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1
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Atribuição – Não Comercial – Compartilhamento pela mesma licença 4.0
Internacional. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, para fins
não comerciais, desde que citada a fonte e que licenciem as novas criações sob termos idênticos.
ATENÇÃO
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Sumário
Apresentação e Guia de Estudos do Módulo 1 4
Aula 1 O Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora 6
Aula 2 Fundamentação jurídica e a preferência legal do acolhimento familiar 23
Aula 3 Os Benefícios do Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora 27
Aula 4 Benefícios do Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora para
quem Executa o Serviço de Acolhimento 32
Referências e Sugestões Bibliográficas 36
Normas: 36
LIVROS E ARTIGOS: 37
SITES E PROJETOS 37
ATENÇÃO
3
Apresentação e
Guia de Estudos do
Módulo 1
Neste módulo, buscamos apresentar o conceito e o
funcionamento do Serviço de Acolhimento em Família
Acolhedora (SFA), bem como a diferença entre esse serviço e
outras alternativas de atenção e cuidado viabilizadas pela Rede
de Proteção à criança e ao adolescente, como o Serviço de
Acolhimento Institucional – SAI, a Família Guardiã (guarda na
família extensa), o Apadrinhamento Afetivo e o instituto jurídico
da Adoção.
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1. AULA 1
1.1. Leia, na apostila, a Aula 1 do Módulo 1.
1.2. Assista à aula narrada 1.
1.3. Assista ao vídeo sobre o Serviço de Acolhimento em Família
Acolhedora e sua contextualização no Brasil e no mundo.
1.4. Assista ao depoimento de Lumena e Ronaldo Mariconi.
1.5. Assista ao vídeo sobre as principais diferenças entre SFA, SAI, Família
Guardiã (guarda na família extensa), Apadrinhamento Afetivo e
Adoção.
1.6. Faça os exercícios de fixação da Aula 1 na plataforma.
2. AULA 2
2.1. Leia, na apostila, a Aula 2 do Módulo 1.
2.2. Assista à aula narrada 2.
2.3. Assista à entrevista sobre Preferência Legal e Prioridade do SAF.
2.4. Faça os exercícios de fixação da Aula 2 na plataforma.
3. AULA 3
3.1. Leia, na apostila, a Aula 3 do Módulo 1.
3.2. Assista à aula narrada 3.
3.3. Assista ao vídeo “O começo da vida: o caso dos Órfãos da Romênia”.
3.4. Assista ao vídeo “Vínculos emocionais no acolhimento – solução ou
problema?”.
3.5. Faça os exercícios de fixação da Aula 3 na plataforma.
4. AULA 4
4.1. Leia, na apostila, a Aula 4 do Módulo 1.
4.2. Assista à aula narrada 4.
4.3. Assista à entrevista com a técnica de um município que realizou a
substituição do acolhimento institucional para acolhimento familiar.
4.4. Faça os exercícios de fixação e de reflexão da Aula 4 na plataforma.
Bons estudos!
5
Aula 1
O Serviço de Acolhimento em
Família Acolhedora
O acolhimento em família acolhedora ainda é uma
modalidade pouco conhecida no Brasil, apesar de haver algumas
experiências locais que funcionam há mais de 20 anos e de ser
utilizada há décadas em diversos países.
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Figura 1: Modelo de Roda dos Expostos
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Foram, então, criadas instituições como as escolas de aprendizagem
para artesãos, os educandários, reformatórios, internatos e orfanatos.
Caracterizadas como “instituições totais” e fechadas, atendiam a um grande
número de crianças e adolescentes, sendo esses separados por sexo e por
idade. Todas as atividades aconteciam no local, evitando que as crianças
e os adolescentes circulassem em espaços comunitários, permanecendo,
assim, confinados na instituição, que tinha uma abordagem essencialmente
coletiva. A principal tarefa dessas instituições era “corrigir e controlar” os
filhos de adultos pobres, considerados “incapazes” de cuidar e educar os
filhos.
Figura 3:
Figura 4:
Fonte: https://www.fazendohistoria.org.br/blog-geral/2017/4/25/orfanatos-no-existem-ento-onde-
moram-ento-as-crianas-abandonadas
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Veja, no quadro abaixo, as principais diferenças entre o Paradigma da
Situação Irregular e a Doutrina da Proteção Integral:
• Acolhimento na comunidade ou na
• Unidades de acolhimento distantes da
região (com garantia de acesso à
localidade de moradia da família de origem.
família).
• Afastamento e/ou interrupção da • Preservação e fortalecimento dos
convivência com a família de origem e vínculos familiares (sempre que
extensa. possível).
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1.3. Histórico do Acolhimento Familiar no Brasil
Nesse contexto, algumas iniciativas de "programas'' de acolhimento em
família acolhedora foram surgindo no Brasil, mas é a partir do início dos anos
2000, dentro de uma perspectiva inovadora, que estudos e discussões sobre
o tema começam a ganhar força.
11
acolhimento (como o Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora - SFA),
criar consensos sobre a forma de oferta dos serviços, produzir e socializar
metodologias. O GT Nacional, criado em 2005, deu origem, em 2014, ao
Movimento Nacional Pró-Convivência Familiar e Comunitária (MNPCFC),
que realiza articulação nacional de Organizações da Sociedade Civil atuantes
na temática da Convivência Familiar e Comunitária, tendo como principal
objetivo fomentar a implementação do PNCFC e sua interface com o Plano
Decenal dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes.
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Para conhecer o contexto apresentado e ampliar conhecimentos
sobre pesquisas e estudos realizados sobre o tema, acesse materiais
complementares no link:
www.familiaacolhedora.org.br/guia/107
13
De acordo com o Art. 19 do Estatuto da Criança e do Adolescente
- ECA (LEI 8.069/1990): “É direito da Criança e do Adolescente ser
criado e educado no seio da família e, excepcionalmente, em família
substituta, assegurando a convivência familiar e comunitária, em
ambiente que garanta seu desenvolvimento integral”. (BRASIL, 1990)
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Por se tratar de uma medida de proteção, o SFA deve realizar um trabalho
psicossocial, levando sempre em consideração o caráter excepcional e
provisório do acolhimento. Enquanto a criança ou adolescente permanece
acolhido pela família acolhedora, um intenso trabalho é desenvolvido
com a família de origem, visando o seu fortalecimento e organização,
com o propósito de preparação para uma reintegração familiar protegida,
sempre que isso for possível e representar o melhor interesse da criança e
do adolescente. Considera-se família de origem não só os pais biológicos,
mas também outros parentes próximos (família extensa) com os quais
mantenham vínculos de convivência e afetividade.
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• Fortalecimento dos vínculos da criança ou do adolescente, favorecendo o
contato com a comunidade e a utilização da rede de serviços disponíveis;
• Preservação da história da criança ou adolescente, contando com registros e
fotografias, organizados pela equipe técnica do SFA e pela família acolhedora;
• Formação permanente das famílias acolhedoras, aprimorando suas
competências para desenvolver o papel de proteção e cuidado reparador
durante o período de acolhimento;
• Desenvolvimento, de forma corresponsável, da preparação da criança e
do adolescente para o desligamento e retorno à família de origem ou seu
encaminhamento para a adoção;
• Permanente comunicação com a Justiça da Infância e da Juventude,
informando à Autoridade Judiciária sobre a situação das crianças e
adolescentes atendidos e de suas famílias.
Fonte: PINHEIRO et al, 2021.
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SAIBA MAIS
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Familiares próximos e que convivem com a criança e/ ou adolescente,
como avós, tios, primos, irmãos mais velhos, entre outros, ao assumirem a
guarda legal e ampliarem as responsabilidades de cuidado no seu cotidiano,
por vezes, necessitam de apoio das políticas públicas para vivenciar mudanças
nas relações familiares e arcar com as despesas oriundas da chegada de
novos moradores na família. Nesse sentido, é importante que seja realizado
o acompanhamento sociofamiliar e, quando necessário, ofertado apoio
material a essas famílias.
• Acolhimento Institucional
É um Serviço da Proteção Social Especial de Alta Complexidade do SUAS
(PSEAC/SUAS), que pode ser ofertado nas modalidades de Abrigo e Casa-lar.
Oferece acolhimento provisório em unidades institucionais para crianças e
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adolescentes em medida protetiva, em
função de abandono ou cujas famílias ou
responsáveis encontrem-se temporaria-
mente impossibilitados de cumprir sua
função de cuidado e proteção, até que
seja viabilizado o retorno ao convívio com
a família de origem ou, na sua impossibili-
dade, encaminhamento para família subs-
tituta. O serviço deve se assemelhar a
uma residência, atender pequenos gru-
pos, estar inserido na comunidade e fa-
vorecer o convívio familiar e comunitá-
rio.
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envolvidos na situação que deu origem ao acolhimento. O programa pode
garantir o direito à convivência familiar e comunitária, pressupõe vínculos
preexistentes e a possibilidade de longa permanência.
• Apadrinhamento Afetivo
É um Programa complementar,
regulamentado pelo ECA no Art.19-B, que
visa o fortalecimento da convivência familiar
e comunitária de crianças e adolescentes
que vivem em serviços de acolhimento, que
têm poucas chances de voltar a morar com
suas famílias de origem ou serem adotados.
Busca a construção de vínculos entre
crianças e adolescentes acolhidos e pessoas
da comunidade que se tornam padrinhos
e madrinhas afetivos, proporcionando a
ampliação de suas experiências familiares e
comunitárias.
• Adoção
É um Instituto jurídico, disposto no Art. 39 do
ECA, pelo qual se estabelece vínculo de filiação
por decisão judicial, em caráter irrevogável, que
dá à criança ou adolescente adotado os mesmos
direitos de um filho biológico, rompe os laços
jurídicos com a família de origem e torna os
adotantes seus pais para todos os efeitos legais.
É uma medida excepcional, tomada quando
não for possível a manutenção da criança ou
adolescente em sua família natural ou extensa
ou quando houver entrega voluntária do filho
para adoção pelos genitores.
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As modalidades Acolhimento Institucional e Família Acolhedora
(SFA) seguem diretrizes e prazos iguais, expressos no ECA e nas normativas
existentes, contudo apresentam especificidades na metodologia de trabalho
e na forma de oferecer cuidado e proteção. Na tabela abaixo, é possível
visualizar algumas características que diferenciam essas duas modalidades
de acolhimento:
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DE OLHO NA TELA
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Aula 2
Fundamentação jurídica
e a preferência legal do
acolhimento familiar
Desde a década de 1990, iniciativas pontuais de acolhimento
em famílias acolhedoras já ocorriam no Brasil, motivadas por
necessidades e oportunidades locais. Tais experiências organizaram-
se como projetos ou programas. Em 2004, a Política Nacional
de Assistência Social (PNAS) inseriu o Serviço de Acolhimento
em Família Acolhedora (SFA) na Proteção Social Especial de Alta
Complexidade. Segundo a PNAS:
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Art. 34 O poder público estimulará, por meio de assistência jurídica,
incentivos fiscais e subsídios, o acolhimento, sob a forma de guarda,
de criança ou adolescente afastado do convívio familiar.
§ 1º. A inclusão da criança ou adolescente em programas de
acolhimento familiar terá preferência a seu acolhimento institucional,
observado, em qualquer caso, o caráter temporário e excepcional da
medida, nos termos desta Lei.
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Outro avanço importante no Brasil foi o compromisso firmado na
elaboração do Projeto de Diretrizes das Nações Unidas sobre emprego e
condições adequadas de cuidados alternativos com crianças. Ratificado pelo
Brasil em 2009 e atualizado em 2019, o documento, dentre outras diretrizes,
prevê que, quando for necessária a separação da criança de sua família,
especialmente aquela menor de três anos de idade, o cuidado provisório
deve ser realizado por outra família.
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Lei n.º 12.010 – altera o ECA
DE OLHO NA TELA
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Aula 3
Os Benefícios do Serviço
de Acolhimento em Família
Acolhedora
Nos últimos anos, diversas pesquisas
têm demonstrado os benefícios do
cuidado em ambiente familiar, em de-
trimento do cuidado institucional de
crianças e adolescentes que precisam
de medidas de proteção. Atualmente,
sabe-se que a institucionalização pode
impactar negativamente o desenvolvi-
mento, a saúde mental e o bem-estar
das crianças e adolescentes que vivem
nessa condição.
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O acolhimento em família acolhedora possibilita um cuidado
individualizado e vivências familiares e comunitárias significativas em
um período de vida fundamental. Os benefícios, apontados por diversas
pesquisas realizadas em diferentes países, são muitos: vínculos afetivos
estáveis, maior bem-estar subjetivo, melhor autoestima, melhores índices de
desenvolvimento físico e de aprendizagem, entre outros. Estudos também
têm apontado que, além desses benefícios, crianças e adolescentes em
acolhimento familiar estão menos expostos a situações de risco, como abuso
físico e sexual, do que aqueles acolhidos em instituições.
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Diversos estudos, com destaque para o do economista James Heckman,
ganhador do prêmio Nobel de economia, apontam para o alto retorno, tanto
social quanto econômico, dos investimentos feitos na infância, em especial
nos primeiros anos. Segundo Heckman, "o melhor investimento é na
qualidade do desenvolvimento na primeira infância, desde o nascimento até
os seis anos, para crianças carentes e suas famílias”. De acordo com sua tese,
cada dólar investido em políticas de qualidade voltadas à primeira infância
irá gerar um retorno enorme tanto para a criança ao se tornar adulto quanto
para toda a sociedade.
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VÍNCULOS FAMILIARES E COMUNITÁRIOS
A vivência familiar e social, os laços com a comunidade e a noção
de pertencimento são de extrema importância para a construção da
individualidade e da identidade. Somos seres sociais e nos constituímos a
partir das experiências com os outros e com o mundo à nossa volta.
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Por fim, é importante para a criança e para o adolescente desenvolver o
senso de pertencimento e autonomia, conhecer a cidade, o bairro, o comércio
local, as tradições de sua cidade e comunidade. As pequenas vivências
cotidianas nesses contextos favorecem o desenvolvimento humano e a
construção da cidadania, pois possibilitam exercitar, entre outras coisas, a
solidariedade, a autonomia e a responsabilidade.
Fluxograma dos benefícios do acolhimento em família acolhedora:
Proporciona
maior
desenvolvimento
escolar, social e
afetivo
Maior Acompanhamento
provisoriedade da família de
origem
SERVIÇO DE
FAMÍLIA
ACOLHEDORA
Ambiente e
rotina familiar
Fonte: Elaboração própria, baseado-se nas informações contidas em PINHEIRO et al, 2021
DE OLHO NA TELA
31
Aula 4
Benefícios do Serviço de
Acolhimento em Família
Acolhedora para quem Executa
o Serviço de Acolhimento
Outra vantagem da modalidade de Acolhimento em
Família Acolhedora está no custo que esse Serviço implica para
o município. A Rede Latino-americana de Acolhimento Familiar
(RELAF) realizou, em 2019, um estudo sobre o financiamento do
acolhimento institucional e familiar em seis países da América
Latina e Caribe: Argentina, Guatemala, México, Panamá, Paraguai
e Uruguai. Esse estudo traz algumas constatações:
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Menores custos se comparados aos do Acolhimento Institucional, pois
não há despesas oriundas da oferta ininterrupta do serviço, como tarifas
de água, luz, aluguel, manutenção do imóvel, pagamento de pessoal
permanente (educadores, cuidadores, auxiliares, serviços gerais), entre
outros custos;
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Crianças e adolescentes acolhidos
Crianças e adolescentes acolhidos
moram temporariamente com uma
moram no abrigo ou na casa-lar.
família acolhedora do SFA.
• Equipe poderá ser formada pelos • Equipe poderá ser formada pelos
seguintes profissionais: coordenador, seguintes profissionais: coordenador,
assistente social e psicólogo, assistente social e psicólogo, pedagogo e
pedagogo e outros, educadores/ outros, auxiliar administrativo, motorista,
cuidadores em número suficiente auxiliar de serviços gerais e vigilantes.
para o cuidado ininterrupto,
24h por dia; cozinheiros, auxiliar
administrativo, motorista, auxiliar de
serviços gerais e vigilantes.
• Equipe de profissionais (técnicos e • Equipe profissional estabelece rodízio de
de apoio) trabalha em turnos para plantão para situações emergenciais fora
atenção e cuidados durante 24 horas. do horário de expediente. Necessita de
horas extras para atividades de formação
permanente das famílias acolhedoras.
Famílias prestam os cuidados diretos
à criança ou adolescente e não
apresentam vínculo empregatício com o
SFA ou com o órgão executor.
• Outros gastos, considerando o • Outros gastos, considerando apenas
atendimento de até 20 crianças salas para o trabalho da equipe e para o
e adolescentes (abrigo) ou até 10 atendimento: material permanente para
crianças e adolescentes (casa-lar), salas de atendimento e coordenação;
espaço para o trabalho da equipe água, luz, telefone, internet apenas para
e para o atendimento: material as atividades técnico-administrativas;
permanente para a moradia e para manutenção da infraestrutura da parte
salas de atendimento e coordenação; técnico-administrativa; material de
água, luz, telefone, internet, limpeza e higiene para as atividades
tanto para as atividades técnico- técnico-administrativas; material
administrativas quanto referentes de expediente e escritório; material
ao uso ininterrupto de todos os didático, pedagógico, esporte, recreação;
acolhidos e cuidadores; manutenção transporte - aluguel e/ou combustível;
da infraestrutura da moradia subsídio financeiro mensal durante
dos acolhidos e da parte técnico- o período de acolhimento da criança
administrativa; alimentação; material e adolescente (de acordo com Lei
de cama, mesa e banho; material Municipal).
de limpeza e higiene, tanto para as
atividades técnico-administrativas
quanto referentes ao uso ininterrupto
de todos os acolhidos e cuidadores;
utensílios de cozinha; vestuário;
material de expediente e escritório;
material didático, pedagógico,
esporte, recreação; vale-transporte
para os usuários; transporte - aluguel
e/ou combustível.
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crianças e adolescentes residem temporariamente com famílias acolhedoras
do SFA, que recebem, conforme lei municipal, um subsídio para os cuidados
com os acolhidos durante a medida protetiva. Ainda, em municípios de
pequeno e médio porte com um baixo número de crianças e/ ou adolescentes
acolhidos, os gastos com o subsídio financeiro também serão pequenos.
DE OLHO NA TELA
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Referências e Sugestões
Bibliográficas
Normas:
BRASIL. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988.
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional
Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o
exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar,
o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma
sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social
e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das
controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO
DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. [online]. Brasília: DF. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em:
20 nov. 2021.
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LIVROS E ARTIGOS:
DEL PRIORE, M. História da Criança no Brasil. São Paulo: Contexto, 2004.
SITES E PROJETOS
MUSEU de Imagens. Revista A Cigarra. Ano VI, nº 121, de 1º de outubro de 1919.
Acesso em 02 dez. 2021.
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Apresentação e
Guia de Estudos do
Módulo 2
Neste módulo, vamos apresentar as ações necessárias para a
implantação do Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora
no município, elucidando as formas de execução e a oferta
regionalizada do serviço. Ademais, disponibilizaremos os modelos
de normativas para auxiliar na criação do serviço em seu município
ou região.
1. AULA 5
1.1. Leia, na apostila, a Aula 5 do Módulo 2.
1.2. Assista à aula narrada 5.
1.3. Assista ao vídeo sobre o processo de implantação do SAF e a
importância de articulação da rede.
1.4. Faça o exercício de reflexão e os exercícios de fixação da Aula 5 na
plataforma.
1.5. Assista aos vídeos com as entrevistas sobre oferta regionalizada.
2. AULA 6
2.1. Leia, na apostila, a Aula 6 do Módulo 2.
2.2. Assista à aula narrada 6.
2.3. Assista ao vídeo sobre a importância da seleção e formação da equipe
técnica (e seus desafios) e do serviço contar com a infraestrutura
necessária.
2.4. Faça os exercícios de fixação da Aula 6 na plataforma.
3. AULA 7
3.1. Leia, na apostila, a Aula 7 do Módulo 2.
3.2. Assista à aula narrada 7.
3.3. Assista ao vídeo com atores locais com boas experiências em
divulgação do SAF e mobilização das famílias.
3.4. Assista ao vídeo com depoimentos de famílias acolhedoras sobre
como ficaram sabendo do serviço e o que fez com que se
interessassem em ser uma família acolhedora.
3.5. Faça a atividade reflexiva e os exercícios de fixação da Aula 7 na
plataforma
Bons estudos!
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Aula 5
Implantação do Serviço de
Acolhimento em Família
Acolhedora
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de pequeno porte que não possuam demanda suficiente ou condições de
manter um SFA próprio.
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QUADRO: ATORES DO SGDCA NO PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO DO SFA
Secretarias de Saúde, São responsáveis por políticas públicas de atenção a crianças, adolescentes e famílias,
Educação, Trabalho, entre por meio de um trabalho intersetorial e articulado. É importante que conheçam o
outras SFA e as especificidades de seu funcionamento para a efetivação de um trabalho
corresponsabilizado. Isso facilita o diálogo e o estabelecimento de fluxos que contemplem,
por exemplo, a garantia de matrícula em escola e de atendimento em unidades de saúde
mais próximas à casa da família acolhedora. Os fluxos podem definir também as situações
em que o atendimento à criança e/ou adolescente ou aos integrantes da família de origem
deve ser priorizado.
Defesa dos direitos Poder Judiciário É o responsável pela aplicação da medida de proteção, pela concessão de guarda provisória
humanos de crianças e às famílias acolhedoras, pelo acompanhamento de todo o processo de acolhimento e pela
adolescentes fiscalização da execução do SFA no município. Envolver o Poder Judiciário no processo de
implantação do Serviço, sensibilizando os juízes e construindo uma relação de parceria com
suas equipes é fundamental para a efetivação do SFA.
Ministério Público Tem atuação próxima aos Serviços de Acolhimento, avaliando e requerendo medidas
protetivas ao Judiciário, quando necessário. Fiscaliza todos os programas e serviços
no âmbito da infância e juventude da localidade e fomenta, monitora e acompanha
a implantação do SFA. Sua mobilização é necessária para o sucesso do processo de
implementação, efetivação e consolidação.
Defensoria Pública e Ordem Atua principalmente na defesa de direitos da família de origem e/ou extensa durante o
dos Advogados do Brasil (OAB) acolhimento da criança e/ou adolescente. É muito importante que ambos entendam o
Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora. Em alguns lugares do país, a Defensoria
Pública tem fomentado a implantação do SFA.
Conselhos Tutelares Atuam em situações de violação dos direitos da criança e/ou adolescente, nos
acolhimentos emergenciais, na articulação da rede de serviços e nos encaminhamentos
às diversas políticas de atendimento. Dessa maneira, é importante que compreendam o
funcionamento do SFA para que exerçam ações articuladas.
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EIXO ÓRGÃO FUNÇÃO
Controle da efetivação Conselhos Municipais de Operam a partir de instâncias públicas colegiadas de forma paritária na participação dos
dos direitos humanos Assistência Social e dos Direitos órgãos governamentais e organizações sociais. São os propositores e fiscalizadores das
da criança e do da Criança e do Adolescente políticas públicas e da identificação das prioridades em cada realidade. O SFA precisa ser
adolescente inscrito, registrado e aprovado nos Conselhos Municipais para funcionar regularmente.
Comunidade e outras Atores da sociedade civil organizada que atuam na defesa dos direitos da criança e do
organizações adolescente, especialmente aquelas organizações envolvidas em ações de promoção
do direito à convivência familiar e comunitária, como Centros de Defesa da Criança e do
Adolescente, Pastoral da Criança, grupos que ofertam acompanhamento sociofamiliar,
grupos de apoio à adoção, além de outras que se destacam pela atuação na comunidade,
como instituições religiosas, grupos comunitários, associações de bairros, sindicatos,
empresas e órgãos de classe.
Poder Legislativo É o principal fórum para deliberar, debater e aprovar leis. Considerando que, para a
implantação do SFA, é importante a aprovação de uma lei municipal, é fundamental buscar
o apoio do Legislativo. Portanto,, é essencial informar os parlamentares sobre o Serviço e
envolvê-los nas etapas que antecedem a apresentação do Projeto de Lei pelo Executivo
para que eles estejam cientes da importância do Serviço de Acolhimento em Família
Acolhedora no momento dos debates e votações relacionados.
Fonte: Elaboração própria, com base nas informações contidas nos Guias de Acolhimento Familiar (Caderno 02, 2021).
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Observado o quadro apresentado, podemos verificar que a
implementação do SFA exige o fortalecimento e articulação da rede de
proteção (FERREIRA; TITO; CERUTTI, 2020) e estratégias para mobilizar e
promover a articulação dos atores que compõem essa rede, tais como a
criação de uma Comissão de Implantação e a realização de um seminário.
Essas ações podem impulsionar o processo de implementação do SFA.
43
Cada município possui necessidades e realidades diferentes,
apresentando configurações diversas na gestão da assistência social, na
oferta de serviços no território e na organização do SGDCA. Portanto, o
cronograma para a implantação do SFA deverá considerar as especificidades
locais, seguindo as ações do “PASSO A PASSO” como exemplo:
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Vejamos, a fim de sintetizar esse conteúdo, um fluxograma desse “passo a passo”:
Registro prévio no Cadastro Nacional Inscrição do SFA ou registro da Organização da Sociedade Elaboração de Projeto de Lei (PL) pelo
Cadastramento no Cadastro
de Entidades de Assistência Social Civil executora, quando for o caso, nos Conselhos Municipais Executivo Municipal referente à criação
Nacional do Sistema Único de
(CNEAS), caso a execução seja por (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do do Serviço e envio para a Câmara de
Assistência Social (CadSUAS);
meio de parceria com OSC; Adolescente e Conselho Municipal da Assistência Social) Vereadores para sua aprovação
Inclusão como meta nos Planos Municipais existentes (Plano Municipal de Designação de Definição da sede, com espaço
Definição do orçamento necessário e
Assistência Social, Plano Municipal de Promoção, Proteção e Defesa do equipe técnica e de e infraestrutura necessários
da origem dos recursos que serão
Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária e coordenação do para o desenvolvimento das
utilizados na implantação e execução
Comunitária e Plano Municipal pela Primeira Infância) Serviço atividades inerentes ao trabalho
Início do encaminhamento de
crianças e/ou adolescentes
para o Serviço
Fonte: Elaboração própria com base nas informações contidas em Guia de Acolhimento (Caderno 02) (2021).
45
Ressaltamos, novamente, que esse “passo a passo” é um exemplo que
deve ser adequado às realidades locais. Além disso, alguns dos pontos
contidos serão aprofundados ao longo do nosso curso.
46
5.3. NORMATIVAS MUNICIPAIS PARA A CRIAÇÃO E REGULAMENTAÇÃO
DO SERVIÇO
O Serviço de Acolhimento em Família
Acolhedora é regulado por normativas
nacionais e deve contar com a aprovação de
Lei Municipal para sua implantação em cada
município. A iniciativa para a propositura da
Lei é do Executivo municipal, normalmente
representado pela Secretaria de Assistência
Social ou congênere, que elabora o Projeto
de Lei e o encaminha para a Câmara de
Vereadores. A proposta de Lei Municipal, além
do que está disposto na legislação nacional
pertinente, deverá considerar as necessidades
e características locais, o público-alvo para
atendimento, a rede de serviços e fluxos.
ASPECTO DESCRIÇÃO
Objetivos Citar os principais propósitos, baseados em parâmetros
nacionais, a serem alcançados com a efetivação da modalidade,
tais como: a garantia do direito à convivência familiar e
comunitária da criança e/ou adolescente; a manutenção e/
ou o fortalecimento dos vínculos familiares; o atendimento
individualizado em ambiente familiar; o investimento na família
de origem e extensa, de forma corresponsável com a rede de
serviços, com vistas à reintegração familiar segura ou, quando
isso não for possível, o encaminhamento para família por adoção
devidamente habilitada; e a articulação com o SGDCA.
Gestão Municipal Apresentar a Secretaria de Assistência Social (ou órgão
congênere) como o órgão gestor responsável pelo SFA do
município e mencionar a necessidade de articulação com o
SGDCA, citando todos os atores envolvidos.
Público-alvo Informar que a modalidade se destina a crianças e adolescentes
em medida protetiva, residentes no município. Apontar que,
preferencialmente, cada família deve acolher uma criança ou um
adolescente por vez, excetuando grupos de irmãos, conforme
Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças
e Adolescentes (OT) (2009), mas que situações diferentes e/ou
excepcionais poderão ser avaliadas pela equipe técnica do SFA.
Recursos Informar que a Lei deverá observar as fontes de recursos que
Financeiros poderão ser utilizadas.
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Atuação do Mencionar expressamente que a competência da
Executivo operacionalização é do Poder Executivo municipal, por meio
do órgão gestor da assistência social. Explicitar que a oferta
poderá se dar tanto por execução direta do órgão gestor da
assistência social como por meio de parcerias com organizações
da sociedade civil; além disso, apresentar que o referido órgão
gestor tem competência para editar normas e procedimentos
de execução e monitoramento do Serviço de Acolhimento em
Família Acolhedora.
Equipe Técnica e Fornecer informações sobre a composição da equipe e as
Coordenação do principais atribuições de cada profissional, conforme as
SFA Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças
e Adolescentes e a Norma Operacional Básica de Recursos
Humanos do SUAS (NOB-RH/SUAS, 2006).
Famílias Apresentar o conceito; destacar a natureza voluntária do trabalho
Acolhedoras (sem vínculo empregatício); enumerar os principais critérios
de inscrição, etapas de seleção, avaliação, formação inicial,
continuada e acompanhamento; listar atribuições e obrigações
gerais da família acolhedora; apresentar motivos e formas de
desligamento.
Subsídio Definir o valor e o índice de reajuste automático do subsídio
Financeiro financeiro destinado ao custeio das despesas da família
acolhedora com o acolhido, tais como: alimentação, vestuário,
transporte, lazer, entre outros; informar a periodicidade do
pagamento do subsídio - valor recebido durante o acolhimento
da criança e/ou adolescente; definir como será efetuado o
repasse mensal. Recomenda-se que a lei municipal apresente
a previsão de um acréscimo do valor desse subsídio caso a
criança e/ou adolescente possua alguma necessidade especial,
como situações de deficiência física ou mental, doenças graves,
dependência química, entre outras, definindo o responsável por
avaliar a pertinência do valor ampliado.
Outros Benefícios Especificar, na Lei, a concessão de eventuais benefícios às
famílias acolhedoras durante o período em que estiverem
vinculadas ao SFA, tais como: isenção do Imposto Predial e
Territorial Urbano (IPTU); descontos nas contas de água, luz e na
utilização do transporte urbano; fornecimento de cestas básicas,
entre outros.
Fiscalização Ressaltar os órgãos com atribuições de monitorar, avaliar e
fiscalizar o Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora,
esclarecendo que a fiscalização deve ser direcionada para
ações de gestão e atendimento. A responsabilidade do
acompanhamento das crianças e adolescentes acolhidos pelas
famílias acolhedoras é da equipe técnica do SFA.
Fonte: Elaboração própria, com base nas informações contidas no Guia de Acolhimento (Caderno 02)
(2021).
48
Observamos que a Lei deve abordar um vasto conteúdo a fim de
esclarecer quaisquer pontos acerca do SFA e, assim, evitar equívocos.
SAIBA MAIS
49
SAIBA MAIS
50
Art. 91. As entidades não-governamentais somente poderão funcionar
depois de registradas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança
e do Adolescente, o qual comunicará o registro ao Conselho Tutelar e
à autoridade judiciária da respectiva localidade.
Assim que o SFA for implantado, o órgão gestor de assistência social tem
como responsabilidade o cadastramento do Serviço no CadSUAS - seja ele
de execução direta ou por OSC parceira, assim como a atualização mensal
dos dados (se o SFA for regionalizado pelo estado, quem deverá realizar o
cadastro é o órgão gestor estadual).
51
SAIBA MAIS
CadSUAS e o SFA
O CadSUAS foi instituído pela Portaria n.º 430/2008
do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à
Fome (MDS) e é base de outros dois Sistemas do
Ministério da Cidadania: o Registro Mensal de
Atendimentos e o Censo SUAS.
Conheça documentos que apresentam de forma
detalhada como gestores e profissionais devem efetivar
o preenchimento desses importantes Sistemas.
Acesse o material pelo link:
www.familiaacolhedora.org.br/guia/205
52
→ A equipe técnica deverá ficar no "município-sede", escolhido
conforme o diagnóstico da demanda da região, a centralidade em
relação aos demais municípios, ser sede de comarca ou outros
critérios definidos localmente;
53
e auto-organização de um grupo de municípios vizinhos, por meio de
consórcios públicos intermunicipais, convênios de cooperação ou outro tipo
de contratualização, conforme legislação pertinente.
SAIBA MAIS
54
Execução indireta Execução regionalizada
Execução direta do Estado
O serviço é executado O serviço é executado
O serviço é executado pelos
pelo estado mediante em regime de
órgãos e entidades da
parceria com cooperação com os
administração pública
organizações da municípios da área de
estadual;
sociedade civil abrangência.
Realização de Diagnóstico
Socioterritorial, a fim de identificar
microrregiões que necessitem de
serviços regionalizados, dentre
outros aspectos.
Desenho da Proposta de
Regionalização (em articulação
com os municípios), identificando
o município com maior potencial
para ser sede do serviço e
possíveis municípios vinculados
para cada SFA regionalizado, a
forma de prestação de Serviço e a
devida articulação com a rede de
cada cidade participante.
Discussão e atuação
regionalização na Comissão
Intergestores Bipartite (CIB).
55
SAIBA MAIS
56
A iniciativa dos órgãos gestores da
Assistência social municipal,
preferencialmente em diálogo com o
Ministério Público e Poder Judiciário local;
57
• Reuniões de rede nos municípios parceiros para fortalecer a rede
de proteção e atendimento, sensibilizar os profissionais sobre o
acolhimento familiar e realizar, sempre que necessário, estudos de
caso;
DE OLHO NA TELA
58
Aula 6
Instituição e Formação da
Equipe Técnica do SAF e a
Infraestrutura Necessária
Na aula anterior, conhecemos algumas diretrizes para
implantação do Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora
em um município ou região. Para que o SFA cumpra com os
seus propósitos, é necessário que se tenha uma equipe técnica
capacitada e infraestrutura adequada. É isso que vamos aprender
nesta aula.
59
A equipe mínima, a escolaridade, carga horária e número de famílias
referenciadas são assim definidas:
Coordenador:
60
Equipe técnica:
61
(ii) a necessidade de flexibilização do horário de trabalho, de modo
a permitir o desenvolvimento de ações fora do horário de expediente para
atendimentos emergenciais, sendo necessário que haja, 24 horas por dia e
todos os dias da semana, um profissional em esquema de sobreaviso (plantão)
para as demandas urgentes referentes às crianças e aos adolescentes
acolhidos. Dessa forma, é preciso disponibilidade dos profissionais e previsão
de pagamento de horas de sobreaviso à equipe técnica, como previsto na
legislação.
62
Além dos encontros de formação inicial, a coordenação e a equipe
técnica poderão utilizar outras estratégias que possibilitem a aquisição
de informações e conhecimentos, como discussões técnicas e processos
reflexivos entre os profissionais. Algumas sugestões são: a organização de
grupos de estudo, com rotinas e assuntos definidos pela equipe técnica;
participação em eventos e cursos; contatos e visitas a outros SFAs que já
executam a modalidade.
6.2 - A INFRAESTRUTURA
As Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento
para Crianças e Adolescentes listam os espaços físicos
mínimos para a execução do Serviço de Acolhimento
em Família Acolhedora, a sugestão do seu uso
adequado e salientam que esses devem funcionar em
área específica para o desenvolvimento de atividades
técnico-administrativas. Os espaços listados são:
63
e materiais sejam agregados à estrutura, facilitando e qualificando o
atendimento prestado às crianças, adolescentes e famílias:
DE OLHO NA TELA
64
Aula 7
Plano de Mobilização e
Preparação das Famílias,
Lançamento, Divulgação e
Financiamento do SFA
65
acolhimento, é necessário planejar as etapas e os critérios de avaliação
quanto ao potencial e ao perfil para atuar como família acolhedora, bem
como um processo de formação que possa desenvolver habilidades
e competências para a função e, ainda, definir como se dará o
acompanhamento sistemático das famílias acolhedoras pela equipe
técnica do SFA durante os acolhimentos. Esse conjunto de ações, delineado
com atenção, será imprescindível para a realização de acolhimentos de
qualidade e que atendam às necessidades de cada criança e adolescente
em medida protetiva.
66
7.3. DIVULGAÇÃO DO SAF E MOBILIZAÇÃO DAS FAMÍLIAS
Como vimos, a divulgação é parte fundamental da implementação e
consolidação do SFA em um município ou região, uma vez que a participação
da comunidade, por meio das famílias acolhedoras, é imprescindível para a
realização do trabalho. Para que tal divulgação apresente resultados efetivos,
ela deve abranger dois objetivos importantes:
67
SAIBA MAIS
68
7.4. DESTINAÇÃO DE RECURSOS PARA IMPLANTAÇÃO,
IMPLEMENTAÇÃO, MANUTENÇÃO E QUALIFICAÇÃO DO SERVIÇO
O poder público, seja por meio dos municípios, do Distrito Federal, dos
estados ou da União, tem o dever de formular e executar políticas públicas
direcionadas à população infantojuvenil. Para isso, faz-se necessária a
busca pela composição de fontes de recursos financeiros para viabilizar
a implantação, a implementação, a qualificação e a manutenção do
SFA. Os entes federados - municípios, Distrito Federal, estados e União
- são corresponsáveis pelo financiamento (cofinanciamento) das ações
continuadas e planejadas, onde se insere o SFA.
69
→ As deliberações quanto à destinação dos recursos alocados nos
Fundos cabem aos Conselhos de Direitos locais, entretanto devem
observar as determinações estabelecidas pelo ECA, o qual determina,
no Art. 260, § 2º, que parte dos recursos do FIA deverão ser aplicados
necessariamente no incentivo ao acolhimento, sob forma de guarda,
de crianças e adolescentes.
70
Os municípios que recebem recursos do Fundo Nacional de Assistência
Social (FNAS), destinados ao cofinanciamento dos serviços de acolhimento
para crianças e adolescentes e os estejam utilizando para a oferta de
acolhimento institucional, podem realizar a transição de modalidade e passar
a utilizá-los para oferta do Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora,
a partir da proposição do órgão gestor de assistência social e da aprovação
do CMAS.
DE OLHO NA TELA
71
Referências e Sugestões
Bibliográficas
Normas:
BRASIL. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988.
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional
Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o
exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar,
o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma
sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social
e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das
controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO
DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. [online]. Brasília: DF. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso
em: 20 nov.. 2021.
Livros e Artigos:
FERRERA, Miguel Angel Montiel. TITO, Cláudia Roberta Costa. CERUTTI, Neusa
Eli Figueiredo. Guia de implementação do Serviço: Família Acolhedora.
Macapá: Ministério Público do Amapá – Centro de Apoio Operacional da Infância,
Juventude e Educação (CAOP-IJE), 2020.
72
REZENDE, Propércio Antônio de. Considerações sobre o Sistema de Garantia
dos Direitos da Criança e do Adolescente – SGDCA. [s.l], 2014, 17p. Disponível
em: < https://livredetrabalhoinfantil.org.br/wp-content/uploads/2016/11/
consideracoes_SGDCA-1.pdf>. Acesso em 12 nov. 2021.
Sites e Projetos
Instituto Geração Amanhã. Acolhimento Familiar, 2021. Disponível em:
<. https://acolhimentofamiliar.com.br>. Acesso em: 20 nov. 2021.
73
Apresentação e
Guia de Estudos do
Módulo 3
Neste módulo, vamos aprender a diferenciar a temporalidade
do acolhimento em SFA, incluindo as especificidades de
acolhimentos de curta, média e longa duração. Além disso,
entenderemos como se dá o encaminhamento de crianças e
adolescentes para o SFA e como adotar o Termo de Guarda e
Responsabilidade.
74
1. AULA 8
1.1. Leia, na apostila, a Aula 8 do Módulo 3.
1.2. Assista à aula narrada 8.
1.3. Assista depoimentos de profissionais que atuam em SFA com
acolhimento de curta, média e longa duração e com acolhimento de
emergência
1.4. Faça os exercícios de fixação da Aula 8 na plataforma.
2. AULA 9
2.1. Leia, na apostila, a Aula 9 do Módulo 3.
2.2. Assista à aula narrada 9.
2.3. Assista à entrevista sobre encaminhamento para a família acolhedora
e Termo de Guarda e Responsabilidade.
2.4. Faça os exercícios de fixação da Aula 9 na plataforma.
3. AULA 10
3.1. Leia, na apostila, a Aula 10 do Módulo 3.
3.2. Assista à aula narrada 10.
3.4. Assista à entrevista com especialista, com experiência em
coordenação de SFA, sobre as funções a serem desempenhadas pela
equipe técnica e a importância da formação continuada e da
supervisão técnica da equipe para o exercício das suas funções.
3.5. Assista ao vídeo com o depoimento de profissional da equipe técnica
sobre a importância de formação específica para atuar no serviço.
3.6. Faça os exercícios de fixação da Aula 10 na plataforma.
4. AULA 11
4.1. Leia, na apostila, a Aula 11 do Módulo 3.
4.2. Assista à aula narrada 11.
4.3. Assista ao vídeo sobre os fluxos com o Sistema de Justiça.
4.4. Assista ao vídeo com depoimentos de técnicos de diferentes SFAs
sobre a articulação com a rede intersetorial.
4.5. Faça os exercícios de fixação da Aula 11 na plataforma.
4.6. Faça a atividade avaliativa na plataforma.
Bons estudos!
75
Aula 8
Temporalidade do
Acolhimento
Como vimos no Módulo 1, o Serviço de Acolhimento em
Família Acolhedora (SFA) é um serviço previsto no Sistema
Único de Assistência Social (SUAS), de modo que compõe a rede
socioassistencial local e tem grande relevância para garantir
a proteção social de crianças e adolescentes em situação de
abandono ou outras violações de direitos. Já no Módulo 2,
conhecemos como se dá a Implantação e Gestão do Serviço de
Acolhimento em Família Acolhedora.
76
local, das necessidades das crianças e dos adolescentes e do Projeto Político
Pedagógico (PPP) de cada SFA. Veja alguns exemplos:
77
• Acompanhamento das famílias de origem ou extensa;
DE OLHO NA TELA
78
Aula 9
O Encaminhamento de
Crianças e Adolescentes para
o SFA
De acordo com a realidade local e a legislação vigente, o
órgão gestor da assistência social, o SFA, a rede de serviços e o
SGDCA deverão discutir e pactuar, formalmente e com todos
os envolvidos, o fluxo e os procedimentos de encaminhamento
de crianças e adolescentes para os Serviços de Acolhimento
existentes no município ou região.
Solicitação de
medida protetiva
Contato com o
Solicitação de
Estudo órgão gestor local
Acolhimento no
Diagnóstico Prévio da assistência
SFA
social
Acolhimento
Emergencial
Consulta de
Família Acolhedora
com perfil
Encaminhamento
da criança e/ou
adolescente para o
SFA
Acolhimento
Processos de
trabalho do SFA
79
Agora, vejamos, de forma mais detalhada, cada etapa desse fluxo:
→ Estudo Diagnóstico
→ Acolhimento Emergencial
81
da família acolhedora, o Serviço de Acolhimento informará o órgão gestor
municipal sobre a disponibilidade desse atendimento.
→ Acolhimento
82
assistência adequada à criança e/ou adolescente, seja responsável por
sua matrícula e acompanhamento escolar, tenha acesso à rede de saúde,
consiga inserção nas demais políticas públicas necessárias e possa transitar
legalmente com a criança e/ou adolescente dentro do território nacional.
DE OLHO NA TELA
83
Aula 10
Equipe Profissional, Funções,
Formação Continuada e
Supervisão Técnica
Entende-se por equipe profissional o conjunto de pessoas
que trabalham diretamente na sede do Serviço de Acolhimento
em Família Acolhedora. Essa modalidade deve ter em seu quadro
profissional, minimamente, o coordenador e uma ou mais duplas
psicossociais (assistente social e psicólogo) a depender do
número de atendimentos que o SFA realiza. Mas a equipe pode
também contar com profissionais de diferentes formações, como
educadores sociais, pedagogos, advogados, entre outros, a fim
de qualificar o trabalho de forma interdisciplinar.
84
10.1 - FUNÇÕES DE CADA MEMBRO DA EQUIPE TÉCNICA
O trabalho no SFA é amplo, com diversas frentes, públicos (crianças
e adolescentes, famílias acolhedoras, famílias de origem) e interlocutores
(equipe do judiciário, dos demais serviços de assistência social, de saúde,
instituições de educação, entre outros). A divisão de funções entre os membros
da equipe técnica é condição fundamental para um trabalho organizado
e otimizado. No entanto, cabe destacar a importância da articulação entre
os membros da equipe, que devem estar alinhados quanto aos objetivos a
serem buscados para cada caso, quanto às estratégias de trabalho, além de
se apoiarem para o enfrentamento de desafios e busca de soluções.
85
COORDENADOR(A)
Orientações Técnicas
Contribuições Complementares
Representação institucional:
86
Mobilização, seleção e formação de novas famílias acolhedoras, em
conjunto com a equipe técnica do SFA, por meio da realização de
encontros de apresentação, entrevistas, encontros de qualificação e
definição de famílias selecionadas;
Acompanhamento das famílias acolhedoras, em conjunto com a equipe
técnica do SFA, por meio de:
• supervisão grupal das famílias acolhedoras, realizando encontros
mediados e reuniões temáticas de formação continuada;
• avaliação semestral ou anual das famílias sobre o desenvolvimento
das ações do SFA;
• acompanhamento individual das famílias acolhedoras, mediante
atendimentos, visitas domiciliares e suporte remoto, sempre que
necessário.
EQUIPE TÉCNICA
Orientações Técnicas
Acolhida, avaliação, seleção, capacitação, acompanhamento,
desligamento e supervisão das famílias acolhedoras;
Articulação com a rede de serviços e Sistema de Garantia de Direitos;
Preparação e acompanhamento psicossocial das famílias de origem, com
vistas à reintegração familiar;
Acompanhamento das crianças e adolescentes;
Organização das informações de cada caso atendido, na forma de
prontuário individual;
Encaminhamento e discussão/planejamento junto a outros atores
da rede de serviços e do Sistema de Garantia de Direitos da Criança
e do Adolescente (SGDCA) sobre as intervenções necessárias ao
acompanhamento das crianças e/ou adolescentes e suas famílias;
Elaboração, encaminhamento periódico e discussão com a autoridade
judiciária e Ministério Público (MP) de relatórios sobre a situação de cada
criança e adolescente, apontando: 1) possibilidades de reintegração
familiar; 2) necessidade de aplicação de novas medidas; ou, 3) quando
esgotados os recursos de manutenção na família de origem, a
necessidade de encaminhamento para adoção;
Construção, com a participação da família e serviços da rede de proteção,
de um plano de acompanhamento da família de origem, nuclear ou
extensa, que objetive a superação dos motivos que levaram à necessidade
do afastamento da criança e/ ou adolescente e consequente reintegração
familiar;
87
Providenciar encaminhamentos jurídico-administrativos junto à rede de
educação, saúde, dentre outros que se fizerem necessários;
Possibilitar situações de escuta individual, ao longo de todo o tempo de
acolhimento, a qualquer um dos envolvidos (família de origem, família
acolhedora e acolhido)
Contribuições Complementares
Participação na disseminação da modalidade e divulgação do SFA para
mobilização de famílias para o acolhimento;
Atuação na formação e seleção de novas famílias acolhedoras;
Acompanhamento da criança e/ou adolescente durante e, se possível,
após o período de acolhimento.
• Acompanhamento individual, oferecendo escuta, acolhimento,
facilitando a apropriação de sua história, promovendo sua participação
em questões relativas à sua vida e facilitando os processos de transição
(como chegada e desligamento do Serviço de Acolhimento);
• Articulação e mobilização da rede de relações pessoais e de serviços
envolvida em cada caso, para discussão e planejamento conjunto de
intervenções com a criança e/ou adolescente;
• Realização de encaminhamentos, quando necessários;
• Abertura e atualização permanente do prontuário da criança e/ou
adolescente acolhido e das famílias acolhedoras participantes;
• Construção do PIA inicial, a partir da entrada da criança e/ou
adolescente no Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora, com a
participação da criança e/ou adolescente acolhido e de todos os atores
envolvidos em seu acolhimento.
• Visitas domiciliares;
88
• Encaminhamentos e acompanhamento junto aos serviços da rede
durante e após a saída do SFA;
• Acompanhamento e suporte nos encontros da família de origem e/ou
extensa com a criança e/ou adolescente;
• Busca ativa pela família de origem e/ ou extensa, sempre que
necessário, com mapeamento do território de cada uma delas;
• Avaliação da família de origem e/ou extensa, esgotando todas as
possibilidades de reintegração familiar da criança e/ou adolescente
acolhido.
89
10.2 - FORMAÇÃO CONTINUADA E SUPERVISÃO TÉCNICA
Devido ao atendimento de situações que envolvem extrema
vulnerabilidade, situações de risco e violação de direitos e fragilidade
individual e familiar, a equipe do SFA precisa estar bem preparada para
exercer sua função com qualidade. O atendimento de situações familiares
complexas, que envolvem omissões e/ou violações dos direitos de crianças
e adolescentes, demanda investimento de todos os profissionais do Serviço
de Acolhimento: coordenador, equipe técnica e funcionários de apoio. Todos
vivenciam sentimentos diversos e precisam dispor de repertório adequado
para uma atuação condizente com a função exercida.
90
reflexão e estudo. No Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora, a
supervisão é um recurso que pode viabilizar a revisão da prática profissional,
novas aprendizagens e estratégias de intervenção e articulação em rede,
construções coletivas e, ainda, momentos de reflexão pessoal e grupal,
discussões e compartilhamento de angústias e dúvidas.
SAIBA MAIS
91
A necessidade de elaboração de um PIA para cada criança e adolescente
acolhido está prevista no ECA, nas Orientações Técnicas: Serviços de
Acolhimento para Crianças e Adolescentes e no Provimento n.º 32/2013 do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
92
necessidades de cada criança e/ou adolescente, estratégias de escuta em
grupo podem ser muito bem-vindas, visto que podem propiciar um espaço
para troca de vivências, expressão de medos e dúvidas e discussão de temas
de interesse comum.
DE OLHO NA TELA
94
Aula 11
Fluxos com o
Sistema de Justiça e
Interlocução com a
Rede Intersetorial
95
criança e/ou adolescente pode permanecer em acolhimento institucional
(de 24 para 18 meses).
96
(Incluído pela Lei n.º 12.010, de 2009)
97
Apesar dos prazos expressos em Lei, eles podem sofrer alteração,
considerando algumas necessidades. O trabalho poderá se estender
conforme cada situação, diante dos relatórios de acompanhamento que
continuarão sendo encaminhados ao judiciário pelo SFA e rede de serviços
e com a defesa apresentada pela família de origem e/ou extensa no referido
processo de destituição do poder familiar.
98
será capaz de lidar com a complexidade que envolve famílias em situação
de risco e violação de direitos, principalmente sob medida protetiva. A rede
socioassistencial local, assim como programas e serviços de outras políticas,
deve ser articulada e corresponsável pelo processo de atenção à família,
à criança e/ou adolescente e pela inserção deles nos serviços necessários
identificados em cada caso.
CAPS I
Família
Acolhedora
VIJ
Escola
Conselho
Tutelar SFA
CRAS
CAPS
Família de Família
CREAS
Origem Extensa
Centro de
Habilitação
Saúde
99
Para fortalecer a ação articulada com a rede de serviços e órgãos de
defesa de direitos, é importante que o papel de gestão e articulação seja
exercido pelo órgão gestor da Assistência Social. Como exemplo dessa
atuação, alguns municípios, por intermédio da gestão da política de
assistência social, realizam reuniões, encontros para discussão de fluxos
e processos de articulação do trabalho em rede, bem como formações,
seminários, trocas de experiências municipais, entre outros. Essas
estratégias contribuem com o alinhamento de conceitos e propostas que
beneficiam o trabalho em rede como um todo. O Serviço de Acolhimento em
Família Acolhedora deve realizar ações permanentes de aproximação com
os profissionais das principais políticas públicas. Esses espaços permitem
o esclarecimento da proposta do SFA (que ainda é pouco conhecida) e
favorecem discussões em prol da corresponsabilização do atendimento da
medida protetiva, garantindo a proteção integral e a prioridade absoluta.
Caberá ao coordenador e à equipe técnica identificar quais estratégias
deverão ser utilizadas para a manutenção das diferentes políticas sociais
necessárias ao trabalho “ancoradas” ao SFA.
DE OLHO NA TELA
100
Conclusão
A história do acolhimento de crianças e adolescentes no
Brasil foi marcada pelo assistencialismo e por uma perspectiva
higienista, que juntos propunham a internação de crianças e
adolescentes em instituições totais, onde os internos realizavam
todas as suas atividades (SANTOS, 2011). É com o advento
da Constituição Federal de 1988 e com a promulgação do
Estatuto da Criança e do Adolescente em 1990 que a Doutrina
da Proteção Integral foi implementada em nosso país.
101
Afinal, para que, em um futuro breve, seja possível oferecer no Brasil
contextos mais favoráveis de desenvolvimento a todas as crianças e
adolescentes afastados de suas famílias de origem, é essencial que gestores
municipais e estaduais, equipes técnicas, juízes, promotores e outros
profissionais do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente
(SGD/CA) estejam conscientes da mudança cultural que a ampliação do
acolhimento em família acolhedora carrega consigo. Eles são atores-chave
para a ampliação do número de crianças e adolescentes acolhidos por
famílias no país e, com o envolvimento e participação de todos, será mais
fácil seguir avançando.
SAIBA MAIS
102
Referências
e Sugestões
Bibliográficas
Normas:
BRASIL. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE
1988. Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia
Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático,
destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a
liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e
a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista
e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida,
na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das
controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. [online].
Brasília: DF. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 20 nov.. 2021.
103
Livros e Artigos:
FERRERA, Miguel Angel Montiel. TITO, Cláudia Roberta Costa. CERUTTI, Neusa
Eli Figueiredo. Guia de implementação do Serviço: Família Acolhedora.
Macapá: Ministério Público do Amapá – Centro de Apoio Operacional da Infância,
Juventude e Educação (CAOP-IJE), 2020.
Sites e Projetos
Instituto Geração Amanhã. Acolhimento Familiar, 2021. Disponível em: <. https://
acolhimentofamiliar.com.br>. Acesso em: 20 nov. 2021.
104
CONTEÚDO E IDENTIDADE VISUAL DA APOSTILA DESENVOLVIDO A PARTIR DO
“GUIA DE ACOLHIMENTO FAMILIAR” ELABORADO POR:
REALIZAÇÃO
Coalizão pelo Acolhimento em Família Acolhedora
Movimento Nacional Pró Convivência Familiar e Comunitária (MNPCFC)
Secretaria Nacional de Assistência Social do Ministério da Cidadania (SNAS)
DESIGN E DIAGRAMAÇÃO
Designeria
Renata Figueiredo
105
106
MINISTÉRIO DA CIDADANIA
Ministro da Cidadania
Ronaldo Vieira Bento
Secretaria Executiva
Luiz Galvão
Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação
Ronaldo França Navarro
Equipe técnica:
Graciele França Suemori
Natália da Silva Pessoa
Secretaria Especial de Desenvolvimento Social
Robson Tuma
Gestora de Projetos:
Sandra Mara Bessa
Equipe técnica:
Ana Angélica Campelo de Albuquerque e Melo
Flávia Teixeira Guerreiro
107
108