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ESTADO DO RIO DE JANEIRO

PREFEITURA MUNICIPAL DE ARRAIAL DO CABO


PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO
PROCURADORIA FAZENDÁRIA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO

Processo originário nº: 0002297-28.2021.8.19.0005

MUNICÍPIO DE ARRAIAL DO CABO, pessoa jurídica de direito


público interno, inscrito no CNPJ sob o n.º 27.792.373/0001-07, com
sede na Avenida da Liberdade, n.º 50, Centro, Arraial do Cabo - RJ,
CEP 28930-000, ora Apelante, por sua procuradora que adiante
subscreve, nos autos do processo em epígrafe, vem, perante este
Douto Juízo, com fulcro no art. 1.009 e seguintes do Código de
Processo Civil, o presente:

RECURSO DE APELAÇÃO

Em razão da r. Sentença de fls.20, proferida pela Vara Única


da Comarca de Arraial do Cabo, pelos fatos e fundamentos que passa
a expor:

DOS REQUISITOS EXTRÍNSECOS DO RECURSO

DO CABIMENTO

A r. decisão recorrida foi proferida nos seguintes termos:


“Trata-se de execução fiscal proposta pelo MUNICÍPIO
DE Arraial do Cabo em face de VALMIR ZOZIMO DE Souza
por débito de IPTU, exercícios 2017, 2018, 2019 e
2020, sem que a citação tenha se efetivado até a
presente data.

Consta certidão/informação de óbito (que segue) do


executado falecido em 01/08/2021, anterior à
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distribuição. Passo a decidir.

Nos termos da jurisprudência do STJ, espelhado na


Sumula 392, é vedada a substituição da CDA no curso
da demanda para a modificação do sujeito passivo
ainda que em razão do falecimento do Executado.

[...]

Ressalte-se ser dever do Magistrado dar efetividade


aos comandos judiciais e zelar pela razoável duração
do processo. A permanência no acervo de feito que não
alcançará efetividade, viola a razoável duração dos
outros feitos em trâmite no mesmo cartório.

Isto posto, em razão do falecimento da parte


Executada, JULGO EXTINTO O PROCESSO, na forma do
artigo 485, inciso IV, do CPC, por ausência de
pressuposto de constituição e desenvolvimento válido
e regular do processo.

Deixo de condenar o Município ao pagamento das custas


processuais, em razão do disposto no art. 17, inciso
IX, da Lei Estadual n° 3.350/99.

Deixo de condenar, ainda, ao pagamento da TAXA


JUDICIÁRIA, considerando os Avisos TJ nº63/2011 e CGJ
nº 273/2020.

Sem honorários ante a ausência de manifestação da


parte Executada.

Junte-se a informação de óbito.

Após o trânsito em julgado, dê-se baixa e arquive-


se.”

Dessa forma, verifica-se o cabimento do presente recurso,


mormente por se tratar de Sentença proferida, nos termos do artigo
1.009 e ss do Código de Processo Civil.

DA TEMPESTIVIDADE

O art. 1.003, §5º do Código de Processo Civil estabelece o


prazo de 15 (quinze) dias para a interposição dos recursos, com
exceção dos embargos de declaração e, em adição, o artigo 183 do
mesmo Código, concede prazo em dobro para as manifestações
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processuais da União, dos Estados, dos Municípios e suas respectivas


autarquias e fundações de direito público.

Neste sentido, considerando que o Município foi intimado na


data de 16 de junho de 2023, como demonstrado em fls. 40, e que tem
prazo em dobro para realizar suas manifestações processuais, eis que
tempestivo o presente recurso de apelação.

DA AUSÊNCIA DE PREPARO

Informa, desde logo, que deixou de recolher o preparo


recursal, em razão da isenção concedida, por se tratar de
pessoa jurídica de direito público, onde o artigo 107, parágrafo 1o do
Código de Processo Civil dispõe que as pessoas jurídicas de direito
público, como o Município de Arraial do Cabo, gozam de isenção legal.

Isto posto, preenchidas as formalidades legais do artigo 1.009


e seguintes do Código de Processo Civil, requer a remessa dos autos
ao E. Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, como de direito.

Termos em que pede e espera deferimento.

Arraial do Cabo, 14 de setembro de 2023.

EDUARDA FERREIRA PESSOA


Assessora da PGM
MAT. 58.459

MARIANA CLEMENTE V. DA COSTA


Procuradora Fazendária
Mat. 56.374
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EXMO. SR. DR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE


JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

APELANTE: MUNICÍPIO DE ARRAIAL DO CABO

APELADO: VALMIR ZOZIMO DE SOUZA

PROCESSO Nº. 0002297-28.2021.8.19.0005

ORIGEM: VARA ÚNICA DA COMARCA DE ARRAIAL DO CABO/RJ

RAZÕES DE APELAÇÃO

Egrégio Tribunal,

Colenda Câmara,

M.D. Desembargador Relator,

I - SÍNTESE DA DEMANDA

A sentença ora atacada, julgou extinto o processo, sem


resolução do mérito, na forma do art.485, IV e VI do CPC sob o
fundamento de que na data da propositura da ação, o executado já
havia falecido, conforme informação prestada pela Corregedoria
Geral da Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Ocorre que a
notícia do falecimento do executado só foi de conhecimento da
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Fazenda Pública no curso da Execução.

Isso acontece com frequência porque os herdeiros


geralmente não prestam nenhuma informação ao Município para a
atualização do cadastro, mesmo o CTM disciplinando sobre o tema,
vejamos:

Art. 29. O contribuinte fica obrigado a comunicar ao órgão


competente, dentro do prazo de 30 (trinta) dias contados
da respectiva ocorrência, os seguintes fatos:
I- a aquisição ou compromisso de compra e venda de imóveis
e suas cessões;
II- a demolição, o desabamento, o incêndio ou a ruína do
imóvel;
III- a mudança de uso do imóvel, bem como a cessação ou
alteração das condições que levaram redução do Imposto;
IV- a averbação, no Registro de Imóveis, das alterações
ou retificações porventura havidas nas dimensões dos
terrenos;
V- Quaisquer outros fatos que possam afetar a incidência
ou cálculo do IPTU.

Além disso, muitos jamais chegam a proceder com a abertura


do inventário, como determina o art. 1.796 do Código Civil e o
art. 611 do CPC. Desse modo, o IPTU continua sendo lançado por
anos contra um contribuinte já falecido. Consequentemente, a
execução fiscal acaba sendo promovida contra uma pessoa que não
existe mais.

DAS PRERROGATIVAS PROCESSUAIS APLICADAS FAVOR DA FAZENDA


PÚBLICA

Inicialmente, importante destacar que, através da norma


processual civil são conferidas prerrogativas à Fazenda Pública
em relação aos particulares, em razão da supremacia do interesse
público.

Observado então o interesse público, é necessário a


concessão de tais prerrogativas processuais ao ente público em
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juízo, considerando o excessivo volume de trabalho, as


dificuldades estruturais da Advocacia Pública que dificultam o
acesso aos dados cadastrais, documentos e elementos essenciais
à causa.

Observa-se que o lançamento do tributo foi realizado em


face do Sr. Valmir Zozimo De Souza, pois à época do lançamento,
estava o Executado cadastrado na CDA.

A sucessão causa mortis, é, portanto, um caso típico de


sucessão legal objetiva, que conforme se verá a seguir, não passa
de uma mera atualização do sujeito passivo, a qual atenderia o
interesse do Ente público sem qualquer afronta à Súmula 392 do
STJ.
.
Assim, considerando as peculiaridades no caso da sucessão
causa mortis, deve ser mitigada a aplicação da súmula 392 do STJ
para permitir o prosseguimento da ação executiva em face do
espólio, evitando, com isso, a extinção massiva dos processos
executivos o que resultaria incalculáveis prejuízos à Fazenda
Pública Municipal.

Garantindo ainda, a aplicação dos princípios


constitucionais da razoável duração do processo, economicidade
e prestação jurisdicional efetiva, bem como os princípios
processuais da primazia do julgamento do mérito e a preservando
as prerrogativas processuais conferidas à Fazenda Pública
decorrentes da supremacia do interesse público.

DO AFASTAMENTO DA SÚMULA 392 DO STJ - SUCESSÃO LEGAL


OBJETIVA

A Súmula 392 do STJ tem a finalidade precípua de PROTEGER


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O LANÇAMENTO, motivo pelo qual veda a alteração da CDA para


substituição do sujeito passivo, por constituir alteração do
próprio lançamento, o que somente poderia ser feito, em regra,
com novo lançamento e não mera substituição de CDA.

Pois bem, via de regra, para alterar o sujeito passivo


necessitaria de prévio processo administrativo para apurar a
responsabilidade desse novo sujeito. Entretanto, não se trata de
regra absoluta.

Este entendimento deve sofrer mitigação, visto que o


firmado no enunciado 392 do Superior Tribunal de Justiça deve
ser utilizado com certa ressalva.

É certo que para a aplicação de qualquer súmula é


necessário atentar para a semelhança dos casos, fazendo-se a
devida distinção e neste caso, não foi possível localizar
precedentes que deram origem à Súmula 392 que trata do
direcionamento para a massa patrimonial em razão de sucessão
causa mortis.

Dito isto, é preciso diferenciar as situações nas quais


essa identificação do sujeito passivo dependa de apuração da
responsabilidade, ou seja, através um processo administrativo
para comprovação da causa legal de responsabilização, daquelas
onde a responsabilidade seja automática, a partir de prova
documental objetiva.

O acontecimento morte abre a sucessão do de cujus,


transmitindo-se a herança que, nos termos do art. 1.785 do Código
Civil, ocorre no último domicílio do falecido. Assim, em
conformidade com o art. 126, III, CTN, o espólio tem a capacidade
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tributária passiva e poderá ser a ele imputada obrigação


tributária como unidade econômica. Também afirma que o art. 110,
CPC:

“Art. 110, CPC. Ocorrendo a morte de qualquer das partes,


dar-se-á a sucessão pelo seu espólio ou pelos seus
sucessores, observado o disposto no art. 313, §§ 1o e 2o."

Nessa esteira, vale trazer à baila a recente decisão do


E. Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul:

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. EXECUÇÃO FISCAL. MUNICÍPIO. IPTU.


AJUIZAMENTO CONTRA CONTRIBUINTE FALECIDO.
REDIRECIONAMENTO CONTRA O ATUAL PROPRIETÁRIO.
POSSIBILIDADE, TENDO EM CONTA QUE A PROVA DO ÓBITO SURGIU
APÓS AJUIZADA A COBRANÇA. DESCABIMENTO DA EXTINÇÃO SOB O
ARGUMENTO DE NÃO SER VIÁVEL SUBSTITUIR A CDA. TRATANDO-SE
DE RESPONSÁVEL TRIBUTÁRIO (CTN, ART. 131, III), E NÃO DE
CONTRIBUINTE, NÃO É IMPRESCINDÍVEL CONSTAR O NOME NA CDA,
SALVO QUANDO INCLUÍDO NO AUTO DE LANÇAMENTO E NA INSCRIÇÃO
EM DÍVIDA ATIVA. NÃO É O CASO DO IPTU, CUJO LANÇAMENTO É
AUTOMÁTICO OPE LEGIS NA VIRADA DO ANO CIVIL, EM NOME DE
QUEM O IMÓVEL ESTÁ CADASTRADO. ASSIM, IN CASU, NÃO SE
APLICA A SÚM. 392 TAMPOUCO O RESP. 107394-RJ DO STJ (VERSOU
LANÇAMENTO CONTRA O ESPÓLIO, MAS A CDA FOI EXTRAÍDA COM O
NOME DO DE CUJUS), VISTO NÃO SER CASO DE SUBSTITUIÇÃO DA
CDA. PRELIMINAR DE NULIDADE DA SENTENÇA. REJEIÇÃO. VOTO
VENCIDO DO RELATOR QUANTO À EXTINÇÃO. À UNANIMIDADE,
PRELIMINAR REJEITADA E, NO MÉRITO, POR MAIORIA, APELAÇÃO
PROVIDA.(Apelação Cível, Nº 70046868899, Primeira Câmara
Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Irineu Mariani,
Julgado em: 15-02-2012
Vale ainda citar relevante trecho do voto contido no
supracitado acórdão[xii]:

Conclui-se que, o espólio é o responsável pelas dívidas


daquele cujo nome figura como devedor na inscrição da Dívida
Ativa sendo, portanto, uma responsabilidade objetiva, sem a
necessidade de apuração da responsabilidade.

Sobre a responsabilidade tributária dos sucessores,


disciplina o Código Tributário Nacional o seguinte:

Art. 131, CTN. São pessoalmente responsáveis:

II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro,


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pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha
ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante
do quinhão do legado ou da meação;

III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até


a data da abertura da sucessão.

E ainda que esteja no nome do falecido o art. 34 do CTN


indica como contribuinte do imposto o proprietário do imóvel, o
titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer
título.

Destaque-se ainda que a Fazenda Pública só poderá indicar


na CDA o espólio no cumprimento de suas obrigações legais, após
atualização da inscrição imobiliária perante o fisco, e abrindo
tempestivamente o processo de inventário do falecido. Afirma o
CTN:

Art. 113, CTN. A obrigação tributária é principal ou


acessória.
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária
e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas,
nela previstas no interesse da arrecadação ou da
fiscalização dos tributos.

Art. 147, CTN. O lançamento é efetuado com base na


declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou
outro, na forma da legislação tributária, presta à
autoridade administrativa informações sobre matéria de
fato, indispensáveis à sua efetivação.

Consequentemente, não há que se entender, na hipótese,


que houve a alteração do sujeito passivo da obrigação não
tributária, até porque o espólio é uma universalidade de bens.

Isto é, o espólio do executado ou seus herdeiros, passam


a ser patrimonialmente responsáveis pelo pagamento da obrigação,
por determinação legal, dispensando-se, em consequência,
qualquer alteração do título executivo.

Diante o exposto, verifica-se que o caso em tela não há


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similitude com os precedentes que originaram a Súmula 392 do


STJ, devendo ser afastada a aplicação deste enunciado,
determinando o prosseguimento da execução em face do espólio
pois é caso de sucessão legal objetiva, sem a necessidade de
apuração administrativa da situação ensejadora da
responsabilidade superveniente, nem mesmo substituição do polo
passivo, uma vez que esta decorre da própria lei de forma
imediata e direta.

Por estes motivos, deve prosseguir o feito, uma vez que,


neste caso, houve sucessão 'causa mortis', devendo ser afastada
a aplicação da Súmula 392 do STJ, porque não se trata de
modificação do sujeito passivo.

DA NÃO CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS

Não assiste o Executado, por qualquer razão, quanto à


condenação ao pagamento de custas processuais e verba honorária.

Isto porque, a presente Execução Fiscal é fruto tão


somente da inércia do executado, uma vez que o mesmo não cumpriu
com a sua obrigação tributária em arcar com o presente tributo.

II- DO PEDIDO

Ante o exposto, conforme demonstrado pelos elementos de


fato e de direito, pugna pelo conhecimento do presente recurso
de apelação. Outrossim, requer seu total provimento, a fim de
reformar a respeitável sentença a quo, reconhecendo a
exigibilidade dos créditos executados neste feito, determinando
o prosseguimento da execução para cobrança dos créditos em
disputa, tudo como medida da mais elevada Justiça.
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Termos em que pede e aguarda deferimento.

Arraial do Cabo, 18 de setembro de 2023.

EDUARDA FERREIRA PESSOA


Assessora da PGM
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MARIANA CLEMENTE V. DA COSTA


Procuradora Fazendária
Mat. 56.374

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