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Cag mani ol PEREIRA FERNANDA BELA DELINDRO caxaponag oF soko proo cones ost manu HRCA swoennsio ceca TSAWELMaacaa4 DUARIE + Doutoa em Linguistica, Peesera aeracads e Membre do Caneelne enticed Faculdade de Leas Universidade do Pot + Dietom do are de Nesta ssi da Portugués e Lingus {lisset ne "Glo do Eni Bio areal ates INDICE GERAL SO eesrerrery "suséncia®, Nuno hidice B z LEITURA “arte irvisivl”, Ana Bacalhau “4 PAG, Exposigio 5 PARTE | Sey Gas eon en tr) EDUCAGAO LITERARIA PAs, “Autopsicoraia,Femando Pessoa 30 Isto", Fernando Pessoa 32 “A cefea”, Fernando Pessoa 36 "Gato que brincas na rua, Fernando Pessoa 37 "Nao se se & sonho, se realidad", Ferrando Pessoa 38 “Quando as cians bina”, Femando Pessoa a “othacme rind uma cian’, Femando Pessoa a Contextualzagao histérico-terdria —o século XX 2 "A vanguarda", Osvaldo Silvestre 2 “A Geracio de Orpheu", Adolfo Casais Monteiro 2% “Fernando Pessoa — vida e obra”, Teresa Rita Lopes 2 ‘Memérias: “A cianga que eu ful", José Saramago 46 Cs mm Fie Seay pac, REUTUTeY Texto e textualidade: coesio Denis Sintaxe:fungées sintaticas Porc ‘Compreensio do ora: Literatura Aqui Expresséo do ora: texto de opiniao PROJETO DE LEITURA CH eo GRAMATICA Retoma fungées sintaticas classifcagao de oragdes coeréncia e coesio ‘Ao lao, esto anaes a5 pins que neuer questions bre 0 canes gramatials ama dads. ea oxo Exoresséo oral: texto de opiniso FICHA INFORMATIVA - VALOR TEMPORAL FICHA INFORMATIVA - VALOR ASPETUAL FICHA INFORMATIVA - GENEROS TEXTUAIS: (0 DIALOGO ARGUMENTATIVO PROJETO DE LEITURA SINTESE DA SEQUENCIA FICHA FORMATIVA 2 2 FT 37 39 4B 46 28 3 40 “4 50 52 54 ACH EDUCAGAO LITERARIA (0 Drama em gente Livro do Desassossego, Berardo Soares “Amo, pels tardes demoradas de vera Bernardo Soares "Quando outra virtude ndo haja em mim", Bemardo Soares “Tudo & absurd." Bernardo Soares Poesia dos heterdnimos “Nao me importo com as rimas.", Alberto Caeiro "E hd poetas que so artistas", Alberto Caciro "Eu nunca guardeirebanhos", Alberto Caeiro "Ponho na alva mente o fix esforga", Ricardo Rels "Nao tenhas nada nas maos", Ricardo Reis "Vem sentar-tecomigo, ici, 3 beta do ro", Ricardo Reis "Preto roses, meu amo, 8 paiva", Ricardo Rels “o bindmio de Newton", Alar de Campos "Destaldando 20 conjunto fcc dos cus esrelados”, Avro de Campos "Aniverséro", Alvaro de Campos “Ode Turf”, Alaro de Campos LETURA “A heteronimia’, Femando Guimares ‘Apreciacéo critica: “0 texto-gente ou 0 ‘desassossego! de um lito", Anténio Caos Cortez "Diario e Memérias", AAV Artigo de opin: “Nunca ninguém morreu assim", Miguel Guedes *Fermando Pessoas” José Saramago "Carta sobre a génese dos heterénimos", Fermando Pessoa Artigo de opinigo: “Uma armadila Inertia", Luis Ricardo Duarte Memérias: “Obite do autor’, Machado de Assis Outros textos, Outos dslagos intertextuals Ero ‘Apreciacio critica OU Exposigdo OU Texto de opini Exposigo (sobre tema Iteréric) Texto de opini Texto de opiniso Exposigo (sobre tema lterro) Exposigao (sobre tea Iterérc) Apreciagio critica Texto de opiniso asa eae OR aD Gry pac. (eururey 60 etoma 62 funges sitticas 65 ——_clasicagao de oragées campo semantico 58 coerenciaecoesio campo leical n a 8 85 Aledo eto ssa 35pinas 3 Rebun bestnaros soe 05 88 Gres rates 93 semaindcados 34 96 100 102 102 108 106 PAG. 50 Compreensio do oral: “0 Livro do Desassossego" 64 Expresso oral: apresentagao oral (sobre tema Iter) Exaresséo oral: texto de opiniso Expresséo oral: texto de opiniso Compreenséo do ar: ‘Amo como o amor ama”, Escitos de poesia de Fernando Pessoa” 78 xpressdo orl: texto de opiniao irc 8 1 79 xpressi0 ora: dislogo argumentativo Compreensio do ora: Se depois de eu more, quis 82 rem esctever a minha biografia” go eso oak apresentagi oral bre tema eri) fey Beates¥0 oa: tro de piido Expresséo orl apresentaco oral (Sobre tema itera) PAG Compreensio do ara: “Tabacaria” cs Botessio oa: debate FICHA INFORMATIVA ~ GENEROS TEXTUAIS: DIARIO. 71 ICHAINFORNATWA™~GENEROSTETUA MEMORAS 87 PROJETO DELLEITURA SINTESE DA SEQUENCIA FICHA FORMATIVA, 97 101 13 B n 3 97 100 105 2 37 88 92 97 102 103 "4 116 TLR Deseo EDUCAGAO LITERARIA errr stuturasmbsla da Mensagem 129 Retom 0 dos Castelos® 132 fangs sintticas 17 ‘Ulisses 134 classificagao de oragies “D. Dinis” 136 coeréncia e coesdo. 139 *,Sebastio ride Portugal” 137 “0 Infante” 140 vee Rie 141 “ar pong" 14g _| Yabrtemper Roca ‘olde esto asnaladas as pgs que neem qustonios © Quinto moira Ste oso gama Sone eens erry eons hs. Artigo de opinido: “A estrutura simblica da ‘Compreenséo do oral dilogo argumentativo 133 Mensagem", Artnie Quads Exoressio oral debate 13 ‘Artigo de opinido: “Querido Portugal”, Ricardo Araijo Expressio oral: apresentacdo oral (sobre tema literrio) | 144 ae fl ‘i ce tos ours anes HE conpreensi do or debate us Expressae oral: didlogo argumentativo FICHA INFORMATIVA ~TEXTO ETEXTUALIDADE: a Aprecasi cca 133 | INTERTEXTUALIDADE Exposigio (sobre tema terério) 36 ere Fi] Texto de opiniao Apteciagio critica re cS CRUELts pe Exposigio 149 | FIGHA FORMATVA a a EDUCAGAO LITERARIA ae Ey PAG " George”, Maria Judite de Carvalho (integral) 166 | Retoma 170 “Familias desavindas”, Mario de Carvalho (integral) 179 covrénciae coeséo maT PARI "eprodugdo do dscurso no discurso fungbes sintaicas ‘0 conta e 0s desafios da naraiva breve’ 160 ee David Mourdo-Ferera ches de rages Maia Jute de Carvala:notasbigréi tes rgarizagio de sequénciastextuas a “Memérias:“Memérias de Aca", AAW 172 Aaa oasis as olga nam ust a Apreciacio critica: "Dezessetehistias tranviadas", 176 SEO less ganatai aera sales a Clara Rowland, ors PAG. wee Se Cara nes iis Eber of tert de opinio, debate 162 ee xress0 ora: texto de opiniao 165 PAG. Exoressio ora: texto de opiniso ” ‘Apreciasao critica 164 Exoressio orl debate 13 Exposicio 0 171 Exoressio ora apresentacdo oral Sobre tema literio) | 184 Texto de opiniéo Exgressi0 ora: ddlogo argumentativo 185 Teto de opinigo 173" FIcHA INFORMATIVA -TEXTO E TEXTUALIDADE: mn Exposicéo OU ‘ORGANIZACAO DE SEQUENCIAS TEXTUAIS Texto de opnigo PROJETO DE LEITURA 188 SINTESE DA SEQUENCIA 190 FICHA FORMATIVA 192 ua ATOR EDUCACAO LITERARIA “0s antes sem dinheir”, Eugénio de Andrade "adeus",Eugénio de Andrade "as palavas", Eugénio de Andrade fer claro, Eugénio de Andrade “opressio”, Alexandre O'Neill C0", Alexandre O'Neill “Um Adeus Portugués”, Alexandre O'Neil “Autorretrato", Alexandre O'Neill "A Estowvaca", Alexandre O'Neill “Um Amor’, Nuno hidice "Camoniana", Nuno sidice “O verbo", Nuno dice "aredores", Nuno Jide *Podtica’, Nuno Jidice “Para escrever o poema”, Nuno hadice arena ty ery Contextualizagéo histrico-Iteréia "A cago podtica”, Nuno hicice Eugénio de Andrade: natas biograficas Membras: "O que me apetece dizer de Eugénio de “Andrade”, Anténio Ramos Rosa Artigo de opiniao: "ove you, misica portuouesa", Ricardo Arai Pera Alexandre O'Neil: notas biograficas Memérias:"Lemiranca de Alexandre O'Neil”, Antnio Agada Baptista Nuno hide: notasbiograficas ‘Outros texts, outros poetas ESCRITA Exposicéo Texto de opin Testo de opiniso Texto de opiniao OU Apreciago critica Exposicéo Apreciagio critica Texto de opiniso 202 208 207 208 14 14 216 18 29 ai mz 2B 28 26 nr 198 200 201 203 208 22 23 20 28 200 202 206 208 25 2B ar eres Retoma fungées sitaticas classifcagao de oragdes Valor modal Valor temporal Valor aspetual ‘ela, esto asnaladas as pins que icuem qustondis ‘tec conaudor grates cma ndcados, Compreensio do ora: dislogo argumentativo Expresso ora: debate Expresso ora: dislogo argumentativo Expresso oral: debate OU Texto de opiniso Expresso oral: apresentacéo oral (sobre tema litera) Texto de opiniéo Expresso oral: apresentacéo oral (sobre tema litera) FICHA INFORMATIVA - VALOR MODAL PROJETO DE LEITURA SINTESE DA SEQUENCIA FICHA FORMATIVA PAG, 203 205 2a 23 2s 199 199 206 208 25 27 29 20 230 22 Fr Ta NC BSCR LP aa ela} © Ano da Morte de Ricardo Reis: sequéncia a Retoma 249 sequen 244 reproduc do diseurso no ciseuso “Lisboa: cais de chegada” wr lassificagao de oracées “Lisboa: novo cals” 252 fungdes sintaticas “0 tempo histérico” 256 classifcagio de oragies 254 “Quem Salazar?” 28 es 1 “A viagem leerdria” 260 campolescal “esta da raga” 266 coeréncia e coesdo Inertertualdade “Marcenda® 268 organizagio de sequincias textuais “Lidia 271 Valor medal 259 “0 lwo The God ofthe Labiynth de Herbert Quain” 273 Valor aspetual 262 “Aquela cativa..." 25 264 “oAdamastar” 26 20 “Aor do ggante” 276 m4 “0 fingimento poético” m8 Intertextualidade “A heteronimia 280 Gracéo oo eer oa ae ‘Ao lado, estao assinaladas as paginas que incluem questionatios “Deambulacao" 282 “sobre os conteddos gramatica's acima indicados. ecu “ fe Expresso ora: debate 240 MHS compres dra “U tata deiboaratasi- | 243 Contextualizagiohistrco-Kteriia 240 dodo século XX" “Sobre a histéria como experiéncia®, Carlos Reis 241 Expresso oral: dialogo argumentative ug José Saramago: notas biogrificas 242 Expresso oral: debate 253 “Orttuloe a convacapa", Teresa Cistina Cerdera 246 Expresso ora dilogo argumentative 255 Didrio | Memérias: "A fabrica do texto", José Saramago -«255_—_-Expressdo oral: texto de opiniéo 257 “Sinopse do filme Sinais de Fogo” 258 Expressao oral: debate 258 ‘Artigo de opinigo: "Lisboa", Eduardo Lourenco 263 Expressio oral: texto de opiniao 262 Intertextuaidades, AAVY 272 Expresso ora dilogo argumentative 265 ‘Outros textos, outras artes 286 Expressao oral: didlogo argumentative 269 Expresso oral: texto de opinizo ma Ac. [xpressio ora: apresentagio oral (sobre tema Iter) 275 —__ Expresso oral: texto de opiniao an Apreciacio critica a Expressdo oral: apresentacao oral (sobre tema literario) 29 Texto de opinifo 254 Expresso oral: debate 287 Exposigéo OU Aprecagio critica OU Texto de opinio 262 - Apreciago crea 265 FICHAINFORMATIVA~REPRODUCAO DO DISCURSO a. ni No DIScURSO Texto de opiniso 270 Apreciasio atic 274 FICHAINFORMATIVA~O ROMANCE:SIMBOLOGIAS 284 Exposigéo (sobre tema literario) 280 PROJETO DELEITURA 288 Apreciaco critica 281 peas Jas SINTESEDA SEQUENCIA 280 FICHA FORMATIVA 294 PROVA-TIPO DE EXAME 1 299 ‘PROVA-TIPO DE EXAME 2 302 FICHAS INFORMATIVAS 305 TUN Loaves LN FERNANDO PESSOA * Contextualizagdo histéricovlterria 22 * A questio da heteronimia 60 POESIA DO ORTONIMO * Ofingimento artistico 30, 32 * A dor de pensar 36,37 * Sonho e realidade 38 * A nostalgia da inféncia 42, 47 * Linguagem, estilo e estrutura: recursos expressivos BERNARDO SOARES, LIVRO DO DESASSOSSEGO * Oimaginario urbano 66, 67 * 0 quotidiano 66, 67 = Deambulagdo e sonho: o observador acidental 68, 69 Percegao e transfiguracao pottica do real 66, 67, 68, 69 * Linguagem, estilo estrutura @natureza fragmenta da cobra 72, 73,74 POESIA DOS HETERONIMOS Alberto Caeiro * 0 fingimento artistico: 0 poeta "bucélico” 85, 86 ‘ Reflexdo existencial: o primado das sensacdes 89 * Linguagem, estilo e estrutura 87, 92 Ricardo Reis * O fingimento artistico: 0 poeta “cléssico” 93, * Reflexao existencial: a consciéncia e a encenagao da mor- talidade 94,96, 100 © Linguagem, estilo e estrutura 93, 94, 97, 100 Alvaro de Campos * 0 fingimente aristco:o poeta da modemidade 102 « Reflexdo existencal: sueito, consciéncia e tempo; nostal- gia da inféncia 104 * 0 imaginario épico 106 — materia épica: a exaltagao do Modemno 106, 107, 108, 109, 110, 111, 112, 113, =o arrebatamento do canto 106, 107, 108, 109, 110, 191,112, 113 © Linguagem, estilo e estrutura 105, 112, 113 MENSAGEM #0 Sebastianismo 137 * Dimaginario épico: 140 — natureza épico-lrica da obra; 128, 130, 131, 144 —estrutura da obra; 129, 141 — dimensao simbélica do herbi; 132, 134, 135, 136 ~ exaltagdo patrdtica 132, 136, 145, 146, 147 * Linguagem, estilo e estrutura 133, 135, 136, 141, 144, 145, 147 CONTOS Maria Judite de Carvalho, “George” 163, 166, 167, 168, 169 As trés idades da vida 164, 165 #0 didlogo entr 165 * Metamorfoses da figura feminina 164, 165 realidade, meméria e imaginagao. 164, + A complexidade da natureza humana 164, 165 * Linguagem, estilo e estrutura 0 conto: unidade de ago; brevidade narrativa concentragao de tempo e espago; numero limitado de personagens; 160, 161, 162 a estrutura da obra; 164, 165 ~ discurso direto e indireto; 170 = recursos expressivos 170 Mario de Carvalho, “Familias desavindas” 176, 179, 180, 181 * Historia pessoal e histéria social: as duas familias 184 * Valor simbélico dos marcos istéricos referidos 184 * A dimensio irdnica do conto 184 + A imp cia dos episédios e da peripécia final 182 * Linguagem, estilo e estrutura 0 conto: unidade de acio; brevidade narrativa; concentragao de tempo e espaco; nimero limitado de personagens; 160, 161, 162 — a estrutura da obra; 182, 185 ~ discurso direto e indireto; 183, = recursos expressivos, 183, ae POETAS CONTEMPORANEOS Eugénio de Andrade 201 + Representacées do contemporaneo 202 * Tradigéo lteréria 207 + Figuragdes do poeta 204 * Arte poética 208 * Linguagem, estilo e estrutura — formas poéticas e formas estréficas; 202, 205, 207, 208 —métrica; 202, 205, 207, 208 — recursos expressivos. 202, 205, 207, 208 Alexandre O'Neill 212 + Representacées do contemporaneo 214 + Tradigéo lteréria 216 + Figuragées do poeta 218 * Arte poética 219 * Linguagem, estilo e estrutura 215,217, 218, 219 Nuno Jidice 220 + Representagées do contemporineo 221 + Tradigéo lteréria 222 + Figuracdes do poeta 224 + Arte poética 226 + Linguagem, estilo e estrutura 221, 223, 25, 227 JOSE SARAMAGO, 0 ANO DA MORTE DE RICARDO REIS '* RepresentagSes do século XX: 0 espaco da cidade, 0 tempo histérico e os acontecimentos politicos 247, 248, 249, 252, 253, 254, 256, 257, 258, 258 + Deambulacio geogréfica e viagem literéria 260, 261, 262, 264, 265, 266, 267 + Representagées do amor 268, 269, 270, 271 + Intertextualidade: José Saramago, leitor de Luis de Ca- aes, Cesatio Verde e Femando Pessoa 273, 274, 275, 276,277, 218, 279, 280, 81, 282 + Linguagem, estilo e estutura —aestrutura da obra 244, 245 =o tom oralizante e a pontuagéo 283 = recursos expressivos 253, 275 = reproducao do discurso no discurso 249, 253, 267, 269 Coron Compreenséo do oral + Dislogo argumentative 44, 133, 199 ‘= Debate 145 Expresséo oral ‘Texto de opinido 12,28, 77, 78,81, 97, 162, 165, 171, 208, 217, 257, 262, 274, 277 * Dislogo argumentative 44, 87, 145, 185, 206, 249, 255, 265, 269 ‘Debate 114, 133, 162, 173, 199, 208, 240,253, 258, 287 ‘* Apresentagao oral (tema lterério) 68, 92, 102, 144, 184, 215, 219,275,279 eur ‘© Diario 70, 76, 255 ‘© Memérias 46, 76, 98, 99, 172, 203, 213, 255 = Apreciagio critica 64, 176 ‘* Artigo de opiniso 76, 82, 130, 138, 208, 263, ESCRITA + Exposigéo sobre um tema 15, 29, 63, 149, 171, 183, 200, 215, 262 ‘ Apreciagéo critica 63, 101, 133, 147, 164, 208, 223, 249, 262, 265, 274, 281, 286 ‘Texto de opinido 33, 63, 69, 71, 113, 139, 171, 173, 183, 202, 206, 208, 227, 254, 262, 270 + Exposicio sobre tema literario 67, 87, 97, 136, 280 UU) + Retoma (em revisio) de contetidos: = Campo lexical 112, 274 = Campo seméntico 65, 83 ~ Classes de palavras 77, 105,221, 270 ~ Classificagéo de oragdes 31, 37, 39, 43, 46, 65,74, 83,97, 100, 135, 141, 170, 173, 177, 183, 203, 225, 249, 259, 262, 264 ~ Coeréncia e coesdo 15, 46, 74, 135, 141, 170, 177, 24 = Déixis 15, 254 ~ FungGes sintticas 15, 25, 37, 39,43, 65, 74, 83, 97, 135, 141, 170, 173, 177, 183, 203, 205, 225, 249, 258, 262, 270 ~ Processos fonolégicos 97 ~ Reprodugéo do discurso no discurso 170, 249, 250, 277 ‘Texto e textualidade: a) organizagao de sequénias textuais 170, 174, 254, 270 b)intertextualidade 142, 254, 274, 277 + Valor temporal 34, 139, 225 ‘Valor aspetual 40, 139, 223, 225, 254, 262 ‘Valor madal 210, 223, 225, 254, 259, 262 ea ALEGRE, Manuel 75, 115, 229 AMARAL, Ana Luisa 187 AMARAL, Maria Joao 164, 165, ANDRADE, Eugenio de 202, 204, 205, 207, 208 ANTUNES, Anténio Lobo 75 ASSIS, Machado 99 BACALHAU, Ana 14 BARATA, Martins 22 BATISTA, Anténio Alcada 213 BATISTA-BASTOS 243 BELO, Ruy 234 BERARDINELL|, Cleonice 104 BERDASCO, Victoria Corregidor 308, BERRINI, Beatriz 260, 266, 268, 275, 283 BONAVAL, Bernard 193 BRANCO, Camilo Castelo 235, 315 BRANDAO, Raul 312 BRECHON, R. 68 CAMOES, Luis de 155, 235 ‘CARDOSO, Dulce Maria 75, 98, 172 CARNEIRO, Jodo 156 CARVALHO, Maria Judite 169 CARVALHO, Mério 179, 181 EIA, Carlos 336 CERDEIRA, Teresa Cristina 240, 244, 246, 247, 272, 295 CLEMENT, Elizabeth 95 CODAX, Martim 123 COELHO, Jacinto do Prado 36, 38, 42, 95, 103, 106, 144, 154 CORTEZ, Anténio Carlos 64, 220, 226 COSTA, Hélder Mateus da 286 COSTA, Paula Cristina 24 CRUZ, Afonso 309 DUARTE, Luis Ricardo 82 EIRAS, Pedro 63 FERRAZ, Eucanaé 202, 207 FERREIRA, José Gomes 71 FERREIRA, Verglio. 75 FIGUEIREDO, Isabela 172 FREITAS, Ana Maria 128 GARCEZ, Maria Helena Nery 88, 89 GARRETT, Almeida 155 GEDEAO, Anténio 337 GOFF, Jacques Le 57 GOMEZ, José Mati 287 GUEDES, Miguel 76 GUIMARAES, Fernando 23, 30, 60, 61, 89, 106 HELDER, Herberto 210, 228 JUDICE, Nuno 13, 145, 200, 221, 222, 223, 224, 226, 227 LEIRIA, Mério-Henrique 186 LOPES, Ferndo 296 LOPES, Oscar 209 LOPES, Teresa Rita 29, 103 LOURENGO, Anténio Apolindrio 136 LOURENGO, Eduardo 23, 60, 84, 264, 296 MARTELO, Rosa Maria 221, 222, 224 MARTINS, Fernando Cabral 27, 28, 30 MARTINS, J. Candido 219 MEXIA, Pedro 124, 194, 236 MONTEIRO, Adolfo Casais 26, 234 MOURAO-FERREIRA, David 140, 160 NAVA, Luis Miguel 204 NUNES, Maria Leonor 26 O'NEILL, Alexandre 214, 215,217, 218,219 PAZ, Octavio 60, 278 PEREIRA, Ricardo Araijo 138 PESSOA, Fernando 30, 32, 35, 37, 38, 41, 42, 47, 54, 62, 67, 69, 73, 80, 85, 86, 88, 91, 102, 105, 111, 121, 122, 128, 132, 134, 136, 140, 143, 144, 145, 146, 154 PICCHIO, Luciana Stegagno 216 PIZARRO, Jerénimo 66, 72 QUADROS, Anténio 26, 130 QUEIROS, Ea de 193, 335, 337, 338 QUENTAL, Antero de 295 QUINO 33, 215 RAMOS, Ricardo 186 REBELO, Luis de Sousa 304 REIS, Carlos 137 REIS, Ricardo 93, 94, 96, 100, 261 ROCHA, Clara 212, 214, 216 ROSA, Anténio Ramos 203 ROWLAND, Clara 176 RUFFATO, Luis 313 SARAMAGO, José 46, 78, 149, 200, 248, 253, 257, 258, 261, 267, 269, 211, 212, 273, 275, 276, 278, 273, 280, 281, 282, 283, 287, 294, 302, 335, 336, SENA, Jorge de 56, 202, 316 SILVA, Manuela Parteira 93, 95, 106 SILVESTRE, Osvaldo 25, 28, TABUCCHL Antonio 29, 62, 85,93, 102 TAMEN, Miguel 79, TAVARES, Goncalo M. 198 TINOCO, José Luis 22 TORGA, Miguel 71, 210, 299 VERDE, Cesétio 55, 123, 303 VERISSIMO, Artur 134, 136, 299 VIEIRA, Padre Anténio 336 Diagnostic® ORALIDADE Compreensio do Oral © Programa televisivo Expressio Oral Texto de opinido LEITURA FD Artigo de opiniéo EDUCAGAO LITERARIA [2 “Auséncia”, Nuno Jidice ESCRITA © Exposigao GRAMATICA Funcées sintaticas © Daixis © Coeréncia e coesio PROJETO DE LEITURA © Percurso do projeto a a aa FICHA DE DIAGNOSTICO © aes ana do programe Liters A Assiste ao excerto de um episédio do programa Literatura Aqui, apresentado pelo ator Pedro Lamares € subordinado ao tema “Vamos morrer de amor... na Literatura!” Prepara-te para tomar notas, 1. L@as afirmacées que se seguem. (A) 0 tema da “morte de amor” foi desenvolvido por varios poetas galego-portugueses e ainda hoje é recorrente em poetas como Maria Teresa Horta, Casimiro de Brito ou Vasco Graca Moura (8) 0 poeta russo Alexander Pushkin morreu com o cora¢do partido por um militar que 0 feriu em batalha. (©) Na literatura comeca-se a morrer de amor com a tragédia Romeu e Julieta, escrita entre 1591 e 1595, nos primérdios da carreira literaria de William Shakespeare. (0) Tristdo e Isolda € um par amoroso ficcionado que registou o seu amor em cartas que hoje podemos estudar. (©) 0 “perder-se por amor” nacional tem como figuras emblematicas 0 casal Pedro e Inés, no século XIV. (F)_ No Romantismo, a obra de Goethe, Os Sofrimentos do Jovem Werther, & uma referéncia, quando falamos de vitimas do amor. (G) Em Portugal, no século XIX, Amor de Perdigio concretiza o “amor de perdi¢éo” na per- sonagem Mariana. © 2. Apés 0 segundo visionamento, assinala no teu caderno as frases verdadeiras (V) e as falsas (F). 3. Apresenta a turma um texto de opiniao (4 a 6 min) sobre o tema abordado, recorrendo a dois argumentos e a dois exemplos ilustrativos. Apoia-te no seguinte esquema e completa-o. Cereus) Cnc cd Gono + Exemplo Crean) OR RUE Recursos digas Profesor Auséncia Quero dizer-te uma coisa simples: a tua auséncia déi-me, Refiro-me a essa dor que nao magoa, que se limita & alma; mas que nao deixa, por isso, de deixar alguns sinais: um peso 5 nos olhos, no lugar da tua imagem, e um vazio nas maos, como se as tuas maos lhes tivessem roubado 0 tato. Sao estas as formas do amor, podia dizertte; e acrescentar que as coisas simples também podem ser 0 complicadas, quando nos damos conta da diferenga entre o sonho e a realidade. Porém, €0 sonho que me traz a tua meméria; ea SR pS ERE CERES TA) realidade aproxima-me de ti, agora que Museu de Arte Modera, Nova Torque, BUA os dias correm mais depressa, ¢ as palavras 5. ficam presas numa refragio! de instantes, quando a tua voz. me chama de dentro de mim —e me faz responder-te uma coisa simples, como dizer que a tua auséncia me déi. Nuno dice, Ta, a guien lao amo, Antologia de Manuela ice, Madrid: Hiperién, 2008, p. 92. 1. L@ expressivamente em voz alta o poema, apés preparacio de leitura. 2. Tdentifica o tema, justificando. Seleciona um recurso expressivo significativo e explica a sua expressividade. Explicta a estratégia a que recorre o sujeito poético para superar a sua dor. 5. Seleciona um momento do poema com o qual te identifiques. Apresenta a turma o teu ponto de vista 6. Relaciona a imagem com o poema e justifica a tua opinio. © 7. Associa letras e niimeros. prrerer er teers ‘A. “a5 coisas simples também podem ser / complicadas” 1. Comparacio. (ww. 9-10). B. “as palavras / ficam presas numa refracéo de instantes” 2. Antitese. (w. 14-15). C. “um vazio nas maos, como se as tuas maos thes / tivessem 3. Metfora roubado 0 tato” (w. 6-7). ‘Vato ou feito de refratar, desvianse da anterior diregio, FICHA DE DIAGNOSTICO Arte invisivel Primeiro, escolhemos a miisica. Porque nos faz mexer 0 corpo e sacudir a alma, porque fomos a ‘um concerto que nos deixa de boca aberta, porque ser miisico é ser fixe e ser fixe é muito importante 5 em idades pueris (e nao s6), ou entio porque sim, porque nos apetece. ‘Ata Bacalha e Bllipe Nelo. Depois, passados os niveis de tortura inicial que implicam longas horas a martelar notas que grasnam em vez de soar, quando estamos a pensar que nunca iremos sair do pantano lamacento dos bem-intencionados, mas mal calhados, eis que um dia sentamo- * 10 =nos, estendemos os dedos ou abrimos a boca, consoante o instrumento de eleig2o, ¢ aquelas notas que até ai nos foram emprestadas saem como se tivessem sido inventadas por nés, naquele preciso segundo, E nés, miisicos esforsados que suaram para ganhar a distinta honra de poder fazer da miisica a sua forma de expresso, percebemos que, final- mente, aquilo para que tanto trabalhamos aconteceu: a mitsica escolhew-nos. 15 Hf, claro, os outros, os que saltam este pro forma e que nao tém hipétese de escolha, porque jé nasceram escolhidos. O dom veio-lhes de bero, como um titulo nobiliérquico. E foi assim que nasceu dom Filipe Melo, em bergo de tercinas'. (...) Durante muito tempo, andamos perto, mas nunca no mesmo sitio 4 mesma hora. Em Benfica, partilhamos a mesma escola secundaria, nao nos cruzamos. A terra dos seus 20 av6s, a escassos quilémetros da terra dos meus avés, e onde passamos todos os verdes da nossa juventude, também nao nos juntou. Tive a sorte de me cruzar com 0 Filipe em. concerto quando jé podia “falar” com ele de forma livre. O nosso didlogo foi bonito, como previa. Mais bonita ainda foi a verso da Deolinda que ajudou a construir com os seus preciosos arranjos de cordas. (...) 25 O Filipe € muitas coisas, sim. Mas é da arte invisivel, como uma fé, que nasce a sua maior forca. Ava Bacahau, Jomel de Leta, 25 de mio 87 de junho de 2016, p15 UUW Re 1, Completa no teu caderno o esquema apresentado, a partir da leitura do texto. Peg re ee Ee ec Bo cuarte Bee Perce) “Primeiro” (L.1) | “ser mtisico @ ser fixe” (ll 3-4) “Odom veio-thes de “a misica escolheu- berco, como um titulo nos.” (I. 15) nobitiérquico.” (I. 17) {Grupo de ués figuras musicais que se executam no mesmo tempo em que deveriam exeeutarse das 2. Exprime o teu ponto de vista sobre as duas perspetivas da criacdo artistica apresentadas no texto. Para responderes a cada um dos itens de 3.1. a 3.5., seleciona a dinica opgo que permite obter uma afirmacao correta. 3.1.0 tema do texto é (A) aarte invisivel. (8) a mdsica dos Deotinda. (C) a criacéo artistica. (0) a vida de Filipe Melo. 3.2, As expresses que iniciam o primeito, segundo e quarto pardgrafos do texto contribuem para (A) a coesio frésica. (8) a coesao lexical. (©) a coesio referencia (D) a coesdo temporal. 3.3. A expressdo “martelar notas que grasnam em vez de soar” (\. 7-8) significa (A) tentar produzir misica de forma infrutifera. (8) produzir masica de ma qualidade, (0) bater notas que nao criam harmonia, (0) trabalho e esforgo em vao. 3.4. 0 dettico “at” (L. 11) apresenta, no contexto em que surge, valor (A) temporal. (8) espacial. (©) pessoal. (0) de oposigao. 3.5. Na frase “O dom veio-thes de berco” (|. 16) as expressdes sublinhadas desempenham respe- tivamente fungdes sintaticas de (A) complemento obliquo e complemento direto. (8) complemento indireto e complemento obtiquo () complemento indireto e complemento direto. (0) predicado e sujeito. c= ‘A partir do visionamento do trailer do filme Orgulho e Preconceito, de Joe Wright (2005), redige uma exposigao (150-240 pala- vras) em que confrontes os diferentes modos como os jovens de hoje e os do passado vivem 0 noivado e o casamento. Apoia-te no es- © Fetograma do fime Orguo e Preconceto quema apresentado. Tema Pree) Retoma do tema Passado/Presente SEQUENCIAO PROJETO DE LEITURA V Ao longo do ano letivo, vais ler uma ou duas obras da lista proposta para o 12. ano, No final de cada sequéncia didética, indicamos-te sugesties de atividades que te ajudarao no trabalho de preparacio e apresentacao da(s) obra(s) que escotheres. V Com a ajuda do teu professor, prepara a apresentagao, ou apresentacées, a fazer. Podes também preencher uma ficha de leitura e/ou uma planificagéo da tua apresentacdo, cujo modelo podes encontrar no teu cademo de atividades. V No teu caderno de atividades dispdes também de indicagdes Ateis para a elaboracao de um portefdlio de leitura, se for essa a tua opcio. 1. Relaciona a imagem desta pagina com a da pagina seguinte e apresenta o teu ponto de vista sobre as vantagens e desvantagens da leitura em papel ou em formato digital. 2. Assinala as obras e os autores que conheces da lista apresentada na pagina seguinte. 3. _Apés algum trabalho de pesquisa, em trabalho de pares, agrupa as obras apresenta- das. Podes optar por uma organizagéo por géneros, por tematicas, por séculos. Sé criativo e original. Adigais do Presser buasnésnico PROJETO DE LEITURA Paes cere ‘Agualusa, José Eduardo. 0 Vendedor de Passados Almeida, Germano. Estras de Dentro de Casa ‘Anénimo, As Mile Uma Noites (excertos escolhidos) Andrade, Carlos Drummond de, Antologia Poética (poemas escolhidos) Assis, Machado de. Memérias Péstumas de Bis Cubas Borges, Jorge Luis, Fcsées Cendrars, Blaise. Poesias em Viagem (poemas escolhidos) Dionisio, Mario. 0 Dia Cinzento e Outros Contos Ferreira, José Gomes. Calcada do Sol: Didrio Desgrenhado de um Qualquer Homem Nascido 1no Principio do Século XX Garcia Lorca, Federico. Antologia Poética (poemas escolhidos) Garcia Marquez, Gabriel. Cem Anos de Soldao Gersio, Teolinda A Arvore das Polavras Gogol, Nikolai, Contos de Sao Petersburgo Honwana, Luis Bernardo. Nés Matdimos 0 Cao Tinhoso Kafka, Franz. Contos Kavafis, Konstandinos.Poemas eProsas (poemas escolhidos) Knopffli, Rui. Obra Poética (poemas escolhidos) imo. Se stoéum Homem i, Sandor. As Velas Ardem até ao Fim Mourdo-Ferreira, David, Obra Postica(poemas escolhidos) ‘Murakami, Haruki, Auto-retrato do Escritorenquanto Corredor de Fundo Namora, Fernando Retalhos da Vida de um Médico Negreiros, Almada. Nome de Guerra Neruda, Pablo. Vinte Poemas de Amor e Uma Cangao Desesperada Orwell, George. 1984 Pamuk, Oran. istambul Patraquim, Luis Carlos. 0 sso Céncavo e Outros Poemas (poemas escolhidos) Paz, Octavio. Antolagia Podtica(poemas escolhidos) Pessanha, Camilo. Clepsydra Pina, Manuel Anténio, Como se Desenha uma Casa Pires, José Cardoso. Balada da Praia dos Ces Proust, Marcel, m Busca do Tempo Perdido. Vo.|:Do lado de Swann Régio, José. Poemas de Deus edo Diabo ‘SéCarneiro, Mario de. Indcios de Oiro Strindberg, August AMenina Jia Tabucchi, Antonio. 0 Tempo Envelhece Depressa Tavares, Paula. Como Veias Finas da Terra Vieira, Arménio. 0Poema, a Viagem, oSonho Whitman, Walt Folhas de Erva (poemas escolhidos) Woolf, Virginia. A Casa Assombrada.e Outros Contos Mnistério da rr Programa e Metas Curiculares de Portugués ~ Ensno Secundéiio, cago € Ciéncia, 2014, pp, 29-30 ian, Gao. Uma Cana de Pesca para omeu Ave CE natn arcane 1.0 Manual segue a listagem e formlagio adotadas em Programa e Mets Curriculares de Portugués ~ Ensino Secundéri, SEQUENCIAG PROJETO DE LEITURA 4. Consulta as paginas 2-6 do teu manual e verifica que ele esté organizado em quatro partes, que podemos fazer corresponder, respetivamente, a quatro linhas tematicas dos contetidos da Educacéo Literaria do 12.° ano: a perspetiva pessoal; ~ a visio fragmentada da realidade; — a importancia da meméria; ~ a revisitacao de momentos histéricos passados. 4.4.4 partir dos titulos e da leitura das sinopses apresentadas, estabelece e justifica a ligacio de cada obra a uma das tinhas tematicas apresentadas. Escritor brasileiro (1839-1908) considerado como precursor do Realismo no Brasil, aborda temas COE EER nS PEE aE além-timulo, o egoismo, as pequenas cobardias quotidianas, as varias formas de dissimulacao, 0 {abrico de ilusdes para sossego e comprazimento préprios. € uma viagem'a roda da vida" escrita caer ene ‘ORALIDADE + Léexpressivamente uma passagem da obra, + Prepara e encena um didlogo argumentativo (8 a 12 min) com, diferentes posicionamentos sobre a estrutura intema da obra a sua cficécianarratva, ESCRITA «~ Redige um texto de opinio (180 a 240 palavras) sobre 0s pontos fortes efracos da obra no seu todo, + Seleciona duas epigrafes diferentes para a obra e redige um texto de ‘opiniso (180 a 240 palavras) em que defendas a tua posicio e rebatas a escolha do autor, Fernando Namora, Retalhos da Vida de um Médhco [1949/1963] Este autor portugués (1919-1989) foi um médico-narrador em primeira pessoa. Quando exerceu ‘medicina, em ambientes predominantemente provincianos e habituados a crendice esupersticSo, soube recolhereinscrever na nossa literatura um tom exato e amplo de vida rural So relatos autobiogréficos do dia a dia das consultas, dos seus episédios, contos,dirio, memérias de um profisionalcontadas em retalhos ORALIDADE + Interpretaarelagdo entre o titulo eo contetido da obra, justificando. + Apreciaa recriagio de personagens e ambientes na obra, relacionando-os com o contexto sociale politico da época. + Discute com os teus colegas a classficagdo da obra z ESCRITA + Escreve o que poderia ser uma epigrafe da obra, «+ Redige um texto de opinio (180 a 240 palavras) sobre a conciliagio da atividade de escrita com uma atividade profissional inteiramente diferente, como acontece com este autor. ne © 8 buasnésnico PROJETO DE LEITURA oD) ‘© autor inglés (1903-1950) apresenta-nos uma visdo Inquiletante do futuro. Tata-se de ficca0 politica esatrica de uma sociedade vigiada pelo big-brother, protagonizada por um trabalhador ea sua amante, revoltados com o mundo totalitario, onde a humanidade tende a ser substituida por ‘uma maquina omnipresente e omnipotente. ‘ORALIDADE + Aprecia criticamente o papel dos espaos em 1984, fundamentando os teus pontos de vista + Seleciona um episédio em que a relacao entre tempo cronolégico e tempo psicolégico seja particularmente interessante, justificando. + Pesquisa e apresenta 3 turma um conto de Teolinda Gersdo que retoma o tema big-brother. ESCRITA + Seleciona trésaspetos da critica social desenvolvida no romance e discute a sua atualidade num texto de opinido (180 a 240 palavras) bem estruturado, + Redige ts topicos da argumentacao e da contra-argumentacéo da qualidade/interesse das varias adaptacées televisivas do big-brother, na atualidade. Outros Contos [1943] Esta é uma antologia dos contos mais emblemsticos da escritora bitanica (1882-1941), publicada pelo marido, ap6s a sua morte, na qual recolhe textos publicados anteriormente & ‘outros ainda inéditos. A escrita desta autora é apaixonante, pois consegue fixar momentos impactantes e plenos de significado em cada uma das suas narrativas breves. ORALIDADE + presenta 3 turma, recorrendo as tecnologias disponiveis, os contos que mais te impressionaram. + Sintetiza as caracteristicas mais marcantes da contistica da autora, confrontando-as com as de um contista portugués que também conhecas. + Pesquisa informacéo sobre as diferentes facetas da escitorae sobre os génetos por ela trabalhados, dando a conhecer aos teus colegas ‘trechos representativos ESCRITA + Compara, por escito, um conto desta antologia com um dos contos sugeridos ou com outro do teu agra + Aprecacriticamente a construcao do fantastico num dos contos + sugeridos ou num outro & tua escolha, sustentando os teus pontos de Vista com argumentose exemplos vidos. A partir da leitura das sinopses apresentadas, ficaste interessado em conhecer alguma destas obras? ~ Podes visitar a biblioteca mais proxima e ler uma delas. - Percorre o manual. — No final de cada sequéncia, encontrards as sinopses de outras obras que poderds ler este ano letivo e sugestées de atividades. = Escolhe a obra que mais te agrada. ~ Calendariza o teu trabalho com o teu professor. ‘ORALIDADE GRAMATICA © Funeées sintaticas © Classificagao de oracées Expressio oral i Texto de opiniéo FICHAS INFORMATIVAS LEITURA, 1 Exposics © Valor temporal osigao Ve 1D Memorias falor aspetual © Géneros textuais: o didlogo argumentative [2 Outros textos, outras mascaras PROJETO DE LEITURA ESCRITA (2) Exposigao SINTESE DA SEQUENCIA @ Texto de opiniéo FICHA FORMATIVA EDUCAGAO LITERARIA © Poesia do orténimo (6 poemas de Fernando Pessoa) E] "Autopsicografia” 5 “Isto” "A ceifeira” © “Gato que brincas na rua” El "Nao sei se 6 sonho, se realidade” © “Quando as criancas brincam” 1 “Olha-me rindo uma crianca” TEXTOS E CONTEXTOS OSECULO XX oO io do século XX: crise e rutura (0 século XX nasceu sob o signo da inquietagio e da incerteza. A tranquila confianga que os homens do século XIX, ao findar, tinham num progresso con- tinuo, numa ciéncia que atingia certezas e numa técnica a qual nada parecia vedado no futuro, sucedeu uma geral desconfianga naqueles valores e uma necessidade de os reavaliar. O século XX comeou por entre interrogacées, e essas interrogacées dirigiam-se aos funda- mentos, as préprias bases do pensamento nas quais se descobriam fraquezas elacunas que era necessério tentar colmatar. 4osE Luis Tinoco e Martins Barata, 0 Século AX em Selos, Raves e Mudancas, Edigbes CTT, margo, 2000, p. 8. TBAT Fesista, no teu caderno, as informacées mais relevantes do texto, de modo a obteres os aspetos que marcam a rutura do século XX com o século anterior. 1, Recorda acontecimentos marcantes do inicio do século XX. Associa as imagens aos aconteci- mentos histéricos. [DB 1908 - Assassinato do rei D. Carlos e do principe herdeiro D. Luts Filipe 1910 - Proclamacio da Repdblica, em Lisboa, no dia 5 de outubro. [Ef 1911 - Manuel de Arriaga é eleito, por quatro anos, primeiro Presidente da Repaiblica 1914 — 0 arquiduque austriaco Francisco Fernando e a sua mulher sfo assassinados em Sarajevo por nacionalistas sérvios. Este assassinato foi o pretexto para o inicio da T Guerra Mundial. PSSTS te ac anak hee Neue eee Pensa Centauro 1916 ‘Orpheu Eh Real! Exilio 1815 1915 a 1916 ve fe eae) eerie O Modernismo E sabido que, entre nds, o Modernismo se insere de pleno direito nas movimentagdes euro- peias de vanguarda’. Ora o Modernismo nao é sé vanguarda. € também modernidade, a qual deriva de movimentagées anteriores que passam pelo Romantismo e pelo Simbolismo. Fer- nando Pessoa esteve a elas atento, o que nao ser4 alheio ao facto de a sua formagao escolar inicial passar pela lingua e pela cultura inglesas (devido 8 sua estadia numa escola sul-africana, cujo curriculo estaria préximo do seguido nas escolas inglesas) Fermando Guimaries, Jomal de Letras, 28 de outubro a 10 de novembro de 2015, p. 10. Amodernidade ‘Amoderidade & a forma através da qual ¢ elevada & consciéncia plena de si mesma, sob a figura de mito, a realidade moderna por exceléncia que é a Cidade. Nao uma cidade qualquer mas a Metropole que a revolugao industrial faz descolar do seu estatuto e ritmo milenérios. (..) A modemidade é, pois, consciéncia positiva de uma realidade histérica nova, mas 0 solo sobre que desponta é uma espécie de lodo infame que a alquimia dolorosa do poeta deve transfigurar em ouro, Eduardo Lourenco, Tempo e Poesi, Porte: Inova, 1974, pp. 208-204 1 Vecabale provenicnte do lerico militar, no qual significava um pequeno grupo de soldados atamente treinados ‘quia absindo ocaminho a execito, No campo artistic, usase para qualifcar um grupo de artistas cujas obras © intervengbes se distinguem pelo seu cunho experimental inovadore transgressvo. [LAY] 4 partir do primeiro excerto, constréi um esquema que traduza as ideias mais relevantes. [LE Leentifica, no segundo excerto, o elemento mais marcante da nova realidade histérica do inicio do século XX, WW EW POUCAS PALAVRAS~ 0 TEMPO HISTORICO: A MODERNIDADE E 0 MODERNISMO O inicio do século XX é um tempo conturbado, na sequéncia da I Guerra Mundial e da crise geral dos sistemas liberais e democraticos. Modemidade e Modernismo séo duas designages diferentes que tendem a ser confundidas. Enquanto a modernidade corresponde a um periodo marcado pela oposigéo “velho" e “novo” ou “tradi¢éo” e “novidade” que se inicia no século XVIII e se prolonga até a0 século XX, Modernismo é uma designagao periodolégica que abrange o lapso de tempo que vai dos anos 10 aos anos 40 do século XX e que constitui um movimento de reacdo 4 massificagao burguesa. Revista Portuguesa | Athena I sudoeste 1923 1924 1935 ATBENA _ USA FOIE Mk rear FUNDAM GARTEN icy A) elae| Een Pera ara ene MNO Lal e Se S HY Futurismo Deitemos abaixo a velha sintaxe dispondo as palavras como elas nascem, sem peias' dos adjetivos que thes embaracam o anda, e sem os advérbios que nio permitem a sua individua- lizagio, Nada de pontuagio. As virgulas os pontos sio absurdos. Sem virgulas sem pontos o estilo anima-se naturalmente, Para indicar os movimentos eas suas diregSes basta empregar 0s sinais matemiticos x + : — = > < €0s sinais musicals, Portage atria (297), 3. ei facia Lsbo: Context Eto, p 7 Gi Paulismo Um dos ismos literarios de transi¢ao, no ambito do Modernismo Portugués, que permitiu, sobretudo a Pessoa e a S4-Carneiro, mas também a outros poetas de Orpheu, estabelecer a ponte entre a herana neossimbolista, com uma presen¢a muito marcada ainda no inicio do século XX em Portugal, e o nascimento de um entusiasmo, por parte de toda esta geracio, pelas novas tendéncias das vanguardas europeias. Paula Cristina Costa, Diciondro de Fernando Pessoa e do Modernism Portugués, Ferrando Cabral Martins (coord), Lisboa: Caminto, 2008, p. 609. Gd Sensacionismo O sensacionismo foi o tiltimo ismo criado por Pessoa, na cumplicidade, uma vez mais, do ‘seu compagnon de route”, $4-Carneiro, 4 semelhanga do que aconteceu com outros ismos ante- riores, tais como o Paulismo e o Intersecionismo. (...) Tendo como principio fundamental sen- tir tudo de todas as maneiras e ser tudo e ser todos, o Sensacionismo foi para Pessoa a arte da soma-sintese, como lhe chamou, um todo no qual as partes, mesmo as mais dispares, se harmo- jzavam, como se de um atanor’ alquimico se tratasse. Paula Cristina Costa, Diciondro de Fernando Pessoa e do Modernism Portugués, Ferrando Cabral Martins (coord), Lisboa: Caminto, 2008, p. 786. ‘Testorvo, 2 expressdo de origem francesa que significa “companheiro de jomada’.. forno utilizado na alquimia, EA Apresenta a turma as caracteristicas mais marcantes de cada um destes ismos. eo POT) Emil Nolde (1867-1956), Marcel Duchamp (1887-1968), Bailarinas com Velas (1912). A fonte (1917). Salvador Dali (1904-1988), A perssténcia da meméria (1931). AVANGUARDA iodo literdrio ou artistico, que as manifestagdes da Vanguarda se tornam sistemati- ‘cas ¢ sistémicas, a ponto de um importante teorizador da Vanguarda, o alemao 5 Peter Biirger, ter proposto que se reserve para as vanguardas do inicio do século XX a designasio de “vanguardas histéricas” (Futurismo, Dada, Surrealismo) e, para as que surgem no pés-Guerra, a de “Neo-Vanguardas” (Expressionismo, Abs- eae) Embora certas priticas de Vanguarda sejam j4 reconheciveis na literatura e nas artes do século XIX, é no século XX, ¢ no contexto do Modernismo entendido como um pe- trato, Arte Pop, Fluxus, etc). (..) 3. No Ambito periodolégico do Modernismo, a Vanguarda em Portugal ocorre nos 0 textos de Pessoa assinados por Alvaro de Campos ~ as duas grandes Odes, a Maritima a Triunfal, o Ultimatum —, por Sé-Carneiro (Manucure) e Almada (os manifestos, a Cena do Odio), na revista Portugal Futurista, logo apreendida pela policia em 1917, e na sesso no Teatro Repiiblica, também em 1917. Trata-se de ocorréncias de um Vanguar- dismo claramente inspirado pelo Futurismo italiano, mas trata-se sobretudo de um es- 5 petaculo de um sé homem: Almada. Desse ponto de vista, a sesso no Teatro Repiiblica é inteiramente esclarecedora: Almada dando espetculo no seu fato-macaco, acompa- nhado por Santa Rita, Pessoa assistindo discretamente na plateia. Osvaldo Silvestre, iciondrio de Fernando Pessoa do Modermismo Portugués, Fernando Cabral Martins (coord) il | GRAMATI Seleciona a opgao correta. ‘As manifestacdes da Vanguarda sao evi- dentes (A) 1a literatura do século XIX. (8) mma arte do inicio do século XX. (©) apenas na literatura do p6s-Guerra. (0) mma arte do século XX. Em Portugal, assistiu-se as marcas da Van- guarda (A) em toda a obra de Pessoa (8) apenas em obras de varios autores. (©) em diversas manifestagées artisticas. (0) através da publicacao de jornais e revistas. ‘Almada, na sessdo do Teatro Repiblica, (A) conta com a participagao de Santa- Rita (8) 4 espetéculo para uma plateia de desconhecidos. (©) daa conhecer o Futurismo italiano. (0) provoca a apreensio da sua obra. 4 5. 6. Lisboa: Caminho, 2008, pp. 876-877. A oracao “Embora certas praticas de Van- guarda sejam ja reconheciveis na litera- ‘ura e nas artes do século XIX" (IL. 1-2) & (A) subordinada adverbial consecutiva (8) subordinada adverbial concessiva. (OQ) subordinada adverbial temporal. (0) subordinada adverbial condicional. A expresso “sistematicas e sistémicas” (lL. 3-4) desempenha a fungao sintatica de (A) complemento direto. (8) complemento agente da passiva. (O) predicativo do sujeito (0) predicativo do complemento direto. O antecedente do pronome demonstrativo “as! (1.6) & (A) “as vanguardas do inicio do século XX", (8) “as vanguardas”. (0) “vanguardas historicas”, (0) “as manifestagdes da Vanguarda”, ‘Almada Negreiros. TEXTOS E CONTEXTOS O PRIMEIRO MODERNISMO PORTUGUES oe - O grupo do Orpheu' O primeiro modernismo portugués resume-se afinal ao grupo do Orpheu, isto & a0 grupo {que em Portugal antes de todos aceitou e assumiu certas caracteristicas de afrontamento da heranga cultural do realismo, do naturalismo, do neorromantismo ou do lusitanismo saudo- sista. Sejamos mesmo mais precisos: resume-se ao subgrupo que, dentro do movimento érico, deliberadamente procurou expressar 0 modo do tempo, o moderno, a vanguarda. Ant6nio Quadros, 0 Prieiro Modemisme Portugués. Vanguarda e Tadao, Mem Martins: PublicagSes Europa-América, 1988, p. 20. Richard Zenith faz notar que Orpheu representava “um gesto de rutura, uma vontade de romper com o passado". Um gesto de modernismo que “significava ir além de tudo 0 que se conhecia’, "Foi uma loucura, como os jornais da época apontaram e que Pessoa e S-Carneiro pareciam mesmo procurar’, salienta. Orpheu tinha a ver com a necessidade de nao se ser bem comportado, de ir contra as convengoes, de “sentir tudo de todas as maneiras’, do sensacio- nismo, de ir além da vida de todos os dias” Maria Leonor Nunes, Jomal de Letras, 42 17 de margo de 2015, p. 10 {Revista emblematca do Modernism portuguts, que deu nome c expresso a toda uma geaso de poets urgiu em 1835, como “Revista Trimesral de Literatura’ endo sido apenas dois nimeros: 0.1, cortespondente janet fevereromargo, ob a dirego de Las de Montalore Roland de Cavalh: 0:n¢ 2, de absilmaiojunbo,dirigido por Pessoa Si-Cameito, Um 3° ntimero, em proastipogrdficas no chegara a civular, tendo sido publicado apenas em 1986 pela eitora Alcs. LOD Relaciona o grupo do Orpheu com o termo vanguarda. AGERAGAO DE ORPHEU atari) “Se Foi talvez através das escandalizadas reagdes do puiblico (ou nao seriam antes os pré“— prios artistas e criticos presos ao passado que delas contagiaram 0 pitblico?) ante a arte “moderna”, que a designagdo “modernismo” surgiu como rétulo da arte e da literatura, conjuntamente. Fosse como fosse, o certo é ela ser a designaso adotada por todos aque- 5 les que historiam os varios movimentos de vanguarda, em Portugal desde 1915, no Brasil desde 1922, e qualquer que tenha sido, contemporaneamente, a designagio adotada por, ou aplicada a essas tendéncias. “Modernismo’, “estética modemista’”, etc., so designa- Ges hoje tio correntes como as de classicismo, romantismo e realismo. (...) Com o Orpheu, a literatura portuguesa e, sobretudo, a poesia, reassumia a sua fungio 1 auténtica: dar a medida do homem dentro do tempo, revelar-he a grandeza na miséria, a beleza que permanece no instante que passa, porque o homem é sempre 0 mesmo mas também sempre novo — e cada época s6 pode reencontrar esse “sempre mesmo” quando encontra expresso para as novas Ansias, as novas ambigdes, as novas necessidades, mas também as novas frustragdes e desinimos, em que ele se renova. ‘doo Casas Monteiro, “A gerarao do Opheu. Situacdo do Modernism” in A Poesia de Fernando Pessoa, 2.* ed, Lisboa: IN-CM, 1985, pp. 35-37, TESA 1. Seleciona as ideias fundamentais que estruturam o texto e elabora t6picos que o sintetizem. Recursos Adigais do Professor © od @ ee fees = Arte avancgada A revista [Orpheu] & 0 veiculo de um grupo, nao apenas de personali- dades isoladas. E desse grupo nasce o movimento que constituia explosio portuguesa da Vanguarda. Com centro em Pessoa, sem diivida, pela grande complexidade e variedade das suas publicagdes de 1912 a 1919, mas também em Sé-Carneiro, que tem ja publi cados cinco livros e fala da sua arte, em termos vanguardistas, como uma “doenga-de-Novo’,€ em Almada, mestre de virias artes e que se mantém ativo durante sessenta anos. Ea esta Van- ‘guarda que tem epicentro em Orpheu damos o nome de Modernismo. Fetando Cabral Maris, Jomal de Ltrs, 4a 7 de margo de 2015, p. 7. LARD Explicita a importancia da revista Orpheu. W) EWPOUCAS PALAVRAS~ A LITERATURA NO MODERNISMO Fruto da crise do sujeito anunciada por Nietzsche, do mundo cosmopolita em constante tu- multo, do &xodo do campo para a cidade, o sujeito confronta-se com a cultura material da moderna sociedade industrial, que assume o desenraizamento de alguém que viu o seu mundo empobrecido 20 ponto de s6 viver de facto na consciéncia e na desmultiplicacao de sujeitos, mascaras, néo-eus. Daqui resulta uma literatura da interrogagao, da divida, da rutura, da provocagdo, que recorre a formas abertas de composicao, valorizando o fragmento e o inacabado. a + O final do século XIX constitu um periodo de euforia e de otimismo que se refletiu na literatura, nas artes e na vida quotidiana: > poesia de Walt Whithman, de Marinetti e de outros futuristas; > construgio da Torre Eiffel > Grande Exposition Universelle de Paris (1889). + No inicio do século Xx, comegam a surgir crises ciclicas de superproducao, crises de habitacao, grandes movimentos migratérios, que vao originar: > revolugées (a Revolucio Russa, 1917); » o desenvolvimento de sentimentos nacionalistas e xendfobos; > o surgimento dos diversos fascismos; » as duas Guerras Mundiais. + Na literatura e nas artes: > despontam novos conceitos antitradicionais; > propéem-se caminhos estéticos novos; > surgem 0 Modernismo e os ismos de vanguarda marcados pelo escandalo e polémica, pelo sondar do inconsciente, pela entrega as sensacées e pela tendéncia para a disper- sao e multiplicidade do eu. TEXTOS E CONTEXTOS OS “DOIDOS” DE ORPHEU Publica-se o primeiro numero do Orpheu a 24 de marco de 1915, ¢ em finais de junho © segundo niimero. f uma revista que o futuro tornou mitica, sobretudo pela parte que Fernando Pessoa, também Mario de Sé-Carneiro, tém nela. Sao eles os promotores ¢ os organizadores dos dois ntimeros. Almada Negreiros, pelo seu lado, 0 outro participante essencial, fez muito pela sobrevivéncia de Orpheu, quer com o seu trabalho critico e de divulgasdo quer com a sua personalidade forte de artista, ele que ainda viveu até 1970. Mas, sobretudo, o seu Manifésto Anti-Dantas de 1916 € um texto que, pela sua truculén- Gia’ e energia, é uma continuagio condigna do movimento que a revista lancara, Deve dizer-se que esse movimento foi amplamente desconhecido no seu tempo. Apenas 0 futuro o leu e péde compreender, enquanto ia descobrindo um Fernando Pes: soa proteico?, que a cada década ia revelando obra nova ¢ rosto novo. Naqueles anos de Grande Guerra, os contemporaneos apenas viram os “doidos” de uma arte extravagante. Logo a 30 de margo, sai na primeira pigina do didrio A Capital um artigo, “Literatura de manicémio", em que so citados Jilio de Matos e Jilio Dantas em apoio da ideia de que os poetas de Orpheu sio “casos de paranoia”. Assim mesmo, clinicamente falando. Mas esses doidos obtém, apesar de tudo, uma notoriedade imensa, mesmo se errada. (..) Avverdade é que o Orpheu 1 esgota. O sucesso de escandalo é-0 também de vendas. Fernando Cabral Martins, Jomal de Letras, 4 a 17 de marco de 2015, p. 6 Tira do livo de BD As Aventuras de Fernando Pessoa, Escrtor Universal, de Miguel Moreira e Catarina Verdier, Lisboa: Ed, Parceria A. M, Pereira, 2015. 1. Produz um texto de opiniao (4 a 6 min) no qual demonstres a aparente contradicgo entre 05 ideais da Geracao do Orpheu, preconizados por Femando Pessoa, ¢ as imagens desta tira de BD representativas da sua vida. Recorda as marcas deste género textual na Ficha Informativa da pagina 309. ‘VW EM POUCAS PALAVRAS~ A CRONOLOGIA DO MODERNISMO PORTUGUES “A cronologia do Modemnismo em Portugal é muito facilitada pela edigao da revista Orpheu, em 11915, revista de que se editaria ainda um segundo nimero, ficando um terceiro preparado em pro- vas tipograficas que nunca foram contudo publicadas. Para o bem e para o mal, Orpheu tomou-se 0 6rgao e o simbolo da geracao do primeiro Modernismo portugués (...) Entre os anos 1915 e 1917, ou seja, entre Orpheu e Portugal Futurista, cabe o essencial do primeiro Modemnismo portugues.” ‘Osvaldo Silvestre, Diciondro de Femando Pessoa e do Medemismo Portugués, Femando Cabral Martins (coord), Lisboar Caminho, 2008, pp. 474-475. ‘Venieldade feroridade 2 muliforme eae) FERNANDO PESSOA Breve biografia Fernando Anténio Nogueira Pessoa nasceu a 13 de junho de 1888 em Lisboa. (...) Em 1895 foi viver para a Africa do Sul, em Durban, porque a mie voltara a casar com o cénsul de Portu- gal na Africa do Sul. Fez todos os seus estudos em lingua inglesa. Voltou a Portugal para se matricular na Universidade, mas nao continuou estudos. Viveu sempre em Lisboa. A 8 de marco de 1914 surge o seu primeiro heterénimo, Alberto Caeiro, ao qual se sucederam Ricardo Reis e Alvaro de Campos. Os heterénimos eram “outros que ele’, vozes que falavam nele e que tiveram uma vida auténoma e uma biografia. Inventou todas as vanguardas portuguesas. Viveu sempre em pensdes modestas ou em quartos alugados. Conheceu um dinico amor na sua vida, Ophélia Queiroz, datilégrafa na firma de import-export em que ele trabalhava, Foi um amor intenso e breve. Durante a sua vida sé publicou em revistas. O tinico volume publicado antes de morrer é uma plaquete intitulada Mensagem, uma historia esotérica de Portugal. Mor- reu a 30 de novembro de 1935 no hospital de S. Luis dos Franceses em Lisboa, de uma crise hepatica provavelmente provocada pelo abuso do dlcool. Antonio Tabucchi 0s dltimes ts dias de Fernando Pessoa, Lisboa: Quetzal Editors, 1989, pp. 70-71. [EAT] Escreve no teu caderno, em t6picos, os aspetos mais marcantes da vida de Femando Pessoa. FERNANDO PESSOA - VIDAE OBRA Pessoa, que sempre tinha sido confrontado com a sen- sagio de “ser varios”, de “ser muitos’, deu uma coeréncia ficcional aos que chamou Alvaro de Campos, Alberto Caeiro ¢ Ricardo Reis, seus trés heterénimos, inventando essa de- signacdo que entrou nio s6 para a lingua portuguesa mas para todas as outras em que tem sido traduzida. A palavra est4 hoje aplicada impropriamente a autores como Ea (no caso de Fradique Mendes), Antonio Machado (Juan de Mairena) ¢ outros. Convém, con- tudo, ponderar que so casos diferentes: os heterénimos de Pessoa sio, antes de mais, personagens através das quais ele se busca e aperfeigoa - nao é por acaso que ele faz. questio de insistir que so sé trés (0 namero da criago). Pessoa nao se oculta atras des- ses nomes: essas mascaras revelam-no aos seus préprios olhos. “S6 me encontro quando de mim fujo”, escreveu Pessoa — isto &, quando “finjo” ser outros. Como, disse também, “Fingir & conhecer-se’, essas fugas, esses “fingimentos”, propiciam um encontro con- sigo. Além disso, essas trés personagens estio interligadas por uma ficso, a que Pessoa chamou “drama em gente’, Existem umas em relasio as outras: se “cada uma constitui um drama”, como avisou Pessoa, “todas juntas formam outro drama’, como acrescentou. Teresa Rita Lopes, Diciondrio de Fernando Pessoa e do Modermismo Portugués, Fernando Cabral Martins (coord), Lisboa: Caminho, 2008, pp. 638-645. FE 1. Redige uma exposigao (100 a 150 palavras) em que relaciones a imagem da p. 28 com 0 texto, no que diz respeito a vida literaria de Fermando Pessoa. SEQUENCIA 1 POESIA DO ORTONIMO e. Autonimia e fingimento artistico Orténimo é o nome de autor que corresponde ao seu nome proprio. E, no texto pessoano, sinénimo exato de auténimo. ...) O orténimo nao & qualitativamente diferente ou “mais digno de crédito” do que os heterénimos, pelo que nao & possivel fazer a equivaléncia simples ort5- jimo = Fernando Pessoa. Nessa descoincidéncia reside mesmo a maior dificuldade e a maior riqueza da literatura de Pessoa. Fermando Cabral Martins, Dicondrio de Femando Pessoa e do Modemismo Portugués, Fernando Cabral Martins (coor), LUsboa: Caminho, 2008, p. 575. A nogio de fingimento desempenha na obra de Fernando Pessoa um importante papel ‘Acaba por se relacionar com a de heteronimia e esta presente sob uma forma explicita em al- {guns poemas, nomeadamente Autopsicogrofia e Isto. Diga-se, desde ja, que a leitura que se faca destes poemas nao pode ser literal; ha nela, porque de poesia se trata, uma deriva de sentidos que, no entanto, nao é suficiente para que se nao possa ver em tais poemas uma arte poética, cde modo tal que neles linguagem e metalinguagem poética se interpenetrem. Fernando Guimaries, Dicondro de Fernando Pessoa e do Medernismo Portugués, Fernando Cabral Martin (coor), Lisboa: Caminto, 2008, p. 284 LA Relaciona o termo orténimo com fingimento. Autopsicografia @ © poeta é um fingidor. Finge' tao completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. 5 Eos que leem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Nao as duas que ele teve, Mas s6 a que eles nao tém. E assim nas calhas de roda 10 Gira, a entreter a razao, Esse comboio de corda Que se chama coragio. 16-1931 Fernando Pessoa, Poesia 1931-1935 e ndo dateda, ed, Manuela Pareira da Siva, Ana Freitas, Malena Dina, Lisboa Asia Alvin, 2005, pp. 45-46. ‘Vfingir do latim ‘ingere. De acordo com 0 conceite horaciano [Quinto Horicio Flaco (65 a, C-8a.C}, poeta da Roma Antiga) significa modelat, cat, transformat. FERNANDO PESSOA: POESIA D0 ORTONIMO Tendo em conta a formacao da palavra “autopsicografia”, antecipa o assunto do poema. Este texto pode ser entendido como uma verdadeira “arte poética’. Explcita a sua estrutura tripartida, completando, no teu cademno, 0 quadro apresentado. a razio; a inteligéncia, dor: reconstrufda/sentida aimaginagi que permite | dor “escrta” esteticamente ‘a invencio do poema (@ partir da leitura) dor: “sentida” © coragao: local das emocoes Dois polos da emocao estética es 1+ quadra 3.* quadra Esclarece o sentido da expressdo “dor fingida’, Relaciona a terceira quadra com as anteriores. Explicta o sentido das duas metaforas presentes na ltima estrofe. Demonstra de que forma este poema apresenta uma versificagio tradicional. Nos trés itimos versos da primeira quadra, existe um processo de subordinagéo. Identifica e classifica a oracao principal e as oragdes subordinadas. As orages subordinadas correspondem a diferentes momentos do processo poético, Faz corresponder, no teu cademno, as referidas oracdes com os momentos destacados: aren Ts) Breet 1.° momento: o poeta sente a emogao real +—> 2.° momento: 0 poeta finge a ‘emocio real através do pensamento 3.° momento: o conceito real de dor ja nao existe, poisé = |____> substituido pela emocao estética SEQUENCIA 1 Isto ® Dizem que finjo ou minto Tudo que escrevo. Nao. Eu simplesmente sinto Com a imaginagio. 5 No uso 0 coragio. Tudo 0 que sonho ou passo, © que me falha ou finda, £ como que um terraco Sobre outra coisa ainda. 10 Essa cousa é que é linda. Por isso escrevo em meio. Do que nao esté ao pé, Livre do meu enleio, Sério do que nao é. 15. Sentir? Sinta quem lé! [Abril 1933] Fernando Pessoa, Poesia 1931-1935 e ndo datada, ed. Manuela Pareira da Silva, Ara Freitas, adalena Dina, Lisboa: Assroe Alvin, 2006, pp. 131-132 © 1. Completa 0 quadro, no teu cademo, indicando o(s) verso(s) que corresponde(m) a cada afirmacao. ory Verso(s) 2) 0 sujeito postico insiste no facto de a verdade se situar no universo da escrta. b) A emocao é transferida para o leitor, que vive a obra de arte através da emogao. ¢) As vivencias reais e fingidas constituem o ponto de partida para a construgio da obra de arte. 4d) 0 processo de produgao postica exige a transferéncia da emogao do coracao para a razao. 2. Este poema, tal como “Autopsicografia", apresenta a teoria poética do fingimento. Explicita que diferencia estes dois textos a nivel das pessoas verbais. 3. Na 1.* estrofe, o “eu” opde a imaginacao (razdo) ao coragao (emocao). Explicita esta oposi- io & luz da concegao de arte postica pessoana, Na 2.* estrofe, o sujeito da enunciagéo compara a sua realidade (sonhos, vivéncias, ausén- cias e perdas) a um terraco. Interpreta este recurso expressivo. 5. Altima estrofe explica 0 ato de criagio poética, contrapondo a sinceridade artistica a sin- ceridade humana. Interpreta estes versos. FERNANDO PESSOA: POESIA D0 ORTONIMO ‘mas € BoM Qe 0 Nico NiO 0 BABA, Quino, Toda a Mafalda, Edigdo Comemorativa dos 50 anos, Lisboa: Babel, 2014, p. 59, 1. A partir da tira de banda desenhada redige um texto de opiniao (180-240 palavras) sobre as vantagens e desvantagens de nos mostrarmos aos outros tal como somos, prescindindo de mascaras sociais. SU ew Poucas PaLAvRas™ 0 FINGIMENTO ARTisTICO e Fernando Pessoa apresenta a sua concegao de arte poética através da tematica do fingimento artistico. 0 poeta expde o seu conceito de poesia enquanto intelectualizacdo da emocio, isto é 0 poema é uma construgao de sentidos que 0 trabalho postico elabora, a partir de sentimentos cria- dos ou recriados. Assim, a sinceridade artistica constr6i-se com base no fingimento, na transfigura- Gao da emogao pela razao, de modo a atingir-se a veracidade intelectual e a emogio artistica. fierce s -sntnenntnatnnntannntnnanntneis + Fernando Pessoa é a personalidade mais importante do Modernismo portugués. + O poeta tem uma vida dedicada 3 escrita + Octavio Paz, 0 maior poeta do moderno México, disse sobre Pessoa: “Os poetas nio tém biografia. A sua obra éa sua biografia’ + A poesia orténima é assinada por Ferando Pessoa. + Uma das caracteristicas da poesia orténima é 0 desenvolvimento de temas complexos em poemas formalmente muito simples, recorrendo a estruturas tradicionais. + Orritmo musical da poesia orténima retoma a nossa melhor tradi¢io lirica. + A poesia orténima versa temas diversos, demonstrativos de “uma inteligéncia sensivel’: os anseios da alma, a nostalgia de um bem perdido, 0 tédio, o vislumbrar de “uma coisa linda’, a dificuldade de exprimir 0 que se sente. + O processo caracteristico de construgio do poema consiste em apresentar uma imagem- -simbolo ea partir dai construir uma reflexio que Ihe extrai o sentido. + Os poemas “Autopsicografia’e “Isto” sio considerados textos doutrinérios, na medida em que apresentam o processo de criagio artistica, nao sé na perspetiva do trabalho do eu poé- tico, mas também ao nivel da rececao do texto pelo leitor. + No processo de criacio poética,o sujeito intelectualiza a “dor sentida’, registando, no poema, “dor fingida’ Por sua ver, 0s eitores nao tém acesso nem a “dor sentida” nem 3 “dor fingida’, apenas a “dor lida’ Esta tese ¢ 0 fundamento da teoria do fingimento postico. SEQUENCIA 1 VALOR TEMPORAL ‘VD aprenoe 0 tempo & uma categoria gramatical que localiza temporalmente 0 que é expresso rum enunciado. A categoria tempo tem trés grandes valores ~ passado, presente e futuro ~ e pode ser expressa de diferentes formas, muitas vezes associadas: Localizacao temporal (oposigao presente/passado/futuro) cexpressa através da morfologia verbal: © A Ana esta em casa. © A Ana esteve em casa. © A Ana chegara tarde. Localizacao temporal (oposicao presente/futuro) expressa Perry através de verbo auxiliar: EURTSS + A Ana chega a casa, © A Ana vai chegar 2 casa. ree ‘Ou expresses Cc) * A Ana esta em casa [agora / neste momento]. © A Ana est em casa [amanhi / & tarde / na préxima sexta] Cer © A Ana nasceu (quando o Pedro tinha quase cinco anos]. CURR ° 4 Ana nasceu [antes de o Pedro ter cinco anos]. PRM Localizacio temporal (ordenacao entre situacdes) expressa PEONEPAMEE através da ordenacao de oracées: ESTEEM ° 0 Jodo chamou-me e eu olhet. BS * Eu olhei e 0 Joao chamou-me. Através desta categoria, 6 possivel estabelecer relagées de ordem cronolégica de: * Entre duas situacées: ~ Tuentraste na sala, quando eu estava a falar. * Face ao momento em que o enunciado é produzido: = 0 Jodo esta em casa agora. Se ETL © Entre uma situacao e outra: = Eu discursei antes de 0 Jogo chegar ao jantar. Face ao tempo em que o enunciado é produzido: = Em 1974, dé-se uma revolucio em Portugal. Pea EL * Entre uma situagao e outra: = Vou sair depois de te ires embora. © Face ao tempo em que o enunciado é produzido: = 0 Jodo casa-se na préxima semana = Amanha, nao vai chover. Ceca FERNANDO PESSOA: POESIA D0 ORTGNIMO Blea Vaua- © 1. L8 0 excerto de uma carta de Fernando Pessoa a Joao Gaspar Simées. Apartado 147. Lisboa 4 de jancino de 1931 Meu qutride: Caspar Simbes: Muito obrigado pela ssa carta, pelos dois evemplanes da, Pesenpa ¢, mais 5 sindar plo su attigo, que muito me agradou, hi pontos que ashe cetos, ou bro que née acho ceitos, outros, ainda sobre ov qual ww mismo estou incvrto, C) Mois tarde, mais demoradaminte, wdugo-the a pormanows 0 qut ai vai sernantamante Ait. (..) _ a Ridlts depos de the esorser, sobre 0 que the hawio dito de o poema nie 10 dever sex publicado. io vejo, abinal, inconveniente nist, se v, achan infnemante peblictto, “Tim pela minoh a vantage: de or singular: nd cai qu baja om portagut Gaara ou rodugide) outro poor presbarnts dasa onda, Pade oth o publicdto w quite, Para ese bin estou a noian-the ume nove edpiny cm gut eusts (oul) 0 ontograbian © bi amar pumas modoagscr rr Carta de Ferando Pessoa a Jodo Gaspar Sime (Introdugo,apéndcee notas do destnatirio), Lisboa: Euopa-Anérica, 1957 (2. ed, Lisboa: Imprensa Nacional ~ Casa da Moeda, 1982), p. 60 (adaptado). 2. Indica os processos de localizacao temporal utilizados nas expressdes transcritas, es- tabelecendo a correspondéncia entre alineas e niimeros. ) “muito me agradou’. (L 5) 1. Expressao de tempo + flexéo verbal ) "Mais tarde, e mais demoradamente, 2. Orago subordinada adverbial temporal reduzo-the”.(L.7) ) “estou a enviar-lhe” (L 13) 3. Flexdo verbal 4) “Refleti, depois de the escrever”. (L.9) |4. Ordem relativa entre as oracbes coordenadas ©) “ajustei (...) a ortografia, e fiz umas 5. Verbo auxiliar pequenas modificagées",(\. 14) 3, Explicta as relagées de ordem cronalégica que se estabelecem entre a primeira forma verbal e a segunda em cada uma das alineas. 2). “Mais tarde, e mais demoradamente, reduzo-lhe a pormenores o que af vai suma- riamente dito”. b) “Refleti, depois de lhe escrever”. ) “ajustet (...) a ortografia,e fiz umas pequenas modificacées”. SEQUENCIA 1 ADOR DE PENSAR ET nnn Sentir/pensar (..) nele [orténimo] ha quase apenas a expressio musical e subtl do frio, do tédio e dos an- seios da alma, de estados quase inefiveis em que se vislumbra por instantes “uma coisa linda’, nostalgias de um bem perdido que nao se sabe qual foi, oscilagdes quase impercetiveis de uma inteligéncia extremamente sensivel, e até vivéncias téo profundas que nao vém "a flor das frases e dos dias” mas se insinuam pela eufonia dos versos, pelas reticéncias de uma linguagem finissima. Jacinto do Prado Coelho, Diversidade e Unidade em Femando Pessoa, 12.* ed, Lisboa: Verbo, 2007, p18. [EMD Satienta as varias tematicas da poesia de Pessoa orténimo. A ceifeira’ oO Ela canta, pobre ceifeira, Julgando-se feliz talvez; Canta, ¢ ceifa, € a sua voz, cheia De alegre ¢ anénima viuvez, 5 Ondula como um canto de ave No ar limpo como um limiar*, Ea curvas no enredo suave Do som que ela tem a cantar. Ouviela alegra e entristece, 10 Na sua voz hé 0 campo ea lida’, E canta como se tivesse Mais razoes p’ra cantar que a vida. Ah, canta, canta sem razio! O que em mim sente ‘sta pensando. 15 Derrama no meu coracio Attua incerta voz ondeando! Ah, poder ser tu, sendo eu! Ter a tua alegre inconsciéncia, Ea consciéncia disso! 6 céu! 20 O campo! © cangao! A ciéncia Pesa tanto e a vida é tdo breve! Entrai por mim dentro! Tornai Minha alma a vossa sombra level Depois, levando-me, passai! [Dezembro de 1924) Fernando Pessoa, Poesia 1918-1930, ed Manuela Pareira da Siva, Ana Freitas, Madalena Dina, Lisboa: Assit e Alvim, 2005, pp. 228-229. ‘José Veloso Salgado (1864-1945), Ceifeira 110 tule €atribuido por Pessoa, na carta a Armando Costes Rodrigues, de 19-1195, .entrada,princpio,azifama, trabalho. a 1. Nas tiés primeiras estrofes, 0 “eu” centra a sua atencao na ceifeira e no seu canto. Indica quatro caracteristicas dessa figura feminina. FERNANDO PESSOA: POESIA D0 ORTONIMO 2. Mostra como a descri¢ao da ceifeira evidencia um comportamento contraditorio. 3. Nas trés Gltimas quadras, o sujeito da enunciacdo revela os efeitos do canto da ceifeira. Explicita a antitese ceifeira (sentir) / poeta (pensar). 4. Relaciona o recurso expressivo presente na quinta quadra com o desejo expresso na dltima. Gato que brincas na rua @ Gato que brincas na rua Como se fosse na cama, Invejo a sorte que é tua Porque nem sorte se chama 5 Bom servo das leis fatais Que regem pedras e gentes, Que tens instintos gerais E sentes s6 0 que sentes, Bs feliz. porque és assim, 20 Todo o nada que és é teu. Eu vejo-me e estou sem mim, Conhego-me e no sou eu. Janeiro, 1951 (vinte etantos) Fernando Pessoa, Poesia 1991-1925 e no detada, 4, Manuela Pareira daSilva, Ana Freitas, Madalena Dina, isa: Asso e Alvim, 2006, pp. 14-15. Gata. Arte urbana. Lisboa. 1. Esclarece o motivo que desperta a inveja do “eu” relativamente ao gato. 2. Relaciona este poema com “A Ceifeira’, tendo em conta a dualidade “sentir”/"pensar” do sujeito poético. 3. Explicita o sentido dos dois altimos versos do poema, eo 4. Indica se sio verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmagdes que se seguem e corrige as falsas. 2) No verso “Gato que brincas na rua", a palavra sublinhada é um pronome relativo com fungéo sintatica de sujeito. b)A-expressio “Es feliz” apresenta um sujeito indeterminado e um predicativo do sujeito. ©) Nos dois diltimos versos do poema, 0 pronome pessoal "me" desempenha a funcao sin- tatica de complemento indireto. 5. Classifica a oragio “Como se fosse na cama” (v. 2). “Vem POUCAS PALAVRAS~ A DOR DE PENSAR A lucidez de Pessoa, a sua obsessdo de analise e a busca de respostas provocam-the sofrimento e angiistia. A tendéncia excessiva para a intelectualizaco, para a abstracao, leva o poeta a ser inca- g paz de apenas sentir e, por isso mesmo, a desejar ser inconsciente para poder atingir a felicidade da “ceifeira” ou do “gato”, cada vez mais utdpica e inatingivel. Assim, debate-se sempre entre conscién- cia e inconsciéncia e, consequentemente, entre infelicidade e felicidade, entre “sentir” e “pensar’ SEQUENCIA 1 SONHO E REALIDADE @ [Para comproender aaa A oposicio sonho/realidade Lirismo puro, voz de anima que se confessa baixinho, num tom menor, melancélico, de uma resignagio dorida, agravada, de quem sofre a vida sendo incapaz de a viver. Jacinto do Prado Coelho, Diversidade e Unidade em Femando Pessoa, 12.* ed, Lisboa: Verbo, 2007, p18. A presentificagao da realidade através do sonho toma a realidade tangivel. Os paraisos imaginados sao, por isso, reconfortantes para os crédulos, no entanto, 0 sujeito, cético e des- ccrente, duvida da possibilidade de ser feliz. Assim, o ato de refletir sobre “imagens de felici- dade” consciencializa 0 poeta do seu carsterilusério muito diferente da amarga realidade. Em suma, 0 sonho ¢ ilusio e a felicidade procurada é desilusio, Explicita a forma de o poeta vivenciar a oposicéo sonho/realidade, nos seus poemas. Nao sei se é sonho, se realidade @ Nao sei se é sonho, se realidade, Nao é com ilhas do fim do mundo, Se uma mistura de sonho e vida, 20 Nem com palmares de sonho ou nio, Aquela terra de suavidade Que cura a alma seu mal profundo, Que na itha extrema do sul se olvida’. Que o bem nos entra no coragao. 5 Eaqueansiamos, Ali, ali Bem nds que é tudo. £ ali, ali ‘A vida 6 jovem ¢ 0 amor sorti. Que a vida é jovem e 0 amor sort. Talvez palmares? inexistentes, Ferand Peso, Poesia 1951-1935 end dad, ‘leas Tonginguas sem poder ser ed, Manel are dh Sie, Ana Pets, Potene ina, Lisboa: Assi e Alvin, 2006, p 146. Sombra ou sossego deem aos crentes 10 De que essa terra se pode ter. Felizes, nés? Ah, talvez, talvez, Naquela terra, daquela vez, Mas jé sonhada se desvirtua, Sé de pensi-la cansou pensar; 15 Sob os palmares, & luz da lua, Sente-se o frio de haver luar. Ah, nesta terra também, também © mal nao cessa, ndo dura o bem. Antony Gormley (n. 1950), Another Place ‘Vesquecer 2 bosque de palmeinas (Crosby Beach, Inglaterra), 1997. aula de drvores. Adighais do Profesor © @ FERNANDO PESSOA: POESIA 00 ORTONIMO SS 1. Seleciona versos que correspondam as afirmagées que se apresentam e agrupa-as de acordo com o sentido de cada uma das estrofes do poema. 2) 0 “eu” traduz a incapacidade de distinguir o sonho da realidade. b) 0 sujeito expressa um desejo forte de atingir a felicidade. ©) A felicidade parece possivel, mas é inacessivel. d) A davida anuncia a impossibilidade de concretizagao do sonho. ©) 0 paraiso imaginado é uma forma de reconforto. f) A elicidade procurada no sonho é desilusio e dor. 4g) Aconsciéncia da realidade é amarga h) 0 refiigio no sonho é uma ilusao. |) A elicidade esta no intimo de cada ser humano. 2. Indica o recurso expressivo presente no primeiro verso do poema e comenta a sua expressividade. 3. Interpreta o sentido metaforico das expressées “ilha extrema do sul”, “palmares inexisten- tes” e “aleas longinquas". Ly 1. Indica as fungées sintéticas das expressdes sublinhadas. © 41.1. "mistura de sonho e vida" (v. 2). 1.2. “Aleas longinguas” (\. 8). 2. Classifica as oragées. 2.1. "se sonho” (v. 1). 2.2. "que ansiamos” (v. 5). ‘V EM:POUCAS PALAVRAS~ SONHO E REALIDADE Pessoa ortonimo, subjugado pelo poder do pensamento, vive uma inquietacio constante na pro- cura da felicidade. A sua angiistia existencial leva-o a procurar evadir-se da realidade amarga através do sono, o espaco imaginario. No entanto, este surge como um projeto fathado, que traz a desilusio. + A poesia orténima apresenta um eu litico, angustiado e abilico, centrado sobre si mesmo, sofrendo a dor de pensar, a distancia entre o sonho ea realidade e, sobretudo, dividido entre © “sentir” e 0 “pensar” + Appoesia orténima versa varios temas. + O fingimento artistico, na construgio poética, resulta da consciencializacao da impossibil- dade de o sujeito fazer coincidir o que sente com o que pensa que sente. + A dor de pensar ou “dor de ser licido” é a consequéncia da constante racionalizaio das emogées. + O sujeito aspira &inocéncia inicial de uma vida instintiva. + O sonho e a realidade sio muitas vezes diffceis de distinguir, conduzindo o ew & estranheza, perplexidade e angustia existencial. SEQUENCIA 1 VALOR ASPETUAL VO aPrenoe- O aspeto é a categoria gramatical que exprime a forma como a situagio presente num enunciado é perspetivada pelo locutor no que respeita ao seu desenvolvimento temporal. A categoria aspeto, apesar de se relacionar com a categoria tempo, é independente desta. Todas as situacdes expressas nas frases abaixo podem ser localizadas temporalmente como anteriores ao momento em que as frases sao produzidas. No entanto, o seu valor aspetual & distinto: em () “0 Carlos comegou a ler otivro.”, destaca-se o inicio da aco; em (fi) “O Carlos acabou de ler o livro.”, 0 fim da acao; em (ii) “O Carlos voltou a lero livro.”, a repeticao, ASPETO GRAMATICAL 0 valor aspetual gramatical pode ser construido de diferentes formas. Por exemplo, através de: * alguns tempos verbais: presente, pretérito perfeito (simples ou composto), preté- Tito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito (simples ou composto); * complexos verbais formados com verbos auxiliares aspetuais: acabar de, andar a, comegar a, deixar de, estar a + expressoes adverbiais: ainda, frequentemente, j, lentamente, pouco a pouco, sem- pre, todas as semanas. Estes recursos permitem representar varios tipos de aspeto gramatical: Apresenta uma situa¢ao como culminada (inicio, desenvolvimento e Ng conclusao CECE * J lio livro, * 0s alunos escreveram o sumario. ‘Apresenta uma situagao como no culminada (nao concluida): + Estou a ler o Livro, ‘As criancas brincavam com entusiasmo. Refere uma situagao tida como verdadeira em qualquer situacao de SEEM enuinciacao e, por isso, atemporal: PRICE * Todo o homem é mortal. * 0 exercicio fisico contribu para uma vida saudavel, Refere uma situagdo que se sucede durante um periodo ilimitado. EteE Mm (Combina-se frequentemente com a situacdo iterativa): PERN * Habitualmente, tomo o pequeno-almogo em casa. + 0 Joao corre. (= costuma correr). red not) Refere uma situacao que se repete regularmente durante um periodo de tempo delimitado ou nao delimitado: * Ela tem tossido nos cltimos dias. * 0s atletas saltitam durante o aquecimento. ‘* No ano passado, fui ao cinema todos os meses. Be Sci O aspeto gramatical permite ainda especificar a duracio (i), o intcio (fi) ou o fim de uma situagao (ii): (i) Estive a ler durante duas hora (ji) 0s atletas comegaram a correr. (iii) Eles acabaram de jantar as nove horas. FERNANDO PESSOA: POESIA D0 ORTONIMO 1 Lé 0 poema com atencao. Nao sei quantas almas tenho Nao sei quantas almas tenho. Cada momento mudei, Continuamente me estranho. Nunca me vi nem achei. 5 De tanto ser, s6 tenho alma. Quem tem alma nao tem calma. Quem vé é 86 0 que vé, Quem sente nao é quem é, Atento ao que eu sou e vejo. 10 Tomo-me eles ¢ no eu. Cada meu sonho ou desejo F do que nasce e nao meu, Sou minha prépria paisagem, Assisto & minha passagem, 15. Diverso, mobil e s6, Nao sei sentir-me onde estou. Por isso, alheio, vou lendo Como paginas, meu ser. © que segue prevendo, 20 O que passou a esquecer. Noto a margem do que li ‘0 que julguei que senti. ee Belew digosg Huey ‘ed. Manuela Parreira da Silva, Ana Freitas, Deus sabe, porque o escreveu. Madalera Dina, Lisboa: Asi e Alvin, 2006, p. 375. Ferrando Pessoa, oesio 1931-1935 e néo datado, Indica 0 valor aspetual expresso por cada uma das formas verbais apresentadas. 2) “Continuamente me estranho.” (v. 3) b) “Quem tem alma nao tem calma.” (v. 6) ©) “vou lendo” (v. 17) ¢) “ti (21) ©) “*Releio” (v. 23) 3. Modifica os enunciados seguintes, introduzindo-the um dos verbos auxiliares aspe- tuais sugeridos ao lado. 2) “Torno-me eles ¢ néo eu” (v. 10) * estar, ficar, andar b) “Assisto a minha passagem” (v. 14) * comegar ©) “Noto a margem do que li” (v. 22) * deixar, acabar 3.1. Explicita como se perspetiva cada uma das situacées, apés a modificacao. SEQUENCIA 1 ANOSTALGIA DA INFANCIA @ (RET nani Infancia do poeta: realidade/ficcio Herdeiro, como Nobre, do gosto garrettiano pelo popular, também ao [orténimo] seduz, (...) omundo fantastico da infancia, adotando para o sugerir reminiscéncias de contos de fadas, de cantigas de embalar e toadas de romanceiro.(...) © bem pressentido localiza-o as vezes 0 poeta no pasado, numa infancia remota. Mas essa infancia, em regra, aparece despojada de todo e qualquer contetido de experiéncia biografica do autor. Se é certo que por detris dos simbolos literérios esta muitas vezes, com consciéncia do autor ou sem ela, uma vivéncia pes- soal anterior (..), infancia em Fernando Pessoa é fundamentalmente um simbolo ~ simbolo de um setor da sensibilidade que particularmente o atrai.(...) A sua poesia testemunha-nos {que submeteu a infancia a um processo de intelectualizagao que a torna, pura e simplesmente, ‘0 simbolo da inconsciéncia, do sonho, de uma felicidade longinqua, de candura e claridade. Jacinto do Prado Coelho, Diversidade e Unidade em Fernando Pessoa, 12.* ed, Lisboa: Verbo, 2007, pp. 42-105 [EXD eoicita em que medida a imagem da infancia fixada nos poemas retrata a realidade biografica de Fernando Pessoa. Quando as criangas brincam @) Quando as criangas brincam E eu as oigo brincar, Qualquer coisa em minha alma Comega a se alegrar. 5B toda aquela infancia Que nao tive me vem, Numa onda de alegria Que nio foi de ninguém. Se quem fui é enigma, 10 E quem serei visio, Quem sou a0 menos sinta Isto no coragao. 5-9-1933 Fernando Pessoa, Poesia 1931-1935 e no datado, ‘ed, Manuela Parreira daSilva, Ana Freitas, Madalena Dina, Lisboa: Assirioe Alvin, 2006, p. 153 fecues sae =: © © reno esos esa aso FEES ‘1. Demonstra que os tempos verbais correspondem a trés fases da vida humana. 2. Explicita a oposicio estabelecida entre estes trés tempos. 3. Seleciona a afirmagao que, na tua opinigo, corresponde ao assunto do poema, justificando com expressées textuais, a) O sujeito postico recorda com saudade a sua infancia e, por isso, a nostalgia apodera-se do seu coragéo. b) 0 sujeito postico nao teve oportunidade de viver uma infancia feliz, logo as brincadei- ras das criancas despertam em si emocdes negativas. ©) 0 sujeito postico refugia-se numa infancia sem valor autobiogréfico, mas simbolo de felicidade ideatizada, ne £@—<—<$—$$—____—__—_——— 1. Classifica sintaticamente as expressoes sublinhadas. 1.1. E importante recordarmos a infancia. 1.2, Quem recorda a infancia revive momentos inesqueciveis. 2. Divide e classifica as oragées seguintes. 2.1.0 sujeito poético nao teve oportunidade de viver uma infancia feliz, logo as brincadeiras das criancas despertam em si emocées negativas. 2.2. Quem se refugia na infancia revive momentos inesqueciveis. La—______©® 1. Visiona 0 trailer do filme portugués Aniki Bobé, de Manoel de Oliveira, no qual se dé ‘a conhecer algumas das brincadeiras infan- tis da década de quarenta. a) Enumera caracteristicas da infancia das criangas no filme. b) Recorda aspetos marcantes das tuas brincadeiras infantis. ©) Organiza com os teus colegas um didlogo argumentative em que se apontem vanta- gens e inconveniente das brincadeiras de cada uma das épocas. ‘VU EM:POUCAS PALAVRAS~ A NOSTALGIA DA INFANCIA Face a incapacidade de viver a vida, o “eu” refugia-se numa infancia mitica, uma idade de inocéncia, uma idade na qual ainda nao se pensa e, por isso, tudo é possivel. Esta felicidade que as criangas experimentam, devido & sua inconsciéncia e & inconsciéncia das suas ages, contrasta com a infelicidade vivida pelo sujeito postico. O sono e a infancia sao os Gnicos momentos de felicidade para o sujeito poético, que vé neles 0 paraiso perdido. SEQUENCIA 1 : GENEROS TEXTUAIS: 0 DIALOGO ARGUMENTATIVO @ (Quin, Toda a Mafalda, Edigio comemorativa dos 50 anes, Verbo, 2014, . 295, 0 didlogo argumentativo, tal como o debate, @ um género textual de carater persuasivo. Os intervenientes num dialogo argumentativo assumem a defesa de um ponto de vista, sustentado por argumentos validos e exemplos significativos, em que a concisdo do discurso e o respeito pelo ed pelo rey eC Rte td significativa Recursos principio da cortesia sao fundamentais. ir Serer) . fund Ror légico © argumento é uma peca fundamen- Pa tal do didlogo argumentativo e é cons- Recursos occ tituido por um conjunto de razées que Perr sustentam um ponto de vista. * tom de vor: atieagio: Fimo; entoagie,expresiviade: e major na Escrita. silane: aha * Aextensio do argumento € menor na Oralidade No didlogo argumentativo, o opositor responde de imediato ao interlocutor as intervengdes sao geralmente concisas e apoiadas: ~ na capacidade inventiva de criar argumentos; ~ na preparacdo e estudo do tema; ~ na validade de argumentos; ~ em contra-argumentos; — em exemplos/provas. Refutar one BM Ly) Apoiar Sustentar a argumentacao il \ Recursos Adigais do Profesor Blea © @ © reno reso esa os Ree Cures reer . . be: Como refer o autor x, no Livy. etn Ex.: Assim como foi publicado em varios estudos Creo ened de referencia... reer . en CESSES G Ex.: Assim como aconteceu a x, ... Scucicy perc ieee Vapuca Ex: Do mesmo modo que sucedeu em... © 1. Associa letras e nimeros de forma a obteres respostas para as tuas diividas, ered (ene ‘A. O que @ argumentar? 1. E um conjunto de razées que tornam um assunto duvidoso, porque pode ser refutado. B.O que é um bom argumento? | 2. Todo o discurso pode ter um contradiscurso, uum discurso produzido de outro angulo. C.O que € um argumento fraco? | 3. Sempre que um ponto de vista fica provado e outro refutado. D. Por que razio devo colocaro 4. E defender ou apoiar, com argumentos, um meu interlocutor num dilema? | ponto de vista, uma opiniéo ou uma tese. E. Todos os argumentos podem —_ 5, Para o colocar na situacao de nao ter op¢ao ser refutados? de escolha. F. Quando cessa a argumentacao? | 6. E um conjunto de razées sdlidas, fortes que sustentam um ponto de vista ou uma tese. 2. Assiste ao documento video, um excerto do Programa Sociedade Civil. Completa, no teu cademo, o quadro apresentado. J or \ | Bruun) eficaz | Wn Cr na eficaz ilustrativo @ Fetosrama do Programa Sociedade Cv. 3. Identifica a tese defendida por Ana Paula Laborinho. 4, Entra no didlogo, introduzindo um argumento e um exemplo que contribuam para a estratégia argumentativa da Presidente do Instituto Camées. SEQUENCIA 1 ACRIANCAQUEEUFUL @) A crianga que eu fui nfo viu a paisagem tal como o adulto em que se tornou seria tentado a imaginé-la desde a sua altura de homem. A crianca, durante 0 tempo que o foi estava simplesmente nna paisagem, fazia parte dela, nao a interrogava (..) Naturalmente, quando subia ao campa- nario da igreja ou trepava ao topo de um freixo de vinte metros de altura, os seus jovens colhos eram capazes de apreciare registar os grandes espacos abertos diante de si, mas ha que dizer que a sua atengao sempre preferiu distinguire fixar-se em coisas e seres que se encon- trassem perto, naquilo que pudesse tocar com as maos (...) J& mio existe a casa em que nasci, mas esse facto é-me indiferente porque no guardo qual- quer lembranca de ter vivido nela (..) Essa perda, porém, ha muito tempo que deixou de me ‘ausar sofrimento porque, pelo poder reconstrutor da meméria, posso levantar em cada ins- tante as suas paredes brancas, plantar a oliveira que dava sombra 8 entrada, abrir e fechar 0 postigo da porta e a cancela do quintal onde um dia vi uma pequena cobra enroscada, entrar nas pocilgas para ver mamar os bicoros', ir & cozinha e deitar do cintaro para o pticaro de 15. esmalte esborcelado® a 4gua que pela milésima vez me matara a sede daquele verdo. ‘José Saramago, As Pequenas Memes, Porto: Porto Editora, 2006, pp. 13-16. ‘i porco pequeno. 2. quebrar se beires esbotenar EE ——_______________ @ Para responderes a cada um dos itens de 1. a5., seleciona a Gnica opcio que permite obter uma afirmagéo correta. 1. O texto apresenta caracteristicas especificas do género (A) apreciagao critica, (0) texto de opiniao. (8) memérias. (0) exposigdo sobre um tema. 2. O tema do texto é (A) a importdncia da meméria. (©) a recordagao da infancia. (8) a saudade. (0) 0 reencontro com os avés. 3. Altima frase do texto integra (A) varias marcas de primeira pessoa nas formas verbais e nos pronomes e formas de expres- so do tempo. (8). marcas de primeira pessoa do plural e um recuo no tempo. (©) marcas de primeira pessoa nas formas verbais, nos pronomes e nos determinantes. (0) varias formas de expresso do tempo sem, no entanto, referir 0 passado, 4, As palavras “dela” e “a” (|. 4) contribuem para a coesio (A) gramatical referencia. (Q) gramatical temporal. (8) lexical (0) gramatical frésica 5. Roragio “onde um dia vi uma pequena cobra enroscada"” (L. 13) & (A) subordinada adverbial temporal. (©) subordinada substantiva completiva, (8) subordinada adjetiva reativa restrtiva, (0) subordinada substantiva relativa. = © @ @ renters rots came Olha-me rindo uma crianca @) Olha-me rindo uma crianga Ena minha alma madrugou. ‘Tenho razao, tenho esperanga Tenho 0 que nunca me bastou. Bem sei. Tudo isto é um sorriso Que é nem sequer sorriso meu. \ Mas para meu nio o preciso Basta-me ser de quem mo dew Breve momento em que um olhar \ 2 Sorriu ao certo para mim. Es a meméria de um lugar, Onde j fui feliz assim. [1930] Fernando Pessoa, Poesia 1918-1930, Antonio Soares dos Reis, ‘4, Manuela Parreira da Siva, Ana Freitas, Madalena Dina, O Artista na Inféncia, 1874 Lisboa: Assirio e Alvim, 2005, p. 420. (Museu Nacional Soares dos Reis). 1. Indica o tema deste poema, justificando, 2. Transcreve do poema palavras ou expresses que corroborem as sequintes afirmagées: 2) 0 sujeito postico deixa-se fascinar pelo sorriso da crianca. b) 0 sujeito poético tem consciéncia da felicidade transmitida pelo sorriso da crianca. ©) O sujeito postico sugere um estado melancético, causado pela auséncia de algo ou alguém. 3. Identifica o(s) recurso(s) expressivo(s) presente em “Tenho razao, tenho esperanca / Tenho © que nunca me bastou”, explicitando o seu valor. 4. Analisa a estrutura estrofica e métrica do poema. + Na criacao poética, a oposicao sentir/pensar esta na base da teoria do fingimento poético. + A“dor de pensar” decorre da consciéncia da impossibilidade de conciliar pensamento e sen- timento. + Na poesia orténima, a nostalgia da infancia decorre da consciéncia da “dor de ser licido” + Annostalgia de um bem perdido é um sentimento constante no eu poético que o conduz, ‘muitas vezes, & evocacio de um passado remoto. + Ossonho ea realidade sio muitas vezes indecifraveis. + O sujeito deseja frequentemente “despir-se” da sua condi¢io de ser racional e aspira & ino- céncia inicial que 6 sempre sinénimo de felicidade. SEQUENCIA 1 E OUTROS Textos, ourras MASCARAS KALAF EPALANGA: 0 GRANDE AGITADOR Kalaf @ esquisito. E aquele dos Buraka Som Sistema, a banda que esté a bombar em todo o mundo. Poeta-cantor, imensamente cool, porte de quem vem do reino dos Ovimbundos, viajante. A melhor defi- nigdo para dizer quem & e o que faz: agitador cultural. A esquisitice tem que ver com ser estas coisas todas, 10 pegas de um puzzle dificil de conca- tenar. E, todavia, sim. Nasceu em Benguela em 1978. Kalaf é um angolano de Benguela. Lancou recentemente um livro de crénicas de titulo provocador: 0 Angolano Que Comprou Lisboa (por Metade do Prego). 0 CCB dé-the carta- 1s -branca para fazer o show que quiser no dia 29 de Maio. Ele é o show. Nao é provavel que recrie os jardins do designer belga Dries van Noten, mas esse aroma, 0 das rosas, subtil, estaré la. Vao estar coisas que nao se veem mas que fazem parte de quem é, e desta via- gem que se faz na entrevista. Vio estar sembas e kizombas, o que resulta de lugares onde se incubam ideias, espécie de estufa que 20 frequenta e onde se inventa o mundo. E muito raro uma pessoa fluir entre assun- tos e mapas, protagonistas e ficcdes com este movimento leve. Que nos faz crer que ‘sto anda mesmo tudo ligado. Kalaf Epa- 2 langa @ assim. (Esquecam o Kalaf Angelo: ha uma histéria no nome Epalanga, que é por onde tudo passa. Epalanga ndo é um nome neutro). “Nos Ovimbundos, ‘epa- langa’ é aquela pessoa que pode ser, ou 20 no, familiar do monarca, mas que, na auséncia do monarca, tem as suas funcdes administrativas. E, mais importante, € um conselheiro”, esclarece. Pree RSect Pablico, 24.05.2015. Fotografia de Matthew Pandolfe. 1, Relaciona texto e imagem com o universo de Fernando Pessoa, nomeadamente no que diz respeito a multiplicidade e 3 rutura com a tradicao. 2. Apresenta um texto de opiniéo (4-6 min) sobre a capacidade/necessidade que mui- tos artistas tém em se reinventar e de diversificar as suas areas de intervencao. Adigals do Profesor FERNANDO PESSOA: POESIA D0 ORTONIMO OUTROS TexT0s, ourRas MASCARAS a DAFT PUNK: DOIS CAPACETES REINAM SOBRE A TERRA Os Daft Punk [dupla de masica eletrénica formada pelo luso-francés Guy-Manuel de Homem-Christo e pelo francés Thomas Bangalter] mantém-se tao invisiveis atras dos seus capacetes que, quando se anunciam, o mundo para em adoracéo. (...) 0 mundo mudou muito. E os Daft Punk, no que & masica popular diz respeito, fizeram a sua contribui¢do para a mu- 5 danga. Revolucionaram a misica eletrénica e levaram-na as massas. Escondidos pelos capacetes, criaram um imaginario contracorrente e mistério no mundo de total exposigio pés- -Intemet. Os capacetes: “€ aquela ideia de ser um rapaz banal com algum tipo de superpoder.” (...) 20 Témo mistério do anonimato, o cuidado na apresentagao fe na forma como se expdem. E o seu siléncio, que confere uma aura de importancia aos momentos em que, por fim, de- cidem comunicar. (...) Quando, em 2006, se meteram no topo de uma piramide, a5 quais deuses antigos de um mundo futurista de néons e sons eletronicos, aterraram no Festival Sudoeste, na Zambujeira do Mar. Nos bastidores, no final do concerto, pergunta- mos a Tomas Bangalter se terfamos de esperar outros oito anos até que os Daft Punk apa- recessem novamente, “Certamente que nao”, respondeu. Quatro anos depois, assinaram a banda sonora de Tron — mas isso, convenhamos, néo era verdadeiramente aparecer de 29 Novo. Sete anos depois, agora sim, esto de volta. Escreve-se que Random Access Memo- ries & 0 Album mais aguardado do ano. Get lucky ouve-se por todo o lado. Dois capacetes reinam sobre a Terra, hetps:/ wm: public. t/temas/jornal/ha-sangue-quente-nas-veas-destes-robos-26513204 {consultado 2 17.08.2016), Ee 1. A partir da leitura do texto e do que conheces desta banda, escreve um texto de opinido (180-240 palavras) sobre as vantagens ou desvantagens de os artistas se metamorfosearem no palco. ou Escreve uma apreciagao critica (150-240 palavras) sobre um espetaculo musical a que tenhas assistido, SEQUENCIA 1 PROJETO DE LEITURA Esta é a obra-prima do poeta norte-americano (1819-1892) que tentou fixar nestes poemas a eae cae ee eset ea Te Peace een lect vent ence onauipane aes ereerast eer ten erties teats deste poeta e algumas curiosidades do seu percurso literario. irre eee eae teresa eet ae intr dean + Relaciona estes poemas com as caracteristicas da poesia de um poeta ee erareuiea areata sents 1 coset dos tro desta atoll Ezaeve i tet deol {10¢240 pera bem esr (cami LCI Poesia contemplativa do autor portugues (1868-1926) que reflete sobre ainevitavel passagem do tempo e a inutilidade de alterar orumo da vida humana. O simbolismo dos seus versos remete ppara a efemeridade da vida, a desisténcia, a inutilidade de todos os esforcos. Obra de carster, ‘melancélico, pessimista, contudo marcante na literatura da época pelo uso do poder simbiélico e pela musicalidade da palavra, ‘ORALIDADE Apresenta turma as linhas teméticas dominantes na obra e seleciona textos exemplificativos. + Escolhe dois poemas em que a musicalidade seja particularmente significativa e justificaatua escolha, * Apreciacriticamente trés recursos expressivos recorrentes nos poemas estudados, | Cum)!" ESCRITA + Aprecia criticamente a confltualidade do eu em Clepsydra, sustentando ‘com argumentos e exemplos vilidos os teus pontos de vista, « Redige um pequeno texto (50.2 100 palavras) que possa constituir 0 preféicio da obra. cen Poeta modemnista portugués (1890-1916) eintegrante do grupo Orpheu, escreveu este conjunto de poeras (entre 1913 e 1916) publicados postumamente pela aio de Femando Pessoa A sua vida, boémia e frustrada ea sua personalidade permesvel, narcissta, angustiadae de inadaptado a vida estdo patentes nesta obra, tia como a mais signifcativa do autor. ORALIDADE + Pesquisa informacio relevante sobre a vida e obra do autre selecionatrésaspetos que consideres particularmente relevantes. Apresenta-os &turma,justificando as tuasescolhas. + Léexpressivamente dois poemas&tuaescolhae discute com os teus colegas orelevo que deste a determinados termas ou idetas enquanto las. ESCRITA + Apresenta trés bons argumentos para promover altura deste autor entre os jovens de hoje, esenvolvendo-os por escrito. + Seleciona alguns poemas earticula-os em fungdo de um crtéio que consideres vid (tema, recursos expressivos, etc), sustentando a tua proposta com argumentos sigifcativos. Urea FERNANDO PESSOA: POESIADO ORTON! PROJETO DE LEITURA Romance do autor portugués (1893-1970) integrante do grupo Orpheu, sobre um provinciano, 0 ‘Antunes, que é enviado pela familia para a capital para prosseguira sua educacio, mas depressa a miisica das palavras > a misica das ideias FICHA FORMATIVA Grupo I FEE A. Bo seguinte texto. Tudo o que fago ou medito Fica sempre na metade. Querendo, quero o infinito. Fazendo, nada é verdade. 5 Que nojo de mim me fica Ao olhar para o que faso Minha alma é litcida e rica, E eu sou um mar de sargaco — Um mar onde boiam lentos 10 Fragmentos de um mar além. Vontades ou pensamentos? Nao o sei e sei-o bem. 139.1903 Fernando Pessoa, Poesia 1931-1935 e ndo datedo, 4, Manuela Pareia da Silva, Ana Freitas, Madalena Dine, Lisboa: Asirioe Alvim, 2006, p. 158 Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. Na primeira estrofe, 0 sujeito poético confronta aquilo que deseja fazer com aquilo que consegue realizar. 1.4. Indica o que conclui dessa autoanlise. 1.2. Refere o sentimento que esta instalado no “eu” e exemplifica com um verso significative, 2, "Minha alma é licida e rica / € eu sou um mar de sargago”. 2.1. Interpreta a contradicao expressa por estes dois versos. 3. Exptica os dois dltimos versos, identificando a tematica pessoana que dat se infere. “A arte € 0 resultado da colaborasio entre o sentir e 0 pensar” Ferando Pessoa, Paginas de Esttca e de Teri eCitca Literdris, Ed. Atica, p. 27 4, Fazendo apelo a tua experiéncia de leitura da poesia de Fernando Pessoa, desenvolve a ideia veiculada pela frase transcrita, numa exposi¢ao de cento e trinta acento ¢ setenta palavras, fundamentando as tuas afirmacoes. geen) nl Lé 0 seguinte texto. O Sentimento dum Ocidental I Nas nossas ruas, ao anoitecer, Hi tal soturnidade, ha tal melancolia, Que as sombras, o bulicio, o Tejo, a maresia Despertam-me um desejo absurdo de sofrer. 5 céu parece baixo e de neblina, gis extravasado enjoa-me, perturba; E os edificios, com as chaminés, ¢ a turba Toldam-se duma cor monétona e londrina. Batem carzos de aluguer, 20 fundo, to Levando & via-férrea os que se vio. Felizes! Ocorrem-me em revista, exposigdes, paises: Madrid, Paris, Berlim, S. Petersburgo, o mundo! Semelham-se' a gaiolas, com viveiros, As edificacdes somente emadeiradas: 15 Como morcegos, ao cair das badaladas, Saltam de viga em viga os mestres carpinteiros. Voltam os calafates’, aos magotes, De jaquetio a0 ombro, enfarruscados, secos; Embrenho-me, a cismar, por boqueirdes*, por becos, Ou erro pelos cais a que se atracam botes. Cesiro Verde, Canticos do Realismo e Outros Poemas, ed. Teresa Sobral da Cunha, Lisboa: Rel6gio dgua, 2006, p. 132. 5. Caracteriza o estado de espirito do sujeito postico e relaciona-o com os efeitos que a cidade nele provoca. 6. Identifica duas caracteristicas tematicas da poesia de Cesario Verde, fundamentando a tua resposta com elementos textuais pertinentes. Tendo em conta a tua experiéncia de leitura da Farsa de Inés Pereira ou de Auto da Feira, de Gil Vicente, redige uma exposigao (130-170 palavras) em que caracterizes duas personagens, referindo os tracos principais de cada uma delas, bem como o papel que desempenham na acao. ‘Vassemelham-se suo como 2 operirias a quem compete calafetar ou veda. nas ou tavessas que dio acesso 20 cas FICHA FORMATIVA Grupo II Porque afinal, € & semelhanga de tantos que hoje se vangloriam de o ter = conhecido, eu nunca cheguei a conhecer Fernando Pessoa. i E aqueles que efetivamente 0 conheceram, sera que o conheceram melhor? E serd que, para conhecer-se o poeta que ele foi, é necessirio conhecer tudo isso? E tudo isto nao é, afinal, fora das congeminacées terrificas em que o espirito dele se abismava lucidamente, ¢ que o levavam a intervengGes tio na aparéncia abs trusas ¢ escandalosas, uma biografia sem biografia? Ser érfio de pai aos cinco anos; filho do primeiro casamento de uma mie que casa outra vez quando ele tem sete anos; escolher um modo de vida livre para inteiramente poder dar-se 10 criagdo poética; escrever, depois de o padrasto morrer, uma poesia 4 meméria dele, que figura no espélio inédito, onde a vi; ter considerado sempre como seu tio 0 irmao do padrasto, o General Henrique Rosa (...), cuja cultura e cuja poesia tiveram na sua mentalidade uma influéncia que est por estudar, ser um soltei Yo sem vida sexual ¢ dado & solitiria bebida, como tantos ingleses tém vivido, 15 quando ele viveu sempre com uma familia bilingue em que o inglés se conser vou como lingua doméstica; viver recatadamente, nao dando britanicamente de simesmo ao convivio mais que a convengio adequada aos circunstantes; morrer de cirrose no figado, pensando em inglés — I know not what tomorrow will bring’, foi o que ele escreveu a lapis, num papel pousado sobre a pastinha preta que 20 saya e estava pousada sobre o peito, quando, no hospital, j4 perdida a fala, ia entrar em coma (esse papel, ainda inédito, esté também no espélio); que tenha pertencido & Ordem do Templo, que ainda hoje se rete nos Estados Unidos e se faz fotografar, que tem tudo isto de extraordinario? Que tem tudo isto de ro- ‘manesco? A complexidade do seu espirito é inteiramente outra coisa. Jorge de Sena, “Vintee cinco anos de Fernando Pessoa", Jn Femando Pessoa & C.* Heternima (Estudos Colgidos), Lisboa: Edigdes 70, 1984, pp, 131-132. SUNN Nas respostas aos itens de escolha miltipla, seleciona a opgao correta. 1. O recurso a interrogativas (\l. 3 a 7) serve ao autor do texto como (A) estratégia argumentativa para corroborar o seu ponto de vista. (8) questionamento dirigido a outras criticas. (©) rol de suspeitas decorrentes do estudo da obra pessoana. (0) efeito meramente retdrico e estilistico. 2. Para Jorge de Sena, a compreensao da poesia de Fernando Pessoa (A) serd sempre imperfeita caso nao se relacione com a sua biografia, (8) depende, em absoluto, do conhecimento da sua biografia. (0) sera muito facilitada se o leitor souber o que se passou na infancia do poeta, a sua relagéo com o padrasto, entre outros aspetos. (0) nao depende, de forma alguma, do conhecimento da sua biografia. seio que o amanbi tard (wadugio literal. geen) 3. A dltima frase que Pessoa escreveu (A) demonstra que o prentincio da morte trouxe, finalmente, paz ao espirito do poeta. (8) reforga a ideia de que a educacio que teve marcou de forma indelével a sua vida e obra. (©) demonstra, além da inquietagao, a terrivel e insaciavel curiosidade pelo que esta para além da realidade, (0) reforga a ideia de que a busca do sentido da existancia ja ndo o preocupa nem angustia. 4. As formas verbais “dando” (|. 16) e “pensando” (L. 18) traduzem uma aco (A) momenténea, no pasado. (0) apenas comecada, no passado (8) tepetida, no passado. (0) posta em pratica, no presente. 5. 0 vocdbulo “porque” (I. 1) estabelece na frase uma relacio de (A) causalidade. (0) finatidade. (8) completamento. (0) tetoma, 6. A colocagéo do pronome “a” ({. 11) em posigéo anteposta ao verbo justifica-se pela sua (A) incluso numa frase em discurso indireto. (8) insergéo numa frase subordinada relativa, (©) dependéncia de uma construcao negativa. (0) ‘ntegragéo numa frase subordinada completiva. 7.0 segmento “A Ordem do Templo” (l. 22) desempenha a fungdo sintatica de (A) complemento obtiquo, (©) modificador. (8) complemento indireto. (0) complemento do nome. 8. Classifica a oracdo “que figura no espétio inédito” (L. 12) 9. Indica a relagdo semantica estabelecida entre “criagdo postica” (|. 10) e “poesia” (I. 10). 10. Indica o antecedente do pronome pessoal “o" (\. 6). Grupo III ——_ _ $$ —_________— “A memeéria, onde cresce a hist6ria, que por sua vez. alimenta, procura salvar 0 passado para servir o presente e o futuro. Devemos trabalhar de forma a que a meméria coletiva sirva para a libertagao e nao para a servidio dos homens.” ‘acques Le Goff, "Meméria",Enciclopédia Einaudi, vol I, Lisboa, IN-CM, 1984, p. 47 Redige um texto de opiniéo bem estruturado, com um minimo de 180 e um maximo de 240 palavras, em que defendas o teu ponto de vista sobre a importancia da memoria e do discurso da Histéria na construcao da identidade do individuo e/ou da sociedade. Para fundamentares o teu ponto de vista, recorre a dois argumentos, ilustrando cada um deles com um exemplo significativo. ORALIDADE Compreensio do Oral © Programa educative i “Amo como o amor ama. Escritos de poesia de Fernando Pessoa” Ei "Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia” I "Tabacaria” Expressio Oral Apresentacao oral sobre tema literdrio & Texto de opiniéo © Didlogo argumentative & Debate © Apresentagao oral sobre tema literario LEITURA, Exposigao @ Apreciagao critica © Artigo de opiniéo © Memérias © Outros textos, outros didlogos intertextuais ESCRITA Apreciagio critica © Exposigao Texto de opinio [© Exposicao sobre tema literario EDUCACAO LITERARIA © Bernardo Soares, Livro do Desassossego (3 fragmentos) i “Amo, pelas tardes demoradas de vero" © "Quando outra virtude nao haja em mim” “Tudo é absurdo.” © Alberto Caeiro (2 poemas) © “Nao me importo com as rimas.” © “E ha poetas que sao artistas” © "Eu nunca guardei rebanhos” © Ricardo Reis (3 poemas) © “Ponho na altiva mente o fixo esforgo" 5 "Nao tenhas nada nas maos” © “Vem sentar-te comigo, Lidia, a beira do tio” © “Prefiro rosas, meu amor, a patria” Alvaro de Campos (3 poemas) “0 binémio de Newton” © “Desfraldando ao conjunto ficticio dos céus estrelados” © “Aniversario” © “Ode Triunfal” GRAMATICA © FungGes sintéticas © Classificagao de oracdes © Coeréncia e coesdo © Campo lexical e campo semantico FICHAS INFORMATIVAS © Géneros textuais: diario © Géneros textuais: memérias PROJETO DE LEITURA SINTESE DA SEQUENCIA FICHA FORMATIVA aaa aaa

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