You are on page 1of 67
ea np sous 9 4G; w0>'ser0n@sopUa Ba We . " ‘o4ny) wioq ood opin BT) at © SAZOA ie MINTY vaouiaa 4) fea \! Q ww eS Agrwos'sozonnnmn = i soy ‘st —=< a co =. “opi Ls ens ep OW} Wa OAlja}o9 oyUadwa Wn JINyASUOD e Opow ap ‘soIquiaL oe snas 4od sopluinsse a sopiqzouoa sieuot ot Loe) q wa ‘sleuolseonpa st °° s “se as 9 engedion VN VALI WdID ie OWLS Ws © 2006, Editora Vozes Ltda. Rua Frei Luis, 100 25689-900 Petrépolis, RJ Internet: http:/Awww.vozes.com.br Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra podera ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletronico ow'tnecdnico, incluindo fotocépia ¢ gravagéo) ou arquivada ern qualquer sistema ou banco de dados sem permissao escrita da Editora. Editoragao: Elaine Mayworm Lopes Projeto grdfico: AG.SR Desenv. Grafico Capa: WM design ISBN 978-85-326-3295-1 Editado conforme 0 novo acordo ortografico. Este livro foi composto ¢ impresso pela Editora Vozes Ltda. Talvez nao tenhamos conseguido fazer 0 melhor, mas lutamos para que o melhor fosse feito. Nao somos 0 que deveriamos ser, Ndo somos o que iremos ser, Mas, gracas a Deus, Néo somos o que éramos. (Martin Luther King) “Hy “Sepezyypas a SeEIOMY|SHS sIeUT SEPIA JOATA R 9 sojuunye 9 sozedeo Soepepro e110) 08 v wopuoade sounye snes ‘ure)suourap onb ojad owtoo ures onb ojad oyuey ‘oduray oursour ov ‘opdenqe vssop 1 ~1vd v ‘vULiog BLusoU eG ‘apypyenb ap oBSeonpa ap agSomiord » io sepnowtosduioo 9 ses900 saxty -o089 Sopepfunurod ap oeSeutsoy & vied epea|o “eS -uvsopy] oyttoyau109 wun opuEd10xo WNBA “eStIOI0 essap nied y -opepyrnh 109 opSmuriey 950 10% ! -ooid vied jaded nas ap voupytodury vit a soy -[Npe 9 suorof ‘seSuep.9 sessou op oRSeanIO] v eed vjooso vp wouyHoduu eu uypaioe onb soxops -PIC OUISUO Op SoPtAUITDIJOqQE}SO ap $1058 Y « “ovjso8 ens argos yeroadso ia ‘Peuorea “apo oyjeqey ov sepeuororyas selopr opues|narp oop ~U9AOIOS AENUAUOS B OpLTNUNSA oUt UIA] ‘TeUOISsTy -oad opSenye ens resound vied opuopuoade sent “Hoo ap apryuoa v 9 ‘ovSeonpa ep joud wo oypuqen, o8 ogSeorpap ens rod ‘onb 9 “IoalAuoo ap.o xet0108] -9.1 01 ap or 9patid 0 0 apeprunyiodo v opn oytay srenb sv utoo seossad ap apuras oyueyseq oinfiuos un v epeorpop 9 08189 9p somapED aL9S \y e149}291paq / zem-no mediante 0 esforgo pelo desenvolvimen- to de fatores, como por exemplo: a) uma cultura organizacional escolar caracterizada pela partici- pagio e envolvimento de todos, de forma colabo- rativa, na superagio das naturais dificuldades do processo educacional; b) competéncia pedagézi- ca orientada para a gestao de processos sociais de aprendizagem significativa; c) unidade e direcio- namento proativo no enfrentamento dos desafios educacionais. © A todos que atuaram € atuam como coordena- dores estaduais da Renageste — Rede Nacional de Referéncia em Gestéo Educacional ~, do Con- sed—Conselho Nacional de Secretarios de Edu- cago — e tantos quantos participam dessa rede, por sua dedicagio voluntiria ao estudo e & pro- mogio de experiéncias inovadoras em gestao edu- cacional, sua disseminagio e o intercambio das mes- mas. Dessa forma, deram vitalidade a suas comu- nidades educacionais, acreditando no principio de que pequenos micleos mobilizados para a trans- formagao e melhoria, quando conectados em rede, promovem transformacées significativas em seus contextos educacionais * Também aos coordenadores nas Secretarias Estaduais de Educagio, do Prémio Nacional de Referéncia em Gestio Escolar, um projeto do Con- sed, em parceria com a Undime, Unesco e Fun- dagio Roberto Marinho, que assumem esse en- cargo extra em seu trabalho de gestao, para dis- seminar a pratica de autoavaliagao pelas escolas como condigao de melhoria de seu desempenho. Por sua atuagio desinteressada e comprometida, tém contribuido, dessa forma, para criara nece sdria cultura da autoavaliagao em nossas escolas, fundamental para o estabelecimento de agées fo- cadas na melhoria continua. * Aos gestores escolares que lideraram em suas escolas a realizagéo de um movimento de auto- avaliagao de seus processos de gestao escolar se inscreveram no Prémio Nacional de Refe- réncia em Gestao Escolar, contribuindo, desse modo, para 0 reforgo ¢ a melhoria dessas pi ticas de gestio e disseminagao de boas prati- cas e referéncias positivas. Em especial, é dedicado aos intimeros profissio- nais da educagao que tém lido meus artigos espa sos e manifestado, quando nos encontramos nos mais diversos eventos, seminérios e cursos de educacio, sua satisfagéo em té-los lido e deles terem tirado al- guma inspiragao para orientar o seu trabalho. Suas manifestages revelam seu entusiasmo por estudar, refletir sobre o seu trabalho e buscar construir estra- tégias e formas para a sua melhor atuagio. Heloisa Liick Cedhap ~ Centro de Desenvolvimento Humano Aplicado cedhap@terra.com.br Fone e fax: (41) 336-4242 }G ‘OANA[OO 0 10D epHOUtosd ~1U09 [RIOOS RIOUQAIA 9 RIOLIDOWLAP V-TEs pg ‘ouSedionsed ep sordiountg “eg Ig ‘Ros ovSe ooo ovdedionsed ep soanolag -¢-z 0¢ ‘vanedionued ovSe ep saropeywaLto saxope, “T-g 6p ‘ovSedionzed ep soosuounp a sordsourid ‘soanalgo ‘soxope a “z Lp oywauteleBus outoo ovdedionmwg ‘¢°z" pp ‘ORSIoap ap vpeuioy owtoo ovsedionwg Fg" | {p ‘ovdejuosa.der ouos ovdudionieg ¢°3'T 9€ ‘SeIop! op ovssnosrp 9 [eqion ovssoidxa owoo ovdedionieg °%'s"] gg wSuosaad outoo ovdedionieg “['Z'T gg ‘ovSedionied op seaniog “Z"y Ig ‘se0ssoxdxa sens woo opsose op ‘ovdwdio nied vp aounope a opeayfusis op soodeure A “TT 63 ‘ovrso8 ap ssa00id Wo ovdudion.wd up seutog 9 opyuss “{ Tg ‘ovinpo.yuy 6] ‘aunpoa aysap opdpjuasaudy GT ‘oppsay ap souapoa sop ovdujuasasdy olueuns .3.2. A construgao do conhecimento sobre a realidade escolar é resultado da constru- cao dessa realidade, 58 2.3.3. A participacio é uma necessidade hu- mana, 61 2.3.4, A participagio implica uma visio glo- bal do processo social, 63 2.4. Dimensdes da participacao, 65 2.4.1. Dimensio politica, 65 2.4.2, Dimensao pedagogica, 67 2.4.3. Dimensao técnica, 68 3. Promogao da gestao escolar participativa, 73 3.1. O espaco da participagio de professores na vida da escola, 78 3.2. O espaco da participagao dos pais na vida da escola, 83 3.3. LimitagGes gerais da participacao e condi- Oes para sua superacdo, 86 3.4. Promogao de ambiente participativo, 89 3.4.1, Criag&o de uma visio de conjunto asso- ciada a uma aco cooperativa, 90 3.4.2. Promogio de um clima de confianga e reciprocidade, 92 . 3.4.3, Valorizacaio das capacidades ¢ aptidées dos participantes, 93 3.4.4, Quebra de arestas e eliminagao de di- visdes, 94. 3.4.5. Estabelecimento de demanda de traba- lho centrada em ideias e nao em indivi- duos, 95 3.4.6. Desenvolvimento da pratica da assun- cao de responsabilidades em conjunto, 96 4. O jogo de poder na construgio da cultura esco- lar, 99 4.1. O exercicio do poder na escola, 103 4.2. Compreensao das relagdes de poder na es- cola, 106 4.3. Formas de expresso e manifestagio do po- der, 107 4.3.1. A expresso de poder de referéncia, 107 4.3.2. A expressao de poder de competén- cia, 111 4.3.3. A pritica do contrapoder na escola, 113 4.4. O carter dialético das relagdes de poder, 117 4,5. Orientagao aos gestores sobre as relacées de poder na escola, 119 Referéncias bibliograficas, 123 093599 ap sou1apey ais 0 -waUITO9]aqeISO Sop vOTUAUEp v aos OUEqUN OLIdoxd nas op OOF op 2 ¥[oDse ep sossoooid wRepUdoAduLIoD oUIsuA ap seUIA)SIS ap OF SS efod stoaysuodsar grey -orssyoad anb eavd ontoo unisse ‘epessoqur o eunfixoo BULIOY ap ‘OUTER nas Op oyWOUIeD}TOU o eIed “ox -508 ep saseq sv argos ureYax sTeUOIOKINpO so1opry -Ual.10 8 Sa1OpeUap1009 ‘saxos{arodns ‘seroyarIp onb ered amqiuoo ap oanelqo o woo ureproqe omsog ap soutapen so anb sagysanb seumnisye ovs seas‘ ge[0080 vp ov5 -enye v a IU[OOSO OLISOB B ARITA OWIOD {LJO9Se vp oypeqen 0 aquoumorSayense mane 9 rezqUMB.10 ‘wf -ounjd owiog gjeuorovonpo oxyso% up sagsuaunp se spend 2on)se8 ap o1ffeqay ou seupssadau ORs eSuvp “IL 9p so0de ong) gsaroyso Sasso ovs wrong) gsoxv]09 -S9 $0.10}S98 Sop OYEquN o o1qos sepuvUOp sens se sreng granedinsed roqRIoutap oxso8 vp sopepLuesfno -odd sv sreng) gvjooso vu seidoyeayso 9 sogsuauup ‘sop, -uaume1gopsop snas srengy Zovyso8 ap ossovoxd op wz -ornjeue fend govdensturupe o ov)s08 oxqua ovdepox B [Ung giHIOoso o eUoIOvNpo OLISOH y onb 08}SaQH ap sousapes sop ogseyuasaidy A GESTAO PARTICIPATIVA NA ESCOLA tos de-ensino. Também constituem uma contribui- cdo para que professores se familiarizem com con- cepgées e processos de gestéo, como condigao para que, como membros da escola, participem de for- ma efetiva do processo de planejamento do projeto pedagogico. Os Cadernos de Gestio integram, em varios vo- lumes, questdes especificas de gestéo, procurando contribuir para: a) a iniciagao nessas questoes de alu- nos de cursos de Formagao para 0 Magistério e de Pedagogia; b) a integracao entre reflexio e ago por profissionais que atuam em ambito de gestio edu- cacional e escolar; c) 0 estudo critico por alunos de cursos de pés-graduagao com foco em gestio edu- cacional a respeito dos varios desdobramentos des- sa 4rea de atuagao educacional; d) a identificagao en- tre pesquisadores de elementos e aspectos de gestao que serviam como objeto na formulagio de questées de investigagao na area. Os Cadernos de Gestao so, portanto, de interes- 16 se de profissionais que atuam em gestéio escolar (di- retores, vice-diretores, supervisores, coordenadores c orientadores educacionais), assim como aqueles que so responsaveis, no ambito macro de gestao de temas de ensino, pela orientacao desse trabalho, a partir de micleos, superintendéncias, departamen- tos, divisdes de gestéo educacional. Os académi- cos de cursos de Pedagogia e de Pés-graduacao que 023589 ap souzapey auias ‘Hetoisa Lick - tratam sobre a gestao escolar e educacional encon- trarao nos Cadernos referéncias que procuram in- tegrar questées priticas e tedricas, de modo a ofere- cer-lhes bases para a reflexio sobre priticas e concei- tos dessa érea. Espera-se, com esta sistematizagao de material produzido pela autora a partir de sua experiéncia como profissional, consultora de sistemas de ensino edocente em cursos de capacitagio de gestores edu- cacionais de varios niveis ~, contribuir para a refle- x40 sobre as questdes propostas mediante a discus- sio e 0 entendimento de conceitos e processos de gestio educacional, ou a ela relacionados. Espera-se, em tiltima instAncia, com esta reflexao, contribuir para o estabelecimento de ages de gestao mais con- sistentes e orientadas para a efetivagao de resulta- dos educacionais mais positivos, tendo como foco a aprendizagem dos alunos e sua formacao. Ressalta-se que a gestdo educacional, em cardter amplo e abrangente, do sistema de ensino, e a ges- tao escolar, referente d escola, constituem-se em drea estrutural de agao na determinagao da dinamica e da qualidade do ensino. Isso porque é pela gestio que se estabelece unidade, direcionamento, fmpeto, con- sisténcia e cocréncia A ago educacional, a partir do paradigma, idedrio e estratégias adotadas para tanto. Porém, é importante ter em mente que é uma 4rea- meio e nao um fim em si mesma. Em vista disso, 0 necessario reforgo que se dé gestao visa, em dlti- ug Cadernos de Gestdo rie 0g3s29 ap sousape 21195 2 “PRACT B1O}pA vjadl sooSspa stas seproyANd oyUDK4 au 949) 03 eqn “HID ‘@p & 0 "£06 ‘89204 shoo °39]0059 101598 op ony Lied voose V “AUONS "HLETYN woqnn ‘s\n nbIS PREY SVL SOPH “IONT :0s-eloy g 08-61 “A “FO0Z INO ‘Apary 9 Ov) cy -oso onyso8 vp tanedionied ovswaup V9 “LT-£T a ‘g6Gt “oa A ‘1 ‘opayl to ox}saz) “1}[00s9 O¥Is03 vp vanedionsed oystanup yy sa1oysa8 op oxdepoedes ap sosimo ved operiorqos op 18 U9} Seut “ON;SOB Op SeULO] Sop UN 9p as-RRALE {18020, vAoUp vjod opoyqnd 17}0989 104808 op oujoqo.y 0 :paydion.ind noosa ¥ O4al| 0 no NSO [enb op ‘seBa[09 sono san woo aquoureynf odin, savd opSeroqe[a eno ap oueqe.n ap 905 w9quie, 10} ‘peuojovonpa ovyso8 v aytaxauy ossad0xd owos eper -opistioo ‘ordedionmed yy “soxapseaq sopese sosion -1p wo ovSvonpo op stenpryso 9 sredioranuL sezteyax0 -98 10d sepaotord vanndioned 9 euojxonpa on, -s08 aaqios seuroyo a seaysoyed ap wpe ‘soLodus ons -uo op sogSimpsut 10d soprroword peuoreonpa ox) -508 a1qos ovSezy[ero0dsa ap sosimo ap septte UA ured sepiAfoauasap sogSejoun ap ouroo uusse (‘apay wa op}S95) BySTAaK wU RIONME v[ad sopeoyqnd ayuEU “PION SofinAW op ane v O7EI0s0 yoy Ox O18 SUINJOA ajsap OgsezUasaidy 2PUT OPH “epeynaur “ne 108 ESI] ‘SOUEeN Sop oRSNJOAd B WOd ‘OVURIUO ou ‘opuapod ‘oxysax) op soutapen oxtag v x0duioo wired soyunsse ET Sopeoeysap Ovs OJLOUIOUL O PAR, “speuoporo “po sope[nsax vied vpryuosio vjo10U09 9 vaNolqo oySe ouroo jeuojoxonpa opyso8 v oxqos OEXoTJar BRO) “tou 2 seNUUINSO ‘vamLOy vssop “9 “opeproyfoodsa ens wo urgqury @ vouaueaqe ens wo o¥sa8 op sossoo -oad So reaquanysia vssod as onb vied amqiuoo ap oanalqo 0 woo jeuorovonpe OF)S08 ep sooIseG o ste} -uaurepuny sojoadse t11qQ09 ap & 9 OFISOS) ap SOULOP -89 sop BySodoud v ‘a]uatE tho saoysanb sesso WIOD) “sopeynsai sasse 10d ‘erouyysur UI] Uo ‘epeoyH Uap! ‘sod “9 oyyso8 voq y ‘sounye sop woSwzpuosde 9 oySeunso} op sopeprunyiodo se sezrunpxeut exed og)508 & os-voypenb 9 as-eodtoj10de “cums WIG] “108 op OvzeA v apiod a voysENDsap os OF -so% vjonbe anb 0 was ‘ovdeuitoy ens o sounye sop wofeztpuaide ep vuoujour v vaed Sopuyjoa ‘sreuoroRD -npo sossoooud 9 soode sep euoyjout v “erouyrsuy cut 2 Série Cadernos de Gestio % 8 083539 ap sowsapey aig A GESTAO PARTICIPATIVA NA ESCOLA educacionais, tendo em vista constituir-se a partici- pagio em estratégia de democratizagio da escola, tal como proposto pela Constituigao e pela Lei de Di- retrizes e Bases. Consequentemente, em demo- cratizagao de seus processos sociais, de modo que se construam nas instituiges ambientes e praticas educacionais caracterizados pela construgao da au- tonomia® da responsabilidade social e da cidadania, que se constituem, por sua vez, em condig&o funda- mental para a adequada formagao humario-social. CO interesse sobre 0 tema revela o reconhecimen- to da importancia de se compreender melhor os pro- cessos participativos e as condigdes para que os mes- mos sejam mais efetivos, superando-se, de um lado, a omissao & participagao, manifestada pela desres- ponsabilizacdo pela ado conjunta da escola e, de ou- tro, a participagio pela participacao, caracterizada pela atuagéo sem sentido comum e orientag&o por resultados educacionais. 3. Ver o volume II da série Cadernos de Gestao, sob o titulo Con- cepedes ¢ processos democriticos de gestio educacional eae Introdugao Arealidade pode ser mudada 86 porque e s6 na medida em que nds mesmos a produzimos, ena medida em que saibamos que é pro- duzida por nés (KOSIK, 1976: 18). ‘Uma forma de conceituar gestio 6 vé-la como uum processo de mobilizagio da competéncia e da ener- gia de pessoas coletivamente organizadas para que, por sua participagao ativa e competente, promovam a realizagio, o mais plenamente possivel, dos obje- tivos de sua unidade de trabalho, no caso, os objeti- yos educacionais. O entendimento do conceito de ges- tao, portanto, por assentar-se sobre a maximizacio dos processos sociais como forga @ impeto para a pro= mogao de mudangas, jé pressupée, em si, a ideia de participagao, isto é, do trabalho associado e coopera- tivo de pessoas na anilise de situagdes, na tomada de decisao sobre seu encaminhamento e na agio sobre elas, em conjunto, a partir de objetivos organizacio- ais entendidos e abragados por todos. O conceito de gestio, portanto, parte do pressuposto de que 0 (€xito dé uma organizagao social depende da mobi- Tizacdo daagao construtiva conjunta de seus compo- x Bo série Cadernos de Gest Si ‘ogisag ap sousape9 anes red uum as-soafoau seuodt # SopepIAtos O¥s peAxor9 -uzpur8.10 04xo1U0D op soyuedronted SO stenb sejodt eanedionsed ovse8, op seonead op seionou u19) as yf onbrod owsoyy ‘anbrysop wo oydudronsee yp omjsonb v resipeue as-apod ‘sopesadsa noja soprayjop aquoumtaosd soouped ¥ os-neutioptoo waed epejndya -rutg opSedionsed v penb vad ‘sog5e 0 seossod ‘stsioo augos ajar oo ap rong WNL ¥ os-opuO}UEUE spe -oroviodo sooodse snas io vpezipenre “epezturop -ow oySeaysturwupe eum v sepeUOTDE[ar aquoUtsoyd -uys0 vind svonpd a seiopr op oyunfuod 0 ov s08 ow -09 aeurtuoUop as op apepyiqssod v ‘wip.40d “epecy “aUURIPR SHU PIAA as OULOD OPO} UN OLLOD .1e] -09s9 [B{00s opEprun ku OpE.yUEd “eOUg}eduIOD ep top -od op ovSnnsuoo v 1oaouioad a svjooso seu opeBoxd -uta vOUgIaJO4 ap 9 feUprAIpUY sopod op oFoIO10%9 0 aeradns joaissod 9 ‘orsedron.ed vssop vonyad 8 oyuerp -oyW “Sanno 40d sopeutuntoyop steuoronynsur soanatqo aezyear ered ojvounsur sojdus uN no “euusoLM ep aorpugde win ouro seuade Ovu a apepyvas eum ap vortysi0 oyred s-wiaju9s ‘oduiay oursaun oy “eur -oulo ne vp ogSn.ysu09 v vad OYUTUI 09 o}UDYod -utoo ovSedioned v anb aod yecy “ermouoyne ens opuey -sqnbuos 2 opumsuos ‘ojinys0d — sopeyynsax snes sod stoaysuodsa1 as-toinuos 9 oUIsaLL 0 a1qos et -omne waattunsse ‘oUpeqe.n o11doad 0 wioxe[o.n}U0S op opeptinyiodo v svossod se yp ovdedionsed esse] “ovSuztpeos wns op oU1107 uo oanafoo oytoduto wm ammystos v opour ap ‘0x4 0 “WUT sos tod soprumsse 9 sopiqoouod ‘sreuo}vONps ‘oaRalqo ap U0} Wa ‘sEJODS9 0 OUISUO ap seULO'sIS Ap 0}x9}1109 ou SajUaAL090 srossadlayUT sogdejax sep voRUvUrp ¥Is10Ue vp openbape osaxduto op o oxdez yeuvo ep opuadap ‘ofdume opyuas nas wa ‘sreuo1 -vonpe soanafqo sop douvo[e o onb op oywoupuay “U0 ou ‘ojuRpI0d UESse os varedionsed oR)S08-y ($008 HVAT ONITHTD SVLLSNLT “MOQ'7) er ~o1peOnpo osso00.1d op sopeynser soroyJauL $6 pues “la ‘ovSeyeae 9 ojuoumIoHOULE ‘ORSeUOUIO|Cu wns UD ‘ovdu op sowed ap ovSisodoud eu ‘sogstoop op wpe 0} vt ‘Seua]qoud ap oxSnjos vu ‘soanafgo op ojwouL ~f9[aqRIS9 OU feUOINFINpo ossoooud op ayuoUMaLIp “Uno eja.p o.ted wozLy onb so sopoy op oOUULAJOA “Uta OU a4SISUOD OLYSAB [RJ AvJODSO OLISAB vp ovsuoUT “Ip ojueyoduuy wsso v od:0J01 op ourseuoald wa 9}515 “too ovdeanofpe efno ‘eanudronied opSenje v aodns ~soad ovyso uns v ‘ojumsog “soplAfoatia ofequa ap Sopepiun sep sowueutZas so sopo} ap soxquitaut sop UpeIBOIUL 9 vANO[OD OvSEdroned ep ansed v opezi] | Série Cadernos de Gesti a a -va4 “opeytedaios o510js0 wh epueaLop “wzoanyeut bens sod ‘euo}ronpe oyjeqe.n o onb os-opuaug sossaaoad 9 soanolqo snas ap wrouyysod “WEB 0 epEpRXozddutod v ¥ISIA Ua OpuD} “ejOOse Ep 40F1 -9]1 Ou vanaje wULI0J op assoo01d as ovSeONp—e ® onb ered [euoupumy opd1puod 9 ‘syIpe “eyS3f ~waNo[Oo op “F1UOA PUIN sod OpHLALI0 opo}, umn wI9 onb apeplo -ordyoax querpour ‘opejoosse oupequy ojad ‘saquou A GESTAO PARTICIPATIVA NA ESCOLA, icipagdo elementar e formal de verbalizagao e dis- cussio superficial sobre questées ja definidas ante- riormente e que passam a ser legitimadas por essa dis- siio. Isto é, realizam-se reuniées, debates, semind- rios em que sao apresentadas para discussao ques- tdes a partir de decisdes e ideias jé formadas anteci- padamente a respeito, ou entao que se tem a opor- tunidade de falar A vontade, de exercer o “direito de voz € opiniao”, sem esforgo pelo aprofundamento da compreensio sobre as questées tratadas e pela cons- trugao de compromissos coletivos em torno delas. Tus- trando essa possibilidade, uma professora afirmou so- bre uma reuniao em que se discutiu muito, sem na- da ter sido sistematizado: “nao chegamos a conclusio nenhuma, mas tivemos um bom descanso das aulas. Reunides de nada adiantam, e todo mundo sabe. Ha muito faz de conta, e muita manipulagao. Por isso as reunides em nossa escola representam perda de tem- po de todo mundo, ¢ acabam promovendo o descré- dito no mecanisino de participagao e o cultivo do “faz de conta”, muitas vezes com custos elevados”. Par- 24 ticipagao, portanto, nao é discu: pressio de aval a decides. Evidencit pagio, nos debates e di. e ainda a participagdo pela partici- asos em que se gasta muito tempo em ussdes sobre questdes banais e 5 darias. Assim se manifestou uma professora a res- peito:.“Numa reuniao de meu-departamento, tinha- nos na pauta duas questées: avisos e informagdes 083$ag ap sousapey a1i9¢ isa Lick administrativas, e a decisao sobre oferta de discipl nas no perfodo de férias para alunos que haviam p dido alguma disciplina no periodo regular de aulas, fim de que pudessem regularizar 0 seu ano escolar. Inicialmente, gastamos duas horas e meia discutin- do sobre se deverfamos fechar com uma parede pro- is6ria um espago no fim do corredor — uma questao que nao estava na agenda ~, para ali fazer um am- Diente de cafezinho ¢ encontro de professores. Quan- do, finalmente, foi tomada.esta decisio, sobrava ape- nas meia hora para discutir 0 assunto principal. Foi entao rapidamente proposta a questo, e levanta- dos prés e contras a respeito. Rapidamente, ultrapas- sou-se 0 tempo para o término da reuniao e profes- sores foram saindo por causa de seus compromis- sos pessoais e, finalmente, foi encerrada a reuniao sem nenhuma decisio a respeito da questio propos- ta, Como resultado, os alunos ficaram sem oferta de disciplinas no periodo de férias, pois nao haveria mais tempo para tomar as medidas administrati- vas necessfrias”. Este 6, pois, um exemplo de toma- da de decisio por faléncia ou omissio identificada em intimeras situagdes educacionais, a partir do que se trabalha a reboque das situagdes, em vez de in- fluencia-las positivamente, como seria préprio fazer (LUCK, 2004). Tais situagdes lembram o que foi apon- lado por Cardoso (1995) ao condenar priticas de pseudodemocracia promovidas mediante falta de Bestdo articuladora competente, orientagao do senso a Série Cadernos de Gest 5 a g g -ord 0550 1m }sop vied ,epeasiojoo ovSenstuNNpR, ous -soudxo » vpure epezyqnin 9 anb vorpul emeoyy y “earoyo 08 ovtryyS9 [oN v LIAS ONBIOOMLOD [eUOIOeD -npe ovo wp some odturt sy s0Qstoup sp run sedagjor op oppues ou ‘JHB wONYPENPa LUE 9p ‘o, -ueyUo ou ‘9s-opurye ‘soyuEpUNpar “CULO e190 op ‘ors .vaqndionied vowsoowop, 2 vanedion.ted ox -sa8” sogssordxo sv ‘ossip WSIA Wigl "HOLIOOWOD » zea} 0 ouNoo UnISse ‘OANedION.ed J0y9109 0 OY Js wo Ze) ‘apeptun vysap OFeABYIET OAsoutLd OU OPED ~eysop ‘083808 ap opeaytuiats 0 an as-exoprsuoy -oxpenb [ry exysnyt seyposop oynauu0. -oyutw sogdeny}s senp sep o7v[94 Q “sopeyNsaA soar -soxlsox snos 9 sajtopuodsanioo sande powder, -op tu apepranajo ens ep myst op oywod op ‘searysod onl op seapout sye seatgy ap as-essaucko wo $9204 seumngipe unyznser sooSejuo}10 sessap seyinut ‘ossip YySIA UNG] “sopeyynsa4 suoq Aoxowoad 9 rere oyxa}Uoo ou os-voYNSN wed wLEpUBWEP ovdedioR ~mdp ogbaoo w onb opepyo 9 etapa opr -op 0 wos seplAowio.d ovs seougtiada seqinu ‘08 -wdpnuvd 9p oybuisop w qos “seo2s0 seu ope -sng opnnoiqos 2 opspuoyto-yeu ops toy an -Joou09 umn 9 oS onb ‘oyUR}UO OU ‘as-vas9sqo ‘ovdE -npo wo ovsedioned ep vougyiodury vp zesody “wrunpepio wp o1o1o10x0 0 waed sogdypuo9 op -woaqonuosap 2 ypr ap opeprea te =pepo}os oprpa op venison yp ‘aa¥aston 0 oa ep op ‘redionred umessod anb vied souyssooou sopt! Snort vena Sv 9 sepeplyiqny se ‘soyounsayti09 so tumeajoauasap oxStonpa P ureosnq onb so sopo} anb ap wy & ‘opep ~arenb wipe seu vjod soprorear wats rejo0sa oyuorqute © 9 etoroeonpo oss9o0uK o 9 oxSezneoOUap LssOp [e) “TOUTEPLINY O “(96/F6E"6) [eUOIDENY o“Svonpy ep sos “PAL 9 SOzENO.CL Op 10] Bad 9 o¥SIMASHOD Yad opra “YP PuLIOJUOD ‘oLSeONpO vp OV s08 Up ORSwZAEIDOUL “9p jad seuody opt ypraowioad 9 oxSvonpo ep vary “99 ovSeznesoOUap wonb zwoxysap ayuyL0dum 5p ounye snas ap “Tepedso wi “9 soyuedionsed snas so sopoy ap vo “hyOULEp Wosezrpuorde 9 wiougara v vavd o¥SIp “WOd ould seur ‘Toy Wo wsodoxd owOD fe) “eoRBIDOUL ~@P [Puo}oLONpa ovyso8 ¥ ved seuode oBU MIOUYLOd “UIE ENS v FEC ‘sagdnANSUT 9 svossod sep exwoUO\NE @p [woUE}od o Joajoautasap ap 0 (a ‘ojuOWOyURATUIOD “tod 9 eanajo opduclon.md op sopepmqey op wosiez1p ~uoxde 2 sey qyssod 9p o (q‘sooSezzt10 sup vanajoo OvdNASHOD B LoaowOrd ap o (& soanAlqo ofduy un Woo seistaord ops ‘o}uRI0d‘Sopepiae sess7 “ovdud “Paired v wauorIpuod 9 wyLGISsod onb sopepiane 9p ovdezyqvoa v doax040 98 anb ‘wapuadop stenb sep 9 weuo}oEPOX 9s srenb se wod ‘ureNyE an ux9 sfeI005 Sogduzyuvii0 seu svossod sep oyuowajoatto sore 2p ovSouto1d ep 2 vonpso0wiop apepaioos eum ap ov5 “HAYSUOS Bp ouLoU Ud Oo osstuIOIdWOD. ojad a “soyoodse Sonno onuap ‘sreuorouonpo sosopea 40d ovdeyuoU 9p 2 oNsta op mPY ‘eSuepnU y woUDIsIsoa “UMD VWI03S9 YN VALI WANN ayienn 9 Série Cadernos de Gestio N Sémre Capennos DE Gestio . Heloisa Liick Heloisa Litek ~ Ke, — Gestdo educacional questao paradigmética~ —_ ay, RNG ree Vol. I Perera’ ~ Concepgies € processos —— ee democraticos de gestao educacional ~ Vol. 1 A gestao participativa —A gestéo participativa na escola — Vol. III = Lideranga em gestéo escolar ~ Vol. IV na escola — Gestdo da cultura e do clima organizacional da escola — Vol. V Dados Internacionais de Catalogagao na Publi (Camara Brasileira do Livro, SP, Bi (cir) % EDITORA indices para catélogo sistemstico: _VOZE S 1, Gestio educacional Petrépol [elouesso 9 ‘sop -109p ap stoaru sayasaptp Sou ‘sopo) op oededionred 2», “(69 :2961) soub.eyy tod opeorpur ouLtoyH0D “(008 ‘OSIN a vrougqeduro9 LANG Op SOSTY SBAISSOONS SBU Oo ORS -VaIT) ovSedron.ed ap opeprordes ens v ryuoUINE ‘oYfeqe.n ou seyuajadutoo seanedion -1ed sagSuaa1oytt sejad ‘anb esta ura opts) ‘odedio -paed vjad eproyppenb 9 ‘zaa ens tod ‘pen v ‘opepis -o]nv ap OpHUas Oo|UgMNE o MyNsUOD nb yLOINE vjod sopod ap saseq ap ovdn.ysuo9 ap vontjod ovs -UW9ULIp BUI DuiNsse OYSedIorAWd B aU ‘oyUR}.L0d ‘op, -Quas assou Y ‘oULLY OJLOUIeUOTONIp o 101A ‘pep -Jun ayf-opuep ‘se)aze OBS ay] onb sogisonb oxqos 41st 9 Np}op ‘topudardutos ap apeyUoA a vougyaduios ens ap ayunynsor asso 1epod ‘sopeynsar snos op 2 van}no ens ap ‘epeprun essap voruryutp ep ovdeurut -19yop BU k—OUQHTFUT JoxL0Ko op z9pod nas urouInsse @ wradayuodaL [eIOOS apEpruN vUIN ap soXqUIOUE s Jenb ejod aquarostio9 ogSenqe op wo} eum 10d os-¥zZ “payor ‘oua|d opquas nas tia “ovdedjonaed yy 0e}sa6 ap sossaz0.d we ogsedionied ep sewioy 3 opiuss L ‘sono anuep gz ‘orSedron.ed ep opnuos 0 ‘opSedion.ed ep vrourjzod -urt 8 ‘oanedionsed oyuorquie o ‘opeayrusis ap sayuay “S19 SogSUIa sv “o|Tutoxo 10d “Outod ‘OWOLUIPUAyLLE nas 0 vied srerouasse sopesjnf soyadse amas v sop -vyuasoade 9 sopesteur ops ‘oxjsanb v aiqos oyuout “Ipug]U9 op opepIsioalp Y EPELOsse oya9U09 assap opeprxojduioo up o ‘euojaronpa ox)sa8 v ered ovded -lonied ap 0}f20u09 op apepypquso ep ‘siod “eiouga -lodap WI “RONYADOUIEp [euOTORONpe OY}S98 Bp OL) sonb ¥ wiopIstio9 os opuenb sopestpeue ayuounsejON, ~ted sas wtoaop ovdudionsed ep soy.ouce vonpad vo oy 1900109 O'onb Oanout asso sod sf “Osea O 9S LIIOADp ouroo ‘ovdeuroysuwy op oa1soSeped opyuas no 09 -EPA90UINp-ooNJJ0d opHUes o4Lepeps9A UM WEYL} onb tas sepezzpear ovs ovSedionaed ap svrougtiadxo seiowpuy onb ap oye] 0 ered ‘oqury0d ‘9s-wy10]y ‘OPepLAnaoo ep sayweyuasordox out09 seossod ap opzznpos od win ¥ no opersajoo umn v ovSedion -1ed v zpos vanedionaed ogjsa8 v sanbozua stop $01 -s woo onb ‘oyuEyUe OU ‘os-opuraeysap ‘epeyjNed -Woo ovyso8 “epUTE NO (OGET ‘STVYd) 023598 op ossao 1068 VN VALLValDLLvd OYSAD Série Cadernos de Gestao 30 083599 ap sousapey aui9g A GESTAO PARTICIPATIVA NA ESCOLA para assegurar o eficiente desempenho da organiza- ¢ao”. No entanto, é importante que a participagao seja entendida como um processo dindmico e inte- rativo que vai muito além da tomada de decisao, uma vez que caracterizado pelo interapoio na convivén- cia do cotidiano da gestio educacional, na busca, por seus agentes, da superacao de suas dificuldades ¢ li- mitagées do enfrentamento de seus desafios, do bom cumprimento de sua finalidade social e do desen- volvimento. de sua identidade social. Cabe lembrar que toda pessoa tem um poder de influéncia sobre 0 contexto de que faz parte, exer- cendo-o, independentemente de sua consciéncia des- se fato e da diregao e intencdo de sua atividade. To- davia, a falta de consciéncia dessa interferéncia re- sulta em uma falta de consciéncia do poder de par- ticipagao que tém, do que decorrem resultados ne- gativos para a organizaci ial € para as préprias do soc pessoas que constituem os contextos de atuago em educagio. Faltas, omissdes, descuidos e incompetén- cia sao aspectos que exercem esse poder negativo, res- ponsdvel por fracassos e involugées. Por conseguinte, a participagao em sentido ple- no é caracterizada pela mobilizagao efetiva dos es- forcos individuais para a superacio de atitudes de acomodagio, de alienagao, de marginalidade, e re- versio desses aspectos pela eliminagio de compor- tamentos individualistas, pela construgio de espiri- to de equipe, visando a efetivagao de objetivos so- ciais e institucionais que sio adequadamente en- tendidos e assumidos por todos 1.1. Variacées de significado ¢ alcance da participagao, de acordo com suas expressdes Depreendem-se nas expressdes de entendimen- to sobre participacao a ocorréncia de diversos signi- ficados, com abrangéncia e alcance variados, indo desde a simples presenga fisica em um contexto até oassumir Fesponsabilidade por eventos, aces, situa- cées e resultados. Em vista disso, 6 coerente 0 reco- nhecimento de que, mesmo na vigéncia da adminis- tragao cientifica, preconiza-se a pratica da participa- Gao, isto é, que em toda e qualquer atividade huma- na, por mais limitado que seja o seu aleance e copo, hd a participacio do ser humano, seja seguin- do-a, seja analisando-a, revisando-a ou criticando- seja sustentando-a ou determinando seus destinos, mediante 0 exercicio de agées especificas. Na escola, a participagao tem sido evocada em varias circunsténcias, das quais destacamos algumas, apenas para exemplificar certas praticas levadas a efeito sob essa denominacao. Uma das circunstancias escolares mais comuns sobre as quais se demanda a participacao de pro- fessores diz respeito a realizagao de atividades ex- tracurriculares, como, por exemple, festas juninas, pro- mogées de campanhas, atividades de campo ou trans- 30 Série Cadernos de Gesti 03599 ap sousapey auas 2 8 ap sojuexeo spout uxoaeBjnf onb sopepjnoyip se ming -ns vied soyttues wouruntayap “este vssop aN.ced y ‘onb 9 ze]ooso ovdeztueB10 & W109 ORSAOTUE 819 Urey -UOATA onb voISoBepod voryurayqoad v wostpeu » ure nostp ‘SopeZIURT10 OPLOUMANETOD “SLOSSOJOXT 50 anb aodnssaid vpooso wu vanayo oxdedionind y + epnut epeu ‘oaduras ou; -09 entiquo9 Opry stod ‘oduia) ap pied wind wun 9 supp anh somsant so arcluias ovs sooner stem my ~uonde ovu yfna, erossajoad vam ap ojuotutodap ow oprayacuioxe otuoyw09 “opeprunfay ens ots ait 9 ossooord osso teBou v wessed ‘sepesn wasyuas 9s on ‘onb snossod seu waystxa anb vanojo ovdedion ce op sogStaniouta sojtomos seamasep od (p ep ~ue 9 ebuvanosty eSueyUODsop ma. 20d (0 ‘opept -ojne weyop anb svossad seu a ovSauip op soode seu opa19sep 0 toaoutord aod (q *oYQUOG ov eso op opepyiqissod zonbjenb mn.ysap 40d (e :soozes sepa -va sod vyooso up [euofoeztuRs10 vnyno v iresouey “2p on sonnesiow auouryp sopeysar mp 9724 oTppum » eHoreonpooyos wisi 9p OWNod op “oan ~180d sopnysax suns “zapuoo w wronb ap wists 0p oyuod op ‘tooa1eyo vbaxed wioquio ‘vonpad ¥ss0o ‘Ope ono 40g “odn. ov so1ouioyxa 9 setagad soosip ap SeysqeAr Outo9 ‘ose opens ou ‘9 wiqo ap BU Sof “US OUD OseD o4joULL OU “(AesN WEXIOp 9s 9) SOP -usn 98-taqtos soutsour so anb zoa eumn ‘suossojoi -Sop vangyo ovdedionued v mzpajoesvo op wex1ep se19 -uyisunouo sesso onb swypesser opweyzodurr ‘valssed ovdudionaed op ‘0, “urLIOd “os-wyay “Osv9 aySON “RO]quLOSse ep soquosit _ ip sopad epejndiaeur nojo owed op eperpndos 9 on {BAO Wo ovSesojtuva sonbpenb onb op wysta uso “ero|quiasse ¥ owsoyxa HMO} WN Uta sepIpoop uneIOF BFonb ones op sooSout rein, vied assupo ap sorop A100 sopeaoaucs ops opuenb (sefoaso 9p 9 seuray SI 2p SojuaBiup op o1fopranid 9 ove) sasossajord op SerOT|MOsse WO vHIOIOU ‘syie 9 ovSudion. wd ap vp ROO BUiLO} E9954 eAL}9I00 10} Ovstoap ®anb op Osssoudutr ® wo} opunta opo; wy ou a sowepey onb SOuMANO SIEWY “SeIOUQISISOL oyNUOpL eee NO d}UOS _ Ptoouoattoo ured ovunos wozey set ‘woionb onb o _ Moges [e103 Ug “Toayosax uefosop oBSeonpy op tut See aOS NO B1O}OUIp v on seua|Goud oajosoa waved Os opdedionsed op sopmotiow so “tJooso essou wo, Ouodsox v wsossagord eum norounuosd as ussy S2o8P9P $2) Lepuoxojo.4 waved vioyqurasse ¥ opma +108 ‘oudaup vnidoad vod seproSns ovs seaneutoype S005nI0s svin9 ‘¢yoos9 ep oRda.tp vjod sopruode seu “210040 op oy odsax w soosioap ap upeiuo} wu es “Stoo OURISUNOND vANE “oUIsHO ap oWwoMpoafaquy {Snes Wo ae na1 apeplane eno Jonbpenb v opunt | 2/94 08 ont eJoos9 ens uo oBsedionzed ap sopepru | “utodo sv arqos epeyunsiod sas ov “esossayord eum _ Rouge *,optun ayu9s as ayU08 & ‘sopoy ap 9 Uys e _ Yarpop 9s opunu OPAL, “oBStpea run ‘seuFUAL suysoy Hop opSwztqeax v 9 :ovSedioned op opyueaes oSvdsa _ AB Sour] Souv so sopo} ‘ejoosa yu xR, roxougs | °SS®P Sopeptanr sexyno no ‘ofnoyums Op epepryes.zoa 30 Cadernos de Gesti erie |s x a 34 ° 2 iH A GESTAO PARTICIPATIVA NA ESCOLA atengiio e assumam compromisso com a promogéo de transformagao nas praticas escolares. Assim, os problemas e situagdes desejados sao apontados pelo préprio grupo, e nao apenas pelo diretor da escola ou sua equipe técnico-pedagégica, gerando, dessa for- ma, um sentimento de autoria e de responsabilidade coletivas pelas agdes educacionais, condigao funda- mental para sua efetividade, segundo o espirito de- mocratico a pratica da autonomia. Em sala de aula, de acordo com um entendimen- to limitado de participagao, professores indicam sua importancia em relagio aos alunos, propondo até mes- mo a “avaliagao por participagao”, notoriamente co- nhecida como simples e eventual manifestagio ver- bal indicativa de estarem acompanhando e prestan- do atengio na aula, Nesse caso, cria-se uma cultura de “teatro de participacaio”, no qual entra em cena apenas os alunos que imaginam saber 0 que os pro- fessores desejam ouvir, uma vez que julgam nao po- derem dizer mais do que, ou diferente do que fora perguntado. Em trabalhos em grupo, observa-se até mesmo a distorgéo do sentido de grupo, uma vez que écomum, em vez de utilizar os grupos para promo- ver aaprendizagem coletiva pela socializacao, a par- tir da discussao e do debate de ideias, realizar-se a divisao de atividades e tarefas, para diminuir o en- cargo e facilitar 0 trabalho de todos (inclusive o do professor que tem menos trabalhos para ler). Hevoisa Liick Portanto, a observagio, a anélise e a compreen- s40 dos processos e das formas de participacao cons- tituem-se em condig&o para que se possa aprimorar esse processo na escola. Como um processo social, apresenta varios desdobramentos e nuances, deman- dando de todos os participantes, e sobretudo de seus Iideres, habilidades especificas ¢ atitudes especiais. 1.2. Formas de participagdo A participagio tem sido exercida sob intimeras formas e nuances no contexto escolar, desde a parti- cipagio como manifestagao de vontades individualis- tas, algumas vezes camufladas, até a expressio efeti- va de compromisso social e organizacional, traduzi- daem atuag6es concretas e objetivas, voltadas paraa realizacdo conjunta de objetivos. Em decorréncia dessa variagao, o sentido efeti- vo da participagao se expressa pela peculiaridade da pratica exercida’e seus resultados. Assim é que sé pode observar, em diferentes contextos, a pratica di- ferenciada da participagao por sua abrangéncia e seu poder de influéncia. Dessa maneira, a partir do estu- do de formas de participacio, sao identificadas: a) a par- ticipagdio como presenga, b) a participagio como ex- Presso verbal e discussio, c) a participagio como representagao politica, d) a participagdo como toma- da de decisao, e e) a participagio como engajamen- to, conforme a seguir comentadas. Observa-se que essas categorias apresentam diferentes intensidades we a do Série Cadernos de Ges ‘03s99 ap sousapey au9s rt a ap vanjyo ovde v ‘op ayred Jaze] ap wigpe ‘eodnssoxa 15 to OULID) 0 OND AwIapIsUCD ap 95-PKIOCT “OULU hued upesopistioo vfos vossod v onb wed oyueysee 6 outoo ‘squasasd .H3S9 0 ‘vorSYF vSUAsaLd ¥ BIOpIS -Woo onb ‘ojatuypuayta ossou ‘opSedion.wed ap wsjey a epenbopeur ovdvoyrusis v ‘sod “as-eouapiag, “oussaut ou oanesaw ooed wy 9910%0 ‘opepleor Bus ap peAMy]ND0}90s ovsuOLARD BUI RIMAAOPIPUL 9 ENEGY Op stEquoA CEU SoUSsadKo woo ‘oquaiquie win Wo Rossad eum ap wOUEsatd sof -tu1s v anb os-voysuapy “soyesap ap oywoUTEUEL;U no sopep[noytp 2 saoderuny op ogderadns v ead vp -v]UOLL0 OLU OvSE op OLoUL 10d ‘odnaB op opeprarssed 29 OllISIPow.od O “LIO.QUI B BAL OpUINELNUOD ‘oan -rSou owos oyuoUINUIOS UREYASAL AND a oysed WEZR} donb ap 0}x9}u09 OU so} 9] sas uaznpo.d ‘opSuaqur Bss0 WOS 9 BOUQIOSTIOD wSsa Was OUNSAU aN ‘OPE -uo ou Srerqui9] fe, ‘ayted wtazey anb op epepyvas e ainsjstoo vied ayuowLoyUOFOsUOD UHENye OVt s{Od ‘SoA -ne sojuvdionsed ovs ogu sur ‘oped wrozey svossod su “upejope viorgUy op a Rarssed ovdENye & OPIASCT “panvol BULLOJ ap ‘V[ooso vp OLSaIp up sooSeHOHOS B o8-op -ueyTuuT] weN|e srenb sou ‘Teur10} seuade ePoUgISTXe ap saxejoos gy SOUjasuOD NO saNsopY a Steg op OB5z!D -ossy wo sted ap ‘arreuuaype eano WrassoAn Ose UreL -vdvoso [enb op oSedwo outos oywourexoun oupeqe.N nos umuiv9Ue aNb soLpUoVoUny 9 saxossoyoud op ost? ou ‘owsow o vad sopeyodsop opseanour-a sod -pad sosso1aqur sas wig} Bt ‘TeuOINeaNpa ossooord 6 ayuemnp ‘onb 0 vpra ens wa apeprssooatt vssap op -Uos 0 Wo.19puo}UO U9s ‘sted snos op oxSeUTULLA}oP 10d ‘ovSeStaqo tod yooso v vied ogs anb sounye ap ‘o[dutaxo sod ‘owroo sosvo uo sessardxa oxs Seoul) -sumoito sessqy “ORssoouI0D wrOUE OMtIOD “tID.AOd “S9zZA svn, spsraann red no apepypenqrase tod & nenouayRsirgo RDI RELGO 10d 1914090 ‘sozaa seu ‘opod opSedionuied vss yy “sopeplage sens Wo soyuasasd oyLOUMROIST] OF -S9 ‘SuINE sup OPWEULTAJOAUDSEP OU a OpOy LN OLD odnaZ ou 9 Woo aoaju09e anb o a wazey anb o o1q -08 BANE 704 Wos09I0K9 NO UTA.a} CUISOT WHOS ‘ond sojonbe sounye ap vanan) ean ap sayuedion.ed owi0o sopuzopisuos ‘oqueziod ‘ovg ‘oxSvdronaed ousoo sep -Iqoouod soodenyys WenyySuoD oyUOLuIE LN Wwe 1 ~0 9 opSv1osse ‘ovderHFe “osvo ossayy ‘9)0‘so.nsoUL 9 sied op ovSeroossr op ‘sasossajod ap odnu8 un op “gjoose eum op osquiowt 9 wonb ‘ofdutaxa 40d ‘out09 ‘gpou ogdenye ens ap ajuapuadaput ‘oudeztteB10 No odnag un v.eousy1ed wonb opuedionsed 9 “eSuosaad oud ovSedion.ed vp ojwourpuazuo 0 opunBog puasoad oor opSvdtatuind *1°2°T “opeleSua o ouayd oytourt -AjOato ov operounysip a peunioy seuade ossqutoxd -1u09 op OBA anb “ossimorduros 2 oyuoUtApoaue op Série Cadernos de Gesto ridozd opeyuoa 9 ovStaquy 10d oe a pep 9E |PATIVA NA ESCOLA A GESTAO PAR contribuigio para o desenvolvimento da organizagio ou unidade social. Verifica-se nas escolas, no entanto, um certo res- sentimento em relagéo ao comportamento passivo, embora ele seja muito disseminado e frequente, con- forrne depoimento de uma professora: “nas nossas reuniGes, que nao sio muitas, a grande maioria fica calada, Sao sempre as mesmas pessoas que falam, ea maioria s6 fica olhando, até mesmo com indiferenga. Nao estao nem ai. No fim a gente toma decisao, mas. nao acontece nada, porque as pessoas nao se envol- veram. Muitas vezes até dizem: quem deu a ideia que faca”s. 1.2.2. Participagéo como expressdo verbal e discussao de ideias ¥ muito frequente interpretar o envolvimento de pessoas na discussio de ideias, como um indicador de sua participacao em relagao & questio em causa. A oportunidade que é dada As pessoas de expres- 38 ¥ 4. Embora no depoimento tenha sido possivel identificar u 2 sentimento contra as pessoas que nao se manifestam, é possivel _ sugerir que tais situacdes acontecem nao apenas porque algumas se acomodam ¢ nao participam, mas também porque outras domi- 3 nama participacio, dleixando de dar espago e de incentivar a par- & _ ticipagdo de mais pessoas. Por outro lado, identifica-se uma falta de habilidade da coordenagio da reuniao em orientar a participa- © cio da maior parte de seus membros, controlando a manifestacao & dos que tendem a falar com frequéncia e criando oportunidades & © estimulos aos demais a oferecerem suas ideias opinides. Hevoisa Lick sarem suas opinides, de falarem, de debaterem, de discutirem sobre ideias e pontos de vista — enfim, o uso da liberdade de expressio ~, é considerada como espago democratic de participacdo e, portanto, a grande evidéncia de participagao. Porém, a atenta observacao do que acontece no contexto educacio- nal pode demonstrar um espirito totalmente diver so. Isso porque nao é incomum perceber, como j4 indicado anteriormente, escolas em que as decisbes tomadas por sua diregao tém no espago.de reunides de professores 0 objetivo de referendar decisdes tomadas, constituindo-se, desse modo, em processo de falsa democracia e participagio, conforme indi- cado por uma professora: “participar dessas reu- nies é pura perda de tempo. A gente sabe que é s6 falacio, que 6 pura enganagio. A decisio ja esta to- mada, é facil perceber isso pelo jeito que a reuniao é conduzida. No fim a gente esta se enganando”. Tra- ta-se, no entanto, de uma situagio aceita ¢ avalizada por omissdes e expressées subliminares ¢ até mes- mo explicitas de reforco. A respeito de reunides promovidas na escola, seja_39 com professores, com pais ou com alunos, com 0 ob- jetivo de discutir situagdes, verifica-se com frequén- cia que a reunido 6 considerada boa quando o nivel de “falagio” é elevado, ¢ os “participantes” ficam até satisfeitos pela oportunidade que tém de se fazerem ouvir, conforme julgam estar ocorrendo: “Sei que nao adianta nada, mas pelo menos a gente tem opor- do rie Cadernos de Gest: sé og}s09 ap sowsapey aps z “(96/P6E'6) [PUOIONNY OLSON ep soseg 9 sozenanq_ ap 197 ep ‘TI osfour ‘FT oFne ou oprayap, ron giooUlap o2]508 ap o1droutad um we as-mMpNSt0> ovSengis ess gy “0}0A 0 ayEAPoUT SOPIY[ODse soyUEWLi9s -oadad tod sopmnyysuod ‘sazepIwUEs NO SHUEPNSO sori -gui ‘soxjsout 9 stud op sagsvio0ssw ‘sorvpoosa sou -98t100 $0 OVS SOOSUZLUEO SESSO “SYIODSO SLY “OIOA ojed opnueaes 9 oanequasosdas Jaye 0 anb wo steuuioy sogdezqueS.10 op ogdinynsur ead vanaze os 9 ‘sopoy ap wap oxdedionsed v wayutred ogu anb sapurad sieio0s sodnaB wa epsseoau 9 ovSdeou09 vsspf “Un asso ered opezsu10 oFxaytOD tun tHe so}-V, -npen ap zedeo vossod outoo opryjoae aqtreytasasclos um ap oft 40d opSevxapisuoo wa sopeAay 9 soprsoy -{UBUT OBS SOPOT Sossou “sarOyBA sossou ‘svan~ood -xo sussou ‘seiopl sussou :ovSudionsed ap vaneoyrusis PULIO] BUN OUIOD YPEIOpIsUod 9 oVSeasordox Y opSnjuasasdos owoo opSndiouand *€°%'1 “ovStunsuico ens uta seossad sep 0 ap -eprjeas vp ojuositeaqe opsuaardutoo ¥ ayputzed on oAneJo OFOPIP ap O510]s9 WM v EpEIOsse opuEND ovssniostp Bssa earjaya BLLIO] a8 OS ‘9 OVS] ‘saQSdaou09 ap 2 selop! ap ‘eysIA ap soyuod ap oxSesauy ¥ cod -nssoad “t1Ano wasoze} as op opeprunytodo ep 2 WH -uad svossod se ouoo ap oquatuattod op ‘osmm0sIp op wope wed ‘vanedionsed ovdesoyuy vanayo V ‘ayuouUONt -oysod seprjope Jos waaap anb sogde seu wre.tgto]Ut oyu anb opout ap ‘se]-gajosar a sef-gpuaerduroo ved ouryssaoau vuias onb o ‘sepa v oxduaye ep as ‘oyURUD ou ‘anb was oyyuioo o oxsuay ap sooSengs unqsoylu -vur as onb ‘sogrunor spe Wo ‘teAtosqo Joarssod “sepeuto soosioop sup 2 sepeSuvope sredyo -unid sagsnjouoo sep ‘sopeyey] sopadse sayussoyip sop opSuzqeuraysts ap 0510js9 0 PY] OBL OpuEND seusoUL sejou UlB.LIONUD as sagssnostp se onb wqumry o% -YLO, “oyeqop ut sogjsonb se epeB.epe o vpepany -orde sreur eutioy op Joptiaaiduioo 9s v varoueul 8p ‘sagnudo a setapt sep orSesojur ejod o510js9 0 209} -uooe ovu opuenb seppeqap sooysonb sup ouzr0} wo sagiutdo se axqos o}tOUpUD|U sOYJOUL UMN 9.11090 owisout WAN ‘oxSezyfeas ens od opepyiqesuodsax ap 2 zepod op oyuoureyjnsedusos ov wigqurey epuod -sax109 anb ‘saoSeypuuty ap ovSezodns a soyesap ap 0} -WoURRJUAJyUe O BIEd ORSIDap ap BPeUIO ap @ sePHND sip sogysonb sv oxqos ojWoupuoyo op opeyppred -wioo ossavord umnu oStRAR 0 JaAoUTOId as WHOS ‘sopeA -198q0 Soy] ap 2 sivossod sejouguiadxe ap ovS.10sap ap ‘sete! op ovSejuasarde op ‘soormdo ap ovdezi -2q.10A sajduuts ap ‘eougnbayy eyMut woo “essed ot ya onb avaszasqo [ov] | “epeIRUE] Sazoa seyIUT ‘OyUE} -rod ‘9 seorstiajoR.eo sesso woo oeSedionaed y + odedsa asso JOYfoUr xesn e Lopuarde someLIaAap soUa SaOTtE “NOI SUL IOARY VEOAOCE ‘sefop vu uo onb soy -onbe ovs wranb ages op qv a ‘wrestiad seBajoo sossout anb 0 saqes op ‘soqunf sopoy «estoauioo ap apepruny | Série Cadernos de Gestio 2 ¢ A GESTAO PARTICIPATIVA NA ESCOLA Essa forma de participagao 6, portanto, tipicamen- te praticada nas sociedades e organizagdes democri- ticas. Ela pode, no entanto, ser expressa como um ar- remedo de participagio e como uma falsa democra- cia. Isso porque, considerando o sentido classico de democracia como 0 governo do povo, pelo povo e para 0 povo, participar no significa simplesmente delegar a alguém poderes para agir em scu nome, desresponsabilizando-se pelo. apoio ¢ acompanha- mento ao seu trabalho, Ela implica trabalhar com a pessoa na consecugao das propostas definidas e as- sumir sua parte de responsabilidade pelos resulta- dos desejados. Uma situagao revela os problemas do entendi- mento distorcido da participagao limitada ao voto, conforme relatado por uma professora: “um grupo de professores reuniu-se para discutir a organizagao de sua escola, seus problemas e perspectivas para a sua superagio. A partir dessa discussio, decidiram que iriam influenciar na eleigio da nova diregio da escola. Conclufram que uma delas deveria candida- 42. tar-se, o que veio a ocorrer. Todo o grupo empenhou-se em realizar a divulgagao da proposta de gestio que construfram em conjunto. Finalmente, a diretora foi leita, com a maioria dos votos. Iniciada sua gestao, pretendeu colocar em pratica a proposta definida, mas passou a sofrer resisténcias até mesmo de cole- gas mais préximos”. Sugere-se, a partir da situagao relatada, terem os professores julgado que bastaria onsen ap souspey 2495 | Hewoisa Lick eleger a diretora e que, ao fazé-lo, delegaram to- talmente a ela a responsabilidade de realizagao das propostas definidas, deixando-a sozinha na realiza- ao de seu trabalho’. Atitude semelhante tem orientado as formas de es- colha de dirigentes de escolas em varios sistemas edu- cacionais onde os diretores sao eleitos. Por meio dela, professores e funcionarios da escola, alumos e pais de alunos recebem o direito de manifestar sua opiniao so- bre quem melhor teria condigdes de promover a ges- tao escolar, elegendo-ola) pelo voto, porém sem adotar a correspondente responsabilidade do dever de sus- tentagao do trabalho desejado e necessirio. E vilido, portanto, destacar que a eleigao de di- retores, praticada por varios sistemas de ensino, por si s6 nfo garante uma vivéncia democratica partici- pativa, na escola, Isto 6, a democratizagao da escola, conforme indicado por Prais (1990), uma vez que dis- sociada de uma pratica de participacao plena, restrin- ge-se a simples substituigao de pessoas no poder, ou legitimagao de sua permanéncia, sem entrar no mé- rito da forma de atuagio democratica. Trata-se, por- tanto, de um processo que demanda estudos amplos 5. Esta situagio é, alias, muito comum em nossa sociedade, na ual identificamos a cultura de reckamar dos governos instituidos € politicos eleitos sem, no entanto, reclamar de todos nés que ne- Jes votamos ou que deixamos de acompanhar 0 seu trabalho e co- brar resultados. - & Série Cadernos de Gestdo % -o1d oxuooua win ap zedion aed ap wy ¥ oyeqen nes ® op agjuasne as vind ogsstutiad saqaoa Wa Lossayordl 2 um os ‘ogu no upepniu aos ea opared eum as -2]0050 2 up oaBoSepod oyofoud op ovSezipear v wed ovysonh & up viouyagjar 8 swxapisuoo was 9yv (SogruNoL AwZIPPax 2 ered oSedsa op wey eed eproap as ovtt no) ayu900p 8 odioo 0 woo sagiuias wo aproap os opny yenb ejad gp MowsoUlap ws[ey ap OZSeNyIS BUM OpEIO UI] OU “18119 ap soTaUNdaJOqMISE SOLA Uta SOSH ap ep -eu10} vu vanedionsed vonyad vonb as-roynuepy “vorpioourop ovyso8 Y srejtoUMpuny ‘apepyysq Ixo[J o vaNgLoge ‘eiougmedsun.y ap sopnye eEepURLAE -op ovdenyis [e) vUI/] ‘vIoos wp sreUOIOLANpE o st -08 sossa001d $0 aaqos oyoeduy nas oF oteNb sag -royjduur se srenb 9 uepyrasardar sagse se anb op oyodsor v ogsuoosduios ep anzed @ uredey 0 “eu-UIAK -ezi[var ov ‘9 SaQ5e sep SkIOPRIUALLO SBIOPE Sep WO -dode as sepiajoaue svossad se anb eased peyuourep -uny ovdipuoo ‘Is uo sogysonb sep opeoypuidys ov ovUd ‘zoznj anb ov ‘sreuojseiodo sagysanb e setade wpeysUt -1[ 9 LIOSUNOAIO voy OvSIOAp ap MpEMLO} ¥ aN ALIOBNS es-opod ‘seropeuriojstinn sogSe op ojtournyusuMoUD 0 noo ossmuosduto9 0 2 ‘soyaumUORsANb sfey wos ‘ouunjog ‘soarwoytisis spew sopeypnsas 10yqo v opowwt ap sope)ope Jos ureyopod sowwouretuFuTeatia so.ynO anb ‘oysoap vu sepejuode sagsnpos sep [R008 a oof -oSupod oproyruisis o penb “ejooso vp wpta vu win ype ap 2 sopo} ap faded o penb ‘ojdutoxo sod ‘sozaa sey -1nur “oMasIp as OBN| ‘soTaUTEIGOpsap © OpRoTTUs!S Seatac erate cae one i no$ op osijyuv vu SoprAjoaud Jas ap UNeXIOp -1L]09s9 peplunwioo ep soxquiou steep so stenb so a1qos 2 Bjooso ep a1UEStIp Ojod oyLOULLOLL]UL sopruyp seura[qoid op oxdnjos v woo ovSednooaad x vperoos ~st seu oyu ‘OPURWLO OU ‘Opts wd} vORBAd vssy ‘oquomesynt nas 0 opunsas ‘sopepyqesuodsar amine 9 sooysonD se auyep uranspe op vonyid vsque ye ovdinysqus ¥F Wis “Yuusout Up oYodsox ¥ sopepyREsUOdsox steals varumsse wenb 9 oywaAe opeuyuntojap wn opeziues -40 Yuos OULD ‘ojdutexd tod “ANNOSIp wAed soma ap BIOUQLIO90 ¥ aS-vAISIBAY “eI BLIP Nas op no stem “aaa Sagysanb op owoueyttURoUE op oWadsar e sagstoap ‘ojUNfUod Wo “ureUIO] as OND Wo soyHoIOUL So 0089 ep OAUAp “ULe]LOUINE and o8-vA10sqO Série Cadernos de Gestio “seutyssooaut $905 -BULLO}SURAN 9 UAUTJUOD YELOYJOUT ep OpAUES OU ‘S05 -Leav ap ogSourosd ap soyesap sop oquauRUDIAUD O9 apepranojoo wun oud o,uN{uOD Wo sepeUIO} sogsTD -op tod sopepyrqestodsos seyjnreduioo voydun ‘102 4p 92a ‘opod xeyjysedusoo vordeuy svdionseg ODSioap ap DpHOMO} OWOD OYSvdIIyAvg “BZ T “opepypenb esse woo zxjoosa opeprunw09. vp OtaunatordutoD 2 oytoUMTAfOATIO AOTeUL O 0A -oword 0 oujstia op apeprpenb vwsoyjour ap opgues ou ‘opracmiord uo) sopeyasax anb a vpoose v asq -08 SO}TJo Shas AwoIHUApT as op WI B ‘SoOTYUIDYSIS @ MESO creases ae | 3 A GESTAO PARTICIPATIVA NA ESCOLA fissional, se vao utilizar uma parede do corredor para afixar trabalhos escolares, dentre outras questdes. Verifica-se, nessa pratica de se envolver todos para discutir ¢ decidir questées de menor significado muitas vezes sem as informagées basicas necessa- rias, uma série de aspectos negativos, interligados: a) O gasto do tempo precioso de todos e da ener- gia coletiva para discutir questées secundirias e operacionais, que poderiam ser decididas a par- tirdo bom-senso pela pessoa responsavel pela ges- tao da unidade social para o que ela recebeu uma delegagao funcional. b) O enfraquecimento do poder e da responsabi lidade de discernimento na tomada de decisio na gestio escolar. c) A delonga na tomada de decisio colegiada que, por ser morosa, torna-se inoperante e enfraque- cida, quando as questées a ela relacionadas sio urgenies. d) Adelongae hesitagio em assumir decisdes mais fandamentais da problematica educacional — 6 pos- sivel até mesmo sugerir que o objetivo sublimi- nar de tendéncias a prender-se em questdes se- cundérias seja justamente o de evitar responsa- bilidades maiores. e) A criagio de um clima ficticio de participagio e desgaste desse processo. Hewoisa Lick 1.2.5. Participagdo como engajamento O engajamento representa o nivel mais pleno de participagao. Sua pratica envolve o estar presente, 0 oferecer ideias e opinides, o expressar 0 pensamen- to, 0 analisar de forma interativa as situagGes, 0 to- mar decisdes sobre o encaminhamento de questées, com base em anélises compartilhadas e envolver-se de forma comprometida no encaminhamento e nas agdes necessirias e adequadas para a efetivagio das decisées tomadas. Em suma, participagio como en- gajamento implica envolver-se dinamicamente nos processos sociais e assumir responsabilidade por agir com empenho, competéncia e dedicacao visan- do promover os resultados propostos e desejad Portanto, é muito mais que adesao, é empreendedo- rismo comprometido. (~__ Participagao, em seu sentido pleno, correspon- de, portanto, a uma atuagio conjunta superadora das expressdes de alienagio e passividade, de um lado, ¢ autoritarismo e centralizagao, de outro, intermedia- dos por cobranga e controle. Conforme indicado na discussao sobre as expres- sdes de poder na escola, a separagao entre toma- da de decisio e acdo, entre o pensar e o fazer, pro- duz fragmentagao e resultados negativos no proces- so pedagégico e na cultura escolar, de que resulta vi- rem todos a pagar o prego desse resultado, dentre os quais, além da baixa efetividade, o desperdicio de 5 3 Série Cadernos de Gestio & | 083599 2p sousapey aups | ‘vjooso vp stenge seonpad sv swypeaw 9 10sy ~vur apod as stenb se woo stanoadsiod .ezprjoer 2 OpoUut ap soyadse sassa sopejuasorde ovs “IINnBos V ‘ajuazedutoo 9 eanezo simu opSedion.sed v urew0) ‘onde x ojtenb sogdvorduy sens ap ovsusodutoo & 9 sordioursd sod oxSequout0 v ‘soanalqo sop wana y “soquonpjutiey “U1 9 SeanRANyIT soOSUOUUND somtoLOMIp OpuRUaserde ‘JeIO0s OFxO}tIO WN WO “WESsaIdxo a5 9 “‘WoZApEN S0 anb wo oduiay ousout ov ‘soanafqo a sordroutad ‘soxojea tod os-zju0L0 peDOs ovSedioyavd op ossoo ~oad assiq “tvjooso ovduziuvB.0 wp oySuztuneuyp vu [e108 wo svossod a sreuorssyord op vpyoworduios ovSemye earoodsox up 0 sagstoap ap epewio) ep od -ez} DOWIE ¥ oUopUOdsALI09 ‘OOIBO] oAdutOs tou “meowyy ovu 0 cormrpurp ‘opmy ossoooxd win ow0D wy -sopfueut as ovSedion.ted v ‘oajoaua onb ppossodzaqut 9 [IPOS PORTE x o RSE UL YASIA Ha OpUD f ogsedoiaed ep sagsuaunp 2 soidjoutd ‘soanjafgo ‘sasoje,, cf ea ‘seuoIssyord sas ap oyuouttafoauasop exo -o1ne ap Opnuias o vaud o jeuorovonpo ossovo1d nos 9p apepyenb v esed ‘opyptanjojoo wu ouro vjooso ¥emd oys}oop ap epeuto) ep oussnosodar vp opnyyid “tre 8 9 vlouyagfar e AnULo0sIp ¥ruLIad ayy onb ‘ostias “tog 9 apeprpCystas oy uempout ‘vonyfod opepyiqstiod S04 9p opHuos tun awnsse op & 9 ze]0os0 o}uOBLIp Op oquojaduioo oySe v ‘sagysonb sessap w)sIA Ly sep ~uowro[duy vied .13e op zoxop 0 ureqtt9} outoo ie “St ‘sags}oop op ossaooad ossap awdionmd op owoup © wreSrox0 sreuoronaNsUT saostoap od sepejope seos ~sod st onb ap apuodap oussua op apepyfenb y “eRUTOUOMNe 9 feUOFOM|ASUI 9 pouCIssyoud Youp}adto9 op oyuOUNAfOAtLasap op apeprumiodo & & a 3 ogisap ap sousape) 395 A GESTAO PARTICIPATIVA NA ESCOLA 2.1, Valores orientadores da agao participativa A agio participativa, como pratica social segun- do 0 espirito de equipe, depende de que seja reali- zada mediante a orientagao por certos valores subs- tanciais, como ética, solidariedade, equidade e com- promisso, dentre varios outros correlacionados, sem ‘08 quais a participagao no contexto da educagao per- de seu carter social ¢ pedagégico. A ética é representada mediante a ago orienta- da pelo respeito ao ser humano, as instituigdes soci- ais e aos elevados valores necessarios ao desenvolvi- mento da sociedade com qualidade de vida, que se faz. traduzir nas agdes de cada um. De acordo com esse respeito, a agio participativa é orientada por cuidado e atencdo aos interesses humanos e sociais mais elevados. A solidariedade é manifestada mediante 0 reco- nhecimento do valor inerente a cada pessoa e 0 sen- tido de que como seres humanos nos desenvolvemos em condigées de troca e reciprocidade, para cuja efetivagio sio necessarias redes abertas de apoio re- ciproco. A equidade é representada pelo reconhecimen- to de que pessoas e grupos em situagées diferencia- das ou desfavoraveis necessitam de atengao e condi- cdes especiais, a fim de que possam colocar-se em paridade com seus semelhantes no processo de de- senvolvimento. Vale dizer que os beneficios da aten- Hetoisa Lick ao sao distribufdos de forma diferente, de modo a possibilitar, aos que apresentam maior dificuldade de participagao, as condigdes mais favordveis para superar essa dificuldade. O compromisso se traduz na aco dos envolvidos no processo pedagégico, focada e identificada com os seus objetivos, valores, principios e estratégias de de- senyolvimento. Pressupée 0 entendimento pleno des- sas questdes 0 empenho para sua realizacao, tradu- zido em maior ¢ melhor aprendizagem pelos alunos, assim como sua formagao sélida e segura. Portanto, a agao participativa habil em educagio € orientada pela promogao solidéria da participagio por todos da comunidade escolar, na construgao da escola como organizagao dinamica e competente, to- mando decisées em conjunto orientadas pelo com- promisso com valores, principios e objetivos educa- cionais elevados, respeitando os demais participan- tes e aceitando a diversidade de posicionamentos-e caracteristicas pessoais. 2.2. Objetivos da participago como acao social A participagio, é importante destacar, nao se cons- titui em um fim em si mesma. No entanto, tal situa- Gao parece existir nas praticas de muitas escolas que indicam haver em seu ambiente um elevado espirito de colaboragio, em que as decisées so tomadas de forma compartilhada, em que pais e professores au- a 30 Cadernos de Ges Série si 093599 ap sousapey 21195 ‘ousua ap apepypenb ep 0} -urotntpafoqnise o vawd sogStpuoo soyueyz0dury o¥s O85 -vdion.ed ep ov5oword ep soanatqo sassa sopoy, seanedionaed sopepyqey op wesezrp -noide 9 vruepepro ap JopeuLsoy a}UaIquTE 1D (F ‘apepljeas v 9 sounpe sop wasezspuosde/sepoose ojnoruno aqua ogSeaBaquy roreur 1ao9poqeASA (0 -sa05v sens 10d woo “59 Up SO|ULLOLALT SOP OayjojvU UssjtwvsLUGd 8 apepyqesuodsazzoo ap opyuas 0 saaomorg (p “amjooso oaifoSepad-oonyod os -soooud ou apeprunutoo v 9 vxpurey v x94joang (9 “yeuojovo -npo oyfeqeny nas ap sopeyynsax sop a ze[o0sa ov5 1uvS10 vp apeplfenb op sagaped so seaaygy («| ‘ayJOos9 01X9}O9 OU ‘seoISOSepad svonyrd 9 soode se [eIoos oproytusis anumes (e :os-iuor sap ‘sooysoadso soanefqo ou “yjuypeppo v uted sounje snas op oSeunioy v 9 onb ‘oorfoSepad oyoford nas ap oxSisodo.d va aynasaxd 9 oprumnsse epp z0d oanafqo 0 azxqear xjoosa v onb aed srejuourepriny sodtpuoo ovs seys onb a: omsacy “sounye snas 40d ‘eruepepDo op 2 vanayo [eo0s wiofezypuarde ap @ sreuorssyord snos ap aued sod vruepepio ap oxssaxdxa ap aytarqume aux0] a 89 onb opout ap ‘eyunfuoo [eI90s apepyesuod -sau efad sopezpiayoeseo “efoose kU apEpIATa|0o ap oidsa o 0 oustamyrmutos o soapoattasocy (q ‘Io989 vp 9 OUIaAOH op warsnyoxa apepyustiod -sa1 vu peIOpIsUOD ofor{ 9 SoZaA SENT OUOD ‘vfas opt a apeprunutos ejad opeanno sopea mn we ouLO]SUE.H 9s OYSeonpa ¥ enb opour op ‘opepremut -00 B MHoge 9 LOUIE feIOOS apEpHIN oUHOD BOD -so vp opSeuLigystren va (oepEpIA) [eIO0s 4s oULOD OULULNY £98 Op OJOUUJATOAUASOP 0 L9AOWKOAY ( copdedionaed vp og5outosd vu stero8 Son -nofqo seyumnBas so ‘eoadse wo’ ‘os-uNEypessoy, “seprsourord sogSedion.ed sep opepranayo 9 ousua ep apeprtenb ep soxopeorp -UJ 9 So10PeUL SoANOLGO Wo 9s-tuaNAAsUOD soPadse sosry "woSezipuerde ap sfoatu snos ap vLioyjaut ap ov5 -ouord vu 9 sounye snas ap opSeuLIO] vU wANOJO sTwUL IEUO} 98 B BATOURUL ap “[B}OOS BININ.YSO wNS ap 9 vjOo -so ep vorSoSepad vonvad vpdoad ep opSeunroysuv.y, ¥ sopeuolorpas ‘sopeurmoyap 2 sop sreuOFovONpI soanaigo op ovSuztai v vivd upeyjoa vfs onb wo epIpoul vu vos! as a ypL}UALIO Jas oAap ovSedio nued ep oxdouord v anb am.9pe aqua ‘oyueyOg ‘yjooso ep sieu -orssqord so vied ounpe op sopeooysop ayuoureuryyss -o[f soanjafqo snas woo epezteas optas vtreysa oSed ~por.ed vanb ‘soseo sre} ap oyodsox v ‘vI-98-sENfUOD, “pproqjout ap jeuts sonbpenb ures “sousaur so wrenuy -uoo sounpp snos vred seanroysusis suoezypuasde op ovSouioad y soyuosoyoa sopeyynsos snos “tuip10d — vy -0959 up oo189Sepod oyoford op ovStuystoo eu uETDS Série Cadernos de Gestdo o 5 AN GESTAO PARTICIPATIVA NA ESCOLA 2.3. Principios da participacao A gestao participativa se fundamenta em, e re- forca, uma série de princfpios interligados, que se expressam de forma subjacente nos varios momen- tos e expressdes da participagao. Estes principios a seguir comentados sio a democracia como uma vi- véncia social comprometida com 0 coletivo, a cons- trucao do conhecimento da realidade escolar como resultado da construgao da realidade em si, ea parti- cipagdo como uma necessidade humana. 2.3.1. A democracia € vivencia social comprometida com o coletivo Democracia € participagao sao dois termos inse- pardveis, 4 medida que um conceito remete ao ou- tro. No entanto, essa reciprocidade nem sempre ocor- re na pratica educacional. Isso porque, embora a de- mocracia s¢ja irrealizével sem participagao, é posst- vel observar a ocorréncia de participagao sem espi- rito democriatico. Neste caso, 0 que se teria é um sig- 54 nificado limitado e incompleto de participagao, con- og3s99 ap somapey 2135 forme ja apontado. A democracia ultrapassa e transcende a partici- paciio, de que depende, ser nunca The escapar (pa- rafraseando Morin, 1985). A democracia, como pro- cesso € niio como ideério estabelecido a priori, apa- rece e se desenvolve incéssantemente (re)construf- da, mediante o dinamismo especifico da estrutura e fancionamento organizacional da comunidade esco- lar/educacional que se efetiva a partir das pessoas do espirito humano da cultura organizacional da co- munidade, mobilizando-os e sendo por estes elemen- tos mobilizada. Do ponto de vista politico, a democracia consti- tui-se em caracteristica fundamental de sociedades e grupos centrados na pratica dos direitos humanos por-reconhecerem no apenas 0 direito de as pes- soas usufruirem dos bens e dos servigos produzidos em seu contexto, mas também, reciprocamente, de seu deyer de assumirem responsabilidade pela pro- dugio desses bens e servigos, exercendo assim sua cidadania. No contexto democritico, direito ¢ dever nao sio conceitos fixos e estabelecidos a serem adotados e seguidos, mas, sim, ideias que se desdobram e se transformam continuamente pela prépria pritica de- mocritica que, por si, é criativa e dinamica. Nao se trata, portanto, de um sentido normativo e imperati- vo de direitos e deveres tomados como dados, e sim de um sentido interativo pelo qual direitos e deve- res se transformam continua e reciprocamente ¢ sao superados em estégios sucessivos de complexidade que vao tornando as fungées sociais do grupo mais amplas, complexas ¢ significativas, ao mesmo tempo que seus membros vio desenvolvendo a consciéncia do processo como um todo, bem como'das nuances de seus miiltiplos desdobramentos. a a 30 Cadernos de Ges Série Si £ ee © oupredsuey wumn @ sossadoid snas op somo of g ° ySedlion ed yjod oytounajoatosop ap sogdipuod o sap. “oNuod 9 ovdvziue810 oyueypout ‘sopuztuvsiio yuo _B & | -eprumrodo seaou opuriio ‘oyuourwoordyoax sou-opueunioy -PANA[O9 Sorquiout snas sod seuoUg NE seAnLIoTUL 2 | -suen ‘opunur ou ‘sou-onraooqu0o a opuntu 0 souiaoay tor ap opssordxo & ‘stonp.oouop sejooso op vonsHOoRI 8 2 | Xo outod ‘stod ‘os-voynuapy ‘ojuezye100Inq o sop & 2 | -ezqLqGoury eux0) as ovSeUAHIO tos Bfox}UCD O ‘ope, J g po} WAN OULOD ENUTIUOD BEIOYJaUE —— 0.4NO Aod ‘onb a opaza wo} ORL UMBPe efo.QUOD Was Zs OP 0ssa001d nos ap 9 feos opeprun ep oUN{uos op _—|_—-—OBSEAUOLL0 v aNb awowsop oquE ‘souoLIadns no ‘sou —“ ovSnuqsuod ap POUgLOSUOD k aA[OAtta :sa0STIOP .eUIO] 19}X9 OpuRUOD 9 a[o.QUOD OJed ap 290A UO ‘vSuBIOp 9S alib stat Gyftuu dodassatdl ejowivoNsop anbaod odo) “9 ovduutepro0o vod upuzp.cjoumo tos wyediousad elopeanout edgy v ‘ojue}s0d ‘opuessed oafxoy 0 09 “furyurp 9[0., UDINE OWLOD opeaHR:d vfas onb opout ap “soyoUIes snos ap um upro op ‘opo ossad01d _ op vsnf 9 ayuoHEUN oBSIpUOD eI oWIO9 B[oT)UOD 0 v90[09 as svur ‘oo1oxe OBdeNstutuMpE B anb of. 9p apeprssaoou v ayuoUreArO]UL vUFUMD 9s OBL ‘905 ~[pUoo svssoyy ‘aqUOWNUTUOD vIOdNs 9s 9 BAUD. as anb ‘epepnuopt o oyssaxdxa ens wo urea yuo as o ‘feos epepunjeut vas ap ped x ‘ousow ofep wea -tuuo so.asap sofno ‘oyueNye oarjafoo tM WO wznpeA a8 se[00so opSwzrueBx0 v onb ered peyaupuny ov5 “Ipod owioo vssardxo as woRID0UIOp v “OyUEOLT, -onSejuowrduuy vas sod apeprqesuodsax weunsse sun ‘soypodury sreur sgstaap sens op ‘enuRUOD 9 aejnoa vuuoy ap ‘oywwd wowo) seuade ovu apepiay -9]09 vumn ap soxquLoW so onb vied sogd:puod UTeLLo as anb uta ossaso.d 0 owo9 vorvsd0ul9p 0v)so8 v ‘sjod ‘os-ouyjacy “[e00s opeprun vam a1 op svonyeo -OWAp sTeUr SBULIOF ap vOsNg vu EpL.QUdD YASO “OVUR] ~0g{‘S9[9 oxUO Sopeprendisop .wznpaa “efoosa wp soxq -WoUr So aNUE ORSeULXOAde LorEUT JoAOUIOLT OL “ep AQROYIUBIS BULIOY BUEN INyASUOD OYSudIonsed y “ZOJeA wn OULD oaga[oo oss00xd op oyLoUMTDONbIL -19 9 oquouresouridy op owtou wa seprosoxo 9 srenp -{A1pUL seSua.opp sep ovderapisuos v (cggT ‘OSOG -YVO) ouruUNy 19s oLtod ‘oyJalhns OWOD Oxo ov OYOd ~sa4 op ‘Possacioyu ourjd ou operouoara ‘soqunfamy -suoo 0 ‘oyueyiod ‘wor{dury vfooso ep sTeID0s sossoo -o1d sop oxdujuoL10 ap ooress0ULap ope[nysod C “o]uourenunuos opepatsos ¥ sxIUOD saId sen so a1qos ‘stwID0s soy snos op “BAN N.|SUOD B510F OUIOD OVE 9 eEPUOIeAL apeprtN oUt -00 odnui? op oytaunoa[e,10} 0 ovs soyojo sofna “ero -siso1 9 opSvor v emed zeuorsindum op 794 uta ‘sagSvut ~10JstHBN ap BIO}OULOAd w510} OUIOD wANvoAd ONSE e ved wuOJs|Ndun ¥ vx}OUUL ap “oNUEp xed vio} ap vysod “ur ovt 9 “eLdgrd exmypno wu yjoose wp JO}IOyNT OU opuest9 ‘(6B ‘6161 ‘OHIVANVO) ,.PANo[9 opryT0A, Wo OpEULIOJsue.N OPS Tea .eAap 0 ‘oafoauasop os [eos wougrosuoo v anb eprpeut ¥, ‘pout assacy : ? ; i SOOT] vs}0T: A GESTAO PARTICIPATIVA NA ESCOLA 2.3.2. A construcdo do conhecimento sobre a realidade escolar é resultado da construgéo dessa realidade A cconstrugao do conhecimento, do ponto de vis- ta epistemolégico, consiste em processo fundamen- tado na intervengio critica ¢ refletida sobre a reali- dade, de modoa construi-la, Entende-se, pois, que 0 conhecimento significativo nao é resultante da con- templagao sobre a realidade e reflexao sobre a mes- ma. Resulta, sim, do envolvimento das pessoas na cria- cao dessa realidade. Conforme Kosik (1976: 18) res- salta, “nao é possivel compreender imediatamente a estrutura da realidade em si, mediante a contempla- cao ou a mera reflexio, mas, sim, mediante uma de- terminada atividade”. a partir dessa atividade, realizada com um olhar orientado pelo pensamento reflexivo, que a pedagogia toma consciéncia de si mesma (parafraseando CHANEL, 1977); que cons- trdi explicagdes para seus processos, em relagao a seus resultados; e que define postulados capazes de impulsionar 0 seu desenvolvimento. 58 —__Portanto, entende-se que a acdo é condigao fun- damental para a construgao da realidade e do res- ® pectivo conhecimento, e que a educagio democrati- 2 ca é aquela que oferece a todos que fazem parte da 2 organizaciio escolar a oportunidade de participagao % como condigio nao apenas de construir a realidade social pedagégica, mas também de criar seu proprio & conhecimento sobre esse processo. Hevoisa Lick Porém, cabe ressaltar, é necessario haver além da intuigiio e da observagéo empatica e receptiva so- bre os fatos e dados da realidade uma organizagio sistematica desses aspectos, de modo a se poder, a partir de sua anélise e interpretagdo objetiva, cons- truir conhecimento significativo e inspirador para a promogao de avangos educacionais. Considerando-se que na escola, como organiza- cdo social, so reproduzidos os movimentos sociais e conflitos entre grupos diferenciados de interesse, de conflitos de poder e tensdes respectivas, pode- se afirmar que nesse contexto ha oportunidade de se desenvolver, de maneira integrada, conhecimentos so- bre o processo humano socialmente organizado. Dei- xar de fazé-lo constitui-se em um desperdicio de ex- celente oportunidade de construir conhecimentos e significados para explicar as praticas escolares e orien- tar seus processos de maneira mais bem fundamen- tada. Vale dizer que os processos sociais participati- vos promovidos na escola constituem-se em campo fér- til e rico de construgao de conhecimento social, Conforme apontado por Morin (1985: 22), “o nos- so conhecimento esté relacionado a nossa relagio ati- va com 0 mundo exterior, constituindo-se a agio no primeiro vinculo da agao cerebral”. Por outro lado, qualquer conhecimento se forma numa cultura dada, a partir de um estoque de nogées, de crengas, de ideias, de um vocabulério, dentre outros aspe tos, em vista do que ha uma insergao histérica e so- g s 30 Série Cadernos de Ges 093599 ap sowlapeD aui9g & -olssyoud sagSenye sv anb ‘sere “eanoodsiod wssaw gf “Tenpuarpur ero0s odurey oursour ov ‘sean woRTUBIs OF} -nysto9 9 ogSezqeax op vanoadsiod wun os-opueLio ‘ouidoid oyoaord uras 9 sono sojad opeyaaosde ou ~eqe.y ap ‘Oursout Is Wo Opeypa ‘oofuyooUL OYfEqR. ap ovSdaouos v as-wiodns ‘anoodsiod vsso wor, ‘oupEplo 9 OuRUMY 10s OUKOD ‘Teossad OyATATATOA -uosop oL1doid nas ered owt oyx9]W09 assap oRSn.n -suoo v vad oyu) INqEHUOD ‘oduray OUUsOUL Ov vossod B ‘Opa UOD Hos WO vAnedon.ted oRFeNPE vata OIE -out ‘onb os-apuoardutoo earpexqut vorueutp wssop aed y “wronyysuoo 0 anb sonpiarpur sop oyuopuod -opUl BpIA Wo} [eVOs oduss wnyuou “oyvouoUr, “Hunts “GT 6L6L OHIVAUVO) .Pouevied onb v pe -08 odnu3 op ayuautayuopuadaput wBynf no ou0s es ~tiad ‘@AIA WHOWOY LUNYUOL,, “Op|UEs Assan “Pavfoossip ~UL Opo} UMN Wa MySUOD 98 oN O1LW-ONPLAIpUL BLL} -sis tn *9TA onb we ofour ou ‘9 oURUUNY 49s O, ‘Teossod opeppuapr wns am.qsuoo ved apuadap yenb op a oBesoqur jenb © woo ‘aara anb wo dais op wamyfno ep oWoLUAZOA -uasep 0 vied mapHuoo enb oduray oursour ov “fer -woj0d nas aajoauosap a vzteuwo “epeypHdusos oy ~uoUNvAND[O9 ‘[eJ0s o“Senye vad ‘anb uta eprpaut eu apepiueumy ens oajoauiasap o vossod vumn vUL0] os ouBUINY 98 0 ‘9 07S] “[eOUDIod nos opuaajoauasep ‘say uRyfaUlas snas U109 ORSeIOsse UID BANE JOS LOS -sod v op apepissasau vu aysisioo ~ varowiLid op5uD0A uns — volsyq eURUNY women v onb os-opuoyuy, pununy apopissazau pun 9 ovsvdiound ¥ “EET ann ysinvaus RO (881 -0661 ‘NINON) so1opaneyuoo sounayioa sou on « toystiaardutoo vu soupuoasduioo sou anb ¢ ‘opSenyis eur souanys sou and « sSOU-OflIN9 Oxapduto9 OOUNIIOL]UOS C “enunuoD BLLOYfoUt op ossavoxd nas op ovdnj “Stoo 9 sagdeyruty] sens ap o¥deradns op opeprin,iodo ¥ ureSiprodsop 0 ‘speuorsvanpa 9 sreloos sossooosd shas ap soyuaumtooyttoo op oedn.ystiod v oyp-MruLted wand jejueurepuny oedtpuoo ‘opeprpvos ep ontadsor eva ~ndooo1 ovde WaLIO ¥ 10] ap uMEXIOp “ferDOs OYSeAAyUT ouSudjonued op soodems sep sopepnoyrp 2 soyuco ‘Sagstiay sv wi9}1ofo4 s0.40}S08 onb uo vpIpaut ey] “euo}ovonpa oyfeqe.n nas op apeprfenb v @ vjooso ep ov)sa8 vav5 “teak Ze] a eUD}SNs on a “FI09s9 vU OprAoUTOAd IOs B [e}ueuepuny ossa9oxd tun wa ‘ojue}I0d ‘as-MANSUOD SeaRofoo serwjoose seonesd sep anaed v soquourD -9t]1109 aMAASUOT “oYLOUAfOATIOSOp nos o euOs|Ad “tu op sozedeo sope{nysod ouyop anb o “sopeynsox sas v oBSe[a1 two sossaooad snas ap sagSwoy{dxo op ovdeunioy vod ‘eL19 sty ens ap viougIosUod ¥ F.)SUOD 9 BUISOUT IS ap BOUgIOSHIOD KUO] wIBOSepad v onb “A “P\O|Jo.-09]}110 OBSuarosqo ap sooyNudI sopepmo ajuetpour epezteos ‘apeprane vssap anmed e 3 (Oz 'S86T ‘NIMON) ,c1ueuoexu09 opoy op feanyjnoo1o Imes YA! Wat Wai nica Série Cadernos de Gestio 2 3 1599 ap sournpey 2495 | g 0 A GESTAO PARTICIPATIVA NA ESCOLA nais em educagao se destacam®, Isto é, emerge o reco- nhecimento no sentido de que o individuo e 0 grupo se realizam e se constroem reciprocamente, pois, & a medida que um aleanga, por sua dindmica de agio, estagios mais elevados de desenvolvimento, constréi condigées para que 0 outro também o aleance, Evidencia-se, portanto, que é pela participagao que 0 individuo desenvolve a consciéncia do que é como pessoa, mobilizando suas energias e sua aten- Gao como parte efetiva de sua unidade social e da so- ciedade como um todo. A participagio democratica promove a superagao da simples necessidade de as- sociagio humana, que pode ser orientada por um sentido individualista e oportunista, mediante dis- torgio ou incompletude da formacéio humana para uma necessidade de integracao do ser humano na sociedade, de se sentir parte dela e por ela responsé- vel, de harmonizar e coordenar esforcos do grupo, com a finalidade de realizar um trabalho mais efeti- vo, contribuindo para o bem de todos. 6. importante assinalar que em pesquisas realizadas pela Por ficia Universidade Catélica do Parang, durante quatro anos seg dos, de 1993 a 1996, em municipios paranaenses nos quais realiza- vamn 0 Programa Ensino Nota 10, para capacitacio profissional em servigo, cerea de trés quartos dos professores participantes do programa indicaram que sentiam muitissima satisfagio em serem prolessores e que ndo gostariam de mudar de profissio caso tives sem a oportunidade para fazé-lo, uma vez que nela sentiam-se a0 mesmo tempo titeis ¢ pessoas em desenvolvimento. Hevoisa Lick Quanto mais nos dedicamos a atuar em nosso meio partici- pativamente, mais nos condu: como seres humanos plenos. 2.3.4. A participacdo implica uma viséo global do processo social Nao se pode pensar em estabelecer 0 processo de participagao na escola apenas parcialmente. Ou ele considerado como um processo que atinge a todos os segmentos do estabelecimento de ensino, ou corres- ponder a simples ativismo utilizado para camuflar um esforgo no sentido da manutengao da condigao vi- gente na escola como um todo, em que uns decidem © outros executam, uns se omitem, outros ocupam 0 espaco da decisiio, ou em que ninguém decide e 0 que todos fazem é continuar atuando como sempre fize- ram, sem consideracdo a resultados e possibilidades de melhoria e desenvolvimento. A participagao é um principio a permear todos os segmentos, espacos & moinentos da vida escolar e dos processos do sistema de ensino, de acordo com os postulados democrati- cos, orientadores da construgao conjunta. Participacio, portanto, nao é privilégio, ou idios- sincrasia de determinados grupos, e sim condigio geral, caracterizada pela reciprocidade expressa em todos os segmentos, meandros e momentos das inte- ragdes na unidade social, seja do sistema de ensino, seja da escola, seja entre sistema e escola. Constituin- do-se a reciprocidade em condigio inerente ao pro- cesso de participagio, pressupde-se, portanto, como 2 8 Cadernos de Gestio Série w 3 0g3sa9 ap souzapey 21195 11] 8-0 BLIO}SHY| Bas w WHOAMSUOD op-seossad sep sap -od op opnuas ov as-aajau vonyjod oysuaunp y vouyjod opsuowia “1'b"¢ “ype -ou 9 vanndiorued ove v xopusasdutco as vied o}out ows ‘soournu sens ap opepuefnonsed 9 opepLrel, -nood v epep ‘Sejap kuin epra Joooytioo jeyuoURepUny 2 FONUNPUA, ON “tHANANSHOD anh poy o a step se as-2io}[e ‘Sogstiounp sep eun zonbyenb as-opawioype ‘onb zo eum ‘[aavroosstput opo} win IyASUOD vARed -tonund opSe pec ‘oxSuisosse ens op v5.0] vod oorut -BUIp po} UM OpuRLLOY ‘UMZNADO.}UO 98 oNb OYSTA ‘opo} uin ows opepyvat v vyUasosdox ox a eNO vp oquowleyuepuodoput asz000 vunquoU anb yf “eo -HypIp seuode 9 “osypur ens wo ‘oyUw10d ‘ovseaudos e889] “¥oTD9] 9 voFBOSepad ‘vonyod :soyuongUEIOVUE 9 1S aqua sowteBI9Attoo soosuouNp s9.n vysapIUreUU es ~1090 onb uta 0yxo,UO9 a wOUgSULIGe ap atu ‘wzaIn) “PUL ens ep aytourayUapuadapmt ‘ovdedronied y ogsedionied ep sagsuawig “yz opSpunioystien 119 as-innstos ‘se|-goanbuta ap ovduaqut vir ‘eIO0s ossoo0ad op SoQsuoUUp se sepo} 10d erexdsa as anb orSedionand y ‘our “Slane MINSUOD vUsOUE IS UL LYDaF As on oxdedionsed Vy “sooSez1uvA10 to sonpurpur so aeasaqar ap opep -Iqissod ens 9 spe}oos saxas outoo srempratpur sapepis YON VSIOTIH ‘oanwoytusts ompoxd nas mansuoUtop 9 svjdwojtioo weLiopod woswzpuaide 9 oxseuLIg] essap oYdwzyvar vp rpipout vu seusdy “wosvzipuarde ens 9 sounpe sop oRSwutsoy ‘yp opsoutord v vsed sazeoyo svarsoSupod saode op ountuoo um ap 2 aquoqque win op OLdELID v ‘oraU-oBSIPUOD OUIOD ‘o;EIPaUA Op -ByNSAL MND “e1F9y ‘O}AI0d ‘ORISeB Y ‘O}UOUUILAfOALOSOp 9 OZdELIT “40 Uns ‘ouSvonpa wut ‘9 [eOLOUIA OYALULAJOAUASAP nds 0 "FOL -oo1sd wu iseossad sep [etOUL a ooEsYMISO-WOG 09 OpEysa. ‘op “105 vu :opmyynsax tum ap ogSNpord x ‘apeparoos ep aUIOU UO ‘OA -owoad op peI90s ossruosduroo o mg) peuOIssHOId oRSuaAra}U ap serwury SOpeprsne 52 sop, ‘ea op opbeiednoar wo osnod -210 9 osuedsop ot ‘ovSyjdutoztoD & 9 aYfafap O 9 “orD9 ou Soufeqesy lun woo onb outsou “‘ouoUETIO,INUO 0 9 oprpuaaicl opeynsax otordnaws sod “toy ong seannpoud snow inardord sopmplane sett seu ‘0199 ou ‘seSure139 sep OBof ou ‘Loze] ow opSETOLO vssa sounsjuoous :sopeynsos ap opdnpord v ered opeyOLto 9 “e108 Wo ‘ouvmmny owounpudesdutd Q “sopeBardua ovs onb wo 04x9}109 (0 woo opiooe ap Soytaxotp soproyrusis meres soja 0 18 uta saad -Uo Up ONL 9 esonzinyod wnsUs| up sounta, ovs aonb oadsar v awaq

You might also like