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Direito Internacional I PDF de Conteúdo 37° Exame Da OAB
Direito Internacional I PDF de Conteúdo 37° Exame Da OAB
Direito Internacional
Direito
Internacional
Prof. Mateus Silveira
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1ª Fase | 37° Exame da OAB
Direito Internacional
Olá! Boas-Vindas!
Cada material foi preparado com muito carinho para que você
possa absorver da melhor forma possível, conteúdos de qua-
lidade.
Com carinho,
Equipe Ceisc. ♥
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Direito Internacional
Direito Internacional
Prof. Mateus Silveira
Sumário
Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para
a 1ª Fase OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além disso, reco-
menda-se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente.
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Direito Internacional
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Direito Internacional
CPC - Limites da
Jurisdição Nacional LINDB Código Civil
e da Cooperação
Internacional (Arts. 7º a 10) (Arts. 76 a 78)
(Arts. 21 a 25)
1.2.1. Código de Processo Civil: dos limites da jurisdição nacional e da cooperação internacional
Situações em que encontramos uma competência concorrente, ou seja, a justiça brasileira tem
competência, mas outros judiciários de diferentes países que possam estar envolvidos na relação jurídica
também poderão ser competentes (arts. 21 e 22 do CPC):
Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que:
I – o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;
II – no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
III – o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a
pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal.
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações:
I – de alimentos, quando:
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil;
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento
de renda ou obtenção de benefícios econômicos;
II – decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residên-
cia no Brasil;
III – em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional.
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
I – conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
II – em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular
e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja
de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional;
III – em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de
bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha
domicílio fora do território nacional.
Não existe litispendência envolvendo processos com as mesmas partes, mesmas causas e pedidos
que estejam tramitando em tribunais de diferentes países, por exemplo, um processo que esteja tramitando
no tribunal da Noruega e também em um tribunal do Brasil, conforme prevê o art. 24 do CPC:
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Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta
a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são cone-
xas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilate-
rais em vigor no Brasil.
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a ho-
mologação de sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil.
Atenção!
Quanto ao Código Civil, há três artigos importantes para o direito internacional privado que estabe-
lecem regras de domicílio, que são os arts. 76, 77 e 78 do CC. Esses artigos devem ser lidos e estudados
para prova.
1.2.2. Da arbitragem e o Direito Internacional Privado
A arbitragem é válida para dirimir litígios patrimoniais disponíveis, e tratando-se de uma arbitragem
realizada no estrangeiro, ela só terá validade no Brasil se estiver de acordo com regras de tratados interna-
cionais assinados pelo Brasil, ou então for homologada pelo STJ no processo de homologação de decisão
estrangeira previsto pelo Código de Processo Civil.
Lei no 9.307/1996
Art. 34. A sentença arbitral estrangeira será reconhecida ou executada no Brasil de conformidade
com os tratados internacionais com eficácia no ordenamento interno e, na sua ausência, estritamente
de acordo com os termos desta Lei.
Parágrafo único. Considera-se sentença arbitral estrangeira a que tenha sido proferida fora do terri-
tório nacional.
Art. 35. Para ser reconhecida ou executada no Brasil, a sentença arbitral estrangeira está sujeita,
unicamente, à homologação do Superior Tribunal de Justiça.
2. LINDB
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Começo e o fim da
Capacidade civil
Direitos de família
2.1.2. A Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro e as normas relativas ao casamento (art.
7o, §§ 1o a 7o)
De acordo com o art. 7o da LINDB, aplica-se a lei brasileira para os casamentos realizados no Brasil
quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração.
O casamento de estrangeiros poderá ser celebrado perante autoridades diplomáticas ou consulares
do país de ambos os nubentes, mas atenção: esse dispositivo só se aplica quando os nubentes tiverem a
mesma nacionalidade.
Quanto à invalidade do matrimônio, a lei que regerá essa situação será a do domicílio dos nubentes.
Tendo eles domicílio diverso, valerá a lei do primeiro domicílio conjugal. Do mesmo modo, é regulado o
regime legal de bens, que será fixado o do domicílio dos nubentes, que, se antes do casamento for diverso,
valerá o primeiro domicílio conjugal.
2.1.3. Regras para determinação de domicílio de modo subsidiário na Lei de Introdução às Normas
de Direito Brasileiro
O domicílio do chefe da família estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, salvo
em caso de abandono. O mesmo acontece quanto ao domicílio do tutor ou curador aos incapazes sob sua
guarda. E quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua residência ou
no local em que se encontre.
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LINDB - Temas
Bens - Art. 8º
Obrigações - Art. 9º
Sucessões - Art 10
2.1.4. Regras para os direitos reais na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (art. 8 o)
Para qualificar os bens imóveis e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país
em que estiverem situados.
Quanto aos bens móveis que o proprietário trouxer e/ou transportar para outros lugares, aplicar-se-
á a lei do país em que for domiciliado o proprietário.
2.1.5. A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro e as obrigações (art. 9 o)
Para se qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem, e desti-
nando-se a obrigação a ser executada no Brasil, e dependendo de forma essencial, será esta observada,
admitindo-se as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato.
Caso não tenhamos o local de constituição e os sujeitos da norma sejam ausentes, o contrato re-
putar-se-á constituído no lugar onde reside o proponente.
2.1.6. Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro e sucessões (art. 10)
Qualquer que seja a natureza e a situação dos bens, a sucessão por morte ou por ausência obedece
à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, bem como a sucessão de bens de estran-
geiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros,
ou de quem os represente.
Sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus, este mesmo dispositivo constará
também previsto no art. 5o, XXXI, da CF/1988. Já no tocante à capacidade de suceder a lei do domicílio
do herdeiro ou legatário, será a lei reguladora.
Atenção!
O juiz poderá julgar uma demanda utilizando lei estrangeira, desde que tenha competência para
realizar o julgamento previsto no Código de Processo Civil. Além disso, não conhecendo a lei estrangeira,
poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do texto e da vigência (art. 14 da LINDB).
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Constituição Federal
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I – processar e julgar, originariamente:
(...)
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas roga-
tórias; (...)
Execução e cumprimento da decisão estrangeira homologada na Justiça Federal:
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
(...)
X – os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta
rogatória, após o “exequatur”, e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas
referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização; (...)
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vigência da Constituição anterior e do Código de Processo Civil revogado. Assim, a súmula do STF, apesar
de não dito de forma expressa pelos tribunais, já foi superada pela nova legislação vigente.
b) A reciprocidade com o país de origem da decisão não é requisito para a homologação de sen-
tença estrangeira (art. 26, § 2o, do CPC).
c) Não cabe homologação de sentença em matérias de competência exclusiva do poder judiciário
brasileiro.
d) É possível a homologação parcial da decisão estrangeira.
e) É possível homologar decisões estrangeiras interlocutórias e decisões arbitrais, por meio de carta
rogatória.
f) Segundo o STJ, as decisões estrangeiras precisam respeitar o princípio da efetividade, ou seja,
todo pedido de homologação de sentença alienígena, por apresentar elementos transfronteiriços, demanda
a imprescindível existência de algum ponto de conexão entre o exercício da jurisdição pelo Estado brasileiro
e o caso concreto a ele submetido.
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Atenção!
QUANTO A PROVAS – Convenção sobre a Obtenção de Provas no Estrangeiro em Matéria Civil
ou Comercial: Dec. no 9.039/2017.
O Brasil não autorizou a OBTENÇÃO DE PROVAS POR REPRESENTANTES DIPLOMÁTICOS,
AGENTES CONSULARES OU COMISSÁRIOS, pois não aceitou estes elementos previstos no tratado inter-
nacional.
Fundamentos
do DIP
O que fundamenta o DIP é a soberania estatal (art. 1o, I da CF/1988), manifestação da vontade ou
consentimento e o pacta sunt servanda.
SOBERANIA: é a qualidade que caracteriza o poder supremo de um Estado (independência, auto-
ridade dentro e fora do seu território) (arts. 1o, I, 4o, I, III e V, e 170, I, da CF/1988).
PACTA SUNT SERVANDA: liberdade de contrair obrigações (direitos e deveres), compromissos
livremente firmados devem ser cumpridos.
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que têm uma finalidade em comum. Após serem constituídas, adquirem personalidade internacional, inde-
pendente da de seus membros constituintes (ONU, OIT, OTAN E FMI).
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CF e tratados de
DH com força
de emenda
constitucional
Tratados de Direitos
Humanos com força
supralegal
Demais normas
6. Missões Diplomáticas
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7. Nacionalidade
7.1. Introdução
Pode ser adquirida de dois modos: originária e derivada.
Originária: adquirida com o nascimento.
Derivada ou secundária: adquirida por vontade posterior.
A nacionalidade originária pode se dar por dois critérios:
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a) Ius soli: é nacional aquele que nascer no solo do país (compreendendo extensões territoriais,
como navios de guerra e navios mercantes em alto-mar).
b) Ius sanguinis: é nacional aquele que for filho, ou seja, que tiver a filiação de nacional do país.
No Brasil, a regra é o ius soli: nasceu em solo brasileiro, será brasileiro. Contudo, há exceções, nas
quais a Constituição adotou o ius sanguinis.
7.2. Nacionalidade originária ou primária no Brasil
São brasileiros natos os casos previstos nas hipóteses do art. 12, I, a, b e c, da CF/1988:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes
não estejam a serviço de seu país;
Ius soli + não ser filho de estrangeiros que estejam a serviço do seu país no Brasil. É a
regra da nacionalidade no nosso país.
Atenção!
Atenção para a exceção, pois necessitamos de um casal de estrangeiros, e um deles deve estar
a serviço do seu país no Brasil para que seu filho seja da sua nacionalidade.
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que qualquer deles
esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
Ius sanguinis + o trabalho no exterior para o brasileiro.
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados
em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem,
em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;
1a parte: ius sanguinis + registro no exterior na repartição pública competente (em regra
consulados); 2a parte: nascimento no exterior + ius sanguinis + venha a residir no Brasil +
maioridade + opção (manifestação de vontade) pela nacionalidade.
Atenção!
As mudanças no art. 12, I, c, da CF/1988, que ocorreram com a EC de revisão no 3/1994 (tirou a
possibilidade do registro em repartição competente no exterior) e a EC no 54/2007, pois criaram uma
situação para os nascidos entre as duas revisões, regulada no art. 95 do ADCT:
Art. 95. Os nascidos no estrangeiro entre 7 de junho de 1994 e a data da promulgação
desta Emenda Constitucional, filhos de pai brasileiro ou mãe brasileira, poderão ser regis-
trados em repartição diplomática ou consular brasileira competente ou em ofício de regis-
tro, se vierem a residir na República Federativa do Brasil.
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que busca se tornar brasileiro. Alguns elementos podem ser utilizados como objeto de análise para a con-
cessão da nacionalidade derivada, como casamento com brasileiro(a), trabalho no Brasil ou para o
Brasil e residência no Brasil.
A Constituição brasileira menciona somente a hipótese de residência como forma de adquirir a na-
cionalidade derivada para estrangeiro, mas a Lei de Migração prevê outras possibilidades que levam em
conta os critérios mencionados.
São brasileiros naturalizados aqueles previstos no art. 12, II, a e b, da CF/1988:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países
de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
1a parte: poderão se naturalizar os estrangeiros que cumprirem os requisitos constantes na lei (arts.
64 a 72 da Lei no 13.445/2017); 2a parte: poderão se naturalizar os indivíduos originários de países de
língua portuguesa que tenham residência ininterrupta de um ano no país e idoneidade moral.
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na República Federativa do Brasil há
mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade
brasileira.
Esta hipótese de naturalização também é chamada de naturalização extraordinária.
A naturalização no Brasil está regulada pela Lei de Migração (arts. 64 a 72 da Lei no 13.445/2017).
São tipos de naturalização no Brasil:
Ordinária
Naturalização no Brasil
(Lei de Migração)
Extraordinária
Especial
Provisória
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Art. 5º, LI
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V – da carreira diplomática;
VI – de oficial das Forças Armadas;
VII – de Ministro de Estado da Defesa.
Mnemônico: “MP³.COM”
M = Ministro do STF
P³ = três cargos que começam com P (Presidente da República, Presidente da Câmara e Presidente
do Senado)
C = Carreira Diplomática
O = Oficial das Forças Armadas
M = Ministro de Estado da Defesa
Atenção!
Se todos os ministros do STF devem ser brasileiros natos, temos uma hipótese não listada no § 3 o
do art. 12, que é o cargo de Presidente do Conselho Nacional de Justiça, uma vez que só preside o CNJ o
Presidente ou o Vice-Presidente do STF, por força do disposto no § 1o do art. 103- B da CF/1988.
Resumindo nacionalidade:
Ocorre no momento do
Nacionalidade Originária
nascimento, critérios ou solo ou
Brasileiro Nato
filiação.
O mar territorial brasileiro compreende uma faixa de 12 milhas marítimas de largura, medidas a
partir da linha de baixa-mar do litoral continental e insular. Nos locais em que a costa apresente recortes
profundos e reentrâncias ou em que exista uma franja de ilhas ao longo da costa na sua proximidade ime-
diata, será adotado o método das linhas de base retas para realizar a medida da extensão do mar territorial.
A soberania do Brasil estende-se ao mar territorial, ao espaço aéreo sobrejacente, bem como ao seu leito
e subsolo.
Na zona contígua, o Brasil poderá tomar as medidas de fiscalização necessárias para: evitar as
infrações às leis e aos regulamentos aduaneiros, fiscais, de imigração ou sanitários, no seu território ou no
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seu mar territorial; e reprimir as infrações às leis e aos regulamentos, no seu território ou no seu mar terri-
torial. Por exemplo: as autoridades policiais brasileiras poderão prender pessoas em área de zona contígua
que tenham realizado um crime em território brasileiro e estejam fugindo.
Zona econômica exclusiva (ZEE) é uma faixa de 200 milhas marítimas contadas a partir da linha
base, onde há o direito exclusivo do Brasil de investigação e exploração científica econômica. O Brasil, no
exercício de sua jurisdição, tem o direito exclusivo de regulamentar a investigação científica marinha, a
proteção e preservação do meio marítimo, bem como a construção, a operação e o uso de todos os tipos
de ilhas artificiais, instalações e estruturas. A investigação científica marinha na ZEE só poderá ser condu-
zida por outros Estados com o consentimento prévio do governo brasileiro, bem como a realização de exer-
cícios ou manobras militares, em particular as que impliquem o uso de armas ou explosivas, porém é reco-
nhecido a todos os Estados o gozo na ZEE das liberdades de navegação e sobrevoo e o uso do mar inter-
nacionalmente lícito, relacionado com as referidas liberdades, como as ligadas à operação de navios e
aeronaves.
Plataforma continental corresponde ao leito e ao subsolo das áreas submarinas que se estendem
além do mar territorial em toda a extensão do prolongamento natural de seu território terrestre, até o bordo
exterior da margem continental, ou até uma distância de 200 milhas marítimas das linhas de base. O Brasil
exerce direitos de soberania sobre a plataforma continental para efeitos de exploração dos recursos natu-
rais. É reconhecido a todos os Estados o direito de colocar cabos e dutos na plataforma continental. O
traçado da linha para a colocação de tais cabos e dutos na plataforma continental dependerá do consenti-
mento do governo brasileiro.
Alto-mar é um conceito de direito do mar, definido como todas as partes do mar não incluídas no
mar territorial e na zona econômica exclusiva de um Estado costeiro, nem nas águas arquipelágicas de um
arquipélago. Em outras palavras, alto-mar é o conjunto das zonas marítimas que não está sob jurisdição de
nenhum Estado. Nos termos do direito do mar, qualquer reivindicação de soberania sobre tais zonas, da
parte de um estado, é ilegítima.
Rios internacionais são aqueles que correm em mais de um Estado, quer sejam limítrofes (formam
fronteira entre dois Estados), quer de curso sucessivo (correm no território de um Estado em seguida ao de
outro). A importância da navegação fluvial somou-se aos interesses econômicos da utilização dos recursos
naturais (geração de energia hidrelétrica, irrigação etc.) para criar a necessidade de disciplina internacional
para tais rios, de que são exemplos o Danúbio, na Europa, e a Bacia do Prata, na América do Sul. A disci-
plina de tais situações é realizada por meio de entendimentos ou tratados específicos para cada situação
e, por vezes, até mesmo por atos unilaterais. Aplica-se nesta matéria um princípio básico que regula os rios
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internacionais: o da soberania dos Estados sobre os trechos que correm dentro de seus respectivos limites.
Espaço aéreo é a porção da atmosfera localizada sobre o território ou mar territorial de um Estado.
O Direito Internacional Público reconhece a soberania exclusiva do Estado sobre o espaço aéreo sobreja-
cente. Tal espaço, diferentemente do mar territorial, não comporta direito de passagem inocente, razão pela
qual, em princípio, uma aeronave estrangeira somente pode sobrevoar o território de determinado Estado
com o consentimento deste.
O Mercado Comum do Sul (Mercosul) é um órgão de integração regional da América Latina fundado
em 1991.
O Mercosul é instrumento fundamental para a promoção da cooperação, do desenvolvimento, da
paz e da estabilidade na América do Sul. É o principal instrumento com o qual o Brasil conta para cumprir
o disposto no parágrafo único do art. 4o da CF/1988: “A República Federativa do Brasil buscará a integração
econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade
latino-americana de nações”.
Os membros que fundaram o Mercosul foram Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, signatários do
Tratado de Assunção, e após, em 2012, a Venezuela aderiu, mas está suspensa desde dezembro de 2016,
por descumprimento de seu Protocolo de Adesão. Em agosto de 2017, aplicou-se à Venezuela a Cláusula
Democrática do Protocolo de Ushuaia, que condiciona a participação do bloco ao respeito da democracia.
Todos os demais países sul-americanos relacionam-se com o Mercosul na qualidade de Estados
associados. A Bolívia aparece com o status de Estado associado em processo de adesão.
O Mercosul conta com um sistema próprio de soluções de controvérsias estabelecido pelo Protocolo
de Brasília, de 1991, que depois foi substituído pelo Protocolo de Olivos, de 2002. Uma das principais
inovações do Protocolo de Olivos foi a criação do Tribunal Permanente de Revisão (TPR), órgão principal
do sistema, em razão de sua competência para conhecer e resolver os recursos de revisão contra os laudos
dos Tribunais Arbitrais Ad Hoc (TAHM). O TPR entrou em funcionamento em agosto de 2004.
O Acordo de Cooperação e Assistência Jurisdicional em Matéria Civil, Comercial, Trabalhista e Ad-
ministrativa entre os Estados Partes do Mercosul, a República da Bolívia e a República do Chile foi promul-
gado no Brasil por meio do Decreto no 6.891/2009, tendo por finalidade estabelecer as bases em que a
cooperação e a assistência jurisdicional entre os Estados-membros será realizada. Vejamos as principais
normas do acordo:
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Artigo 2
Para efeitos do presente Acordo, os Estados Partes indicarão uma Autoridade Central en-
carregada de receber e dar andamento a pedidos de assistência jurisdicional em matéria
civil, comercial, trabalhista e administrativa. Para tanto, as Autoridades Centrais comuni-
car-se-ão diretamente entre si, permitindo a intervenção das respectivas autoridades com-
petentes, sempre que necessário.
Artigo 3
Os nacionais, os cidadãos e os residentes permanentes ou habituais de um dos Estados
Partes gozarão, nas mesmas condições dos nacionais, cidadãos e residentes permanen-
tes ou habituais de outro Estado Parte, do livre acesso à jurisdição desse Estado para a
defesa de seus direitos e interesses.
O parágrafo anterior aplicar-se-á às pessoas jurídicas constituídas, autorizadas ou regis-
tradas de acordo com as leis de qualquer dos Estados Partes.
(...)
Artigo 12
A autoridade jurisdicional encarregada do cumprimento de uma carta rogatória aplicará
sua lei interna no que se refere aos procedimentos.
Não obstante, a carta rogatória poderá ter, mediante pedido da autoridade requerente,
tramitação especial, admitindo-se o cumprimento de formalidades adicionais na diligência
da carta rogatória, sempre que isso não seja incompatível com a ordem pública do Estado
requerido.
O cumprimento da carta rogatória deverá efetuar-se sem demora.
(...)
Artigo 23
Se uma sentença ou um laudo arbitral não puder ter eficácia em sua totalidade, a autori-
dade jurisdicional competente do Estado requerido poderá admitir sua eficácia parcial me-
diante pedido da parte interessada.
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A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é o principal órgão internacional, com mais de 100
anos de atuação na proteção dos trabalhadores e das relações de trabalho no mundo.
O estrangeiro, em regra, para trabalhar no Brasil, necessitará de visto temporário e, além disso, a
autorização de trabalho do estrangeiro se dá pelo Ministério do Trabalho (ou órgão correspondente), pois
trata-se de ato administrativo de competência do órgão governamental, que concede a autorização de tra-
balho no país.
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movimentos migratórios, a fim de garantir efetiva proteção aos direitos humanos do mi-
grante;
XVI – integração e desenvolvimento das regiões de fronteira e articulação de políticas
públicas regionais capazes de garantir efetividade aos direitos do residente fronteiriço;
XVII – proteção integral e atenção ao superior interesse da criança e do adolescente mi-
grante;
XVIII – observância ao disposto em tratado;
XIX – proteção ao brasileiro no exterior;
XX – migração e desenvolvimento humano no local de origem, como direitos inalienáveis
de todas as pessoas;
XXI – promoção do reconhecimento acadêmico e do exercício profissional no Brasil, nos
termos da lei; e
XXII – repúdio a práticas de expulsão ou de deportação coletivas.
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ou socioafetiva ou tiver pessoa brasileira sob sua tutela; tiver cônjuge ou companheiro residente no Brasil,
sem discriminação alguma, reconhecido judicial ou legalmente; tiver ingressado no Brasil até os 12 anos de
idade, residindo desde então no País; for pessoa com mais de 70 anos que resida no País há mais de 10
(dez) anos, considerados a gravidade e o fundamento da expulsão.
No processo de expulsão, serão garantidos o contraditório e a ampla defesa. Se não houver defen-
sor constituído, a Defensoria Pública da União será notificada da instauração de processo de expulsão.
A existência de processo de expulsão não impede a saída voluntária do expulsando do País.
12.4.3. Extradição (arts. 81 a 99 da Lei no 13.445/2017)
É a medida de cooperação penal internacional que pode ser requerida por via diplomática ou por
autoridades centrais designadas para cuidarem da extradição. Nessa medida, o Estado brasileiro solicita
ou recebe a solicitação de outro Estado para a entrega de pessoa sobre quem recaia condenação criminal
definitiva ou para fins de instrução de processo penal em curso. A extradição é um processo que passa pela
via diplomática e pelo controle de legalidade do STF.
Os brasileiros natos não podem ser extraditados do Brasil para outros Estados, bem como os bra-
sileiros naturalizados só poderão ser extraditados do Brasil em duas situações específicas: por crime co-
mum antes da naturalização ou por tráfico de entorpecentes a qualquer tempo.
Não se concederá a extradição quando: o fato que motivar o pedido não for crime no Brasil ou no
Estado requerente; o Brasil for competente, segundo suas leis, para julgar o crime imputado ao extraditando;
a lei brasileira impuser ao crime pena de prisão inferior a 2 (dois) anos; o extraditando estiver respondendo
a processo ou já houver sido condenado ou absolvido no Brasil pelo mesmo fato em que se fundar o pedido;
a punibilidade estiver extinta pela prescrição, segundo a lei brasileira ou a do Estado requerente; o fato
constituir crime político ou de opinião; o extraditando tiver de responder, no Estado requerente, perante
tribunal ou juízo de exceção; ou o extraditando for beneficiário de refúgio ou de asilo territorial no Brasil.
Entre as condições para o Brasil realizar a extradição para outro país estão o fato de o crime ter
sido cometido no território do Estado requerente ou serem aplicáveis ao extraditando as leis penais desse
Estado, e estar o extraditando respondendo a processo investigatório ou a processo penal ou ter sido con-
denado pelas autoridades judiciárias do Estado requerente a pena privativa de liberdade.
12.4.4 Da prisão cautelar em extradição
Com o objetivo de assegurar a executoriedade da medida de extradição, é possível, em caso de
urgência, que o Estado interessado na extradição realize prévia ou conjuntamente com a formalização do
pedido extradicional o pedido de prisão cautelar (art. 84, caput, da Lei no 13.445/2017), que será requerido
por via diplomática ou por meio de autoridade central do Poder Executivo.
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1ª Fase | 37° Exame da OAB
Direito Internacional
É o envio de um indivíduo para ser julgado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI). Pode ocorrer
com brasileiros natos, naturalizados ou estrangeiros. A Constituição Federal proíbe a extradição de brasi-
leiros natos; porém, quanto à entrega, nada menciona. Além disso, é importante salientar que o Brasil inte-
gra o TPI, fazendo parte do órgão, conforme dispõe o art. 5o, § 4o, da CF/1988. A entrega é promovida pela
autoridade brasileira e deve ter a concordância do acusado.
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