não é, Maria?
Mas Maria continuou quieta; só apertou com mais força a mão de Barbuda.
NUNES, Lygia Bojunga. Corda bamba. 20. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1997. p. 9.
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A) choque.
B) gelo.
C) nuvem.
D) turbulência.
Sondagem
O carteiro, conversador amável, não gosta de livros. Tornam pesada a carga
matinal, que na sua opinião, e dado seu nome burocrático, devia constituir-se
apenas de cartas. No máximo algum jornalzinho leve, mas esses pacotes e mais
pacotes que o senhor recebe, ler tudo isso deve ser de morte!
Explico-lhe que não é preciso ler tudo isso, e ele muito se admira:
— Então o senhor guarda sem ler? E como é que sabe o que tem no miolo?
— Em primeiro lugar, Teodorico, nem sempre eu guardo. Às vezes dou aos
amigos, quando há alguma coisa que possa interessar a eles.
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No trecho “... isso é o que acontece com a maioria, estou vendo.” (último
parágrafo), o pronome destacado refere-se ao fato de o narrador
18
A morte da tartaruga
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Afinal, com tanto choro, o pai acordou lá dentro, e veio, estremunhado, ver
de que se tratava. O menino mostrou-lhe a tartaruga morta. A mãe disse: — “Está
aí assim há meia hora, chorando que nem maluco. Não sei mais o que faço. Já lhe
prometi tudo mas ele continua berrando desse jeito”. O pai examinou a situação e
propôs: — “Olha Henriquinho. Se a tartaruga está morta não adianta mesmo você
chorar. Deixa ela aí e vem cá com o pai”. O garoto depôs cuidadosamente a tarta-
ruga junto do tanque e seguiu o pai, pela mão. O pai sentou-se na poltrona, botou
o garoto no colo e disse:
— “Eu sei que você sente muito a morte da tartaruguinha, eu também. Mas
nós vamos fazer um grande funeral para ela. (Empregou de propósito a palavra
difícil). O menino parou imediatamente de chorar e perguntou o que era funeral.
O pai lhe explicou que era um enterro. “Olha, nós vamos comprar uma caixa bem
bonita, balas, bombons, doces e voltamos para casa. Depois colocamos a tartaruga
na caixa e rodeamos de velinhas de aniversário. Convidamos seus colegas, canta-
mos o “Happy-Birth-Day-To-You” pra tartaruguinha morta e você assopra as velas.
Depois a enterramos, no quintal, e numa pedra colocamos o nome dela e o dia
em que ela morreu. Isso é um funeral! Vamos fazer isso?” O garotinho estava com
outra cara. “Vamos papai, vamos! A tartaruguinha vai ficar contente lá no céu, não
vai?” Saiu correndo para apanhar o animal morto. Gritou para o pai: “— Papai,
papai, vem cá, ela está viva!” O pai correu pro quintal e constatou que era verdade.
“Que bom, heim, nem precisaremos fazer o funeral”. “Vamos sim, papai” — disse
o menino ansioso, pegando uma pedra bem grande — “Eu mato ela”.
No trecho “... Mas o pobre menino parecia estar mesmo profundamente aba-
lado com a morte do seu animalzinho de estimação.”, a palavra em destaque
expressa a ideia
20
A) a venda de narcóticos.
B) a falsificação dos remédios.
C) a receita de remédios falsos.
D) a venda abusiva de remédios.
Linguagem publicitária
[...]
Ao contrário do panorama caótico do mundo apresentado nos noticiários dos
jornais, a mensagem publicitária cria e exibe um mundo perfeito e ideal [...] Tudo
são luzes, calor e encanto, numa beleza perfeita e não perecível.
[...]
21
Como bem definiu certa vez um gerente de uma grande agência francesa,
publicidade é “encontrar algo de extraordinário para falar sobre coisas banais”.
[...]
CARVALHO, Nelly de. A linguagem da sedução. São Paulo: Ática, 1996. In: CEREJA, William Roberto;
MAGALHÃES, Thereza. Português linguagens. São Paulo: Atual, 2006.
A) confuso.
B) perfeito.
C) ideal.
D) encanto.
Duas almas
Ó tu, que vens de longe, ó tu, que vens cansada,
entra, e sob este teto encontrarás carinho:
eu nunca fui amado, e vivo tão sozinho,
vives sozinha sempre, e nunca foste amada...
22
A) aconchegante.
B) belo.
C) brando.
D) elegante.
23
Você se lembra do tempo em que era preciso esperar o outono para comer
morango e o inverno para chupar laranjas? Se não, é porque faz muito tempo
mesmo: hoje em dia, essas frutas estão no supermercado o ano inteiro. Poda e irri-
gação se juntaram à genética e à química e permitem que os agricultores acelerem
ou retardem o ciclo natural das plantas. Hoje, as frutas são de todas as épocas.
A manga, por exemplo, graças a substâncias químicas como paiobutazol e
ethefon, tem uma produção uniforme ao longo do ano. O produtor pode até
adequar a colheita ao período mais propício para o mercado interno ou externo.
Além do calendário, a agricultura moderna também ignora a geografia: a maçã, fã
do frio, já dá na Bahia. Fruto de cruzamentos genéticos, a variedade Eva suporta
trocadilhos e o calor nordestino desde 2004.
SILVA, Michele. Revista Superinteressante, n. 264. São Paulo: Abril, 2009. p. 46.
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O império da vaidade
Você sabe por que a televisão, a publicidade, o cinema e os jornais defendem
os músculos torneados, as vitaminas milagrosas, as modelos longilíneas e as aca-
demias de ginástica? Porque tudo isso dá dinheiro. Sabe por que ninguém fala do
afeto e do respeito entre duas pessoas comuns, mesmo meio gordas, um pouco
feias, que fazem piquenique na praia? Porque isso não dá dinheiro para os nego-
ciantes, mas dá prazer para os participantes.
O prazer é físico, independentemente do físico que se tenha: namorar, tomar
milk-shake, sentir o sol na pele, carregar o filho no colo, andar descalço, ficar em
casa sem fazer nada. Os melhores prazeres são de graça — a conversa com o
amigo, o cheiro do jasmim, a rua vazia de madrugada —, e a humanidade sempre
gostou de conviver com eles. Comer uma feijoada com os amigos, tomar uma
caipirinha no sábado também é uma grande pedida. Ter um momento de prazer
25
História em esmolas
Quando aqui chegaram, os portugueses traziam bugigangas para oferecer
aos índios. Desde então, a história do Brasil é uma história de esmolas dos podero-
sos para os humildes.
Ao mesmo tempo em que matavam os índios, os colonizadores distribuíam
esmolas para eles.
26
A outra noite
Rubem Braga
Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e
chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e
o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava
um luar lindo, de lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas
de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas. Uma paisagem irreal.
27
A função da arte
Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que des-
cobrisse o mar.
Viajaram para o Sul.
Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando.
28
A) criticar. C) denunciar.
B) conscientizar. D) informar.
29
Filhos do coração
Gabriela de Palhano e Rogério Lima
O sonho da empresária Ana Fabíola Gonçalves é ter uma família grande; entre
o pequeno Yuri, de apenas 9 meses, e Ian, de 13 anos, cabe mais um irmão. Fabíola
tenta adotar uma criança de 5 ou 6 anos. “É como se faltasse alguma coisa”, diz
a mãe.
Nos abrigos, a espera também é longa — muitas vezes de dois ou três anos.
Enquanto isso, as crianças vivem uma infância sem família. Num dos abrigos
que visitamos, um menino conta o que ele pede na hora de rezar: “Peço um pai,
uma mãe, alguém cuidando da gente”.
Qual é a dificuldade para unir esses destinos? O Estatuto da Criança e do
Adolescente estabelece que a prioridade é que os filhos voltem para as famílias
biológicas, mas não há prazos pra que isso ocorra; os processos judiciais podem
levar anos. (...) Enquanto isso, a fila para a adoção é grande. (...)
O promotor Sávio Bittencourt diz que a sociedade precisa discutir, com urgên-
cia, o tempo que a Justiça leva para decidir que uma família é incapaz de cuidar dos
filhos que abandonou. “(...) Quantas vezes são tentadas reintegrações frustradas,
em que a criança volta pra passar final de semana com seus pais biológicos e sofre
violências, insultos? Aí ela volta para o abrigo mais uma vez, num novo abandono.
Essas situações vão se repetindo porque nós queremos que o vínculo bio-
lógico seja respeitado, enquanto o que importa, na verdade, é a afetividade da
família”, defende o promotor. (...)
O juiz Francisco Oliveira Neto (...) diz que o ideal é diminuir a permanência das
crianças nos abrigos; mas, para ele, mais importante do que fixar prazos é tentar
todos os recursos para reaproximar pais e filhos…
30
31
Festa junina
Existem duas explicações para o termo festa junina. A primeira explica que
surgiu em função das festividades que ocorrem durante o mês de junho. Outra
versão diz que essa festa tem origem em países católicos da Europa e, portanto,
seria em homenagem a São João. No princípio, a festa era chamada de Joanina.
De acordo com historiadores, essa festividade foi trazida para o Brasil pelos
portugueses, ainda durante o período colonial (época em que o Brasil foi coloni-
zado e governado por Portugal). Naquela época, havia uma grande influência de
elementos culturais portugueses, chineses, espanhóis e franceses. Da França veio a
dança marcada, característica típica das danças nobres e que, no Brasil, influenciou
muito as típicas quadrilhas. Já a tradição de soltar fogos de artifício veio da China,
região de onde teria surgido a manipulação da pólvora para a fabricação de fogos.
Da Península Ibérica teria vindo a dança de fitas, muito comum em Portugal e na
Espanha.
Todos estes elementos culturais foram, com o passar do tempo, misturando-
-se aos aspectos culturais dos brasileiros (indígenas, afro-brasileiros e imigrantes
europeus) nas diversas regiões do país, tomando características particulares em
cada uma delas.
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A) da Espanha.
B) da China.
C) da França.
D) de Portugal.
A) à bossa nova.
B) à marcha carnavalesca.
C) ao partido-alto.
D) ao samba de breque.
33
Aqui e ali ouvia barulhos familiares. Vez ou outra um desvio, era uma seção que
terminava em torneira.
Vários dias foi rodando, até que tudo se tornou monótono. O cano por dentro
não era interessante.
No primeiro desvio, entrou. Vozes de mulher. Uma criança brincava.
Então percebeu que as engrenagens giravam e caiu numa pia. À sua volta
era um branco imenso, uma água límpida. E a cara da menina aparecia redonda e
grande, a olhá-lo interessada. Ela gritou: “Mamãe, tem um homem dentro da pia”.
Não obteve resposta. Esperou, tudo quieto. A menina se cansou, abriu o
tampão e ele desceu pelo esgoto.
BRANDÃO, Ignácio de Loyola. Cadeiras proibidas. São Paulo: Global, 1988, p. 89.
Texto 1
34
BANDEIRA, Pedro. Mais respeito, eu sou criança. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2002. p. 75.
Texto 2
Procura-se
Procura-se algum lugar no planeta
onde a vida seja sempre uma festa
onde o homem não mate
nem bicho nem homem
e deixe em paz
as árvores na floresta.
Procura-se algum lugar no planeta
onde a vida seja sempre uma dança
e mesmo as pessoas mais graves
tenham no rosto um olhar de criança.
MURRAY, Roseana. Classificados poéticos. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2004. p. 22-23.
35
Texto 1
A vespa
A vespa faz parte da ordem dos himenópteros. É um inseto que possui dois
pares de asas membranosas, dos quais o posterior é menor. A vespa caça diferentes
insetos, como as lagartas, para alimentar suas próprias larvas, o que acaba sendo
benéfico para as plantas. Por outro lado, atraída pelo odor das nossas refeições, ela
vem nos incomodar e nos amedrontar no verão, por causa de suas picadas dolo-
ridas. Mas ela só ataca quando se sente ameaçada. E faz isso com a ajuda de um
ferrão existente na extremidade do abdome e ligado a uma glândula de veneno.
Ao contrário das abelhas, a vespa guarda o ferrão assim que pica alguém e, assim,
é capaz de picar várias vezes seguidas.
Existem mais de 9 mil espécies de vespas, cujo tamanho pode variar de 1 a
2 cm de comprimento. Seu abdome, normalmente listrado de amarelo e preto,
pode também ser preto e vermelho. Todas possuem um par de olhos compostos e
três ocelos. Entre as inúmeras espécies, algumas são solitárias (caçadoras), outras
são sociais e vivem em grupo num ninho chamado vespeiro.
Texto 2
A abelha
Assim como as vespas, as abelhas fazem parte da ordem dos himenópteros.
Existem 20 mil espécies de abelhas, das quais mil são sociais, como a abelha-
-europeia.
Insetos extremamente úteis, elas nos proporcionam mel e cera e desempe-
nham um importante papel ecológico para as plantas. A abelha se alimenta de
néctar e também de pólen que, espalhado sobre seu corpo, é transportado de uma
flor para outra. Isso favorece a polinização das plantas.
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A) advertir.
B) convencer.
C) informar.
D) opinar.
37
cita o caso da plataforma de gelo Wilkins, de cerca de 14 mil km2, que está prestes
a se depreender da Península Antártica.
Atualmente, o bloco — “do tamanho da Jamaica”, compara Osório — é
mantido por uma faixa de gelo de apenas 40 km de largura.
A) conto.
B) crônica.
C) reportagem.
D) resumo.
A) acrescentar um argumento.
B) definir um conceito.
C) introduzir um esclarecimento.
D) questionar um dado.
Fuga
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Distraído, o pai não reparou que ele juntava ação às palavras, no ato de juntar
SABINO, Fernando. Fuga. In: Para gostar de ler. v. 2 Crônicas. São Paulo: Ática, 1995. p. 18-19.
Porquinho-da-índia
Quando eu tinha seis anos
Ganhei um porquinho-da-índia.
Que dor de cabeça me dava
39
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem & Estrela da manhã. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000.
No poema, o uso dos diminutivos “porquinho” (v. 2), “bichinho” (v. 4), “lim-
pinhos” (v. 6) e “ternurinhas” (v. 9) indica
A) afetividade. C) desconsideração.
B) deboche. D) insatisfação.
O gambá
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grossas botinas mal dispensavam as muletas. O intruso não lhe dizia respeito. Podia
REZENDE, Oto Lara. O gambá. In: O elo perdido & outras histórias. 5. ed.
São Paulo: Ática, 1998. p. 12. (fragmento)
A) O fechamento do café.
B) A aparição do gambá.
C) A perseguição ao recém-chegado.
D) O descaso do Corcundinha.
Texto 1
Filtros da natureza
Dracena, samambaia, babosa e a palmeira-areca ou ráfia têm cultivo fácil
e agem como filtros naturais capazes de neutralizar a poluição de ambientes
internos. A eficácia dessas plantas e de outras foi comprovada [pois] o interior
dos lugares pode ser até dez vezes mais poluído do que o lado de fora. Por isso,
acumula contaminação o suficiente para causar alergias, asma e outras patologias.
[...] Quando puxam o ar para as raízes, elas levam essas substâncias tóxicas,
que vão ser consumidas pelos micróbios junto com o oxigênio. Na opinião da pes-
quisadora Lúcia Regina Dumant, um ou dois vasos já ajudam na proteção contra a
poluição. “Cada planta remove uma certa quantidade de gás poluente”, explica.
[...] A samambaia ornamental, a minipalmeira, a palmeirinha-bambu e a dra-
cena estão entre as primeiras colocadas.
GLOBO RURAL, jun. 2009, n. 284, p. 16-17.
41
Texto 2
Sustentabilidade é o negócio
Muitas pessoas associam sustentabilidade somente à preservação do meio
ambiente. Mas é muito mais que cuidar do planeta. Sustentabilidade é um modelo
de gestão de negócios que visa, sim, ao retorno financeiro, mas que também leva
em consideração os impactos ambientais, sociais e culturais.
[...] Para que exista sustentabilidade no meio empresarial, é necessário ter
boas práticas de governança corporativa, assegurar a preservação dos interesses
das diversas partes interessadas e buscar a inovação, por meio de novos produtos,
processos e modelos de negócio que atendam as novas demandas da sociedade.
LEONARDO, Celso. In: O Globo, Caderno Razão Social, 3 nov. 2009, p. 23.
Infância
Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.
Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre mangueiras
lia a história de Robinson Crusoé,
comprida história que não acaba mais.
No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu a ninar nos longes da
senzala — e nunca se esqueceu chamava para o café.
Café preto que nem a preta velha
café gostoso
café bom.
42
A) espaço da narrativa.
B) narrador em 1ª pessoa.
C) narrador em 3ª pessoa.
D) tempo da narrativa.
43
A) alegria.
B) espanto
C) medo.
D) raiva.
SHENIPABU, Miyui. História da origem dos remédios da mata. In: História dos antigos.
Belo Horizonte: UFMG, 2000. p. 109. Organização: Professores Indígenas do Acre. (fragmento)
44
De acordo com esse texto, os remédios que têm na mata surgiram a partir do
A) dos avós.
B) das pessoas.
C) de parentes.
D) de uma índia.
45
Pardalzinho
O pardalzinho nasceu
Livre. Quebraram-lhe a asa.
Sacha lhe deu uma casa,
Água, comida e carinhos.
Foram cuidados em vão:
A casa era uma prisão,
O pardalzinho morreu.
O corpo, Sacha enterrou
No jardim; a alma, essa voou
Para o céu dos passarinhos!
BANDEIRA, Manuel. Pardalzinho. In: Poesia completa e prosa.
Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996.
46
Nos versos “O corpo, Sacha enterrou no jardim; a alma, essa voou para o céu
A) água. C) casa.
B) alma. D) Sacha.
Texto 1
Texto 2
47
48
Texto I
Monte Castelo
Ainda que eu falasse a língua dos homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor, eu nada seria.
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade;
O amor é bom, não quer o mal,
Não sente inveja ou se envaidece.
49
Texto II
Soneto 11
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
50
MEIRELES, Cecília. Uma flor quebrada. In: Ou isto ou aquilo & Inéditos.
São Paulo: Melhoramentos, 1974.
51
Mito setentão
Batman chega este mês aos 70 anos com fatos e números dignos de res-
peito e estudo. O famoso personagem das histórias em quadrinhos, propriedade
do grupo norte-americano Warner, se consolidou como a mais bem sucedida e
duradoura obra coletiva da indústria cultural, marcada por dezena de colabora-
dores e por coleção de sucesso em todas as mídias, particularmente na televisão e
no cinema. Se depender dos produtores do homem-morcego e dos aficcionados
do personagem espalhados pelo mundo, essa trajetória ainda vai longe. “Este é o
ano do morcego! Celebrar sete décadas não é pra qualquer um. Temos boas sur-
presas reservadas para os fãs do herói”, promete Levi Trindade, editor da revista de
Batman no Brasil (publicada pela Panini) em recente comunicado. [...]
A) comparação.
B) conclusão.
C) condição.
D) consequência.
52
A vespa
A vespa faz parte da ordem dos himenópteros. É um inseto que possui dois
pares de asas membranosas, dos quais o posterior é menor. A vespa caça diferentes
insetos, como as lagartas, para alimentar suas próprias larvas, o que acaba sendo
benéfico para as plantas. Por outro lado, atraída pelo odor das nossas refeições, ela
vem nos incomodar e nos amedrontar no verão, por causa de suas picadas dolo-
ridas. Mas ela só ataca quando se sente ameaçada. E faz isso com a ajuda de um
ferrão existente na extremidade do abdome e ligado a uma glândula de veneno.
Ao contrário das abelhas, a vespa guarda o ferrão assim que pica alguém e, assim,
é capaz de picar várias vezes seguidas.
Existem mais de 9 mil espécies de vespas, cujo tamanho pode variar de 1 a 2
cm de comprimento. Seu abdome, normalmente listrado de amarelo e preto, pode
também ser preto e vermelho. Todas possuem um par de olhos compostos e três
ocelos. Entre as inúmeras espécies, algumas são solitárias (caçadoras), outras são
sociais e vivem em grupo num ninho chamado vespeiro.
Texto 2
A abelha
Assim como as vespas, as abelhas fazem parte da ordem dos himenópteros.
Existem 20 mil espécies de abelhas, das quais mil são sociais, como a abelha-euro-
peia. Insetos extremamente úteis, elas nos proporcionam mel e cera e desempenham
um importante papel ecológico para as plantas. A abelha se alimenta de néctar e
também de pólen que, espalhado sobre seu corpo, é transportado de uma flor para
outra. Isso favorece a polinização das plantas.
As abelhas são espetaculares na organização de sua sociedade e de seus com-
portamentos sociais. Em seu ninho, chamado colmeia, existem inúmeros indivíduos,
53
cada um com um importante papel a desempenhar. A rainha põe os ovos (até 2.500
por dia); milhares de operárias recolhem o néctar que, colocado nos alvéolos, dará
o mel, com o qual elas se alimentam. Dependendo da idade, uma operária também
se ocupa da postura (ovos, larvas e ninfas), faz a aeração, arruma e repara a colmeia.
Quando sai à procura de alimento, uma abelha é capaz de comunicar às
companheiras a exata localização do “banquete”, indicando o caminho por meio
de danças.
54
FERNANDES, Maria; HAILER, Marco Antônio. Alp novo: Análise, Linguagem e Pensamento. v. 4.
São Paulo: FTD, 2000. p. 106.
A expressão “Tô aqui!”, no título desse texto, revela um falante que faz uso
de linguagem
A) coloquial. C) regional.
B) formal. D) técnica.
Texto 1
CAMINHA, Pero Vaz de. Carta a el-rei dom Manuel sobre o achamento do Brasil. Intr., atual.
Do texto e notas de M. Viegas Guerreiro; leit paleogr. de Eduardo Nunes.
Lisboa: Imprensa Nacional, 1974.
55
Texto 2
Índios
Quem me dera, ao menos uma vez,
Ter de volta todo o ouro que entreguei
A quem conseguiu me convencer
Que era prova de amizade
Se alguém levasse embora até o que eu não tinha.
56
57
A) passado e o futuro.
B) presente e o passado.
C) presente e o futuro.
D) real e o imaginário.
58
O reformador do mundo
Américo Pisca-Pisca tinha o hábito de pôr defeito em todas as coisas. O mundo
para ele estava errado e a natureza só fazia asneiras.
— Asneiras, Américo?
— Pois então?!... Aqui mesmo, neste pomar, você tem a prova disso. Ali está
uma jabuticabeira enorme sustendo frutas pequeninas, e lá adiante vejo colossal
abóbora presa ao caule duma planta rasteira. Não era lógico que fosse justamente o
contrário? Se as coisas tivessem de ser reorganizadas por mim, eu trocaria as bolas,
passando as jabuticabas para a aboboreira e as abóboras para a jabuticabeira.
Não tenho razão?
LOBATO, Monteiro. O reformador do mundo. In: Obra infantil completa.
São Paulo: Brasiliense, s.d.
59
A) num pomar.
B) num rio.
C) numa floresta.
D) numa praça.
Tulipas da Holanda
Todos os anos, durante a primavera, gente de todo o mundo procura um
pequeno parque colorido e perfumado, cheio de lagos e flores, na Holanda.
Ali se encontra a famosa tulipa, a flor nacional do país. A floricultura é uma
fonte de renda na Holanda e a cultura dessa flor constitui a base dessa renda.
O valor das tulipas está no tamanho das flores e na sua coloração. Suas cores
são variadas, mas a Rainha da Noite é a mais apreciada pela sua raridade. É também
conhecida como tulipa negra, embora sua cor seja azul-roxo bem escuro.
Novato
Aquele advogado recém-formado montou um luxuoso escritório num prédio
de alto padrão na Avenida Paulista e botou na porta uma placa dourada: “Dr.
Antônio Soares — Especialista em Direito Tributário”.
No primeiro dia de trabalho, chegou bem cedo, vestindo o seu melhor terno,
sentou-se atrás da escrivaninha e ficou aguardando o primeiro cliente. Meia hora
depois, batem à porta.
60
A) “Sei... Sei...”.
B) “É claro!...”.
C) “Obrigado... Um abraço!”.
D) “— Eu vim instalar o telefone...”.
Aleijadinho
Antônio Francisco Lisboa nasceu em 1730 em Vila Rica (atual Ouro Preto),
Minas Gerais e viveu 84 anos. Filho de Manoel Francisco Lisboa, português e de
uma escrava deste, africana, de nome Izabel, tornou-se o maior escultor do Brasil,
tendo trabalhado até as vésperas de sua morte. Deixou uma obra vastíssima e de
grande valor artístico.
Sua formação se deu no próprio meio familiar, aprendendo com o pai, que
era, junto com o irmão, mestre na arte em cantaria e na talha do estilo Barroco.
Sua vida muda completamente a partir do momento em que uma grave
doença deformante o acomete. A doença se agrava com o correr do tempo, a
ponto de caírem-lhe os dedos das mãos. Daí o apelido de Aleijadinho. [...]
COELHO, Ronaldo Simões. Pérola torta. Belo Horizonte: Dimensão, 1995. (fragmento)
61
O sábio
Havia um pai que morava com suas duas jovens filhas, meninas muito curiosas
e inteligentes. Suas filhas sempre lhe faziam muitas perguntas.
Algumas, ele sabia responder. Outras, não fazia a mínima ideia da resposta.
Como pretendia oferecer a melhor educação para as suas filhas, as enviou
para passar as férias com um velho sábio que morava no alto de uma colina. Este,
por sua vez, respondia a todas as perguntas, sem hesitar.
Já muito impacientes com essa situação, pois constataram que o tal velho
era realmente sábio, resolveram inventar uma pergunta que o sábio não saberia
responder.
Passaram-se alguns dias e uma das meninas apareceu com uma linda borbo-
leta azul e exclamou para a sua irmã:
— Dessa vez o sábio não vai saber a resposta!
— O que você vai fazer? Perguntou a outra menina.
— Tenho uma borboleta azul em minhas mãos. Vou perguntar ao sábio se
a borboleta está viva ou está morta. Se ele disser que ela está viva, vou apertá-la
rapidamente, esmagá-la e, assim, matá-la. Como consequência, qualquer resposta
que o velho nos der, vai estar errada.
As duas meninas foram, então, ao encontro do sábio que se encontrava medi-
tando sob um eucalipto na montanha. A menina aproximou-se e perguntou:
— Tenho aqui uma borboleta azul. Diga-me, sábio, ela está viva ou morta?
Calmamente, o sábio sorriu e respondeu:
— Depende de você... Ela está em suas mãos.
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O relógio da igreja
A) antigas.
B) compridas.
C) inventadas.
D) românticas.
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Cozinheira de mão-cheia
Minha irmã passou no vestibular aos 17 anos e teve de se mudar para outra
cidade.
Foi sua primeira experiência de morar sozinha. Alugou um apartamento e
dividiu-o com uma amiga da mesma idade que também tinha acabado de entrar
para a faculdade.
Muito dependente de minha mãe, eram constantes os telefonemas para per-
guntar as coisas mais diversas. Em uma dessas ligações, minha mãe voltou dando
gargalhadas: minha irmã queria saber como se preparava um chá de farinha.
— Chá de farinha? Perguntou espantada minha mãe. — Não se pode fazer
chá com farinha!
— Como não? Estamos com uma receita de panquecas que diz: “Cinco colhe-
res de chá de farinha.”
66
de café logo após a refeição não só melhora a digestão, como também proporciona
No trecho “Você pode misturá-las com frutas, ...” (último parágrafo), o pro-
nome em destaque refere-se
A) xícaras de café.
B) xícaras de chá.
C) folhas verdes.
D) frutas.
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Decida
Em um mundo cada vez mais complexo, com excesso de informação, pressão
por desempenho e repleto de alternativas, as pessoas precisam tomar decisões
também a respeito de assuntos delicados. E devem fazer isso sem ter muito tempo
para pensar.
Cada vez mais, o sucesso e a satisfação pessoal dependem da habilidade de
fazer escolhas adequadas. Com frequência, as pessoas são instadas a tomar uma
decisão que pode modificar sua vida pessoal. Devo ou não me casar? Que tal só
morarmos juntos? Devo ou não me separar? [...] Em que escola matricular nosso
filho? Aliás, ele vai ganhar carro aos 18 anos ou sairá à noite de carona [...]? É
certo comprar aquela casa maior e contrair um financiamento a perder de vista?
No trabalho, acontece a mesma coisa. Devo dar uma resposta dura àquela provo-
cação feita pelo chefe? Peço ou não peço aumento? Posso ou não baixar os preços
dos produtos que vendo de forma a aumentar a saída? Que tal largar tudo e abrir
aquela pousada na praia? Psicólogos americanos que estudaram a vida de gerentes
empregados em grandes companhias descobriram que eles chegam a tomar uma
decisão a cada nove minutos. São mais de 10.000 decisões por ano — 10.000 pos-
sibilidades de acertar, ou de errar. Não há como fugir. Ou você decide, ou alguém
decide em seu lugar.
Veja. 14 jan. 2004. (fragmento)
70
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Claro que têm dias que não servem pra nada, dias em que ninguém nos
surpreende, o trabalho não rende e as horas arrastam-se melancólicas, sem falar
naqueles dias em que tudo dá errado: batemos o carro, perdemos um cliente e o
encontro da noite é desmarcado.
Pois estou pra dizer que até a tristeza pode tornar um dia especial, só que não
ficaremos sabendo disso na hora, e sim lá adiante, naquele lugar chamado futuro,
onde tudo se justifica. É muita condescendência com o cotidiano, eu sei, mas não
deixar o dia de hoje partir inutilmente é o único meio de a gente aguardar com
entusiasmo o dia de amanhã...
No trecho “Nas últimas semanas, meus dias foram salvos por detalhes.”
(5° parágrafo), a forma verbal destacada estabelece relação de concordância com
a palavra
A) últimas. C) dias.
B) semanas. D) detalhes.
72
Ana Terra
Ana sentia-se animada, com vontade de viver. Sabia que, por piores que
fossem as coisas que estavam por vir, não podiam ser tão horríveis como as que
já tinha sofrido. Esse pensamento dava-lhe uma grande coragem. E ali deitada no
chão, a olhar para as estrelas, ela se sentia agora tomada por uma resignação que
chegava quase a ser indiferença.
Tinha dentro de si uma espécie de vazio: sabia que nunca mais teria vontade
de rir nem de chorar. Queria viver, isso queria, e em grande parte por causa de
Pedrinho, que afinal de contas não tinha pedido a ninguém para vir ao mundo.
Mas queria viver também de raiva, de birra. A sorte andava sempre virada contra
ela, pois Ana estava agora decidida a contrariar o destino. Ficaria louca de pensar
no dia em que deixara Sorocaba para vir morar no Continente. Vezes sem conta
tinha chorado de tristeza e de saudade daqueles cafundós.
VERÍSSIMO, Érico. Ana Terra. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. p. 70-71.
(fragmento)
No trecho “... que chegava quase a ser indiferença.” (1° parágrafo), a palavra
destacada refere-se ao termo
A) pensamento.
B) resignação.
C) vazio.
D) vontade.
73
A) adição.
B) comparação.
C) conclusão.
D) tempo.
74
últimos 150 mil anos; em junho de 1944, as forças aliadas precisaram esperar
Texto I
75
Texto II
76
Texto 1
77
“conversê” e desse blá-blá-blá que acontece por SMS. Elas conversam diretamente
com os colegas quando querem contar alguma coisa e trocar ideias.
Sabe que, pensando bem, há vantagens em conversar cara a cara com os
colegas em vez de enviar mensagens para eles? É que você olha para o amigo em
vez de olhar para o celular, percebe a reação pela cara que ele faz, participa com
emoção dos papos. E acaba se relacionando com outra criança em vez de se rela-
cionar com um aparelho. [...]
Pensando bem, o celular é quase um brinquedo para você. E, não sei se vai
se lembrar, mas, quando era pequeno e ia para a escola infantil, havia o “dia do
brinquedo”. Só nesse dia era possível levar um jogo de casa, para poder aproveitar
melhor tudo o que havia na escola.
Faz sentido, não faz?
Então, que tal deixar seu aparelho celular em casa quando vai à escola?
Garanto que só vai sentir falta dele nos primeiros dias, depois nem vai se lembrar.
Experimente!
Texto 2
78
Sobre o fato de crianças usarem celulares na hora do recreio, esses dois textos
Texto I
Texto II
Os usos do brinco
Moacyr Scliar
79
A mentira
João chegou em casa cansado e disse para sua mulher, Maria, que queria
tomar um banho, jantar e ir direto para a cama. Maria lembrou a João que naquela
noite eles tinham ficado de jantar na casa de Pedro e Luíza. João deu um tapa
na testa [...] e declarou que, de maneira nenhuma, não iria jantar na casa de nin-
guém. Maria disse que o jantar estava marcado há uma semana e seria uma falta
de consideração com Pedro e Luíza, que afinal eram seus amigos, deixar de ir. João
reafirmou que não ia. Encarregou Maria de telefonar para Luíza e dar uma des-
culpa qualquer. Que marcassem o jantar para a noite seguinte.
Maria telefonou para Luíza e disse que João chegara em casa muito abatido,
até com um pouco de febre, e que ela achava melhor não tirá-lo de casa aquela
noite.
Luíza disse que era uma pena, que tinha preparado uma Blanquette de Veau
que era uma beleza, mas que tudo bem. Importante é a saúde e é bom não facilitar.
Marcaram o jantar para a noite seguinte, se João estivesse melhor. João
tomou banho, jantou e foi se deitar. Maria ficou na sala vendo televisão. Ali pelas
nove bateram na porta. Do quarto, João, que ainda não dormira, deu um gemido.
Maria, que já estava de camisola, entrou no quarto para pegar seu robe de cham-
bre. João sugeriu que ela não abrisse a porta. Naquela hora só podia ser um chato.
Ele teria que sair da cama. Que deixasse bater. Maria concordou. Não abriu a porta.
80
Meia hora depois, tocou o telefone, acordando João. Maria atendeu. Era Luíza
VERÍSSIMO. Luis Fernando. Festa de criança. São Paulo: Ática, 2000. p. 77.
(fragmento)
A) casa.
B) hospital.
C) quarto.
D) sala.
81
De acordo com esse texto, “os pais não estão bancando mais as despesas de
casamento” porque
82
83
O gafanhoto
Era uma vez, numa noite bonita e quente de verão. O gafanhoto apanhou
seu violino e sentou-se sobre uma pedra, à margem do riacho. Depois de afinar seu
instrumento, começou a tocar. Era uma música lenta e muito bonita. Sempre que
esta canção soava, fazia-se silêncio na floresta. Os animais formavam um círculo
em volta do talentoso músico e escutavam admirados e quietinhos os acordes da
música. Mas, uma noite, a música não foi tocada e ninguém soube explicar por
que o gafanhoto havia desaparecido.
Mas o ouriço havia observado que um menino pegara o pequeno músico e o
colocara dentro de uma caixa. Os animais saíram da floresta e o ouriço levou-os até
a casa onde o menino morava. A caixa aberta estava junto da janela. O gafanhoto,
porém, sentado tristemente dentro dela, não mais queria tocar o seu violino. A
floresta e os outros animais faziam-lhe falta.
A raposa entrou silenciosamente na casa e libertou o gafanhoto da prisão,
carregando-o sobre as costas para fora. Os dois retornaram à floresta, com todos
os seus amigos. Lá chegando, o gafanhoto tocou seu violino até o amanhecer. Ele
estava tão feliz, que tocava com muita perfeição, como nunca antes havia tocado,
e todos os animais ouviam encantados.
Nesse texto, a expressão “Era uma vez,...” (ℓ. 1) foi utilizada para
84
85
Tintura milionária
A apresentadora Angélica recebeu uma proposta de 1,5 milhões de reais de
uma gigante de tinturas para cabelos para pintar de ruivo suas louras melenas. Não
topou. Não porque se importe de ficar ruiva — mas é que achou pouco.
86
87
Teatro de absurdos
Editorial
29/01/2013
88
Mundo Estranho. São Paulo: Abril, abr. 2008, ed. 74, p. 34.
Os dinossauros
Os dinossauros habitaram a Terra entre 230 e 65 milhões de anos atrás. Por-
tanto, eles existiram durante 165 milhões de anos. Nenhum ser humano conviveu
com esses répteis, pois o homem, como nós o conhecemos hoje, apareceu somente
há 150 mil anos. Mas ficaram ossos e muitas pistas dos dinos, e assim podemos
entender como essas criaturas viveram e imaginar como eram.
89
Esse texto afirma que nenhum homem conviveu com os dinossauros porque
Literatura informativa
90
Texto 1
Besouro
De João Daniel Tikhomiroff
Texto 2
Para contar a trajetória de uma das figuras mais anárquicas da televisão bra-
sileira, só mesmo sendo tão escrachado quanto ela. Este documentário se vale de
ótimas imagens de arquivo e entrevistas sinceras para traçar o perfil de Abelardo
Barbosa, o popular Chacrinha. O diretor Nelson Hoineff foi atrás de personagens que
passaram por seu programa de auditório, desde suas fogosas dançarinas até partici-
91
pantes do show de calouros, que muitas vezes eram humilhados em rede nacional.
Também há depoimentos de artistas consagrados, como os músicos Roberto Carlos,
Agnaldo Timóteo e Fábio Jr. Um ótimo estudo sobre fama e anonimato.
A) comédias. C) musicais.
B) biografias. D) romances.
A pirâmide de números
José Luís Soares
O burrinho pedrês
As ancas balançam, e as vagas de dorsos, das vacas e touros, batendo com
as caudas, mugindo no meio, na massa embolada, com atrito de couros, estalos
de guampas, estrondos e baques, e o berro queixoso do gado Junqueira, de chifre
92
imenso, com muita tristeza, saudade dos campos, querência dos pastos de lá do
ROSA, João Guimarães. O burrinho pedrês. In: Sagarana. Rio de Janeiro: José Olympio, 1974.
(fragmento)
93
mamos de barriga cheia. Seu livro 168 hours. You have more time than you think
(168 horas. Você tem mais tempo do que pensa), ainda não lançado no Brasil,
tornou-se best-seller defendendo duas teses incomuns em obras sobre organiza-
ção do tempo. A primeira é que somos bem menos ocupados do que imaginamos.
A segunda é que a melhor maneira de aproveitar bem o tempo é não se preocupar
tanto assim com ele.
Nossa vida é tão corrida que livros sobre como administrar o tempo se tor-
naram um gênero à parte nos últimos anos [...]. Em geral, eles partem de uma
premissa: o dia é curto para tantas tarefas. A melhor maneira de lidar com isso,
segundo eles, é preenchê-lo [...].
De forma rigorosa, cumprindo todas as tarefas de trabalho sem procrastinar
e planejando o tempo restante para aproveitar cada segundo com a família [...] ou
praticando esportes. [...]
OSHIMA, Flávia Yuri. Disponível em: <http://migre.me/fAudK>. Acesso em: 23 jul. 2013. (fragmento)
A) “Se seu dia está curto demais para tantas tarefas, há uma solução sim-
ples, embora de aplicação difícil: mude-se para Vênus.”. (1º parágrafo)
B) “... o dia dura 243 vezes a duração do dia na Terra...”. (1º parágrafo)
C) “... nunca se viu um venusiano reclamar de estresse.”. (1º parágrafo)
D) “Seu livro 168 hours [...] tornou-se best-seller defendendo duas teses
incomuns em obras sobre organização do tempo.”. (1º parágrafo)
94
pelos donos. É o caso do pastor alemão Lara, encontrado na Tijuca e adotado por
A finalidade do texto é
95
A capital mineira tem Lourdes e Savassi, com suas ruas arborizadas, lojas de
grife e cafés charmosos; a Pampulha, com obras de Oscar Niemeyer; restaurantes
estrelados, que não deixam nada a desejar em relação a outras metrópoles [...].
Mas uma das melhores coisas de BH não está nos lugares. E sim nos moradores,
que, com sua simpatia e o jeitim devagarim de falar, fazem questão de manter o
clima de cidade do interior.
96