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Capitulo 1 Anatomofisiologia Clinica dos Orgdaos da Audicgao Introdugao 0 estudo da anatomia, a par de sua impor- tancia reconhecida por todos, é quase sempre enfadonho pela adinamia ¢ frieza dos elemen- tos estudados. Nao ¢ possivel entender qual- quer doenca, por mais simples que seja, com- preender scus sintomas e, a par deste conheci- mento, orientar seu tratamento sem um perfeito conhecimento anatémico. Para o cirurgiao € de ‘uma importancia mais objetiva, pois para reco- nhecer um tecido como doente, ele deve conhecé- Jo perfeitamente quando normal. Para atingir determinadas regides ele tem que passar por estruturas, algumas vezes normais outras vezes vitals, sem lesd-las e mesmo sem prejudicar seu desempenho. Neste capitulo procuraremos apresentar a anatomia da orelha e sua fisiologia (em partt- ‘cular da oretha média, sendo que a da céclea e do aparetho vestibular serdo tratadas em capt- tulos especiais) com a maior simplicidade pos: sivel, procurando dar interpretacao clinica aos pontes mais importantes. Fomos buscar em varios autores, reconhecidos especialistas na anatomia desta regio, como: Bast, ANSON. Doxapsox, Ausns, Scitvcxvecim, Suawnavatt Jr entre os mais modemos, além dos nossos j4 conhecidos: Testu", Laranyer, Rouvier & Press, os elementos que nos possibilitam a elabora cao deste capitulo, Otacilio Lopes Filho Nogées de embriologia Para Axsox ¢ Bast o desenvolvimento embrio- logico de nossa orelha tem coisas curiosas e sem paralelo no corpo humano: "1. A orelha interna ¢ 0 tinico 6rgao que -Sleanca seu desenvolvimento complete em ta, manho adulto, ja no feto a termo, mesmo antes de le conducao do som vem Desenvolvimento do labirinto endolinfiitico ‘Seus primeiros sinais podem ser vistos na 3* semana de vida do embrido humano. Identifica: se como um espessamento do ectoderma de cada lado da cabeca, proximo ao rombencéfalo e é denominado placéide dtico. Em poucos dias ele se invagina e forma 0 orificio ético, sendo que na 4* semana de vida embrionaria a boca do orificio se fecha formando o otocisto. Um liquido preenche, no otocisto, uma cavidade que cons: titui o primitive labirinto endolinfatico, que ini Tratado de Otorrinolaringologia 482 cia sua diferenciagao com uma série de dobras e alongamentos. Com quatro semanas ¢ meia 0 otocisto, de forma oval, alonga-se e divide-se em: @) ducto endolinfatico e saco endolinfatico: b)utriculo século, ‘Com mais alguns dias, bolsas em forma de arco destacam-se da porcao utricular e aparece a vesicula otica, que com 7 semanas forma os trés canais semicirculares. No meio da 6'semana, uma evaginago do saculo da origem a céclea. Conforme estas porcées vao se desenvol- vendo, uma constri¢ao ocorre entre o saculo € 0 utricule com a formaeao do ducto utricular (mais Jongo) ¢ do sacular (mais curto) que se unem para juntos formar o ducto endolinfatico, Um fato interessante é que 0 ducto e 0 saco endolinfaticos s4o os apéndices que surgem primeiro da vesicula otica e, ao contrario dos outros, continuam seu desenvolvimento até a juventude. Adiferenciacao do epitétio sensorioneural se inicia por espessamento localizado no epitélio embrionario. No utriculo ¢ no saculo inieia-se entre 7 ¢ 8 semanas, nos canais semicirculares com 8 semanas ¢ na céclea com 12 semanas. De modo geral, a diferenciacao da orelha interna ¢ completa no feto a termo. © desenvolvimento do aparelho auditivo pode ser afetado nas suas varias fases, depen- dendo da oportunidade em que 0 fato ocorre. Assim, na rubéola, ocorrendo em torno do 3* més, graves alteragdes podem comprometer seu desenvolvimento, determinando deficién- clas auditivas graves para o recém-nascido. Outras agressoes podem ocorrer no drgao ja totalmente desenvolvido, determinando entao comprometimentos menos sérios. No capitulo Avaliagdo da Audigao na Crianca algumas pos sibilidades de ocorréncia mais freqiiente sa0 discutidas. Desenvolvimento das orelhas externa e média © aparetho condutor do som deriva do apare ho branquial, ‘Com a evolugao da espécie, a natureza lan. ou mao da criacao de um aparelho condutor de som para os animais que passaram a viver fora da Agua. Com isto, o seu dispositivo foi o de solucionar o problema da reflexao de 99,9% da energia sonora que do meio aéreo atinge um meio liquido, Os primetros sinais das orelhas externa e média sio notados no embriao de 4 semanas, onde trés arcos branquiais separados por duas fendas aparecem de cada lado da cabeca. O terceiro arco e a segunda fenda desaparecem logo, exceto em casos raros, onde fendas ou cistos persistem no pescoco, atras ¢ abaixo do meato actistico externo. ‘A primeira fenda branquial aprofunda-se para formar 0 meato aciistico extemo, ao mesmo tempo em que uma evaginacao da faringe. a primeira bolsa faringea, continua para fora em sua diregéo. Por um leve periodo de tempo. 0 epitélio da primeira fenda branquial entra em contato com 0 endoderma da primeira bolsa faringea, mas logo o mesoderma cresce entre eles e separa estas duas camadas epite- liais No fim do 2* més fetal ha o crescimento de um nticleo de células epiteliais do meato primi- tivo em direcao ao epitélio da bolsa faringea, até uma fina camada de tecido conjuntivo, que se interpoe, e que vai formar as fibras circulares radiais da parte tensa da membrana. Este nt cleo de céhulas epiteliais se mantém sélido até préximo do fim da vida fetal. Por outro lado, 0 tecido conjuntivo em volta da margem da mem- brana do timpano s6 se ossifica, dando origem ao anel timpanico, ao redor do 3* més, O cordao de células epiteliais se mantém solido até em torno do 7 més, quando as estruturas das orelhas meédia ¢ interna estao bem diferenciadas. Este cordao comeca a se desfazer, de inicio na pro- fundidade, para formar a face externa da membrana do timpano e depois para fora até aleangar 0 poro actistico extemo, Podem ocorrer malformacdes na membrana do timpano, assim como na cadeia ossicular, com outras alteracoes, dependendo da época em que o desenvolvimento fol interrompido. 0 pavithao da oretha desenvolve-se, em tor- no da primeira fenda branguial, de seis salién- clas do primeiro e segundo arcos branquiais que se fundem ao redor da 6 semana, completando. se em tomo do 3* més. ‘A primeira bolsa faringea torna-se a tuba auditiva e a cavidade da orelha média; as carti lagens dos primeiro e segundo arcos_ bran quiais dao origem aos ossiculos. Do primeiro arco se formam martelo e bigorna e do segun. do 0 estribo e o processo lenticular da bigorna. De inicio, 0 martelo, a bigorna e a cartilagem da mandibula so continuos a cartilagem de Meckel (do primeiro arco) eo processo lenticu Jar da bigorna, o processo estildideo e o hidideo Anatomofisiologia Clinica dos Orgdos da Audigao 483 CET BIE TEPER TS teado count Mesto actsteo externa Dest coca Tw ausive Cavidade tnpnica Figura 1 —Desenho esquematico (embriéo de 3 meses) mostrando ainvaginaeo epitelialpara formar cavidade daorelhamédia orelha externa, Apud AREY, L. B. Development Anatomy, 7 ed. Philadelphia, W.B. Saunders Co, 1965. Tubérelo supraiico Inia interrigiod pesto Lobul auricular Figura 2— Desenvolvimento do pavilhio auricular: A) elevagdes do primeira e segundo arcos (mandibular ehisideo) 8) elevacses mais defnidas; C) as mesmas fundidas para formar 0 pavilhso; D, E)pavilhao totalmente desenvolvido. ApuANSON, 8. J. Moris, Human Anatomy, 12% ed. New York, McGraw-Hill Book Co., 1966, Tratado de Otorrinolaringologia as4 so continuos a cartilagem de Reichert (do segun do arco). Os ossiculos, como a capsula ética, 56 cres. cem na primeira metade da gestagao e depois se ossificam. Abase do estribo, tao importante na otoscle- rose, é resultante da juncao da cartilagem, em forma de anel, do estribo com a parede cartila- ginosa da capsula otica. © conteiido aéreo da cavidade timpanica se expande imediatamente apés 0 nascimento, com o inicio da respiragao e a entrada de ar na orelha média permite ao tecido conjuntivo remanescente se condensar e afinar, até se tornar a delicada timica propria do mucoperiésteo da orelha média. ‘Asua pneumatizagao se faz a custa da bolsa da cavidade timpanica, epitimpano, antro e tuba, Seu primeiro sinal ¢ visto em torno da 34" semana, no entanto 6 se acelera com a pene- tacao de ar na orelha média, no nascimento. Fica agora facil entender porque as malfor- magées da orelha média nada tém a ver com as da orelha interna e porque a presenga de uma néo significa necessariamente que a outra tam- bém esteja presente. Nas malformacées da ore- Tha média entendemos porque a bigorna ¢ 0 martelo aparecem, com freqiténcia, malforma- dos, independendo do comprometimento do estribo. Sempre que se encontra espaco de orelha média existe tuba auditiva ¢ 0 meato actistico externo ¢ pavilhao da orelha podem estar malformados independentes de malfor- mages da orelha média, cavidade da concn Anatomia do aparelho auditivo Pavilhio da orelha Donainsow & Mier descreveram o pavilhiao da orelhia como um apéndice flexivel, de fina cartila- gem elastica recoberta de pele, Em sua porcao anterior, a pele adere-se firmemente, enquanto posteriormente, entre ela ea cartilagem, interpoe- se uma camada de tecido conjuntivo subcutaneo. firme aderéncia da pele na cartilagem deter- mina o aparecimento de uma concavidade e eleva- des no pavilhao. Sua face lateral, que € concava, possui uma zona de maior concavidade, denomi- nada concha. Em tomo da concha destacam-se quatro saliéncias: hélice, antélice, trago ¢ antitrago. Na poreao inferior do pavilhao ha outra saliéncia, desprovida de cartilagem, que é 0 lobulo, Estas saliéncias determinam o aparecimen: to de alguns sulcos, dos quais ressalta-se: @) Incisura anterior ~ sulco entre a raiz da hélice e 0 trago, by Sulco posterior da orelha ~ entre a hélice © a antélice (ou sulco da hélice) @ Incisura intertragica ~ entre o trago e 0 antitrago (face inferior) Concha. Em sua face posterior ou medial, o que mais importa é 0 sulco retroauricular. © pavilhao da orelha prende-se ao cranio ¢ a0 couro cabeludo por trés musculos extrinse- cos; anterior, superior e posterior. Quando bem desenvolvidos podem dar movimentagao volun- Figura 3 — Paviho da oretha dirita Anatomofisiologia Clinica dos Orgdos da Audigao 485 taria ao pavilhdo. Os musculos intrinsecos que so bem desenvolvidos em animais, no homem, nao se desenvolvem, A irrigagio arterial é levada pela artéria tem- poral superficial e pela auricular posterior. A drenagem venosa se faz por suas homénimas ¢ pela emissaria mastoidea. A linfatica se faz para as cadeias de linfonodos anterior, inferior e poste- rior. A inervacao sensiliva € feita pelos nervos auriculotemporal e occipital menor. A inervagao motora é dada pelo facial. Meato aciistico externo Axsow & Donazpson descrevem 0 meato actis~ tico externo como sendo um canal que se estende desde a concha (lateralmente) até a membrana do timpano (medialmente). Seu comprimento ¢ de 25 mm, em média, quando medido por sua parede superior ¢ cerca de 6 mm maior quando medido na inferior. O canal se constitui mais lateralmente da cartilagem meatal ¢ medial- mente do meato ésseo (dois tercos mediais). Tem a forma de “S", sendo convexo anteriormente. préximo ao meato ¢ sua luz tem uma forma cliptica irregular, com 0 seu maior eixo no plano vertical. A epiderme que reveste este ttinel 6sseo é de espessura variada. Durante certos procedi- mentos cirtirgicos que envolvem o meato actis- tico, fica evidente a maior espessura da pele nas regides postero-superiores que nas regides do assoalho ou anteriores. Isto facilita a dissecgao péstero-superiormente, local onde usualmente empregamos nossas incisdes cirtirgicas, ‘A parte medial deste timel é selada pela membrana do timpano, que tem a forma de um disco de tecido fibroso, com cerca de 9 mm de didmetro, situado obliquamente para anterior ¢ inferior. © meato actistico extemo, por sua parede an- terior, relaciona-se com a articulacao temporo- mandibular medialmente e com a glandula pars: tida lateralmente. Por sua parede inferior, relacio- na-se com a pardtida e sua parede superior esta em contato com o recesso epitimpanico medial- mente ¢ com a fossa média mais lateralmente. A parede posterior mantém relacdes com as células da mastdide ¢ com o nervo facial. A cartilagem do meato actistico, que ocupa 0 tergo lateral, € continuacdo do pavilhao da orelha, sendo que medialmente se une firmemente ao conduto éssco, Existem duas fissuras na cartilagem do ca- nal: as incisuras da cartilagem do meato actis- tico (fissuras de Santorini), que se localizam Antero-inferiormente, Estas incisuras se cons- tituiem no caminho para a passagem de infeccoes ou neoplasias entre o meato acistico ¢ a parstida. Misco temporal Figura 4 Corte vertical do meato actistico extemo do lado direto. Vista anterior. Tratado de Otorrinolaringologia 486 Fresura antago: ona \cartagem do meato action Figura 5 — Cartlagens das orethas do lado direto e suas insergSes dsseas. Jornsox & Hawke descrevem que a parte 6s- sea, que compreende mais da metade do meato é na realidade representada por um ttinel no osso temporal. Sua parede anterior, assoalho e porcao inferior da parede posterior sio repre- sentados pelo osso timpanico, sendo a parte superior da parede posterior e teto representa- dos pela parte escamosa do osso temporal. Apele, que é muito fina, reveste o meato ea parede externa da membrana do timpano. Esta Figura 6 — Desenho mostrando as orelhas externa, méela ¢ interna, (Apud Simposium CIBA.) Anatomofisiologia Clinica dos Orgdos da Audigao 487 pele é mais espessa na parte cartilaginosa do meato e bem fina na parte dssea. A parte carti- laginosa é rica em pélos e em glandulas seba- ceas, Glandulas ceruminosas tubulares secretam Avascularizacao do meato acitstico extemno @ dada pelas artérias temporal superficial © auricular posterior e parte pela artéria auricular profunda, que leva vascularizacéo para a mem- brana do timpano. A drenagem linfatica, é ain- da, segundo Doxa.nsox & Maxx, dirigida 20s linfonodos auriculares anterior. inferior eposte- or. Sua inervacao sensitiva ¢ dada, em sua porcao superior e parte da membrana do timpa- no, pelo ramo auricular dovvago inervo de Arnold) e pelo ramo auriculotemporal do nervo mandi- ular para stias outras partes. (© entendimento da drenagem linfatica ¢ importante para que se possa interpretar 0 aparecimento de um deslocamento do pavilhio da orelha para a frente, nas otites externas agudas na infncia, simulando uma otomastoidite aguda. A presenca de um linfonodo infartado, retroauricular, numa otite externa difusa agu- da, determina aquele deslocamento e pode ser diferenciado de uma otomastoidite, pois nesta 0 pavilhao desloca-se para a frente e para baixo, A infiltracao da poreao superior do meato aciistico, em anestesia local para miringotomia, pode dar anestesia da membrana do timpano ¢ pode ser agora entendida, Orelha média Aorelha média é constitwida de: * Cavidade timpanica. + Antro mastéideo (e espacos anexos). + Tuba auditiva. Cavidade timpanica Axsox & Donatpson descrevem a cavidade timpanica como sendo um espaco irregular entre aorelha externa ea orelha interna, Esta cavida- Recesso epitinpinicg core a igor Ccabega do martele Cale do marl garment itera do ratio Bola de Puss [Pate fida da membran ‘otimpane Process tral do ‘manele Mesto aston externa’ abe do manele pare tensa ca membrana do temporal garment super do mateo Recess eitmpsnico Oreihamédia (cavidade impnica) Misco tensor do tingano Nero peoso maior Nerve petoso menor Promontrio sto imprico Parte dase caraginoss Figura 7 — Corte vertical através da membrana do timpano do lado diel. Tratado de Otorrinolaringologia 488 de é revestida por uma mucosa que envolve um espaco arejado, onde se encontra a cadeia ossi- cular. E uma fenda achatada, que se estende num plano obliquo antero-posterior. Ela é constituida de seis paredes com limites pouco nitidos: a) 0 teto (ou tégmen) é constituido por uma Jamina éssea fina, que o separa da fossa cranial media b) O assoalho (ou parede jugular), que se relaciona diretamente com a veia jugular interna. A posterior (ou mastéidea) € mais larga acima que embaixo. Uma pequena elevagao se destaca, que é a eminéncia piramidal, em cujo apice ha uma abertura para passagem do ten- dao do miisculo do estribo. Lateralmente a cle, ha um orificio que da passagem A corda do timpano, Entre esta abertura e a piramide ha ‘uma pequena fossa denominada scio posterior, ou recesso retropiramidal ou ainda recesso do facial Ele ¢ descrito por Avsnx como situando-se imediatamente lateral ao canal do facial ¢ ao proceso piramidal, sendo limitado lateralmente pelo anel timpanico em sua parte mais péstero- superior e superiormente pelo processo curto ou curta apéfise da bigorna, situado na fossa incudal. Este espaco costuma ser invadido por colesteato- ma, principalmente 0 secundario, ou por migra- cao epitelial a orelha media, nas otites medias crénicas. 0 acesso cirtirgico a este espaco permite a remocao de afeccées ali situadas, assim como faciita a cirurgia descompressiva do nervo facial, Imediatamente medial ao processo pirami- dal, existe um outro pequeno recesso, 0 infrapiramidal, que, quando invadido por coles- teatoma, toma necessaria a cirurgia mais radical, uma vez que o acesso cirtirgico a este pequeno espaco ¢ praticamente impossivel. ‘Acima deste ha outro recesso, um pouco maior, que ¢ 0 recesso incudal, ocupado pela bigorna e seu ligamento. Mais acima ha outro recesso, denominado epitimpanico, que se abre no antro mastéideo. ‘@ A anterior (parede carotidea) é também mais larga acima que embaixo, Na parte mais superior encontra-se o canal do miisculo do mar- telo © mais abaixo o orificio timpanico da tuba auditiva. que a comunica com a faringe A parede medial (ou labirintica): nesta parede em posicto mais inferior ha uma saliéncia 6ssea denominada promontério que correspon- de a um abaulamento da espira basal da eéclea Em sua superficie ha um plexo nervoso denomi- Cabega do marl Recess eitmpinicn Process anterior do mael> Prega malear ater Recess itenpinico abo do marelo LUgamemt super do mare Corda do tingano Figura 8 - Membrana do timpano, martelo ¢ bigoma do lado diteto. Vista interna do recesso epitmp&nico. Anatomofisiologia Clinica dos Orgdos da Audigao aso parents super mare Recesso epitimpinico Ligament antetior do marelo © : Pare ia a membrana do proceso anteter do marelo imps Astro mastceo Recesso eptimpanc. Proeminéncia do cana “emrelar ater Fossa da bigoma. Sei posterior sto tmpinicn a Emincla, sto bpd ramidal Selo de ingano Pare desea da tuba ave ito tipnico no suo do romeontiio Figura 10 Parede medial da cavidade timpanica do lado direito, com estibo e misculo do estribo, Tratado de Otorrinolaringologia nado plexo timpanico, que corre em sulcos na superficie dssea. Inferior e posterior ao promon: trio ha uma depressdo, a janela coclear ou Janela redonda, cujo orificio é fechado por um tecido fibroso revestido de mucosa e denominado membrana secundaria do timpano. Posterior- mente, ha uma discreta projecao, denominada subiculo do promontério, que forma a borda inferior de uma depressio conhecida como seio do timpano (anterior. Superior e posteriormente ao promontério existem mais trés pontos importantes: uma de- pressio denominada janela do vestibulo ou janela oval, que ¢ fechada pela base do estribo e pelo ligamento anular; a saliéncia do facial (ducto de Falopio) que ¢ recoberta por fina camada éssea: acima disto se desenha a saliéncia do canal semicircular horizontal. Em posicao antero-superior, encontra-se a proceso cocleariforme, que representa o panto de emergéncia do tendao do miisculo do martelo © processo cocleariforme representa a ter- minacdo posterior do canal do tendao do mis- culo tensor do timpano. O perfeito conhecimen- to de sua localizacao um importante ponto de referencia na identificacao da posicdo do nervo facial, especialmente quando a orelha média apresenta-se com sua anatomia distoreida por alteracées cronicas, inflamatérias ou hiperpla- sicas de sua mucosa, ou ainda na presenca de placas de timpanosclerose. O nervo facial esta imediatamente posterior ¢ medial ao proceso cocleariforme, J Aparede lateral (ou timpanica ou membra- nosa) ¢ formada pela membrana do timpano ede uma parte éssea do osso temporal, na qual a membrana se prende. Membrana do timpano Para Anson & Donaupsox, a membrana do timpano representa uma parede comum ao mea- to actistico extemo e cavidade, E como um disco semitransparente de forma eliptica, tendo como medida em seu eixo vertical 9a 10 mm, um, diametro de 8 a 9 mm e uma espessura de 0,074 mm. Colocada obliquamente, ela se inclina me: dialmente da parede péstero-superior 4 antero inferior do meato actistico extemmo. Com a parede superior forma um Angulo de 140°. E ligeiramen ‘te cdncava em sua face lateral devido 4 tragio do martelo. Sua maior depressdo central é o umbigo que corresponde ponta do cabo do martelo. 0 cabo do martelo faz saliéncia na membrana e em. sua extremidade superior ha uma pequena pro Figura 11 — Imagem otoscépica de uma membrana do timpa- ro normal, Jecao denominada curta apétise. Dai os ligamen- tos, um anterior ¢ outro posterior, dirigem-se ao sulco timpanico determinando com este uma area triangular que ¢ denominada parte flacida ou membrana de Schrapnell Ela tem duas partes, a parte tensa ¢ a parte flacida. A maior dela ¢ a tensa, que tem uma espessura entre 30 ¢ 230 um e afunila-se me- dialmente, do anel para seu centro, pelo cabo do martelo. A parte tensa tem uma camada intema circunterencial de fibras elasticas e uma externa de fibras radiais (nao de colageno). No limite superior do cabo do martelo ha seu processo lateral e dai encontra-se os ligamentos anteriores posteriores do martelo que se prendem ao osso. Acima destes ligamentos situa-se a parte flacida da membrana, que como seu nome indica nao esta tensionada ao anel timpanico e nao tem as Recessoeptimpnieg Pane Nicida da membrana do tinpang, Pega } do tmp Pare tensa 3 ‘membrana do tipane Umbigo da membrana Figura 12— Membrana do timpano com suas partes tensa e flacida e 0 manibrio (cabo) do martelo. Anatomofisiologia Clinica dos Orgdos da Audigao 491 camadas de tecido elastico como na tensa. A face medial desta membrana ¢ revestida pela mucosa da orelha média. Sua face lateral é revestida por uma delgada camada de pele do meato aciistico externo, que mede entre 15 a 30 um. Sobre a parte tensa, ha cerca de 3. a 5 camadas de células e sobre a flacida de 5 a 10 camadas. A espessura de epiderme nao é unifor- me sobre a parte tensa. A epiderme é mais espessa sobre o cabo do martelo e o anel, sendo mais delgada entre o umbigo ¢ o anel da membrana do timpano. Ela é bem fina e frouxa ce adere-se diretamente ao osso (nao ha anel da membrana do timpano). A parte maior da mem- brana, que se denomina parte tensa, adere-se um anel fibrocartilagineo, que por sua vez esta preso a um sulco temporal (Rivinus). Mucosa da orelha média ‘Uma fina camada de mucosa reveste toda a parede da cavidade e seu contetido. Segundo ‘aoe, ela continua-se com o revestimento da tuba, anterlormente e com o epitimpano antero-poste- rior e superiormente, A mucosa que reveste a tuba auditiva € constituida por um epitélio colunar ciliado. Este revestimento mucoso conforme afas- ta-se da regido da cavidade timpanica em direcao s células da mastoide vai perdendo seus cilios. A densidade de células caliciformes (‘globet cells") é pequena em uma orelha média normal. ‘Na mast6ide, o revestimento mucoso é cons- tituido por uma camada bem delgada de um, epitélio colunar nao ciliado com uma quantida- Figura 13 Regio da bolsa de Prussak, origemdos colestea- tomas primatios. de minima de tecido conjuntivo, nao encontrando células caliciformes ou glandulas mucosas. & luma membrana vascularizada, fina e transpa renle, intimamente unida ao periésteo, dai 0 nome de mucoperiosteo. Os ligamentos anterior e posterior do martclo © a membrana do timpano delimitam dois fundos de saco, o anterior eo posterior. Conectado com 0 posterior ha tum terceiro, denominado espaco de Prussak, situado entre a parte flacida, a mem- brana do timpano ¢ 0 colo do martelo, Nesta regio € que comeca o desenvolvimento dos colesteatoras primarios. Ossiculos da orelha média ‘So trés ossiculos méveis. Eles se estendem desde a membrana até a janela oval, colocando Figura 14 — Membrana do timpano e ossiculos vistos de ‘medial para lateral. 1 = Corda do timpane, 2= fossa jugular, 3 = base do estribo, 4= anel da membrana dotimpano (no sulco| timpénico), 5 = membrana do timpano; 6 = misculo tensor do timpano; 7 = articulacio incudestapedial; 8 = igamentos dos ossiculos. (Apud. SHAMBAUGH Jr, G. E. Surgery ofthe Ear WB. Saunders & Co., 1967.) Tratado de Otorrinolaringologia 492 Fae atau cabepa do maslo ooo da igo Ramo cute Rama longo Proce emo Vista ventral Vista ventromedial Figura 15 — Martelo e bigoma direitos. as duas estruturas em contato, a fim de trans- mitir as vibracées da membrana, O mais lateral €omartelo eo mais medial o estribo, em contato direto com o liquido da orelha interna. Entre os dois situa-se a bigorna. Eles se unem por articu- Jagées e se ligam ou se prendem a parede da cavidade por meio de ligamentos suspensores. Eles atuam como uma alavanea, transmitindo as vibragoes da membrana a base do estribo, Martelo E.0 maior ¢ ocupa uma situacao mais lateral, ‘Sua parte superior, ou c sifua-se no reces- so epitimpanico ¢ é a sua maior massa ¢ tem em. sua face medial e posterior a superficie articular para a bigorna, A cabeca do martelo se separa do cabo por uma constricao, 0 pescoco ou colo, que se continua com 0 cabo que € mais delicado, de borda oval em seu perfil, ¢ termina com a forma de uma espatula. O cabo forma um Angulo aberto (+ 130") com a cabeca. Um pouco abaixo do colo ha, lateralmente, uma saliéncia denomi- nada processo curto (ou lateral) ou curta apotise. No colo, em sua face anterior, ha outra pequena saliéncia, 0 proceso anterior, onde se prende 0 ligamento anterior do martelo. Corpo da igor 2 do marle Fave aula do corpo da igor Fac aiulard8 S cabega co mala Insergioligamentar * Ineraldo marl Ramolongo Proceso ate Insrgo do mizela tener do tingana sb0 do marelo Vista aterat___Vista dorsal Figura 16 Bigoma e martelo direitos. Bigorna E comparada por ANsox ¢ cols. a um dente com duas raizes. Seu corpo seria a coroa, com uma superficie articular em forma de sela, que recebe a superficie articular do martelo. Suas, duas apéfises correspondem as duas raizes do dente. Uma menor e curta ¢ outra maior, a longa apéfise, A curta é a mais robusta. Elas se dirigem, para diferentes diregées, fazendo uma angulacao de +100". A curta se situa horizontalmente e se dirige para tras, ¢ a longa é vertical, correndo quase que paralela ao cabo do martelo. Em sua ponta, a longa apéfise tem medialmente um pro- cesso denominado lenticular, que se articula com oestribo, Estribo Eomais medial deles. Possui uma base, dois arcos ou ramos anterior e posterior, e uma pequena cabeca denominada cabeca. A base ‘ocupa quase que totalmente a janela oval, sendo ali sustentada pelo ligamento anular. Seus dois arcos tém a forma de uma goteira e tem quase © mesmo comprimento, sendo que o anterior tem uma curvatura menor, é mais delicado e parece um pouico mais curto. ramo posterior tem em sua face posterior, préxima A cabeca, uma area na qual se insere o tendao do muscu: lo do estribo. Articulagdes © cabo do martelo é totalmente revestido pela membrana do timpano, Sua cabeca conecta- se com o corpo da bigorna por uma verdadeira articulacao, que tem uma cépsula muito fina, ase do estibo ame pester — —Rame aneior Ccabega do esto Base do eno Figura 17 — Estibo e detalhe da face vestibular da base do esto. Anatomofisiologia Clinica dos Orgdos da Audigao 493 Figura 18 — Ossiculos da orelha média. 1 = Cabega do martelo;2= processo lateral do martelo, 3 = cabo do martelo; 44 = ramo cutto da bigorna; 5 = bigoma, 6 = ramo longo da bigoma; 7 = base do estribo; 8 = ramos do estibo, Apud BELLO, J. A. In: ALONSO, J Tratado de O. R. L. Ed. Paz Montalvo, Madrid, 1961 formando uma diartrose. E a articulagao incudomalear. A apéfise lenticular da bigorna se articula com a cabeca do estribo por outra diartrose denominada articulacao incudestapedial. que € envolvida por uma membrana que forma a capsula. A base do estribo articula-se com a janela oval por um ligamento, formando uma “sindes- 0s ossiculos possuem ligamentos entre si e com as paredes da cavidade. Misculos da orelha média Dois misculos $40 encontrados na orelha média: @) Maisculo tensor do timpano. b) Massculo do estribo, Mésculo tensor do timpano © masculo tensor do timpano foi primeira- mente descrito por Eustachio em 1564, ANsox cols. 0 descrevem como sendo uma estrutura fusiforme, medindo cerca de 20 mm de compri- mento que ocupa na maior parte de sua exten- so 0 conduto ésseo que tem seu nome. Para ‘Sciummat ja se pode reconhecé-lo no embriao de 22 mm ¢ se desenvolve do mesmo blastema do primeiro arco branquial com 0 miisculo pteri- goideo interno. Este miisculo apresenta duas porgées bem distintas: uma interna que corres- ponde ao corpo do mtisculo e que se encontra dentro do canal ésseo e outra externa, perpen- dicular a primeira, bem mais curta, constituida pelo seu tendao. Jerse o descreve como tendo suas fibras musculares dispostas tal como uma pena. Sao fibras paralelas e curtas, dando-the grande tensao quando se contrai, Grande quan- tidade de gordura tem sido encontrada entre suas fibras, sendo obscura sua finalidade. O fato de estar dentro de um canal éssco, foi explicado por Bexésy como tendo a finalidade de, na sua contragao, nao interferir com a transmis- sao sonora da orelhamédia. Seu tendao, embora pareca ser constituido de uma peca tinica, foi descrito por Cauazaxs, em minucioso estudo, como constituido por trés porgdes independen- tes, torcidas uma sobre as outras, como numa corda. Destes tenddes, um se prende ao colo do martelo e os outros dois ao cabo do mesmo. Descreve ainda como sendo 0 miisculo consti- Figura 19 - Proceso cocieariforme, local onde o tendo do musculo domarteloemerge paraacavidade timpanica,diigi- do-2e a0 colo do martelo. Situa-se muito préximo ao canal do ero facial, sendo um importante ponto de referéncia para a Identiteagio do nervo durante ciurgia da orelha média, Tratado de Otorrinolaringologia 494 tuido de quatro formacées musculares distin: tas. Para Calazans, 0 proceso cocleariforme seria um ponto de insercao de seus feixes mus culares e nao simplesmente uma polia de refle- xdo dos tendées. Este miisculo é inervado pelo trigemeo. Misculo do estribo Filogeneticamente ¢ 0 mais antigo dos dois miisculos timpanicos. JA pode ser reconhecido num embriio de apenas 13,5 mm. & inervado pelo nervo facial (VII par) e se desenvolve do segundo arco branquial, 0 arco hidideo, em relacao muito proxima com os muisculos digas- trico e estilo-hidideo. De modo semelhante 20 tensor, suas bras se dispéem como uma pena. Sao curtas e paralelas, dando-lhe grande tensio durante a contragao. O miisculo do estribo ocupa ‘uma pequena cavidade na eminéncia piramidal, que ¢ uma mintiscula saliéncia da parede poste- rior da orelha media (cavidade timpanica). Seu tendao passa através de uma pequena abertura na eminéncia piramidal e dirige-se anteriormen- te margem posterior da cabeca do estribo, perto de sua articulago com o processo lenticu- Jar da bigorna.1 Segundo Tester e cols., a contragao deste miisculo provoca um movimento daquele ossicu- Jo para fora. Sua base (platina) executa em redor de seu eixo vertical um movimento de bascula Este movimento faz. com que a extremidade ante rior da base do estribo se desloque para fora da Janela oval, enquanto a extremidade posterior faz Figura 20 — Musculo do estrbo, inervado por ramo do facil. uum movimento para o interior do vestibulo. Em virtude do eixo de rotagao da base do estribo estar mais préximo de sua extremidade posterior, seu deslocamento para dentro é muito menor que para fora em sua poredo anterior. ‘Vasos e nervos da orelha média Para Anson, a irrigagao arterial da orelha média deriva basicamente da artéria carétida externa. A artéria timpanica anterior, que é ramo da maxila distribui-se em sua parte anterior € inclui a membrana do timpano. A artéria auri- cular posterior, ramo da artéria estilomastéidea, irriga a parte posterior da cavidade e células da astoide. A artéria timpanica inferior, ramo da faringea ascendente participa da irrigagao arte- rial do promontério. Da artéria carétida intema vem o ramo caroticotimpanico, que se dirige A parede anterior da orelha média. ‘As veias correspondem as artérias e drenam, para o seio petroso superior e plexo pterigéideo. Osvasos linfaticos relacionam-se, principa mente, com os linfonodos retrofaringeos ¢ parotideos. Ainervacao da mucosa, ainda segundo ANson 6 representada pelo plexo timpanico, formado pelo ramo timpanico do glossofaringeo (nervo de Jacobson) ¢ pelo caroticotimpanico superior ¢ inferior, ramos do sistema simpatico do plexo carotideo ¢ do nervo petroso superficial menor. Accorda do timpano apenas atravessa a orelha média de posterior para anterior. Antroe células da mastéide ‘Uma pequena abertura denominada adito do antro na parte superior da parede posterior do recesso epitimpanico, comunica uma camara conhecida por antro mastéideo. Seu tamanho pode ser comparado ao de um feija0, mas varia muito em fungao da pneumatizacao da mastoide. Situa-se atras e um pouco acima da cavidade timpanica. Ele é revestido por um mucoperiésteo semelhante ao da cavidade e nele abrem-se nu merosas células. Tuba auditiva A tuba estende-se desde sua abertura tim: panica a parede lateral da rinofaringe, tendo uma inclinagao medial e anterior. Tem uma, porcao éssea e uma cartilaginosa, com um com: primento de 3,5 a 4,0 cm, Sua porgao lateral ou timpanica, que no momento nao interessa, cor: Anatomofisiologia Clinica dos Orgdos da Audigao 495 responde a metade da mesma e ocupa um semicanal 6sseo. Situado superiormente a tuba, situa-se um canal que ¢ ocupado pelo masculo tensor do timpano e sta parede medial se rela~ ciona com o canal carotideo. Sua luz ¢ irregular com uma forma triangular. £ revestido por um epitélio tipo respiratrio que se continua com a da oretha média, sendo ciliado colunar e pseu- do-estratificado junto a nasofaringe ‘As glandulas mucosas predominam junto & faringe, onde ha um conglomerado de tecido linfatico, Orelha interna Aorelha interna localiza-sena porgao petrosa do osso temporal e engloba os érgios da audicao e do equilibrio. Consiste, segundo Anson ¢ cols. de tés partes principais: 1, Labirinto endolinfatico (membranoso}, 2. Labirinto perilinfatico (6sseo). 3, Capsula ética. Labirinto endolinfitico E um sistema de canais ¢ tubos epiteliais, repleto de um liquido claro denominado endolinfa. E quase que totalmente envolvido pelo labirinto perilinfatico e seu tecido de sus- tentagao. Ambos situam-se no chamado osso labirintico da capsula dtica. Suas partes princi- pais sao: 1. Utriculo. 2. Saculo., 3, Ducto e saco endolinfatico. 4, Ductos semicirculares e suas ampolas. 5, Ducto coclear. Existem outros pequenos canais de comuni- cacao como o ducto utricular, ducto sacular e ductus reuniens. © ducto coclear ¢ os ductos semicirculares tém praticamente a forma dos canais ésseos em que se situam, o que nao acontece com o vesti- bulo onde ha dois sacos, 0 utriculo eo século. ‘Seu contetido, a endolinfao recheia e ¢ separado da perilinfa. As ramificagdes do VIII par termi- nam no revestimento interno do sistema de ductos. Utrieulo E-um saco ovéide, ligeiramente achatado, que se situa na porgdo péstero-superior do vestibulo. Nesta regiao ele se adere firmemente por tecido conjuntivo ¢ pelas terminagées nervosas do ramo utricular do VIII par. Em situagao anterior € esto aston extern carilagneso esto aistoo externa Recessoeptimpnico (sso temporal Mosel evanador vu palatine (Cabega do mateo “Tendo go misoul tensor do tinpano emorans do none Gate farina Mdzeuo cantor superior da ornge Figura 24 — Vista conjunta das orelhas externa e média do lado dreto. Tratado de Otorrinolaringologia 496 lateral ha uma area espessada, a macula utricu- lr, que é onde se situa sua porcao sensorial. Na parede posterior se abrem os ductos semicircu- Iares e na anterior o ducto utriculo-sacular que ‘© comunica com o saculo. Séeulo ‘Também tem a forma de um saco ovéide, porém bem menor que 0 utriculo. Situa-se na parte anterior ¢ inferior do vestibulo, Um espessa- mento também oval localiza-se anteriormente, ‘onde o nervo sacular termina na macula sacular. Em sta parte inferior ha um canal que o une a0 ducto coclear, que € o ductus reuniens ¢ poste- riormente ha o ducto utriculo-sacular ja citado. Fazendo um angulo com este canal, 0 delicado ducto endotinfitico tem sua origem, Ducto e saco endolinfatico © ducto endolinfatico situa-se num canal 6s- seo, o aqueduto do vestibulo, e é envolvide em sua maior parte por um tecido conjuntivo frouxo que se continua com o periésteo, Junto a extremidade ‘tricular o ducto se situa no labirinto perilinfatico, onde sua abertura interna origina-se do vestibulo. ‘A parte distal do ducto continua-se com 0 saco endolinfatico, parte do qual se situa numa pequena depresséo na face posterior do osso petroso, entre as camadas da dura-mater. Quando ainda no vestibulo, o ducto endolin- fatico divide-se em dois bragos como um Y; um_ comunica-se como utriculo ¢ 0 outro com o saculo. Na literatura antiga eram denominados de ducto utriculo-sacular. A parte do ducto que se situa no vestibulo pode ser chamada de sinus ou sei. ‘0 saco endolinfatico ¢ representado pelo alar- gamento distal do ducto e situa-se na porcao cranial do aqueduto que tem a forma afunilada, 0 saco é também envolvido por um tecido conjunti- vo. Uma parte do saco se estende entre 0 periosteo © a dura-mater propriamente dita. Scu revestimento € de epitélio cubéide, sen- do um pouco mais alto na porgao junto a dura- mater, denominado "porgao rugosa” Ductos semicirculares ‘Trés ductos membranosos se abrem no utri- culo por cinco orificios, Eles se situam no canal 6sseo que tem seu nome. Cada ducto, no entan- to, ocupa o volume de um terco do canal. Cada, ampola membranosa é sustentada em sua face externa por um sulco transverso, o sulco ampo- lar onde penetram as fibras do nervo ampolar. Correspondendoao sulco, internamente, hauma saliéncia, a crista ampular, que se projetana luz e recebe as terminagdes nervosas. Ducto coclear E um ducto em forma de espiral (mola espi- ral) que se situa na céclea dssea ¢ € preso a sua parede externa. O ducto coclear inicia-se como um fundo de saco que ocupaorecesso coclear do Ductoendointiteg ‘cana semiceeua esterior questo do vestious Dure-miter ences Hecorems Duct cole Sy, Rana Stage Duco petition ‘aquedto da elea ‘Sieulo Figura 22 — Representacao esquematica dos labirntos ésseo e membranoso do lado dirlto. © ducto semicircular lateral esta representado na figura. Anatomofisiologia Clinica dos Orgdos da Audigao 497 Cita ampular Micuas \tiouo e do seule cs Cita ampular, — Figura 23— Reconstugo das porgbes vestbulares ¢ canalicula- resdolabirinto membrandceo. ApudANSON & DONALDSON. The Surgical Anatomy of the Temporal Bone. Philadelphia, W.B. Saunders Co., 1967. vestibulo, Dentro do canal 6sseo coclear, faz ‘uma espira basal, uma médiae uma incompleta, apical, onde termina num fundo de saco (seio cupulay). No vestibulo ele se comunica com o saculo pelo ductus reuntens. 0 ducto coclear é de forma triangular num. corte transversal. Seu assoalho é formado por uum espessamento do periésteo recobrindo a parte periférica da lamina éssea espiral (e se continuando como a membrana basilar, alcan: cando o periésteo que se situa na parede perifé- rica do canal ésseo coclear). 0 epitélio do as- soalho coclear é altamente sofisticado e espe lizado, constituindo 0 érgao de Corti, onde ter- minam as fibras do nervo coclear. Aparede periférica do ducto coclear é cons- tituida por um espessamento do peridsteo, onde se situa a estria vascular. ‘Aterceira parede ou teto ¢ constituida por uma delicada membrana denominada de membrana vestibular ou de Reissner. Ela forma um angulo de 45° com a lamina éssea espiral © ducto coclear ¢ a lamina éssea espiral dividem o canal coclear em um espago superior, a rampa do vestibulo ¢ um inferior, a rampa do timpano. Estas duas rampas se unem apicalmente no helicotrema, onde termina o ducto coclear. A parede lateral do ducto também tem uma camada média de tecido conjuntivo, envolvida por um epitélio delicado, Sua parede lateral é revestida por um periésteo espessado e modificado, deno- minado ligamento espiral, que contém muitos vasos em sua porcdo superior, isto é, junto a membrana vestibular (Reisner) que se estende num epitélio irregular pseudo-estratificado que 0 reveste. Esta regio vascularizada é denominada estria vascular. No assoalho do ducto é que se encontra 0 epitélio mais especializado de todos (6rgao de Corti) Junto a rampa do timpano, o periésteo da lamina espiral éssea se continua ao lado oposto, como uma fina membrana (membrana basilar) que se prende ao ligamento espiral na parede lateral. No lado da lamina espiral éssea, junto luzdo ducto coclear, 0 periésteo é mais espessa do ¢ ali Gimbo da lamina espiral) se prende membrana tectéria, Ela é uma membrana deli- cada, gelatinosa, que recobre o érgao de Corti. Grgao de Corti orgao de Corti encontra-se apoiado sobre a membrana basilar. A membrana basilar ¢ uma. estrutura extremamente resistente, que separa a rampa do timpano do dueto coclear; ela se estende da espira basal a espira apical da céclea, estando fixa medialmente ao labio timpanico do limbo espiral e lateralmente ao ligamento espiral. Esta estrutura possi no ser humano uma largura cinco vezes menor na base que no pice coclear ¢ sua tensao diminui gradualmente da base para o apice. Tais propriedades fisicas determinam as caracteristicas peculiares na mecanica da onda de propagacao ao longo da membrana basilar, quando um estimulo acistico penetra a orelha interna através da janela oval. O orgao de Corti é basicamente constituido dos elementos sensoriais, as células ciliadas, das células de sustentagdo e da membrana tectéria, A membrana tectéria encontra-se fixa ao limbo espiral e apoiada sobre os estereocilios das células ciliadas. Existem dois grupos ana: tomofisiologicos de elementos sensoriais. ‘As células ciliadas internas, bulbosas, for mam uma tinica fileira de células ao longo do neuroepitélio coclear, encontrando-se apoladas em células de sustentagao relativamente rigidas, constituem o primeiro grupo anatomofisiolégico. © segundo grupo é formado pelo conjunto de células ciliadas externas, cilindricas, que for: Tratado de Otorrinolaringologia ama do timpano (em dregae sane redonda} Ags Lamina espa éssea TWertrana vestbular Reseney) Deflecio da membrana vestbular(de Reisner pel onda sonora Defexiods membranabasiare rio ‘de Cope pressiotransmida a ‘is do duct cocear Membranabasar Gata ciiadas externas as iad itrmas Figura 24 — Transmissio do som através do ducto coclearestimulando as céulas cliadas. Apud MYERS, D. efal.CIBA Clinical ‘Symposia, 1970, mam trés a quatro fileiras ao longo das espiras da céclea, apoiadas em células de sustentacao muito flexiveis, Existem aproximadamente 17.000 células ciliadas, sendo 4.500 células ciliadas internas ¢ 12,500 células ciliadas externas. As células cilia das internas esto localizadas na porcdo mais rigida da membrana basilar e as células ciliadas externas, na porcéo mais flexivel da mesma. Esta organizacdo estrutural ¢ os estudos da eletrofisiologia da orelha interna sugerem que a transdugao mecanobioelétrica ocorra em nivel da lamina reticular das células. Vascularizacao ~ 0 labirinto é irrigado pela artéria auditiva interna que é ramo ou da basilar ou da artéria cerebelar antero-inferior (Anson). A artéria auditiva interna subdivide-se em artéria vestibular, artéria coclear ¢ artéria vestibulococlear. Esta leva irrigacao arterial para os dois tercos da espira basal da cécleae grande parte para o saculo, utriculo, ducto semicircular posterior ¢ parte do ducto horizon- tal (lateral) ¢ superior. A artéria vestibular irriga parte do saculo, utriculo ¢ ductos semicirculares. A artéria co- clear leva irrigacao para os dois tumos apicais da céclea. ‘A drenagem venosa ¢ feita, ainda segundo Anson, pela veia auditiva interna que retme veias de nomes semelhantes as artérias que ali exis- tem. Airrigacdo arterial do érgao de Corti c outros elementos do ducto coclear é ministrada por vasos da estria vascular ¢ vasos espirais sob a membrana basilar. Anatomofisiologia Clinica dos Orgdos da Audigao sia Memorana piano asiarcam orgioce Membranavesibular ore Figura 25 0 ducto coclear. Apud SCHUMACHER, S. Compendio de Histologia Humana. Labor, Barcelona, 1950, As artérias que irrigam a céclea penetram através do modiolo juntamente com as fibras do ‘VII par. Inervaedo-Ainervacao ¢ dada pelo VII par, onervo estatoactistico. Este nervo divide-se em duas partes: onervo vestibular e onervo coclear. Onervo vestibular origina-se de células do gan- slio de Scarpa e distribui-se em dois ramos: para © saculo e utriculo e outro para as ampolas dos ductos semicirculares. Dentro do canal espiral do modiolo estao o nervo coclear ¢ 0 ganglio espiral (Corti). Suas fibras periféricas, ainda repetindo Axsox &Donaunson, passam domodiolo através da lamina espiral para alcangar as célu- las ciliadas do érgdo de Corti, onde suas fibras se distribuem, Labirinto perilinfatico (ésseo) Amatriz 6ssea que envolve o labirinto ésseo € mais dura que o resto do osso petroso. Isto permite a sta identificacao como um arcabouco separado do osso petroso e é a cépsula ética original Divide-se em trés compartimentos: A) Vestibulo. B) Canais semicirculares. ©) Céclea, clus eladas cigs de Claudius "Fras de Vl par Figura 26 - Representago esquematica do érgio de Cort, Apud SCHUMACHER, S. Compendia de Histologla Humana. Labor, Barcelona, 1950, Tratado de Otorrinolaringologia 500 Duct colar (contre alt) [Rama do vestbue contr print) Rampa dotimoane (contem prin) Nene vesibuar Limina espialéssea_Mesiolo. Orgio de Cont femorana vestblade Reisner) Vind da jana oval Em deegio jane redonda Nerve vertoulo- ‘ocear (Vl pz) Figura 27 — Corte da céclea mostrando suas duas espiras e meia ¢ 0 modiolo com os ramos do nervo coclear. Apud MYERS, Deetal. CIBA Cinical Symposia, 1970. Todo 0 osso € revestido por um delicado periésteo e internamente por um fino epitélio. ‘Todo ele se encontra cheio de um liquide denomi- nado perilinfa, que envolve olabirinto membranoso que é bem menor. ‘A parede lateral do labirinto ésseo corres- ponde a parede medial da orelha média e sua parede medial corresponde ao fundo do meato aciistico interno, Vestibule uma cmara ovoide com cerca de 4mm de diametro, sendo a parte mais volumosa do labi- into, Em sua poreao antero-inferior contacta a céclea ¢ na péstero-superior recebe a termina- 40 dos canais semicirculares. Nele encontram- se varias aberturas: uma parte crivosa para 0 nervo, uma para o aqueduto do vestibulo, para canais semicirculares, céclea ¢ a janela oval lateralmente. Canais semicirculares Sao trés canais dsseos, situados na porcao superior do vestibulo, cada um desenha dois tergos de um circulo e se situa em Angulo reto, um do outro, como os cantos de um cubo. O canal Anatomofisiologia Clinica dos Orgdos da Audigao 501 (Cana semiceulaantarioe amgelaéssea anterior Agvet do vestbulo céclea ‘Aquedut d edlea * canal samira vipar tem cerca de 1 mm de didmetro, mas se toma dilatado em sua porcao terminal, a ampola 6ssea, com o dobro do diametro, Eles se abrem no vestibulo por cinco aberturas (em vez de seis), pois dois canais se fundem (0 superior ¢ 0 posterior). 0 canal horizontal (ou lateral) situa-se num plano quase horizontal ¢ € 0 mais curto deles. Céclea Assemelha-se A concha de um caracol. Sua forma tem sido comparada a tum cone com base no meato actistico interno ¢ apice anterior © lateral. E constituida de um canal espiral com Figura 28— A) Molde do labirinto ésseo do lado direito. 6) do labirinto 6s8e0 do lade direto, no eranio. cerca de 30mm, que envolve uma porgao central (0 modiolo), em duas voltas e meia. Do modiolo projeta-se na luz do canal ésseo uma lamina 6ssea, denominada lamina espiral éssea. Assim © canal coclear é dividido incompletamente em duas porgées, arampa do vestibulo e, mais infe- riormente, do timpano, que se unem no pice do modiolo num lugar denominado helicotrema. ‘0 modiolo, que é uma coluna 6ssea curta, é perfurado pelo nervo ¢ vasos. No inicio do canal coclear ha trés aberturas: a janela oval (com a membrana do timpano secundaria), a comunicacao com o vestibulo eo canaliculo que comunica a rampa do timpano com 0 espaco subaracnéideo. Parade tempi Semana do mize tenor otimpano Fesura petrtimesnica| Figura 29 — 4) Corte vertical do ducto coclear do lado direlto, 8) Capula do ducto coclear do lado direito, aberta, Cépsula stica Ela envolve o labirinto ¢ € uma categoria ‘Gssea essencial pelas seguintes razbes a) Ossifica-se de numerosos (mais ou menos. 14) centros. b) Os centros se fundem sem formar suturas. 0) Deriva-se de cartilagem enaoremanescem areas de crescimento cartilaginoso. @ Tem seu maximo desenvolvimento alean- cado no 5* més de gestacao. ‘Axsow & Doxain descrevem “que em orethas de {fetos ja desenvolvidos, ou entao logo apos 0 nas- cimento, ja € possivel distinguir histologicamente uma linha que separa a capsula ética original, das camadas mais internas de osso periosteal acres- centadas. A adigao destas camadas periosteais 6, a0 mesmo tempo, acompanhada por fusao de porgées adjacentes da parte escamosa e do osso occipital, do cranio em desenvolvimento, resul- imina do medi ama do vest tando assim na incorporacdo da capsula ética na parte petrosa do osso temporal’. Fisiologia ‘As nogdes mais precisas em relagao a fisio- logia da orelha datam de menos de um século: sendo que nos iltimos 40 anos seu progresso foi notavel, talvez pelo inicio da cirurgia reconstrutiva que ganhou sua maioridade nos {iltimos 30 anos. (Os gregos, como Anisronsss (884-322 aC.) ¢ Enepoctss (500 a.C.), foram quem reconheceram na membrana do timpano ¢ orelha média uma funcao auditiva. Guzeno (130-200 d.C.) acrescen- tou a nocao da existéncia do nervo auditivo pensava que o mesmo terminava na orelha média. Anisroreizs atribuia a audicéo uma impor- tancia muito maior que a visao, pois a audicao Anatomofisiologia Clinica dos Orgdos da Audigao 503 seria o instrumento do aprendizado, sendo os cegos muito mais inteligentes que os surdos mudos, Coube ainda a Avustoteues reconhecer a importancia do ar dentro da orelha média. Hirocrares (460-377 a.C.) foi quem descre- veu que a orelha era cercada de um osso de grande dureza e rodeada de espacos aéreos. Apenas no século XVI, na Renascenga, é que vieram 4 luz as contribuicées dos grandes anatomistas. Vesauus (1514-1564) descreveu a bigomna e o martelo em detalhes (ele em seus trabalhos nao descreve oestribo). Incrassia(1510- 1580) estudou em detalhes o estribo eas janelas oval e redonda, Fatorto (1523-1562) descobriue descreveu a céclea, 0 labirinto e o canal do facial e Eustact (1510-1574) descreveu a tuba auditiva, que recebeu o seu nome. Estas descobertas permitiram a Corer, em 1566, descrever a via que o som tomava até sua chegada a céclea, porém ainda nao havia dado ateneao ao importante papel transformador da orelha média. Cor (1822-1876) em 1851 descreveu 0 6r- gao que leva o seu nome, A funcao transformadora da orelha média s6 foi lembrada por Vow Heuwiovrz (1821-1894) em 1863, que notou a diferenga entre as proprieda- des condutoras do som no ar ena agua. Ele reconheceu a necessidade de um meca- nismo para converter as vibracées de larga ampli- tude ¢ baixa pressao do ar, em baixa amplitude e pressao maior para os liquidos. Bextsy (1899-1972), pelos seus engenhosos estudos, confirmou a teoria de Vo Hetmiourz € demonstrou alguns erros cometidos pela teoria anterior. Gracas aos estudos de Vox BExésy, os conhecimentos da fisiologia da orelha ganha- ram sua maioridade, permitindo sua aplicacao pratica no desenvolvimento da cirurgia funcio- nal da orelha (WousTEN e ZoL.NER) Os capitulos finais ainda esto por ser escri- tos, repetindo Siuwnavci JR., "pois muitas coisas ainda devem ser explicadas”. Sourone e HouwcReN ndo entendiam e nem conseguiam explicar os mecanismos da audicao apés a fenestracao. So: mente Lempert e os trabalhos de Bexesy € que, algumas décadas depois (1948), vieram a expli; car o mecanismo. Pavilhao da orelha Alguns animais podem movimentar seus pavilhées, auxiliando em muito na localizacdo da fonte sonora, assim como auxiliam na exte: riorizagao de um estado emocional. No homem, perde sua importancia, apenas participando na orientagao direcional, Relata Tonnporr que o ganho produzido pelo pavilhao da orelha nao é muito grande, aproxi- madamente de 3 dB a4 kHz, sendo que aconcha oferece um ganho de 10 dB a4 kHz e uma perda de 5 dB a 10 kHz. Meato aciistico externo Heiwsiourz demonstrou que a ressonancia propria da coluna aérea no meato actistico reforca as freqiéncias equivalentes aos tons proprios da coluna de ar, que se acham entre 2 3 kz. Para Toxporr 0 meato actistico representa um tubo aberto numa extremidade e fechadona outra e tem uma ressonancia na freqiiéncia de 2,6 kHz. O ganho total, combinando todos seus elementos, seria de 20 dB a 2.5 Plz. ‘Segundo Jonnson & Hawa, 0 meato actis- tico externo tem fungées auditivas ¢ nao audi- tivas. A funcao auditiva seria a de permitir uma eficiente conducao do som do meio ambiente a membrana do timpano. A fungao nao auditiva € a protecdo da membrana do timpano ¢ estruturas mais profundas manter uma pas- sagem livre para o som alcangar a membrana do timpano. revestimento epidérmico oferece uma bar- reira de proteeao aos tecidos subjacentes de efeitos danosos potenciais do meio ambiente. isto €: ressecamento, umidade, abrasao, subs- tancias quimicas ou invasdo bacteriana. Esta funcao protetora é oferecida pela camada mais superficial epidérmica, o stratum comeum. Este estrato consiste de camadas de ceratécitos mortos que constitui uma superficie imperme- vel, porém flexivel ‘A funedo protetora da orelha externa é em parte oferecida pela sua anatomia, porém ha ‘outros importantes fatores que colaboram para que esta fuungao protetora seja mais eficiente: 08 pélos, o cerume, a migracdo epitelial e a desca: magao, {@) Os pélos sao encontrados na porgao car- tilaginosa da orelha externa, onde envolvem 0 meato acistico. Estes pélos, por sua disposi¢ao, apontam para fora, oferecendo uma protecao contra a entrada de objetos animados ou inani: mados, b) A cera ou cerume é uma combinagao de ceratécitos descamados e secrecdes das glandu- las da parte mais superficial do meato acustico.

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