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4 Tutoria - Instituições Da União Europeia PDF
4 Tutoria - Instituições Da União Europeia PDF
ARTº 13º TUE- define as instituições. São os órgãos da EU principais, aqueles que os Tratados
definiram que têm esse estatuto. Representam fontes diferentes de legitimidade:
® Democrática
® Intergovernamental, resulta por serem compostas por representantes dos Estados
® Euro comunitária, integrativa ou supranacional, que não provém do voto, mas é
própria, euro comunitária. Ex: Comissão, BCE e TJ. Embira os estados participem na
designação dos comissários e juízes, estes, depois de designados, não representam os
Estados.
§ Parlamento Europeu- eleito por sufrágio direto e universal dos cidadãos dos Estados
membros desde 1979, é a única instituição comunitária que recolhe legitimidade
democrática.
§ Conselho, seja na versão Conselho Europeu, seja na composição ministerial de
Conselho da União, composto pelos representantes dos Estados-membros, incarna
legitimidade intergovernamental.
§ Comissão- os seus membros são escolhidos em função da sua competência e estão
vinculados a um dever de independência, representa o “interesse geral da União” -
ARTº 17º/1 EU) - veicula legitimidade eurocomunitária ou supranacional.
O princípio de autoridade que sustenta a atuação dos tribunais da União e que, ao mesmo
tempo, delimita a sua competência, é o controlo jurisdicional.
1. AUTONOMIA
A autonomia que caracteriza o estatuto das instituições e de alguns órgãos da EU deve ser
compreendida numa dupla aceção:
® Externa- resulta do grau de independência da própria EU na sua relação com os
Estados-membros e outras entidades jurídicas, mercê da personalidade jurídica que,
a partir do Tratado de Lisboa, lhe foi expressamente reconhecida. -ARTº 47º TUE.
Tutorias Direito da União Europeia Miguel Sousa Guedes
O mais próximo que existe de uma previsão de equilíbrio institucional é o ARTº 13º/2 TUE. –
Pressupõe a conjugação de dois princípios vinculativos- legalidade da competência e
cooperação entre os Estados.
Para o Tribunal de Justiça, o principio do equilíbrio institucional implica que cada órgão
exerça as suas competências no respeito das competências dos outros(...) no quadro de um
sistema de repartição de competências entre os diferentes órgãos da comunidade e esta deve
ser devidamente sancionada.
Tratados não o preveem expressamente. Está muito ligado a uma conceção de separação de
poderes. Os tratados não preveem expressamente um modelo de separação de poderes, ao
contrário do que acontece nas Constituições dos Estados, nem um modelo tripartido de
separação de poderes.
Tutorias Direito da União Europeia Miguel Sousa Guedes
Parlamento Europeu
Aquela que representa a legitimidade democrática e, por isso, é a mais inovadora das
instituições de organizações internacionais.
® No entanto, numa primeira fase, que vai até 1979, os deputados à Assembleia ou
ao Parlamento Europeu, eram indicados pelos Estados (pelos parlamentos
nacionais). Ou seja, haveria uma legitimidade democrática indireta.
A partir de 1979, e essa é a data que deve funcionar como marco, pois é o ano da primeira
eleição dos deputados europeus por sufrágio direto e universal, tal como está consagrado
no Art. 14º. A partir de 1979, o Parlamento Europeu passa a ter uma legitimidade
democrática direta
Uma das questões mais controvertidas quando os tratados são revistos é a distribuição
dos lugares pelos estados, como se deve fazer essa distribuição. Há 2 critérios
fundamentais:
® O critério da equidade demográfica: os Estados mais populosos devem ter mais
deputados, porque têm mais votantes;
® Um critério que procura um justo equilíbrio entre os Estados: entre os Estados
mais populosos, os Estados de dimensão média e os pequenos Estados.
o E é aí que entra um critério que está expressamente previsto no Art. 14º.
Este artigo não define o da composição, o número; define apenas que o
Parlamento terá no máximo até 751 deputados, que nenhum estado pode
ter mais de 96, nenhum estado pode ter menos de 6 lugares. No entanto,
a decisão quanto à composição em cada legislatura depende de decisão
do conselho europeu- artigo 14/2, parte final. O princípio da
proporcionalidade degressiva: é o princípio de acordo com o qual quanto
mais populoso é um estado, menor será a relação de proporcionalidade
entre o número de votantes e o número de eleitos. Isso significa que, por
exemplo a Alemanha, que é o Estado mais populoso, é o Estado que precisa
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Os deputados europeus são eleitos por um mandato de 5 anos- 14, nº3 TUE
O caminho feito pelo parlamento europeu desde os anos 50 até aos nossos dias é também
esse caminho, é o caminho de uma procura constante, de expansão e efetivação dos
seus poderes, numa relação de competição com as outras instituições, uma competição
que se faz sobretudo na relação com o conselho. O conselho representa os estados, o
parlamento europeu representa os cidadãos e há uma competição direta. Quando há um
conflito insanável através dos instrumentos políticos que opõe o parlamento ao conselho
esse conflito acaba por chegar ao tribunal de justiça, através de uma impugnação, de
recurso. A instituição que arbitra conflitos entre conselho e parlamento é a Comissão-
tem função de intermediação. É importante olhar para o parlamento europeu nesta
perspetiva da sua evolução dinâmica de poderes.
O Parlamento europeu começou por ser na década de 50 um órgão que era consultado,
não tendo competências decisórias e depois foi evoluindo, no sentido de exigir uma
efetiva participação nos procedimentos comunitários de cisão, até culminar em 1979 com
a eleição por sufrágio direto e universal. Aí verifica-se aquilo que o parlamento europeu
aguardava para reivindicar com toda a legitimidade: poderes efetivos de decisão e isso
começa a verificar-se com o ato único europeu, e depois sobretudo com os tratados da
união europeia.
® Nomeação da comissão
Artigo 17/7 TUE. Simbolicamente, o poder de aprovação do nome designado para presidir
a comissão deu lugar ao poder de eleger o Presidente da comissão. A natureza da sua
intervenção saiu reforçada neste procedimento. O Conselho europeu deve ter em conta
o resultado das eleições para o Parlamento europeu e desenvolver as necessárias
diligências de acerto posições entre as 2 instituições.
Moções de Censura:
O ARTIGO 234º TFUE contempla a possibilidade de apresentação pelo Parlamento
europeu de uma moção de censura sobre as atividades da Comissão que se adotada por
2/3 dos votos que representem a maioria dos deputados que compõem o hemiciclo,
conduzirá à destituição coletiva da Comissão e a demissão do alto representante em
relação às funções que exerce na Comissão.
Ex: caso da Comissão presidida por Jacques Sarter em 1999- foi acusada de faltas graves
em relatório elaborado por comité de peritos independentes- alegação de fraude, má-
gestão e favorecimento.
As áreas de maior relevo nas quais está prevista a aprovação prévia do PE são os seguintes:
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O Artigo 291º TFUE não confere poderes de execução ao PE, mas prevê a sua participação
no processo de regulação prévia das condições de exercício pela Comissão das
competências executivas.
Para os restantes acordos, com exceção dos que incidam exclusivamente a política externa e
de segurança comum, o Parlamento é consultado- artigo 218º, nº6, alínea b) TFUE
Conselho europeu
Artigos mais relevantes: Art. 15º TUE; Art. 235º e 236º TFUE.
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Foi introduzido formalmente nos tratados com o Ato único europeu. Mas esta realidade
institucional foi anterior, ela corresponde às cimeiras europeias que têm início ainda na
década de 60 e que começam a ter regularidade na sua realização na década de 70.
Corresponde a uma necessidade objetiva de, ao mais alto nível, os estados tomarem
decisões políticas fundamentais relativamente a aspetos estratégicos de
aprofundamento do processo da integração europeia ou decisões necessárias sobre
aspetos críticos relacionados com a integração europeia.
Regra de votação é o consenso, que não se confunde com a unanimidade, que no fundo,
procura a congregação do acordo de todos os membros do Conselho Europeu, sem
recurso à votação.
Com esta não se confunde as situações em que se exige a unanimidade, que obriga à
votação, prevista em várias situações- artigo 7º, nº2 TUE e artigo 24º, nº1 TUE.
® Art. 15º TUE- faz uma caracterização do papel funcional do conselho europeu, ao
determinar que “o conselho dá à união os impulsos necessários ao seu
desenvolvimento e define as orientações e prioridades políticas gerais da união”,
“o conselho europeu não exerce competência legislativa”. A competência
legislativa pertence ao conselho da união e ao parlamento europeu.
® No entanto, o conselho europeu tem essa função primordial de definir as
estratégias, de dar os impulsos relativamente às políticas da união.
- Por um lado, tem essa competência de impulsão e de definição estratégica;
-Por outro lado, o conselho europeu serve para ultrapassar problemas
particularmente difíceis e críticos, cuja superação não seja possível ao nível dos
ministros. Questões políticas de particular relevância, como a dos refugiados, da
vacinação. Estas questões foram importantes que tiveram de ser ser colocadas
ao mais alto nível, ou seja, o conselho europeu, pois aí os estados estão
representados através dos seus mais altos representantes no que diz respeito à
política externa. No nosso caso, é o primeiro ministro que nos representa a nível
europeu; no caso de França, é o presidente.
O conselho europeu tem essa dupla função (impulsão e superação de impasses).
Para alem disso, tem todo um outro conjunto de competências, que lhe conferem
uma relevância maior.
• 15º, Nº6- Plano interno de dinamização das políticas da União e no plano externo
de representação
® Art. 48º, nº6 e 7- artigo sobre a revisão dos tratados. Nº6- O conselho europeu
pode, através de ato unilateral, decidir sobre a revisão dos tratados, embora
limitada à parte III do TFUE, isto é, relativa às políticas da União. Já houve um caso-
art. 136º/6 foi aditado aos tratados na sequência da crise financeira de 2011 e essa
alteração foi aprovada por decisão do conselho europeu; não foi uma revisão
ordinária, foi extraordinária. Esta decisão depois tem de ser aprovada por todos os
estados-membros no quadro dos procedimentos previstos nas constituições dos
estados.
Nº7- permite que, por decisão do conselho europeu, se passe da regra da
unanimidade para a regra da maioria qualificada- ativação das cláusulas passerelle.
A união europeia tem 3 níveis de conselho: conselho europeu, conselho da união europeia
e o comité dos representantes permanentes. Em comum têm o facto de se tratar de
instituições de legitimidade intergovernamental, isto é, instituições que são compostas
por representantes dos estados.
® No conselho europeu- representantes ao mais alto nível
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Composição: Por um representante de cada Estado (art. 16o/2 TUE) – cabendo a cada
Estado-membro escolher o seu representante, podendo recair sobre qualquer membro
do Governo desde que capaz de “vincular o Governo do respetivo Estado-membro e
exercer direito de voto”.
• Art. 239o TFUE – pode delegar noutro Estado-membro o exercício do
direito de voto, desde que representado a nível ministerial.
Com a entrada em vigor do Tratado de Lisboa, apenas duas formações têm existência
garantida: ARTº 16º/6 TUE
Para além destas existem muitas outras formações, como o conselho ao nível dos
ministros da agricultura, do ambiente.
1. PRESIDÊNCIA
ARTº 16/9 TUE determina que, à exceção do Conselho dos Negócios Estrangeiros,
presidido pelo Alto Representante (ARTº 18º/3 TUE), a presidência das formações do
Conselho é assegurada pelos representantes do Estado-membro que preside ao
Conselho, com base no sistema de rotação igualitária.
O ARTº 236º alínea b) TFUE define as regras aplicáveis ao exercício da Presidência do
Conselho.
Para além destas existem muitas outras formações, como o conselho ao nível dos
ministros da agricultura, do ambiente.
Foi concebido como um mero órgão auxiliar- ARTº 71º TFUE, sem poderes de decisão.
Conduziu ao nível técnico a negociação possível de propostas de regulamento e diretiva,
que depois serão apresentadas e submetidas ao conselho para deliberação.
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É o COREPER que assegura uma ligação constante entre os Governos dos Estados
membros e a Comissão, a propósito dos projetos e iniciativas desta instituição. O Tratado
de Amsterdão reconheceu-lhe esta função específica no desenvolvimento do
procedimento comunitário de decisão e confiou-lhe um poder de decisão, limitado às
questões de natureza processual, expressamente previstas no Regulamento Interno do
Conselho- ARTº 240º/1 TFUE.
A função preparatória dos trabalhos do Conselho justifica o nível técnico aprofundado dos
debates não sei de cor e per, mas importa sublinhar vírgulas representantes dos Estados
membros, desde os embaixadores aos funcionários e peritos, devem estar devidamente
mandatados pelos seus governos orientados por diretrizes políticas a seguir sobre uma
questão em análise.
Funciona em 2 níveis:
® COREPER II- o mais importante. Constituído pelos chefes de representações
permanentes (embaixadores) que prepara os trabalhos sobre matérias de maior
relevo político. Por exemplo, dossiers a examinar pelo Conselho Assuntos Gerais,
ECOFIN, Negócios Estrangeiros.
® COREPER I- composto pelos representantes permanentes adjuntos. Prepara os
trabalhos das restantes formações do Conselho em que é dominante a
componente técnica das propostas em discussão.
1. SECRETARIADO-GERAL
Maioria qualificada vota-se de acordo com o critério da dupla maioria. Uma deliberação
é aprovada no seio do conselho desde que reúna 55% de aprovação dos membros do
conselho, no mínimo de 15 e que represente, 65% da população. Critério da dupla
maioria porque é a maioria dos estados (55%) e a maioria da população (65%). Mesmo
que a união europeia venha a ter 30 estados, o número mínimo para que uma proposta
seja adotada é de 15, e tem de representar 65% da população. Todos os anos o conselho
aprova uma decisão em que define o número da população de cada estado-membro, a
partir de informações que são transmitidas pelo governo de cada estado-membro.
deliberação por maioria qualificada, permitindo a qualquer caso que possa evitar
razões vitais e expressas de política nacional. Imaginemos que se trata de um
problema relevante de política externa- caso da Hungria, se esse estado tiver
possibilidade de evitar razões vitais e expressas vai solicitar que a questão seja
reapreciada e a questão pode vir a ser submetida ao conselho europeu, a fim de
ser adotada uma decisão por unanimidade.
® Desvios intergovernamentais:
Existe uma regra de deliberação- maioria qualificada; essa regra é a mais consentânea
com o processo comunitário de decisão e com uma estratégia de integração jurídica
entre estados. No entanto, existem matérias que pela sua importância ou pela sua
ligação direta com as prerrogativas da soberania, como acontece com a política
externa ou fiscal, essas matérias ficam presas à exigência da unanimidade.
Os estados procuram salvaguardar/ garantir a possibilidade de exercer o veto e
impedir uma deliberação por maioria.
Aqui temos esta ideia de acordo com a qual a regra é a maioria qualificada, mas,
quando um estado demonstra perante os outros, que aquela diretiva, aquele
regulamento, aquela política que está a ser decidida a nível comunitário por maioria,
atinge de um modo particularmente danoso interesses nacionais muito relevantes,
esse estado tem o direito de obter dos outros o compromisso de retomar a
negociação e de procurar uma solução consensual.
COMPETÊNCIAS DO CONSELHO
3. PODERES DE EXECUÇÃO
Na versão anterior dos tratados, o Conselho era, na generalidade dos casos, titular da
competência de execução dos atos de função normativa primária, embora fosse a
Comissão a exercer tal como notícia através delegação. A questão era contudo muito
debatida na doutrina é objeto de aberta discordância entre o Conselho e o Parlamento
europeu.
4. PODERES DE COORDENAÇÃO
Comissão Europeia
A Comissão é a guardiã dos Tratados. Embora esta expressão não se encontre positivada,
os Tratados legitimam esta função ao dispor que a “Comissão vela pela aplicação dos
Tratados, bem como das medidas adotadas pelas instituições por força destes” - ARTº
17º/1 TUE.
® ARTº 17º/3 TUE- traça o que deve ser o perfil do candidato a Comissário
® ARTº 17º/3 parágrafo 3 TUE e o ARTº 245º TFUE especificam os deveres de função
de um membro da Comissão-
o Atuar com total independência
o Não solicitar, nem aceitar instruções de nenhum Governo, instituição,
órgão ou organismo
o Exclusividade, o que veda o exercício de qualquer outra atividade
profissional, remunerada ou não, e inibe, mesmo após a cessação de
funções, a aceitação de cargos ou benefícios que possam contrariar os
deveres de honestidade e discrição.
o A violação destes deveres pode levar o Tribunal de Justiça, a pedido do
Conselho ou da própria Comissão, a ordenar a demissão compulsiva do
Comissário em causa ou a perda do seu direito a pensão ou quaisquer
outros benefícios que a substituam- ARTº 247º TFUE
De acordo com o disposto no ARTº 17º/7 TUE, podemos recortar as seguintes fases no
procedimento de nomeação da Comissão:
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PRINCÍPIO DA COLEGIALIDADE
Para além das funções típicas de presidência de um órgão colegial (convocatória das
reuniões, de periodicidade semanal, definição das ordens de trabalhos, representação da
Comissão), o Presidente personifica uma função de relevante envergadura política:
® Participa nas reuniões do Conselho Europeu
® Comparece perante o PE
Distribui pelos comissários domínios específicos de atividade- os “pelouros”- Cada
Comissário fica responsável pela preparação dos trabalhos da Comissão e pela execução
das suas decisões no âmbito dos respetivos “pelouros”
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Competências da Comissão
As sucessivas revisões dos Tratados não exprimiram uma vontade pactícia favorável ao
reforço do lugar da Comissão na estrutura institucional da EU.
Verificou-se, mesmo, como Tratado de Lisboa uma opção de sentido oposto ao da
ambição da Comissão, uma reafectação de poderes que foi desfavorável à Comissão.
• Vela pela aplicação dos tratados, bem como das medidas adotadas pelas
instituições;
• controla a aplicação do direito da União, sob a fiscalização do Tribunal de Justiça
da União Europeia
• Executa orçamento e gere os programas
• Exerce funções de coordenação, de execução e de gestão em conformidade com
as condições estabelecidas NOS tratados
• Assegura a representação externa da União, com exceção do pesque e das
restantes casos previstos NOS tratados
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Com efeito, o seu lugar no quarteto institucional da decisão politicas ficou diminuído ou
condicionado, em virtude de duas alterações fundamentais diretamente resultantes do
Tratado de Lisboa:
• A valorização funcional do Conselho Europeu e do Parlamento Europeu
• Criação do Alto representante
A Comissão apresenta:
§ COMPETÊNCIA DE INICIATIVA
Artº 17º/1 TUE- este poder jurídico de impulsão faz da Comissão o motor da integração,
responsável pelos saltos qualitativos no processo de realização do desígnio comunitário.
§ COMPETÊNCIA DE CONTROLO
A Comissão não tem um exclusivo, nem mesmo um direito preferencial de controlo dos
comportamentos no seio da União Europeia. O TJUE e os tribunais nacionais exercem o
controlo jurisdicional. O controlo politico é praticamente assegurado pelo Parlamento
Europeu. O Tribunal de contas exerce o controlo financeiro.
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Como guardiã dos Tratados, a Comissão exerce uma competência genérica e subsidiária
de controlo e vigilância.
§ COMPETÊNCIA DE EXECUÇÃO
ARTº 218º TFUE- Comissão pode recomendar a abertura de negociações que conduzirá
depois com base nas diretrizes formuladas pelo Conselho e em consulta com os comités
especiais.
ARTº 218º/9 TFUE- pode propor ao Conselho a suspensão do Acordos internacionais
§ COMPETÊNCIA DE REPRESENTAÇÃO
ARTº 335º TFUE- Comissão conserva o seu poder tradicional de representação da União
Europeia nas ordens jurídicas dos EM, mas com a limitação, explicitada pelo Tratado de
Lisboa, que decorre dos poderes específicos de representação assumidos por cada uma
das instituições no tocante às questões ligadas ao respetivo funcionamento- ARTº 335º
segundo parágrafo TFUE.
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O TRIBUNAL DE JUSTIÇA
® Nos termos do ARTº 13º TUE, é uma instituição que funciona com dois tribunais:
Tribunal de Justiça e o Tribunal Geral, que é de primeira instância. Temos, então,
uma mesma instituição, dois tribunais. Assim, garante-se o duplo grau de
jurisdição, com o TJ a funcionar como instância de recurso ou como tribunal de
competência exclusiva sobre as matérias ou litígios mais importantes- ARTº 258º-
259º TFUE, ARTº 267º TFUE).
1. DE ATRIBUIÇÃO
O mandato generoso do ARTº 19º/1 TUE, que confia ao TJUE a missão de garantir o
respeito do direito quando o interpreta e aplica os Tratados, tem de ser entendido no
sentido em que só o pode fazer no quadro das vias de direito (ou processuais)
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expressamente tipificadas ou previstas nos Tratados, o que inclui o Estatuto que, tendo
a forma de protocolo, goza de força jurídica equivalente.
Tem uma competência por atribuição. Só interpreta e aplica o tratado no quadro das
vias processuais expressamente identificadas e tipificadas nos Tratados. Todas as outras
questões que devam ser julgadas e que envolvam a interpretação e aplicação de normas
comunitárias, são da competência de tribunais nacionais- ARTº 274º. Por isso, diz-se que
os tribunais nacionais são os órgãos comuns de aplicação do Direito da União Europeia.
OBRIGATÓRIA
De fora, ficam os litígios que opõem particulares aos EM que devem ser submetidos aos
tribunais nacionais competentes, embora possam chegar ao TJ pela via do mecanismo
das questões prejudiciais- ARTº 267º TFUE.
2. EXCLUSIVA
3. Ultima instância
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Já que as decisões proferidas pelo TJ não são passíveis de recurso, salvo as situações previstas
no recurso extraordinário a decidir por formação do próprio TJ sob a forma de reapreciação.
Competências