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DIREITO PENAL

Infração Penal e Sujeitos do Crime


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INFRAÇÃO PENAL E SUJEITOS DO CRIME

TEORIA GERAL DO CRIME

Infração Penal

Infração penal é toda conduta que atinge bens jurídicos protegidos pelo direito. A prática
de infração penal acarreta sanção penal.
O ordenamento jurídico brasileiro adota o sistema dualista ou binário ou dicotômico da
infração penal, dividindo-a em:

• Crime (ou delito).


• Contravenção Penal, também chamada de crime anão, delito liliputiano.

Obs.: A infração penal é um gênero que subdivide-se em duas espécies: crimes e contra-
venções penais.
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As contravenções penais são crimes menos graves e, consequentemente, possuem
sanções penais menores.

Infração Criminal – Crime vs Contravenção penal

Lei de Introdução ao Código Penal – Art 1º Considera-se crime a infração penal que a
lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumula-
tivamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isolada-
mente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente.

Obs.: As normas penais são divididas em duas partes: o preceito primário, que descreve
a conduta e o preceito secundário, que apresenta a sanção penal. Os crimes de
contravenção penal são diferenciados pelo preceito secundário. Se o preceito se-
cundário tiver pena de reclusão ou detenção, alternativa ou cumulativamente com a
pena de multa, a conduta trata-se de um crime. Se não houver detenção ou reclusão,
trata-se de uma contravenção penal.
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Cabe ao legislador decidir se a conduta ilícita é crime ou contravenção. Uma infração


penal que hoje é uma contravenção poderá se transformar num crime se assim decidir o
legislador. Trata-se, portanto, de uma distinção axiológica (de valor).
O quadro abaixo mostra uma comparação entre crime e contravenção penal:

Crime Contravenção

Preceito secundário: Penas de reclusão ou de Pena – de prisão simples ou de multa, cumulativa,


detenção (e/ou/sem multa) alternativa ou isoladamente
A ação penal pode ser pública incondicionada, Sempre de ação penal pública incondicionada (art.
pública condicionada, ou de iniciativa privada 17, Dec. Lei 3.688/41 - LCP)
Pune-se a tentativa (art. 14, II, CP) Não se pune a tentativa (art. 4º, LCP)
Há possibilidade de punição a crimes cometidos
Somente se pune a contravenção cometida no ter-
fora do território nacional – Extraterritorialidade
ritório nacional (art. 2º, LCP)
(art. 7º, CP)
Competência: Justiça Estadual, à exceção do foro
Competência: Justiça Estadual ou Justiça Federal
por prerrogativa de função

Obs.: A ação penal pública incondicionada é aquela que deve ser apurada independente-
mente da vontade da vítima. A ação penal condicionada é um crime no qual o Minis-
tério Público somente pode oferecer denúncia se houver manifestação de vontade
da vítima.
Nos crimes de ação penal de iniciativa privada, o Ministério Público não tem partici-
pação e é a vítima que deve oferecer queixa perante um Juiz.
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A contravenção penal é competência da Justiça Estadual, à exceção do foro por
prerrogativa de função. Por exemplo, um Deputado Federal que venha a praticar
contravenção penal relacionada ao cargo que exerce e durante o mandato, será pro-
cessado e julgado pelo Supremo Tribunal Federal exclusivamente devido ao foro por
prerrogativa de função.
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Sujeitos do crime

Existem dois sujeitos do crime: o sujeito ativo e o sujeito passivo. O sujeito ativo é aquele
que pratica a infração penal e o sujeito passivo é aquele que sofre a conduta. A conduta não
será necessariamente praticada diretamente contra o sujeito passivo. Exemplo.: Um sujeito
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deixa seu relógio na mesa e um indivíduo o subtrai. A conduta criminosa, nesse caso, caiu
sobre o relógio, não sobre o dono. O relógio é o objeto material do crime e o sujeito passivo
é o titular do bem jurídico protegido pela norma penal.

• Sujeito ativo: Indivíduo que pratica a infração penal. Pode ser qualquer pessoa física
capaz com idade igual ou superior a 18 anos.

Obs.: Menores de 18 anos praticam ato infracional análogo a crime.


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• Autor: Indivíduo que pratica o crime de forma direta (pratica o verbo: matar, roubar etc).
• Partícipe e autor mediato: Indivíduo que pratica o crime de forma indireta (concorre/
contribui para o crime).

Sujeito ativo

• Crime comum: Não exige condição ou qualidade específica do sujeito ativo. Qualquer
pessoa pode praticar o crime. Exemplos.: furto, homicídio, lesão corporal.
• Crime próprio: Para ser sujeito ativo deste delito, é necessário uma qualidade ou condi-
ção especial ao agente. Quem não detém tal qualidade estará incapacitado de cometer
o referido crime. Exemplos.: infanticídio, peculato, corrupção passiva, prevaricação.
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• Crime de mão-própria: Além de exigir uma qualidade ou condição especial ao agente,
a prática do crime não pode ser delegada a outrem. É uma infração penal de conduta
infungível. Exemplo.: autoaborto, falso testemunho.

Sujeito ativo ‒ Pessoa Jurídica

É possível que pessoa jurídica pratique somente crimes ambientais.


CF, Art. 173, § 5º A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da
pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatí-
veis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra
a economia popular.

Obs.: Como não há regulamentação infraconstitucional, não há como punir pessoas jurídi-
cas por crimes financeiros e econômicos.
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CF, Art. 225, § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujei-
tarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, indepen-
dentemente da obrigação de reparar os danos causados.
Lei n. 9.605/98 (Lei de Crimes ambientais)
Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente
conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de
seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício
da sua entidade. Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das
pessoas físicas, autoras, coautoras ou partícipes do mesmo fato.

Responsabilização penal da pessoa jurídica por crimes ambientais

Ao imputar uma infração penal à pessoa jurídica, esta não deve ser obrigatoriamente
imputada a uma pessoa física.
O STJ e o STF não mais adotam a teoria da dupla imputação. (STJ, RMS 39.173-BA,
julgado em 06/08/2015, Info 566 e STF, RE 548181/PR, julgado em 06/08/2013, Info 714).
Logo, não se faz obrigatória a imputação do crime a uma pessoa física para que a pessoa
jurídica seja penalmente responsabilizada. Obviamente, porém, se for possível identificar a
pessoa física responsável, esta também deverá ser responsabilizada.

Sujeito passivo

É o titular do bem jurídico protegido pela lei penal, o qual é violado em razão da prática
da conduta criminosa pelo sujeito ativo.
Pode ser qualquer pessoa, física ou jurídica, ainda que incapaz ou destituído de persona-
lidade jurídica. Ademais, o nascituro também pode ser sujeito passivo (aborto).
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Pessoas mortas e animais não podem ser sujeitos passivos de infrações penais.

Crimes vagos

São crimes cujo sujeito passivo é indeterminado, destituído de personalidade jurídica.


Nos crimes vagos o sujeito passivo é a coletividade.
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• Sujeito passivo constante, mediato, formal, geral ou indireto: É o Estado, uma vez que
tem interesse na manutenção da paz pública e ordem social. Será sujeito passivo em
todos os crimes.
• Sujeito passivo eventual, imediato, material, particular, acidental ou direto: É o titular do
bem jurídico protegido pela lei penal e atingido pela conduta criminosa. Divide-se em:
– Comum: Se o tipo penal não exige uma qualidade específica do sujeito passivo.
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– Próprio: O tipo penal exige uma qualidade específica do sujeito passivo (ex.: infanti-
cídio (art. 123, CP).

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Érico de Barros Palazzo.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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