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Geografia Dos Transportes
Geografia Dos Transportes
Tema do trabalho:
Turma: D
1. Introdução ........................................................................................................................... 1
3. Conclusão ......................................................................................................................... 11
Bibliografia ............................................................................................................................... 12
1. Introdução
Após a devastação causada pela guerra civil em Moçambique, tornou-se crucial dar um
empurrão à economia. Os “corredores de desenvolvimento” foram uma componente essencial
da estratégia pós-guerra. Devido à sua localização geográfica ou respetivos recursos naturais,
estas regiões mostravam ser promissoras em matéria de estimular o crescimento económico do
país por meio de investimento em infraestruturas com um foco regional. Este capítulo contém
os antecedentes das iniciativas de desenvolvimento espacial em África, apresenta um panorama
geral e elementos detalhados dos diversos corredores de crescimento em Moçambique e conclui
com formas de fazer face aos desafios e riscos dos corredores de desenvolvimento.
1.1.Objectivos
1.1.1. Geral:
1.2. Metodologia
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A estratégia escolhida foi a pesquisa bibliográfica, o estudo foi feito através de levantamento
de informações já processados através de pesquisas anteriores. Esta estratégia de pesquisa é
aplicada na academia com a finalidade de aprimorar e atualizar o conhecimento, através de
investigações científica de obras já publicadas (Andrade, 2010). Para Fonseca (2002), a
pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e
publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web
sites.
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2. Desenvolvimento teórico
2.1. Contextualização
2.1.1. Corredores de desenvolvimento em Moçambique
Os corredores de desenvolvimento são muitas vezes delineados por fatores históricos e político-
económicos, tal como é o caso do alinhamento de corredores Este-Oeste em Moçambique, os
quais originam na economia colonial portuguesa. Os corredores apoiam a integração regional
por meio do desenvolvimento coordenado de infraestrutura de transportes e logística de frete,
especialmente em matéria de facilitação do comércio transfronteiriço; investimentos
coordenados por meio de um quadro comum de políticas; e projetos-âncora de investimento,
muitas vezes ligados a indústrias extrativas. O conceito de corredor prevê um papel relevante
para o setor privado nas disposições institucionais, bem como a participação ativa de
autoridades públicas centrais e locais. Esta plataforma institucional público-privada visa
facilitar a eliminação de barreiras regulatórias e políticas ao fluxo de mercadorias, pessoas e
serviços através das fronteiras (Aranha, 2002).
Em virtude da sua localização geográfica única e dos seus recursos naturais, Moçambique —
talvez mais do que qualquer outro país em África Subsariana — tem sido foco de diversos
corredores de crescimento que visam a integração regional. Na verdade, o programa RSDIP
teve início em 1995 com o Corredor de Desenvolvimento de Maputo (CDM). O objetivo é
promover o comércio e o crescimento impulsionado por investimentos ao longo dos corredores
de desenvolvimento, enfocando em projetos-âncora de grande porte, normalmente na área de
mineração, bem como otimizar investimentos em infraestruturas, incentivar as atividades de
valor agregado e estimular a competitividade das economias regionais. No caso do CDM, os
principais impulsionadores têm sido a disponibilidade de eletricidade proveniente de Cahora
Bassa, no centro de Moçambique, para a fundição de alumínio da Mozal, nas imediações de
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Maputo, e a disponibilidade de gás da Província de Inhambane, no Sul de Moçambique, para o
complexo petroquímico da Sasol, na África do (Aranha, 2002).
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A Iniciativa Logística do Corredor de Maputo (MCLI, na sigla inglesa) foi criada em
1994 para proporcionar apoio institucional público-privado para os objetivos de
desenvolvimento do corredor, tendo alcançado um êxito notável. O projetoâncora
inicial foi o da Mozal, uma fábrica de transformação de bauxite importada em alumínio.
A Mozal arrancou em 1998 e constituiu um forte sinal para outros investidores,
demonstrando que os investimentos de grande escala (mega projetos) podem ser bem-
sucedidos em Moçambique, fomentando, eventualmente, a vaga de investimentos que
se seguiu nas indústrias extrativas e nos setores energéticos. Outros mega projetos
subsequentes são o Parque Industrial de Beluluane (abrangendo empresas de diversos
setores, nomeadamente: construção, produtos eletrónicos e equipamentos médicos,
entre outros) e o grupo petroquímico Sasol, que utiliza gás natural de Pande e Temane.
A Mozal e a Sasol investiram mais de USD 2 mil milhões e USD 800 milhões,
respetivamente. A Mozal é responsável por mais de 48% da produção industrial de
Moçambique e 28% da indústria de valor acrescentado; representa ainda 75% das
exportações industriais, 60% do total de exportações e 42% da totalidade da receita de
exportação do país(Ministério de Planificação e Desenvolvimento , 2012, p.90).
• Um investimento de USD 3,4 mil milhões por um consórcio liderado pela gigante
brasileira de mineração, a Vale, para a reabilitação dos 912 quilómetros da linha férrea
de Moatize (Tete) para o porto de Nacala, incluindo um trecho no Malawi. A construção
desta linha férrea deverá ser concluída até ao final de 2014 ou início de 2015.
• Um investimento no valor de USD 1,1 mil milhões pela Vale num porto novo em Nacala
Velha, a ser concluído ao mesmo tempo que a linha férrea.
• A construção de um aeroporto de grande porte com inauguração programada para 2014.
• Melhoramento das rodovias de Nampula-Cuamba e Cuamba-MandimbaLichinga, que
atualmente são estradas de terra.
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• Melhoramento do atual porto de Nacala.
• Desenvolvimento da Zona Económica Especial de Nacala, criada em 2007. O total de
compromissos de investimento à data é de USD 1,2 mil milhões para 53 investimentos
aprovados, dos quais algumas empresas de agroprocessamento já iniciaram as suas
operações.
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Ademais, a capacidade reforçada será crítica no futuro nas áreas de planeamento de utilização
da terra, gestão sustentável de recursos naturais e implementação de salvaguardas sociais e
ambientais.
O porto da Beira também proporciona uma ligação de transporte para o interior de Moçambique
e para o Botswana e a RDC. O desenvolvimento do Corredor da Beira é impulsionado por
iniciativas paralelas: os investimentos em extração de carvão em Tete e o Corredor de
Crescimento Agrícola da Beira (BAGC). A linha férrea de Sena foi redesenvolvida e
reinaugurada em junho de 2010 para facilitar a exportação de carvão de Tete (tanto a Vale como
a Rio Tinto estão atualmente a exportar carvão via porto da Beira). As operações na linha de
Sena foram interrompidas em 2013 por cheias e também violência política.
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Unido, Noruega e Holanda. Foi lançada em 2010 com o fim de promover maior volume de
investimentos em agricultura comercial e agronegócios no Corredor da Beira (com um foco nas
Províncias de Tete, Sofala e Manica). O Fundo Catalizador do BAGC apoia uma gama de
investimentos em agricultura e negócios de agroprocessamento. Em parceria com a Aliança
para uma Revolução Verde em África (AGRA), o BAGC apoia também investimentos em
irrigação e serviços de apoio a pequenos agricultores (Batista & Vicente, 2012).
À luz das barreiras do contexto empresarial, o setor privado nacional é débil, mal-organizado,
em grande medida informal e não conta com a capacidade comercial e financeira para captar os
benefícios resultantes dos avultados investimentos em construção, agronegócios, serviços e
indústria ligeira, os quais têm grande potencial de criação de emprego. No futuro, as principais
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limitações de setores específicos devem ser abordadas sistematicamente em parceria com o
setor privado (di Castri, 2013).
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3. Conclusão
De tudo que foi exposto nesse trabalho importa referir conclusivamente que os
principais corredores de desenvolvimento compreendem o Corredor da Beira,
o Corredor de Maputo, o Corredor de Mtwara e o Corredor de Nacala.
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áreas prioritárias de desenvolvimento, designadas por Spatial Development Iniciatives
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Bibliografia
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