You are on page 1of 107
MODULO 2 Vetores Capitulo 2.1 ~ Vetores, 111 2.1.1 Ivrropu . 2.1.2 SEGMENTO ORIENTADO ... 21.3 Verores .. cE 2.14 SOMA DE VETORES ...20.ecceeeseeees 2.1.5 PRODUTO DE UM VETOR POR UM ESCALAR, 2.1.6 COMBINAGOES LINEARES DE VETORES 0 Capitulo 2.2 - Vetores no plano eno espaco, 135 2.2.1 VETORES NO PLANO «...e.scseseses 2.2.2. VevoREs No EsPaco. 2.2.3. Soma De verorES 2.24 PRODUTO DE UM VETOR POR UM ESCALAR lo 2.3 — Produto escalar, 153 Derinigko : PRODUTO ESCALAR EM COMPONENTES . CALCULO DE ANGULOS ENTRE VETORES . NORMA E DISTANCIA ENTRE VETORES . PROJEGAO DE UM VETOR SOBRE OUTRO VETOR m 13 5 19 122 123 135 140 45 146 153 155 156 158 161 1 2.1.1 Vetores 2.11 Irropugio 2.1.2 SeoMENTO ORIENTADO 2.13 Verores 2.14 Soma DE veToRES 2.15 PRODUTO DE UM VETOR POR UM ESCALAR 2.1.6 CoMBINAGOES LINEARES DE VETORES Quando medimos determinada grandeza, podemos fazé-lo usando mimeros, como € 0 caso de medidas como comprimento, massa e densidade. Cada uma dessas grandezas s6 tem uma caracteristica, que é a intensidade. No entanto, existem outras grandezas, como a forga e a velocidade, que além de intensidade tém também uma diregao e um sentido. Tais grandezas exigem outra estrutura algébrica, que chamamos verores. Outros usos de vetores ‘ocorrem no armazenamento de um grande ntimero de dados, como ocorre ‘comumente na econometria, subdisciplina da economia que trata da coleta, manipulagao e interpretagao de dados de diversos sistemas econdmicos Introdugao Vetores sao utilizados em economia para facilitar o trabalho de anélise de dados. Por exemplo, considere as cotagbes das ages do Grupo Ultra, que retine trés empresas: a Ultragaz, maior distribuidora de gaz liquefeito no Brasil, a Oxiteno, fabricante de produtos quimicos a base de éxido de eteno, € a Ultracargo, transportadora ¢ armazenadora de produtos quimicos. A tabela a seguir mostra os pregos e ntimeros de negécios feitos com as agdes do grupo entre os dias 1° ¢ 25 de agosto de 2006 (fonte: pagina do grupo em ‘www.ultra.com.br). As informagoes desta tabela poclem ser separadas em ve- tores, como os vetores Ve N, onde estao armazenadas as informagoes sobre ‘08 valores das agdes em determinados dias e dos volumes de negécios nesses mesmos dias. Esses dados, em forma vetorial, podem entao ser tratados estatistica- mente, Por exemplo, podemos calcular a média dos valores das agoes nesse perfodo ou podemos calcular a correlagao entre o valor da agao e o volume de negocios efetuados a esse prego. Aq € uma matriz coluna, No entanto, vetores sio bem mais que isso € uma intuigdo geométrica do que eles significa € muito importante para um administrador ou economista. Veremos, neste capitulo, como definir vetores i, usamos 0 conceito de vetor como definido no Médulo 1: um vetor ALGEBRA LINEAR Data Valor(RS) Negécios ee 32,02 86 1/8/2006 32,0286 32,40 74 2/8/2006 32,40 4 33,90 156 3/8/2006 33,90 153, 34,50 134 418/206 34,50 134 35,30 63 718/206 35,3063 36,68 250 8/8/2006 36,68 += 250 37,40 7 9/8/2006 37,4097 36,35 62 10/8/2006 36,3562. 36,50 61 11/8/2006 36,5061 V= | 36,75 N=|17 14/8/2006 36,75 7 36,87 19 15/8/2006 36,87 19 37,01 36 16/8/2006 37,01 36 38,00 38 17/8/2006 38,00 38 37,80 95 18/8/2006 37,80 95 37,69 35 21/8/2006 37,69 35 37,10 12 22/8/2006 37,10 2 36,20 75 23/8/2006 36,20 75 35,78 19 24/8/2006 35,78 19 35,62 49 25/8/2006 35,6249 de modo puramente geométrico; veremos também como fazer operagdes basicas com eles. No capitulo seguinte, descreveremos vetores no plano e no espago em termos de componentes, o que facilitaré bastante as contas feitas com eles e aproximara a definigao vista neste capitulo a definigao matricial de vetores vista no Médulo 1 deste curso. Primeiro, ¢ importante perceber que vetores tém significado fisico se pensarmos em medidas. Os exemplos a seguir mostram a diferenga entre sgrandezas que podem ser dadas somente por ntimeros (chamados escalares na linguagem vetorial) e aquelas que exigem vetores. > Uma bola pode ter 39 de massa e densidade 4 gicm’, que sto medidas escalares. > Uma pes dida escalar. pode ter altura dada por 1,76 m, que também é uma me- > Avelocidade de um automével é uma grandeza vetorial, pois temos que especificar a diresao para onde aponta a velocidade e o seu sentido. > A forca exercida sobre um bloco de concreto, mesmo tendo sempre a mesma intensidade, varia conforme variamos a diresao ¢ o sentido desta. Ela é portanto, uma grandeza vetorial. 4 CaPiruio 2.1 Verorss 13 2.1.2 Segmento — Como ji foi dito, neste capitulo faremos um estudo dos vetores, de suas repre- orientado — sentacdes e das operagoes vetoriais basicas. Antes, porém, de enunciarmos a definigao formal de vetores, & necessério que estudemos algumas outras de- finigdes, como as de reta orientada, segmento orientado e segmentos equipolentes. Uma reta orientada, ou eixo, é uma reta em que se adota um sentido. Devemos lembrar que uma reta é, por definigao, infinita, Um segmento orientado é um pedago de uma reta orientada, definido B A a por dois pontos, A e B, sendo A a origem e B a extremidade do segmento orientado. Tal segmento orientado é designado AB. Um segmento orientado AB é um pedago de reta delimitado pelos Pontos A e B e que nao pode ser movido para outro lugar no espaco. Fsta é uma caracteristica que terd que ser removida na definigao de vetores. (a) MépuLo DE UM SEGMENTO ORIENTADO, B_ Estabelecida uma unidade de medida, 0 médulo (ou medida) de um se¢ Ze ‘mento orientado é o comprimento desse segmento naquela unidade de me- A [B_ dida. O médulo de um segmento orientado AB é indicado por AB. Exemplo 1. © segmento orientado AB abaixo pode ser medido como tendo médulo AB = 5,08 cm ou AB = 2”, dependendo da unidade adotada B (centimetros ou polegadas). Dois segmentos orientados AB ¢ CD témo mesmo modulo se AB = CD. A B Exemplo2. O segmento orientado AB tem médulo AB = Sem eo segmento orientado CD tem o mesmo médulo, CD = 3em. cD A (b) Secmento NuLO Um segmento orientado AA cujo médulo é zero & chamado segmento AP lo. (¢) Dinecdo DE UM SEGMENTO ORIENTADO A diregao de um segmento orientado é a orientagio deste no espago. Dois, segmentos orientados AB e CD tém a mesma diregdo se as retas sobre as «quais eles se baseiam sio paralelas. Exemplo 1. Os segmentos orientados AB, CD e EF tém a mesma diresao. B D E A a F 4 ALGEBRA LINEAR 4 Uma ver estabelecida uma diregao, um segmento orientado pode ter dois sentidos. Exemplo2. Os segmentos orientados MN, OP e QR nao tém a mesma diresao, N M O——P (d) Sexripo DE UM SEGMENTO ORIENTADO Exemplo 1. Os segmentos AB e CD tém o mesmo sentido. B D A a Exemplo2. Os segmentos EF e GH tém sentidos opostos. F G E we Exemplo3. Os segmentos IJ e KL ndo tém a mesma direglo. Portanto, ndo podemos comparar seus sentidos. (e) Secmentos oPostos B Dados dois pontos A ¢ B, podemos definir os segmentos orientados ABe BA, que tém o mesmo médulo, a mesma diregao, mas sentidos ‘opostos. Estes sao chamados segmentos opostos. A (£) Secmenros EQUIPOLENTES Dois segmentos orientados sao equipolentes se tiverem 0 mesmo médulo, a mesma diregao eo mesmo sentido. Dados dois segmentos orientados AB € CD equipolentes, escrevemos AB ~ CD. CaPiruio 2.1 Verorss us Exemplo1. AB ~ CD, A c Exemplo2. EF ~ GH, pois estes nao tém 0 mesmo médulo. aan Exemplo3. 1) ~ KL, pois estes nao tem o mesmo sentido. J K Exemplo4, MN ~ OP, pois estes nao tém a mesma ditegio. N 2.1.3 Vetores Como vimos na segao anterior, um segmento orientado esta preso a deter- minado local do espago. Para que possamos definir conceitos como soma de segmentos, precisamos de objetos que nao estejam fixos. A definigao a seguir, baseada em segmentos de reta orientados, consegue fazer A Va isto definindo um novo objeto: o vetor, Dado um segmento orientado AB, 0 vetor AB é 0 conjunto de va / todos os segmentos orientados equipolentes a AB, isto é, My AB = {XY | XY ~ AB} Portanto, um vetor é um conjunto de infinitos segmentos orientados, todos com mesmo médulo, diregao e sentido, Esses segmentos orientados encon- tram-se espalhados por todo o espago. Vetores nao podem ser confundidos ‘com segmentos orientados, que ocupam um lugar especifico no espago. 116 ALGEBRA LINEAR (a) Representagdo De UM VETOR Um vetor AB pode ser representado por qualquer elemento JL Ly AB € AB (lembre-se de que um vetor é um conjunto). Desta forma, dado qualquer ponto do espago, podemos representar um. vetor escolhendo um segmento orientado pertencente a ele que tenha sua a e W origem naquele ponto, Esta liberdade de escolha de representacio & A ‘© que possibilita a imensa variedade de operagdes e aplicagdes dos us vetores, como veremos em breve. b) Mopuio ve um veror ‘ modulo de um vetor, designado [AB|, € 0 médulo de qualquer um de seus segmentos orientados. Exemplo1. |AB| = 5,08 cm ou |AB) polegadas) ddependendo da unidade adotada (centimetros ou B A |B] Exemplo2. Calcule o médulo do vetor representado abaixo: |: ae Souugao. Pelo teorema de Pitigoras, vemos Raab oh? Portanto, temos! |AB| = v2. Exemplo3. Calcule o médulo do vetor representado abaixo: oO ° Souucao. Pelo tearema de Pitigoras, temos WaetP on =e +2 oW=9+4oN" =Beh=Vi Portanto, temos [CB] = vi. 1. Perceba que nio foi especificada uma unidade de medida, Daqui em diante, nao especificaremos mais unidades, de forma que os médulos seri caleulados em termos de alguma unidade de medida abitrria, CaPiruio 2.1 Verorss 7 (c) Veror NuLo Je © vetor cujo médulo € zero é denominado vetor nulo e designado J. Observe que existe um tinico vetor nulo, que € 0 conjunto de todos os segmentos orientados nulos. (4) Dinecao pe um veror A ditegdo de um vetor é a direcdo de qualquer um de seus segmentos orien- tados. Exemplo1. Indique a diregao do vetor representado abaixo. / SoLUuGao. A diregio ¢ sudoeste-nordeste. Exemplo2. Indique a diregao do vetor representado al SoLugio. A diregio é oeste-leste (e) Sentipo pe us veToR (O sentido de um vetor é 0 sentido de qualquer um de seus segmentos orien- tados. Exemplo 1. Indique o sentido do vetor representado abaixo, / SoLvgio. O sentido é do sudoeste para o nordeste. Exemplo2. Indique o sentido do vetor representado abaixo. Souugao. O sentido & do oeste para o lest. (f) Verores 1cuats | = . Dois vetores AB e CD sto iguais se AB ~ CD, onde AB € a a ABeCD € CD. (g) Vetores opostos 4 = Dois vetores AB e CD, sao opostos se, dados quaisquer Be oe ABC AB eCD € CD, tivermos o segmento orientado AB oposto ao segmento orientado CD. i ne ALGEBRA LINEAR (h) Notagio Podemos representar vetores usando simbolos ¥, t ete. Versores Um vetor ¥ unitdrio se || = 1. Um vetor unitério também é denominado versor e € escrito ¥. Apesar da notagio distinta, versores nao deixam de ser vetores. Exemplos, So versores os vetores representados abaixo (escolhendo 0 cm como ui dade?). S as a ~ taenpl Represent oversor it conespondenteao veto dado abu. ei Souugao. A soluglo serd um vetor de mesma diregio e mesmo sentido que o vetor tf, mas de ‘médulo igual a1: y Exemplo2. Represente o versor © correspondente ao vetor ¥ dado abaixo. SoLugio. ‘Veremos a seguir como podemos somar vetores também como pode- ‘mos multiplicar um vetor por um ntimero (escalar). 2, Observe que um vetor pode ser versor em um sistema de unidades e to st-loem outro sistema de unidades. CaPiruio 2.1 Verorss 19 2.1.4 Somade Dado um vetor ii, representado por um segmento orientado AB e um vetor vetores ¥ que podemos representar por um segmento orientado BC, a soma dos vetores ile ¥, indicada por $= +, 6 dada pelo vetor formado por todos os segmentos a a _, __orientados equipolentes ao segmento orien- tado AC. nB Oe oposto ao de Tse k <0. A seguir, temos alguns exemplos dessa operacio. Dado 0 vetor i abaixo, caleule graficamente 2i \ ‘Temoso vetor Dado o vetor V abaixo, calcule graficamente 3¥, ‘Temos o vetor abaixo: Bw Dado 0 vetor it do exemplo 1, calcule graficamente —2i, o exemplo 2, caleule graficamente 4¥. (a) Divisio be UM VETOR POR UM ESCALAR, A divisio de um vetor por um escalar, ¥/a, a # 0, pode ser interpretada como a multiplicagao do vetor ¥ pelo inverso do escalar a: 1 leg a pia Carfruto 21 Veronss 123 Exempla. Calle graficamente $, onde €0 vetor dado abairo. a sovwgio, We Fxemplo2. Calcule graficamente 8 onde 8 €o vetor dado abaixo, sowsio. 6/4 (b) PRoPRIEDADES DO PRODUTO DE UM VETOR POR UM ESCALAR Dado o vetor de os escalares «, B © R, temos as seguintes propriedades. Propriedade 1 (Ba) = («Ba (associativa). Exemplo 1. Dado o vetor d abaixo, podemos ver que 2 (34) = (2-3) 2(34) oa A Propriedade 2 Existe 0 mimero 1 € I tal que 1 - @ = (existéncia do elemento neutro). Exemplo2. Dado o vetor d abaixo, entao 1+ @ a 1a 2.1.6 Combinagdes —Podemos utilizar as duas operagoes aprendidas até agora para produzir ou- Tinearesde ros vetores a partir de um, dois ou quantos sejam os vetores dados, 0 que vetores € chamado de combinagao linear entre esses vetores. Isto € ilustrado nos cexemplos a seguir. 124 Exemplo 1. Dados os vetores te ¥ abaixo, calcule: a) 2+, b) 3a-¥. oe a fremplo2, Dados os vetores dB e € abaixo, calcul Souugao. a) @+2b-6 b) 244384 «| 5 g Sowvgio. 2% 2a @+2b-& a) (a) PRopniepapes Mistas ALGEBRA LINEAR _ ait suv Dados os vetores de B € 0s escalares «8 € IR, temos as seguintes proprie- dades. Propriedade 1 (a +B) = aa + ob (distributiva 1). Propriedade 2 («+ B)d = aa + ab (distributiva 2). txemplo 1. Dados os vetores &e 8 abaixo, podemos ver que 2+ (d+ 6) ~ 26 +26. 6 o a o 2a +b) CaPiruio 2.1 Verorss 125 24 + 26 Resumo > Segmento orientado: um segmento orientado é um pedago de uma reta orientada defi- nido por dois pontos, A eB, sendo A a origem e B a extremidade do segmento orientado. Tal segmento orientado é designado AB. a > Médulo, direcao e sentido: um segmento orientado tem médulo, diregao e sentido. 0 ‘médulo do segmento orientado € o seu comprimento em alguma unidade de medida. A sua diregéo indica a sua orientagao espacial. Dada uma diregao, pode haver dois sentidos, sendo que o sentido de um segmento orientado AB é de A para B. > Segmentos equipolentes: segmentos orientados que tém o mesmo médulo, mesma diregao e mesmo sentido sao segmentos equipolentes. > Vetor: um vetor AB é 0 conjunto de todos os segmentos orientados equipolentes a AB e pode ser representado por qualquer um desses segmentos orientados. O médulo, direcao e sentido de um vetor sto os mesmos que os de qualquer um dos segmentos orientados que 0 compoe. > Soma de vetores: dado um vetor ti, representado por um segmento orientado AB ¢ ‘um vetor ¥, que podemos representar por um segmento orientado BC, a soma § dos, vetores if eV, indicada por § = t1+-¥, & dada pelo vetor formado por todos os segmentos orientados equipolentes ao segmento orientado AC. B a et v ae Produto de um vetor por um escalar: dado um vetor ¥ e um niimero k € R, entdo 0 produto de um vetor ¥ por um escalar k é dado por ji = k-i, onde @ é um vetor tal que seu médulo ¢ |p| = |k¥| = |k\|¥), a diredo é a mesma do vetor ¥¢ 0 sentido é 0 mesmo que o dese k > 0 e oposto ao det sek <0. Exercicios Nivel 1 SEGMENTOS ORIENTADOS Exempla 1. Calcule o médulo do segmento orientado abaixo: Souv¢io. Pelo teorema de Pitigoras, temos P+ Pew aitleh=2eh= Wae+boh? Portanto, temos AB = v2. E1) Calcule os médulos dos segmentos orientados abaixo: ae if CoD E —i — a) 2 b) 3 H 2 °) Exemplo2. Indique a diregao do segmento orientado do exemplo 1. Sowucao. A direcio é sudoeste-nordeste CaPiruio 2.1 Verorss 127 E2) Indique as direcdes dos segmentos orientados do exercicio El. Exemplo3. Indique o sentido do segmento orientado do exemplo 1 Sowugio. O sentido é do sudoeste para o nordeste E3) Indique os sentidos dos segmentos orientados do exercicio E1. Exemplo 4, Verifique quais dos segmentos orientados abaixo s40 equipolentes. Souugio. Os segmentos AB e CD sio equipolentes (AB ~ CD). 4) Verifique quais dos segmentos orientados abaixo sio equipolentes. S/o H A—B D Foe I——I G DrrinigAo De VETORES ExemploS. Escreva o vetor relative ao segmento orientado do exemplo 1. Sorvgio. O vetor é dado pelo conjunto de todos os segmentos orientados equipolentes a AB: AB = [XY [XY ~ AB}. E5) Escreva os vetores relativos aos segmentos orientados do exercicio El. Exemplo6, Escreva 0 médulo, a diregdo e 0 sentido do vetor AB do exemplo 5. Sorugio. O médulo,a diregao eo sentido do vetor AB sto os mesmos que os do segmento orien tado AB, isto é, 0 médulo é |AB| = V2, a diregio € sudoeste-nordeste ¢ o sentido ¢ do sudoeste para o nordeste. 6) Escreva os médulos, as diresdes ¢ os sentidos dos vetores do exercicio ES. Exemplo 7. Dado o vetor representado abaixo, faga uma representagio do seu versor (unidade: cm). 128 ALGEBRA LINEAR Sotugio. O versor do vetor 6 um vetor de mesma diregSo.e mesmo sentido de ¥, mas de médulo {8} = Iyrepresentado a lado. Sw E7) Dados os vetores representados abaixo, faga representagdes de seus versores (unidade: em). —i_. 6} |2 aa ——____+ a) 3 - b) a) : . SoMAS DE VETORES Exemplo8, Faca graficamente a soma if + ¥ dos vetores representados abaixo. x a Sowgio, = T+ 7, > 8) Dados os vetores representados abaixo, ane @ a faga graficamente as seguintes somas: a) G@+b. db) BHG =) AH d) B+Ee e) +b ff) +E g) d+b+e PRODUTO DE UM VETOR POR UM ESCALAR bempio9. Dado o etor Vrepresentado abso, representegrafcamente 29, 37e— Souvgio. v Y CaPiruio 2.1 Verorss 129 E9) Dados os vetores representados abaixo, 6 5 represente graficamente: a) 2d b) Sa) a) 3B.) 28. ComminagOEs LINEARES DE VETORES Exemplo 0. Dados os vetores ie ¥representados abuixo, represent grafcamente 2 — = Y E10) Dados os vetores representados abaixo, 6 8 represente graficamente: a) +26. b) 2) a-b+e ff) a+e-26. Nivel 2 El) Considere o paralelogramo ABCD abaixo, onde M € 0 ponto médio do lado AB eN é0 ponto médio do lado CD. N D c A wr B Escrevas as operagdes a seguir em termos de um tinico vetor. a) AD+AB. b) AD+DC. c) BAYDA, d) AM+BC. e) ND+NB. 130 ALGEBRA LINEAR Nivel 3 El) Dado 0 triangulo ABC abaixo, onde M ¢ o ponto médio do lado AC e N € 0 ponto médio do lado BC, prove que MN € paralelo a AB e que sew comprimento ¢ metade do comprimento de AB. c M N A B 2) Dado o tridngulo ABC abaixo, onde M € 0 ponto médio do lado AB, mostre que o comprimento da reta AM € igual a metade da soma dos comprimentos, dos lados CA e CB. A M. c B 3) Prove que as diagonais de um paralelogramo cortam-se ao meio. Respostas Niven 1 B)a) CD=2 ») EF= V9) GH=2vi F2) a) Oesteceste. b) Sudoeste-nordeste. _€)_Nordestesudoeste F3) a) Dooeste para oleste. —b) Do sudoeste para onordeste. ¢) Do nordeste para o sudoest. 4) AB~ IJ. Es) a) CD=[X¥|XY~CD). b) EF=(xy|xY~EF. 0 GH XY | XY ~ GH}. 16) a) (CBI = 2 repo: octet semide do ose pr okt b)_ [EF] = V10, diregdo: sudoeste-nordeste, sentido: do sudoeste para o nordeste ©) Gri 2V7, diese noroste-sudeste, sentido: do noroeste par o suet. a s| ‘3 Ea mg ae Capfruto 2.1 Verores 131 & . b+a a| /at+b Fa) a) b) o 6 < Br a ? 8 ‘ os 4) ° 6 aff a [ : p » ad+bte 2a a : 4 B®) » 3 o —2 4 E10) a) a 132 ALGEBRA LINEAR Niven.2 Ela) AC. b) AC. CA. d) AN. &) NM. Niven3 1) Em termos vetoriais, temos que most MN = JAB. Usilizando a soma de vetores,sabemos que MN =MC+CR, Sendo Mo ponto médio dolada AC N 0 ponta médio do lado BC, entio We-10e Portanto, Sabemos que Pela soma de vetores, Como A B ‘Vamos chamar de M o ponto médio da diagonal A.C e de No ponto médio da diagonal BD. Portanto, e BN CaPiruio 2.1 Verorss Sabemos, também, que Sendo assim, os pontos M ¢ N coincidem eas diagonais do paralelogramo cortam-se ao meio. 133 2.2.1 Vetores no plano e no espaco 2.2.1 VETORES NO PLANO 2.2.2 VBTORES NO ESPAGO 2.2.3 SOMA DE VETORES 2.2.4 PRODUTO DE UM VETOR POR UM ESCALAR Veremos, neste capitulo, como representar vetores no plano € no espago de uma forma que torne bastante fiicil operar com eles. Essa representagio também pode ser generalizada para vetores em dimensoes maiores, generali- zando a ideia de vetores para varias dimensbes. Vetores no plano < Em quase todos os ramos da matemtica, é mais conveniente trabalharmos ‘com mimeros do que com figuras geométricas. No caso dos vetores, veremos, que é mais facil trabalhar com eles em termos de suas componentes em relagdo aos eixos coordenados. Neste capitulo, estuda- remos as representagdes dos vetores no plano e no es- ago, escrevendo os vetores em termos de componentes ortogonais, Como vimos no capitulo anterior, um vetor é um, conjunto de infinitos segmentos orientados equipolen- tes (que tém mesmo médulo, diregao € sentido). V ‘mos também que qualquer um desses segmentos orien- tados equipolentes pode representar um vetor. Conside- remos agora um sistema de eixos coordenados, como 0 da figura ao lado, Dado um vetor ¥, podemos escolher qualquer representa- ‘go AB desse vetor. Em particular, podemos escolher um segmento orien- tado cuja origem esteja na coordenada (0,0), denominada origem, dos eixos coordenados, Consideremos um vetor no plano (primeira figura a seguir). Este vetor pode ser subdivi vetor #, paralelo ao eixo y. O vetor ¥ serd a soma dos dois vetores Vy € Vy, isto & ¥ = ty + Wy. Isto pode ser visto efetuando a soma desses dois vetores de acordo com 0 método do paralelogramo (segunda figura a seguir). lo em dois vetores: um vetor Vi, paralelo ao eixo x, € um, 136 ALGEBRA LINEAR Agora, vamos introduzir dois versores (vetores de médulo igual a1), que chamaremos i ej. O versor i é paralelo ao eixo x e o versor 1 j € paralelo ao eixo y. Dado o versor i, podemos representar qualquer vetor paralelo ao eixo x como um produto ki, k € IR, como exemplificado a seguir. bemplo. Represente no plan cartesian o vetor 3. SoLucio. Exemplo 2. Sonugio. Exemplo3. Souugao. Exemplo 4, Souugio. De modo similar, dado o versor j, podemos representar qualquer vetor paralelo ao eixo y como um produto kj, k € R. CaPiTULO 2.2 VeTORES NO PLANO E NO ESPAGO 137 Exemplos, Represente no plano cartesiano o vetor 2). Sowugko. yu Exemplo6. Represente no plano cartesiano o vetor ~ 1,3), SoLvgao. v -1.3) Voltemos, agora, a0 vetor ¥ = ¥y + Vy. Podemos representar o vetor Vy como 0 produto v,i, onde vx é um ntimero real, isto é, vxi De modo semelhante, podemos representar o vetor Vy como o produto vy}, onde vy € R, isto & ‘Ovetor ¥ pode, entao, ser escrito como! Vavait vy). Dividindo um vetor em suas componentes ¢ escrevendo-o em termos dos versores i ¢ j, podemos representar qualquer vetor apenas especificando os valores das suas componentes, vy € vy. Isso facilita sobremaneira 0 célculo com vetores. |. Uma outra notacio para vetores é na forma de uma matriz coluna, A relagio entre a notacio de componentes € a notagto matricial € |, simbolo de vetor sobre a letra mindscula romana nio ¢utlizado. auitw) ¢ sendo que, na forma matric 138 ALGEBRA LINEAR txemplo7. Representeo vetor = 3 + 2} no plano cartesian. Souucio. Exemplo8, SoLugao. Exemplo9, Souugio. Exemplo 10 Sowugio. De forma semelhante, podemos facilmente representar vetores no plano em termos de suas componentes. Exemplo 11. Escreva o vetor abaixo em termos de suas componentes. CaPiTULO 2.2 VeTORES NO PLANO E NO ESPAGO 139 Exemplo 2. Escreva o vetor abaixo em termos de suas componentes. Sorugio. $= 4 +2}. Mopuro Para conseguirmos o médulo de um vetor em termos de suas componentes, langamos mao do Teorema de Pitigoras. Observando um vetor 7 e suas ‘componentes, poclemos desenhar um triangulo tal que sua hipotenusa tenha ovalor do médulo de ¥, que escrevemos ji}, sendo os seus catetos dados pelos, maédulos de suas componentes. v a vy ‘Temos, entio, Wau+yeom=4/R+4 Como somente um valor positivo é admissivel para um médulo, ficamos com? i= ey. Exemplo1, Caleule o médulo do vetor Sowugio. |i] = VP +P Exemplo2. Calcule 0 médulo do vetor ¥ = Sovgho. js) = VFFF = VIF = VB =. 2. Também podemas escrever|9| vs demodo quev = \/Vt-+ ¥. 3. Tome euidado para nao escrever o médulo de T= 34 +2} como |v = yf(ai}? + (25)?! 140 ALGEBRA LINEAR Exemplo3. Calcule 0 médulo do vetor # = —3i + 2). Sowugio. |i = y(-3)? +2? = V9F4= VB. Exemplo4. Calcule o médulo do vetor = 2}. Sowwgho. (0) = VOFF = VFI = Vi 2.2.2 Vetoresno Vamos agora aprender como representar pontos ¢ vetores no espago. O co- espago_nhecimento adquirido sera usado mais tarde (no Médulo 4) na confecgao de figuras tridimensionais. Comegamos pela representagao de um sistema carte- siano de coordenadas em trés dimensoes, formado por trés eixos orientados, que formam angulos de 90° entre eles. A forma como esses eixos podem. ser visualizados depende do Angulo de onde sio vistos. Por limitagées esses eixos serio projetados em duas dimensdes (as da folha de papel). A forma como fazemos isso seré explicada a seguir. A projesdo mais comum que ser usada neste livro é representada a seguir, faz uma rotagio de 45° em torno do eixo z a partir da posigdo original, fem que 0s eixos ye 2 encontram-se no plano da pagina eo eixo x esté perpendicular a cla (“saindo da pagina”) e, depois, gira 30° para a frente, z z wD 45° z Looe x y Um ponto pode ser representado nesse tipo de projecao usando a mesma metodologia: a partir da coordenada em x, traga-se uma reta paralela ao eixo 1y e, partir da coordenada em y, traga-se uma paralela ao eixo x. Com isto, temos um paralelogramo no plano xy. Agora, traga-se uma reta, a partir da coordenada em z, paralela & diagonal do paralelogramo formado no plano “xy ¢, partir do ponto de interseccao mais extremo do paralelogramo, traga- -se uma reta paralela ao eixo 2. Desta forma, determina-se a localizagao do onto desejado. CaPiTULO 2.2 VeTORES NO PLANO E NO ESPAGO 41 Exemplo 1. Represente o ponto A(2, 1,3) no espago Sowgio. Conforme se torne necessério, também podemos girar os eixos em dife- rentes angulos, de modo a mostrar caracteristicas de um determinado objeto em trés dimensdes. Vamos, agora, representar vetores no espago. De modo semelhante ao que foi visto para vetores no plano, um vetor no espago pode ser subdividido em trés vetores: um vetor Vx, paralelo ao cixo x, um vetor Vy, paralelo ao eixo y € um vetor Vz, paralelo ao eixo z. 0 vetor ¥ sera a soma dos trés vetores, isto é, ¥ = Vy + Uy + Ve. Isto pode ser visto da seguinte forma: primeiro efetuamos a soma dos vetores Vy € Vy de acordo com 0 método do paralelogramo, como na figura abaixo. Depoi somamos 0 vetor resultante, Vy + Vy, ao vetor Vz, também usando o método do paralelogramo. 142 ALGEBRA LINEAR Agora, inserimos outro versor, além dos versores i ¢ j: 0 versor k, que & paralelo ao eixo 2, Dado o versor k, podemos representar qualquer vetor paralelo ao eixo z como um produto ck, c € R. Usando os versores i,j e k, podemos representar o vetor 7 e+ Hy +7 da seguinte forma: Bavdtvyj tek Dividindo um vetor em suas componentes ¢ escrevendo-o em termos dos versores i, j e k, podemos representar qualquer vetor apenas especificando os médulos das suas componentes, de modo seme- Ihante ao feito para 0 caso dos vetores no plano. Exempla}. Representeo vetor = 2 +3} + 4k em um sistema de cixos coordenados. Souugio. Z Exemplo4. Represente o vetor Sowugio. x Exemplo5. Represente o vetor & = 24 + 4j — 2iem um sistema de eis coordenados. Souugio. zi CaPiTULO 2.2 VeTORES NO PLANO E NO ESPAGO 143 Exemplo 6. Souvgio. Exemplo 7. Sowvgko. Exemplo 8, Souugio. Moputo 4+ 2k em um sistema de eixos coordenados. Represente o vetor De forma semelhante, podemos facilmente representar vetores no espaco em termos de suas componentes. Escreva 0 vetor abaixo em termos de suas componentes. tase eae Escreva 0 vetor abaixo em termos de suas componentes. ‘0 médulo de um vetor no espago pode ser encontrado aplicando o Teorema de Pitigoras duas vezes. Primeiro, consideremos o triangulo formado pelos, vetores ¥, ¥, e Vy + ¥y. Com o fim de simplificar a notagao, vamos definir 0 vetor resultante ¥ = Uy + Wy e chamaremos seu médulo de r (r = jf). 144 ALGEBRA LINEAR ve r, vy De acordo com o Teorema de Pitégoras, Wwe ‘Agora temos que determinar t. De acordo com o teorema de Pitégoras, apli- cado ao triingulo retangulo que se encontra no plano xy, vet vy, Juntando as duas férmulas, temos, entao, que Weavivivevet (ty He Como somente um valor positive é admissivel para um médulo, temos, entio, 2+vitv [Mtvi+vh a Exemplo9. Calcule o médulo do vetor ¥ = 2i + 4j + 3k. Sowugao. |i] = VF +E FF = VTFIOFI = V9, temple 1, Calcule o médulo do vetor é = 34 +4) +. Sowugio. IW = VF FEF = VOFIEFT = VI, Exemplo 11. Calcule o médulo do vetor ¥ = —3i + 2) ~ 2k. Souugio. N= V3 FPF (OP = VOFAFA = Vi Exempla 12, Calcule o médulo do vetor ¢ 4k, Sowwgao. Iii = 3 +0 + (4 = VOFIB = Existem diversas aplicagoes para os vetores, sobretudo nas ciéncias exatas, que nao serio vistas aqui. As aplicagdes em economia ¢ administragao sio geralmente vistas nas disciplinas de estatitisca e econometria. ‘A seguir, estudaremos a soma de vetores no plano € no espago € seus produtos por escalares em termos de suas componentes cartesianas. CaPiTULO 2.2 VeTORES NO PLANO E NO ESPAGO 145 2.2.3 Soma de vetores Veremos agora como usar a soma de vetores em termos de componentes. O uso de componenetes simplifica bastante a representagao ¢ as operagdes com vetores, que agora podem ser todas feitas algebricamente. ‘A soma de vetores em termos de suas componentes é bastante simples. Dados dois vetores, i = uit uyj + uke d= vai + vy) +vek, a soma entre eles € dada por (uc + Ve. + (Uy + ¥y)) + (Ue + ve) Exemplo 1. Calculea soma dos vetores it = 31 + 3) eF = 4i-+ j eesboce os vetores e de sua soma Sowvgko. C+E=(3+4)L+ (341 Exemplo2. Calcule a soma dos vetores @ = —2i mum grifico. j= 71+ 4). A suis, fazemos a repesentacio grifica dos vetores e de sua soma. uy ate Observe que a soma em termos de componentes tem o mesmo resultado dda soma pela regra do paralelogramo, como esperado. +3} eB = i 2} eesboce os vetores e de sua soma em um grfico. Sowugio, +6 =-i+). Exemplo3, Calcule a soma dos vetores € i + 4) +2ked i +2) + 3k eesboce os vetores ‘ede sua soma em um geifico, Sowgio. €+d=i+6j+5k. 146 Aucepra LINEAR ‘Quando somamos vetores em termos de suas componentes, nao € neces- sério visualizé-los por meio de graficos. Estes foram pedidos nos exemplos | 3 coma finalidade de reforcar que a soma em termos das componentes fun- ciona, Utilizando a notagao de componentes, podemos executar somas veto- riais sem a necessidade de graficos. Exemplo4, Calcule a soma dos vetores @ = {— 3) +3ke f= 31-2} 43k, Sougao. €+ f= 4i—5j + 6k, 2.2.4 Produtode © produto de um vetor ¥ = v,i+vyj +vzk por um niimero (escalar) k € R um vetor por € dado por um escalar kV= ky i+ kyitkk Exemplo 1. Souugio. Dado o vetor 3 H+ 3} — 2, caleule 2 esboce os dis vetores em um grifico, 29=2-2142-3) +2. (-2)k = al +6) — 4k CaPiTULO 2.2 VeTORES NO PLANO E NO ESPAGO 147 Exemplo2. Dado o vetor & = 31 — 2) + k, caleule —a. Sorugio. -a = 31 +25 & Exemplo3. Dado o vetor 6 = 44 — 3k, caleule —36. Sorugio. ~36 124 + 9k Podemos usar as duas operagdes, 0 produto de um vetor por um escalar € a soma de vetores, em conjunto, fazendo assim combinagdes lineares de vetores, como nos exemplos a seguir. Exemplo4. Dados os vetores ti = 2i — 3) + dk eV = ~3i + 4j — 48, calcule 3it + 20, Sowgko. 3it + 25 8 (21 a)-+48) +2(-ab+4} a8) < ho) + 2k oh 3f + ak. Exemplo5. Dados os vetores d = 61 —j + 2ke b = 3 — 4) +k, caleule d—b. Sowgko, d—8 = a+ (8) <6 —-j+ 2-3 44h k= 31-3) +k Resumo > Representacao de vetores em componentes: definindo os versores i, j e k como ver- sores (vetores de médulo 1) ao longo dos trés eixos coordenados, vetores no plano podem ser representados por ¥ = vxi + vy}; vetores no espago sdo representados por: Vavdtyj tuk > Médulo de um vetor: o médulo de um vetor ¥ = vyitvyj édado por |v] = yA FV5s ‘o médulo de um vetor ¥ = v;i + vy) + vek é dado por || = VE FV, + VE. > Soma de dois vetores: a soma de um vetor tt = uxt + uyj + uck e de um vetor Va vxi t+ vy) + vek € dada por t+ ¥= (ux +vx}i + (uy +¥y)) + (us + ve)k. > Produto de um vetor por um escalar: o produto de um vetor ¥ = vyi + vyj + Vek por um escalar k € R é dado por kv = (kvx)i + (kvy}j + (kve}k. v= 148 ALGEBRA LINEAR Exercicios Nivel 1 VeTORES NO PLANO Exemplo 1. Representeo vetor = 24 —} no plano cartesiano. Souugto. EI) Represente os seguintes vetores no plano cartesiano. a) @=21+3}. b) B=-2i+j. CH=21. ad) d=-i-yj, Exemplo2. Escreva o vetor representado abaixo em termos de suas componentes. y ait 3 Souci. E2) Escreva os vetores representados abaixo em termos de suas componentes. v °) CaPiTULO 2.2 VeTORES NO PLANO E NO ESPAGO 149 Bemplo3, Calcule o médulo do vetor do exemplo 1 Sowgio. Ii = V2P# (1) = VAT = v5. £3) Calcule os médulos dos vetores do exercicio El. ‘VeToRES No ESPAGO Eaemplo4, Representeo vetor 7 = 2 +3} ~ 2k no espago. Sowugao. EA) Represente os seguintes vetores no espago. a) @=2i+3} 42k » 6 o d Sovugio. ¥= 31+ 4) + 2k. 150 ALGEBRA LINEAR 5) Escreva os vetores representados abaixo em termos de suas componentes. Exemplo6. Calcule o médulo do vetor do exemplo 4. Sowugao. |i] = VF FFF (-2F = Vas 44 = Vir. 6) Calcule os médulos dos vetores do exercicio E4. SoMA DE VETORES Exemplo7. Dados os vetores tt = 31 + 2) ke = ~i + 2), calcule t+ ¥. Sowugio. T+ 9=2i+44j—k. E7) Dados os vetores @ = 3i— 2} +k, B= a d+B b) +e) BE a) GHD HE PRODUTO DE UM VETOR POR UM ESCALAR Exemplo8, Dado o vetor ¥ = 3 + 2) — k, calcule 2. SoLugio, 2¥= 61 +4) — 2k. 2+keb=—2i+j, calcule: °) ta 4) 8) Dados os vetores d= 3i a) 3a. b) fxemplo9. Dados os vetores it = 34 —j + 2k e =2 (ij +ak) - (1-3 — 3k, caleule 2uf — ¥. 3 44k-i+ 3k Sowugio. 2it 9) Dados os vetores d = 312} +k, b = a) 2d@-b. b) d43b. 2+ je=i+j—3k,calcule: d) 0,5d—0,1b +0, CaPiTULO 2.2 VeTORES NO PLANO E NO ESPAGO 151 Nivel 2 E1) Determine as coordenadas do ponto B, que esti na ponta do segmento orien- tado que representa o vetor ¥ = 2i — j + 4k e que tem origem no ponto A(3,0,2). 2) Que vetor é representado pelo segmento orientado AB, onde A € 0 ponto com coordenadas (3, 1, ~4) € B €0 ponto com coordenadas (2, —1,5]? E3) Considere os pontos nao coincidentes A, B e C ao longo de uma reta. As coordenadas de A e de B sao, respectivamente, (3,1, 2) e (4,0,—3). Calcul as coordenadas do ponto C sabendo que a distancia dele até o ponto B é a mesma distancia do ponto A ao ponto B. FA) Verifique se os seguintes pontos pertencem ou nao a mesma reta. a) A(1,2,—1), B(3, 1, —2) e C(5,0,—3). Bb) A(3,—1,2), B(2,0,—5) e C(1, —2,0). E5) (Leitura Complementar 2.2.1) Um vetor tem médulo 5, angulo azimutal @ = 45° e Angulo vertical @ = 60%. Calcule suas coordenadas em termos de coordenadas cartesianas. Nivel 3 El) Considere um paralelogramo tal que trés de seus vértices sejam os pontos A(2,1,2), B(3, 1,4] € C(4, 2, 1). Determine as coordenadas do quarto vertice desse paralelogramo. E2) Determine como o vetor ¥ = 31 — j + 2k pode ser obtido através da soma multiplicada por escalares apropriados dos vetores @ = 2i—j+k, b = 3i+.2k ec=t+2j—-k Respostas Niven 1 vith b) Ba) Vb) V5, 152 ALGEBRA LINEAR FA) a) ® 5) a) Fs) a) 3) 25 E7) a) i+k ob) ate F8) a) 3a=9i-6j tak by F9) a) 42k) €H3b= 354K a 018 4+ 0.4¢ = 2,11 — 0,7) — 07k. Niven.2 El) As coordenadas so (5, Fa) AB 2+ 9k B3) As coordenadas sio (9/2,1/2, ~ 11/2). 4) a) Sim b) Sim. Sve; , SVB, 5 oa Bs) B= PELE IS + Th 306k + 3,06) + 2.5K, Niven 3 Et) D(5,2,3). oan ty By v= 30458 2 e 3 Produto escalar 2.3.1 Derintgao, 2.3.2 PRODUTO ESCALAR EM COMPONENTES 2.3.4 NORMA E DISTANCIA ENTRE VETORES 2.3.3 CALCULO DE ANGULOS ENTRE VETORES 2.3.5. PROJEGAO DE UM VETOR SOBRE OUTRO VETOR Diferente dos mimeros reais, vetores tém dois tipos de produtos entre eles: 0 produto escalar, que resulta em um ntimero, ¢ 0 produto vetorial, que resulta em um vetor. Estudaremos, neste capitulo, 0 produto escalar, que tem diver- sas utilizagdes em economia, Mostraremos aqui duas aplicagdes do produto scalar que ajudam a dar uma ideia intuitiva de seu significado. O produto ve- torial, menos utilizado em cursos de economia e de administragao, € visto na Leitura Complementar 2.3.3. 2.3.1 Definigéo 0 produto escalar é uma operacao tt ¥ entre dois vetores ti e ¥ que resulta _ _emium ntimero. Esta operagao ¢ definida pela seguinte formula: wt a WF = hilvicos8, ¥ onde 0 € angulo entre os dois vetores.? Exemplo1. Calcule o produto escalar if - # entre os vetores dados abaixo (ii) = 3 © I =2) at Sor a Souugio, t+ lillivcos = 3-2-cos30° = 6.4 = 3V5. |. Por dngulo entre os vetoes, entendemos 0 menor ingulo entre els, como ilustrado na figura abaixo. menor angullo entre 0s dois vetoes abaixo ¢ 0 angulo a. 6 —~er™ 154 ALGEBRA LINEAR bremplo2, Calle o produto scalar &-B entre os vetores dados abaio (ld) = 2¢[B| = 2). a Ke 6 cos = 2-2-cos60° = 4-1 =2 Sowucho. a6 = al Lemp}, Calcle 0 produto esalar €d entre os vetore dados abaixo (| = 2 dl = 4). € 90° d Sotugio. €- d = |é\|dl cos® = 2- 4- cos90" =8-0=0, Exemplo4, Calcule o produto escalar & entre os vetores dados abaixo (J€| = 3¢ |f| = 2). SoLugao. ‘Como pudemos ver no exemplo 3, dois vetores serio perpendiculares, 0 que significa que eles formam um angulo de 90°, se o produto escalar entre eles for nulo: iL ¥ = [tiv] cos 90° = 0, produto escalar entre dois vetores ie ¥ tem as seguintes propriedades (demonstradas na Leitura Complementar 2.3.1). Propriedade 2 -(F+W) = U-V+ T-W (distributiva em relagao a adicao). Propriedade 3 (aut) -¥ = a(it-¥) (a ER) (fatoragio dos escalares). Propriedade 4 ik- ii > 0 (positividade do produto escalar de um vetor por ele mesmo). Propriedade 5 t-i=0 @ G=0 (condigao para que o produto escalar de um vetor com ele mesmo seja nulo). Capirut0 2.3. PRODUTO ESCALAR 155 2.3.2 Produto Agora vamos estudar como podemos calcular o produto escalar entre dois escalarem vetoes em termos de suas componentes cartesianas. Para tal, calcularemos compo- 0S Produtos escalares entre os versores i,j e ke nentes i k i-j = [illjlcos90° , ik = [ile cos 90° : : j-j =lillleos0° . ji = fll eos 90° Kk = [Kiik| cos 0° Devido a propriedade comutativa do produto escalar, temos que i K_ j-4=0,&-i=0ek-j =0.Com isso, podemos montar a tabela ao lado. i100 ‘Vamos, agora, calcular o produto escalar entre dois vetores, ti = uxi + j 0 1 0) wWituket=yi+vyjtvek (ei 0,0) a HHH (uit yj + uk): (b+ vyj + vek) aleve turd vy) pd veh ay) vd buys vit ay) vale tack vet + Usk vy) + Usk vek Sud it uyi J tute eta ee ee +uvk-ftuuyk Jruve-k Usando a tabela acima, temos DTS uv Pt uavy OF uv, 0 FUyve OF Uyyy 1+ uyve “0 FUnvy 0+ Ustly 0+ ave 1 Ve + UyYy + Ueve. ‘Temos, entdo, que Fu Huyyy + uve | A seguir, mostramos alguns exemplos da aplicagio dessa formula. i+ 2) + skew = i+ 2) + 2k, calcule wd 3t+ 2) + 4k) - (1+ 2) + 2k) =3-142-244-2=34448=15. Exemplo 1. Dados os vetores if Sowvgao. +t i + fj — 2k, caleule ¢-B. Exemplo2. Dados os vetores & is tkeB 2i— 35 +k) Bit} 2k) = 2-34 (-3)-141-(-2] Sowugao. a-6 156 ALGEBRA LINEAR +3) + 6ked =3i—3k, calculee- d. 1-34+3-0+6-(—3) Exemplo3. Dados os vetores (i +3) + 6k) (313k) 3+0-1 Souugio. € Para vetores em duas dimensdes, o produto escalar fica, simplesmente, a UxVy + UyYy. Exemplo 4, Dados os vetores € = 2i—je f= i+ 2}, calcule é +14 (-1)-2=2-2 Sowugio. & f= (2i—j)-(i+29 2.3.3 Gleulo de Existe um grande mimero de aplicagdes de vetores, em diversas dreas do Angulos conhecimento. Veremos aqui algumas dessas aplicagdes, comegando pelo entre vetores _ FL 0 ‘Temos, ento, a seguinte formula: ‘A partir do cosseno de um Angulo, podemos calcular o préprio angulo: @ = arecos “™ as, isto & €0 arco (Angulo) cujo cosseno é dado pela expressao acima. Exemplo 1. Esboce os vetores it 2) ecalcule o Angulo entre eles. Sowugio. Temos que cos® O produto escalaré v av 21) (1-2) =2141-(-2)=2- (Os médulos dos dois vetores sio dados por * j= VEE i= VPC lo esses valores na formula para 0 cosseno do Angulo, te- ee vVav5 5 Entdo, & & 0 Angulo cujo cosseno é zer0, ou seja, 8 = arccos0 = 90°. Capiruto 2.3. PRODUTO ESCALAR 157 Exemplo2. Esboce os vetores. 3i —j ecalcule o angulo entre eles. Sowgio. Temos que cos = “. 0 produto escalar é @-B = (31): (-3,-1) —3)-341-(-1) =10. (Os médulos dos dois vetores sio dados por ld = VF +P = V9F1 = Vio, B= VPP VoFT = vi Substtuindo esses valores na formula para o cosseno do angulo, temos cos = 9, = 10 vioyi0 10 Portanto, @ = arccos(—1) +> @ = 180°, bempo3, Esboce os vetoes i= 14+ ]-+ 4he ¥ = i +2) + 2k e calcul o Angulo entre eles ab Sowugdo. Temos que cos @ = ——. O produto escalar é : iar” = (145 + ak) - (14 25 +28) =1-(-1I)4+1-244-2=-1424+8=9 (Os médulos dos dois vetores sto dados por il = VOIP Fee = ViFaFa = V9=3, m= VES Te VIFT#I6 = VI8 = V23" = 3v2. Substituindo esses valores na férmula para 0 cosseno do Angulo, temos 158 ALGEBRA LINEAR — 2k ecalcule o angulo entre eles © 0 produto escalar é (i+j—b) Gj 2%) S241 (1) + (-1)-(-2)=2-1 (Os médulos dos dis vetoes sto dados por VE+E SCIP = vit iFI = v6, JP EIFS -2P = VIFT TA = vi Substituindo esses valores na formula para o cosseno do angulo, temos Por, @ = acs! # = 6° Nao € necessério esbocar os vetores para calcular o angulo entre eles, € © resultado nem sempre é um angulo notével, como mostra o exemplo a seguir. Exemplo5. Calcule o angulo entre os vetores € = 3i + 2) — ake d = 3i— 2) +k. ab Souugao. Temos que cos8 = =" . 0 produto escalar fica iaibi €-d = (31+ 2) — 4k) - (31-2) +) =3-3+2-(—2) +(-4)-1=9-4-4= Os médulos dos dois vetores sao dados por k= VP FEE = VOFIFIC = vB, d= VPP TP = voraT = Via Substituindo esses valores na férmula para o cosseno do Angulo, temos Portanto, AA resposta em termos do arco cosseno é a exata, sendo seguida por um Angulo apro- ximado. 2.3.4 Normae A raiz quadrada do produto escalar de um vetor com ele mesmo é denoi distancia nada norma desse vetor ¢ esta associada a0 conceito de médulo do vetor. A entre vetores orma definida como Il Capiruto 2.3. PRODUTO ESCALAR 159 Em notagdo de componentes, podemos escrever Iii) = Vivei + vu + vek) (eit vy) + vek) = Yee te ee, que é justamente a definigao do médulo de um vetor em trés dimensoes. ‘O mesmo acontece para um vetor em duas dimensdes, de forma que, para vetores, a norma € igual ao seu médulo ou comprimento.. Exemplo 1. Calcule a norma do vetor tt = Si + 2) + 3k, Sowgio. |jil| = VF FPFR = VBFITS = VR ~ 6,16. Fxemplo2, Caleule a norma do vetor ¥ = 2 — 3} Sowvgio. |i] = YE + (-3P = VIF9 = VIO = 3,16. Um teorema importante associado @ norma de um vetor ¢ 0 da deno- minada desigualdade triangular, que afirma que 0 médulo da soma de dois vetores € menor ou igual a soma dos médulos dos dois vetores, e que é enunciado a seguir. Teorema 1 - desigualdade triangular Dados dois vetores ti e ¥, ||ti + Vi] < |ltil| + |I¥i|. A desigualdade triangular pode ser visualizada no seguinte exemplo. bxemplo3. Verifique a desigualdade triangular para os vetores i= 24+ 4} ev = 34 + Sotugao. Primeiro, calculamos i + ¥- si + 6). Agora, calculamos as diversas normas: (ill = V4FT6 = v2, | = VOFA= VIB, y i+ ¥] = V25-+36 = Vo. Substituindo na desigualdade triangular, obtemos hos [hd + 9 < [il + IN] @ VOI < v20-+ VB. i Como V6 ~ 7,81 ¢ V20-+ VTS ~ 447 + 3,60 ~ 8,07, a desigualdade éverificada {A desigualdade triangular fica mais evidente se desenharmos os ve- ‘Ve sua soma, como no geifico ao lado, Claramente, a soma dos, ‘comprimentos dos dois vetores ¢ maior que o comprimento da soma deles.? Um conceito associado & norma de um vetor € o da distancia entre dois vetores. Relembrando a defi 10 de um vetor (Capitulo 2.1) como conjunto de todos os segmentos orientados equipolentes (que tem mesmo médulo, direcao e sentido), a nogao de distancia entre vetores parace nao ser aplicével, 2. Observando a figura do exemplo 3, podemos ver que a desigualdade triangular estabelece uma rlagdo entre os tres lados de um tridngulo, de onde se entende a origem do seu nome. A desigualdade triangular € provada na Leitura ‘Complementar 2.3.. 160 Exemplo4, Souugio. ALGEBRA LINEAR ois, se um vetor esti em todo lugar do espago, entao nao pode haver distan- cia entre dois vetores. No entanto, podemos pegar de empréstimo a nogio de distancia entre dois pontos. Em um espaco plano, a distancia entre dois pontos é 0 comprimento da linha reta que os conecta. Se conhecermos as posigdes de dois pontos em um sistema cartesiano de co- ordenadas, podemos determinar a distancia entre eles usando a trigo- 7 nometria. Para isso, consideremos a figura ao lado, onde representa- mm ‘mos um ponto P de coordenadas x (x1,U1) € um ponto Q de coorde- nadas (x2, 2). Desenhamos um tridngulo retangulo cuja base & dada por x2 — xi € cuja altura € yo — y.. A base e a altura correspondem aos catetos do triangulo retingulo ¢ a distancia d entre os dois pontos é a hipotenusa desse triin- gulo, Usando 0 Teorema de Pitagoras, mem) + (yr — wi)? ed = V0q a + lew Portanto, temos a seguinte formula para a distancia entre os dois pontos: d= Vl — a)? + (ye — wi)? ‘Agora, consideremos que cada um desses pontos corresponda a extremidade de determinado vetor (ou, mais rigorosamente, & extremidade de um dos segmentos orientados que representa 0 vetor), conforme a figura a0 lado, Podemos escrever ti = x1i-+ yi) ev = x2i+ys). Definiremos a distancia entre esses dois vetores como sendo igual a distancia entre essas duas extremidades, dada pela formula da pontos, que pode ser escrita como % entre dois d= Vila — m+ (2 — vi)? = Vee )0e =x) +(e — wl — wi) que pode ser escrita em termos da norma do vetor (x2 —xi)i+ (v2 — ali = bai + yi) — (ai + val) w-v. Sendo assim, a distancia entre os vetores ile ¥ fica definida como d= iV) Calcule a distancia entre os vetores tt = 24 —jeF = 41 42}, d—¥=-21-3jed = (AP FSP = VITO = VB 3.00. ‘O mesmo conceito de distancia se aplica a vetores em trés dimensoes, como no exemplo a seguir. Capirut0 2.3. PRODUTO ESCALAR 161 Exemplos. Calcule a distancia entre os vetores @ = 61 + 3) + 2k eB VEFETH = VIET BTS i — 3} —k. v50 Os graficos dos vetores dos exemplos 3 e 4, indicando as distancias entre les, sio feitos a seguir. Sorugio. dv =al+6j+3ked 07.9 2.3.5 Projecdode — Outra aplicagio envolvendo o produto escalar é célculo da projegio de umvetor um vetor sobre outro. Dados dois vetores, te V, entendemos por projegio sobre outro 40 vetor i sobre o vetor # 0 vetor iy, que tem a mesma diregao de # e cujo vetor ™&dulo € 0 cateto adjacente ao Angulo @ (ou seu complemento, conforme © caso) no tridngulo retangulo cuja hipotenusa ¢ dada pelo |i). vetor projecio tly de um vetor if sobre um vetor ¥ é dado pela seguinte férmula: cuja demonstragao ¢ feita na Leitura Complementar 2.3.1. Na formula, ‘© yetor ily tem a mesma diregdo do vetor ¥ € 0 termo ao we €um ntimero que, multiplicado por ¥, dé 0 comprimento da projecio de tt sobre ¥ Exemplo1, Calcule a projesio tty do vetor tt = 34 + 2§ sobre o vetor ¥ = si —j e faga uma representagao grafica de W, Ve wl. B42) 5-H) oe PAN (545) (st) (5) 3-5+2-(-1) 55+-0-C isyeveeee ee = 9 (St-H) = 5 (St = we (si-3 5, Perceba que estamos aproximando os valores das raizes por meio de nimeros decimai, mas sempre escevendo 0 sinal = (aproximadamente). Os valores reais das distancias so aqueles em forma de raze. 162 ALGEBRA LINEAR Exemplo2. Calcule a projesao do vetor @ = —i + 3j sobre o vetor 6 = 4i + 2j ¢ faga uma representagdo grifica de d, be dy, Sowa. (c1)-443-2 be ‘ z Paar + +6 6 -4 1e+4 (ai +25) ees ita als ay = alta = 4 5 txemplo3, Calcule a projesio Gy do vetor = Si +4) +2%sobre o vetor d = uma representagdo grafica de ¢, de Ca. +6) bake faa Souugao. (2i+6) + 4k) +348 watz Aqui também nao é necessério desenhar os vetores para calcular a proje~ ao de um sobre 0 outro. O célculo pode ser todo feito algebricamente, como no exemplo a seguir. +38, Exempla 4, Calcule a projeo do vetor & ~ 34 — 3} + 2k sobre o vetor = 34 SoLugio. BSH H23 ge ~sorcr cps A+) 9434604 3 ap = eres Bi-F +38) ieee = plist 54,18, 54, & =F it pe ‘Terminamos aqui este capitulo, A Leitura Complementares 2.3.2 traz uma aplicagdo do conceito da projegdo de um vetor sobre outro vetor as finangas. Capirut0 2.3. PRODUTO ESCALAR 163 Resumo > Produto escalar: it - ¥ = {ils} cos 8, onde @ & 0 menor Angulo entre os dois vetores. > Produto escalar em componentes: dados ti = u,i + uy) +ukeV =vyitvyj +vek, © produto escalar entre eles 6 if - 8 = uy + Uyy + UaVe. as > ilo entre dois vetores: cos @ = ——. Angulo entre dois vetores: cos = 2 > Norma de um vetor: |v) ‘F-¥. > Distancia entre dois vetores: d= |i — vi]. er > Projecdo de um vetor ii sobre um vetorV: tly Ea v. Exercicios Nivel 1 PRODUTO ESCALAR Exemplo 1. Calcule o produto escalar it -¥ entre os vetores ite Wao lado, onde jl) = 2e Vj = 1 Lo, Souugao. Sabemos que tt ¥ kilos 0, onde @ éo angulo entre os dois vetores.Temos, entio, B-V = filo cos8 = 2-1 -c0s30° = 2. = v3. EL) Calcule os produtos escalares entre os vetores abaixo (dados: |a] = 2, [B| = 1, {@) = 2,|d| = 2, |e = 2, |f] te » & | = 4. 180° Nass . f—oO—2. Gl = 2,1 = 2): 164 ALGEBRA LINEAR ANGULOS ENTRE VETORES Exemplo2. Calcule o angulo (com precisio de 1°) entre as vetores a Btak © F=6i—3j5+2k Souugao. Pela definigao do produto escalar, Calculando os médulos, temos fil = VP +(-2P + # = vVI+44 16 = v2, [= VEF IP FR = VOTO = VB =7, © produto escalar ¢ dado por i-F= 1-64 (-2)-(-3) +4-2=6464+8=20. Substituindo esses resultados na férmula para o Angulo, obtemos 038 = 5 @ = arccos eee WE © resultado acima € exato, Se quisermos aproximar o resultado para um sngulo com preciso de até 1°, podemos escrever 8 = 51° 2) Calcule os angulos (com preciso de 1°) entre os seguintes vetores: a) @=2i-j+3keb = 31-2} +k b) e=itj+ked =—i-j-k o) €=4 +2 —2kef=3i+2 +2 d) G=rieh=3k NoRMA DE UM VETOR Exemplo3. Calcule a norma do vetor ¥ = 3 — 2) + 4k. Sowsio. sl] = VF FIPS R = IETF = VB. 3) Calcule as normas dos seguintes vetores a) d@=243)+h b) B=3i-4j. c) C= 214. 3K. DIsTANcIa ETRE VETORES Exemplo4. Calcule a distancia entre os vetores do exemplo 2. Sou¢io. Os vetores do exemplo 2 st0 wt B+dk ec 3+ 2k. “Temos, entdo, que —si-sj+2k e jit — 9] = V25 +25 44 = V54. EA) Calcule as distancias entre os vetores do exercicio E2. 0s resultados arceos 0 = 90°, arceos Ht = 38°, arceas (~1) = 180°, arceos fey = 53°, 4. Use os resulta 0 = 90°, arceos Hf = 38°, arceos (—1) = 180°, arceos ss = 53 Capiruto 2.3. PRODUTO ESCALAR 165 PROpEGAO DE UM VETOR SOBRE OUTRO VETOR taemploS. Calcule a projegio do vetort = 24 +3) +4i¢sobre o vetor Sowwgko. a — 2, G+ H+ Hh ED _ 5) va Gh) 21H SDH G5 253 T-1+(-1)-(-1)+0-0 +1 1 an =-30-9) = Git} E5) Calcule as projegdes do vetor @ = —i + 2} + 3k sobre os seguintes vetores: a) B=2%+j+2k bd) E=-itjt4k. o) dai Nivel 2 2aj+2kev = 3143} +3k EI) Determine ax de modo que os vetores tt = act sejam perpendiculares entre si. E2) Determine « de modo que 0 vetor ¥ = 2ai + aj + 2ock seja normalizado, isto é de modo que ele tenha norma igual a 1. 3) Escreva o versor associado ao vetor ¥ = —4i +6) + 2k. F4) (Leitura Complementar 2.3.3) Calcule os produtos vetoriais entre os vetores 2,16] = 11g = 21d) = 2,18 = 2,1 = 1a = 2, ec =i+j—K,caleule: a) ax. ° ad) bxe ©) axa. 8) 6) (Leitura Complementar 2.3.3) Escreva um versor ortogonal aos seguintes vetores: a) 166 ALGEBRA LINEAR E7) (Leitura Complementar 2.3.3) Escreva os vetores pedidos abaixo: 3t-j+2keB = 41+ 2)—3ke a) um vetor de médulo 2 ortogonal a @ com omesmo sentido que a x 6. b) um vetor de médulo 3 ortogonal a & sentido oposto ac x d <) um vetor de médulo V3 ortogonal a & mesmo sentido que & x f F8) (Leitura Complementar 2.3.3) Calcule as reas dos paralelogramos formados pelos seguintes vetores: a) G=3i-j4aked b) ¢ E9) (Leitura Complementar 2.3.5) Dados os vetores @ e€=i+j—k,calcule: a) G(x). b) B-(Exd). o) G-(exB). E10) (Leitura Complementar 2.3.5) Calcule os volumes dos paralelepipedos for- mados pelos seguintes vetores: a) G=-14 34h b= 3144) + 2kee= 31-34 4k b) d=4i- 2k, €= 21-1) + 3ke f= 3i—4k, E11) (Leitura Complementar 2.3.5) Calcule a area do paralelogramo cujos vertices sao A(2, 1, 1), B(3,1,0), C(—1, 2,4) e D(—2, 1,6). E12) (Leitura Complementar 2.3.5) Calcule a area do triangulo cujos vértices sio A(1,2,-2), B(2,—3, 1) e C(-1,3,1)- Nivel 3 oo E1) Qual éa superficie associada as solugdes da equagao |i + uj + zi||? = 3? 2) Escreva um vetor ¥ que seja paralelo ao vetor it = 31 — 4), com o mesmo sentido de if e que tenha norma igual a 1. E3) Determine o vetor w de médulo 1 que esteja entre os vetores ti = 4i + 2j e T= 2i + 4) e que esteja sobre a bissetriz desses dois vetores (lembrando que a bissetriz de dois vetores é a linha que divide o angulo entre eles em dois, Angulos idénticos). F4) Considere um cubo de lado ¢. Calcule o angulo entre um dos lados desse cubo ea diagonal desse cubo, E5) Prove que as diagonais de um losango sdo perpendiculares entre si. 6) Prove que um vetor que forma os Angulos a, B e y com os versores i, jek respectivamente, sio tais que cos? a + cos? B + cosy = 1 E7) Determine um vetor que tenha a mesma diregao que o vetor i = i+6j+ke que esteja a mesma distancia do vetor ¥ = i—2) + 3k que o vetor W = —3i+ 2k+k. E8) (Leitura Complementar 2.3.5) Verifique se os seguintes pontos s2o coplana- res: A(2, 0,3), B(2,1,4), C(1,3,0) e D(—2,1,3). Capiruto 2.3. PRODUTO ESCALAR 167 E9) (Leitura Complementar 2.3.3) Mostre que |it x ¥] < |i. E10) (Leitura Complementar 2.3.3) Prove a identidade de Lagrange: |i x ¥? = lari — (av) Respostas Niveu 1 Ea 0b) 2 9 2d) ~2V2 Ea) a) 38°, b) 180%.) 53.) B)a) Vik ob) Sg) VB Baya) Ve b) Vi.) Vid) Vi, mata ad 5 a Ba) Geese t+ 342k 9 a Niven.2 EI) & =2/3. B) = 41/3, 45, 65,2 his Si4 et v3 58) * 58 4) a) B53) a) a) Fo) a) i+ ofl + =) Fs) 9) E10) En) ER) Niver.3 Ex) Buma esera de rao 3 centrada em (0,0,0) . 4 38); 2 —Souv= (2+ Svm)i+(- 9-5 Fiou= (B+ RvH)i+ (3 3) Hi quatro souctes poses: we Bi Bie pit phe Sot Tg pe ae 2, pee ape errmsg 168 ALGEBRA LINEAR L EA) @ = arecos Je. 5) Podemos desenhar um losango como na primeira figura abaixo. Definimos, enti, 0s vetores ie ¥, como na segunda figura a seguir, onde || = |v, pois © losango tem que ter Ladosiguais. vu v y a+ x x x w a ae ‘Uma das diagonais do losango pode ser vista como o vetor i + Wea outra diagonal como o vetor if — (terceira figura acima).© produto escalar entre esses dois vetores ¢ (G49) (0-8) = EDT Ve = ||P aL oF LIP = ||? II? ois = J. Poiso,asdiagonas do losangoformam um angul de 90° ente si (so perpendicular). 6) Dadoum ver 9 = val + vy) + veda dfinigao de produto esa, vk ve iwiik| ~ Iv Entao, viry ry 7) 0 vetor pode ser dado por & —itoupor 8) Fixandoo ponto A, temos os stores AB =} +k, AC = 44-3) —3ke AD = al + J.0 produto isto entre eles | ° a — de modo que eles formam um paraelogramo de volume nao nulo¢, portant, no si coplanares. 1 3 ° =(0412—-1)— (040-12) =11412=23, 9) [st x J] = |i] |] sen OA| = [st] sen OI = [eI VI sen 8] < [ill pots sen 0] < 1 ijk BI) x=] roe ay tke | = (tty ve — avy E+ (tere —tve)} + (tevy — ty € MyVe = Uedy)? + (eva — ave]? + [avy — ty vs) Av} —2uyuavave + uv $+ ulvy —2uauevave + Uv) + uly) — Duty very + URE ‘Também temos Wt) = (at 9)? = (ud + wh +d) (v4 + V4 VE) — (urav + yyy + ave) Suvi bulyy bulvi + ujyl bude) +ubyi bude +udyy + — hyd = 2ucy yay — 2a vevs — why — Duy tavyye — wiv! = wy) + udvd + age badd + dvd + ayy =D Uy very — AUEVEVs — Aly UeYy Ves ‘de modo que a igualdade se verifia MODULO 3 Espacos vetori Ho3.1 ~ Epps vets m 3.1.1 Intron: 3.1.2 Conros .. 3.13 Eseagos veToRIAtS in W7 179 Capitulo 3.2 - Subespacos vetoriais, 187 3.2.1 EsPAGos VETORIA vice eeeeeeee : 187 3.2.2 SUBESPAGOS VETORIAIS .. : 101 3.2.3. SOMA £ INTERSECCAO DE SUBESPAGOS VETORIAIS 193 Capitulo 3.3. Espacos vetoriais gerados, 201 3.3.1 CoMBINAGOES LINEARES « 5 201 3.3.2. GERADORES DE ESPAGOS VETORIAIS « - 205 Capitulo 3.4 - Base e dimenséo, 215, 34.1 DEPENDENGIA LINEAR & INDEPENDENGIA LINEAR 215 34.2 Base 6 29 3A3 DIMENSAO ..cseceeeeeeseeeseees 223 Capitulo 3.5 - Coordenadas e mudanca de base, 231 3.5.1 CooRDENADAS « BI 3.5.2. MATRIZ DE MUDANGA DE BASE = 234 Capitulo 3.6 Espacos vetoriais com produto interno, 245, 3.6.1 PropuTo INTERNO 245 3.6.2 Nora 250 3.6.3. DIsTANCIA ENTRE VETORES 251 3.64 ANGULO ENTRE VETORES 253 3 e 1 Espacos vetoriais 1 Inrropugio 3.1.2 Corpos 3.1.3. ESPAGOS VETORIAIS Muitos conjuntos tém comportamento bastante semelhante aos vetores. Es- tudar todos esses conjuntos ao mesmo tempo se faz possfvel se agruparmos todos em uma mesma classe: a dos espagos vetoriais. A vantagem é que po- demos estabelecer resultados gerais, que podem ser aplicados a todos os ele- mentos dessa classe. Esse estudo requer um alto nivel de abstracao, embora a intuigao adquirida com os vetores possa ser usada para visualizar diversos aspectos que serao discutidos neste capitulo. 3.1.1 Introdugdo Nesta segao, estudaremos diversos conjuntos que serdo postos em analogia aos vetores. Alguns desses conjuntos sio bem conhecidos € outros serio apresentados agora. (a) Mareizes covuna No Capitulo 2.1 do Médulo 2, dissemos que a notagio matricial pode ser utilizada para representar vetores como matrizes coluna, Na verdade, matri- 2es coluna nao so vetores, mas podem representi-los. Para vetores em duas dimensdes, por exemplo, podemos escrever tele (Q) «para vetores no espago, podemos escrever ve Fayitwyjtvek= [vy no plano cartesiano, Exemplo1. Represente 0 vetor & = ( Souugao. 172 Exemplo 2. Souvgio. Exemplo 3. SoLugio. ALGEBRA LINEAR 2 Represent over (: crv sistema deo core ‘ Essa notagao de matriz coluna é muito ttl se quisermos generalizar nossa nogao de vetor. Por exemplo, um vetor em um espago de quatro dimensoes poderia ser representado como uma matriz 4 x 1 € um vetor em n dimen- soes poderia ser representado por uma matriz n x 1. Ela pode ser usada quando se tem um numero muito grande de dados que se quer colocar sob a forma de um vetor e € amplamente utilizada em econometria e em computagao. Represente as cotagdes da venda do délar comercial nos quatro primeiros meses de 2007 em termos de um vetor. aa 2,10 2.09 2,03) Com precisao de centavos, o vetor & dado por v= 0 vetor do exemplo 3 s6 poderia ser representado em quatro dimensoes, ‘© que nao nos € possivel. No entanto, podemos fazer uma analogia entre tal vetor e um vetor bidimensional ou tridimensional. A representagao de dados numéricos em vetores é bastante econdmica e facil de ser utilizada quando se faz necessério efetuar operagdes com esses dados. Observe que no exemplo 3 omitimos a notacao ¥, com a seta sobre a letra, Para vetores representados na notagao matricial, essa notagao costuma ser abolida, Se tomarmos agora a totalidade das matrizes n x 1, podemos definir um. conjunto V,, das matrizes coluna de ordem n da seguinte forma: v1 Va = 2 | evar vn ER Yn CaPtruto 3.1 Espagos Veroriats 173 Do mesmo modo que com vetores, os elementos de um espago de mat zes coluna tém operagdes de soma e de produto por um escalar (nimero), definidas pela soma e produto escalar de matrizes: uy vs wt vy om we ve w+ vs a utv=|o}+]o]=] 0. |. w=a = Un, Yn tin + Yn, Vn, an, ‘Também existem, para matrizes coluna, conceitos andlogos ao vetor nulo a0 vetor inverso (de mesma intensidade, mesma direcao e sentido inverso). Para uma matriz coluna de ordem n, 0 vetor nulo é dado por 0 0 0 9, vy v1 v2 — eo vetor inversoaum vetorv=| . | €ovetor—v=] . |. Yn, Yn) (b) Esracos IR" Quando estudamos fungdes de uma variével real, base dos dominios dessas, fungoes era 0 conjunto R dos niimeros reais. Esse conjunto pode ser asso- ciado a uma reta, sendo cada ntimero real associado a um ponto dessa reta. FungGes mais gerais dependem nao apenas de uma, mas de diversas variaveis reais. As bases dos dominios desse tipo de fungio so espagos mais gerais que IR, chamados de R™, O espaco R? é definido como conjunto formado por todos os pares orde- nados (x, y), onde x € Re y € R. Em notagao de conjunto, R (Os y) |~y € R} Oespago R? € 0 resultado do produto cartesiano R. x I, 0 que significa {que tomamos todas as combinagoes possiveis de um mimero real com outro niimero real. Ele descreve todos os pontos em um plano. De modo semelhante, podemos definir 0 espago R? como 0 conjunto de todas as ternas ordenadas (x,ys2}: R’ = (yz) |4u,z€ R}} Esse conjunto representa todos os pontos do espago tridimensional. 174 ALGEBRA LINEAR Exemplo 1. Represente o ponto (3,1) no plano cartesiano, Sorugio. y Exemplo2. Represente 0 ponto (2,3,3) em um sistema de eixos coordenados. SoLugio. ‘Também podemos eriar uma analogia entre os elementos dos conjun- tos R? e R® e vetores no plano e no espago, como nas figuras desenhadas, a seguir. (xo, Yo) (¢) N@aenos comPLexos ‘Nameros complexos sdo aqueles que podem ser escritos na forma z = a+bi, ‘onde i? = —1, Por exemplo, 2 + 3i, —1 + V/2i, 4i € 2 so todos ntimeros complexos, inclusive o iltimo, que pode ser conseguido escolhendo b = 0 na Capiruto 3.1 Eseagos verorials 75 expresso geral, Podemos somar e multiplicar ntimeros complexos de acordo com as duas regras a seguir: 2 +22 = (ai + bit) + (az + bai) = (ay + a2) + (bi + b2)i, 2122 = (a) + byi)(ay + boi) = aay + arbi + arbi + bids = (aya) — by bz) + (ayb2 + aad ji. Asubtragao de um niimero complexo por outro pode ser vista como uma vit(—v2). Adi de um mimero complexo por outro pode ser definida da seguinte forma: combinagao do produto por —1 ¢ uma soma: 21 —v. zy _atbi_atbi c—di_ ac—adi+ bei bai? m etd ctdi cdi —cditcdi—at (oc + bd) + (=ad + bei _actbd | be—ad, ore e+e” e+ Portanto, nem a subtragao nem a divisio s4o operagdes baisicas dos mimeros complexos, podendo ser definidas em termos da soma e do produto. O conjunto dos mimeros complexos é definido como C= {z=a+bilabe Ri =-1} Os mimeros complexos podem ser postos em analogia aos vetores quando representamos um mimero complexo z = a + bi no chamado plano complexo, onde o eixo horizontal € a parte real de um nimero complexo € 0 eixo horizontal & sua parte imaginéria, como mostrado na primeira figura ao lado. Cada niimero complexo corresponde a um ponto desse plano e podemos desenhar um vetor para cada ntimero complexo se colocarmos @ origem de uma das representagdes do vetor nas coordenadas (0,0) ¢ 0 extremo do vetor sobre as coordenadas (a,b). (4) Potinomios Outro conjunto que tem comportamento vetorial & © dos polinomios de ‘graus menores ou iguais a n, definido como Pn = {dy + a1x + a2x? +--+ + AyX™ | Og, 41, 42,-++,n € R}- Isto pode parecer surpreendente, mas pensemos o seguinte: a soma de dois polindmios de graus menores ou iguais a 3 é um polinémio de grau menor ‘ou igual a 3: = 2x + 5x? — Bx, (3 = 2x +x?) + (1+ 4x? — 8x? 176 ALGEBRA LINEAR Além disso, 0 produto de um polindmio menor ou igual a 3 é também, um. polinémio menor ou igual a 3: 2(3x — 4? + 6x") = 6x — 8x? + 12x? Podemos, inclusive, fazer uma representagao vetorial de um polindmio. Para um polindmio de grau 1, pi(x) = ao + ax, podemos representar a parte constante em um dos eixos coordenados ¢ 0 coeficiente do termo em. x em outro eixo coordenado. Para um polinomio de grau 2, p2(x) = ao + a,x + ax2, podemos representar 0 termo constante e os coeficientes de x € x em trés eixos cartesianos. Exemplo 1. Represente o polindmio ps(x) = 3 ~ 2x no plano cartesiano, SoLugio. te k Exemplo2. Represente o polindmio p(x) = 1 + 3x + 3x? em um sistema de eixos coordenados. SoLugio. x Para representar polinomios com graus maiores ow iguais a 3 seriam necessérias quatro ou mais dimensdes, 0 que nao nos € possivel. ‘Todos os conjuntos vistos nesta segdo podem ser postos em analogia a0 conjunto dos vetores em duas ou mais dimensoes. Esses conjuntos possuem. ‘uma operacao de soma e uma operagao de produto por um escalar. A soma € sempre entre dois elementos do mesmo conjunto e o produto escalar ne- cessita também de um conjunto numérico (0 conjunto dos escalares). Vamos agora generalizar esses dois tipos de conjuntos, escalares e vetores. Conjuntos de escalares serio chamados corpos, que se comportam como ntimeros, € conjuntos parecidos com vetores serao chamados espagas vetoriais. Comeca- remos pelos corpos e depois passaremos ao assunto principal deste capitulo: (8 espagos vetoriais. Capiruto 3.1 Eseagos verorials W7 3.1.2 Corpos Um corpo é basicamente um conjunto cujos elementos se comportam apro- ximadamente como os mimeros reais, Para definir um corpo, precisamos de uma operagao de soma e uma operagao de multiplicagao, de modo que um corpo é um conjunto munido dessas duas operagdes. Por isso, frequente- mente designamos um corpo pelo simbolo (K, + "|. No entanto, ¢ comum designarmos um corpo simplesmente por K. Por exemplo, poderiamos desi nar 0 corpo dos reais como (R, +), no entanto é mais frequente chamé-lo simplesmente R. [As operagdes de soma e produto sio definidas de modo que, se a eb Pertencem ao conjunto K, entdo a +b e ab também tém que pertencer a0 conjunto K. A definigao completa ¢ feita a seguir. Definigéo 1 Um conjunto K munido de operagdes de soma e multiplicacao, {K, + ,-), € um corpo se tiver as seguintes propriedades. Propriedades da soma: para quaisquer elementos 0, 6 e Y desse corpo, temos SI) & + B €K (0 conjunto K ¢ fechado quanto a soma); $2) a+ B = B + a (comutativa); $3) (ce +B) + = a+ (B +7) (associativa)s S4) 30 € K tal que « + 0 = ot (existéncia do elemento neutro); $5) para qualquer a € K existe um —or € K tal que (a) + 0¢ = 0 (existéncia de elementos inversos). Propriedades do produto: para quaisquer elementos a, fe desse corpo, temos P1) a&- B € K (oconjunto K é fechado quanto ao produto); P2) a- B = B- « (comutativa) P3) a- (By) = (a B] -y (associativa) P4) 31 € K tal que 1 - « = a (existéncia do elemento neutro); P5) para qualquer a € K, a # 0, existe um i €K tal que i a= 1 (existéncia de elementos inversos). Propriedade mista: para quaisquer elementos a, fi ¢ Y desse corpo, temos M1) «(B+ y) = a+ B +0 (distributiva da soma em relagao ao produto). Comecemos tentando montar um corpo com 0 menor niimero de ele- mentos possivel. Como um corpo tem que ter os niimeros 0 € 1, podemos comesar considerando o conjunto {0, 1}, formado somente por esses dois, riimeros. Este conjunto nao é um corpo, pois nao existe nele a inversa por adigao (o nimero —1 nao faz parte desse conjunto). Adicionando —1, temos, {-1,0, 1}, que também nao é um corpo, pois, por exemplo, | + 1 = 2, que nao faz parte do conjunto. Seguindo esse raciocinio, podemos ver que um corpo nao pode ser definido para um niimero finito de elementos caso sejam. 178 Exemplo 1. Sowvgio. SI) 82) 33) sa) $5) ALGEBRA LINEAR utilizadas as operagdes usuais de soma e multiplicagao (no entanto, isso pode -mudar caso alteremos essas duas operagdes). ‘Também de acordo com essa definigdo, 0 conjunto dos nimeros natu- rais, N = {0,1,2,-+-), munido da soma e multiplicagao usuais, nao é um. corpo, pois nao possui as propriedades $5 e P5. O ntimero 2, por exemplo, pertence aos naturais, mas sua inversa quanto soma, —2, ou sua inversa por multiplicagdo, ~1/2, nao pertencem a esse conjunto. De forma semelhante, o conjunto dos nimeros teiros, Z = (6+ ,-2, =1,0,1,2,-+-), munido da soma e multiplicagao usuais, também nao é um corpo, pois nao possui a propriedade P5: 0 ntimero 2 pertencea Ze também. 6 seu inverso quanto a soma pertence a Z, mas nao seu inverso quanto & multiplicagao, 1/2. J4 0 conjunto dos mimeros racionais € um corpo, como mostrado no exemplo a seguir. Verfique se oconjunto dos nimeros rcionais, Q= {E IpeZaez wo}, ‘munido das seguintes regras de soma e multiplicacao: adtbe a c¢_ ac bd’ bd bd” (onde escrevemos ab = a - b) é um corpo. ‘Vamos verificar se © conjunto Q satisfaz todas as propriedades de soma ¢ multi- plicagao. Proriedas da soma: pra ustigue lemenos 2, £ «© dee como, ts ad} be oa | _ adhe _ dated € Q (fechado quanto a soma); cao Fal de at eomutativa)s 4S _adtbe , © _(ad+belf tebd _ adf +bef + bde f > ba 7 F baf baf cftde _adf+blef+de) _ adf+bef+bde af baf ~ baf (associativa)s 30€ Qtalque ¢ ett 5 (cxistencia do elemento neutro)s e a para qualquer § & Q existe um —F € tal que (- vie (existéncia de elementos inversos).. Propriedades do produto: para quaisquer elementos e { desse corpo, temos ac $$ = & 6 (lechado quanto a0 produto) @ 6 Oe eo 8 sativa bd bd db db " CaPtruto 3.1 wn £.(S+8) Espagos Veroriats 179 e_ ac Co a) ee Myla ba P4) 31€Qtal quel var igual ( SF (asociativas wat = g (esistencia do elemento neutro); = 5) para. qualquer 5 € QF £0,existeum 4 © Q tal que > : (existéncia de | inversos).. > Propriedade mista para quaisquer *,°,£ ©, temas cftde _alcf+de) _acftade ,. b ef bef (ope ee a@c,ae_ ac, ae_acf+ade bie Bie tp oa cea vet (distibutiva da soma em relagdo a0 produto) Portanto, Q é um corpo. Outros exemplos de corpos sio 0 conjunto dos ntimeros reais, R, e 0 conjunto dos niimeros complexos, , munidos de suas operacé produto usuais. O conjunto dos ntimeros iracionais nao pode ser um corpo, pois 2/2 = 2, sendo que v2 pertence a esse conjunto, mas 2 nao pertence ‘40s irracionais. De modo semelhante, 0 conjunto dos ntimeros imaginérios puros (nao confundir com 0 conjunto dos nimeros complexos) ndo é um corpo, pois 0 niimero i = =I pertence a esse grupo, mas 0 produto i 1, nao. Chamaremos rotineiramente os elementos de um corpo de escalares. Os escalares mais utilizados neste livro serdo os niimeros reais. Utilizaremos 0 conceito de corpo a seguir, na definigéo do que é um espaco vetoril 3.1.3 Espagos Como ja vimos neste médullo, o conjunto dos vetores tem quatro operacoes vetoriais fundamentais: a soma, o produto por um escalar, o produto escalar € 0 produto vetorial. Nao si0 muitos os conjuntos que apresentam essas quatro ‘operagoes. No entanto, se considerarmos somente a soma ¢ 0 produto por uum escalar, conjuntos como o das mattizes ¢ o dos polinénimos admitem «esas operacoes. Portanto, consideraremos somente essas duas operaces. Um espago vetorial é um conjunto V munido de uma operagao de soma e de uma operagao de produto por um escalar; onde o escalar é um elemento pertencentea um determinado corpo K. Por isso, dizemos que o espago velo- rial é um conjunto V sobre um corpo K. Para que V seja um espaco vetorial,é preciso que, se Uev pertencerem a V, entao u +v e au também pertencam aV, onde a & K. Uma definigao mais completa de espago vetorial & dada a seguir. Definigao 2 ‘Um conjunto V sobre um corpo K um espago vetorial munido de operagdes de soma e produto por um escalar se ele tiver as seguintes propriedades. 180 ALGEBRA LINEAR Definigéo 2 (cont.) Propriedades da soma: para quaisquer elementos u, v e w pertencentes a V, temos SI) U+v € V (0 conjunto V é fechado quanto & soma); $2) u+v =Vv-+u (comutativa)s $3) (u+v) +w = ut (v-+w) (associativa); S4) 30 € Vital que-v +0 =v (existéncia do elemento neutro); $5) para qualquer v € V, existe um —v € V tal que (—v) +v = 0 (existéncia de elementos inversos). Propriedades do produto por um escalar: para quaisquer elementos u e v pertencentes a Ve «€ K, temos PI) at € V (0 conjunto V ¢ fechado quanto ao produto por um escalar); 2) a(Bv) = («eB)v (associativa)s 3) para o elemento 1 € K, 1 -1u =u (existéncia do elemento neutro). Propriedades mistas: para quaisquer elementos ue v pertencentes a Ve « € K, temos M1) a(u +) = au + av (distributiva da soma em relagdo ao produto por um escalar); M2) (a+ By = aw + Bv (distributiva do produto por um escalar em relagio a soma). ‘As propriedades da soma sio internas ao conjunto V. Jé as operages en- volvendo o produto por um escalar sao externas a V, pois envolvem também. © corpo K dos escalares. Vamos explorar melhor esta definigao no préximo capitulo. Resumo > Corpo. Um conjunto K munido de operagdes de soma e multiplicagao, (K, + ,-},é um. corpo se tiver as seguintes propriedades. Propriedades da soma: para quaisquer elementos a, ey deste corpo, temos Sl) & +B EK (0 conjunto K € fechado quanto a soma); S2) a+ B = B + x (comutativa); $3) (a+ B)+y + (B + y) (associativa); S4) 30 € K tal que « + 0 = at (existéncia do elemento neutro); $5) para qualquer a € K, existe um —a € K tal que (—ot) + « = 0 (existéncia de elementos inversos). Propriedades do produto: para quaisquer elementos «, fey deste corpo, temos, P1) a B € K (o conjunto K é fechado quanto ao produto); P2) &- B = B - « (comutativa); P3) a- (B-y) = (a- B) - y (associativa); P4) 31 € K tal que 1 - a = a (existéncia do elemento neutro); 5) para qualquer « € K, a # 0, existe um i € K tal que + «=I (existéncia de ‘elementos inversos). Captruto 3.1 Eseagos verorials 181 Propriedade mista: para quaisquer elementos a, 8 e y deste corpo, temos MI) a- (B+ y) = a B + y (distributiva da soma em relagio ao produto). > Espaco vetorial. Um conjunto V sobre um corpo K é um espago vetorial munido de ‘operagoes de soma e produto por um escalar se ele tiver as seguintes propriedades. Propriedades da soma: para quaisquer elementos u, ve w pertencentes a V, temos Si) u+v € V (oconjunto V é fechado quanto a soma); $2) u+v=v+u (comutativa); 83) (u+v) +w = ut (v + w) (associativa)s S4) 40 € Vital que v + 0 = v (existéncia do elemento neutro); $5) para qualquer v € V, existe um —v € V tal que (—v) + v = 0 (existéncia de elementos inversos). Propriedades do produto por um escalar: para quaisquer elementos we v pertencentes aVeae K,temos P1) au € V (0 conjunto V ¢ fechado quanto ao produto por um escalar); P2) ax(Bv) = («eB)v (associativa); P3) para o elemento I € K, 1 u = u (existéncia do elemento neutro).. Propriedades mistas: para quaisquer elementos ut € v pertencentes a V ¢ « € K, temos MI) @(u+v) = ceu+ cv (distributiva da soma em relagao ao produto por um escalar); M2) (a+ B)v = av + Bv (distributiva do produto por um escalar em relagio a soma). Exercicios Nivel 1 Corpos Exemplo1. Verifique se 0 conjunto dos niimeros complexos, = (a+ bila,beR, = —1), rmunido das seguintes regras de soma e multiplicaga (a+bi) + (c+ di) =(a+e)+(b+a)i, (a+bi)- (e+ di) =(ac— bd) +(ad + deli, um corpo. Souugio. Vamos veificar se 0 conjunto © satisfaz todas as propriedades de soma e multiplicaao. > Propriedades da soma: para quaisquer elementos, =atbi, addi © a= astbdsi pertencentes a €; temos 182 ALGEBRA LINEAR S1) 2 +22 = (a) + a2) + (by + baJi = ue © (fechado quanto a soma); $2) 21 + 22 = (@1 + a2) + (by + ba) = (a2 +1) + (by + by)t = 2 + 21 (comutativa); $3) 21 + (2a +25) = (ay + bri) + [(aa +93) + (by + Ds}il = (a1 +2 +45) + (by + 2+ bs}é = [lay + a3) + (by + bal] + (as + bst) = (21 +22) +25 (associativa)s S4) 30=04 01 € Ctal qued +z =0-+ 2 = 0 (existéncia do elemento neutro); $5) para qualquer 2 = a + bi € ©, existe um —2 = —a —bi € Ctal quez + (—z) = —2+ 2 =0 (existéncia de elementos inversos). > Propriedades do produto: para quaisquer elementos, A=atbi, 2=atbi e 2=a;+bdsi pertencentes a C; temos PL) 21-22 = (ai + bid) - (a2 + boi) = (aian — byba) + (arb +aads}i eC (Fechado quanto a0 produto); 2) 2 +22 = (142 ~ byba) + (abs + a2b))i = (aa ~ baby) + (arb) + aybs)i = 222 (comutativa); 3) 21 « (22-25) = (ay + but) ((anay — babs) + (abs + axb2)i] = (a,ax05 — aybabs — biazbs — bybra3) + (ajazbs + aib,a; + biaza5 [(ayas—bibo) + (arb: + bias)) (as + bai) = (21 2) -25 (ass PA) F1=1 404 e Ctalquel-z=z-1=zparatodoze © (existéncia do elemento neutro}; P5) para qualquer z = a + bi € ©, existe um z z'-z= (existéncia de elementos inversos) > Propriedade mista: para quaisquer elementos 21 = 0) + bit, thi € y=astbsi pertencentesa ©, temos MU) 24 (22+ 25) = (ay + but) [(aa + as) + (ba + ba)i] = (aya2 + a1as— bibs — bibs) + (arb: + abs + bra; + Bya3}é = (aya; — bybs) + (arb: + bras}é + (a3a3— babs) + (axbs + bras}i = 2122 + 2125 (distributiva da soma em relagao ao produto) Portanto, © € um corpo. EI) Verifique se os seguintes conjuntos, onde sio definidas as operagdes de soma ede multiplicagzo, sao corpos: a) {-1,0,1}. — b) conjunto N dos mimeros naturais ©) Conjunto Z dos ntimeros inteiros. 4) conjunto Q dos niimeros racionais. Espagos VETORIAIS Exemplo2. Verifique se o espaco de todas as fungdes continuas em um intervalo [a,b] sobre 0 corpo R coma soma e a multiplicagdo de fungbes ¢ um espago vetorial Souugao. A soma de duas fungdes continuas em um determinado intervalo [a,b], que pode ser infinito, & dada por f(x) + g(x), onde somam-se todos os valores f(x) e g(x) tais que + € [a,b]. 0 produto de uma fungao continua por um escala, af(x),€ 0 valor da funga0 para cada ponto x € [a,b] multiplicado pelo niimero real o. Capiruto 3.1 Eseagos verorials 183 ‘Vamos agora mostrar que o conjunto V das fungées continuas em um intervalo [a,b] com as operagdes dadas, onde os escalares sao elementos pertencentes a R, apresenta todas as propriedades de um espago vetoral, Para isso, consideramos as fungbes f(x), g(x] € R(x), pertencentes a V, os escalares & e B, pertencentes a R. S1) f(x) + 9{x) = hx), que pertence ao conjunto V (fechado quanto & soma); 52) f(x) + 9{x) = lx) + f(x) (comutativa; $3) flo) + lolx) + hx] = f(x) + (x) +(x) = [f(x) + of] + hx) (associativa)s S4) exist a fungio 0[x) = O tal que o(x) + fc) = f(x), para qualquer f(c) € V (elemento neutro); $5) para toda f(x) € V existe uma —f(x) em V tal que —f(x) + f(x) = o(x) (elemento inverso). PL) a [BA(x)] = aBE(x) = Bat (x) = B lof(x)](comutativa); P2) para o ntimero 1 € IR 1 - f(x) = f(x} (elemento neutro); M1) ax[f(x) + g(x] = a(x) + ecg[x) (distributiva da soma em relacdo ao produto escalar); M2) (a+ B)f{x) = aflx) + Ba(x) (distributiva do produto escalar em relacio a soma). Com isto, mostramos que V sobre Ri é um espaco vetorial E2) Verifique se os seguintes conjuntos, para os quais sio definidas as operagoes de soma e de produto por um escalar (onde o escalar pertence ao conjunto dos ntimeros reais), so espagos vetoriais: a) {0,1}. b) _conjunto de todos os polinémios de grau Propriedades da soma: para todo elemento 0 € (0) temos S1) 0+0=0 € (0} (fechado quanto a soma); $2) 0-+0=0 +0 (comutativa)s $3) 0+ (0+0} =0 +0 = (0+0) +0 (associativa)s SA) existe O € (0} tal queO + 0 ~ 0 (elemento neutro); $5) pata todo 0 € (0) existe um —0 = 0 € {0} tal que ~0 + 0 = 0 (elemento inverso). > Propriedades do produto: para 0 € (0}¢ para qualquer elemento a € IR, temos Pl) -0=0€ (0) (fechado quanto a0 produto por um escalar); P2) a(B-0) = «-0 =0 = -0 = B(a-0) (associativa)s P3) para € R, 1-0 =0 (elemento neutro) > Propriedades mistas: para 0 € {0} e para quaisquer ot, € I, temos M1) a0 +0) =a-0 0-40 = «-0 + a-0 (distributiva da soma em relagio a0 produto por um escalar); (a + B)0 = 0 = 0+0 = &-0+ B - 0 (distributiva do produto por um escalar em relagdo a soma). M2 Portanto, 0} sobre Rum espaso vetoril Podemos, agora, considerar 0 conjunto {0,1} com as operagdes-padrao de soma e produto por um escalar e verificar se ele € um espaco vetorial. Isto nao € verdade, pois 1 +1 = 2 ¢ (0,1). Do mesmo modo, o conjunto {-1,0, 1} também nao é um espaco vetorial. Capiruto 3.2 SuBespacos VEroRIAIS 189 O conjunto N = {0,1,2,-++] dos nimeros naturais nao & um espaco vetorial, pois ndo tem um elemento inverso quanto & soma para todos os seus elementos. J4 0 conjunto Z = {--- ,—2,—1,0,1,2,-+-} dos mimeros inteiros, que tem um elemento inverso quanto a soma para qualquer um de seus elementos, nao é um espago vetorial se ele for definido sobre o corpo RR dos reais, pois, por exemplo, } - 1, onde } € Re 1 € Z, nao pertence a Z, de modo que ele nao ¢ fechado em relagao ao produto escalar. Mesmo que 0 produto escalar seja definido sobre o corpo { dos mimeros racionai ‘© conjunto Z nao seré fechado quanto ao produto por um escalar. Como Z, no é um corpo, nao podemos definir Z sobre Z. J4 0 conjunto Q, quando definido sobre ele mesmo como corpo, é um espaco vetorial, pois satisfaz todas as propriedades necessérias para tal Isto pode ser visto analisando as propriedades de um corpo. Da mesma forma, © conjunto R sobre R também ¢ um espago vetorial. Podemos, inclusive, afirmar que todo corpo, definido sobre ele mesmo, & um espago vetorial, como enunciado ¢ provado a seguir. Teorema Todo corpo K sobre K é um espago vetorial. Demonstragio: Propriedades da soma: para quaisquer elementos u, v ew pertencentes a K, temos SI) Uv € K, propriedade $1 de um corpo (0 conjunto K ¢ fechado quanto a soma); $2) w+ =v-+ u, propriedade $2 de um corpo (comutativa)s 53) (u+v) +w =u +t (v-+ Ww), propriedade $3 de um corpo (associativa); S4) 30. Vital que v +0 = v, propriedade S4 de um corpo (existéncia do elemento neutro); $5) para qualquer v € V, existe um —v € V tal que (—v) + = 0, propriedade $5 de um corpo (existencia de elementos inversos). Propriedades do produto por um escalar: para quaisquer elementos u v perten- centes a Ke « € K, temos Pl) ou € K, propriedade P1 de um corpo (0 conjunto K é fechado quanto ao produto por um escalar);, P2) (Bw) = («B}y, propriedade P3 de um corpo (associativa); P3) para o elemento 1 € K, 1+ u = u, propriedade P4 de um corpo (existéncia do ‘elemento neutro), Propriedades mistas: para quai temos M1) alu+v) 20 produto); M2) (a+B)v a0 produto). uer elementos u ev pertencentes a Ke a € Ky {u-+ av, propriedade M1 de um corpo (distributiva da soma em relagao .v + By, propriedade MI de um corpo (distributiva da soma em relagao De acordo com o teorema 1, 0 corpo © dos nimeros complexos sobre ele mesmo também € um espago vetorial. A analogia dos mtimeros comple- xos com vetores fica mais clara quando representamos um néimero com- 190 ALGEBRA LINEAR plexo 2 = a + bi no chamado plano complexo, 0 que ja foi feito no capitulo anterior. Também podemos criar uma analogia entre 0 espago R? = {(x,y) [x,y € R}, formado por todos os pontos de um plano, com vetores no plano, ¢ entre 0 espago R® = ((x,y,2) | x,y,z € R}, formado por todos os pontos do espaco tridimensional, com vetores no espago, como também foi mostrado no capitulo anterior. Na verdade, podemos provar que R? eR? sio espagos vetoriais quando definidos sobre 0 corpo IR. No entanto, IR e IR? nao sto corpos, pois nao podemos definir neles o produto entre dois elementos desses conjuntos que ‘obedegam as propriedades dos corpos. Podemos generalizar os conjuntos R? (plano) e IR° (espago) para um. conjunto R® das n-uplas ordenadas, definido por RY = [(X1,X25-++ Xn) | Xp X2y7++ Xn € RI Este corresponde a um espago de dimensao n, que nao pode ser representado em nosso mundo tridimensional, mas que pode ser estudado facilmente pela matemstica. A cada ponto desse espago, podemos associar um vetor n-dimensional, Podemos provar que © espago R, definido sobre 0 corpo R, é um espago vetor como casos particulares, que IR? e R? slo espagos vetoriais quando definidos, sobre o corpo R. Isto é feito no exemplo a seguir e acaba mostrando, Exemplo2. Verifique se 0 conjunto das n-uplas ordenadas, R™ = {(x1,x2,-+- sa) | Xn%y +s%n € Ri}, sobre 0 corpo IR € um espago vetorial, onde a operagio de soma é definida por (41, 035+++ san) + (Diy baye+* Bn) = (ai + Bisa: + bay++ sy + Bn) €0 produto por um elemento de IR (produto por um escalar) é dado por (415 34°++ Qn) = (060), eF2,-++ 50) Souugao. Para que R” sobre I seja um espaco vetorial, vemos que mostrar que esse conjunto satisfaz todas as propriedades necessirias. > Propriedades da soma: para quaisquer elementos a,b,c € R", temos S1) a+b = (aye- yaq) + (Bis++ yn) = (a1 + b1y-*+ Gn + Dn) € IR" (Fechado quanto & soma)s 82) a+b = (Ayy-++ an) + (Baye yba) = (ay + Dyes yay + Bn) = (bi + ay, 2Bq +.Gn) = (Bir-+- sBy) + (Q1y--- sq) = b+ a (comutativa)s $3) a+ (b+ 6) = (ajye++ an) + [lbj2++ bn) + (6152+* ¥en)] = (ieee an) + (by +e--> 5by +en) = (ay + By + e14--+ ¥ay +B ten) = (ay + Bis On + Da) + (ets * sen) = [aiye** sn) + (Biys* senl] + (Crys en} = (a+b) +e (associativa)s 1 que, para qualquer a € IR", 0+a = a (elemento

You might also like