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Quarta-feira, 31 de Agosto de 1994 DIARIO DA REPUBLICA ORGAO OFICIAL DA REPOBLICA DE ANGOLA I Série — N.° 38 Prego deste miimero — NKz 12 000.00 i cia ASSINATURAS © prego decada tinha publicada nos Did- Toda a correspondéncia quer oficial ‘Ano } tios da Republica 1. € 2.* séries 6 de quer relativa a amincio ¢ assinaturas NKz 105 000.00, € para a 3." série do «Didrio da Repiblicax, deve ser| As trts sérics. ... ... NKz 8 100 000.00 | NKz 135 000.00, acrescido dorespectivo Girigida 4 Imprensa Nacional ~ U.E-E., em Luanda, Caixa Postal 1306 — Ené.| Nkz 4 000 000.00 NKz 2 000 000.00 imposto do sclo, dependendo a publicacio da 3.* série, de depdsito prévio 2 efectuar na Tesouraria da imprensa Nacional — U.E.E... Teleg.: «Imprensa». NKz 3 000 000.00 SUMARIO ASSEMBLEIA NACIONAL Assembleia Nacional an te ee Lei n 10/94: O processo de redimensionamento do sector empresarial as privatizagbes, — Revoga a Lei n.” 9191, de 20 de Abril, o De- craton &-FIDL, de 16 de Margo, bem como toda a legislagio (Que contrarie 0 disposto na presente Ie Lei 194 ‘Dé nova redacglo a0 artigo 1. da Lei n° 694, de 1 de Absil. Ministério da Justica e Secretaria de Estado da Habitacio Despacho conjunto n° 124/94: Confsca © prédio em nome de Armando dos Santos Persia. Despacho conjunto n.* 125/94: Confiseao prédio em nome de Reinaldo Nunes. Despacho conjunto n.* 126/94: Cons a fracgto auGnoma tsa “A do pbio 203 de Maca de ‘Lourdes Sousa Gomes Rodrigues. Pet Despacho conjunto n.* 127/94: Confisca a fracgéo aviénoma de Ant6nio [u's Vilarinho Casanova Pinto. outro. Despacho conjunto n.” 128/94: Confisea 0 prédio em nome de Henrique Gago da Graga ‘Despacho conjunto n.* 125/94: Confisea 0 prédio em nome de Sociedade Angolana de Pesca, Lda. Despacho conjunto n.* 130/94: Confises En do prédio do Livro n. do Estado teve até agora como principal suporte legais 0 Decreto n.” 32/89, de 15 de Julbo, e 0 Decreto n° 8-F/91, de 16 de Margo, diplomas que pertnitiram satisfatoriamente realizar os fins visados de reordenar, readequar e reajustar empresas do sector estatal, bem como transferi-las para 0 sector privado, ou criar formas de associagtio entre o Estado ¢ privados. Porém, num quadro de econotnia de mercado, dentre os. valores acima apontados, assume particular destaque a privatizagdo e reprivatizagao das empresas do sector estatal, © que justifica, sem deixar de estar inserido no contexto do processo de redimensionamento no seu conjunto, um tratamento especial. Considerando que a definigiio das bases de alienacaio do patriménio do Estado constitui, reserva absoluta de competncia legislativa da Assembleia Nacional; Nestes termos, a0 abrigo da alinea m) do artigo 89.° da Lei Constitucional a Assembleia Nacional aprova a seguinte: LEI DAS PRIVATIZAGOES CAPITULO I Disposigées Gerais ARTIGO 1? (mbitoy 1. A presente lei estabelece o quadro geral de privati- zagio das empresas, participagSes sociais ¢ outros patrim6- nios do Estado, que nfo estejam abrangidos pela reserva ohealita do cector miblico. 486 2. A presente lei aptica-se ds empresas estatais de pe- quena, média ¢ grande dimensdo, © pattiménios estatais, ficando exclufda a pequena actividade econémica, dbfinida no antigo 1,°do Decreto n° 34/89, de 15 de Julho a qual devers reger-se pelo Decreto n° 60/91, de 18 de Outubro € tes- pectiva regutamentagao, 3. A alienago do patriménio imobilidrio habitacional do Estado continua a reger-se pela Lei n. 19/91, de 21 de Maio. ARTIGO 2 (Objectives) Stio objectivos essenciais da privalizagtio: 4) 0 aumento da eficiéneia, produtividade e compet dade da economia e das empresas; +b). redugaio do peso do Estado na economia o desen- volvimnento do sector privado; )0 fomento empresarial € 0 reforgo da capacidade em- presarial nacional; 4) possibilitar uma_ampla participagdo dos cidadaios an- golanos na titularidade do capital das: empresas, através de uma adequada dispersdo do capital, dando particular atengao aos trabalhadores das proprias empresas e aos pequenos subscritores; e/a promogao da concorréncia ene os agentes econd- micos; ‘reservar os interesses patrimoniais do Estado e valori- ‘ar 0s outros interesses nacionais. . ARTIGO 3 (Wetinigio da pol ) Compete a0 Governo executar a politica de privatizagoes, de acordo com o seu programa. ARTIOO 4 (Modatidades) A privatizagao pode ser total ou parcial ¢ compreende quer 4 wansferéncia da titularidade, quer a cessao de exploracdo, das empresas, patriménios ou participagdes sociais a privatizar. CAPITULO II Da Alienago das Empresas, Patriménios Estatais e Participagdes. Sociais ARTIGO 5? (Transformago em sociedade comercial) 1. As Unidades Econémicas Estatais a privatizar’sto transformadas, por Decreto-Lei do Coriselho de Ministros para ds empresas classificadas de grande dimensfo e por de- DIARIO DA REPUBLICA cielo executivo conjunto do Ministro das Finangas ¢ do rgtio de tutela para as empresas classificadas de média & pequena dimensdo, em sociedades comerciais, nos termos da presente lei, 2. O diploma que operar a transformacio aprovaré tam- bém os estatutos da sociedade, a qual passaré a reger-se pela legislagao comercial. 3. Para efejtos do disposto nos ndmeros anteriores, a unidade econ6mica estatal transformada em sociedade comer- cial poderd manter a unipessoalidade até a alienagio pelo Estado do respectivo capital social. 4. A sociedade comercial que resultar da transformagiio, continua a gozar de personalidad jurfdica da unidade econ6- tmica estatal transformada, mantendo todos os direitos € obrigag6es legais ou contratuais desta. 5.0 diploma que aprovar a transformagao, constitui titulo bastante para todos 0s actos de registo da sociedade comercial, os quais serio feitos, oficiosamente com ‘isengao de taxas e emolumentos, ~ 6.0 diploma que opere a transformagao, nos termos dos ndmeros anteriores, aprovaré igualmente o figurino, as modalidades, eventuais limites ¢ restrigSes € os processos de privatizagdo a seguir. ‘ARTIGO 62 (Avalingto p processo de privatizagdo, quer da titularidade, quer da explorag’io das empresas estatais, dos patrimdnios estatais & das participagdes sociais do Estado ou de empresas estatais ‘em sociedades comerciais & sempre precedido de uma avalia- fo realizada por entidades credenciadas para o efeito, idéneas © independents, seleccionadas pelo Gabinete de Redimen- sionamento Empresarial, a quem compete orientar a ope- ragho, ARTIGO 7 ~ (Process e modalidades de privatiznglo) 1. A privatizagtio da titularidade realizar-se-a, em alternativa ou cumulativamente, pelos seguintes processos: 4) alienago dos activos; ) alienagio das acgdes ou quotas representativas do ca- « Pital social das sociedades; c) aumento do capital social das sociedades, A’ privatizagao realizar-se-a em regra através de con- curso piblico, aplicando-se apenas a casos absolutamente excepcionais-os meios de concurso limitado ou ajuste directo, 3, Caso a caso, deverdo ser devidamente publicitados, as modalidades limites € restrigtes dos processos de priva- tizagio, _ LSERIE — N.° 38 — 31 DE AGOSTO DE 1994 487 ARtIGO 8 (Concurso pablico) 1. 0 concurso pablico € aberto a todas as entidades que preencham as condigdes genericamente estabelecidas, proce- dendo-se a selecgio dos adquirentes por apreciago compara- ‘iva e avaliagio dos candidatos, - 2. As condigées exigidas aos candidatos, 0 modo como: se procederd & sua apreciagtio comparativa, avaliag’io selecgo, bem como os demais trémites do concurso pablico serio estabelecidas em cademo de encargos elaborado pela Comisstio de Negociagto a que se refere o artigo 12. da presente lei, ARTIGO 9? (Concurso linitado) 1, O concurso limitado é aberto apenas a um mimero Testrito de candidatos especialmente qualificados e pré-selec- cionados, dentre os quais se faré a apreciagio comparativa, avaliagao € selecgdo das propostas. 2. Ao concurso limitado é aplic4vel, em tudo o mais, 0 regime do concurso piblico. ARTIGO 10" (Ajuite directo 1. O ajuste directo consiste na adjudicagao do objecto a privatizar, integralmente ou sé em parte, a um ou mais ‘interessados em conjunto, sem realizagio de concurso. 2, No ajuste directo é obrigatéria a existéncia de um caderno de encargos, que especificard as condigdes da transacedo, ARTIGO 11° Proibigio de aquisgéo) [Nao poderaio adquirir aopGes das empresas, participagdes sociais ¢ outros patriménios do Estado a privatizar, quando se trate de ajuste directo ou de concurso limiiado: 4) os membros do Governo em fungoes; ) todos os funcionérios directamente envolvidos na condugaio dos processos. ARTIGO 12° (Condugo dos procestos) 1: A organizagto do concurso, a apreciagto das propos- {as © anegociagio de cada processo, incluindo os processos oF conéurso limitado e ajuste directo, stio da competéncia de uma Comisstio de Negociagso nomeada para cada pro- cess0, 2. A referida Comissto sera nomeada pelo Ministro das Finangas e terd a seguinte composigao: — representante do Ministério das Finangas, que coorde- a; —representante do 6rgdo de tutela da empresa; —represeniante do Gabinete de Redimensionamento Empresarial; -—fepresentante do Gabinete do Investimento Estrangei- 10, Sempre que se perspective investimento estran- g¢iro no processo;, —representante da empresa. 3. No caso de alienagzio de patriménios estaiais nao constitufdos em empresas estatais, de participagdes do Estado ou de empresas estatais em sociedades comerciais, simultaneamente & nomeac%o da Comissio referida no némero anterior, 0 Ministro das Finangas e 0 drgto de tutela determinarao por despacho executivo conjunto, igualmente o figurino, as modalidades, eventuais limites e restrigdes eos processos de privatizagio a seguir. ARTIGO 13° : (Competéncia para aprovagie da exccusio dus operagies de ‘privatizagio) 1. Compete ao Ministro das Finangas a homologagao da avaliagzio, bem como dos resultados aprovados pela Comisstio de Negociago, a que se refere 0 artigo 12° da presente lei, seja qual for a dimenstio da empresa. 2. Compete ao Conselho de Ministros a aprovagio da execugaio das operagdes de privatizacto das empresas classi- ficadas como de grande dimensio mediante proposta do Ministro das Finangas.. %, Compete ao Ministro das Finangas a aprovagao da execugdo das operagdes de privatizaggo das empresas ‘lassificadas como de média e pequena dimensio, bem como ‘de outros activos patrimoniais e das participagées do Estado ‘ou de empresas estatais em sociedades comerciais. ARTIGO 14° (Parting do genes, quarot trabulhadores oatres Nas operagies de privatizagdo poderd reservar-se uma parte do capital da empresa a privatizar para os seus gestores, quadros ¢ trabalhadores e outros pequenos subs- critores, no podendo nunca essa parte sér igual ow superior a metade nas empresas classificadas como de média ou grande dimensto, CAPITULO I Dos Contratos de Cessio de Exploragio e de Gestio ARTIGO 15° (Contratos de cessio de exploragio) ‘Aos contratos de cessiio de exploragio so aplicaveis as ‘mesmas regras que & alienagdo da titularidade das empresas statais e outros patriménios do Estado. 458 ARTIGO 16" . (Contratos de gestio) O contrato de gestdo nao é consideraclo operagio de privatizagdo, ficando, porém, a vatidade deste contrato sujeita As seguintes condigbes cumulativas: a) parecer favordvel do Gabinete de Redimensionamento Empresarial, a quem 0 6rgao de tutela deve remeter previamente 0 projecto de contrato de gestio; +b) homologagao do contrato de gestdo pelo Ministro das Finangas, CAPITULO IV. Disposigbes Finais : ARTIGO 172 (Destinos das receitas) As receitas provenientes das privatizagdes sto priorita- riamente utilizadas, separadas ou conjuntamente, para: 4) saneamento econémico ¢ financeiro do sector empre- sarial do Estado; b) undo de desemprego; ©) formagio profissional; dd) fomento da pequena actividade econdmica, ARTIGO 18° (loserigio orgamental) © produto das receitas das privatizagdes, bem como a sua aplicagdo, terdo expresso no Orgamento Geral do Es- tado de cada ano. ARTIGO 197 ( Garantia dos direitos dos trabathadores) 1, Os trabalhadores das empresas ou patriménios objec- 10 de privatizagao mantém os direitos e obrigagdes de que sejam titulares. 2. Caso a operagao de privatizagio implique despedi- " ‘mentos de trabalhadores, a sta recolocagao e recapacitagao laboral_efectua-se, nos termos da legislagio laboral e de seguranga social em vigor. ARTIGO 20° (Revogagio de legistagtio) 1. Fica revogado 0 Decreto n.° 8-F/91, de 16 de Margo, bem como toda a legislaco que contrarie © disposto na presemte lei, 2. Fica igualmente revogada a Lei n° 9/91, de 20 de Abril, no que contrarie a presente lei, ficando expressa- mente sessalvado sem o seu artigo 6, que dispde sobre o ntimero minimo de accionistas das sociedades anénimas, DIARIO DA REPUBLICA ARTIGO 21° (Ressalva das operasées anteriores) ‘A presente lei niio afecta a vatidade das operagbes de privatizagio etectuadas até & sua entrada em vigor, desde que praticadas em obedigncia a legislagio entio em vigor, designadamente, ao Decreto n° 8-F/91, de 16 de Margo, que ficam assim ressalvadas para todos os efeitos. ARTICO} (Resolusie de dividas e omassea) As diividas e omiss6es que surgirem na interpretaglio da presente lei serdo resolvidas pela Assembleia Nacional. ARTIGO 23° (Resolusio de dividis) No que naio for contrario ao disposto na presénte lei, ¢ enquanto nao for revista, continuaré a aplicar-se toda a legislagao regulamentar sobre o redimensionamento do sec- tor empresarial do Estado. ARTIGO 24° - (Entrada em vigor) Esta lei entra em vigor na data da sua publicagdo, Vista e aprovada pela Assembleia Nacional. Publique-se. Luanda, aos 6 de Julho de 1994, © Presidente da Assembleia Nacional, Fernando José de Franca Dias Van-Diinem. © Presidente da Repiblica, JOSE EDUARDO DOS SANTOS. Lei_n2 11/94 ‘de 31 de Agosto Orgamento Geral do Estado para 1994, foi aprovado setvindo de pega fundamental do Programa Econémico e Social do Governo, propondo-se como garante do equilibrio financeiro da economia. Qs condicionalismos da sua execugo de modo a que se ‘adeque permanentemente ao programa, exigem que 0 mesmo sofra varios ajustamentos, na estrutura da sua classificago e das dotagtes consignadas. Embora estejam observadas as exig¢ncias de uma maior isciplina ¢ rigor orgamental por parte dos gestores, existe necessidade de flexibilizar algumas acces que permitam a0 ‘Governo agit com maior celeridade para o atendimento com recursos adicionais aos sectores fundamentais e para situagdes de emergéncia, Contudo, ¢ porque também ficou assim definido na Lei ne 6/94, de 1 de Abril, torna-se necessdrio proceder a0 presente ajuste para corrigir determinadas distorgoes detectadas, nos sectores fundamentais da defesa, sade, ceducaglo e da assisténcia social.

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