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x asso TADO8 TDN sense prog AUTIRE ict aps str 8) rer assoc dc aussi ei Po eit ds Fl Bere Gi Gash eC Dee Soi Gi Sd Jom Novas Wek Gre Die Exeeino ls Bol dos Ris Coes Et ice ab Asien Batre ‘Alege Reis on Ergo ed Nieto Fara Conia Diagrumagioe Composigo EDUCACAO FISICA, ESPORTE E DIVERSIDADE Marco Paulo Stigger DEDALUS - Acero - EEFE 10300017096 “ 98 Pung exp | Stigger, Marco Pasto Paucngo fs 5 0 fsea export diversi / Marco | Cempinas SP Autores Asociados, 2005 tice | — | asp as-r496-196-1 fae Baca iin 2 Boer 8. apres I Titulo. IL. Série, on 05.557 Jog08 8. Lazer DD ~ 306.489 Indices para eatilogo sistem: 1 Eat: Feimens sonal: Sab ing son 2 bape: Diersiade.Soolg dons 2 beprefveaae ea Secga dona Impresso no Brasil - agosto de 2005 Copyright © 2005 by Editora Autores Associados Depasito legal na Biblioteca Nacional conforme deereton, 1.825, de 20 de dezembro de 1907. ‘Nenhuma parte da publicagdo poderd ser reproduzida ou transmitida ‘de qualquer modo ou por qualquer meio, sejaeletrOnico, mecdnico, de fotocdpia, de gravagao, ou outros, sem prévia autorizagdo por escrito da Editora. O Cédigo Penal brasileiro determina, no artigo 184: “Dos crimes contra a propriedade intelectual Violagdo de direito autoral Art. 184. Violar direito autoral Pena — detencio de trés meses a um ano, ov muta 1° Se a violagdo consistir na reprodugdo, por qualquer meio, de obra intelectual, no todo ov em parte, para fins de coméreio, sem autorizagio cexpressa do autor ox de quem o represente, ou consistir na reproducdo de fonograma evideograma, em autorizagio do produtor ou de quem o reprosente: Pena ~reclusio de um a quatro anos ¢ multa.” SUMARIO [APRESENTAGAO INTRODUGAO (O que £0 ESPORTE? cAPiTULO UM O que é 0 EsroRTe? ELEMENTOS PARA UMA COMPREENSAO A PARTIR DE UMA ANALISE HISTORICA 1, Historia do esporte: entre continuidade ¢ ruptura 2. Historia do esporte: uma tradigao inventada CAPITULO DOIS EspOnTE € DIVERSIDADE [ELEMENTOS PARA UMA COMPREENSAO A PARTIR, DE UMA DISCUSSAO SOCIOLOGICA 1. Esporte: entre a énfase na homogeneidade ¢ a diversidade cultur: 2 Uma visio institucional ¢ homogénea do fendmeno esportivo 3. Esporte num processo histérico de longa duracio 4, Em busca da heterogeneidade do esporte 5. As dimensées sociais do esporte CAPTULO TREs sto} Fee Em ssOADE: wna ranCA DE LAR r ENTOS PARA UMA COMPREENSHO A PARTIR DE UMA iNvesticAcio ETNOGRAFICA 1. Sobre a adogio das regras 2 2. Um jogo “é bom e tem intresse” quando . : . fae renhido, disputado’ a Sobre resultad «dos. competitividae e divertimento nos esportes CaPITULO QUATRO Esror nessa cowino o Eoienio Fe Buenos nt covmtesio Aner eee eeeas ” 1. Esporte, cultura 1 Espo ean rsh el de educagiofisiea on 105 2. Esporte diversidade: um breve exemplo de prtica docente.. 109 CONSIDERACOES FINAIS 5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ne 17 SOBRE O AUTOR APRESENTAGAO fe, nas ciéncias sociais, por muito tem menor. Muito prova- jo € dificil observar at ancando como um fe- poo esporte foi eatado como wm fer dda relevancia que ele vem al dinamicas sociais € locus de de sociabilidade, ele passou 2 ser ém estudado por diferen- mente em raz80 dor de importantes diversificadas formas que agora ot velt nomeno gera significativas € alvo da atengi0 pontos de vista Em que pesem 0: ao interesse dos investiga- very @ dificil eonstatar que, ainda hoje, a atengio esté a os grandes eventos esportivos €, Princi- Jadas a0 futebol. Por muito tempo, no de intelectuais, tes Js avangos referentes dores, também voltada, especialmente, Pars te, para as questoes vincul lar da educagio fisic: textualizadas que encontravam no tema abordado somente virtudes, sh em contraponto a essa perspectiva, esforgos no sentido de contex- oe ilo, mas que acabaram por considers-lo apenas fruto do processo de industrializagdo da sociedade, da conquista do capital ¢ da ideolo- palmen universo particul a, salientaram-se andlises descon- gia dominante. Mesmo que essas perspectivas de andlise estejam aqui apresenta- das de forma simplificada, elas permitem afirmar que, se por um lado o ESPORTE? O queté emfrmie come co 2 oii ‘e comum de ser encontrado logo N° inicio de m t6pico bastant ices, dissertagaes € ourros POS de estudos académicos € Indo de dfnigio de termos. Conseiente dessa Javras de Georges ue coloquei as pal forma no intuito de trazer para este ne aeredito, deixou Peirano (1993) quando uti “a abertura do seu livro A favor da etografia: de~ adefinigdo” € uma maneira de ou definigoes ender J vezes intitul foi por acaso Procedi dessa aquele muita sisematica, M40 Braque na epsgrafe texto a mensagem pigrafe formismo comega com limitador pode ser buscar conceitos uufdos, quando 0 objetivo € compre 20 in- zou amesma € clarar que “o cont cexpressar 0 qUd0 prévia e rigidamente fendmenos € realidad vyés de serem esclarecedores, dutores de qualquer realidade em estudo “Ainda que o titulo desta introdugio parega conduzir o pensamento em busca da definigao ou da conceituagio dessa pritica social, € por razoes como essas que eu nao pretendo, neste trabalho, tracar contor- nos rigidos ¢ neles inserir um fendmeno cultural tio complexo € mul- tifacetado como 0 esporte. Pretendo, sim — também por considerar constrt les culturais. Isso porque esses conceitos, poderio mostrar-se obscurecedores € re- ISPORTE FpiveRsiDADE Pouca prod lutivas a een vos rads asematas de deli spate by fr compreenso nas diversidade. "ar clemen sea isles de deni espa form em ce ada por Vicenzo P —— “ie VicenaoPaighone (198), ae chamou a tng hing {Diversidad no cen despa” ed eee s s € desenvo ie sobre tima definiga0" do termo (pp. 32-35). Naquel a ‘autor questionouaté que pontoésuficiente afi Mean Porte & uma aividad es Pa usd ie ata emer guess 19 relaciona a fu cil dpe competi te alguma forma d Ibe ten, antral comers ores aS es eas ding deve ie social. No percurso da swaumenagio ion ami cicme cal um dos aspec fo demas een xp east colocam em divide does eden redeem a dle rfc, Cannas dos quenfemtod oot cha: ™ go para sas varnges internas, advogs qe OF pores im caractersticas cada vez mais heterogéness, 0 que difculta 2s eee é so que difcutaas ten : ee corn com seems Um das suas osigdes€ exemplii 7 Poss oxic con ono dt das riangas na rua (com [aceite quai considera serem formas de spon de uma rica espn istonadh, es ao 0 futebol oficial. Ao afirmar que = spore, se bem estuturad por regs, valores e cenitios imbslicos, fe sempre ser manipulado de forma lidica e consciente por parte de gr os soins ecealidades oeis"* lidades locas" (PaDicuoNs, 1995, p32) seeps oem eapenii nn —_— > __ eee midora dos esportes ¢ considera que ela co compariveis com 08 }0° za a rigides defi ia idéia de que sutras eompetis reileiro, rambem encontso a re eaindas as teneativas de €ncOr) palovra, Em um estudo aPreser ee Ctces de Epes oe um esforgo para demons- oter cles 530 pou tradicionais gumentos que mee rar uma defi ado no V Mo satisfatoria Le de Educasio Fé Reppold Filho (1997) fez alizar uma definigao para vas, Apés uma revisio bibliogrdfics ito internacional) e considerando jpropriada tanto deve in- (condigéo de generali ie especifi- ativas de loc: (35 estudos ‘o em que uma definigao a esporte deradas (condigao d isfatéria para © fa s que preenchem 2 Fobre oassunt® iste consenst idades consideradas 10 consi inhuma definigao sa . definigdes que satis quee tui 10d dade), com ‘gdade), 024" Sermo, Concluil € ‘o de generalidade, assim ecificidade. Contudo, el mo tempo, as duas condigoes. igo que busca discutir aspectos da pro- ce em geral e acerca do futebol, parti- para a diversidade do fe- igo asativi 19 excluir todas as na¢ ‘or nfo encontrou ne into, que existem alguma em a condicat como outra! condigio de €5P Je nao encontrou definigdes veenchessem, 20 mes que Pr e, em ar Mais recentement sileira sobre 0 esport 1, Toledo (2001) também aponta dificuldade de, com base em uma defi le, sem correr 0 risco de simplificagoes: dugio bra ccularment esportivo € paraa dar conta del nomen macrossociol6gica, nidos unicamente como préticas corporais "modernas”, ais" de um eos gamade cos esportes, se defi poranto competitnas ides por muitos como “instrument gcidentalizante” de sociabilidade, acabam nio dando conta dessa privcase representagBes que interagem "com" ¢ “a partir” dos esportes, {as quai), por sua vez, apontam para variados aspectos que no necessa siamente convergem para um modelo conceitual hegembnico [p. 137] 8 EDUCACAO FISICA, ESPORTE | DINTRSIUA _ Ao fazer essasconsideragdes, 0 autor oferece uma eritien aso ceituages rigidas em relagio ao fendmeno esportivo e mostra pron cupagao em ampliar a nocio de esporte. Referindo-se viabilidade 4, existéncia de linhas de pesquisa que tematizem 0 esporte no contey. to da antropologia, sao essas consideragdes que 0 levam a defender que, em vez de o fato esportivo ser tratado a partir da nomenclatura *antropologia do esporte’, deveria ser estudado de uma forma menos reducionista, a partir expressio “antropologia das préticas esportivas’ (idem, ibidem) Entre outros que poderiam ser referidos, esses sio alguns argu rmentos que levam a prescindir de encaminhar esta discussio no senti- do de encontrar ou defender uma definigao para a expressdo sport. Por esse motivo, néo pretendo apresentar, nesta publicacao, uma defini ‘0 para a expressio, mas sim oferecer elementos que contribuam para que o leitor tenha uma compreensio sobre o esporte, visto como um fendmeno cultural historicamente localizado ¢ portador de determi nadas caracteristicas. Com esse objetivo, pretendo, inicialmente, trazer & tona clemen. tos que contribuam para a compreensao do esporte, partindo de uma breve histéria do seu surgimento, do seu desenvolvimento ¢ da sua di- fusdo. A partir disso, oferecerei subsidios para diferenciar 0 esporte como pritica social de outras atividades culturais similares, cultivadas anteriormente ao seu surgimento. Quando afirmei que desenvolverei uma anilise histérica de maneira breve, quis evidenciar que nao apre- sentarei a histéria do esporte de forma exaustiva, 0 que, se nao fosse cesclarecido, mereceriaa critica dos historiadores. Nao se tratando, efe- tivamente, de um trabalho sobre a histéria do esporte, a intencao é levar a andlise até o nivel de aprofundamento suficiente para alcangar 0 objetivo de caracterizar essa prética social a partir do ponto de vis- ta histérico. No segundo momento, apresentarei alguns aspectos das discus- ses contempordneas que acontecem nas ciéncias sociais acerca do fe- geno, Tentarei com esta andlise trazer outros parime i Parimetros capazes morjeecer elementos para sue Se poss flr sobre a divers dads ae tal do Esporte wst0 Como Um fto Soloed, come ee = cag inerpretao 90 dverss prisons dest campo de esuer M giscussao desembocaré no reconhecimento de que, tualmen ponte se evidencia de forma global, trazendo consigo ums i. Fr racteristieas padronizadas que o distinguemn de outas pri que Ihe conferem uma homogeneidade capaz de perminy gic cas socitis Miizagao de trocas esportivas em escala mundial, Em contrapart fc tendo em vista 2 dificuldade de tracar contornos claros, também da or humbra uma heterogeneidade na forma com que oesporte€pr0- «ijo em diferentes contextos € por diversos grupos cultura pat pres 0 que aponta para uma diversidade cultural nese wniveso Isso conduz a Outros temas recorrentes, os quais também ajudam a refleir sobre 0 esporte, visto agora como pritca de lazer e conte “is das alas de educagiofisica, Com eles ser concludo este veo CAPITULO * UM O que £ © ESPORTE? ELEMENTOS PARA UMA COMPREENSAO ‘A PARTIR DE UMA ANALISE HISTORICA. ues de tentar refletir sobre 0 esporte pela perspectiva hist6 mica, é importante identificar que, neste campo de estudos, ha Givergéncias quanto as origens daquilo que hoje € denominado de «s- 0 que '991) sintetiza esse debate em duas teses concorrentes, das .da na idéia de continuidade, defende que aquilo que jorte tem suas origens nos tempos mais re- pone, 300" fale a pena apresentar alguns aspectos. Raymond Thomas (1 aquais uma, sustenta hoje denominamos de esp sotos da civiizagio. Uma posigio oposta a esta advoga que o spor. imejue conhecemos hoje comesa a surgi no século XVIII tendo sido eotado na Inglaterra, quando diversos jogos e passatempos popula- vi sofreram profundas transformacées, a ponto de se considerar uma rapara com o que exstia até aquele momento nas aividadesfisco-com: petitivas' Para esclarecer esse debate, iniciarei expondo as posicdes dos autores que encontram continuidade entre 0 esporte que praticamos hoje e os que foram praticados em outros contextos histéricos; ado- TL Aspectos dessa discussio também sio apresentados em Bracht (1997). 12 EDUCACAO Fisien, esp fando uma posicae critica argumentacoes, explicitarei teriormente, oferecere 08 diferentes “esportes* que foram praticados em cada momento histérie, ¢ ‘que poderia ser de denne de a tse da contnuiade considera que o que hoje chamamos di Perspectiva, encontram-se Guttmann (1978) « Mand: Guais, apesar de nao dividirem posigées idénticas, apro S Ponto de vista, Mesmo nao sendo apenas Gutmann analisam 0 esporte dessa forma, neste texto as idéias ell (1986), os ximam-se des. © Mandell que desses autores como, tanto no académicos, esse tema é Serdo tratadas como exemplos que retratam a maneira senso comum quanto em outros contextos abordado, Visando a desenvolver uma interpretagio sociol6gica acerca do fe. ndmeno esportivo, Allen Guttmann (1978) analisa-o no livro From rit al to record, dando especial atengio ao esporte moderno. No seu em 2 Doral ao record OO Loreen 15 render o que é moderno nesce esporte por es ye nao é moderno nos esportes de épocas ee a os esportes praticados em diferentes ento de 60" deneifiengdo 0 ONE eoiiya, oesporte primitivo, 0 esporte grego, 0 vice medieval e, Finalmente, 0 esporte moder tivas tem como referéncia sete ni pect’ meio Guttman ante xt ‘os histricos, 01 spor eae .cidas a priori, o que leva Guttmann a con. lise estabeles moderno difere dos demais esportes (ver qua- cesporte carac. we ° mente tais categorias, vistas como » porar amplament side ne incorh deo 1 Pr gtntivas ado suicas aistin ‘radas no processo interpretativo desenvolvido, as £008 gma vez encont™ ssam a ser consideradas para todas as préticas passa ins de 2 go" ge a época. Assim, Gutmann sresentantes do esporte de cada época. Assim, eee de outras épocas € 0 esporte moderno num mesmo vee car das diferencas encontradas, todos sio inseridos € recebem essa denominagéo. . a fodo, sendo-Ihes atribuida a condicdo (no seu = a periodo, civas d spo! conjunto) dE spor coloce O8 a ano, ou se) APES Pm contexto dos esporte: Quadro 1 “| Esporte | Esporte | Esporte | Esporte | Esporte mit woderno | primitivo | _grego | romano | medieval | mod T sim/nao | Sim/nao | Sim/nio | Sim/nio | Sim [sretracto z z i Sim 2 fo _| Sim/nio | Sim/néo | _Nio waldade_| io ie = Jizagio| Nao Sima Sim Nio Sim specializaga : to | sin Racionalizagio| Nao Sim Si N : “Burocracia | No | Sim/nto | Sim | Nio im Quantificago | Nao Nao | Sim/nio | Nao Sim Recorde | _Nio Nao Nao | Nao | Sim Fonte: Guttmann (1978, p. 54) TESDUEAGAD Hs, USPORTE L pntRSADL Aproximando se de Guttman ¢ 20 discorrer el deporte, Richard : Mandell Sobre (1986) propée-se a x ee te na vida das Populacoes, Wt do epore desde os shores da ct yo PCa na Sociedade contemporinea” (p. 271), Definind 8° Pore ‘oda atividade competitiva do corpo humano resida poy Teer estabelesiss para oaleance de objetivo |} aye en ee de a8PeCtOs essencias da vida” (MANDELL, 1986, p. xy eae volve 0 seu trabalho apoiando as conclusoes nne cee turais de cada momento histérico, Porte coma, Caracteristicas es, Politico econdmico das soar des em que 0 esporte esta inserido. Com ba: ane Mandl ata ue dvs esate east ses Pee Brandes impérios e refere-se a exemplos de priticas esportvas ret Gas em dilerentes momentos histrcos ¢ loaiagoes ae Nessepercurso,chepa Inglatera do seulo XIX onde ee ea Sido inoentado o esporte moderno. Especficame: o nte Sobre este, consde, ra-0 fruto das transformagoes da sociedade in; lesa, marcada pelo pro mento tecnolégico ¢ por or algumas caracteristicas cesso de industrializagao, pelo desenvolvi Novas formas de organizacio, assim como dai decorrentes:aracionalizacio, a estandardizagio ea precisio dar nn Gio de esporte passa entio a ser difundids por todo 0 mundo, na medida em que a prosperidade da sociedade inglesa é vista como modelo para as demais, dices. Segundo 0 autor, essa nova concey Como verifica nesta breve sintese das idéias de Guttmann Mandell, apesar de identificarem significativas diferencas entre 0 es Porte moderno € as demais préticas por eles referidas, tanto um como ‘outro nao as consideram suficientes para deixarem de denominar es. tas iltimas de esportes. Mesmo com um esforgo para fazer uma con textualizacao histérica de cada uma das atividades, ao que parece, as 3. Histriacltral do porte 0. qut Lo ssroeter 15, .dquirem menor importancia do jos autores “ . m entre elas. Sao as semelhan. Jes encontra encthan « jotada, estabelecem um fio condutor ¢ vas coloca sob a mesma denominacio. seas col px tenncnd ieee gthancas © a a perspective Me 8 iferentes 2! neice, ent, cOmO UT one autores ui ne _ ‘es Aquilo que € praticado atualmente com enc estagues anteriores & i « manifestoe® ™ xividades (esporte primitive, esporte greg0 esate oar bras) a, pr sian Mandl aspecto comum dos dois trabalhos, 2 itilizam a palavra esporte para di- esis ie Bg encoradas mas Gust CO", eram, para outros autores, fe 38 dos esportes, , eee gos, jogos tradicionas,passatempos ou Jes, como jo80s: nasoes ais so as seme- Jares! Interessa, aqui, perguntar: quais S20 opulare Acesso e 5, Di jun, 2005, me Mesmo que essa divergéneia de posigdes se iasira num contexto corréncia interpretativa de dificil solugio, um bom argumencs de cor -gumento a eos cese da ruptura Eo de Elias (1992a, pp. 191-192) que lenge a or conta aspectos pr6ximos aos referidos por Chartier compareng inos esprt € dstria co termo “esporte”€utlizado no presente de mancira bastante vaga, de forma aabranger confronts de jogos de numerosos géneros. Come ote. smo indistria, €ulzado tanto num sentido lato como num sentido resteita No sentido lato refere-se, também como o termo “indistria" tanto aativ dades especias de sociedadestribas pré-Estadoe de sociedades Estado présindustiis, como 3s atividades correspondentes dos Estados-nagées industeias (idem, ibidem, grifo meu}. (O autor chama a atengio para o fato de que na expressio indis- aria js se visualizam, sociologicamente, estruturas que a distingue de gutras formas de producio e a identificam como um processo de in- djustrializaga0 ocorrido em momento histérico recente, que lhe con. fere formas especificas de trabalho e de producio. Em contrapartida, adverte Elias, o sentido restrito © bem mais preciso relativo & deno.. rinagdo de indistria no se verfica no caso do esporte. Segundo ele, ¢o termo esporte continua sendo empregado indiscriminadamente, tan- zo num sentido lato (como referéncia a jogos e exerciciosfisicos de todas as sociedades), quanto num sentido restrito (para designar pra. ticas particulares de jogos originérias na Inglaterra e difundidas para todo o mundo com essa designagio) Mesmo que Elias considere que ainda nao seja facil encontrar for- ras € orientagées tao singulares como as que se observa no caso da indistria, 0 autor corrobora a tese de que elas também sio possiveis de serem encontradas no esporte, Em ambos os casos e em determi- nado momento hist6rico, afirma Elias, ‘Ocorreu um niimero tao grande € tio significativo de transformagoes que foi suiciente para que pos. 20 1PLEACAD Histo, egret Sam ser identific: ados os processos de industrial to do esporte t nea G40 © de suirgimen ficas © determinsveig um novo tipo de estrutura e o ambos vistos como formas espe logicamente de, respectivamente, ganiz a¢do do trabalho © uma nove an a espécie de pritica de comptigao e de joy Accitando-se a argumentagio de Elias, pergunta-se: que transfor ’AS8es Ocorridas em diversos jogos € exercicios fisicos realizados até 2 Epoca sdo capazes de justificar a afirmagao de que em determinads momento historico surgi uma nova espécie de pritica de competigae € de jogos? Como ocorreram essas transformacoes? Em que contex tos historicos elas aconteceram? A busca de respostas para essas per guntas € o que serd desenvolvido a seguir. 2. HISTORIA DO ESPORTE: UMA TRADIGAO INVENTADA O que hoje denominamos de esporte nao seri aqui tratado como uma Continuidade, mas como uma ruptura com outras formas de passatem. pos desenvolvidos até o seu surgimento. Adotando a partir de agora uma posicao que aparece em trabalhos de significativos autores, 0 es- porte moderno (ou apenas esporte)* insere-se no que Hobsbawm, (1984a) denomina uma “tradigio inventada", cujo pensamento € hoje 5. Mesmo que haja divergéncias quanto 4 origem do esporte, tratando-se das carac- teristicas do esporte moderna, elas nio sio significativas entre os pensamentos dos autores que se debrucaram sobre 0 tema. Isso porque, apesar dos desacordos referidos anteriormente, essa expressio (esporte moderno) acaba por ser utiliza da por ambos os grupos: 20 utilizé-Ia, nto os defensores da tese da continuida de como os da tese da ruptura estio se referindo a0 esporte que teria surgido na Inglaterra e dat se difundido por todo o mundo, os defensores da idéia de ruptura (©s quais talvez devessem prescindir da palavra moderte) usam a denominagio de esporte moderno, ao que parece, como forma de dar énfase a0 que se estio refe- indo. 9. A expressio tradicio inventada & adotada por Eric Hobsbawm na abra A incense das tradigies (1984), em que 0 autor analisa aspectos da invengio de diversas tradigbes emsuat pars aqueles ate 63 ausse eciocultural . i 1 do esporte por essa perspectiva, desen h indo a histor Apresentand catheando as contrbuigoes de autores que cen praram 2 afensae DY Te cionaram o surgimento do esporte moderno trabalhos. © profundas sicica da Ine jo hoje PF cao de esporte teve origem ni inte no final do século XIX evndancas ocorridas na conjuntura ECOndMICa, SO aterra, no mesmo periodo. aticado de maneira similar por todo 0 mun 1a Inglaterra © dali om * Sao unainimes em con. cial € part! rar que aa denominal side’ doe com # on poeropseou area seculo XX enc eee iia de Elias © Dunning (1992), Hobsbawm (1984b) € com a ajuda jaab) que constituirei o eixo central deste topico, tentando se caracterizou € que fatores intervieram no proces- aises, principalmer pourdiet (1 ncia do esporte mo |. Dando énfase a diferentes aspectos, cada um deles sesclarecer CO so de emerge G momento atual ibui de forma signific: contr oe gra separadamente, ora articulando as suas idéias. como referéncias, outros pesquisadores que desen. derno € na forma com que chegou até ‘ativa para este esclarecimento, o que me leva, © Terei também, d " reflexdes sobre 0 esporte, mas, neste t6pico, eles terdo par- et porque direcionaram a atencao princi- ticipagao complementary 1850 ee oa na Europa, inclusive a do esporte moderno. Para ele, o termo “€ utilizado saris ma Euro pa nen indetindo, lnc ante traigoes realmente in aan cree strudaseformalmente institucionalizadas, quanto 3s que surgiram de yen cori de localizar num period Titado e determinado de tempo [.} vane rete inventada” entende se um conjunto de praticas, normalmente regu snego.o que implica, automaticamente, uma continuidade em relaglo a0 passa Jor (ideas, p- 9). Quanto a0 surgimento do esporte moderna, a palavra invegio {has sentida préximo ao de Hobsbawin) & também wtlieada por outros autores, como Elias e Dunning (1992), Bourdiew (1983b) ¢ Mandell (1986) i ee almente es © para as car peas acteristicas do esporte macderno o 8 de algum espore a ates cm particular 2.1. Preced. ‘edentes da emergéncia do esporte moder 4 civilizagaosen 3 i a¢A0/esportivizagao dos passatempos populares eet ‘obras mais densas ¢ que fornece a maior quantidade de (1900) ATIEOS tobre a temdtica do esporte # A busca de excepto BennInE: ora juntos, ora separadamente'®. Tendo como pano cle fur 2 teoria do processo civilizacional, desenvolvida por Elias (1989), 0s au- tores tentam compreender e explicar diversos aspectos do fendmeno EsPortivo. No que concerne especificamente & histéria do esporte, al uns artigos dessa coletanea contribuem de forma especial para a sua compreensao: “A génese do desporto: um problema sociolégico” (Buias, 19922), “Ensaio sobre o desporto e a violéncia” (Eis, 1992b), ‘© futebol popular na Gra-Bretanha medieval € nos inicios dos tem- os modernos” (Eias & DUNNING, 1992¢); € A dindmica do despor. to moderno: notas sobre a luta pelos resultados ¢ o significado social do desporto” (DuNNine, 1992) Em todos estes trabalhos — rtigos escritos por Norbert Elias € Erie se diferenciande das explicagées eruditas ou de senso comum que incluem (05 esportes modernos em uma genealogia de longa duragio, apontando sia 10. Assim como extdna obra, tratare ox autores ora juntos, ora separadamente: sen oA hace arto um sbaiho tae se sustenta na mesma linha de pessament Jesenvolvere! az ideias ele comtidas como se fossem sempre de ambos os auto Fes, em contrapartia, tendo em vista snecersidade de permit ao lettor ao Panhamento do texto, duando daz ciragocs, farel releréncia aos autores Scparadamente, de acordo com trabalho de ande retirarl 0 treche eivado a muitos tipos de espertes, praticados atualmente wiles por todo o mundo, tiveram sua origem lo XVIII comecou 0 que bastante si Lies defendem que ja no sécul Grocesso de esportivizagao” (ELIAS, 1992b, p. denormiatassacempos populares. Fa oe a eee orincipalmente a partir da segunda metade do sé eae Jn metade do século XX, 0 termo esporte © ow He na primeir: fe nesoctados I thease werengto, nae unit esfors 4 He cao aanatise que ov autores fazem sobre a origem € eae easpert quanto os exemplos do surgimento de deter- a peunizagoes, © ainda 4 sua posterior absorgao por ee gietencemente esclarecedores para mostrar que S40 teense dali se transformaram mum "padr3o de um ‘simensao mundial” (ELAS, 19a, p. 191)" tua wansformagio liga-se a0 desenvolvimen qearam a ser padronizados para expressar for- euto XI ‘0 fisico desempenha 0 wes es principal Pastusse anadas Br roe palses, ijn 18 ovigimyento die lazer de igunclo os autores, to de uma diference forma de aansnnciedade. Eles referem-se a necessidade de uma cres- ee lomportamento que ocorria naquele Tir Or argumentos sobre a adogio desse tipo expecifico de passatempos por outros pists oeorrida no perfode entre 1850 ¢ 1950, estSo apresentados nas paginas 187 200 de obra de Elias © Dunning (1992) esse (como parece evidente) demonstraram sey identificavel durante esse periodo em viriog pents8idade de emergiram na Inglaterra? Que condigdes da eae POF que (Pz justificam 0 seu desenvolvimento? © que dig nt inate outros passatempos? MBC OF capone Eles vio buscar as respostas a essas questoey ¢ : sto entre o desenvolvimento da estrutura de poder nan" re inglesaeg ge volvimento dos passatempos com caracteristicas de ¢ O desen, & DUNNING, 1992, p. 49). Os autores concluem, entag po (Eting moderno € 0 resultado do proceso de civilizagao, aj tt" ° &SPorte tral é 0 aumento das sensibilidades em ee CLO cen, cesso de transigao de passatempos a es relacao a violg lencia, Ess © bro POrtes, Posteriorme, tado quase globalmente, ocorreu paralelamente a parlamens MEE expor. Estado inglés, no qual a aversao a violéncia explicita « cee ns fletiu nos habitos sociais dos individuos, sendo substitu, ae lencia simbélica. Assim, da mesma forma que a arte da guerng tituida pela retérica € negociacdo, os passatempos ace regulamentacdes que visavam a controlar a violéncia. Violéncig ue fazendo parte dos valores sociais daquele contexto historic, aéseag ser controlada pelo poder de Estado (0 Gnico que poderia utilizé ay Passou a ser controlada de forma autocoercitiva, na medida em que o, individuos aprendiam a dominar as préprias emogoes. Como exemplos das diferencas entre 0s jogos praticados na Ida. de Média ¢ 0 esporte moderno, séo particularmente esclarecedoras as descrigées € interpretagdes minuciosas apresentadas sobre um jogo de bola medieval chamado futebol ¢ a respeito da casa a raposa Sobre o primeiro, no capitulo intitulado “O futebol popular na Bretanha medieval ¢ nos inicios dos tempos modernos", Elias ¢ Dunning (1992c) oferecem uma andlise bastante consistente e capaz de permitir a identificagio de varios aspectos que, de forma significa- tiva, mostram diferengas entre aquele futebol € o que é praticado no mundo de hoje, com a denominacao de esporte. Vale ressaltar (0 que __" es) que as referéncias encontradas nao au ito pelos autores) a jentificagao seRur: ; pretagao apresentadas permitem seguramente m é fe a a.com o futebol atual. Mas mesmo as ee ee jerente ¢ bastante mais violento que im, 2 dese um jogo muito diferent ; firmar awe or 0 Be sports NS ue as maiores evidéncias sobre esse jogo fo Nao & por item fontes inglesas medievais (documentos of encore ory de infrutiferas tentativas de proibigio do Es ee rari jogo de bola chamado futebol, Tais documentos atica @ vavel violencia que fazia parte desse jogo (dai a sua 3 Pita de eficacia do Estado Medieval na aplicacao das roidis a go Estado Moderno, Com efeito, repetidos editos Wei até 1615 mostram como as autoridades da época jais de 1" pratica desses passatempos, por consideré-los indis- oe Hesperdicio de tempo © uma ameaga 3 paz. igdes demonstram ainda que, mesmo que esses ‘condenava os, um tidas proil q _ ‘elvagens € turbulentos em relagao aos atuais padroes “avam deles. O que faz com que Elias ¢ Dunning con- ciplinad As repe' jogos fossem 5 ‘as pessoas gost Tete tnnsontim mondo Coma cP A oe re pee Be vimento da estrutura social, Contudo, mesmo que também acontecam, nio sio hoje 13, Ver Elias (1992¢, p. 258): "Manifesto para a preservacio da paz" ia. Esta inter cluam qt N que a sta res i. a realizagao sistemética nfo possa ser considerada um, com COmportamento de desvio: mesmo que pustessem levar os praticant vena es PFisio, isso nao impedia que esses jogos fossem © passatempo favorito das pessoas, uma fora de se divert com ua bola de futebol, quer se verifiassem ou no osos partidos enarze8 6% sanglintados,embora pra as autridades iso foseconsderado um com portamento anti-social [1992c, p. 260] iciosos desses j0B0S, 08 auto. Apesar de nao haver registros minu\ dona Cornualha’ res apresentam uma descrigio do bring, jogo Praticas caujas caractersticas principas paso a destacarDos oss mais regulamentado: tipos, oburing to goales € 0 busing tothe couric, 0 primeiro er3.0 praticado entre duas equipes (15,20 0u30jogadores), er jogado num campo demarcado com duas meta (rbustos), para onde oF Jogado res tentavam levar uma bola (meta dos adversirios). segundo tam beém era realizado entre duas equipes(paréauias até» populacso de cidades inteiras) lideradas por dois cavalheiros (desafiadores) que t ham como objetivo levar a bola para dentro da meta (residéncis dos desafiadores ou mesmo os muros da cidade), usando um sem niimero ‘com a participagio de homens a cavalo de estratégias, inclusive jonalizada © Esses confrontos aconteciam de forma semt-instituct em certos dias do ano, constituindo-se um trago do modo de vida das sociedades medievais ~ um tipo de “lazer equilibrador, profundamen te entrelagado na urdidura e trama da sociedade”, diriam Elias ¢ Dunning (1992¢, p. 263). Nesse sentido, ¢ sendo uma parte do ritual tradicional que pertencia a0 cerimonial da Terca-feira Gorda’, os dias de jogo eram esperados com ansiedade para, por meio da pratica do 14 Ver descrigio em Elias e Dunaing (1992, pp. 270-274). 15, Um cerimonial ds lgrea associado ao ciclo global dos dias santos eferiados —_ es constituidos, serem resolvidas quere ‘¢ Dunning, 0 futebol medic intre facgaes locals, es jenes, sem ser motivo pode! “Assim, para Elias a revelia dos os rituais oficiais ¢ sol parte da populacao muito precisas nem so existiam reBras ved Jos. No entanto, 1ss0 ado signifies aus sasideram que © aU a — uma espécie de democr existiam au- gos nia ig externas para a . Os autores CO de democraci ye, p_ 276), a.qual tinha © papel de auro~ wea diminuta participacao de agentes extern0f muito diferente do que aconteceria ealizado da mesma forma em dife s costumes 1e existia era “Um facia al Duxninc, 199° regras escritas © nada indica que fosse r pessoas jogavam com base no: « insttuidas regional ou nacionalmente, © que to mais imprecisa do que € hoje. Mesmo que (em especial no burling to gales, aualmente ‘omunidades, Pois 38 anizagio mul fentficadas algumas resras rr muito menos cegulamentados que os aus, aU OS Ga vcaréter distintivo destes jogos populares tr2- arate dos modernos jogos desport eM geral” (idem, p. 277) portance destacar que aquela sociedad $6 caracteri=Avs por ua eradgio oral, em que as pratias populares eram transmitidas de eraggo, aviva voz, Como as pessoas vinculadas 20s Jogos ‘letradas, ndo havia o costume de fixar, na forma cornave 018 possam seid esses jogos geragio em g cram, na ua maiOria, ae repras do futebol ¢ de outros jogos populares, 0 que as tor cescrit ia dessa imprecisao e da pouca hava bastante imprecisas. Luma evidénci vHferenciagio entre as diversas priticas esportivas populares € 0 fato die em muitos documentos oficiais, nao haver referéncia a jogar fue fol sim a jogar com uma bola de futebol (uma bexiga cheia de ar, por ve zes revestida de couro). Jaa caga A raposa, um dos esportes con: perspectiva de Elias e Dunning, era regida por cédigos bastante ela iderados pioneiros 2B_EDUCACAO Fisica, EsroRTE _pIVTASIDADE os tanto 08 cAGHCIOFES COMO 05 caeg borados, a que estavam submeti 4 caga 4 F4p0sa LOFNOU-se um Diferente de outros paises, na Inglater™ mv organizagdo € Convencées Passatempo altamente especializado, ¢°" «, Esse novo passatempo réprias, que surpreendiam os estraneel"o®" diferenciava-se de ours manciras de cagar Faposas € mesmo da caga de outros animais.© ponto central, destacado PEIOs ANfOTES ingleses cag3¥2 cer com ai das demas ‘em outros paises € €m perio. lamentagao especi. : que, naquele periodo, os gentlemen see (Euus, 1992b, p. 237), 0 que quer diz troduco de uma especiica Jorma regulamentada de caga que se distingta Enquanto essa atividade aconteci? dos anteriores de forma indiscriminada ¢ #8 reguli fica, na Inglaterra do século XVIII €ineio 4° século XIX ela apresen- tava outras caracteristicas,Cagava-se somemte raPosH § MAE CMTOs animais que porventura aparecessem 8 Frente dos C5209" sendo que seguir outros animais é, inclusive, das, seguirem apenas a primeira diferenciava de outras por nao 0s cies eram treinados para nao per para, de acordo com as regrasestabeleci raposa avistada, Essa cagada também se ae aera ae a as te ee ee eae ator ces ers ee de fogo, matar as raposas era tarefa dos cies, que Tel numa espécie de morte “por procuracao” (idem. P. 239) Esse exemplo empirico da caca 8 raposa, conforme brevemente escrito, leva Elis a dizer que “o esporte & de fato, uma das maiores invengées sociais que os seres humanos rez (idem, p. 243). Ele mostra como, pela delegagio da tarefa de matar € sa um cédigo elaborado € auto-imposto presentavam seus donos -alizaram sem o planejar” pela submissao dos cacadores de restrigdes, essa nova caracteristica dos passatempos tipo jogos-es- portes se transformou numa forma de valor que permitia usufruir 0 16. Verem Elis (19926, p. 238), a reagdo de um cavalhel és weg aas a Iheio francés ao participar numa _ —~ fo animal seguisa fe, as cat or Lo teroaer 29 0. Além de garantir 0 pra arrependimento. Al #8 ° sea sem qualquer i eee er da luta sem Tasco de sofrer consequendis da violé Fer do CTO OY elaboradas (€ muntas VEZ reelaboradas) torna. nee anto, mais excitanee nos desigual €, POE mite também ident te pratica fe dio prazer. Enquan ree na sul ais interessava era a per tificar, diferentemente de Outros fdas, um deslocamento da énfase to no passado € NOW os de cas Ipseqiiente ingestao ia nas a fase €st T eagado, na versio inglesa © ceguinte interpretagao SI ¢ novo passatempo: tividades au tava colocada na mor que mi tetiza, de forma muito eviden acteristicas dess fazer de comer, enquanto Mot ide matar, ainda que de forma sa. Era um ancia de ter desaparecido © Pr ‘Acircunstancia d 8 ae e de se ter atenundo © PIR=ET rico do estilo inglés de casa 3 rap0 de caga eo prazer yo para 06 ificance, Foi caracteris 1. A morte era executada pelos cles huase tornado [1] principal fonte de divertimento te final da raposa—o triunfo da insigei prazer por procures dja propria erseauigso om cro aspecto fundamental do exeref0 A mot va. eomtimeca 9 serandag cima Mas, em si préprio, jf n30 principal Fonte de prazer Esa fangio havin sido deslocada para a caga J. Matar raposas era fcil. Todas as regras da cage iar a ido animal, para a persegssso L Jor labors par 07 vitoria por algum tempo — ce, mas porque a excitagio da prépria caga se t sar menos facil, a fim de prolongar a prova, para 2 so porque se sentia imorale injusto matar Ap~ sas tdo clarament ransformara, na principal fonte de prazer dos seres humanos participan- ccada vex mais, lo, nos circulos onde arar sobre as raposas era estritamente proibid tes, Disp pequena nobreza, isto forma de caga teve origem, entre aaristocracia € 8 esta ¢imperdoavel € 08 ren- ‘ea considerado como tum comportamento incorreto deirostinham que seguir {..] as regras dos seus superiores, nds que as ra- posas roubassem suas galinhas ¢ os seus patos. Disparar contra as raposas era ‘um pecado porque isso privava os cavalheiros da tensio-excitagio da aca isso destruia o seu esporte [ELiAs, 1992b, pp. 245-246, grifo meu syactersticasdistintivas do Novos No esforgo de mostearas © aque, na Idade Méd 2, O terme Satempos, Elias ¢ Dunning afirmam Porte tinha um nos especifico. $6. partirdy .. lo 56 ‘Clg XVIIL équesetornou um ero especalizado, "ransfortando se mepectfico de aSSHtCMPO reazngy T® © Dor sérios de terras. Era com as cq act forma de expressar um tip? aristocratas e cavalheiros proPr' ie acontecia 0 MM POE, OU Se aque acont U Se)a, aquele y, terstico de t0d05 05 esportes),« «da Inglaterra naquele periodg, fe m valor tensio €2 excitacig los risticas da caga 3 raposa culado a um ethos especifico (caract das classes abastadas ¢ sofisticada maram ram essas classes que transfor Imentados, para se cOnsttuirem como confrontos simulados € r€8t! parte principal do seu prazer sxemplos, podem set ‘pestrutura de todos os e 08 esportes ay + identificadas algumas cara ac teristicas que os autores atribuem modernos. Assim, s40 atividades ort sico, em que se confrontam, pelo menos, das de acordo com um conjunto de regras Tig0rosas, explicitas e dife. reneiadas, que se vinculam tanto ideas de Justia ¢ iGualdade de ree eo re coke a ae ec tro de um padrdo especifco de dinimica de grupo que, Facilitando, ¢ ‘contrar um nivel de tensao agradavel ganizadas € que exigem esforco duas partes; Sio desenvoly, restringindo a tensio, visa a en 2.2. As public schools” inglesas e a transformacao de jogos populares em esportes Nas paginas anteriores, apresentei aspectos dos “momentos ini- ciais de ‘esportificagao’ da sociedade inglesa” (LoPes, 1995, p. 148) 17 Cremeans prec cnet cone gtr i pre, ile io Merl lingua ness empregada mos oon Lonsontt gimento do esporte moder aes de Elias € Dunning © ‘ebol popular ¢ da caga ntre a di edo processo de 5 contribu Jos do fut 0 paralelismo ca génese do Esta de, na anilise, iden’ s altas os exer? ae remocesso, dando Enfase earempos populares wirores, AEST Nhs especifico das classe plas ¢ Dunning nao analisaram smo ethos vn esporte, ocorrida nas A wy inglesas, €analisad POF Bourdieu (19836) em “Como € public 70 ain que o autor privilegia 2 anslise da parti- portivo?”, eigao escolar do século XIX ma invengao do esporte ‘ado pelos ™ cesso com um ¢ da excitagao (1992) vinculado a0 me: los jogos populares €! {io inalés, 2707" esse pro’ care uf em A busca posterior, Cipagao da inst modern© Consi interagem det uma genealogia realidade espect que o esporte se trata de um campo NO qual dentro eu faz do que ele identific que nao pode ser iderando ‘erminados agente historica da aparigao fica e diferente de qualquer outra, reauaida a um simples” 080 ritual ou ao divertimento festivo. Nese ‘assim como defendem Elias € lerar os jogos das socieda (O socidlogo vé, dessa forma, de um sistema, Bourdit a como uma Dunning, para Bourdieu € er- des pré-capitalistas como pré- a aparigao do es- sentido, roneo consid ricas pré-esportivas erm, na Inglaterra, ndo significa escola ia ena Austria, 0 peculiares de disso, a public school inglesas ram tipos Pare seavar ovens das lasses alta, cujo ai pagavom plas © oar te dn wees 6m ‘dc internato. Atualmente essas esc0-

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